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ELTON NEHLS
JOINVILLE – SC – BRASIL
2011
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
ELTON NEHLS
JOINVILLE – SC – BRASIL
2011
ELTON NEHLS
Santa Catarina.
Banca Examinadora:
Orientador:
______________________________________
Prof. Régis Kovacs Scalice, Dr
Membro:
______________________________________
Profª. Danielle Bond
Membro:
______________________________________
Prof. Lírio Nesi Filho, Dr
RESUMO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................11
2.1 FALHAS............................................................................................................................ 11
2.2 MANUTENÇÃO................................................................................................................14
2.2.1 Manutenção Corretiva..................................................................................................... 15
2.2.2 Manutenção Preventiva................................................................................................... 16
2.2.3 Manutenção Preditiva...................................................................................................... 16
2.2.4 Manutenção Detectiva..................................................................................................... 17
2.2.5 Engenharia de Manutenção............................................................................................. 17
2.2.6 Custos de Manutenção.....................................................................................................17
2.3 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL......................................................................... 20
2.3.1 Os Oito Pilares do TPM.................................................................................................. 21
2.3.2 Implantação do TPM....................................................................................................... 21
2.4 ANÁLISE DO EFEITO E MODO DE FALHAS E ANÁLISE DA ÁRVORE DE
FALHAS.................................................................................................................................. 23
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 46
APÊNDICES........................................................................................................................... 47
10
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 FALHAS
Nepomuceno (1989) define falha como sendo qualquer enguiço num sistema ou
circuito que permanece até que sejam tomadas providências corretivas.
Sempre há a probabilidade de que ocorra alguma falha durante a operação produtiva,
seja ela imperceptível, sem importância, ou que possa colocar em risco todo o processo. E
também é difícil prever quando uma falha vai ocorrer, mas é necessário estar preparado para
diminuí-las e para se recuperar quando elas ocorrem.
Falhas no sistema acontecem, o que as organizações precisam, é saber discriminar as
diferentes falhas e prestar atenção especial àquelas que são críticas por si só ou porque podem
prejudicar o resto da produção (SLACK, STUART e JOHNSTON, 2009). Por exemplo, uma
lâmpada queimada no interior do carro não representa nenhum perigo ao motorista comparada
com a lâmpada queimada do farol.
As falhas ocorrem na produção por várias razões:
• Falhas de projeto;
• Falhas de instalações;
• Falhas de pessoal;
• Falhas de fornecedores;
• Falhas de clientes.
Slack, Stuart e Johnston (2009) mencionam três formas de medir as falhas:
• Taxa de falhas (TF) – a freqüência com que a falha ocorre;
• Confiabilidade – a probabilidade de uma falha ocorrer;
• Disponibilidade – o período de tempo útil disponível para a operação.
“A taxa de falhas é calculada pelo número de falhas em um período de tempo. (...)
Pode ser medida como uma porcentagem do número total de produtos testados ou como o
número de falhas no tempo”, conforme equações 1 e 2. (SLACK, STUART e JOHNSTON,
2009).
12
Onde:
TMEF é o tempo médio entre falhas
TMEF = horas de operação / número de falhas
TMDR é o tempo médio de reparo, que é o tempo médio necessário para consertar a
produção, do momento em que falha até o momento em que está operando novamente.
O conceito de disponibilidade, para Nepomuceno (1989), consiste numa medida que
indica a proporção do tempo total em relação ao tempo que o dispositivo está disponível ao
cumprimento das funções para as quais foi destinado.
Para Kardec e Nascif (2001), a disponibilidade é função da confiabilidade e da
manutenibilidade.
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Slack, Stuart e Johnston (2009) comentam que para a maioria das partes de uma
operação, as falhas são uma função do tempo. Em diferentes etapas da vida útil de qualquer
coisa, a probabilidade de que falhe será diferente. A curva que descreve a probabilidade de
falha desse tipo é chamada de curva da banheira (Figura 1) e compreende três etapas distintas:
• Mortalidade “infantil” – quando falhas iniciais ocorrem por causa de peças defeituosas
ou uso inadequado;
• Etapa de “vida normal” – quando a taxa de falhas é normalmente baixa, razoavelmente
constante e causada por fatores aleatórios normais;
• Etapa de desgaste – quando a taxa de falhas aumenta à medida que a peça se aproxima
do final de sua vida útil e as falhas são causadas por envelhecimento e deterioração
das peças.
2.2 MANUTENÇÃO
Manutenção, segundo Slack, Stuart e Johnston (2009), é o termo usado para abordar a
forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas ao cuidar de suas instalações físicas e
equipamentos. Realizar manutenção nos equipamentos é uma das formas de diminuir a
probabilidade de fabricar produtos defeituosos e de manter os equipamentos em
funcionamento para realização do trabalho. Tavares (1999) define manutenção como toda e
qualquer ação necessária para que um item (equipamento, obra ou instalação) seja conservado
ou restaurado, de modo a permanecer operando de acordo com as condições especificadas.
A missão da manutenção para Kardec e Nascif (2001), é garantir a disponibilidade da
função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção ou
serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo adequado. A
manutenção deve garantir um equipamento confiável durante seu uso com menor custo
possível.
Do ponto de vista estratégico, a manutenção precisa estar voltada para os resultados
empresariais da organização. É preciso, sobretudo, deixar de ser apenas eficiente para se
tornar eficaz (KARDEC e NASCIF, 2001). Os reflexos da manutenção nos resultados
empresariais são:
• Aumento da segurança do pessoal e das instalações: instalações bem mantidas têm
menor probabilidade de falhar, menor o risco de causar danos físicos aos funcionários;
• Aumento da disponibilidade: máquinas trabalhando por mais tempo, com menos
paradas para consertos e interrupções das atividades normais de produção;
• Qualidade maior: com equipamentos bem mantidos, que recebem manutenção
periódica, menor a probabilidade causar problemas de qualidade nas peças produzidas;
• Redução de custos: equipamentos funcionam mais eficientemente quando recebem
manutenção regularmente;
• Tempo de vida mais longo: cuidados com equipamentos e instalações podem
prolongar a vida efetiva, reduz desgaste e deterioração;
• Valor final mais alto: instalações bem mantidas são geralmente mais fáceis de vender
no mercado de segunda mão.
A maneira como a manutenção é realizada, caracteriza o tipo de manutenção. Segundo
Kardec e Nascif (2001), o tipo de manutenção a implantar na organização é uma decisão
gerencial e está baseada nos seguintes fatores:
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O objetivo das estratégias mistas de manutenção é minimizar o custo total das paradas.
Empresas planejam sua manutenção incluindo certo nível de manutenção preventiva regular,
o que resulta em uma probabilidade razoavelmente baixa, mas finita, de falhar. Manutenção
preventiva pouco freqüente custará pouco, mas resultará em alta probabilidade de manutenção
corretiva, como representado no gráfico da Figura 2, ilustrado por Nepomuceno em 1989 e
por Slack, Stuart e Johnston em 2009. Quanto maior os custos da manutenção preventiva,
menor os custos das paradas para corretivas, porém resulta em um custo total elevado. Do
contrário, os custos das paradas serão maiores se houver pouca ou nenhuma manutenção
preventiva, o que também resultará em custos totais elevados. Daí a importância de realizar
manutenção preventiva em um nível não tão alto, para baixar os custos totais.
Quando a manutenção preventiva pode ser realizada pelo próprio operador, a curva do
custo total será semelhante a da Figura 3, porque quando alguém da manutenção realizar o
trabalho o operador estará parado, tornando o custo da preventiva naquele instante maior, por
ter duas pessoas envolvidas. Mas se a preventiva é realizada pelo operador, o custo da
preventiva será menor e aumentará conforme aumenta o nível de manutenção preventiva,
reduzindo os custos de paradas e conseqüentemente o custo total.
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Kardec e Nascif (2001) fazem uma comparação dos custos dos tipos manutenção mais
usuais (Tabela 1) em função da potência instalada por ano (HP/ano).
Segundo Kardec e Nascif (2001), a Manutenção Produtiva Total (TPM do inglês total
productive maintenance) teve início no Japão com a empresa Nippon Denso KK, integrante
do grupo Toyota, na década de 1970. No Brasil, a TPM foi apresentado pela primeira vez em
1986.
Kardec e Nascif (2001) citam que a sistemática de grupos de trabalho conhecidos com
CCQ – Círculos de Controle de Qualidade ou ZD – Defeito Zero, foram disseminados os
seguintes conceitos, base do TPM:
• Cada um deve exercer o autocontrole;
• A minha máquina deve ser protegida por mim;
• Homem, máquina e empresa devem estar integrados;
• A manutenção dos meios de produção deve ser preocupação de todos.
“O TPM objetiva a eficácia da empresa através de maior qualificação das pessoas e
melhoramentos introduzidos nos equipamentos” (KARDEC e NASCIF, 2001).
Slack, Stuart e Johnston (2009) comentam a importância do pessoal de operação com a
implantação do TPM, os operadores passarão a executar atividades que antes eram do pessoal
de manutenção como: lubrificação, limpeza, ajustes de gaxetas, troca de lâmpadas, limpeza e
troca de filtros, enquanto que a equipe de manutenção permanece com tarefas de maior
complexidade (Tabela 2).
Para Takahashi e Osada (2002), limpeza, lubrificação e aperto são as três atividades
principais para evitar a deterioração e podem ser consideradas a base da manutenção do
equipamento.
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São oito os pilares que sustentam a TPM ou MPT (Manutenção Produtiva Total), para
que o sistema atinja maior eficiência produtiva (Figura 4).
Takahashi e Osada (2002), comentam que sua implementação deve ser ajustada às
características específicas de cada fábrica, as características dos produtos e as diferenças entre
as modalidades de produção.
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Uma das atividades críticas para uma organização quando uma falha ocorre é entender
por que ocorreu. Essa atividade é chamada de análise de falhas. Há duas técnicas usadas para
descobrir a causa primeira de falhas: análise do efeito e modo de falhas e a análise da árvore
de falhas. Segundo Helman e Andery (1995), estes dois métodos podem auxiliar
eficientemente na etapa de busca das causas fundamentais dos problemas bem como na etapa
de elaboração do correspondente Plano de Ação para seu bloqueio.
Segundo Slack, Stuart e Johnston (2009), a análise do efeito e modo de falhas (FMEA
do inglês, Failure Mode and Effect Analysis) tem como objetivo identificar as características
do produto ou serviço que são críticas para vários tipos de falha. É um meio de identificar as
falhas antes que aconteçam, por meio de um check-list, que é construída em torno de três
perguntas-chaves:
• Qual é a probabilidade da falha ocorrer?
• Qual seria a conseqüência da falha?
• Com qual probabilidade essa falha é detectada antes que afete o cliente?
“Baseado em uma avaliação quantitativa dessas três perguntas, é calculado um número
de prioridade de risco (NPR) para cada causa potencial de falha” (SLACK, STUART e
JOHNSTON, 2009). Quanto maior o NPR, maior a prioridade de prevenir a falha, o valor de
NPR é calculado através da equação 6, que é a multiplicação dos valores selecionados das três
avaliações da Tabela 4.
Para Hernan e Andery (1995), a análise da árvore de falhas (FTA – Fault Tree
Analysis) é um método sistemático e padronizado, capaz de fornecer bases objetivas para
funções diversas tais como a análise de modos comuns de falhas em sistemas.
Segundo Herman e Andery (1995), a análise se inicia a partir de uma falha ou
problema particular do sistema, e continua com a elaboração da seqüência ou combinação de
fatos capazes de conduzir a tal evento. A Figura 5 mostra um exemplo de uma análise da
árvore de falhas, sendo que a árvore é constituída de ramificações conectadas por dois tipos
de nós: nós E e nós OU. Se as ramificações estiverem abaixo do nó E, todas precisam ocorrer
para que o evento acima do nó ocorra, mas se for um nó OU, apenas uma das ramificações
precisa ocorrer para que aconteça o evento acima do nó.
Para Herman e Andery, o uso conjunto das duas ferramentas resulta num efeito
sinérgico: uma beneficia-se com a utilização da outra. Fica mais fácil, visualizando a FTA,
estabelecer o efeito e a causa da falha na folha de FMEA. A Tabela 5 apresenta a comparação
entre FTA e FMEA.
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FTA FMEA
OBJETIVO - Identificação das causas - Identificação das falhas críticas
primárias das falhas em cada componente, suas
- Elaboração de uma relação causas e conseqüências
lógica entre falhas primárias e - Hierarquizar as falhas
falha final do produto - Análise da confiabilidade do
- Análise da confiabilidade do sistema
sistema
PROCEDIMENTO - Identificação da falha (evento) - Análise das falhas em potencial
que é detectada pelo usuário do de todos os elementos do
produto sistema, e previsão das
- Relacionar essa falha com conseqüências
falhas intermediárias e eventos - Relação de ações corretivas (ou
mais básicos por meio de preventivas) a serem tomadas
símbolos lógicos
CARACTERÍSTICA - Melhor método para análise - Pode ser utilizado na análise de
BÁSICA individual de uma falha falhas simultâneas ou co-
específica relacionadas
- O enfoque é dado à falha final - Todos os componentes do
do sistema sistema são passíveis de análise
Fonte: Helman e Andery, 1995.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
foram realizadas com os funcionários para saber como estão realizando as manutenções e
quais partes dos equipamentos sofrem mais desgastes, quais precisam de lubrificação e
inspeção. Estas informações são comparadas com as informações dos manuais disponíveis
dos equipamentos. Algumas informações foram adquiridas de um relatório de manutenção
corretiva que a empresa possui, cuja função é registrar as manutenções corretivas realizadas
em todos os equipamentos, mas, segundo a empresa, nem todas as manutenções estão sendo
registradas, o que faz com que não haja um histórico de algumas intervenções realizadas.
Estas informações foram coletadas para se ter conhecimento da situação atual.
Conhecendo a situação atual, a próxima atividade foi a elaboração de uma proposta de
programa de manutenção que pudesse ser aplicado na empresa para diminuir o problema.
Finalmente, a proposta elaborada é apresentada a empresa e seus funcionários.
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Sediada em Joinville/SC, a empresa estudada é uma empresa familiar, que iniciou suas
atividades em 1990, realizando inicialmente serviços de manutenção em equipamentos têxteis
em empresas da região norte de Santa Catarina e Vale do Itajaí.
Anos mais tarde, por volta de 1993, começou a diversificar sua linha de atuação,
passando a fornecer serviços de torneamento, e atualmente a empresa conta com o apoio de
10 funcionários além dos proprietários, prestando serviço de fresamento, torneamento e
caldeiraria, trabalhando em dois turnos, de segunda a sexta-feira.
Os equipamentos que a empresa possui estão na lista abaixo, e conforme a informações
fornecidas, algumas operam nos dois turnos, outras em um turno e algumas são utilizadas
conforme a demanda.
01 – Centro de Usinagem CNC D2000 ROMI, utilização integral nos dois turnos;
01 – Torno CNC Centur 30D ROMI – utilização varia conforme demanda, opera em um
turno, em alguns dias não é utilizado o turno todo, tem peças que faz tudo em torno
convencional, ou parte em torno convencional e parte em torno CNC;
01 – Torno Horizontal NARDINI ND-250 – utilização conforme demanda opera em um
turno, não é utilizado todos os dias;
01 – Torno Horizontal STAMAC – utilização conforme demanda opera em um turno, não é
utilizado todos os dias;
01 – Mandrilhadora de Banco Fixo Elgamill Butler - utilização integral nos dois turnos;
01 – Fresadora de Coluna Kone - utilizada conforme demanda, pode ficar até mais de um mês
sem ser utilizada;
02 – Fresadoras Ferramenteiras Sunlike – uma está sendo usada em dois turnos, a outra é
utilizada quando há necessidade de horas extras, ou quando a outra está em manutenção;
01 – Furadeira coluna, utilizada no acabamento das peças;
01 – Plaina Limadora ZOCCA, utilizada quando há canal de chaveta para fazer em furos de
polias ou engrenagens, fica dias sem utilizar;
01 – Rosqueadeira Pneumática Roscamat 400VH – (para roscas M3 a M24), utilizada no
acabamento das peças
01 – Aparelho de solda Mig e 01 solda Tig, utilizados conforme demanda;
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em correias e filtros. O setor de compras da empresa forneceu informações dos tipos das
correias que foram compradas para as fresadoras e para a serra fita, e quando foram
substituídas.
Os únicos equipamentos que não possuem os manuais são: a mandrilhadora, a
fresadora Kone e a Plaina. Isso deve-se ao fato de que foram compradas usadas, e são de
fabricação muito antiga. E o manual do centro de usinagem D2000 não está em português, o
que dificulta a realização de manutenção preventiva.
A empresa está tendo problemas com alguns prazos de entrega e com a qualidade das
peças, devido esta falta de organização na manutenção, o que gera também prejuízos. Os
atrasos ocorrem porque a máquina parou quando deveria estar trabalhando, e a falta de
regulagens e lubrificação ou desgaste de componentes transferem para a peça os problemas de
falta qualidade como erros de dimensões e rugosidade na superfície usinada. Os prejuízos são
os retrabalhos e refugos das peças com má qualidade e realização de horas extras na tentativa
de evitar os atrasos na entrega.
Esta fase do projeto visa apresentar uma proposta para o problema de não haver um
planejamento e controle da manutenção. O objetivo desta proposta é diminuir as manutenções
corretivas não planejadas com a implantação de manutenções preventivas, realizadas pelo
próprio operador da máquina. A implantação do programa de manutenção dividi-se em quatro
etapas apresentadas na tabela 7.
Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
A análise de árvore de falhas foi elaborada tendo como falha o material que não está
sendo cortado, e ele não pode ser cortado porque a serra fita não está se movimentando, ou
porque ela não está cortando apesar de estar se movimentando. A falta de movimento da fita
ocorre quando o motor não está ligando ou quando há o rompimento da correia que transmite
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o movimento do motor para a fita. Já a serra não pode cortar se houver o desgaste dos dentes
ou se estiver rompida.
Para realização do FMEA todos os valores das probabilidades para o cálculo de NPR
foram obtidos em conjunto com o operador e com base na tabela 4, das escalas de avaliação
para FMEA. Para a falha do motor não ligar, o valor para a probabilidade de ocorrência é 2
por ser baixa a probabilidade, em torno de uma falha para cada vinte mil horas de operação,
ou seja, desde a aquisição do equipamento não houve esse tipo de falha. Como valor para
severidade da falha, a nota foi 3, pois se ocorrer do motor não ligar, isto irá causar certo
descontentamento e aborrecimento, pelo fato de gerar atraso na produção. Já para
probabilidade de detecção, a nota foi 1, por ser uma falha que não é detectada facilmente.
Assim, o NPR para a falha do motor não ligar ficou igual a 6, resultado obtido multiplicando-
se os valores 2, 3 e 1. O rompimento da correia do motor obteve nota 4 para probabilidade de
ocorrência, por ter maior possibilidade de romper após duas mil horas de trabalho, como
verificado nas compras realizadas destas correias, nota 3 para severidade, por atrasar a
produção e nota 2 para detecção, pois a probabilidade é baixa, e é fácil de detectar o desgaste
da correia. Os três valores multiplicados (4, 3 e 2) gerou um NPR=24. A probabilidade de
desgaste dos dentes, bem como do rompimento da fita recebeu nota 5 por ocorrer a cada mil
horas, aproximadamente. Severidade igual a 3, para as duas causas de falha, também por gerar
atrasos e detecção igual a 4 em ambos, por ser uma probabilidade de detecção maior do
desgaste e de rompimento. O valor de NPR=60, para desgaste dos dentes e rompimento da
fita, é o mais elevado, sendo este o componente de maior prioridade para realização de
inspeções periódicas, e que consta no plano de manutenção preventiva da serra (Apêndice 1)
como sendo mensal. Neste plano as inspeções da preventiva estão descritas e numeradas em
ordem crescente, que serve para identificar qual inspeção foi realizada, bem como registrá-la
no campo tabela de registros constante no formulário. Além das inspeções, estão definidas as
periodicidades de análise, quando é verificado um item, é preciso marcar na tabela de
registros a data para próxima inspeção, para lembrar o operador no dia em que deve
inspecionar aquele item. Neste plano de manutenção estão relacionadas as principais peças de
reposição da serra, aquelas que mais são substituídas, para que operador não perca tempo
procurando a descrição da peça no manual da máquina, caso alguma peça seja substituída em
alguma da intervenções, é necessário marcar com “X” a coluna “SIM”, da tabela de registros,
se não houver substituição, marcar em “NÃO”. Nos itens em que estiver escrito “não”, na
coluna “Registro”, significa que não precisa registrar a inspeção na tabela de registros.
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Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
Falta de ar comprimido 7 4 1 28
Desgaste das palhetas 2 6 1 12
Fonte: Primária, 2011.
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Para as duas fresadoras Sunlike, também foi realizado FMEA (Tabela 10) e análise de
árvore de falhas (Figura 10) para identificar os pontos a serem inspecionados. Para isso foi
utilizado o manual das máquinas, a lista de manutenção de equipamentos da empresa (Tabela
5) e a experiência dos operadores sobre as falhas ocorridas. A união dessas três informações
levaram ao plano apresentado no Apêndice 3, foram selecionados pontos que comprometem a
qualidade final do equipamento para realização das inspeções e aqueles que mais levam
tempo para consertar, segundo relatos do proprietário que executa alguns dos consertos.
Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
As falhas e os consertos mais comuns nas fresadoras são: rompimento das correias e
chaveta que transmitem rotação para a ferramenta e o desgaste da bucha das polias dessas
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Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
Para elaboração do plano de manutenção do Centro de Usinagem CNC D2000, não foi
utilizado o manual da máquina, pois este veio escrito no idioma do seu país de fabricação,
Taiwan, no entanto, a empresa já solicitou o manual em português, mas este ainda não foi
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Probabilidade
Probabilidade
de ocorrência
de detecção
Severidade
de falha
NPR
Filtro da bomba está entupido 8 8 3 192
Bomba está desligada 2 8 3 48
Pouco óleo no reservatório 2 8 3 48
Folga nos fusos 2 4 2 16
Falta de graxa no cabeçote 8 8 3 192
Fonte: Primária, 2011.
Verifica-se, pelo FMEA, que as principais causas das falhas são o filtro da bomba
entupido e a falta de graxa no cabeçote, com maior probabilidade de ocorrência.
O plano de manutenção da mandrilhadora encontra-se no Apêndice 9, com
informações de inspeções de partes mecânicas, incluindo limpeza do filtro da bomba e da
calha onde o filtro se encontra, e o Apêndice 10 trata do plano de lubrificação, indicando os
pontos a serem lubrificados e a periodicidade.
Em todos os planos, os itens que deverão ser inspecionados por terceiros estão
identificados com um asterisco (*) ao lado do número, e no rodapé da folha do plano de
manutenção há a legenda com a frase: “(*) INSPEÇÃO REALIZADA POR EMPRESA
CONTRATADA”, neste caso, é agendado um dia para realização do serviço, que não seja
quando a máquina estiver em operação.
Para os serviços de manutenção corretiva, foi elaborado um formulário (Apêndice 11)
que visa registrar as intervenções realizadas nos equipamentos, é uma forma de ter um
histórico das falhas, para isso, cada vez que ocorrer uma falha, é necessário preencher:
• Data do ocorrido;
• Falha, descrever o que não está funcionando, por exemplo: O eixo árvore não gira;
• Causa da falha, exemplo: rompeu a correia que transmite o torque;
• Ação: o que foi feito para corrigi-la;
• Tempo: marcar o tempo que levou o conserto;
• Realizado por: nome de quem efetuou o conserto;
• Se o conserto foi realizado por uma empresa contratada, indicar o nome da empresa e o
número da ordem de serviço no campo “Observações”.
O preenchimento destas informações auxiliará nas futuras revisões dos planos de
manutenção preventiva, sendo possível incluir mais itens para as inspeções periódicas e
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta deste estudo foi implantar um plano de manutenção para uma empresa de
usinagem, que tem como objetivo reduzir o número de paradas não previstas para conserto e
de produtos sem qualidade e conseqüentemente o aumento da produtividade e da
lucratividade.
A conscientização e o apoio da diretoria foram e são indispensáveis para a
implantação do programa. É importante que cobrem de seus subordinados a realização das
preventivas, que reconheçam e utilizem as propostas de melhorias dos funcionários, e que
invistam em treinamento, aplicando o quarto pilar do TPM (Educação e Treinamento), para
que estes não se desmotivem, buscando constantemente melhorar a eficácia dos
equipamentos.
A utilização das ferramentas FMEA e análise de árvore de falhas apoiaram durante a
elaboração do plano, a correta utilização da análise de árvore de falhas direciona para
descobrir a causa da falha, sendo possível identificá-la e preveni-la com antecedência, e
identificar as falhas que são mais críticas, através do FMEA, faz com que estas sejam tratadas
com maior prioridade.
Importante mencionar, também, a motivação e satisfação dos operadores, que realizam
a Manutenção Autônoma (segundo pilar do TPM), contribuindo para que a produção não
pare, sendo responsáveis pelo bom funcionamento dos equipamentos, que irão produzir peças
com qualidade, dentro do prazo.
Quando a empresa comprar um equipamento novo, que seja feito um plano de
manutenção desde o início de seu funcionamento, esse é outro pilar do TPM, o Controle
Inicial. Assim, poderá ser mais fácil uma futura implantação da Manutenção Produtiva Total,
já que está sendo implantada uma cultura de manutenção autônoma na empresa.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica. 2. ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2001.
APÊNDICES