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DOS BRASILEIROS
PANORAMA 2019
CENTRO DE INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE E ÁLCOOL
PRESIDENTE EXECUTIVO
Arthur Guerra de Andrade
COORDENADORA
Erica Rosanna Siu
COLABORADORES
Telma Tiemi Schwindt Diniz Gomes
Ana Cristina Braz
Kae Leopoldo
Karina Mosmann
Luanna Maristella Cabanal Inacio
Philippe Albert Dalle Molle Benhayon
PROCESSAMENTO DE DADOS
Luis Gustavo Roma
Mariana Camargos Gribel de Castro
Copyright© 2019. Todos os direitos são reservados ao Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA). O conteúdo
desta publicação é protegido pela Lei de direitos autorais (Lei nº 9.610/1998), sendo vedada a sua reprodução, total ou
parcial, a partir desta obra, por qualquer meio ou processo eletrônico, digital, ou mecânico (sistemas gráficos, microfílm-
icos, fotográficos, reprográficos, de fotocópia, fonográficos e de gravação, videográficos) sem citação da fonte e a sua
reprodução com finalidades comerciais.
ÁLCOOL E A SAÚDE
DOS BRASILEIROS
PANORAMA 2019
SOBRE O CISA
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais
referências no Brasil sobre o tema e, ao longo dos 15 anos de atividades, tem
contribuído para a ampliação do debate sobre a relação álcool-saúde e para a
conscientização e prevenção do uso nocivo de bebidas alcoólicas. Qualificada
como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a instituição
dedica-se ao avanço do conhecimento na área, atuando na divulgação de pesquisas
e dados científicos com linguagem acessível, elaboração de materiais educativos
e desenvolvimento de projetos. Acesse nossos canais e junte-se ao CISA na missão
de reduzir o uso nocivo de álcool:
cisa.org.br
facebook.com/cisaoficial
instagram.com/cisa_oficial
youtube.com/videoscisa
MISSÃO:
Contribuir para a redução do uso nocivo de álcool por meio
de informações científicas de qualidade
VISÃO:
Ser reconhecido pela excelência na produção e divulgação
de conhecimento, atuando na prevenção e diminuição do
uso nocivo de álcool
VALORES:
Rigor ético, transparência e comprometimento com o avanço
do conhecimento nessa área
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
MENSAGEM
É com satisfação que apresentamos esta publicação, um panorama atualizado sobre o uso
do álcool por brasileiros e seu impacto na saúde, com dados de 2010 a 2017, os mais
recentes disponíveis. Trata-se de estudo inédito elaborado pelo CISA, cujo trabalho inclui
ações e projetos alinhados com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
a redução de 10% no consumo nocivo de bebidas alcoólicas, até 2025.
Mas é importante ressaltar que, apesar de os dados indicarem que estamos na direção
certa, o Brasil ainda está acima da média mundial de consumo per capita de 6,4 L/ano e,
entre os bebedores, o consumo médio é de 3 doses/dia, maior que a média na região das
Américas e no mundo, de 2,3 doses/dia. Ainda temos que reduzir o Beber Pesado Episódico
(BPE) que, de acordo com a OMS, também se enquadra no uso nocivo de álcool. O BPE
consiste no consumo de grande quantidade de álcool em um curto espaço de tempo,
sendo mais comum entre os jovens e associado a riscos como acidentes e violência. Dados
de relatórios da OMS indicam um aumento do BPE no Brasil, de 12,7% para 19,4%, de 2010
para 2016, em contraste à diminuição no mundo (de 20,5% para 18,2%, no mesmo período).
É neste contexto que preparamos esta publicação, com o objetivo de trazer, pela primeira
vez, uma compilação dos dados nacionais mais recentes sobre o uso do álcool pelos
brasileiros, bem como suas consequências à saúde. Abordamos dois aspectos cruciais: a
evolução histórica do tema, com dados de 2010 a 2017, permitindo avaliar pontos positivos
e negativos e contextualizar o Brasil no cenário global; e a separação das informações por
sexo, faixa etária e estado, que possibilita a detecção de populações vulneráveis,
fundamental para a criação de campanhas educativas e de prevenção específicas. Dessa
forma, este material pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que
venham ao encontro da meta da OMS de redução do uso nocivo de álcool.
Boa leitura,
Arthur Guerra
Presidente executivo do CISA
SIGLAS UTILIZADAS AIH – Autorizações de Internação Hospitalar
BPE – Beber Pesado Episódico (em inglês: Heavy Episodic Drinking, Binge Drinking)
FAA – Fração Atribuível ao Álcool (em inglês, AAF: Alcohol Attributable Fraction)
MS – Ministério da Saúde
2.SUMÁRIO EXECUTIVO....................................10
3.METODOLOGIA..............................................14
4.ÁLCOOL E SAÚDE...........................................16
4.1 EFEITOS NO ORGANISMO.......................................................... 17
4.2 PADRÕES DE CONSUMO............................................................21
4.3 CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE............................................. 22
4.4 DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL....................................................... 27
4.5 ONDE BUSCAR AJUDA............................................................... 27
5. PANORAMA MUNDO................................... 28
5.1 NÍVEIS E PADRÕES DE CONSUMO............................................ 28
5.2 ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DO USO NOCIVO................... 32
6. PANORAMA BRASIL..................................... 34
6.1 NÍVEIS DE CONSUMO................................................................ 34
6.2 PADRÕES DE CONSUMO........................................................... 34
6.3 CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS POR JOVENS...........................38
6.4 CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE..............................................41
6.5 ESTRATÉGIAS PARA A REDUÇÃO DO USO NOCIVO................... 57
6.6 PERFIS BRASIL, REGIÕES ADMINISTRATIVAS,
UNIDADES DA FEDERAÇÃO E CAPITAIS..................................... 60
7. BIBLIOGRAFIA............................................... 94
8. ANEXO........................................................100
1. SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO
O uso de álcool faz parte da cultura humana há milhares de anos, e não costuma
causar problemas para a maioria dos consumidores. Entretanto, uma parcela da
população usa essa substância de forma nociva, e pode se envolver em situações
graves, cujos danos individuais, coletivos e econômicos são expressivos.
Como os efeitos do álcool na saúde são influenciados por diversos fatores individuais
e do próprio contexto de uso, incluindo a cultura do país, é importante que haja
informações locais e confiáveis sobre os riscos e prejuízos à saúde. Tal conhecimento
certamente não deve ser restrito à comunidade acadêmica ou ao governo, precisa
ser disseminado entre os diversos atores que participam desta questão, como
jornalistas, agentes políticos, educadores e, especialmente, a população em geral.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Com o intuito de preencher essa lacuna e contribuir para o Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
desenvolvimento de políticas públicas, o Centro de Inquérito Telefônico, pesquisa realizada pelo Ministério da
Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) apresenta o “Álcool Saúde), entre outras. Reúne, também, dados de fontes
e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2019”. Inédito, busca internacionais, como os relatórios da OMS e da Organização
reunir os principais dados mais recentes disponíveis sobre o Pan-Americana de Saúde (OPAS), além de publicações e
assunto. pesquisas científicas sobre o tema, divulgadas no Brasil e no
exterior.
Apresentamos o cenário do consumo de álcool no Brasil,
abordando hábitos e padrões de uso, inclusive comparados A elaboração deste Panorama está em linha com os propósitos
com outros países, os efeitos no organismo e o impacto do do CISA: informar a população sobre a relação entre álcool e
uso nocivo (refletido em internações e óbitos) e como este saúde, sempre com base em publicações científicas de
vem sendo enfrentado no Brasil e no exterior, no contexto da qualidade e dados oficiais. O intuito deste trabalho, portanto,
meta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) de é contribuir para que este tema avance com rigor ético e
reduzir em 10% o uso nocivo do álcool até 2025. transparência e para o desenvolvimento de políticas públicas
em prol da redução do uso nocivo de álcool. Trata-se da
O conteúdo apresentado se baseia em referências técnicas e primeira edição de uma série que pretendemos lançar
dados oficiais, como a PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde periodicamente, com o constante aprimoramento e melhorias.
do Escolar, elaborada pelo IBGE) e Vigitel (Vigilância de
O uso nocivo de álcool traz prejuízos não apenas à saúde do consumidor, mas
também aos seus familiares, que em geral sofrem ao não saber como lidar com a
situação. Para a sociedade, ainda se reflete em acidentes de trânsito, diminuição na
produtividade no trabalho e custos judiciais e para o sistema de saúde pública. Esta
publicação propõe-se a reunir os principais dados do impacto do consumo de álcool
para a saúde da população brasileira e contextualizar o País no cenário global.
Espera-se colaborar para o acompanhamento contínuo de indicadores sobre o tema,
reforçando o conhecimento e incentivando medidas de prevenção e redução desse
importante problema de saúde pública. Destacamos, a seguir, os avanços e desafios
do Brasil, desde 2010 - quando foi publicada a Estratégia Global para Reduzir o Uso
Nocivo de Álcool, pela OMS - até 2017, ano com dados publicados mais recentes.
Avanços:
Brasileiros reduzem consumo de álcool per capita em 11% entre 2010 e 2016, e o
país segue em linha com a proposta da OMS de redução do uso nocivo.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Transtornos relacionados ao uso de álcool no Brasil Dados do último Relatório Global sobre Álcool e Saúde da
diminuem de 5,6% em 2010 para 4,2% em 2016. OMS mostram que a média de consumo per capita entre os
brasileiros diminuiu de 8,8 L para 7,8 L de álcool puro, em
Brasil é destaque como um dos 15 países que seis anos. Isso equivale a dizer que, em média, cada
estabeleceram a tolerância zero para beber e dirigir. brasileiro acima de 15 anos deixou de beber cerca de 1
dose por semana. Vale ressaltar que a OMS avalia o
A Lei Seca evitou cerca de 41 mil mortes e contribuiu desempenho de cada país dentro do contexto de regiões.
para a redução em 27,4% das mortes por acidentes de No caso do Brasil, apesar de estar acima da média mundial
trânsito nas capitais. de 6,4 L de consumo per capita, a redução é um avanço
importante, pois alcançou valor inferior à média da Região
Em 2015, entrou em vigor a lei que criminaliza a oferta de das Américas, de 8,0 L. Por outro lado, chama a atenção a
bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. média de consumo diário entre os bebedores: o índice
brasileiro é de 3 doses, cerca de 27% maior que na região
das Américas e no mundo (2,3 doses).
Desafios:
Comparando-se os dados da OMS do Relatório Global sobre
Prevenção, tratamento precoce e pesquisas científicas Álcool e Saúde de 2014 e de 2018, com indicadores
são necessários para que o Brasil reduza o uso nocivo referentes aos anos de 2010 e 2016, respectivamente, nota-
de álcool. se que o índice de transtornos relacionados ao uso de álcool
(abuso ou dependência) também diminuiu, de 5,6% para
O consumo médio diário entre bebedores no Brasil é de 4,2%, atingindo o menor valor em 14 anos.
3 doses, 27% maior do que na região das Américas e no
mundo (2,3 doses por dia). O contraponto aqui é o BPE, que consiste no consumo de
grandes quantidades de álcool em um curto espaço de
Na contramão da redução global, o Beber Pesado tempo, e é um dos indicadores do uso nocivo. Na contramão
Episódico (BPE) aumentou de 12,7% em 2010 para 19,4% mundial de redução do BPE, 19,4% dos brasileiros relataram
em 2016 na população brasileira, especialmente entre episódios de BPE em 2016, contra os 12,7% em 2010. E,
mulheres. ainda, os principais responsáveis por esse aumento podem
ter sido as mulheres e os adolescentes, o que faz a situação
A relação de estudantes brasileiros de 13 a 15 anos com ser ainda mais preocupante. Isso porque, biologicamente, o
o álcool é motivo de preocupação, especialmente entre organismo feminino é mais suscetível aos efeitos do álcool,
as meninas. Idade de experimentação é de 12,5 anos, e o cérebro dos adolescentes ainda não está completamente
apesar de lei que criminaliza a oferta de bebidas desenvolvido, e pode sofrer prejuízos irreversíveis.
alcoólicas para menores de 18 anos.
Apesar da Lei no 13.106/2015, que criminaliza a venda e
Internações e óbitos relacionados ao álcool aumentaram oferta, ainda que gratuita, de bebida alcoólica para crianças
respectivamente 6,9% e 6,7%, na população de idosos, e adolescentes, o consumo nessa população ainda existe.
entre 2010 e 2016. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015
apontam um cenário brasileiro preocupante e inaceitável: o
uso precoce de bebidas alcoólicas entre estudantes do 9º
O uso nocivo de álcool é um importante fator de risco para ano do ensino fundamental, com idades entre 13 e 15 anos,
mortes prematuras e incapacitação no mundo, aumentou de 50,3% para 55,5% em 3 anos, sendo a idade
especialmente em indivíduos entre 15 a 49 anos. Está média de experimentação de 12,5 anos. Destaca-se maior
associado a cerca de 5% de todas as mortes no mundo e a prevalência de consumo e experimentação entre as meninas
200 tipos de doenças e lesões. Além do consumo per capita, quando comparadas aos meninos, respectivamente, 56,1%
engloba: padrão e contexto de uso, consumo precoce e versus 54,8% para a experimentação e 25,1% versus 22,5%
direção de veículos sob a influência do álcool. A meta global para o consumo atual. Essa tendência à equiparação entre os
proposta pela OMS é reduzir 10% o uso nocivo de álcool até sexos pode representar prejuízos futuros muito maiores para
2025, aderida por seus estados membros, como o Brasil. as meninas do que para os meninos.
SUMÁRIO EXECUTIVO 11
Sobre o comportamento de beber e dirigir, estima-se que a preocupante cenário o envelhecimento da população
Lei Seca tenha evitado cerca de 41 mil mortes, desde o ano brasileira, que potencializa a importância de prevenir e
de sua implementação, 2008, até o final de 2017. Ainda, diminuir tal impacto do álcool à saúde.
dados do Ministério da Saúde indicam redução de 27,4% do
número de mortes por acidentes de trânsito nas capitais As internações totalmente atribuíveis ao álcool diminuíram
brasileiras entre 2010 e 2016, o que poderia estar relacionado em 26,20% entre 2010 e 2016, acompanhando a redução de
à Lei Seca e outras ações, como o Programa Vida no Trânsito. 27,65% do total de leitos psiquiátricos no mesmo período. No
No entanto, parte da população ainda relata dirigir depois de entanto, os custos com as internações totalmente atribuíveis
beber, e os motoristas utilizam aplicativos para driblar as ao álcool aumentaram o equivalente a R$ 4,6 milhões (4,3%).
blitze. Apesar da implementação da Lei Seca e de seu São necessários estudos que explorem o impacto econômico
fortalecimento, ainda é preciso intensificar a fiscalização, do uso nocivo de álcool ao sistema de saúde e à sociedade.
aplicar as devidas punições, e desenvolver iniciativas para a
conscientização da população, e esse deve ser um Em conjunto, esses resultados enaltecem os avanços do
compromisso contínuo de toda a sociedade. Brasil nos últimos anos, mas também evidenciam a
necessidade de políticas públicas mais fortes para prevenir e
No período de 2010 a 2016, houve aumento na proporção de postergar o consumo de álcool por jovens, além de medidas
internações e óbitos atribuíveis ao álcool entre pessoas com para diminuir o BPE, principalmente para populações
55 anos ou mais – ao contrário das demais faixas etárias. Os vulneráveis como jovens e mulheres. Em paralelo, há um
idosos são, em geral, mais suscetíveis aos efeitos do álcool e caminho a ser percorrido junto aos idosos, que merecem
requerem atenção e medidas específicas. Adiciona-se a este atenção e cuidados especiais.
PRINCIPAIS CONCEITOS
Uso nocivo de álcool: quando há consequências sociais e de saúde – tanto para o consumidor como para
as pessoas próximas a ele e para a sociedade em geral – ou quando o padrão de uso está associado a maior
risco de danos à saúde.
Dose padrão no Brasil: equivale a cerca de 14 g de álcool puro, o correspondente a 350 mL de cerveja (5%
de álcool), 150 mL de vinho (12% de álcool) ou 45 mL de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com
40% de álcool).
Consumo moderado: homens não devem beber mais que 4 doses em único dia, se limitando ao máximo de
14 doses por semana. Mulheres e idosos devem se limitar a 3 doses em um único dia, sem ultrapassar 7
doses por semana.
Beber Pesado Episódico (BPE): é definido pela OMS como o consumo de 60 g ou mais de álcool puro (cerca
de 4 doses ou mais no Brasil) em pelo menos uma ocasião, no último mês. É comum referir-se ao BPE como
binge drinking, expressão que se tornou mais popular. Esse padrão de consumo está relacionado a maior risco
de prejuízos imediatos; se frequente, pode aumentar o impacto negativo do álcool nos órgãos e sistemas.
“Álcool zero”: situações em que nenhuma quantidade de álcool deve ser consumida. Por exemplo: menores
de 18 anos, grávidas, pessoas com condições de saúde que podem ser prejudicadas pelo álcool ou que não
consigam controlar seu consumo, ao usar determinados medicamentos e ao dirigir veículos automotores.
Alcoolismo ou dependência de álcool: doença crônica e multifatorial, é um dos transtornos mentais mais
comuns relacionados ao consumo de álcool. É definida pela CID-10, da OMS, como um conjunto de fenômenos
comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de álcool.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
SUMÁRIO EXECUTIVO 13
3. METODOLOGIA
Datasus
Departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil. Subordinado
ao Ministério da Saúde (MS), cabe ao Datasus coletar, processar e disseminar informações
sobre o tema. Dessa forma, ele administra, por exemplo, indicadores de saúde, informações
epidemiológicas e de morbidade, ou sobre a rede de assistência à saúde.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
METODOLOGIA 15
4. ÁLCOOL E SAÚDE
O uso do álcool faz parte de muitas práticas culturais, religiosas e sociais e, frequentemente,
está associado à sensação de prazer e relaxamento. No entanto, segundo a OMS, passa a
ser nocivo quando há consequências sociais e para a saúde – tanto para o consumidor
quanto às pessoas próximas a ele e para a sociedade em geral – ou quando o padrão de
consumo está associado a maior risco de danos à saúde (OMS, 2010a).
Este uso nocivo é relevante em diferentes aspectos: individual, familiar, social e econômico.
É associado a diversos tipos de doenças e lesões, como acidentes de trânsito, violência e
sexo desprotegido, e os próprios transtornos relacionados ao uso de álcool (abuso e
dependência). Isso gera enorme pressão sobre o sistema de saúde e, em paralelo, familiares
são atingidos pela ausência afetiva do bebedor, desgaste do relacionamento interpessoal e
violência física e sexual. Ainda, empresas e instituições sociais sofrem com perda da
produtividade, faltas, afastamentos e acidentes no ambiente de trabalho, além de eventuais
custos de processos judiciais.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Fatores individuais: sexo, idade, herança genética, massa A esses aspectos soma-se, ainda, a qualidade da bebida, o
corporal, altura e condição de saúde. contexto e as motivações do consumo. Embora não exista um
Fatores ambientais: desenvolvimento econômico, cultura, fator de risco único que seja determinante, quanto mais
disponibilidade de álcool e abrangência e níveis de vulnerabilidades uma pessoa tiver, maior a probabilidade de
implementação e aplicação de políticas sobre o álcool. desenvolver problemas relacionados ao álcool.
FATORES DE FATORES DE
VULNERABILIDADE CONSUMO VULNERABILIDADE
SOCIAL DE ÁLCOOL A INDIVIDUAL
Volume Padrões
Nível de
desenvolvimento Idade
do contextoB
Fonte: Adaptado das obras de Rehm et al., 2010 e De Blas et al., 2010.
Para a OMS, ações de prevenção e promoção de saúde devem para Reduzir o Uso Nocivo de Álcool (OMS, 2010a), visando
ser priorizadas na redução do uso nocivo do álcool. Dessa forma, alcançar a meta estipulada de redução relativa de 10% no
a organização enfatiza a necessidade de os países concentrarem consumo nocivo mundial até 2025. Mais detalhes sobre este
mais esforços nas áreas-alvo recomendadas na Estratégia Global importante desafio são explorados no item 5.2 desta publicação.
ÁLCOOL E SAÚDE 17
ABSORÇÃO DO ÁLCOOL PELO ORGANISMO
Ao ser ingerido, o etanol – ou álcool etílico – é absorvido o fígado, que fica sujeito a concentrações maiores, já que recebe
inicialmente pelo estômago e depois pelo intestino. Por o etanol absorvido pelo estômago e pelo intestino. É o principal
ser uma molécula pequena, solúvel em água, logo chega à órgão de metabolização dessa substância no organismo (mais de
corrente sanguínea, de onde é distribuído para a maioria dos 90%), o que o torna mais suscetível a danos. Apenas 5% do álcool
órgãos e sistemas. Coração, cérebro e músculos estão sujeitos consumido deixa o organismo diretamente, sem ser metabolizado,
às mesmas concentrações de álcool do sangue. A exceção é pela urina, respiração e suor (NIAAA, 2007).
1 ABSORÇÃO
Assim que ingerido, o álcool inicia seu trajeto
Cerca de 75% do
álcool é absorvido pelo
dentro do organismo. Desde a ingestão intestino delgado.
até sua completa absorção, estima-se em
média 1 hora. O tempo e absorção do álcool
dependerão de uma série de fatores, entre O restante é absorvido pela
eles, a presença de comida no estômago, o mucosa da boca, esôfago,
tipo de alimento ingerido antes de beber e a estômago e intestino grosso.
velocidade com que a pessoa o consumiu.
Cérebro
2 DISTRIBUIÇÃO
O álcool é transportado pelo sangue para todos os
tecidos que contêm água. As maiores concentrações Coração
de álcool encontram-se no cérebro, no fígado, no
coração, nos rins e nos músculos. Fígado
Músculos Rins
3 METABOLISMO
Cerca de 90 a 95% do álcool ingerido é metabolizado
4 ELIMINAÇÃO
O álcool, em sua maioria, é eliminado pela urina, porém cerca de 5%
no fígado por enzimas específicas. Elas quebram o é eliminado por meio da respiração, transpiração e salivação. Além
álcool em acetaldeído, que depois é transformado em do mais, o álcool tem a capacidade de inibir a liberação do hormônio
ácido acético. responsável pelo controle da reabsorção de água (ADH, hormônio
antidiurético ou vasopressina), provocando o aumento da produção
de urina.
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
RELAÇÃO DOSE-EFEITO
O álcool tem ação depressora no Sistema Nervoso Central. anteriormente, outras variáveis que afetam os sintomas
Embora desperte a sensação de euforia e desinibição provocados pela substância incluem: idade, estrutura física
em pequenas quantidades, o aumento da concentração (massa corporal e altura), vulnerabilidade genética, estado
de álcool no sangue acentua efeitos como falta de de saúde, padrão de consumo (quantidade, frequência
coordenação motora, sono, dificuldade de concentração, e velocidade), a qualidade da bebida, o contexto e as
perda de equilíbrio e lapsos de memória. motivações do consumo. Outro fator interessante e que
deve ser um ponto de atenção é o próprio hábito de beber:
Apesar de existir um consenso sobre as causas e os quem o faz com frequência, por exemplo, provavelmente
efeitos do álcool, diversos fatores influenciam a relação terá menor sensibilidade à substância do que aqueles que
dose-efeito. Além do sexo biológico, como destacado não possuem o mesmo hábito.
ÁLCOOL E SAÚDE 19
O QUE É UMA DOSE PADRÃO
Dose padrão é a unidade de medida que define a quantidade entre os países, variando de 8 g (Reino Unido) a 20 g (Japão)
de etanol puro contido nas bebidas alcoólicas. Uma dose de álcool puro (OMS, 2010b).
padrão equivale, em geral, à mesma quantidade de álcool, e
corresponde a volumes maiores ou menores, dependendo do Atualmente, não há uma definição oficial para dose padrão no
teor alcoólico das bebidas. Brasil. Apesar de, geralmente, seguirmos as recomendações
da OMS, a partir de referências científicas disponíveis e
Não há consenso internacional sobre a dimensão exata consultas a sites especializados em diferentes tipos de
de uma dose de bebida alcóolica. A OMS, por exemplo, bebidas, o CISA considera que os volumes e teores alcoólicos
estabelece que uma dose padrão contém, aproximadamente, mais praticados no Brasil como sendo 1 dose de bebida
10 g de álcool puro, mas reconhece que essa definição difere correspondem a 14 g de álcool puro.
= =
350 mL de cerveja/ 150 mL de vinho 45 mL de destilado (vodca,
chope cerca de 5% cerca de 12% uísque, cachaça, gin, tequila,
de álcool de álcool rum) cerca de 40% de álcool
Cada tipo de bebida representada acima equivale a 1 dose padrão de álcool, definida como aproximadamente 14 g de
álcool puro. A porcentagem de álcool ainda pode variar dentro do mesmo tipo de bebida (por exemplo, há cervejas com
teor alcoólico de 3,5% e outras com 6%, mas a maioria tem cerca de 5%).
RELAÇÃO DOSE-EFEITO
DEPOIS...
• Fala pastosa
• Perda de coordenação motora
A PARTIR DA 3ª DOSE • Perda da consciência
• Euforia
• Baixa resposta a estímulos
1 A 2 DOSES • Inadequação de comportamento
• Desinibição
• Ligeira sensação de bem-estar
• Relaxamento
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ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Conhecer e entender padrões de consumo de álcool são um ou vulnerabilidade genética para dependência do álcool e,
passo importante para prever as consequências de seu uso e portanto, devem ter cuidado com o consumo dessa substância
para criar medidas que contribuam para mudar hábitos nocivos. em qualquer quantidade ou frequência - ainda que hajam
A progressão do uso para o padrão de dependência é sutil e estudos que mostrem potenciais benefícios do consumo leve a
decorre não somente da quantidade consumida, mas também moderado para diminuição de risco de algumas doenças
da frequência, circunstâncias deste consumo e consequências cardiovasculares e diabetes do tipo 2.
para a saúde.
Já o NIAAA (ARCR EDITORIAL STAFF, 2018) reconhece as
Assim como no conceito de dose padrão, existem variações diferenças entre os sexos em suas recomendações e orienta aos
nas definições de padrões de consumo elaboradas por homens que não bebam mais que 4 doses em único dia, se
diferentes instituições. Seja qual for a fonte, a elaboração limitando ao máximo de 14 por semana. Mulheres e idosos
desses padrões é orientada por aspectos médicos e (acima de 65 anos), por sua vez, devem se limitar a 3 doses em
psicossociais, visando sempre auxiliar as pessoas na um único dia, sem ultrapassar 7 doses por semana.
compreensão do tema, considerando os potenciais efeitos
nocivos, para o indivíduo e para a sociedade. O Beber Pesado Episódico (BPE) é definido pela OMS como o
consumo de 60 g ou mais de álcool puro (cerca de 4 doses ou
De acordo com a OMS (2010b), se uma pessoa bebe, corre mais no Brasil) em pelo menos uma ocasião, no último mês.
riscos de saúde e outros problemas, especialmente se Esse comportamento está relacionado a maior risco de
consome mais de 20 g de álcool puro por dia ou se não deixar prejuízos imediatos, como amnésia alcoólica, quedas,
de beber pelo menos dois dias na semana. Ainda segundo a envolvimento em brigas, acidentes de trânsito, sexo
instituição, não existe um nível seguro para o uso de bebidas desprotegido e intoxicação alcoólica. Se frequente, o BPE pode
alcoólicas, visto que mesmo pequenas doses ainda podem aumentar o impacto negativo do álcool em diversos órgãos e
estar associadas a riscos significativos. É o caso de pessoas sistemas, especialmente: trato gastrointestinal, fígado,
com maior predisposição para desenvolver doenças hepáticas pâncreas, sistema nervoso e sistema cardiovascular.
ÁLCOOL E SAÚDE 21
USO NOCIVO DE ÁLCOOL
A OMS ESTABELECE COMO USO NOCIVO DE ÁLCOOL A OCORRÊNCIA DE CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E DE
SAÚDE – TANTO PARA O CONSUMIDOR QUANTO ÀS PESSOAS PRÓXIMAS A ELE E PARA A SOCIEDADE EM
GERAL – OU QUANDO O PADRÃO DE CONSUMO ESTÁ ASSOCIADO A MAIOR RISCO DE DANOS À SAÚDE.
ÁLCOOL ZERO
22
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Se, por um lado, estudos têm explorado esses potenciais efeitos mundo, segundo dados do Global Burden of Disease (GBD).
benéficos (alguns deles controversos), por outro lado, está bem Indivíduos com 15 a 49 anos foram os mais expostos, sendo
consolidado que o consumo nocivo é fortemente associado a atribuídos a eles 3,8% e 12,2% dos óbitos entre mulheres e
malefícios para a saúde como um todo: 3 milhões de mortes no homens, respectivamente. Esses dados foram revelados em
mundo (o equivalente a 5,3% dos óbitos globais) e 200 tipos de artigo, recentemente divulgado na Lancet, uma das mais
doenças, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer, renomadas revistas científicas sobre medicina. De acordo com
doenças cardiovasculares e alcoolismo, e lesões que resultam a publicação, a carga total de prejuízos à saúde atribuíveis ao
de violência e de acidentes de trânsito (OMS, 2018a). uso da substância aumenta com a progressão da quantidade de
álcool consumida, sendo que a partir de 10 g de álcool por dia
O uso de álcool se destacou, em 2016, como o sétimo principal já aumentaria o risco relativo de danos à saúde (GBD 2016
fator de risco para mortes prematuras e incapacitação no ALCOHOL COLLABORATORS, 2018).
UM ESTUDO EM PAÍSES DA AMÉRICA LATINA INDICOU QUE 1 A CADA 6 VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
ATENDIDOS EM SALAS DE EMERGÊNCIA REPORTARAM O USO DE ÁLCOOL NAS 6 HORAS ANTERIORES À
OCORRÊNCIA, E QUE A CADA 12,8 G DE ÁLCOOL CONSUMIDOS (QUASE 1 DOSE), O RISCO DE ACIDENTE AUMENTA
EM 13% (BORGES ET AL., 2017). NOTA-SE , PORTANTO, QUE AINDA É PRECISO REFORÇAR QUE NÃO EXISTE DOSE
SEGURA PARA O USO DE ÁLCOOL E DIREÇÃO (MAIS INFORMAÇÕES NO ITEM 6.5 DESTA PUBLICAÇÃO).
ÁLCOOL E SAÚDE 23
De modo geral, o consumo nocivo de álcool pode trazer sérios problemas ao organismo e prejudicar órgãos, como o
cérebro e o coração, e sistemas, como o digestivo e o imunológico, além de estar associado a alguns tipos de câncer (como
de orofaringe e de mama).
Os diversos tipos de doenças e lesões associados ao uso nocivo de álcool podem ser separados em três categorias:
condições de saúde totalmente atribuíveis ao uso de álcool: há relação de causalidade direta, como psicose alcoólica,
dependência de álcool, Síndrome Alcoólica Fetal e cirrose hepática alcoólica;
condições crônicas em que o álcool é fator contribuinte: câncer de boca, de orofaringe e de mama, aborto espontâneo;
condições agudas em que o álcool é fator contribuinte: acidentes automobilísticos, quedas, envenenamento,
afogamentos, homicídios e suicídios.
24
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
100% A 48%
dos transtornos
por uso do álcool das cirroses hepáticas
B
B 26%
do câncer de boca
18%
dos suicídios
C 26%
D das pancreatites
18% G
F
D 20%
das violências das tuberculoses
domésticas
A
C E 11%
do câncer colorretal
27% E
das lesões
no trânsito F 5%
do câncer de mama
13% G 7%
da hipertensão
das epilepsias
ÁLCOOL E SAÚDE 25
FRAÇÕES ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL (FAAs) PARA CAUSAS
SELECIONADAS DE MORTE, DOENÇA E LESÃO, EM 2016:
Transtornos por uso de álcool 100
Cirrose hepática 48
Acidentes de trânsito 27
Pancreatite 26
Câncer de laringe 22
Tuberculose 20
Autoagressão 18
Violência interpesssoal 18
Câncer de esôfago 17
Epilepsia 13
Envenenamento 12
Afogamento 12
Quedas 11
Câncer colorretal 11
Câncer de fígado 10
AVC hemorrágico 9
Hipertensão arterial 7
Câncer de mama 5
HIV/AIDS 3
AVC isquêmico -1
Diabetes mellitus -2
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
FAAs (OMS, 2018a)
*DALYs – sigla em inglês de anos de vida ajustados por incapacidade (Disability-Adjusted Life Years), métrica preconizada pela OMS.
26
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Em 20/07/2017
*
ÁLCOOL E SAÚDE 27
5. PANORAMA MUNDO
28
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
BEBIDAS ILEGAIS
DE ACORDO COM A OMS, APROXIMADAMENTE UM QUARTO (25,5%) DO ÁLCOOL CONSUMIDO NO MUNDO É
ILEGAL. NO SUDOESTE DA ÁSIA E NO MEDITERRÂNEO, CHEGA A 50% DO TOTAL. NO BRASIL, ESTIMA-SE QUE
ESSE TIPO DE BEBIDA REPRESENTE 15,5% DO CONSUMO TOTAL, O QUE EQUIVALE A 1,2 L PER CAPITA.
per capita, apesar de ter ampliado entre 2005 e 2010 (de dos fatores que pode contribuir para isso é o aumento da
5,5 L para 6,4 L), este indicador manteve-se estável até conscientização das consequências do consumo de álcool
2016 (6,4 L). No entanto, as tendências e projeções atuais para a saúde. Em paralelo, é observado o declínio do uso de
apontam para um aumento deste consumo nos próximos 10 álcool por jovens em algumas das regiões do mundo com
anos, particularmente nas regiões das Américas, do Sudeste maior consumo de álcool; porém, há tendências contrárias
Asiático e do Pacífico Ocidental (OMS, 2018a). em muitos locais, particularmente na Ásia.
Outro importante indicador, o BPE, padrão de consumo É essencial entender melhor os fatores que influenciam
associado a diversos problemas agudos, como acidentes e esses indicadores para orientar caminhos para mudanças
violência, foi relatado por 18,2% da população geral, em positivas mais amplas. Atualmente, pesquisas colaborativas
termos globais, no ano de 2016. Tal índice já foi mais estão sendo realizadas para identificar fatores que possam
elevado: em 2000, a frequência era de 22,6% (OMS, 2018a). contribuir para esse efeito generalizado (PENNAY et al.,
As maiores reduções de BPE foram observadas nas regiões 2018).
da África, Américas e Europa, alinhado às diminuições de
consumo per capita e de prevalência de bebedores. Independente das causas, o cenário atual constitui uma
oportunidade relevante para políticas de saúde pública e
A amplitude dessas mudanças no consumo per capita e no programas de redução do uso nocivo de álcool. Destaca-se
BPE, segundo a OMS, sugere a interferência de políticas ainda que a maior eficiência na melhoria da saúde pública
públicas que não se restringem a ações específicas a um advém do mútuo apoio das iniciativas políticas e da mudança
grupo e particularidades culturais. Em algumas populações, e conscientização da opinião pública.
observa-se aumento na proporção de ex-bebedores e um
PANORAMA MUNDO 29
TIPOS DE BEBIDAS MAIS CONSUMIDOS
Há uma grande variedade de tipos de bebidas alcoólicas, obtidos por diferentes processos químicos: o vinho e a cerveja, por
exemplo, derivam da fermentação, enquanto que o uísque, gin, vodca e a cachaça, da destilação. Apesar de cada um apresentar um
teor alcoólico diferente, é importante ressaltar que no conceito de dose padrão há a equivalência da quantidade de álcool, conforme
detalhado no item 4.1 desta publicação.
A preferência por determinado tipo de bebida é influenciada por fatores ambientais e culturais, além dos individuais. Em termos
globais, os destilados são os mais consumidos, enquanto nas Américas, incluindo o Brasil, ganha destaque a cerveja (OMS,
2018a). Nota-se ainda que, embora a cerveja seja a mais consumida em termos regionais, há predominância de outras bebidas
em outras localidades: no Caribe, por exemplo, destaca-se o destilado, enquanto na Argentina, Chile e Uruguai, o vinho.
30
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
PANORAMA MUNDO 31
Idosos As estatísticas do GBD 2010 chamam a atenção: o
O envelhecimento pode álcool está entre os dez maiores fatores de risco para a
diminuir a tolerância do corpo carga total de doenças por idade em 2010, sendo o 7º
ao álcool devido a uma série no ranking para indivíduos de 50 a 69 anos e o 10º para
de alterações fisiológicas: indivíduos maiores de 70 anos (MURRAY et al., 2012;
mudanças na capacidade de SHIELD E REHM, 2015). Segundo o Global Health
metabolização hepática e função renal, bem como na Estimates 2016 (OMS, 2018c), entre homens acima de
composição corporal, com maior tendência à 50 anos ocorreram 68.658 mortes por transtornos
desidratação. Assim, a ingestão de álcool em idosos relacionados ao álcool; entre as mulheres na mesma
pode provocar efeitos mais acentuados faixa etária foram 15.568.
comparativamente aos jovens de mesmo sexo e peso.
Apesar da incidência de transtornos relacionados ao
Dentre as consequências do uso nocivo de álcool uso de álcool em idosos ser bastante alta, o diagnóstico
nessa população, destacam-se déficits no é subestimado, e os dados sobre seu impacto são
funcionamento cognitivo e intelectual, prejuízos no escassos. Estima-se que 1 a 3% dos idosos apresentem
comportamento global, aumento do número de a doença, representando uma causa de morbidade
comorbidades e agravos a outros problemas de saúde física e psiquiátrica. Na Europa Oriental, particularmente
comuns à idade. Além disso, o consumo de álcool por na Rússia, o uso nocivo de álcool foi uma das principais
idosos pode expô-los a maior risco de quedas e outras causas de morte em idosos de 55-74 anos. Cerca
lesões, e ainda promover efeitos secundários pela de 50% dos idosos acima de 65 anos, e 25% com mais
interação com medicamentos mais comumente de 85 anos consomem bebidas alcoólicas (CAPUTO
utilizados por essa população. et al., 2012).
Políticas e intervenções públicas: Todos que optem por não beber devem ser apoiados no
•orientadas e formuladas a partir dos interesses da seu comportamento e protegidos das pressões para o
saúde pública, com metas definidas e baseadas nas consumo.
melhores evidências disponíveis;
•voltadas a prevenir e reduzir os malefícios do álcool,
abrangendo todos os tipos de bebidas alcoólicas; A OMS destaca que, embora mudanças positivas tenham
•equitativas e sensíveis aos contextos nacionais, sido observadas em diversos indicadores relacionados ao
religiosos e culturais; uso nocivo de álcool em 2016, em comparação a 2010,
•que protejam populações de alto risco e expostas aos reforça a necessidade de acelerar tendências positivas
efeitos nocivos do consumo de álcool; referentes ao BPE, indicador que deve ser mantido sob
vigilância e monitoração, com esforços para reduzi-lo,
Todas as partes envolvidas têm a responsabilidade de especialmente entre os jovens (OMS, 2018d).
agir de forma a não prejudicar a adoção de políticas
públicas e intervenções de prevenção e redução do uso
nocivo de álcool;
32
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
O ÁLCOOL É UMA QUESTÃO QUE PERMEIA TAIS OBJETIVOS. ESTÁ ESPECIFICAMENTE ABORDADO NA META 3.5, QUE VISA
“FORTALECER A PREVENÇÃO E O TRATAMENTO DO ABUSO DE SUBSTÂNCIAS, INCLUINDO ABUSO DE DROGAS E USO
PREJUDICIAL DE ÁLCOOL”. A SUBSTÂNCIA TAMBÉM ESTÁ CONTEMPLADA EM OUTROS OBJETIVOS DE SAÚDE DOS ODS,
INCLUINDO: REDUÇÃO DE MORTES PREMATURAS POR DCNTs EM UM TERÇO ATÉ 2030 (3.4); MORTALIDADE RELACIONADA
AO TRÂNSITO (3.6); E TUBERCULOSE (3.2). ALÉM DISSO, ABORDAR OS DANOS RELACIONADOS AO ÁLCOOL BENEFICIARIA
POSITIVAMENTE OUTRAS METAS, COMO A REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES.
PANORAMA MUNDO 33
6. PANORAMA BRASIL
Quando os dados são analisados apenas entre os brasileiros que bebem (15+ anos), a
média de consumo diário em 2016 foi de 41,7 g de álcool puro, o equivalente a cerca de
3 doses por dia. Essa estimativa é aproximadamente 27% maior do que a observada entre
os bebedores da região das Américas e da média mundial, ambas de 32,8 g por dia
(cerca de 2,3 doses por dia) (OMS, 2018a).
Diferente do perfil mundial, que aponta os destilados como o tipo de bebida alcoólica
mais consumido (44,8%), seguido da cerveja (34,3%) e do vinho (11,7%), no Brasil, a
cerveja responde por 61,8% do consumo, seguida pelos destilados (34,3%) e vinho (3,4%).
Este perfil é semelhante ao da Região das Américas: cerveja (53,8%), destilados (31,7%)
e vinho (13,5%).
Com relação ao álcool ilegal, aproximadamente 25% do álcool puro consumido no mundo
não é registrado. Em alguns países, essa taxa chega a 50% (Sudoeste da Ásia e Região
do Mediterrâneo, por exemplo). No Brasil, a proporção estimada é de 15,5% (1,2 L do
consumo per capita de álcool puro).
34
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
ocorrência de brigas, violência, acidentes, tentativas de 25,7% no Distrito Federal. As maiores frequências, entre
suicídio, sexo desprotegido, gravidez indesejada e intoxicação homens, foram observadas no Distrito Federal, Cuiabá e
alcoólica, é um problema de saúde pública. A OMS mostrou Palmas e, entre as mulheres, em Belo Horizonte, no Distrito
que, enquanto houve diminuição da frequência de BPE em Federal e em Salvador. As menores frequências do consumo
adultos (15+ anos), no mundo, de 20,5% em 2010 para 18,2% abusivo de bebidas alcoólicas pelo sexo masculino ocorreram
em 2016, no Brasil houve aumento, de 12,7% em 2010 (20,7% em Manaus, Rio Branco e Porto Alegre e, pelo sexo feminino,
homens; 5,2% mulheres) para 19,4% em 2016 (32,6% homens; em Porto Alegre, Manaus e Rio Branco e Macapá.
6,9% mulheres) (OMS, 2014; 2018a).
Esse retrato difere do observado no Vigitel 2010, conforme
O Vigitel 2017 apontou que a frequência de consumo abusivo* apresentado na tabela comparativa a seguir, com variações
de bebidas alcoólicas no Brasil variou de 13,7% em Manaus a diferenciadas para cada capital avaliada.
CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL* (EM %) NAS CAPITAIS E NO DF, POR SEXO, EM 2010 E 2017 (Vigitel).
2010 2017
Capitais/DF 2010 Sexo 2017 Sexo
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
Aracajú 23,3 34,2 14,3 21,3 31,2 13,2
Belém 20,8 32,4 10,8 18,4 26,8 11,4
Belo Horizonte 20,6 29,6 13,0 20,8 26,0 16,5
Boa Vista 19,0 26,7 11,4 17,4 24,0 11,1
Campo Grande 17,6 24,7 11,1 19,4 29,9 10,0
Cuiabá 20,1 31,0 10,1 24,8 36,2 14,3
Curitiba 13,3 22,0 5,7 19,1 28,4 11,1
Florianópolis 20,3 29,2 12,3 22,2 32,9 12,5
Fortaleza 16,7 26,7 8,5 17,1 25,7 9,9
Goiânia 17,3 26,8 9,0 21,8 32,0 12,9
João Pessoa 17,9 25,3 11,8 18,6 29,3 9,7
Macapá 16,9 27,2 7,2 15,9 23,7 8,6
Maceió 19,6 31,4 9,7 18,2 29,2 9,2
Manaus 18,2 31,8 5,6 13,7 19,9 8,0
Natal 20,8 37,1 7,4 18,0 28,5 9,1
Palmas 19,7 28,9 10,4 22,0 33,2 11,8
Porto Alegre 16,4 24,8 9,5 14,5 23,2 7,3
Porto Velho 19,1 27,1 11,4 19,2 27,2 10,6
Recife 25,2 36,7 15,9 19,7 29,1 12,1
Rio Branco 15,3 22,4 8,7 14,9 21,8 8,6
Rio de Janeiro 18,6 25,3 13,1 19,3 26,6 13,2
Salvador 24,0 32,0 17,3 22,3 30,6 15,5
São Luís 22,2 34,5 12,0 20,0 31,2 10,8
São Paulo 14,2 21,4 7,9 17,4 23,6 12,1
Teresina 20,4 30,8 11,8 18,0 27,9 9,8
Vitória 20,7 28,0 14,5 19,7 27,1 13,4
Distrito Federal 18,1 25,6 11,6 25,7 36,4 16,3
*Definido pelo estudo como o consumo de 4 ou mais doses para mulheres e 5 ou mais doses para homens, em uma única ocasião, no último mês. Corresponde ao BPE.
PANORAMA BRASIL 35
No conjunto das 27 cidades, em 2017, a frequência do frequência do consumo abusivo foi maior entre os jovens,
consumo abusivo de álcool no último mês foi de 19,1%, alcançando mais de 30% dos homens e mais de 10% das
sendo maior para homens (27,1%) do que para mulheres mulheres entre 18 e 44 anos de idade. A partir dos 45
(12,2%). Essa frequência tendeu a diminuir com a idade, a anos de idade, o consumo abusivo declinou
partir dos 35 anos, e a aumentar com a escolaridade. A progressivamente até chegar a 9% entre os homens e 1,8%
frequência apurada em 2017 é maior do que a verificada entre as mulheres na faixa etária de 65 anos ou mais. Para
em 2010, de 18% - entre homens era de 26,8%, e entre ambos os sexos, a frequência do consumo abusivo
mulheres de 10,6%. Independentemente do sexo, a aumentou com a escolaridade do indivíduo.
CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL NO ÚLTIMO MÊS (EM %), NO CONJUNTO DA POPULAÇÃO ADULTA
DAS CAPITAIS E DO DF, POR SEXO, IDADE E ESCOLARIDADE, EM 2010 E 2017 (Vigitel).
Idade 2010
2010 2017
2017
Sexo Sexo
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
18 a 24 20,3 26,3 14,6 23,8 28,0 18,7
25 a 34 23,2 34,0 13,5 27,7 36,5 19,2
35 a 44 19,5 30,0 10,4 22,2 33,4 13,4
45 a 54 16,1 23,6 9,8 15,8 24,0 9,4
55 a 64 10,4 17,8 4,6 10,3 15,8 6,2
65 ou mais 4,5 9,0 1,8 3,0 5,6 1,4
Anos de escolaridade
0a8 16,0 24,5 8,7 13,8 21,7 7,1
9 a 11 19,2 28,2 12,0 20,2 28,4 12,7
12 ou mais 22,3 31,5 14,0 22,8 30,7 16,5
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013), realizada pelo MS em parceria com o IBGE, a prevalência do consumo
atual de álcool (no último mês) foi de 26,5%, sendo 14,4% entre mulheres e 38,1% entre homens. Entre os bebedores, 51,5%
relataram BPE, sendo 43,4% entre as mulheres e 55,0% entre os homens, indicando convergência do BPE entre os sexos,
embora os homens, no geral, bebam mais que as mulheres (MACHADO et al., 2017). Dentre os que relataram BPE, 43%
declararam 4 ou mais episódios no último mês, com maior prevalência em indivíduos de 55 a 64 anos (MACINKO et al., 2015).
Outra pesquisa, com dados das duas edições do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD I e II), também é consistente
com este cenário: houve aumento da prevalência de BPE no último ano entre as mulheres bebedoras, passando de 35,1% em
2006 para 47,1% em 2012, com incremento significativo entre aquelas com 40-59 anos de idade (de 26,8% para 50,5%, no
mesmo período). Quase metade das mulheres que reportaram BPE também relataram ter relações sexuais desprotegidas;
entre as mulheres jovens (com 20 anos ou menos) que reportaram BPE, mais de 1 em cada 10 ficou ou estava grávida, e a
chance de ter um aborto foi 2 vezes maior do que entre aquelas que não relataram BPE (MASSARO et al., 2018).
Em conjunto, essas evidências reforçam que uma intervenção imediata é necessária para a diminuição da prática do BPE. Para
tanto, a implementação de políticas públicas em diferentes dimensões é necessária. Leis que proíbam a venda de bebidas
alcoólicas a pessoas que já estejam alcoolizadas e outras medidas que regulam a disponibilidade do álcool são ações que se
mostraram eficazes em outros países para reduzir os prejuízos associados ao abuso de álcool (SANCHEZ, 2017).
36
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
PANORAMA BRASIL 37
6.3 CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS POR JOVENS
No Brasil, estimativas apontam que 26,8% dos jovens com que 21,4% dos escolares já sofreram algum episódio de
idades entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool no embriaguez na vida. Quando comparados com o levantamento
último ano, semelhante ao índice mundial de 26,5% (OMS, anterior, de 2012, observa-se que essa experimentação
2018a). Dados da última edição da Pesquisa Nacional de precoce de bebidas alcoólicas aumentou (de 50,3% para
Saúde do Escolar (PeNSE), de 2015, mostraram que a idade 55,5%) e o relato de episódio de embriaguez manteve-se
média do primeiro episódio de consumo de álcool é de 12,5 estável (21,8%).
anos (MALTA et al., 2018). Outras pesquisas nacionais ainda O levantamento de 2015 tambem avaliou o consumo atual,
apontam que 32% dos estudantes brasileiros com idades entre feito no mês anterior à pesquisa. Sob esse ângulo, 23,8% dos
14 e 18 anos relataram o BPE no último ano (SANCHEZ et al., escolares afirmam ter bebido no período – índice menor que
2013) e 8,9% dos estudantes entre 10 e 18 anos relataram os 26,1% verificados em 2012. As meninas se destacam, com
consumo pesado no último mês (GALDURÓZ et al., 2010). 25,1%, e, os meninos, com 22,5%. Em 2012, eram 26,9% e
25,2%, respectivamente. Os números são maiores entre os
Um estudo realizado com estudantes do 7º e 8º anos de estudantes de escolas públicas, 24,3%, contra 21,2% nas
escolas públicas brasileiras mostrou que 16,5% dos estudantes escolas privadas.
relataram pelo menos um episódio de BPE* no último ano e
2,2% relataram consumo frequente/pesado no último mês. O
mesmo estudo avaliou os fatores associados ao binge drinking, • REGIÃO SUL CONCENTRA O MAIOR PERCENTUAL
e verificou que entre eles estão o tabagismo, uso de maconha, (32,3%), E AS REGIÕES NORTE (19,0%) E NORDESTE
uso de drogas inalantes, exposição a familiares alcoolizados, (20,6%), OS MENORES PERCENTUAIS
prática de bullying, agressão verbal e notas escolares • PORTO ALEGRE (40,7%), FLORIANÓPOLIS (30,3%),
intermediárias/baixas. Os fatores associados ao consumo CAMPO GRANDE (28,9%), RIO DE JANEIRO (27,5%) E
frequente/pesado foram tabagismo, uso de maconha e CURITIBA (27,4%) SÃO AS CAPITAIS QUE SE DESTACAM
agressão física (CONEGUNDES et al., 2018). FONTE: PeNSE 2015
Crianças e adolescentes não devem consumir bebidas alcoólicas, pois seu Sistema Nervoso Central ainda está em
desenvolvimento. Tal comportamento pode prejudicar funções cognitivas e habilidades socioemocionais, além de
expô-los a maiores riscos de se envolverem em brigas, acidentes e sexo desprotegido e outras consequências
negativas relacionadas ao uso de álcool nessa fase da vida. Alerta-se, ainda, que quanto mais precoce é a
experimentação, maior a probabilidade de desenvolver dependência no futuro (IRONS et al., 2015; NIAAA, 2017).
*Neste estudo foram adotadas as seguintes definições: binge drinking como o consumo de 5 ou mais doses de álcool em uma única ocasião; consumo frequente/pesado
como a ingestão de álcool em 6 ou mais dias.
38
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
dando dinheiro
a alguém que
comprou
em casa sem com um
permissão vendedor
de rua
1,6%
outro modo 3,8%
3,8%
5,4%
9,4%
com alguém
da família 43,8%
14,4%
17,8%) festas
comprando no
mercado, loja, bar
ou supermercado
com amigos Fonte: PeNSE 2015
PANORAMA BRASIL 39
40
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
6.3.3 UNIVERSITÁRIOS
No Brasil, cerca de 18% dos jovens entre 18 e 24 anos anterior à entrevista, ou seja, um em cada quatro estudantes
frequentam o ensino superior e, somente em 2016, seguindo está frequentemente exposto a comportamentos de risco,
uma tendência de crescimento, cerca de 8 milhões de como acidentes de trânsito, atos violentos, sexo desprotegido,
pessoas se matricularam na educação superior (INEP, 2016). entre outros (ANDRADE et al., 2010).
Referente ao consumo de álcool nessa população específica,
sabe-se que o contexto universitário está relacionado ao Em análise sobre o consumo de bebidas alcoólicas por
aumento do uso nocivo dessa substância. Por exemplo, cerca estudantes brasileiros da área da saúde, Rabelo et al. (2017)
de 66% dos universitários do Reino Unido relataram consumo encontraram os mesmos padrões observados em
prejudicial de álcool no ano anterior à entrevista (DAVOREN universitários da Europa: uso de álcool focado nas festas da
et al., 2016). Já uma revisão europeia identificou como fatores faculdade, frequentemente no padrão BPE, mais prevalente
de risco para o uso prejudicial de álcool: viver separado da em homens e também relacionado a pessoas que moram
família, com amigos universitários, ou em regiões com muitos sozinhas, sem a família. Um estudo conduzido com mais de
universitários (WICKI et al., 2010). 600 estudantes de Maceió (PEDROSA et al., 2011) apontou
que cerca de 18% dos homens e 6% das mulheres consumiam
O Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e mais de 21 e 14 doses por semana, respectivamente.
Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras
apontou que o álcool é a substância mais utilizada entre os As pesquisas apontam a grande exposição dos universitários
universitários, com quase 90% tendo relatado o consumo na ao álcool, e refletem a demanda por informações acessíveis e
vida. Nota-se que grande parte relatou o consumo no último de qualidade sobre as consequências do uso precoce e
ano (72%) e 60,5% beberam no último mês - o que mostra que nocivo dessa substância. Evidenciam a necessidade de
é um comportamento frequente e repetido entre a maioria programas de prevenção que visem não apenas postergar o
dos universitários. O estudo ainda mostrou que o uso de início do uso, mas também olhar para os jovens que já bebem
álcool entre os universitários se inicia precocemente, com a fim de que seu consumo não evolua para padrões de risco;
54% tendo experimentado antes dos 16 anos. Além disso, e para aqueles que o fazem, oferecer apoio para que não
25% relataram pelo menos uma ocasião de BPE no mês desenvolvam problemas mais graves, como a dependência.
PANORAMA BRASIL 41
6.4.1 INTERNAÇÕES
INTERNAÇÕES: VISÃO GERAL E ATRIBUÍVEL AO ÁLCOOL
Comparou-se inicialmente uma visão geral das internações (por todas as causas) e das internações parcial ou totalmente
atribuíveis ao álcool e totalmente atribuíveis ao álcool. Para melhor contextualização dos dados, observou-se a existência de
leitos hospitalares (psiquiátricos e total), bem como o crescimento populacional entre 2010 e 2017, conforme tabela abaixo.
INTERNAÇÕES Leitos*
Parcial ou
Ano Totalmente Total (por População
totalmente
atribuíveis ao todas as Psiquiátricos Total
atribuíveis ao
álcool causas)
álcool
2010 264.134 89.750 11.348.695 50.296 463.156 194.890.682
VARIAÇÃO
O crescimento da população no Brasil foi de 5,26% no período de 2010 a 2016. No entanto, isso não foi acompanhado por um
aumento de internações gerais (por todas as causas), nem de internações parcial e totalmente atribuíveis ao álcool, que
permaneceram praticamente estáveis no período, com variação de 1,35% e 1,49%, respectivamente.
Ao considerar apenas as internações totalmente atribuíveis ao álcool, nota-se uma redução de 26,20% entre 2010 e 2016. É
necessário contextualizar esses dados com a própria existência de leitos de internação hospitalares, em especial os
psiquiátricos. De acordo com dados do Datasus, apresentados na tabela acima, houve redução de 5,44% no número total de
leitos de internação e de 27,65% dos leitos psiquiátricos no Brasil, entre 2010 e 2016, dentro da previsão de diminuição
progressiva de leitos psiquiátricos segundo a Lei nº 10.216/2001, conhecida como "Reforma Psiquiátrica". Tal diminuição foi
diretamente acompanhada pela redução de internações totalmente atribuíveis ao álcool no mesmo período (26,20%). Assim
sendo, não significa que os problemas relacionados ao uso nocivo de álcool diminuíram e, por isso, houve menos internações,
mas que outros fatores devem ser considerados, como a própria disponibilidade de leitos.
42
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
2,0 80,0
1,0 40,0
0,5 20,0
0 0.0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Quando os dados são expressos por 100.000 habitantes, nota-se redução de 6,5% nas internações parcial ou totalmente
atribuíveis ao álcool entre 2010 e 2016. No entanto, quando a proporção destas internações é avaliada em relação ao total de
internações (por todas as causas), a variação é discreta, de 2,33% em 2010 para 2,37% em 2016.
Masculino
0-17 16.727 16.530 16.439 16.291 16.025 15.591 15.001 14.536
Considerando todas as idades, as internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool entre mulheres aumentaram 10,48% no
período de 2010 a 2016, enquanto entre os homens houve redução de 2,34%. Nas faixas etárias até 34 anos, para ambos os sexos,
houve redução na proporção de internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool; já na faixa de 35-54 anos, tais internações
reduziram 11,58% entre os homens, mas aumentaram 2,60% entre as mulheres. Esses dados ilustram o aumento de consequências
negativas associadas ao álcool entre elas. Outro dado preocupante é o crescente número de internações parcial ou totalmente
atribuíveis ao álcool entre indivíduos com 55 anos ou mais, tanto para homens (22,30%) quanto para as mulheres (25,37%).
PANORAMA BRASIL 43
Internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em relação ao total de
internações por todas as causas (em %), por sexo
A tabela acima mostra a evolução das porcentagens de internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em
relação ao total de internações por todas as causas, por sexo. No período de 2010 a 2016, houve um discreto
aumento entre as mulheres e uma discreta redução entre os homens. A razão deste indicador entre homens e
mulheres mostra que, em 2010, para cada mulher internada devido parcial ou totalmente ao uso de álcool, foram
realizadas quatro internações deste tipo entre homens. Em 2016 essa relação diminuiu para 3,49 e, em 2017, para
3,38, mostrando a tendência de aumento de internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool entre mulheres,
em comparação aos homens.
Em 2016, 37,96% das internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool ocorreram entre pessoas com 55 anos ou mais,
correspondendo a um aumento de 6,9% no período de 2010 a 2016 (aumento de 7,02% no período entre 2010 e 2017). As
demais faixas etárias mostraram tendência à redução. Estes dados reforçam os idosos como importante população
vulnerável às consequências do uso nocivo de álcool e encontram-se melhor discutidos no item 6.4.3.
44
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes, nos
estados brasileiros em 2017
136,0 46,6
Roraima Amapá
127,3
Rio Grande
do Norte
74,6 94,4
43,9
Maranhão 95,1 Paraíba
Amazonas Ceará
65,2
Pará
142,8 102,4
Piauí
Pernambuco
104,6
Acre
100,8 95,2
Rondônia Tocantins 95,1
98,1 Alagoas
127,0 Bahia
Mato Grosso
132,6 75,4
DF Sergipe
137,0
Goiás
149,8
Minas Gerais
112,3 160,3
Mato Grosso 159,8 Espírito Santo
do Sul São Paulo
178,9
Paraná 76,8
Rio de Janeiro
194,1 207,6
Rio Grande Santa Catarina
do Sul
Para avaliar o desempenho de cada estado, os números das internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool foram
normalizados para 100 mil habitantes, conforme mapa acima.
Os estados de SC, RS, PR e ES apresentaram as maiores taxas deste indicador por 100 mil habitantes, e os estados do AM, AP,
PA e MA tiveram as menores taxas. Dados de internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool detalhados de cada região
administrativa e estado encontram-se ao final deste capítulo, no item 6.6.
PANORAMA BRASIL 45
100.000
24,35%
10,53% 8,43% 6,87% 6,57% 4,58% 4,53% 4,45% 4,09% 2,88%
0
Queda Acidente Síndrome Doença Doença Outros Violência Hipertensão Cirrose Intoxicação Total
de trânsito de hepática cardíaca transtornos interpessoal hepática alcoólica aguda Geral
PRINCIPAIS AGRAVOS À SAÚDE RELACIONADOS ÀS INTERNAÇÕES PARCIAL OU
dependência alcoólica isquêmica por uso de álcool e uso nocivo
para saúde
TOTALMENTE ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL
2010
atribuíveis ao álcool (valores absolutos)
Internações parcial ou totalmente
200.000
200.000
100.000
22,56%
100.000 12,75% 8,54% 6,80% 6,74% 5,85% 4,23% 3,98% 3,88% 3,53%
24,58%
0
10,62% 7,97% 6,75% 4,43% 3,91% 2,93% 2,80%
6,51% 4,80% 4,52%
Queda Síndrome Acidente Doença Outros Doença Cirrose Violência Hipertensão Intoxicação Total
0
de de trânsito hepática transtornos cardíaca hepática Interpessoal alcoólica aguda Geral
Queda dependência
Acidente Síndrome alcoólica Doença
Doença isquêmica
por usoHipertensão Violência Outros Cirrose Câncer e uso nocivo
Intoxicação Total
de trânsito de de álcool
cardíaca hepática interpessoal transtornos hepática colorretal para saúde
alcoólica aguda Geral
dependência isquêmica alcoólica por uso e uso nocivo
de álcool para saúde
2016
atribuíveis ao álcool (valores absolutos)
Internações parcial ou totalmente
200.000
100.000
24,35%
10,53% 8,43% 6,87% 6,57% 4,58% 4,53% 4,45% 4,09% 2,88%
0
Queda Acidente Síndrome Doença Doença Outros Violência Hipertensão Cirrose Intoxicação Total
de trânsito de hepática cardíaca transtornos interpessoal hepática alcoólica aguda Geral
dependência alcoólica isquêmica por uso de álcool e uso nocivo
para saúde
2017
atribuíveis ao álcool (valores absolutos)
200.000
200.000
Internações parcial ou totalmente
100.000
100.000 22,56%
24,58%
12,75% 8,54% 6,80% 6,74% 5,85% 4,23% 3,98% 3,88% 3,53%
10,62% 7,97% 6,75% 3,91% 2,93% 2,80%
0 6,51% 4,80% 4,52% 4,43%
0
Queda Síndrome Acidente Doença Outros Doença Cirrose Violência Hipertensão Intoxicação Total
Queda Acidentede Síndrome
de trânsitoDoença
hepática transtornos
Doença cardíaca
Hipertensão OutrosInterpessoal
Violênciahepática Cirrose Câncer alcoólica aguda Geral
Intoxicação Total
de dependência
trânsito de alcoólica
cardíaca hepáticapor uso isquêmica
interpessoal transtornos hepática colorretal alcoólica aguda Geral
e uso nocivo
dependência isquêmica alcoólica de álcool por uso epara
uso saúde
nocivo
de álcool para saúde
Em 2010, 2016 e 2017, a maior parte das internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool foi devida a quedas, acidentes de
trânsito e síndrome de dependência do álcool. Os demais agravos relacionados a internações parcial ou totalmente atribuíveis ao
álcool encontram-se nos gráficos acima.
200.000
46
100.000
24,35%
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
6,90%
2.00M
Internações
-2,32% 0,00%
-2,37% 105,1M 110,4M 104,0M
104,5M 109,1M 109,1M
102,0M
1.00M
(em reais)
0M
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
M: milhões
A análise de custos das internações totalmente atribuíveis ao álcool mostrou um aumento de 4,3% no período de 2010 a 2016,
correspondendo a cerca de 4,6 milhõres de reais. Este dado constrata com a redução de 26,20% na quantidade de internações
totalmente atribuíveis ao álcool, no mesmo período. Diversas hipóteses poderiam explicar essa aparente divergência, desde a
própria complexidade dos casos de transtornos relacionados ao uso de álcool e até mesmo fatores econômicos implicados
nesta relação. Isso ilustra a necessidade de mais estudos que explorem o impacto econômico do uso nocivo de álcool ao
sistema de saúde e à sociedade.
Sabe-se que tal impacto ocorre de forma direta e indireta, desde despesas com hospitais e outros dispositivos do sistema de
saúde, assim como gastos públicos com os sistemas judiciário e previdenciário, devido aos afastamentos do trabalho, perda
de produtividade, absenteísmo e desemprego. Ainda, em todo o mundo, nota-se que as faixas etárias mais jovens (20-49 anos)
são as principais afetadas pelo uso nocivo do álcool, que se traduz com a perda de pessoas economicamente ativas.
PANORAMA BRASIL 47
6.4.2 ÓBITOS
ÓBITOS: VISÃO GERAL E ATRIBUÍVEL AO ÁLCOOL
Comparou-se inicialmente uma visão geral dos óbitos (por todas as causas) e dos óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao
álcool e totalmente atribuíveis ao álcool. O crescimento populacional entre 2010 e 2016 também foi observado para conforme
mostra a tabela abaixo, para melhor contextualização dos dados.
ÓBITOS
VARIAÇÃO
Entre 2010 e 2016, a população brasileira teve um crescimento de 5,26%, enquanto o total de óbitos (por todas as causas)
aumentou 15,20%. Observa-se que os óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool aumentaram 6,83%, crescimento
próximo ao da população. Em paralelo, os óbitos totalmente atribuíveis ao álcool permaneceram estáveis (variação de -0,12%).
48
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
6 5,96% 5,98%
5,95% 5,87% 5,80% 5,66% 5,53%
2 10,0
0 0,0
2010 2011 2012 20132 0142 015 2016
Quando os dados são expressos por 100.000 habitantes, nota-se pequena redução nos óbitos parcial ou totalmente atribuíveis
ao álcool entre 2010 e 2016, de 34,7 para 35,3 óbitos deste tipo por 100 mil habitantes. Quando a proporção desses óbitos é
avaliada em relação ao total de óbitos (por todas as causas), a variação também é discreta, com tendência à redução, de 5,96%
em 2010 para 5,53% em 2016.
Masculino
0-17 839 850 874 847 860 769 760
Considerando todas as idades, os óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool aumentaram 2,8 vezes mais entre mulheres
(13,53%) que entre os homens (4,82%) no período de 2010 a 2016, em concordância com os dados de internações. Nas faixas
etárias até 54 anos, para ambos os sexos, houve redução na proporção de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool. Já
entre indivíduos com 55 anos ou mais, os dados são semelhantes aos de internações: houve aumento de óbitos parcial ou
totalmente atribuíveis ao álcool, para homens (20,27%) e mulheres (19,73%), consolidando-se como um ponto de alerta.
PANORAMA BRASIL 49
Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em relação ao total de óbitos
por todas as causas (em %), por sexo
A tabela acima mostra a evolução das porcentagens de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em
relação ao total de óbitos por todas as causas, por sexo. No período de 2010 a 2016, observa-se estabilidade da
proporção de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool, para ambos os sexos (redução de 0,61% para
homens e de 0,13% entre mulheres). A razão deste indicador entre homens e mulheres mostra que para cada
mulher cuja morte foi parcial ou totalmente decorrente do uso de álcool, houve duas mortes deste tipo entre
homens. Em 2010 essa relação era de 2,02 e foi para 1,92, em 2016, mostrando uma possível tendência de
diminuição dessa diferença entre os sexos.
Idade
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
(anos)
0-17 1,63 1,59 1,65 1,57 1,57 1,42 1,38
18-34 9,76 9,43 9,32 8,75 8,83 8,18 7,69
35-54 32,80 32,29 31,52 31,02 29,97 29,17 28,42
55+ 55,81 56,69 57,51 58,66 59,62 61,23 62,52
Em 2016, 62,52% dos óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool ocorreram entre pessoas com 55 anos
ou mais, correspondendo a um aumento de 6,71% no período de 2010 a 2016, visto que em 2010 a proporção
era de 55,81%. Este resultado acompanha o aumento de 6,9% das internações parcial ou totalmente atribuíveis
ao álcool nesta mesma faixa etária e período e, devido à relevância destes dados, encontra-se melhor discutido
no item 6.4.3.
50
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes, nos
estados brasileiros em 2016
22,4 16,7
Roraima Amapá
36,2
Rio Grande
do Norte
30,1 41,6
20,7
Maranhão 33,2 Paraíba
Amazonas Ceará
21,8
Pará
41,0 42,4
Piauí
Pernambuco
25,0
Acre
27,9 36,6
Rondônia Tocantins 38,5
32,2 Alagoas
31,2 Bahia
Mato Gross o
26,1 39,2
DF Sergipe
37,3
Goiás
36,5
Minas Gerais
44,2
41,1 Espírito Sant o
Mato Gross o 35,2
do Sul São Paulo
41,2
Paraná
36,5
Rio de Janeiro
41,5 33,1
Rio Grande Santa Catarina
do Sul
Para avaliar o desempenho de cada estado, os números dos óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool foram
normalizados para 100 mil habitantes, conforme mapa acima.
Os estados que apresentaram maiores taxas deste indicador foram ES, PE, PB e RS, enquanto os estados com menores taxas
foram AP, AM, PA e RR. Dados de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool detalhados de cada região administrativa
e estado encontram-se ao final deste capítulo, no item 6.6.
PANORAMA BRASIL 51
60.000
40.000
20.000
PRINCIPAIS14,82%
AGRAVOS
11,67%
À SAÚDE
12,33% 11,74% RELACIONADOS
8,54% 10,90% AOS2,80%
4,01% ÓBITOS
2,60% PARCIAL OU
TOTALMENTE
0
10.600
ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL EM 2010, 2015 E 20161.872
8.344 8.820 8.402 6.113 7.801 2.871 2.000 71.522
Doença Síndrome Hipertensão Cirrose Acidente Doença AVC Câncer de Câncer de Total
Hepática de Hepática de Trânsito Cardíaca Hemorrágico Lábio e Esôfago Geral
dependência Cavidade Oral
2010
Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis
100%
60.000
ao álcool (valores absolutos)
100%
40.000
60.000
20.000 Doença
14,56% Síndrome
12,45% Hipertensão Cirrose Acidente Doença AVC Câncer de Total
12,00% 11,22% 10,15% 8,15% 4,20% 3,32% 3,32%
Hepática de Hepática de Trânsito Cardíaca Hemorrágico Lábio e Geral
10.550 dependência
9.025 8.699 8.132 7.356 5.907 3.043 2.405 2.405
Cavidade Oral 72.473
0
Doença Hipertensão Cirrose Síndrome Doença Acidente AVC Queda Câncer de Total
Hepática Hepática de Cardíaca de Trânsito Hemorrágico Lábio e Geral
dependência Cavidade Oral
2015
Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis
100%
60.000
ao álcool (valores absolutos)
40.000
20.000 14,82% 11,67% 12,33% 11,74% 8,54% 10,90% 4,01% 2,80% 2,60%
10.600 8.344 8.820 8.402 6.113 7.801 2.871 2.000 1.872 71.522
0
Doença Síndrome Hipertensão Cirrose Acidente Doença AVC Câncer de Câncer de Total
Hepática de Hepática de Trânsito Cardíaca Hemorrágico Lábio e Esôfago Geral
dependência Cavidade Oral
2016
100%
Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis
60.000 100%
60.000
ao álcool (valores absolutos)
40.000
40.000
20.000 14,88% 12,69% 12,38% 12,03% 9,96% 9,28% 3,82% 2,58%
20.000
0 10.090 8.606 6,288
14,56% 12,45% 12,00% 8.39711,22% 8.155
10,15%
6.753
8,15% 4,20%
2.592
3,32%
1.752
3,32%
67.808
10.550
Doença 9.025
Síndrome 8.699 8.132 Cirrose
Hipertensão 7.356 5.907
Acidente 3.043
Doença 2.405
AVC 2.405
Câncer de 72.473
Total
0 Hepática de Hepática de Trânsito Cardíaca Hemorrágico Geral
Lábio e
Doença Hipertensão Cirrose
dependência Síndrome Doença Acidente AVC Queda Câncer de Oral
Cavidade Total
Hepática Hepática de Cardíaca de Trânsito Hemorrágico Lábio e Geral
dependência Cavidade Oral
100%
Os principais agravos à saúde relacionados a óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool em 2010, 2015 e 2016 foram
60.000
doença hepática, cirrose hepática, doença cardíaca, síndrome de dependência do álcool e acidentes de trânsito.
40.000
O uso do álcool e outras drogas entre idosos é um tema que vem preocupando os profissionais da área da saúde devido a um
aumento observado no número de admissões em unidades de pronto-atendimento e busca por tratamento associados ao uso dessas
substâncias.
Um artigo de revisão (WANG; ANDRADE, 2013) reportou que o padrão BPE e os transtornos relacionados ao álcool (abuso e
dependência) em idosos estão mais associados ao sexo masculino e a ser economicamente desfavorecido. Em paralelo, as idosas
representam um subgrupo que merece atenção específica, já que para elas a progressão do uso à dependência tende a ocorrer mais
rapidamente e as consequências adversas iniciam-se mais precocemente. Além disso, as idosas estão especialmente mais propensas
que os homens a utilizar medicamentos de prescrição como tranquilizantes, analgésicos, sedativos, estimulantes e antidepressivos.
No Brasil, dados do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira (CASTRO-COSTA et
al., 2008) mostraram que 12% dos entrevistados com mais de 60 anos foram classificados como bebedores pesados (consumo de
mais de 7 doses por semana), 10,4% como bebedores pesados episódicos (considerado por este estudo como 3 doses ou mais em
uma única ocasião) e 3% foram diagnosticados como dependentes. Em um estudo realizado em Minas Gerais (SOUZA et al., 2016)
verificou-se que, entre idosos com idades entre 65-74 anos, 27% consumiam cerveja, 21% bebidas destiladas e 35% bebiam com
frequência. Além disso, o uso de álcool mais frequente e intenso foi maior entre homens que mulheres.
Esses dados mostram que parte considerável dos idosos brasileiros consome bebidas alcoólicas e sabe-se que este comportamento
na terceira idade pode aumentar os riscos de complicações da saúde e mortes, especialmente se excessivo e frequente. Somado a
isso, há o contexto do envelhecimento da população brasileira - alavancado pelo aumento da expectativa de vida, diminuição da
natalidade e avanços dos serviços de saúde, incluindo o acesso e a disponibilidade de tratamentos. É notável, portanto, que os idosos
sejam alvo de campanhas e políticas específicas de prevenção ao uso nocivo de álcool.
PANORAMA BRASIL 53
6.4.4 BEBIDA E DIREÇÃO
Segundo o Relatório Global sobre Álcool e Saúde (OMS, 2018a), estima-se que 0,9 milhão de óbitos por ferimentos foram
atribuíveis ao álcool no mundo, destacando-se cerca de 370 mil mortes devidas a acidentes de trânsito. Entre as vítimas, 187
mil não eram os motoristas dos veículos. O mesmo relatório estima que, no Brasil, o álcool esteve associado a 36,7% e 23%
dos acidentes de trânsito, respectivamente, entre homens e mulheres, em 2016 (OMS, 2018a).
A última edição do Vigitel, referente a dados de 2017, indica que 6,7% dos entrevistados declararam conduzir veículo motorizado
após consumo de qualquer quantidade de álcool, sendo essa porcentagem maior entre o sexo masculino (11,7%) em comparação
ao sexo feminino (2,5%), mais evidente em indivíduos de 25 a 34 anos e com tendência a aumentar com o grau de escolaridade.
O percentual da população adulta que referiu a realização de tal prática após o consumo de álcool sofreu uma redução no
último ano, após o aumento ocorrido em 2016 (em 2015, o índice foi de 5,5%; em 2016, 7,3%). Em 2011, ano em que essa
questão passou a ser incluída no inquérito*, 6% da população referiu essa prática, sendo 11,4% entre os homens e 1,4% entre
as mulheres.
A frequência de adultos que afirmaram conduzir veículos motorizados após o consumo de bebidas alcoólicas (qualquer
quantidade) variou de 2,9% em Recife a 16,1% em Palmas, segundo o Vigitel 2017. As maiores frequências foram observadas,
entre homens, em Palmas (26,3%), Florianópolis (24,3%) e Cuiabá (22,5%). Entre mulheres, em Florianópolis (7,1%), Palmas
(6,8%) e Distrito Federal (6,5%). Já as menores frequências entre os homens ocorreram em Recife (5,7%), Maceió (7,2%) e
Vitória (7,4%); entre as mulheres, em Maceió (0,4%), Recife e Porto Alegre (0,6%). Tal retrato difere do verificado em 2011,
quando as maiores frequências tinham sido observadas, entre homens, em Goiânia (20,8%), Aracaju (20,6%) e Palmas (20,0%)
e, entre mulheres, em Florianópolis (3,6%), Vitória (2,8%) e Distrito Federal (2,7%).
*Em 2010, o Vigitel avaliava condução de veículos motorizados após consumo abusivo de bebidas alcoólicas. A partir de 2011, passou a avaliar o consumo de qualquer quantidade de
bebida alcoólica, incluindo o abusivo. Por este motivo, para fins de comparação do mesmo indicador, destacamos.
54
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
BEBIDA E DIREÇÃO NAS CAPITAIS E NO DF, POR SEXO: ADULTOS QUE AFIRMARAM
CONDUZIR VEÍCULOS MOTORIZADOS APÓS CONSUMO DE QUALQUER QUANTIDADE
DE BEBIDA ALCOÓLICA (EM %), EM 2011 E 2017 (Vigitel).
2011 2017
Capitais/DF 2010 Sexo 2017 Sexo
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
Aracajú 7,5 14,5 1,7 8,1 13,5 3,7
Belém 3,6 7,2 0,6 6,6 12,2 1,8
Belo Horizonte 7,6 14,1 2,1 7,9 13,7 3,1
Boa Vista 9,3 16,1 2,6 11,6 19,2 4,5
Campo Grande 8,6 16,2 1,8 11,3 19,4 4,0
Cuiabá 8,3 15,5 1,7 13,5 22,5 5,2
Curitiba 8,2 15,7 1,7 9,8 15,0 5,2
Florianópolis 11,7 20,6 3,6 15,3 24,3 7,1
Fortaleza 6,1 12,2 1,1 6,0 10,8 2,0
Goiânia 10,8 20,8 2,1 9,6 16,2 3,8
João Pessoa 8,0 15,4 1,9 5,2 10,1 1,1
Macapá 7,2 12,8 2,0 7,7 12,4 3,2
Maceió 5,1 10,1 1,0 3,4 7,2 0,4
Manaus 5,1 10,0 0,6 5,4 9,4 1,6
Natal 8,4 16,0 2,0 5,6 11,5 0,7
Palmas 11,1 20,0 2,1 16,1 26,3 6,8
Porto Alegre 5,9 11,4 1,4 4,8 9,8 0,6
Porto Velho 8,6 15,3 2,1 9,6 15,4 3,5
Recife 5,9 12,2 0,7 2,9 5,7 0,6
Rio Branco 5,7 10,7 1,0 6,7 11,6 2,1
Rio de Janeiro 3,1 5,8 0,8 4,0 7,6 1,0
Salvador 5,3 10,4 1,0 5,3 10,5 1,0
São Luís 5,7 11,5 1,0 7,7 13,9 2,6
São Paulo 5,5 10,2 1,4 6,7 11,3 2,7
Teresina 9,7 18,9 2,1 10,7 20,0 3,0
Vitória 7,0 11,9 2,8 4,1 7,4 1,3
Distrito Federal 7,6 13,1 2,7 9,8 13,6 6,5
PANORAMA BRASIL 55
RELATO DE CONDUÇÃO DE VEÍCULOS MOTORIZADOS APÓS CONSUMO DE QUALQUER
QUANTIDADE DE BEBIDA ALCOÓLICA (EM %), NA POPULAÇÃO ADULTA DAS CAPITAIS E
DF, POR SEXO, IDADE E ESCOLARIDADE, EM 2011 E 2017 (Vigitel).
No conjunto da população das capitais brasileiras e DF, o relato da prática de dirigir após consumo de qualquer quantidade de
bebida alcoólica foi maior na faixa etária de 25 a 34 anos e tendeu a aumentar com o grau de escolaridade.
2011 2017
Idade 2010 2017
Sexo Sexo
Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino
18 a 24 5,0 9,1 1,2 5,3 8,0 2,1
25 a 34 7,7 14,0 1,9 10,8 16,4 5,4
35 a 44 7,4 13,6 1,9 7,7 14,5 2,3
45 a 54 6,0 11,8 1,1 5,7 10,6 1,9
55 a 64 4,1 8,6 0,6 4,4 8,7 1,1
65 ou mais 2,1 4,8 0,4 2,2 5,1 0,4
Anos de escolaridade
0a8 3,6 7,6 0,2 3,8 7,7 0,5
9 a 11 6,2 12,5 1,2 5,3 10,0 1,0
12 ou mais 13,3 21,7 5,7 11,2 17,8 6,1
Sobre a relação do álcool com o envolvimento em acidentes de trânsito com lesões corporais no último ano, entre indivíduos
que reportaram consumo abusivo e frequente de álcool (8 ou mais doses para mulheres e 15 ou mais doses para homens, por
semana), a prevalência foi de 6,1%, enquanto na população foi de 3,1% (DAMACENA et al., 2016). A prevalência do comportamento
de beber e dirigir foi maior entre homens (7,4%) de 18 a 29 anos (4,5%) e residentes da região Centro-Oeste (6,1%) (MALTA et
al., 2015). Em paralelo, Macinko et al. (2015) também apontam que o comportamento de beber e dirigir está diretamente
relacionado ao consumo abusivo de álcool.
É importante ressaltar que pesquisas brasileiras corroboram a vulnerabilidade da população de motoristas profissionais, como
caminhoneiros e motoboys, com relação ao uso de álcool e direção. Devido à carga de trabalho, pressão, turnos prolongados
e ocorrência de condições adversas. Estudos mostram uma variação de 10,6% a 14,6% de condutores de motocicletas com
alcoolemia positiva (CARVALHO et al., 2016; BOTELHO e GONZAGA, 2017) e que, entre os acidentes sofridos por essa classe,
cerca de 66,6% apresentam alcoolemia positiva (ALBUQUERQUE et al., 2016). Dessa forma, há evidências claras da necessidade
de políticas públicas de prevenção em relação ao consumo de álcool nesta população (GREVE et al., 2018).
Destacam-se ainda estudos que mostram que o índice de embriaguez é alto entre vítimas fatais de acidentes de trânsito. Por
exemplo, na cidade de São Paulo: em 2005, 39% apresentavam resíduos de álcool no sangue; em 2015 esse número subiu para
43% (ANDREUCCETTI et al., 2018). Isso mostra que, apesar da implementação da Lei Seca e de seu fortalecimento, ainda é
preciso intensificar a fiscalização, aplicar as devidas punições, e desenvolver iniciativas para a conscientização da população,
e esse deve ser um compromisso contínuo de toda a sociedade.
56
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Alcançar a meta determinada pela OMS requer a intensificação Atualmente o condutor que apresenta concentração de álcool
de ações de prevenção, oferta de tratamento e pesquisas no sangue (CAS) de 0,2 a 0,6 g/L é punido com medidas
científicas, além da replicação, no País, de boas práticas e administrativas (multa e suspensão temporária da carteira de
programas eficazes. Entre 2010 e 2016, dados da OMS indicam motorista). O crime é configurado nos casos em que o motorista
que houve uma redução do consumo per capita de álcool no apresenta CAS igual ou superior a 0,6 g/L, medição igual ou
Brasil; porém, no mesmo período, houve um aumento do BPE, superior a 0,34 mg de álcool por litro de ar alveolar expirado,
o que indica o tamanho e a complexidade do desafio. O tema ou sinais de alteração de capacidade psicomotora. Nesses
abrange e é influenciado por diversos fatores além da saúde, casos, o condutor fica sujeito à detenção de 6 meses a 3 anos,
incluindo políticos, sociais e econômicos. É, portanto, um multa e suspensão, ou proibição de obter carteira de motorista.
trabalho que envolve sociedade, universidades, profissionais
de saúde, legisladores, escolas, empresas e órgãos públicos. A Lei Seca ainda sofreu alterações em 2016 e em 2018. Houve
aumento do valor da multa e, quem for pego dirigindo
No Brasil, os esforços nessa direção têm se concentrado na alcoolizado, ou se recusar a fazer o teste do bafômetro, pagará
diminuição do uso precoce do álcool (criminalizando a venda e multa de R$ 2.934,70 (53,2% superior aos R$ 1.915,38
oferta, mesmo que gratuita, de bebidas alcoólicas para cobrados anteriormente), além de ter suspensa a carteira de
menores de 18 anos), e penalização a indivíduos que conduzem habilitação por 1 ano. Em 2018, a Lei nº13.546/2017 entrou
veículos sob a influência do álcool, destacados a seguir. em vigor com punições mais rigorosas ao motorista que, sob o
efeito do álcool ou de outras substâncias psicoativas, praticar
Beber e dirigir. Tema enfrentado no País desde 1998, e crimes de homicídio culposo (sem intenção) ou de lesão
que ganhou força e visibilidade em 2008 por meio da corporal de natureza grave ou gravíssima. Em casos de crime
implementação da Lei Seca (nº11.705/2008), que, entre de homicídio culposo, a pena prevista é de 5 a 8 anos e, nos
outros pontos, altera o Código de Trânsito Brasileiro, casos de lesão corporal culposa, de 2 a 5 anos. Nenhuma
coibindo o consumo de bebidas alcoólicas por condutores destas situações permite o pagamento de fiança.
de veículos.
Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa e Economia do
Desde que foi lançada, a Lei Seca está em constante Seguro (CPES) aponta que os gastos públicos com os óbitos
atualização, de forma a tornar as normas relacionadas à relacionados ao álcool de 2008 até o final de 2016, corrigidos
bebida e direção cada vez mais rigorosas. Foi o que para 2016 pelo IGP-DI, foram de R$ 74,5 bilhões. Também
aconteceu em 2012, com a Lei nº 12.760. Além de estima que, neste mesmo período, a Lei Seca tenha evitado
aumentar o valor da multa administrativa, passou a ampliar cerca de 41 mil mortes, especialmente do sexo masculino,
as possibilidades de provas da infração de dirigir sob a após as alterações de 2012 (OLIVEIRA et al., 2017).
influência do álcool, as quais foram disciplinadas pelo
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) na Resolução Segundo especialistas, muitos países reduziram com sucesso
nº 432, de 23 de janeiro de 2013. Dessa forma, a condução a incidência do comportamento de beber e dirigir pela aplicação
de veículos sob os efeitos do álcool ou pode ser atestada efetiva da lei. Também sugerem uma correlação direta entre o
por meio de teste de etilômetro (“bafômetro”), exame de tempo de existência da legislação, o produto interno bruto do
sangue/laboratorial, exame clínico ou constatação pela país, a satisfação da população local com a segurança e
autoridade de trânsito de conjunto de sinais que indiquem confiança no governo. As normas sociais em torno das
alteração de capacidade psicomotora*. Também poderão definições do que constitui o comportamento "certo" versus o
ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou "desviante" relacionado ao beber e dirigir contribuem
quaisquer outras formas de prova admitidas em direito. diretamente para o sucesso da lei (PECHANSKY et al., 2016).
* Em relação à capacidade psicomotora, um conjunto de sinais deve ser avaliado pelas autoridades de trânsito: a) aparência: sonolência, vermelhidão nos olhos, vômito, soluços,
desordem nas vestes e odor de álcool no hálito; b) atitude: agressividade, arrogância, exaltação, ironia, falante e dispersão; c) orientação: se o indivíduo sabe onde está, data e hora;
d) memória: se sabe seu endereço e se lembra dos atos cometidos; e) capacidade motora e verbal: dificuldade no equilíbrio e fala alterada.
PANORAMA BRASIL 57
Em linha com as melhores práticas
O Brasil é um dos poucos países do mundo que possuem leis nacionais que tratam da condução sob o efeito
do álcool. Condutores que apresentem 0,2 g a 0,6 g de álcool por litro de sangue são punidos com medidas
administrativas. Concentração igual ou superior a 0,6 g/L é considerada crime, passível de multa, suspensão
da carteira de motorista e prisão. Isso está em linha com as melhores práticas propostas pela OMS, que
recomenda limite de CAS igual ou inferior a 0,05 g/dL para a população em geral. Para condutores jovens e
recém-habilitados, 26 países, incluindo o Brasil, adotam tolerância zero, 37 determinam limites entre 0,01-
0,03 g/dL para esse grupo, enquanto outros 34 determinam limite de 0,04-0,05 g/dL. Por essas medidas, o
Brasil recebeu especial destaque no relatório mundial da OMS sobre a segurança das estradas (OMS, 2018b).
58
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
Política Nacional sobre o Álcool (Decreto Presidencial ensino e pesquisa, ONGs da área da saúde, entidades
nº6.117/2007). Contempla a intersetorialidade e a médicas, associações de portadores de doenças
integralidade de ações para a redução dos danos sociais, crônicas, entre outros, busca promover o desenvolvimento
à saúde e à vida, causados pelo consumo de álcool, bem e a adoção de políticas públicas efetivas, integradas,
como das situações de violência e criminalidade sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção
associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas. Até e o controle das DCNT e seus fatores de risco, além de
esse momento, o álcool estava incluído nas políticas apoiar os serviços de saúde voltados às doenças
sobre drogas, mas por ser uma substância lícita e com crônicas. Dentre os assuntos tratados nesse documento,
regulamentação de comércio, fazia-se necessário uma está o consumo nocivo de álcool. Para inibí-lo, apresenta
política específica desvinculada das demais substâncias propostas no sentido de fiscalizar a venda e oferta,
ilícitas. Suas diretrizes envolvem os temas: diagnóstico mesmo que gratuita, de bebidas alcoólicas a menores de
sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, 18 anos; reforçar os programas de saúde escolar para a
tratamento e reinserção social de usuários e dependentes prevenção e redução do abuso de álcool; proibir o
de álcool, realização de campanhas de informação, consumo de álcool antes de dirigir; monitorar anúncios
sensibilização e mobilização da opinião pública quanto de bebidas alcoólicas na televisão; e aumentar o acesso
às consequências do uso indevido e do abuso de bebidas de dependentes e seus familiares aos programas de
alcoólicas, redução da demanda de álcool por populações reabilitação (MS, 2011) .
vulneráveis, segurança pública, associação álcool e
trânsito, capacitação de profissionais e agentes
Criminalização da oferta de bebidas alcoólicas para
multiplicadores de informações sobre temas relacionados menores de 18 anos. Desde 2015, o Brasil conta com
à saúde, educação, trabalho e segurança pública, normativo específico sobre esse tema: a Lei nº13.106/15.
estabelecimento de parceria com os municípios para a Desde então, é proibido vender, fornecer, servir, ministrar
recomendação de ações municipais, e propaganda de ou entregar a crianças e adolescentes bebida alcoólica
bebidas alcoólicas. ou outros produtos que possam causar dependência.
Para quem descumprir a norma, é prevista pena de dois
Plano de ações estratégicas para o enfrentamento a quatro anos de detenção e multa de R$ 3 mil a R$ 10
das DCNT. Publicado em 2011 pelo Ministério da Saúde, mil. Já ao estabelecimento em que for realizada a venda,
em parceria com vários ministérios, instituições de é aplicada medida administrativa de interdição.
PANORAMA BRASIL 59
6.6 PERFIS BRASIL, REGIÕES ADMINISTRATIVAS,
UNIDADES DA FEDERAÇÃO E CAPITAIS
O Brasil é um país com dimensões continentais e fatores uma dose de cachaça ou uísque. O indicador consumo atual
socioeconômicos e culturais bastante heterogêneos. As refere-se aos escolares que consumiram bebidas alcoólicas
variações regionais podem impactar, em diversos aspectos, o pelo menos um dia nos 30 dias anteriores à pesquisa. Por fim,
comportamento de beber – desde os padrões de consumo, o indicador episódio de embriaguez refere-se aos escolares que
motivações de uso e até mesmo o tipo de bebida mais relataram já ter sofrido algum episódio de embriguez. Os dados
consumida, por exemplo – e, consequentemente, a elaboração de escolares das três pesquisas (PeNSE 2009, 2012 e 2015)
de estratégias para redução do consumo nocivo de álcool. Além estão disponíveis para as capitais brasileiras, enquanto que
dos dados da OMS, o Brasil possui outros indicadores oficiais estimativas para as regiões administrativas foram obtidas nos
sobre consumo de álcool, com destaque para levantamentos levantamentos de 2012 e 2015, e para as Unidades da Federação
como a PeNSE (IBGE) e Vigitel (Ministério da Saúde), bem como somente em 2015.
do sistema Datasus. Porém, não há nenhuma publicação que
reúna todas essas informações em um único documento. A partir dos relatórios da pesquisa Vigitel, foram extraídos
dados sobre o consumo abusivo de álcool e condução de
Diante desta complexidade, a presente publicação reuniu os veículos motorizados após a ingestão de bebidas alcoólicas nas
principais dados disponíveis sobre o consumo de álcool no capitais brasileiras. É importante destacar que o indicador
Brasil e suas consequências à saúde entre os anos de 2010 e consumo abusivo é definido, neste estudo, como a ingestão de
2017. Apresentados os panoramas global e nacional, esta seção 4 ou mais doses para mulheres e 5 ou mais doses para homens,
traz informações mais detalhadas do contexto brasileiro, em uma única ocasião, no último mês, correspondendo ao
organizadas em perfis regionais e para cada um dos Estados da conceito de BPE. Por sua vez, o indicador condução de veículos
Federação. Cada um dos perfis disponibiliza dados extraídos de motorizados após a ingestão de bebidas alcoólicas, que
relatórios ou fontes oficiais sobre o consumo de álcool quantificava apenas a prática de dirigir após o consumo abusivo
estratificados por sexo e faixa etária, bem como as internações até 2010, passou a incluir qualquer consumo de álcool antes de
e óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool, os principais dirigir a partir de 2011.
agravos à saúde relacionados a esses desfechos e custos de
internações 100% atribuíveis ao álcool. Para estimar os impactos do consumo nocivo de álcool na saúde
pública, foram selecionados, no sistema Datasus, dados sobre
Os dados sobre consumo de álcool na população escolar, internações, óbitos e custos associados e seus principais agravos
extraídos dos relatórios da PeNSE, incluem experimentação, à saúde. A esses dados, selecionados a partir dos CIDs em que
consumo atual e embriaguez. Cabe ressaltar que há algumas foram categorizados, foram aplicadas as Frações Atribuíveis ao
diferenças metodológicas nesses indicadores, devido à Álcool (FAAs). São informações inéditas, considerando que
ampliação da amostragem e da abrangência geográfica do nenhum outro estudo as organizou dessa forma. Por meio
levantamento. Nesse sentido, o indicador experimentação foi desses perfis, a publicação busca retratar, de maneira objetiva e
reformulado, em 2012, de maneira a discriminar entre tomar confiável, as principais estimativas sobre o consumo de álcool e
apenas um gole ou uma dose inteira de bebida alcoólica* suas consequências para a saúde dos brasileiros.
correspondendo a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou
*Em 2009, a experimentação de bebida alcoólica foi avaliada com a pergunta “Alguma vez na vida, você já experimentou bebida alcoólica?”. Em 2012 e 2015, para tornar o indicador
mais específico e comparável com questionários internacionais, foi utilizada a pergunta “Alguma vez na vida você tomou uma dose de bebida alcoólica?”.
60
DADOS GERAIS
BRASIL Capital: Brasília
Nº de municípios (2016): 5.570
População (2016): 205.156.587 pessoas
Nº leitos hospitalares (2016): 437.949
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
48,7
55,5 Total (ambos os sexos) 26,5 25,2 22,5 23,3 22,8 21,7
50,3
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio
73,1 de embriaguez
27,3 26,1
23,8 22,1 21,8 21,4 56,1
feminino
51,7
Fonte: PeNSE
28,1 26,9 25,1 21,1 20,9 21,1
*Na capital
1,5 1,4
0,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
0 0 0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
11.348.695 11.267.097 11.103.240 11.179.448 11.353.704 11.325.421 11.256.192 11.501.908 1.136.947 1.170.498 1.181.166 1.210.474 1.227.039 1.264.175 1.309.774
Números referentes ao total de internações Números referentes ao total de óbitos
Sexo feminino (valor absoluto) Sexo feminino (valor absoluto)
Sexo masculino (valor absoluto) Sexo masculino (valor absoluto)
Por 100 mil habitantes Por 100 mil habitantes
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária 15% hepática
24% Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 alcoólica
de Trânsito
23% 15% Hipertensão
Síndrome de 0-17 8,9 7,9 1,6 1,4
dependência 12%
12% Cirrose
50% 49% 2010 do álcool
18-34 21,4 19,2 9,8 7,7 50% 49% 2010 hepática
13% Doença Síndrome de
11% hepática
12% dependência
9% alcoólica 35-54 38,6 34,9 32,8 28,4 12% do álcool
7% 13%
8% Outros 55+ 31,1 38,0 55,8 62,5 Outros
7% 11%
61
DADOS GERAIS
REGIÃO CENTRO-OESTE Nº de municípios (2016): 467
População (2018): 15.658.787 pessoas
Nº leitos hospitalares (2016): 36.745
masculino
52,0 57,5
59,1
54,5 Total (ambos os sexos) 26,3 24,1 25,6 24,1
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
28,1 25,4 25,9 24,1
56,8 60,7
feminino
29,8 26,7
Fonte: PeNSE
26,2 24,1
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2012 2015 2012 2015
62
DADOS GERAIS
REGIÃO NORTE Nº municípios (2016): 450
População (2016):17.691.399
Nº leitos hospitalares (2016): 31.545
masculino
50,6 45,9
47,4
Total (ambos os sexos) 21,4 19,3 20,8 19,3
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
21,2 19,0
feminino
18,9 18,5
48,6 50,3
Fonte: PeNSE
21,1 18,8 17,2 17,6
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2012 2015 2012 2015
63
DADOS GERAIS
REGIÃO NORDESTE Nº municípios (2016):1.794
População (2016): 56.138.510
Nº leitos hospitalares (2016): 114.733
masculino
50,8
50,7 46,8
47,3 Total (ambos os sexos) 23,1 19,9 20,0 19,4
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
22,9 20,6
47,8 50,6
feminino
17,3 17,6
Fonte: PeNSE
22,6 21,1
15,1 16,0
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2012 2015 2012 2015
16% Acidente
R$ 14.971.480,63 R$ 16.244.721
11% de Trânsito
15% Outros
9%
64
DADOS GERAIS
REGIÃO SUDESTE Nº municípios (2016): 1.668
População (2016): 86.367.683
Nº leitos hospitalares (2016): 181.220
masculino
55,0
47,6
49,6
56,2
Total (ambos os sexos) 24,8 22,4 22,5 21,7
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
26,1 24,4 22,3 22,4
feminino
51,5 57,4
Fonte: PeNSE
27,4 26,3 22,1 23,1
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2012 2015 2012 2015
65
DADOS GERAIS
REGIÃO SUL Nº municípios (2016): 1.191
População (2016): 29.300.208
Nº leitos hospitalares (2016): 73.706
masculino
65,9 54,8
56,8 Total (ambos os sexos) 31,4 29,7 27,8 27,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
33,3 32,3
27,4 27,3 67,4
feminino
58,6
35,0 34,8
Fonte: PeNSE
27,1 27,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2012 2015 2012 2015
11% Outros
66
DADOS GERAIS
ACRE Capital: Rio Branco
Nº municípios (2016): 22
População (2016): 844.137
Nº leitos hospitalares (2015): 1.463
masculino
49,8 49,4
46,8 Total (ambos os sexos)
12,916,4 15,916,0 17,517,6 19,418,6
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
61,0
16,0 18,1 15,4 15,9 17,7 18,8 18,1 17,1 49,8 8,5
feminino
4 48,3
Fonte: PeNSE
18,619,6 15,015,9 17,919,8 16,815,6
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Rio Branco) 2015 (AC) 2009 2012 2015 (Rio Branco) 2015 (AC)
*Na capital
1,0 1,1 1,0 1,2
0,3
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Cirrose
Queda etária hepática
(anos) 2010 2016 2010 2016 21% Doença
Acidente
33% 31% de Trânsito hepática
25% 0-17 13,1 13,8 4,6 3,0 24% alcoólica
Outros transtornos 42%
47% 2010 por uso de álcool 43% 2010 Hipertensão
18-34 31,7 28,8 14,0 11,1 8% 13%
13% Síndrome de
Violência dependência
4% Interpessoal 35-54 32,0 32,8 27,3 26,5 12% do álcool
11% 13%
9% 15% 12%
Outros 55+ 23,2 24,6 54,1 59,4 Outros
12% 12%
67
DADOS GERAIS
ALAGOAS Capital: Maceió
Nº municípios (2016): 102
População (2016): 3.293.629
Nº leitos hospitalares (2016): 6.448
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
52,4 53,5 Total (ambos os sexos) 23,821,1 19,720,8 23,920,4 19,8
47,0 17,1
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
22,4 21,0 19,9 66,9
19,7 20,2 20,4 19,7 53,7 54,646,4
feminino
15,7
Fonte: PeNSE
21,3 20,9 20,118,7 17,5 20,419,714,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Maceió) 2015 (AL) 2009 2012 2015 (Maceió) 2015 (AL)
*Na capital
1,0 1,1 0,9
0,1 0,4 0,3 0,1 0,4
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Queda
Faixa Internações Óbitos Doença
etária 17%
hepática
(anos) alcoólica
Acidente 2010 2016 2010 2016
de Trânsito
24% 33%
35% 20% Hipertensão
0-17 15,9 11,6 2,5 1,7 37%
Síndrome de 36% Síndrome de
dependência
50% 2010 do álcool 18-34 22,4 23,7 12,8 10,5 2010 18% dependência
9% 19% do álcool
Violência
9% Interpessoal 35-54 34,6 34,0 34,7 32,1 9% 16%
Acidente
7% de Trânsito
9% 12% Outros
55+ 27,0 30,7 50,1 55,7 Outros
13% 16%
11%
68
DADOS GERAIS
AMAPÁ Capital: Macapá
Nº municípios (2016): 16
População (2016): 796.419
Nº leitos hospitalares (2016): 1.116
masculino
48,0
43,5 43,8
Total (ambos os sexos) 23,821,1 13,716,4 23,920,4 14,5
16,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
23,7
20,1 55,8 50,4
feminino
16,1 15,1 16,4 16,0 15,0 15,5 45,7 44,3
Fonte: PeNSE
16,0 22,116,4 16,4 20,0 20,615,4
14,9
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Macapá) 2015 (AP) 2009 2012 2015 (Macapá) 2015 (AP)
*Na capital
2,3 2,0 1,6 1,4 1,5 1,1
0,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Cirrose
Acidente
de Trânsito etária hepática
23% (anos) 2010 2016 2010 2016 18%
Queda Hipertensão
15% 16%
40% 30% Doença
0-17 15,7 12,0 8,7 3,8 Acidente
de Trânsito
2010
hepática 45% 2010 11% 13%
alcoólica 18-34 33,4 23,9 18,5 10,9 50%
28% Doença
15% Violência
35-54 27,3 27,5 29,0 35,6 cardíaca
20% 8% Interpessoal 22% isquêmica
6% 11%
11%
Outros 55+ 23,7 36,6 43,9 49,8 Outros
11% 8%
69
DADOS GERAIS
AMAZONAS Capital: Manaus
Nº municípios (2016): 62
População (2016): 3.952.171
Nº leitos hospitalares (2016): 5.755
masculino
Total (ambos os sexos) 21,6 19,1 20,1
17,1 17,317,0 19,6 14,8
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
20,8 20,4 19,8 55,4 55,953,1
18,0 17,4 18,7 16,5 50,1
feminino
15,7
Fonte: PeNSE
14,518,5 17,817,9 18,520,1 21,819,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Manaus) 2015 (AM) 2009 2012 2015 (Manaus) 2015 (AM)
*Na capital
4,9 5,1 4,6 4,5 5,2 1,3 1,3 1,6
0,6 1,0 1,0
0,1 0,5
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Acidente Faixa Internações Óbitos
de Trânsito etária Cirrose
13% 17% hepática
(anos) 2010 2016 2010 2016
5% Violência Doença
5% 12%
Interpessoal 18% hepática
0-17 14,1 8,8 4,4 3,8 alcoólica
12% Queda
2010 8% 48% 50% 2010 9% 14%
53% 18-34 21,4 24,8 12,7 13,9 Hipertensão
Doença
70% 11% cardíaca 12% Acidente
isquêmica 35-54 30,9 29,5 32,6 26,0 11% de Trânsito
13%
11% Outros 55+ 33,6 36,9 50,4 56,3 Outros
8%
70
DADOS GERAIS
BAHIA Capital: Salvador
Nº municípios (2016): 417
População (2016): 14.689.684
Nº leitos hospitalares (2016): 28.904
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
57,0 56,9 Total (ambos os sexos) 33,4 29,6
26,4 26,419,8 23,0
56,0 21,6 22,0
Sexo
34,5 Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
30,3 75,9
25,0 23,3 27,1 25,5
57,759,7 57,1
feminino
20,6 21,0
35,4 31,0 28,0
Fonte: PeNSE
24,4 27,7 24,7
21,319,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Salvador) 2015 (BA) 2009 2012 2015 (Salvador) 2015 (BA)
*Na capital
1,3 1,0 1,1 1,3 1,1 0,8 1,2 1,0
0,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Síndrome de
Queda etária dependência
(anos) 2010 2016 2010 2016 17% do álcool
Acidente
30% de Trânsito
17% Hipertensão
27% 0-17 13,2 11,3 2,1 1,6
42% Violência 42%
47% 2010 Interpessoal 43% Doença
18-34 25,6 23,9 12,0 9,3 2010 16% 16% hepática
7% Doença alcoólica
hepática
11% 35-54 33,0 33,6 33,2 31,4
9% 15%
alcoólica Cirrose
7% 11% hepática
Outros 55+ 28,2 31,1 52,7 57,7 15% Outros
8% 9% 10%
71
DADOS GERAIS
CEARÁ Capital: Fortaleza
Nº municípios (2016): 184
População (2016): 8.962.834
Nº leitos hospitalares (2016): 17.374
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
46,7
48,1
50,4 50,9 Total (ambos os sexos)
18,4 15,9 19,519,9 18,2 19,3 18,218,1
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
62,0
20,8 51,4
49,3 49,9
feminino
18,2 17,4 18,3 18,4 18,5 17,0
15,7
Fonte: PeNSE
18,018,8 17,121,7 13,517,5
18,916,1
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Fortaleza) 2015 (CE) 2009 2012 2015 (Fortaleza) 2015 (CE)
*Na capital
1,7
1,1 1,0 1,1
0,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda
etária 16%
hepática
(anos) alcoólica
24% Acidente 2010 2016 2010 2016
de Trânsito
22% 14% Hipertensão
41% Doença 0-17 12,0 11,7 1,4 1,5
hepática 40% 13% 13% Síndrome de
48% 2010 alcoólica 49% 2010 dependência
16% 18-34 24,7 26,6 12,5 9,6 do álcool
Violência
8% 20% Interpessoal 22% Acidente
6% 35-54 34,5 33,0 33,1 29,7 11% 12% de Trânsito
Outros Outros
7% 8% 55+ 28,8 28,8 52,9 59,1 11%
72
DADOS GERAIS
DISTRITO FEDERAL Capital: Brasília
Nº municípios (2016): 1
População (2016): 2.890.224
Nº leitos hospitalares (2016): 6.327
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
50,7
53,7 59,8 Total (ambos os sexos) 24,2 23,3 21,7 21,7 25,0 24,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
25,0 26,3 22,2 26,9 72,7
22,6 23,9 59,5
feminino
56,4
Fonte: PeNSE
25,7 29,0 22,6 23,4 28,5 23,6
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (DF) 2009 2012 2015 (DF)
*Na capital
1,7 2,2
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Síndrome de
dependência
24% Doença (anos) 2010 2016 2010 2016 21% do álcool
hepática
23% alcoólica 0-17 9,8 10,6 2,1 1,7 21% Doença
hepática
Acidente 45% 45% alcoólica
49% 53% 2010 de Trânsito 18-34 25,5 23,9 11,8 8,8 2010
9% 14% 14% Acidente
9% 9%
de Trânsito
Outros transtornos
35-54 38,1 37,6 38,5 32,6 11% Cirrose
7% por uso de álcool
9% hepática
9% Outros 55+ 26,6 27,9 47,5 56,9 11% Outros
8% 9%
73
DADOS GERAIS
ESPÍRITO SANTO Capital: Vitória
Nº municípios (2016): 78
População (2016): 3.879.376
Nº leitos hospitalares (2016): 7.619
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
53,3 51,5 53,6 Total (ambos os sexos) 23,3 26,3 19,618,7 18,3 23,5 19,718,6
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
28,3 72,8
24,6 25,3
20,3 21,2 56,451,9 55,3
feminino
18,7 20,2 20,5
25,8 30,5 21,023,6 27,2
Fonte: PeNSE
19,0 20,6 22,2
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Vitória) 2015 (ES) 2009 2012 2015 (Vitória) 2015 (ES)
*Na capital
1,4 1,8 1,3
1,1 0,6
0,2 0,5
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária hepática
Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 18% alcoólica
28% de Trânsito
17% 0-17 8,1 7,2 1,6 1,3 18% Síndrome de
Doença dependência
45% hepática do álcool
9% 46%
2010 alcoólica
18-34 20,5 18,5 10,0 7,2 49% 2010 15% 15%
58% 10% Doença
Hipertensão
6%
cardíaca
35-54 39,0 33,9 35,8 31,2 12% Cirrose
12% isquêmica
6% hepática
Outros 55+ 32,4 40,5 52,6 60,3 12% Outros
7% 8% 8%
74
DADOS GERAIS
GOIÁS Capital: Goiânia
Nº municípios (2016): 246
População (2016): 6.726.130
Nº leitos hospitalares (2016): 17.606
masculino
54,0 57,9 56,9 Total (ambos os sexos) 27,326,1 24,8 26,425,3 25,0
23,2 23,6
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
26,8 27,8 24,2 26,4 23,2 23,0 74,0
23,8 24,0
54,557,4 58,4
feminino
Fonte: PeNSE
26,4 29,522,8 24,8 22,2 27,521,4 22,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Goiânia) 2015 (GO) 2009 2012 2015 (Goiânia) 2015 (GO)
*Na capital
0,3
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária hepática
Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 18% alcoólica
de Trânsito
33% 14% Síndrome de
39% 27% Intoxicação alcoólica - 0-17 7,5 8,0 2,3 1,6 dependência
aguda e uso nocivo do álcool
49% 2010 para saúde 47% 46% 2010 14%
18-34 27,1 24,6 13,6 9,4 15% Acidente
9% Doença
15%
de Trânsito
hepática
12% alcoólica 35-54 41,8 38,9 36,6 34,6 Cirrose
3% 11% hepática
11% 11%
7%
Outros 55+ 23,6 28,5 47,5 54,5 Outros
10% 10%
75
DADOS GERAIS
MARANHÃO Capital: São Luiz População (2016): 6.955.099
Nº municípios (2016): 217 Nº leitos hospitalares (2016): 13.998
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
50,3 50,2 Total (ambos os sexos) 23,819,1
47,7 20,417,116,4 21,5 16,9 20,3
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
64,9
20,4 18,6 18,2 20,6 21,3
18,6 16,5 17,1 50,2 52,047,8
feminino
Fonte: PeNSE
20,419,9 20,119,9 19,218,2 16,214,3
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (São Luís) 2015 (MA) 2009 2012 2015 (São Luís) 2015 (MA)
*Na capital
2,0 1,6 1,7 1,5 1,7 2,0
0,4 1,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Hipertensão
(anos) 2010 2016 2010 2016 21%
25% Acidente Doença
de Trânsito hepática
38% 34% 23% 0-17 16,3 14,2 2,4 2,4 21% alcoólica
41% 40%
Hipertensão Acidente
2010 18-34 29,8 26,8 14,1 13,4 2010 de Trânsito
21% Outros transtornos
16% 14%
Síndrome de
9% 15% por uso de álcool 35-54 26,9 29,9 29,2 26,6 13% dependência
13% 9% do álcool
10%
Outros 55+ 26,9 29,0 54,3 57,6 13% Outros
11% 11%
76
DADOS GERAIS
MATO GROSSO Capital: Cuiabá
Nº municípios (2016): 141
População (2016): 3.356.979
Nº leitos hospitalares (2016): 7.096
masculino
50,952,2
53,5 54,8
59,8
Total (ambos os sexos) 30,5 25,4 24,6 22,3 21,2 23,7
22,6 24,5
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
28,4 26,6 27,0 73,0
24,0 21,8 22,5 21,2 24,0 57,362,5
feminino
55,9
Fonte: PeNSE
26,527,8 25,3 29,7 19,3 22,621,3 24,3
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Cuiabá) 2015 (MT) 2009 2012 2015 (Cuiabá) 2015 (MT)
*Na capital
2,5 1,7
0,4
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Acidente
15% de Trânsito
Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016
30% de Trânsito Hipertensão
37% 18% 16%
Síndrome de 0-17 10,4 11,2 2,5 2,2 Síndrome de
dependência 42% 13% dependência
53% 2010 18%
do álcool
18-34 25,3 25,1 14,4 11,2 49% 2010 13% do álcool
Doença Doença
4% hepática 15%
7%
35-54 36,6 35,7 34,7 33,4 13%
hepática
alcoólica 12% alcoólica
6% 21% Outros 55+ 27,7 27,9 48,5 53,2 Outros
7% 11%
77
DADOS GERAIS
MATO GROSSO DO SUL Capital: Campo Grande
Nº municípios (2016): 79
População (2016): 2.685.454
Nº leitos hospitalares (2016): 5.716
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
62,3 62,6 63,2 Total (ambos os sexos) 31,8 30,6 26,1 29,0 27,7 31,5 25,7 26,4
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
33,9 32,7
28,9 31,2 28,4 30,7 27,2 27,6 79,3
65,3 65,2 65,7
feminino
35,8 34,8 31,7 33,3
Fonte: PeNSE
29,0 30,0 28,7 28,7
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Campo Grande) 2015 (MS) 2009 2012 2015 (Campo Grande) 2015 (MS)
*Na capital
1,8 2,7 2,4 2,1
1,7 1,3
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária hepática
Doença (anos) 2010 2016 2010 2016 18% alcoólica
hepática
32% alcoólica 16% Hipertensão
26% 0-17 10,6 9,9 1,8 1,3 Síndrome de
Doença
46% 47% 49% 2010 12% dependência
50% 2010 cardíaca
isquêmica 18-34 20,4 18,0 10,4 7,4 14% do álcool
8%
7% Acidente 14% Doença
9% de Trânsito 35-54 38,4 34,2 35,7 29,9 9%
cardíaca
isquêmica
9% 12%
Outros 55+ 30,6 37,8 52,0 61,4 Outros
6% 7% 9%
78
DADOS GERAIS
MINAS GERAIS Capital: Belo Horizonte
Nº municípios (2016): 853
População (2016): 20.780.264
Nº leitos hospitalares (2016): 42.125
masculino
56,3 57,3 57,1
Total (ambos os sexos) 28,3 28,8 27,8 28,5
20,9 21,6 21,0 21,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
30,5 31,1 77,6
23,5 23,3 26,2 27,1
22,6 22,0
58,459,5 58,6
feminino
32,5 33,1 26,2 24,9
Fonte: PeNSE
24,7 25,7 24,2 22,8
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Belo Horizonte) 2015 (MG) 2009 2012 2015 (Belo Horizonte) 2015 (MG)
*Na capital
1,8 1,8 1,6
0,4
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Síndrome de
Queda etária dependência
Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 19% do álcool
27% de Trânsito
Doença
25% Doença 0-17 8,0 7,3 1,2 1,1 19% hepática
hepática alcoólica
47% 46% 44%
51% 2010 alcoólica
18-34 21,4 18,8 9,8 6,6 2010 14% 13%
8% Doença
Cirrose
hepática
10% 11% cardíaca
35-54 40,4 35,8 37,6 32,5 11%
isquêmica Hipertensão
7% 11%
12%
8%
Outros 55+ 30,2 38,1 51,3 59,8 Outros
7% 10%
79
DADOS GERAIS
PARÁ Capital: Belém
Nº municípios (2016): 144
População (2016): 8.334.346
Nº leitos hospitalares (2016): 15.499
masculino
46,0 45,7 46,6 Total (ambos os sexos) 21,917,8
15,518,2 15,819,7 16,317,6
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
20,6 62,7
17,3 17,6 18,5 17,9 47,5 45,4 45,8
feminino
14,8 15,4 16,4
Fonte: PeNSE
19,516,8 14,1 17,1 21,416,2
14,5 15,3
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Belém) 2015 (PA) 2009 2012 2015 (Belém) 2015 (PA)
*Na capital
1,6 1,1 1,1 1,2
0,6 0,6 0,7
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Violência Faixa Internações Óbitos
Interpessoal etária Hipertensão
(anos) 2010 2016 2010 2016 15%
23%
Acidente
32% 16%
Queda 15% de Trânsito
0-17 15,4 15,6 4,3 3,3
40%
2010 23%
Acidente 47% 43% 2010 15% 14% Cirrose
hepática
de Trânsito 18-34 28,9 32,2 15,8 13,1
Doença
Hipertensão 35-54 29,1 26,7 29,5 25,5 17% hepática
6% 10% 12% 22% 10% alcoólica
14%
Outros 55+ 26,7 25,5 50,4 58,1 Outros
18% 11%
80
DADOS GERAIS
PARAÍBA Capital: João Pessoa
Nº municípios (2016): 223
População (2016): 3.953.693
Nº leitos hospitalares (2016): 8.811
masculino
50,6 48,8
48,3
Total (ambos os sexos) 26,9 26,2 21,4
19,8 18,0 17,8 19,5 17,3
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
24,1 65,5
20,1 17,9 18,6 21,5 18,9 51,348,2 49,0
feminino
18,2 17,1
Fonte: PeNSE
21,8 20,3 17,8 19,3 17,516,7 17,0 16,9
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (João Pessoa) 2015 (PB) 2009 2012 2015 (João Pessoa) 2015 (PB)
*Na capital
1,7 1,9
1,1 0,9 0,6 0,9 1,1 1,1
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária hepática
22% Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 17% alcoólica
de Trânsito
16% 19% Hipertensão
Doença 0-17 8,9 8,8 1,5 1,4
44% hepática
46% 44% Cirrose
54% 2010 18% 2010
alcoólica
18-34 25,2 22,1 11,2 9,9 17% 16% hepática
Doença
8% 17% cardíaca
35-54 38,1 35,3 31,7 27,2 11%
Acidente
de Trânsito
4% isquêmica
9%
Outros 55+ 27,8 33,8 55,5 61,5 10% Outros
7% 10% 10%
81
DADOS GERAIS
PARANÁ Capital: Curitiba
Nº municípios (2016): 399
População (2016): 11.176.203
Nº leitos hospitalares (2016): 27.017
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
59,9
64,2 Total (ambos os sexos) 52,8
35,0 28,8 31,9 29,723,8 25,6
55,6 23,0 27,3
Sexo
36,4 Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
30,6 82,3
27,4 30,2 30,0 28,6
24,7 25,9 65,3
58,5 62,7
feminino
37,7 32,3 31,8 33,3
Fonte: PeNSE
28,2 27,6 25,6 26,1
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Curitiba) 2015 (PR) 2009 2012 2015 (Curitiba) 2015 (PR)
*Na capital
1,5 1,7 1,6 1,7 2,1
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Síndrome de Faixa Internações Óbitos Doença
dependência etária hepática
do álcool (anos) 2010 2016 2010 2016 17% alcoólica
23%
Queda 19% Síndrome de
40% 36% 30% 0-17 7,7 6,7 1,8 1,3 dependência
Doença do álcool
cardíaca 13%
2010 isquêmica 18-34 19,8 16,4 9,5 7,1 50% 48% 2010 13%
Hipertensão
5% 21% 19% Acidente 35-54 44,2 38,2 34,6 30,0 10% Cirrose
8% de Trânsito 10% 11% hepática
7%
Outros 55+ 28,3 38,7 54,1 61,6 Outros
11% 10%
82
DADOS GERAIS
PERNAMBUCO Capital: Recife
Nº municípios (2016): 185
População (2016): 9.377.368
Nº leitos hospitalares (2016): 21.307
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
49,4
Total (ambos os sexos) 30,9 26,0 25,3 23,9 20,0
50,0 51,5 19,7 17,5 18,1
46,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
28,0 25,4 68,6
21,3 18,8 21,3 23,0 19,4 50,551,1 46,5
feminino
16,3
Fonte: PeNSE
25,5 24,9 22,7 20,0
17,9 22,3 18,9 14,7
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Recife) 2015 (PE) 2009 2012 2015 (Recife) 2015 (PE)
*Na capital
0,7 0,9 0,9 0,7 0,4 0,9 0,6
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária
13% hepática
(anos) 2010 2016 2010 2016 19% alcoólica
Acidente
8% de Trânsito
18% Síndrome de
5% 11% 0-17 12,1 7,1 1,5 1,3 dependência
11% Outros transtornos 42% do álcool
2010 5% por uso de álcool 44% 2010
18-34 17,2 18,1 10,4 9,1 14% Hipertensão
16%
57% 10%
Doença
Doença
71% hepática
35-54 33,1 36,5 32,3 30,3 14% cardíaca
alcoólica
10% isquêmica
9% Outros 55+ 37,6 38,3 58,9 59,3 13% Outros
11%
83
DADOS GERAIS
PIAUÍ Capital: Teresina
Nº municípios (2016): 224
População (2016): 3.246.228
Nº leitos hospitalares (2016): 7.532
masculino
45,5
Total (ambos os sexos) 22,4 22,1 17,5 19,1 22,0 20,917,7 17,7
46,8 47,7 44,7
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
65,8
22,5 21,6 48,0 47,1
feminino
18,1 18,2 19,8 19,1 42,6
16,3 14,5
Fonte: PeNSE
22,5 21,1 18,6 17,4 17,9 17,6 15,1 11,8
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Teresina) 2015 (PI) 2009 2012 2015 (Teresina) 2015 (PI)
*Na capital
2,4 2,1 2,4
0,9
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Hipertensão
Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 21% Síndrome de
32% 30% de Trânsito dependência
27% 0-17 11,5 11,3 2,1 1,5 36% 24% do álcool
Violência 34%
Interpessoal Doença
50% 2010 18-34 28,9 28,5 13,9 11,8 2010 hepática
Doença alcoólica
15% hepática 17% 17%
3% alcoólica 35-54 32,6 31,9 28,3 29,3 14% 10% Acidente
5% 4% de Trânsito
6% 26%
Outros 55+ 27,0 28,3 55,7 57,3 13% Outros
14%
84
DADOS GERAIS
RIO DE JANEIRO Capital: Rio de Janeiro
Nº municípios (2016): 92
População (2016): 16.947.738
Nº leitos hospitalares (2016): 38.859
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
52,853,1 52,5
57,9 55,7 Total (ambos os sexos) 32,4 27,2
55,2 24,1 22,8 25,7 24,1 19,9 20,4
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
31,5 29,0
27,5 25,2 25,1 24,2 22,3 79,4
21,9
57,162,1 58,7
feminino
Fonte: PeNSE
30,8 30,5 30,627,4 24,6 24,2 24,5 23,2
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Rio de Janeiro) 2015 (RJ) 2009 2012 2015 (Rio de Janeiro) 2015 (RJ)
*Na capital
0,8 1,0 0,8 0,8 0,9 1,1 1,0
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Hipertensão
16%
26% Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 Cirrose
de Trânsito hepática
20% 18%
Doença 0-17 6,8 7,4 1,2 1,3 Doença
cardíaca cardíaca
48% 48% 49% 2010 15% 15%
54% 2010 9% isquêmica isquêmica
18-34 17,1 16,7 6,7 6,4
7% Doença Doença
11% hepática
35-54 34,6 29,3 27,3 21,4 11% hepática
10% alcoólica
7% alcoólica
14%
9% Outros 55+ 41,5 46,5 64,8 70,9 Outros
6% 7%
85
DADOS GERAIS
RIO GRANDE DO NORTE Capital: Natal
Nº municípios (2016): 167
População (2016): 3.422.843
Nº leitos hospitalares (2016): 7.205
masculino
47,4 48,5 44,6
49,6 47,3
Total (ambos os sexos) 23,519,1 23,019,817,1
43,9 15,1 14,0 14,7
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
67,4
21,6 19,7 20,1 19,9 51,5
feminino
15,7 14,1 15,3 13,0 46,143,3
Fonte: PeNSE
19,920,2 16,314,2 17,620,0 13,611,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Natal) 2015 (RN) 2009 2012 2015 (Natal) 2015 (RN)
*Na capital
2,0 1,7 1,4 1,4 1,3 1,1 0,7
0,1
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária hepática
(anos) 2010 2016 2010 2016 17% alcoólica
Violência
33% Interpessoal Hipertensão
21% 35% 0-17 6,8 8,3 1,5 1,1 17%
Acidente Síndrome de
46% 44%
2010 14% 14%
de Trânsito dependência
2010 8% 18-34 23,1 25,1 9,4 7,3 do álcool
54% Doença
12% cardíaca
15%
Doença
isquêmica 35-54 40,2 32,8 34,0 32,0 cardíaca
6% 5% 9% isquêmica
12%
10% 17%
Outros 55+ 29,9 33,9 55,0 59,6 Outros
12%
86
DADOS GERAIS
RIO GRANDE DO SUL Capital: Porto Alegre
Nº municípios (2016): 497
População (2016): 11.229.947
Nº leitos hospitalares (2016): 31.114
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
68,0
58,9 Total (ambos os sexos) 33,7 32,4 40,0 30,7
24,7 26,8
35,9
28,8
Sexo
40,7 38,4
36,4 34,6 34,0 Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
29,0 30,1 81,9
24,9 76,5 71,2
60,9
feminino
39,0 36,7 41,6 37,3 41,2
Fonte: PeNSE
25,1 31,0 31,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Porto Alegre) 2015 (RS) 2009 2012 2015 (Porto Alegre) 2015 (RS)
*Na capital
1,4 1,5
0,2 0,6
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Síndrome de Faixa Internações Óbitos
dependência Cirrose
do álcool
etária 15% hepática
23% (anos) 2010 2016 2010 2016
Queda Doença
19% 14% hepática
Doença 0-17 6,7 5,3 1,3 1,0 alcoólica
42% cardíaca 13%
48% 2010 isquêmica 14% Doença
19% 18-34 17,6 13,6 6,0 4,4 51% 52% 2010 cardíaca
Doença isquêmica
hepática 12%
35-54 41,2 38,8 29,6 22,7
7% 7% 21% alcoólica 8% 11% Hipertensão
Outros 55+ 34,5 42,2 63,1 71,9 Outros
6% 8% 10%
87
DADOS GERAIS
RONDÔNIA Capital: Porto Velho
Nº municípios (2016): 52
População (2016): 1.717.911
Nº leitos hospitalares (2016): 4.229
masculino
56,6 50,6
52,7 Total (ambos os sexos) 20,4 23,0 18,6 24,9 19,0 22,8 21,2
24,6
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
25,9 25,1 68,9
21,2 23,1 19,7 20,1 22,5 22,5 54,6 59,5
64,0
feminino
Fonte: PeNSE
21,8 23,3 20,8 26,9 21,5 22,1 23,6 25,6
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Porto Velho) 2015 (RO) 2009 2012 2015 (Porto Velho) 2015 (RO)
*Na capital
1,5 1,4 1,1
0,6
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
0 0 0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
101.753 994.423 970.044 108.205 117.542 112.105 111.204 114.357 7.225 7.014 7.602 7.500 7.655 7.948 8.344
Números referentes ao total de internações Números referentes ao total de óbitos
Sexo feminino (valor absoluto) Sexo feminino (valor absoluto)
Sexo masculino (valor absoluto) Sexo masculino (valor absoluto)
Por 100 mil habitantes Por 100 mil habitantes
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Acidente
(anos) 16% de Trânsito
24% Acidente 2010 2016 2010 2016
de Trânsito Cirrose
25% 0-17 16,5 17,7 3,7 2,3 23% hepática
41% 39% Violência
2010
Interpessoal 47% 40% 2010 15% Hipertensão
18-34 27,4 22,9 16,1 10,0
Doença 15% Doença
cardíaca
3% 25% isquêmica 35-54 30,2 29,2 32,8 27,1 cardíaca
7% 22% 7% 14% isquêmica
Outros 55+ 25,9 30,2 47,4 60,6 14% Outros
6% 7% 8%
88
DADOS GERAIS
RORAIMA Capital: Boa Vista
Nº municípios (2016): 15
População (2016): 525.967
Nº leitos hospitalares (2016): 920
masculino
56,6 56,8 56,6
Total (ambos os sexos) 23,5 24,321,0 21,0 21,2 26,922,9 24,0
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
27,6
22,7 24,6 23,8 22,4 24,5 23,9 23,3
67,9 60,160,0
feminino
57,7
Fonte: PeNSE
22,0 24,8 26,7 23,9 28,2 28,2 24,8 22,6
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Boa Vista) 2015 (RR) 2009 2012 2015 (Boa Vista) 2015 (RR)
*Na capital
2,3 2,6 2,7 2,8 2,9
0,3
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
0 0 0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
33.166 30.450 30.951 33.451 32.778 34.981 38.068 44.570 1.640 1.599 1.783 1.947 1.954 2.091 2.157
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Cirrose
Acidente etária hepática
de Trânsito
(anos) 2010 2016 2010 2016 17%
Acidente
Queda 15% de Trânsito
36% 0-17 14,5 6,4 5,0 9,2
41% Pancreatite 44%
48% 2010 32% 18-34 30,7 32,6 19,3 15,3 48% 2010 22% 14%
Violência
Interpessoal
Outros
10% ferimentos não
4%
0% intencionais 35-54 27,8 33,8 31,8 29,4 Hipertensão
10% 10%
6% 13%
Outros 55+ 27,0 27,2 43,8 46,1 Outros
7% 10% 13%
89
DADOS GERAIS
SANTA CATARINA Capital: Florianópolis
Nº municípios (2016): 295
População (2016): 6.894.058
Nº leitos hospitalares (2016): 15.575
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
55,8
63,5 66,4 Total (ambos os sexos) 32,5 32,9 29,5 33,1
56,5 26,2 31,4 28,4 28,1
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
32,3 34,1 30,3 33,8 31,1 28,0
26,5 78,4
23,8 66,5
57,364,0
feminino
32,1 35,3 31,1 34,4
Fonte: PeNSE
30,8 27,6 25,1
21,5
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Florianópolis) 2015 (SC) 2009 2012 2015 (Florianópolis) 2015 (SC)
*Na capital
3,2 3,6
0,6
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Doença
Queda etária 13% hepática
Síndrome de (anos) 2010 2016 2010 2016 alcoólica
26% dependência
do álcool 14% Hipertensão
28% 0-17 8,8 6,0 1,6 1,3 13%
42% 35% Acidente 10% Doença
2010 de Trânsito
18-34 21,4 18,3 9,2 6,7 2010 cardíaca
53% 52% 10% isquêmica
Doença
6% 24% cardíaca
35-54 42,1 38,7 32,3 27,2 14% 11% Acidente
7% 16% isquêmica de Trânsito
Outros 55+ 27,8 37,0 56,8 64,7 10% Outros
7% 8%
90
DADOS GERAIS
SÃO PAULO Capital: São Paulo
Nº municípios (2016): 645
População (2016): 44.760.305
Nº leitos hospitalares (2016): 92.617
Fonte: IBGE, Datasus
masculino
49,3
55,0 56,1 Total (ambos os sexos) 25,7 27,9 23,7 22,9
52,5 21,2 25,3 20,6 22,5
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
28,8 29,8 25,9
25,0 24,9 22,8 22,9 77,1
21,0
feminino
56,0 56,0 56,6
31,9 31,9 26,5 26,9
Fonte: PeNSE
20,8 26,5 25,0 23,2
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (São Paulo) 2015 (SP) 2009 2012 2015 (São Paulo) 2015 (SP)
*Na capital
1,0 1,4 1,9 1,8 1,6
0,6 0,2
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Queda etária Cirrose
(anos) 16% hepática
23% Hipertensão
2010 2016 2010 2016
Doença
23% 15% hepática
Síndrome de 0-17 7,6 6,4 1,1 0,8 alcoólica
dependência 45% 47%
51% 47% 2010 5% do álcool
18-34 19,6 15,9 7,5 5,3 2010 17% 16% Doença
cardíaca
9% isquêmica
16% Acidente
de Trânsito 35-54 39,5 33,9 32,4 26,7 12%
8% 9% Hipertensão
8% 14%
Outros 55+ 33,3 43,9 58,9 67,1 Outros
8% 9%
91
DADOS GERAIS
SERGIPE Capital: Aracaju
Nº municípios (2016): 75
População (2016): 2.237.132
Nº leitos hospitalares (2016): 3.154
masculino
55,3
60,1 59,2 Total (ambos os sexos) 29,7 26,3 23,6 26,2 25,3 22,9 21,3 22,2
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
31,0 29,2
24,7 26,8 22,3 22,8 21,4 19,7
74,7
58,463,3 60,4
feminino
Fonte: PeNSE
31,9 31,5 25,7 27,3
20,0 22,8 21,5 17,7
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Aracajú) 2015 (SE) 2009 2012 2015 (Aracaju) 2015 (SE)
*Na capital
2,8 1,9
1,7 1,8 1,8
0,7
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool ao álcool por faixa etária (%) ou totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos Síndrome de
Queda etária dependência
25% Acidente (anos) 2010 2016 2010 2016 do álcool
de Trânsito 26%
35% Doença
0-17 8,5 7,3 1,6 1,3 23%
41% 30% Síndrome de hepática
dependência 34% alcoólica
36%
2010 do álcool
18-34 26,8 26,7 12,6 9,4 2010 Hipertensão
3% Doença 15%
3% 16% hepática
35-54 43,5 38,6 35,9 36,5 12% 15% Acidente
29% alcoólica 17% de Trânsito
Outros 55+ 21,3 27,3 49,9 52,8 9% Outros
7% 11% 14%
92
DADOS GERAIS
TOCANTINS Capital: Palmas
Nº municípios (2016): 139
População (2016): 1.520.448
Nº leitos hospitalares (2016): 2.563
masculino
55,3
49,5
53,4 Total (ambos os sexos) 20,3 20,4 17,0 21,9 23,118,8 17,9 21,3
Sexo
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
21,1 23,8 22,6
19,7 21,0 19,7
68,1
58,4
17,8 49,1 54,7
feminino
15,9
21,7 26,818,5 23,1
Fonte: PeNSE
16,9 22,9 14,218,2
Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez Experimentação Consumo atual Episódio de embriaguez
2009 2012 2015 (Palmas) 2015 (TO) 2009 2012 2015 (Palmas) 2015 (TO)
*Na capital
2,8 2,1
0,8
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
ou totalmente atribuíveis ao álcool álcool por faixa etária (%) totalmente atribuíveis ao álcool
2016 2016
Faixa Internações Óbitos
Acidente etária Hipertensão
de Trânsito
(anos) 2010 2016 2010 2016 17%
23% Acidente
1% Queda de Trânsito
16%
39% 30% 0-17 21,7 14,4 2,5 2,6
Violência 42% 38% Doença
Interpessoal hepática
2010 18-34 23,5 27,0 15,5 14,6 2010 16% 16% alcoólica
58% Doença
6% hepática Síndrome de
5% 22% alcoólica 35-54 31,5 31,6 37,4 29,4 12% 17% dependência
do álcool
7%
Outros 55+ 23,3 27,0 44,6 53,4 14% Outros
9% 11%
93
7. BIBLIOGRAFIA
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98
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
ANEXOS 99
LISTA DE CIDs
8. ANEXO Este estudo utiliza a lista de CIDs (Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) associados ao álcool e suas
respectivas FAAs. Como há referências de FAAs para a população brasileira
apenas para cirrose hepática e álcool e direção, foram utilizadas as demais
FAAs do Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2014 (OMS, 2014). Também
foram considerados os CIDs referenciados no Local Alcohol Profiles for England
2017 user guide, Public Health England:
100
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019
ANEXOS 101
Grupo FAA (%) CID
Hipertensão 8 I10-I15
HIV/AIDS 1 B20-B24
Infecções respiratórias
4 J9-J22, P23, U04
inferiores
Queda 16 W00-W19
Traumatismo intracraniano/
14 S06, S07
Lesões traumáticas
102
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2019