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em Engenharia
Material Teórico
O Engenheiro e a Sociedade
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
O Engenheiro e a Sociedade
• Introdução
• Em busca da criatividade
• As fronteiras da engenharia
• A responsabilidade social e a ética
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· O objetivo desta unidade é dar aos novos alunos de engenharia uma
percepção inicial para a profissão que os espera, e assim procurar
dar uma ideia do que sua futura carreira pode lhe parecer, assim
como mostrar também quais os desafios a serem enfrentados.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema:
“O Engenheiro e a Sociedade”.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as
atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a Videoaula. Cada material
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado; por favor, estude
todos com atenção.
UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
Contextualização
O futuro profissional de engenharia não somente irá se deparar com os problemas
inerentes à profissão, mas também terá que lidar com pessoas, finanças, etc. É
natural que, ao iniciar sua longa jornada pelas veredas da engenharia, o profissional
tenha que tomar decisões que, quer queira, quer não queira, poderão influenciar o
seu futuro. Todavia, tomar decisões em engenharia não significa colocar o pescoço
a prêmio; e para que isso não aconteça de fato, o engenheiro deve saber conduzir
os trabalhos.
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Introdução
A escolha de uma profissão geralmente é baseada na aptidão, na posição social
e na oportunidade. O aspecto econômico é sem dúvida um dos mais importantes,
pois o fato de escolhermos uma profissão que nos ofereça uma boa renda e um
papel importante na sociedade é altamente desejável, embora não seja esse o fator
determinante na maioria dos casos. A aptidão tem um peso relevante na escolha,
pois ela representa a nossa capacidade de realizarmos as tarefas relativas à profissão
de nossa escolha com determinação e firmeza, conscientes de que devemos ir até
o fim. Unir o útil ao agradável é sem dúvida a atitude ideal nesse caso. E a questão
da oportunidade é indiscutível; sem ela, estaremos sujeitos ao sabor das ondas, ou
seja, teríamos que nos contentar com aquilo que o destino nos providenciar.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
Olhando pelo lado positivo, a engenharia poderá lhe trazer muitos benefícios.
Sendo um(a) engenheiro(a) você acabará tendo uma mudança importante no modo
de pensar e de encarar o mundo que lhe cerca. Nova visão, novos horizontes,
novas oportunidades. Após o término da leitura desta unidade você poderá ter
uma ideia se está ou não motivado a continuar. O esperado é que você continue
até o fim. Afinal, ser engenheiro(a) lhe trará uma posição de status (de destaque) na
sociedade, um reconhecimento de que todo seu esforço valeu a pena. Não desista.
Este curso vai lhe dar condições de direcionar melhor a sua carreira em
engenharia. Você terá uma visão diferente do que tinha até agora sobre sua escolha
de querer ser engenheiro(a).
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Em busca da criatividade
Vamos iniciar o curso comentando sobre um dos principais pilares da sua nova
profissão: trata-se da criatividade. Engenharia e criatividade andam juntas, uma não
existe sem a outra. A engenharia pode ser definida também como sendo a arte da
criação, é feita de ideias que se materializam. Por exemplo, Henry Ford criou a
linha de montagem e Guglielmo Marconi criou a transmissão de radio, apenas para
mencionar dois dos muitos criadores que trouxeram ideias para a vida cotidiana. É
óbvio que você tem muitos e muitos outros casos como esses em mente.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
A criatividade na engenharia tramita dentro dos limites das leis da física, das
considerações comerciais, das necessidades dos clientes ou dos empregadores, da
sociedade, da lei e da ética. Essas restrições limitam a atuação dos engenheiros na
exploração dos problemas e na proposição das soluções de engenharia.
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dos clientes ou empregadores. Trabalhar com parcelas representativas das partes
interessadas pode levar o engenheiro à proposição de restrições adicionais e à
inspiração para o design criativo, levando a soluções que são mais propensas a
fornecerem resultados positivos.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
As fronteiras da engenharia
Agora você vai participar de uma discussão importante: quão abrangente
a engenharia pode ser? Uma das principais fontes de confusão, especialmente
entre aqueles que não são engenheiros ou cientistas, é a distinção entre ciência e
engenharia, ou entre a academia e a tecnologia. Afinal, o engenheiro é ou não um
cientista? Existe uma máxima que corre nos corredores das escolas de engenharia
que diz que o engenheiro aplica o que o físico desenvolve. É sabido que o físico,
ou o profissional que estuda as ciências físicas, é um cientista e busca sempre a
observação e o estudo dos fenômenos da natureza que nos circundam. Não deixa
de ser verdade que o engenheiro aplica o que o físico observa. Por outro lado, o
engenheiro é também um conhecedor desses fenômenos da natureza, e assim,
também pode ser considerado um cientista. Fica então a pergunta: onde está a
fronteira entre a ciência e a técnica?
A direção que a investigação científica segue tem sido descrita por alguns autores
como sendo uma pesquisa baseada mais na curiosidade do que propriamente
orientada pelos valores da sociedade. De um modo geral, os cientistas se interessam
muito pelos fenômenos que estão observando e isso, aliado à vaidade pessoal,
aguça a curiosidade. Valores sociais (e prioridades resultantes) não necessariamente
definem limites, sentido ou alcance da curiosidade científica. Isso não é uma crítica à
ciência, pois por definição, “fazer ciência” é “investigar”. Além disso, muitas vezes
não é possível determinar a relevância de um determinado campo da investigação
científica para as necessidades futuras da sociedade.
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é menos relevante, deixando de ser absorvida pela sociedade (a sociedade nem
sempre consegue perceber a relevância de uma determinada investigação científica).
Nichols e Weldon observam também que embora a interação entre as necessidades
sociais com o conhecimento científico seja muito mais complexa do que o indicado
neste texto, pode-se representá-la em um diagrama de Venn para o propósito
dessa discussão, como visto na figura 1. Essa sobreposição entre o conhecimento
científico e a necessidade social, mais especificamente a aplicação do conhecimento
científico para as necessidades da sociedade, constitui o que chamamos de domínio
da engenharia. Obviamente, a extensão do empreendimento humano é muito mais
complexa do que aqui representada. Se, por exemplo, for do interesse da sociedade
aumentar o nosso estoque de conhecimento científico, isso leva engenheiros e
cientistas a aumentar seu trâmite nas fronteiras da pesquisa científica e assim
procuram suprir essa necessidade social. No entanto, é conveniente ressaltar que o
foco central da profissão engenharia é a aplicação do conhecimento científico para
atender às necessidades da sociedade.
Necessidades
da sociedade
Engenharia
Conhecimento
científico
Essa analogia pode ser estendida por meio da sobreposição entre a criatividade
versus o aspecto analítico do empreendimento humano. Pode-se representar esse
aspecto do intelecto humano por outro diagrama de Venn mostrado na figura 2.
Como indicado nesse diagrama, pode-se desenvolver a criatividade sem, contudo,
envolver as habilidades analíticas, e também, da mesma forma, é possível aplicar
as habilidades analíticas sem entrar no domínio da criatividade. Por exemplo,
a utilização pelos engenheiros de um software comercial para a solução de um
problema de engenharia faz com que a aplicação de habilidades analíticas, por si
só, envolva pouca ou nenhuma criatividade.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
Análise Criatividade
Necessidades
da sociedade
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Análise A B C Criatividade
Engenharia
Conhecimento
científico
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responsáveis pelo aumento da velocidade com que os projetos de engenharia
saíram do papel. É conveniente lembrar que computação não significa apenas
velocidade, mas também precisão nos cálculos.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
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encomendou a fabricação de sua máquina para os engenheiros, que a construíram
e a aperfeiçoaram. Pode-se deduzir daí que os computadores surgiram mais por
necessidade dos matemáticos do que dos engenheiros.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
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O desenvolvimento de novas ementas dos cursos de engenharia ao redor do
mundo na última década tem permitido o surgimento de programas de graduação
de engenharia que expandem a oferta de cursos nas áreas de responsabilidade
profissional. Além disso, os professores têm desenvolvido problemas para os cursos
de análise que incluem questões de responsabilidade profissional, permitindo aos
alunos terem contato com a realidade em que estarão vivenciando no futuro.
Embora esse desenvolvimento de suporte à capacidade de um engenheiro para
abordar as áreas de responsabilidade profissional sejam encorajadores, Nichols e
Weldon ainda acreditam que a maioria dos programas acadêmicos de graduação
atualmente ainda estejam produzindo engenheiros que não entendem suas
responsabilidades profissionais para com a sociedade. Observações de Vandenburg
e Khan apoiam essas preocupações. Estes afirmam: “Dadas as tendências e políticas
econômicas, sociais e ambientais atuais, o estudo aponta para motivos de profunda
preocupação”. As escolas de engenharia deveriam não só proporcionar aos seus
graduados o desenvolvimento intelectual e capacidades técnicas excelentes, mas
também, seguindo o exemplo da indústria, educar seus alunos para trabalharem em
conjunto, comunicarem-se bem e compreenderem o contexto econômico, social,
ambiental e internacional de suas atividades profissionais.
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UNIDADE O Engenheiro e a Sociedade
Este texto deixa claro a você, caro(a) aluno(a), que o mecanismo mais eficaz para
o seu desenvolvimento profissional é o seu próprio envolvimento na integração de
temas como segurança e bem-estar do público, ética profissional, considerações
legais, responsabilidades ambientais, qualidade e comunicação nas metodologias
de engenharia para abordar e resolver problemas no curso normal da prática.
Isso poderia ser considerado como uma extensão natural da chamada “Engenharia
Simultânea”, na qual os elementos de design, fabricação e outras questões
técnicas são considerados simultaneamente na metodologia de engenharia. A
metodologia simultânea significa incluir o projeto de fabricação, de confiabilidade,
de manutenção, de montagem, de proteção ao meio ambiente, de segurança, de
economia, etc. Isso apoia a abordagem adaptada por Pugh em seu conceito de
“Engenharia Total”. Além disso, você ficou sabendo que as grandes corporações
possuem seus próprios códigos profissionais e de conduta, e, caso você acabe
trabalhando em uma empresa dessa natureza, terá de se adaptar. Aliás, vale a pena
ler este artigo elaborado por Pugh (veja na referência).
Assim, terminamos esta unidade esperando que você tenha tido uma ideia inicial
do que a carreira de engenheiro lhe poderá proporcionar.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Guia da Carreira - Engenharia
http://goo.gl/Qhq9Vq
PORTNOI, Marcos. O que é engenharia?
http://goo.gl/s71Loy
Livros
BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V. Introdução à Engenharia: conceitos, ferramentas e
comportamentos. Editora da UFSC: 2006
Leitura
PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale; BAZZO, Walter Antonio. Introdução à Engenharia:
conceitos, ferramentas e comportamentos.
http://goo.gl/hmMqJH
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Referências
ABET - Accreditation Board for Engineering and Technology. Baltimore, MD,
USA - <http://www.abet.org/about-abet/publications/historical-documents/>
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