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Existe uma raiz moral na inteligência. Segundo Julián Marias, as pessoas mais
inteligentes são também boas: sensíveis ao melhor e, portanto, com a intenção de
acertar, fazer o bem, etc. A bondade é sem dúvida uma virtude, cultivada pela
prática das boas ações e, principalmente, pelo esforço em manter-se aberto à
realidade, num movimento passivo-contemplativo (querer ver as coisas como elas
são).
Um dos frutos da bondade é a sensibilidade: quando nos inclinamos em direção ao
bem, conscientes de necessitar de sua posse, promovemos nossa sensibilidade – que
nada mais é do que a permissão interior das causas propostas pela ação exterior. É a
sensibilidade que me ajuda a perceber a necessidade do meu amigo, por exemplo, ou
a falta de hospitais para atender à população da minha região.
Nós somos sensíveis, portanto, à medida que nos abrimos para a realidade e a
desejamos tal qual ela é. O insensível é alguém que ignora o que acontece e de
alguma maneira impede as consequências da ação da realidade em sua vida interior
(o símbolo é do fechamento).
Estamos falando de algo muito além dos sentimentos: estes podem ser importantes
sinais de relação com o mundo; entretanto, são evanescentes, e sua soma não condiz
necessariamente com a sensibilidade de alguém.
Sensível, finalmente, é quem se permite afetar verdadeiramente pela vida.
O conto “Um homem bom é difícil de encontrar” trata disto: da perda da
sensibilidade – basta notar a diferença entre as gerações (avó, filho, netos) – e a
consequente entrada do mal no espaço que lhe concedemos.
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Quanto à segunda pergunta do arquivo de exercícios da aula 5, serve apenas para que você
avalie seu aprendizado até aqui: o que ficou registrado até agora? Como você encadeia os
temas e conteúdos propostos?
É nítida a relação entre sinceridade e individualidade, por exemplo, já que a primeira só
pode ser expressão da segunda, que é conquistada pelo processo de narrativa contínua,
esforçada, que revê o próprio princípio de seleção de tempos em tempos e,
consequentemente, acessa e expande a memória consciente.
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Abraço e segunda-feira.
Prof. Tiago