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OS ANTECEDENTES

FILOSÓFICOS E CIENTÍFICOS
C

DA PSICOLOGIA
• Queda do Império Romano - início da Idade Média ou do
Medievalismo, desde o início do século V até por volta do ano
1000 d.C. - Idade das Trevas

• Baixa na produção de conhecimentos até o período científico

• Essa descrição foi desafiada por vários eruditos

• Kemp (1990) dedicou atenção especial à psicologia medieval. Ele


afirma que havia, de fato, uma psicologia pré-científica como
parte do avanço da aprendizagem e do desenvolvimento da
ciência permitido pela Igreja Católica Romana medieval.
• Houve, de fato, contribuições escolásticas, técnicas e
científicas, antes, durante e imediatamente após essa era.

• As questões psicológicas pertenciam, com frequência, ao


domínio da religião.
• Uma das principais características desse período é o
aparecimento e desenvolvimento do cristianismo – uma força
religiosa que passa a ser a força política dominante.
• Falar de Psicologia nesse período é relacioná-la ao
conhecimento religioso, já que, ao lado do poder econômico
e político, a Igreja Católica monopolizava o saber e o estudo
do psiquismo.
Santo Agostinho (354 -430)

• Inspirado em Platão também fazia uma cisão alma e


corpo.
• A alma para ele não era somente sede da razão, mas a
prova de uma manifestação divina no homem.
• A alma é imortal por ser o elemento que liga o homem
a Deus.
• Sendo a alma também sede do pensamento, a Igreja
passa a se preocupar também com sua compreensão.
São Tomás de Aquino (1225 – 1274)

• Viveu em um período em que a igreja católica perdia um pouco do


seu poder com o aparecimento do protestantismo – antecede a
transição para o capitalismo, com a revolução francesa e a
revolução industrial.
• Aristóteles – o homem, na sua essência, busca a perfeição através
de sua existência.
• Tomás de Aquino – somente Deus seria capaz de reunir a essência e
a existência, em termos de igualdade. A busca da perfeição pelo
homem seria a busca de Deus. Ele consegue justificar os dogmas da
Igreja e garantir o monopólio no estudo do psiquismo.
• Séculos XII e XIII - período de renovação cultural e econômica na
Europa – criação de muitas universidades

• Essas instituições acabaram tornando-se vitais para o desenvolvimento


da ciência

• O século seguinte ao seu estabelecimento foi uma época de terrível


tumulto e discórdia.

• Esse século terrível foi seguido do renascimento da ciência, do ensino,


da arte e da literatura durante os séculos XV e XVI – o Renascimento.

• É no mundo do Renascimento que encontramos os primeiros


antecedentes científicos e filosóficos formais da psicologia.
O MUNDO DO RENASCIMENTO
• O Renascimento iniciou-se em Florença
• A realização mais espetacular do Renascimento italiano foi a obra de
artistas como Fra Angelico, Andrea Mantegna, Michelangelo
Buonarotti e Leonardo da Vinci.
• A maior realização técnica do Renascimento foi a invenção da
imprensa.
• O Renascimento foi a época de Nicolau Maquiavel e de William
Shakespeare. Nesse período, além de literatura, foram impressos os
primeiros livros de muitas áreas do conhecimento, incluindo a
psicologia pré-científica.
• Uma variante da palavra psicologia, Psichiologia, é o título de uma
obra de Marcus Marulus publicada por volta de 1520.

• O primeiro autor a usar a palavra psicologia no título de um livro


parece ter sido Rudolf Goeckel. Em 1590, ele publicou uma coleção
de obras de diferentes autores a respeito da natureza da
humanidade, particularmente da alma humana.

• O título de seu livro era “Psicologia é isto, a respeito da


perfectibilidade do homem” ou, traduzido mais livremente, como
“Psicologia na melhoria do homem”. Esse primeiro livro de psicologia
foi um sucesso: teve três impressões antes do fim do século.

• O primeiro livro de psicologia em inglês foi Psicologia; ou Um Relato da


Natureza da Alma Racional, de John Broughton, publicado em
Londres, em 1703
• Essa era iluminada poderia ter dado origem à psicologia, o
estudo formal dos seres humanos.

• O Renascimento foi uma época de exploração, descoberta e


realização artística.

• Mas ninguém produziu estudos igualmente detalhados da mente


nessa época. As razões para isso podem ficar evidentes ao
examinarmos as reações da comunidade teológica do
Renascimento ao desenvolvimento de uma ciência muito
diferente – a astronomia.
A CIÊNCIA DO RENASCIMENTO
• 1300 – Dante escreve a Divina Comédia
• 1475 e 1478 – Leonardo da Vinci pinta Anunciação
• 1501 – Michelangelo esculpe Davi
• 1543 – Copérnico, o nosso planeta não é o centro do universo
• 1600 – Giodarno Bruno, universo sem limites
• 1610 – Galileu, estuda a queda dos corpos dando início a Física
moderna. Além de ter se dedicado à Astronomia.
• 1687 - Isaac Newton, cunhou a lei da gravitação universal e as três
leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.

Uma geração posterior de filósofos, os empiristas britânicos, tentaria


fazer, em relação à consciência humana, aquilo que Newton havia
feito em relação à luz; ou seja, refratar a consciência em seus
elementos. Esse foi o modelo da mente que alguns membros da
primeira geração de psicólogos adotou no final do século XIX.
A FILOSOFIA RENASCENTISTA
• René Descartes (1596–1650) foi um importante matemático e filósofo
francês durante os anos que precederam e imediatamente se
seguiram ao julgamento de Galileu.

• Além dos avanços da ciência, o progresso da filosofia renascentista


forneceu uma base importante para a psicologia. À medida que os
filósofos buscavam o conhecimento das coisas e suas causas, eles
desenvolviam insights e teorias que muito influenciaram os psicólogos
posteriores.
• Descartes também fundou a filosofia ociden-tal moderna. Ele
esperava construir um novo sistema filosófico radical a partir do
zero – um sistema de pensamento científico, lógico.

• Descartes buscou a verdade: o conhecimento que não podia


ser posto em dúvida, que era certo. Ele adotou uma atitude
científica rigorosa, resolvendo seguir as regras da lógica que
julgava suficientes para atingir a verdade

• Ele tinha dúvidas a respeito da existência de Deus, além disso


também concluiu que a maior parte daquilo que sabia havia
sido adquirida de maneira acidental, nada crítica e não
confiável.
• Descartes concluiu que, em qualquer momento, a única coisa de que podia
ter certeza era de estar pensando a respeito de alguma coisa. Portanto, para
Descartes, a prova final da existência era seu ato de pensar: penso, logo
existo.

• Se pensar é a prova absoluta da nossa existência, é importante saber como e


onde pensamos. Para Descartes, pensamos com nossa coisa pensante, a
mente.

• Mas a mente é diferente do corpo. Ela não tem dimensão, é livre e não possui
substância. Em contraste, o corpo possui dimensões, é limitado e possui
substância.

• Descartes afirmava que há um dualismo da mente e do corpo. A mente e o


corpo não apenas têm características diferentes, mas, em suas funções,
obedecem a leis diferentes.
• As ações do corpo são governadas por leis e princípios
mecânicos, pois ele nada mais é que uma máquina altamente
complexa. Nossos corpos são sistemas físicos autorreguladores
que desempenham muitas funções sem o envolvimento de
nossa mente.

• Descartes achava que, enquanto o corpo dos animais era


governado unicamente por princípios mecânicos, a mente
humana podia controlar a abertura e o fechamento de certos
poros, assim como sua orientação. Portanto, por meio do
exercício da mente, os humanos podiam controlar certas ações
reflexas do corpo humano.

• Qual o lócus da mente? Glândula Pineal


• Descartes acreditava que há duas grandes classes de ideias na
mente.

• A primeira classe é a das ideias inatas, que nascem com a pessoa e


não dependem da experiência. Exemplos das ideias que Descartes
considerava inatas incluem as ideias de si mesmo e de Deus; as
concepções de tempo, espaço e movimento; e os axiomas
geométricos.

• As outras ideias provêm da experiência individual e se baseiam nas


lembranças de acontecimentos passados. Descartes acreditava que
determinada experiência produz alterações no sistema nervoso e
que essas alterações têm efeitos na mente quando ela age para se
lembrar das experiências.
• Uma última característica dos seres humanos, segundo Descartes, é
que temos paixões. Essas paixões surgem do corpo, são
experimentadas de maneira passiva pela mente e conduzem, sem
volição adicional, a ações corporais. Descartes definiu as seis paixões
primárias como admiração, amor, ódio, desejo, alegria e tristeza.
Todas as outras paixões humanas são misturas das seis primárias.

• De acordo com Descartes, os animais não possuem mente, por isso


são incapazes da linguagem ou da autoconsciência Por essa razão,
ele fez uma firme demarcação psicológica entre seres humanos, que
detêm a linguagem e a autoconsciência, e os outros animais, que
não as possuem.
• Julien de La Mettrie (1709–1751) Em 1748, quase cem anos depois
da morte de Descartes, Julien de La Mettrie publicou uma obra
intitulada O Homem Máquina em que ele vai dizer que diferimos
dos outros animais apenas na complexidade de nosso
maquinário – não, como Descartes havia afirmado, porque
temos mente, ou, como os teólogos acreditavam, porque temos
alma.
A FILOSOFIA PÓS-RENASCENTISTA: O EMPIRISMO,
O ASSOCIACIONISMO E O INATISMO
• Nos anos que se seguiram ao Renascimento, ocorreram vários
avanços na filosofia que acabaram estabelecendo as bases da
psicologia.

• Os primeiros empiristas – Thomas Hobbes, John Locke e George


Berkeley – enfatizaram os efeitos da experiência na mente
passiva.
• Os associacionistas posteriores – David Hume, David Hartley e James
e John Stuart Mill – consideravam o papel que a mente ativa
desempenha na formação de associações, estabelecendo assim o
cenário para o estudo psicológico da aprendizagem e da memória.

• Já os filósofos da Alemanha – Gottfried Wilhelm von Leibniz e


Emmanuel Kant – perpetuaram o inatismo, a visão de que os
conteúdos da mente são não apenas o produto da experiência, mas
também influenciados por sua estrutura inata.

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