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COPPE / UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
SH Sphaier
Julho de 2003
Dinâmica do Navio no Plano Horizontal
SH Sphaier
Julho de 2003
1 Introdução
A formulação das equações de movimento de um navio em manobras, sendo rebocado por um
cabo ou ancorado sujeito à correnteza segue o clássico modelo de manobras. As diferenças
se dão pela ação do leme, do propulsor e de cabos de conexão, e pela ordem das veloci-
dades. Navios em manobras em velocidades normais sofrem ações fluidas diferentes do caso
em que se encontram ligados a um SPM sob ação de correnteza. Formulamos aqui o problema
enfocando o caso de baixas velocidades. Porém, inicialmente, trataremos o problema de esta-
bilidade direcional em manobras através de modelação linear. Trata-se de certa forma de uma
introdução ao problema de um navio ancorado em SPM (Single Point Mooring). Seguindo a
modelação clássica de manobras serão então formuladas as equações de movimento para um
navio amarrado em SPM exposto a uma correnteza. Finalmente apresentamos o caso de um
navio ancorado através de uma torreta.
1
SH Sphaier 2
Fu = Fx cos ψ + Fy sin ψ
mU̇xG = Fx
mU̇yG = Fy
SH Sphaier 3
onde:
UG = UxG i + UyG j = U + ω × rG
é a velocidade absoluta do centro de gravidade do navio. A aceleração absoluta é dada por:
U̇G = U̇ + ω̇ × rG + ω × (ω × rG )
m[u̇ − v ψ̇ − yG ψ̈ − xG ψ̇ 2 ] = Fu
m[v̇ + uψ̇ + xG ψ̈ − yG ψ̇ 2 ] = Fv
onde: Fu e Fv são as componentes das resultantes das forças externas atuando sobre o corpo
no sistema solidário.
A equação de conservação de quantidade de movimento angular é dada por
IG ψ̈ = NE,G
onde IG é o momento de inércia e NE,G o momento das forças externas em relação ao centro
de gravidade do navio.
A relação entre os momentos das forças externas em relação a um ponto fora do centro de
gravidade e em relação ao centro de gravidade é dada por:
NE,G = NE + yG Fu − xG Fv
SH Sphaier 4
m[u̇ − v ∗ r − yG ∗ ṙ − xG ∗ r2 ] = XH + XP + XR + XW A + XW I + Tu
m[v̇ + u ∗ r + xG ∗ ṙ − yG ∗ r2 ] = YH + YP + YR + YW A + YW I + Tv (7)
- Equação de momento:
onde:
XH = Xu̇ u̇ + X(u, v, r)
• para distâncias
0 a
a =
Lpp
0 l
l =
Lpp
• para as velocidades
0v
v =
u0
0 rLpp
r =
u0
0 tu0
t =
Lpp
teremos 0 0 0
dr dr dt u0 dr u0 u2 dr
= 0 = 0 = 20 0
dt dt dt Lpp dt Lpp Lpp dt
• para as tensões:
0 0
Tu = Tu /(0.5 · ρ · Lpp · H · u20 ); Tv = Tv /(0.5 · ρ · Lpp · H · u20 );
ou a forma
0 0
Tx = Tx /(0.5 · ρ · L2pp · u20 ); Ty = Ty /(0.5 · ρ · L2pp · u20 );
• para os momentos
0
M = M/(0.5ρL2pp Hu20 )
ou a forma
0
M = M/(0.5ρL3pp u20 )
mu̇ = XH + XP + XR
com
XH = Xu̇ u̇ + X(u, v, r) = Xu̇ u̇ + Xuu u0 (u0 + δu)
e
XP + XR + Xuu u0 u0 = 0
resultando em:
(m − Xu̇ )u̇ − Xuu u0 δu = 0
SH Sphaier 7
Para o movimento lateral e de rotação admite-se que as reações hidrodinâmicas são devidas
a efeitos de inércia das partı́culas fluidas e de asa:
essas equações têm solução somente no caso em que o determinante dos coeficientes se anule:
0 0 0 0 0 0 0 0
(m − Y v̇ )λ − Y v −[(Y ṙ − m x G )λ − (Y r − m )]
=0
−(N 0 − m0 x0 )λ − N 0 0 0 0 0 0
v̇ G v (Iz − Nṙ )λ − (Nr − m xG )
isto é:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
((m − Yv̇ )(Iz − Nṙ ) − (Yṙ − m xG )(Nv̇ − m xG ))λ2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−((m − Yv̇ )(Nr − m xG ) + Yv (Iz − Nṙ ) + (Yr − m )(Nv̇ − m xG ) + Nv (Yṙ − m xG ))λ
0 0 0 0 0 0 0
+Yv (Nr − m xG ) − (Yr − m )Nv =
Aλ2 + Bλ + C = 0
e o determinante é nulo para:
√
B 2 − 4AC −B ±
λ1 (2) =
2A
com os valores de σ1 (2) pode-se verificar se o sistema é estável ou não. O estudo do com-
portamento das raı́zes λ1 e λ2 poderá demonstrar se o sistema é ou não estável, ou seja este
sistema retorna a uma posição de equilı́brio caso haja perturbação.
O comportamento do navio, após a perturbação é dado por:
0
v = V1 eλ1 t + V2 eλ2 t
0
r = R1 eλ1 t + R2 eλ2 t
Os valores de V1 , V2 , R1 e R2 dependem das condições iniciais impostas, mas para a análise
de estabilidade não são em si importantes. O que determina o comportamento do navio são
os autovalores do problema, isto é, λ1 e λ2 . Assumindo que a forma dos autovalores é dada
por:
λi = µi + iνi
a parte imaginária, quando existente, mostra um comportamento perı́odico de v 0 e r0 com o
tempo. A parte real, quando positiva, indica que o as variáveis v 0 e r0 crescem, em módulo,
com o tempo. O navio é instável, uma vez que perturbado não amortece este efeito. Se a
parte real é negativa, ela indica que os movimentos introduzidos por pequenas perturbações
são amortecidos com o tempo. Estas soluções representam a reação do navio quando o navio
encontra-se com o leme posicionado a zero graus.
Na teoria de manobras, entretanto faz-se uma análise das contribuições de A, B e C e
chega-se a um critério bem mais simples, em que o valor do coeficiente C define se o navio é
direcionalmente estável ou não.
Como vimos acima o determinante da equação
Aσ 2 + Bσ + C = 0
é nulo para: √
B 2 − 4AC −B ±
σ1 (2) =
2A
Em termos das possı́veis soluções temos as seguintes possibilidades:
SH Sphaier 9
• B 2 −4 A C > 0, AC < 0 - uma raiz real positiva - solução instável - aumento exponencial
1. B/A > 0 - duas raı́zes reais negativas - solução estável - decrescimento exponencial
2. B/A < 0 - duas raı́zes reais positivas - solução instável - aumento exponencial
1. B/A > 0 - duas raı́zes reais negativas iguais - solução estável - decrescimento
exponencial
2. B/A < 0 - duas raı́zes reais positivas iguais - solução instável - aumento exponencial
• B2 − 4 A C < 0
1. B/A > 0 - duas raı́zes complexas com partes reais negativas - solução estável -
decréscimo exponencial com oscilação
2. B/A < 0 - duas raı́zes complexas com partes reais positiva - solução instável -
aumento exponencial com oscilação
A conclusão deste quadro é que B/A > 0 é uma condição necessária para estabilidade e
AC > 0 é uma condição suficiente para estabilidade.
Convém agora proceder a uma avaliação das influências dos coeficientes hidrodinâmicos
nos coeficientes para A, B e C para aprofundar um pouco mais a análise.
Como:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
m > 0, I > 0, Yv̇ < 0, Nṙ < 0, Yv < 0, Nr < 0, Yr < 0, Nv ≥ 0 e Yṙ , Nv̇ , xG são
pequenos, então:
A>0
B>0
C = () · () − () · (−) < 0
C = () · () − () · (−) < 0
NH = Nṙ ṙ + Nv̇ v̇ + Nv∗ vu0 + Nr∗ ru0 + Nv|v| v|v| + Nr|r| r|r|
YH = Yv̇ v̇ + Yṙ ṙ + Yv∗ vu0 + Yr∗ ru0 + Yv|v| v|v| + Yr|r| r|r|
XH = Xu̇ u̇ + Xuu u|u0 | + Xvr |v||r|
Muitas vezes são introduzidas alterações com base em resultados obtidos experimentalmente.
Pode-se dizer que de forma geral, novos termos não lineares são incorporados ao modelo.
Aqui vamos nos ater ao modelo quadrático básico mostrado acima. Assim, as equações de
movimento tomam então a seguinte forma:
NW A + NP + NR + NW I + a · Tv
Introduzindo a adimensionalização mostrada acima, isto é, dividindo-se as equações de forças
por 0.5ρL2pp u20 e de momento por 0.5ρL3pp u20 , e rearranjando os termos, têm-se:
• para a equação de forças longitudinais
m − Xu̇ mxcg 2 mvr Xuu u|u0 | X|v||r| u
2
u̇ + 2
r − 2
= 2
+ 2
( )|v||r|+
0.5ρL2pp u0 0.5ρL2pp u0 0.5ρL2pp u0 0.5ρL2pp u0 0.5ρL2pp u0 |u|
XW A u XP u XR u XW I u Tu u
2
+ 2
+ 2
+ 2
+ 2
0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0
ou
m − Xu̇ Lpp u̇ m v r Lpp m xcg rLpp 2 Xuu u X|v||r| u v rLpp
2
− + ( ) = + ( )| || |+
0.5ρL3pp u0 0.5ρL3pp u0 u0 0.5ρL3pp Lpp u0 0.5ρL2pp u0 0.5ρL3pp |u| u0 u0
0 0 0 0 0
XW A + XP + XR + XW I + Tu
e então 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 −u 0 0
(m − Xu̇ )u̇ + m xcg r02 − m v r = Xuu u + X|v||r| |v ||r |+
|u0 |
0 0 0 0 0
XW A + XP + XR + XW I + Tu
• para a equação de forças laterais
(m − Yv̇ )v̇ Yṙ ṙ mur m xcg ṙ
2
− + + =
2
0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρL2pp u20
2 2 2 2
então,
(m − Yv̇ ) Lpp v̇ Yṙ L2pp ṙ m u r Lpp m xcg ṙ L2pp
− + + =
0.5ρL3pp u20 0.5ρL4pp u20 0.5ρL3pp u0 u0 0.5ρL3pp Lpp u20
NW A NP NR NW I Tψ
+ + + +
0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρLpp u0 0.5ρL3pp u20
3 2 3 2 3 2 3 2
e então
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I − Nṙ )ṙ − Nv̇ v̇ + m xcg u r = Nv v + Nr r + Nv|v| v |v | + Nr|r| r |r |+
0 0 0 0 0
NW A + NP + NR + NW I + Tψ
No caso de modelos cúbicos, que alguns autores preferem utilizar para velocidades normais,
têm-se para a força lateral e o momento as expressões (Eda e Crane, Jr.):
- Equação de momentos:
Rem = Rep
F rm = F rp
então
Y Y
2 2
|m = |p
1/2ρU L 1/2ρU 2 L2
N N
2 3
|m = |p
1/2ρU L 1/2ρU 2 L3
Admitindo-se que as condições ambientais do teste e do modelo são as mesmas, pode-se
extrapolar os resultados dos testes com modelo para o navio real se:
U L|m = U L|p
√ √
U/ L|m = U/ L|p
SH Sphaier 17
v = −U sin(β)
e
0 v
v = = − sin(β)
U
Assim pode-se escrever:
0 Y 0
Y = 2 2
= f1 (Re, F r, v )
1/2ρU L
0 N 0
N = 2 3
= f2 (Re, F r, v )
1/2ρU L
Expandindo-se essas funções em série de Taylor em torno da posição β = 0 e considerando a
aproximação linear tem-se:
0
0 0 dY 0
Y (v ) = Y (0) + v
dv 0
0
0 0 dN 0
N (v ) = N (0) + v
dv 0
0 0 0
Utilizando-se a notação Yv para a derivada de Y em relação à v ,
0
0 dY dY /(1/2ρU 2 L2 ) 1 dY
Yv = 0 = = 2
dv dv/U 1/2ρU L dv
0
0 dN dN/(1/2ρU 2 L2 ) 1 dN
Nv = 0 = =
dv dv/U 1/2ρU L2 dv
e como:
dY dY
=−
dv U dβ
dN dN
=−
dv U dβ
0 0
pode-se obter os valores de Yv e de Nv .
SH Sphaier 18
u = RΩ
dY (Ω)
Yr =
dΩ
dN (Ω)
Nr =
dΩ
e
Y
0 d
dY 1/2ρU 2 L2 dY 1
0 = =
dr rL dr 1/2ρU L3
d
U
1
= Yr
1/2ρU L3
N
0 d
dN 1/2ρU 2 L3 dN 1
0 = =
dr rL dr 1/2ρU L4
d
U
1
= Nr
1/2ρU L4
SH Sphaier 19
yA = y0 sin(σt + φA )
yB = y0 sin(σt + φB )
a cada uma das hastes, a medida que o modelo avança e mede-se as forças em cada uma
delas YA e YB . De acordo com os ângulos de fase dos movimentos, enquanto o modelo avança
logitudinalmente, pode-se manter o modelo:
caso 1 - paralelo ao eixo longitudinal executando um movimento harmônico tranversal
caso 2 - tangenciando a trajetória executando um movimento harmônico tranversal
caso 3 - oscilando periodicamente em torno de um ponto no eixo longitudinal, com este
ponto deslocando-se longitudinalmente sem executar movimento transversal
3.3.1 Caso 1
Neste caso mantém-se as duas hastes com movimentos com fases nulas
φA = φR = 0
(m − Yv̇ )v̇ − Yv v = YA + YR
v̇(t) = −σ 2 y0 sin(σt)
−(m − Yv̇ )σ 2 y0 sin(σt) − Yv σy0 cos(σt) = YA + YR
(Nv̇ − xG · m)σ 2 y0 sin(σt) − Nv σy0 cos(σt) = (YA − YR ) · b
Com os registros de YA (t) e YR (t), lançando mão da propriedade da ortogonalidade das funções
seno e cosseno pode-se determinar os coeficientes. Pode-se também observar os valores das
forças medidas no instante t1 = nπ/σ, com n = 0, 1, 2, ... inteiro, e os valores das forças
medidas nos instante t2 = (nπ + π/2)/σ e determinar então:
YA (t1 ) + YR (t1 )
Yv = −
y0 σ
YA (t1 ) − YR (t1 )
Nv = −b
y0 σ
YA (t2 ) + YR (t2 )
Yv̇ − m =
y0 σ 2
YA (t2 ) − YR (t2 )
Nv̇ − xG · m = −b
y0 σ 2
3.3.2 Caso 2
Neste caso mantém-se as duas hastes com movimentos com fases iguais em módulo porem
com sinais contrários:
φA = −φR = α
O centro do sistema move-se com
x=U ·t
y = y0 cos(α) sin(σt)
A tangente à trajetória do ponto central é:
dy dy dt 1
= = y0 σ cos(α) cos(σt)
dx dt dx U
e a inclinação do eixo longitudinal do navio, seu aproamento ψ, é dada através de:
yA − yR sin(σt + α) − sin(σt + α) y0 σx
tan(ψ) = = y0 = sin(α) cos( )
2b 2b b U
Para que essas inclinações sejam iguais
yA − yR dy
tan(ψ) = =
2b dx
e então:
1 y0 σx
y0 σ cos(α) cos(σt) = sin(α) cos( )
U b U
SH Sphaier 21
ou
σb
tan α =
U
Como o eixo do navio é sempre tangente a trajetória então v = v̇ = 0. Além disto, assumindo
que o ângulo ψ é pequeno
y0 σx
ψ = tan(ψ) = sin(α) cos( )
b U
σy0
r = ψ̇ = − sin(α) sin(σt)
b
σ 2 y0
ṙ = − sin(α) cos(σt)
b
e como y0 é pequeno, então:
p
u= U 2 + (y0 σ cos(α) cos(σt))2 ≈ U
σ 2 y0 σy0
(Yṙ − xG · m) sin(α) cos(σt) + (Yr − m · U ) sin(α) sin(σt) = YA + YR
b b
σ 2 y0 σy0
−(I − Nṙ ) sin(α) cos(σt) + (Nr − xG · mU ) sin(α) sin(σt) = (YA − YR ) · b
b b
Como acima, pode-se utilizar a propriedade da ortogonalidade das funções seno e cosseno para
se isolar os coeficientes hidrodinâmicos, ou então observar os valores das forças medidas no
instante t1 = nπ/σ, com n = 0, 1, 2, ... inteiro, e os valores das forças medidas nos instante
t2 = (nπ + π/2)/σ e determinar então:
YA (t1 ) + YR (t1 )
Yṙ − xG · m = b
y0 σ 2 sin(α)
YA (t1 ) − YR (t1 )
Nṙ − I = b2
y0 σ sin(α)
YA (t2 ) + YR (t2 )
Yr − U · m = b
y0 σ sin(α)
YA (t2 ) − YR (t2 )
Nr − U · x G · m = b 2
y0 σ sin(α)
SH Sphaier 22
3.3.3 Caso 3
Neste teste as hastes movem-se defasadas de 180 graus. Assim, quando uma move-se no
sentido positivo a outra move-se no sentido negativo. O modelo mantém o ponto centro
do sistema deslocando-se em linha reta ao longo do tanque enquanto tem seu ângulo de
aproamento oscilando periodicamente.
Este teste pode ser executado por um ”oscilador harmônico”, outro aparato que dispen-
saria o uso do PMM.
Em qualquer um dos dois casos, medem-se as forças nos sentidos transversal e longitudinal
ao movimento do carrinho que reboca o modelo, e o momento em torno do centro do sistema.
ψ = ψ0 sin(σt)
Neste caso os ângulos de aproamento e de incidência tem módulos iguais e as velocidades
tranversais e longitudinais são dadas por:
u = U cos(ψ)
v = −U sin(ψ)
Nestas condições as equações de movimentam são dadas por:
−(m − Yv̇ )U cos(ψ)ψ̇ + Yv U sin(ψ) − (Yṙ − m · xG )ψ̈ − (Yr − m · U )ψ̇ = −X0 sin(ψ) + Y0 cos(ψ)
v = −U sin(β)
0 dCL 0 AR 0
YR = − |β=0 v 2 = −YR,v v0
dβ L
SH Sphaier 24
onde
dCL0 AR
|β=0 2
YR,v =
dβ L
Assumindo que o centro de pressão esteja localizado a uma distância b do centro do navio o
momento que o leme induz sobre o navio na forma adimensional é dado por:
0 b dCL AR
NR = − YR0 = b0 |β=0 2 v 0
L dβ L
Essas duas parcelas dizem respeito à influência do leme quando o navio tem uma pequena
velocidade lateral. Quando o navio está dotado de uma rotação r e velocidade de avanço u,
o fluxo local no leme tem velocidade relativa lateral br e velocidade longitudinal u. O ângulo
que o leme faz com escoamento é igual a br/u e a força de sustentação do leme será:
br 1 2 dCL br 1
YR = CL ( ) ρu AR = |α=0 ρuAR
u 2 dα u2
Na forma adimensional
0 dCL AR
YR = |α=0 b0 2 u0 r0
dα L
onde b0 = b/L.
Para pequenos ângulos e velocidades de cruzeiro normais u0 ≈ 1. O momento, de forma
similar ao que foi feito acima, é dado por
dCL
0 AR
|α=0 b02 2 u0 r0
NR = −
dα L
Ve-se assim que os coeficientes de manobrabilidade são alterados de forma tal que:
0 AR 0
Yv = Yv0b − CL
L2
0 0 AR
Yr = Yr0b + b0 CL 2
L
0 0 A R
Nv = Nvb + b0 CL 2
L
0 0 AR
Nr = Nr0b − b02 CL 2
L
onde o superescrito b significa casco puro sem leme e CL0 = dCL /dα|α=0 .
O coeficiente C que define a condição de estabilidade direcional será então modificado em
relação ao casco puro de tal forma que:
0 0 0 0 0 0
C = (Yv0b − CL0 A0R )[(Nr − CL0 b2 A0R ) − x0G M − (Yr + CL0 b0 − m )(Nv + CL b0 A0R )
0
como os coeficientes Yv0b e Nr são negativos, o primeiro tende a tornar o coeficiente C ”mais
positivo”. Como Nv é negativo, a soma com CL0 b0 A0R diminui o módulo do primeiro fator do
segundo membro. Como Yr0 é positivo a soma com CL0 b0 A0R diminui o módulo da diferença
0
com M . Assim, a tendência geral do leme é aumentar o ı́ndice de estabilidade direcional do
navio.
SH Sphaier 25
1. fase de aproximação
nesta fase tem-se
v̇ = 0, ṙ = 0, v=0 e r = 0.
Trata-se da fase de aproximação em que o navio está em sua trajetória em linha reta.
Utilizando-se o modelo linearizado de manobras pode-se estudar o comportamento de
um navio quando realiza sua curva de giro. Os resultados valem qualitativamente de
forma geral. Pode-se estimar o raio da curva de giro que o navio executará, porém os
efeitos não lineares não podem ser desprezados para uma avaliação mais precisa.
v̇ 6= 0, ṙ 6= 0, v=0 e r = 0.
Deve-se ressaltar que esta fase é curta, uma vez que a consequência imediata de acel-
erações é a variação da velocidade.
SH Sphaier 27
v̇ 6= 0, ṙ 6= 0, v 6= 0 e r 6= 0.
v̇ = 0, ṙ = 0, v 6= 0 e r 6= 0.
xP = R sin β
7 Superfı́cies de Controle
A finalidade de uma superfı́cie de controle sobre um navio é com a geração de forças e
momentos poder interferir na rota do navio, isto é, controlar o movimento do navio. Na
engenharia naval as superfı́cies de controle da trajetória, os lemes, podem ser compostos de
uma única superfı́cie móvel ou de uma parte móvel associada a uma parte fixa. Este caso
mencionado é o de controle do movimento horizontal do navio. Entretanto as superfı́cie
de controle podem ainda um leme de mergulho para controlar o movimento vertical de um
submarino ou uma bolina para reduzir o movimento de banda do navio.
A força de controle exercida por um leme na popa de um navio cria um momento, que o
leva a rodar e reorientar-se. As forças e movimentos gerados como um resultado desta rotação
para um ângulo de ataque determinam a manobrabilidade do navio.
As superfı́cies de controle são usualmente capazes de desenvolver força em direções opostas,
o que é possı́vel pela simetria em relação ao plano central.
sobre o leme. Desde que o regime seja permanente, bi-dimensional, fluido ideal e isento de
forças de gravidade (profundamente imerso), não haverá força de arraste, a força resultante
perpendicularmente a direção da velocidade do escoamento. Entretanto, porque os lemes têm
uma razão de forma finita, a teoria bi-dimensional não oferece resultados apropriados sobre
a força sobre o leme. Quando o leme está posicionado com um ângulo de ataque não nulo,
vórtices são liberados na ponta do leme. Se a distância do casco ao leme não for suficiente
pequena haverá formação de vórtices também nessa extremidade. Tais vórtices induzirão
velocidades no plano do leme. Estas velocidades quando combinadas com a velocidade do es-
coamento causarão um arrasto induzido na direção do movimento. Além dos efeitos previstos
pelas teorias tri- e bi-dimensionais para fluidos não viscosos, há forças devidas ao atrito e a
separação do escoamento. Enquanto as forças de atrito são tangentes a superfı́cies do leme,
a direção das forças devidas ao descolamento da camada limite não pode ser precisamente
determinada. Seja a força resultante agindo sobre o centro de pressão R. Esta força pode se
decomposta em duas parcelas, L de sustentação e D de arrasto, respectivamente normal e na
direção do escoamento. Seja δ o ângulo entre o escoamento e o eixo longitudinal do navio,
assim teremos força lateral e o momento de yaw agindo sobre o navio são dados por:
Nδ δ = Nleme = xr Yleme
Para fim de projeto o valor da resultante R é de grande importância. Multiplicando esta
força pela distância do centro de pressão à madre do leme tem-se o torque hidrodinâmico na
madre do leme e o momento fletor.
É difı́cil fazer a previsão de ocorrência de colapso, cavitação e aeração para um leme numa
corrente fluida livre, quando se conhece a velocidade e o ângulo de ataque. Quando o leme
é colocado atrás do navio estes dois valores tornam-se desconhecidos a menos que se utilize
instrumental muito especial para monitorá-lo, porque o navio e os apêndices localizados antes
do leme modificarão a velocidade e o ângulo de ataque. A velocidade do fluido na região do
leme é também diferente da velocidade do navio pois sua presença retarda o escoamento, por
outro lado a presença do hélice altera a esteira, e se o leme se põe atrás do hélice receberá uma
influência. Além disso, desde que a esteira é usualmente não uniforme, o leme experimenta
diferentes velocidades e ângulos de ataque ao longo do seu vão.
1. Wagner Smitt, L., Steering and Manoeuvring Full Scale and Model Tests. (Parts 1 and
2): European Shipbuilding 1970(19) no. 6 e 1971 (2) No. 1.
2. Norrbin, N.H., Theory and Observations on the Use of a Mathematical Model for Ship
Manoeuvring in Deep and Confined Waters. Eigth Symposium on Naval Hydrodynamic,
Pasadena, CA, USA, 1970.
4. Clarke, D., Gedling, P. and Hine, G., The Application of Manoeuvring Criteria in Hull
Design, Transaction of RINA, vol 125, 1982.
T
KT = 2 4
= k̄0 + k̄1 J + k̄2 J 2
ρn D
e então
T = k0 ∗ n2 + k1 ∗ u0 ∗ n + k2 ∗ u20
O termo contendo o coeficiente k1 indica o arraste oferecido pelo propulsor quando n = 0. O
termo contendo o coeficiente k3 define a força de empuxo do propulsor na condição de bollard
pull quando u = 0. O termo contendo o coeficiente k2 representa a adaptação para o cálculo
da força para situações intermediárias, com u e n diferentes de zero simultaneamente.
Quando o propulsor atua na esteira do navio, fica sujeito a um campo de velocidades não
uniforme diferente das condições de teste. Também introduz alterações no escoamento sobre
a parte de ré do casco. São introduzidas correções sobre os coeficientes do propulsor para se
incorporar esses efeitos.
XP = c1 ∗ n2 + c2 ∗ u0 ∗ n + c3 ∗ u20
Na maioria dos propulsores de formato convencional, a rotação não produz apenas empuxo
na direção longitudinal do navio, mas também produz uma força lateral devida à diferença
SH Sphaier 32
de pressão entre a face e do dorso das pás do propulsor. Esse efeito de força lateral, também
conhecido por efeito paddle wheel e é fortemente influenciado pela esteira do navio, que é
função da velocidade de avanço. Pode-se formular a força lateral e o momento de yaw de
forma similar a força axial:
YP = b1 ∗ n2 + b2 ∗ u0 ∗ n + b3 ∗ u20
NP = a1 ∗ n2 + a2 ∗ u0 ∗ n + a3 ∗ u20
Os coeficientes bi caracterizam o as forças laterais enquanto os coeficientes ai representam o
momento de yaw induzido pela pressão lateral do propulsor, sendo os produtos dos coeficientes
em sway e a distância do propulsor à origem do sistema solidário.
UR2 = U 2 + 4 ∗ n ∗ π ∗ R ∗ U + 4 ∗ π 2 ∗ n2 ∗ R2
Como atrás do navio não há uma entrada de fluxo uniforme temos UR dependente da veloci-
dade do navio u0 e da rotação do propulsor n, que já difere conceitualmente da forma como
são conduzidos os testes com lemes. Além disto atrás do navio não há uma entrada de fluxo
uniforme tanto pela presença do navio quanto pela presença do propulsor. Mantendo-se a
concepção do modelo trabalha-se com uma velocidade equivalente, dependente da velocidade
do navio e da rotação do propulsor e com coeficientes de força que corrijam esses efeitos.
Assim os coeficientes dependem não somente das caracterı́sticas do leme mas também das
caracterı́sticas do propulsor e do casco. Uma abordagem similar é dada ao arrasto. Além
disto, para grandes ângulos de ataque a sustentação não é mais somente proporcional ao
SH Sphaier 33
ângulo de deflexão do leme. Introduz-se então uma formulação cúbica para a força lateral e
o momento:
YR = (b1 ∗ n2 + b2 ∗ u0 ∗ n + b3 ∗ u20 ) ∗ δ + (b4 ∗ n2 + b2 ∗ u0 ∗ n + b6 ∗ u20 ) ∗ δ 3
NR = (a1 ∗ n2 + a2 ∗ u0 ∗ n + a3 ∗ u20 ) ∗ δ + (a4 ∗ n2 + a2 ∗ u0 ∗ n + a6 ∗ u20 ) ∗ δ 3
Para a força de arrasto tem-se uma expressão semelhante, porém por ser um efeito de fundo
viscoso, baseando-se em resultados experimentais para perfı́s, asas e lemes prescreve-se uma
dependência quadrática em relação ao ângulo de ataque:
XR = (c1 ∗ n2 + c2 ∗ u0 ∗ n + c3 ∗ u20 ) ∗ δ 2
9 Os Efeitos do Jogo
Para navios em que a altura metacêntrica é elevada, é importante considerar os efeitos do jogo
introduzindo-se uma nova equação de movimento e os efeitos do jogo nas equações de yaw e
sway. Esses efeitos são dominantemente viscosos e então convém assumir uma aproximação
quadrática. Para petroleiros e graneleiros as derivadas que definem o balanço têm valor
pequeno podendo ser desprezada a influência do movimento de jogo.
Para se avaliar a ação das forças de correnteza pode-se medir em laboratório as forças
em um casco parado exposto a uma correnteza para diferentes ângulos de incidência, ou o
casco avançando em um tanque com a água em repouso. No caso do vento utiliza-se um túnel
de vento. A seguir são apresentados resultados obtidos experimentalmente, que podem ser
utilizados para este modelo. Além disto a formulação para a determinação das forças em um
hawser é apresentada.
SH Sphaier 34
Abaixo dois conjuntos de dados sobre hawsers são apresentados. No primeiro caso o hawser
é representado por uma mola não linear que foi dividida em cinco regiões:
Pode-se formular uma expressão para esta força segundo uma série de Fourier. Utilizam-se
então os cinco primeiros termos da série para gerar os coeficientes e assim as forças de arraste
nas direções longitudinal e tranversal do navio e o momento em yaw.
YA = 0.5 ∗ ρa ∗ L2 ∗ UA2 ∗ CY A
NA = 0.5 ∗ ρa ∗ L3 ∗ UA2 ∗ CY A
com:
5
X
CXA = f1 (θ) = ai ∗ cos(i ∗ θ)
i=1
5
X
CY A = f2 (θ) = bi ∗ sin(i ∗ θ)
i=1
5
X
CN A = f3 (θ) = ci ∗ sin(i ∗ θ)
i=1
onde:
- ρa - massa especı́fica do ar
- L - comprimento do navio
Ângulo CX CY CM
0. 0.038 0.00 0.000
15. 0.033 0.12 -.047
30. 0.019 0.24 -.077
45. -.012 0.37 -.080
60. -.031 0.48 -.070
75. -.019 0.57 -.045
90. 0.010 0.59 -.015
105. 0.037 0.57 0.020
120. 0.040 0.48 0.045
135. 0.003 0.38 0.050
150. -.023 0.25 0.045
165. -.031 0.11 0.025
180. -.033 0.00 0.000
Coeficientes de Forças e Momento para um Petroleiro Carregado devidos à Correnteza
SH Sphaier 38
Ângulo CX CY CM
0. 0.047 0. 0.0
15. 0.053 0.095 -0.024
30. 0.059 0.23 -0.043
45. 0.053 0.34 -0.057
60. 0.038 0.43 -0.058
75. 0.03 0.48 -0.046
90. 0.022 0.50 -0.023
105. 0.001 0.48 0.000
120. -0.026 0.43 0.016
135. -0.047 0.34 0.022
150. -0.056 0.24 0.020
165. -0.058 0.11 0.012
180. -0.055 0. 0.
Coeficientes de Forças e Momento para um Petroleiro Lastrado devidos à Correnteza
0
0dv
v̇ =
dt
e 0
0dr
ṙ =
dt
isto é mais têm-se outras 3 equações.
As relações para as tensões devidas ao hawser e a geometria do sistema são:
0 0
Tu = T cos(ψ − γ)
e
0 0
Tv = −T sin(ψ − γ)
0
Foram introduzidas duas novas equações, porém três novas incógnitas, (T , ψ e γ).
Tem-se também as relações:
dψ 0
=r
dt
0 0 0
T = −k ∆l
e
0 0 0
∆l = l − l0
0 0
isto é, três novas equações e duas novas incógnitas l e ∆l .
0 0
Definindo o deslocamento absoluto do centro do sistema solidário como ξ e η , têm-se as
seguintes relações geométricas:
0 0 0 0 0
l cos(γ) + a cos(ψ) + ξ = l0 + a
e
0 0 0
l sin(γ) + a sin(ψ) = −η
e as seguintes relações cinemáticas:
0 0 0 0
ξ˙ = C cos α + u cos(ψ) − v sin(ψ)
0 0 0 0
η̇ = C sin α + u sin(ψ) + v cos(ψ)
0
0 dξ 0
ξ˙ = = Ux
dt
0
dη 0 0
= Uy η̇ =
dt
trata-se de um sistema de equações não lineares composto por dezessete equações e dezessete
incógnitas.
SH Sphaier 40
isto é: 0 0
0 Nv sin(ψ) + Nv|v| sin(ψ)| sin(ψ)|
acrit = lim 0
ψ→0 Yv0 sin(ψ) + Yv|v| sin(ψ)| sin(ψ)|
e então: 0
0 N
acrit = v0
Yv
SH Sphaier 41
Para que o navio esteja alinhado com a correnteza e em equilibrio estático, é necessário que o
ponto de conexão se situe avante do chamado ponto crı́tico. Para pontos de conexão aquém
do valor crı́tico, o navio assume um ângulo de aproamento
0 0 0
aY −N
| sin ψ| = 0 v 0 v0 (12)
Nv|v| − a Yv|v|
e 0
Tv
γ = ψ − arctan(− )
Tu0
0 0 0
com a equação (??) determina-se l e então (??) e (??) fornecem ξ e η
SH Sphaier 42
λ x = Fx
|F − λI| = 0
Isto é, os valores de λ são os autovalores da matriz F . O seu comportamento vai definir a
estabilidade do sistema.
0 0 0
∆l = l − l0 (29)
0 0 0 0
ξ˙ = −C + u cos(ψ) − v sin(ψ) (30)
0 0 0
η̇ = u sin(ψ) + v cos(ψ) (31)
0
0 dξ
ξ˙ = (32)
dt
0
0dη
η̇ = (33)
dt
0 0 0 0 0 0
u̇ = ξ¨ cos ψ − (ξ˙ + C )ψ̇ sin ψ + η̈ sin ψ + η̇ ψ̇ cos ψ (34)
0 0 0 0 0 0
v̇ = −ξ¨ sin ψ − (ξ˙ + C )ψ̇ cos ψ + η̈ cos ψ − η̇ ψ̇ sin ψ (35)
e as expressões das forças hidrodinâmicas apresentadas acima, pode-se escrever as equações
de movimentos na seguinte forma:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(M − Xu̇ )[ξ¨ cos ψ − (ξ˙ + C )ψ̇ sin ψ + η̈ sin ψ + η̇ ψ̇ cos ψ] + M xcg r 2
0 0 0 0 0 0 0 0
= Xuu0 [(ξ˙ + C ) cos ψ + η̇ sin ψ] + (Xvr + M )[−(ξ˙ + C ) sin ψ + η̇ cos ψ]ψ̇+ (36)
0 0 0 0 0
Xvv [−(ξ˙ + C ) sin ψ + η̇ cos ψ]2 + Tu
0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I − Nṙ )ṙ − Nv̇ [−ξ¨ sin ψ − (ξ˙ + C )ψ̇ cos ψ + η̈ cos ψ − η̇ ψ̇ sin ψ]+
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M x r [(ξ˙ + C ) cos ψ + η̇ sin ψ] = N [−(ξ˙ + C ) sin ψ + η̇ cos ψ]+
cg v
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0
Nr r +Nv|v| [−(ξ˙ +C ) sin ψ + η̇ cos ψ]|[−(ξ˙ +C ) sin ψ + η̇ cos ψ]|+Nr|r| r |r |+Tψ (38)
SH Sphaier 44
• da equação (??)
0 0
η a
−γ = 0 + 0 ψ
l0 l0
• da equação (??)
0 0 0
u = C + ξ˙
• da equação (??)
0 0 0
v = η̇ − C ψ
• da equação (??)
0 0
u̇ = ξ¨
• da equação (??)
0 0 0
v̇ = η̈ − C ψ̇
Após utilizar essas simplificações nas equações (??), (??) e (??) obtêm-se as equações de
movimento linearizadas em torno de ψ = 0:
0 0 0 0 0 0 0
(M − Xu̇ )ξ¨ + T − Xuu0 (ξ˙ + C ) = 0 (39)
0 0
0 0 0 0 T 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
(M − Yv̇ )η̈ − Yv η̇ + 0 η + (M xcg − Yṙ )ψ̈ − (Yr − Yv̇ C )ψ̇ + [C Yv + T (1 + 0 )]ψ = 0 (40)
l l
0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 a 0 0 0 0 0 0 0T 0
(I −Nṙ )ψ̈ +(Nv̇ C −Nr )ψ̇ +[C Nv +a T (1+ 0 )]ψ +(M xcg −Nv̇ )η̈ −Nv η̇ +a 0 η = 0 (41)
l l
em que a primeira equação é independente das outras.
O navio desloca-se da posição inicial até que assuma um deslocamento
0
0 Xuu
ξ (0) = 0
kl
SH Sphaier 45
Assim, o comprimento l0 a ser considerado para a análise deve ser aquele após esta deformação
inicial.
Sob a consideração de a tensão no cabo ser uma constante, as equações de equilı́brio para
as forças transversais e os momentos em torno do eixo vertical formam um sistema de equações
diferenciais lineares. Caso a componente oscilatória seja considerada trata-se de um problema
de excitação paramétrica.
0
0 T
Kyy = 0
l
0
0 0 a 0 0 0
Kψψ = C Nv + a T (1 + 0 )
l
0
0 0 0 0 a
Kyψ = C Yv + T (1 + )
l0
0
0 T 0
Kψy =a 0
l
Trata-se de um sistema de duas equações diferenciais de segunda ordem lineares acopladas.
As soluções são da forma η = η0 eλt e ψ = ψ0 eλt . A substituição dessas expressões nas equações
conduzem a um problema de autovalor com equação caracterı́stica dada por:
a0 λ4 + a1 λ3 + a2 λ2 + a3 λ + a4 = 0
onde:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1. a0 = (M − Yv̇ )(I − Nṙ ) − (M xcg − Yṙ )(M xcg − Nv̇ )
SH Sphaier 46
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2. a1 = (M − Yv̇ )(Nv̇ C − Nr ) − Yv (I − Nṙ ) + (M xcg − Yṙ )Nv + (M xcg − Nv̇ )(Yr − Yv̇ C )
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3. a2 = (M − Yv̇ )Kψψ + Kyy (I − Nṙ ) − Yv (Nv̇ C − Nr ) − (M xcg − Yṙ )Kψy − Kyψ (M xcg −
0 0 0 0 0
Nv̇ ) − Nv (Yr − Yv̇ C )
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4. a3 = −Yv Kψψ + (Nv̇ C − Nr )Kyy + Kψy (Yr − Yv̇ C ) + Nv Kyψ
0 0 0 0
5. a4 = Kψψ Kyy − Kψy Kyψ
Determinando-se as quatro soluções têm-se os autovalores. Examinando-se a parte real
pode-se dizer se o sistema é estável ou não.
Linguagens de programação, como as tradicionais, Fortran, C, Pascal, etc e sistemas com
suas linguagens de programação próprias, muitos deles permitindo processamento simbólico,
como o Mathematica, Maple, Matlab, Mathcad, etc dispõem-se de rotinas para determinação
dos autovalores e com isso têm-se uma capacidade de análise mais ampla com quantificação
dos autovalores, podendo-se com isso verificar a intensidade da evolução do problema no
0 0
tempo. Assim, é mais razoável tratar-se diretamente a questão. Definindo-se então w = η̇ e
0 0 0 0 0
consequentemente ẇ = η̈ e lembrando que r0 = ψ̇ e ṙ = ψ̈ têm-se:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(M − Yv̇ ) (M xcg − Yṙ ) 0 0 ẇ
0 −Y v −(Y r − Y v̇ C ) K yy K yψ w0
(M 0 x0 − N 0 ) 0 0 0 0 0 0 0 0
I − Nṙ 0 0 ṙ −Nv (Nv̇ C − Nr ) Kψy Kψψ r
cg v̇
0 + 0 =0
0 0 1 0
η̇
−1 0 0 0
η
0
0 0 0 1 ψ̇ 0 −1 0 0 ψ
1. a1 /a0 > 0
2. a3 /a0 > 0
3. a4 /a0 > 0
Como para navios a0 > 0 e a1 > 0, a primeira condição está automaticamente satisfeita e
pela última condição os outros também têm que ser positivos.
12 Sistema em Torreta
12.1 Relações Geométricas
O navio desloca-se da posição de equilı́brio (ξ0 + ξ, η) e sofre um ângulo de yaw ψ. A torreta
desloca-se ∆x0 + ∆x, ∆y e entre essas grandezas têm-se as seguintes relações geométricas:
a + ∆x0 + ∆x = a cos ψ + ξ0 + ξ
∆y = η + a sin ψ
12.3 Linearização
Procedendo à linearização de forma similar ao que foi visto anteriormente para o sistema em
SPM, têm-se:
• relações geométricas
∆x0 + ∆x = ξ0 + ξ
isto é, o deslocamento longitudinal estático da torreta é o mesmo que o do centro do
sistema solidário:
∆x0 = ξ0
e as oscilações em torno desta posição serão iguais para a torreta e para o centro do
sistema:
∆x = ξ
Além disto temos
∆y = η + aψ
• relações dinâmicas
na direção Ox:
0 0 0 0 0 0 0
(M − Xu̇ )ξ¨ − Xuu0 (ξ˙ + C ) + kt (∆x0 + ∆x) = 0
Desta equação surge a seguinte condição de equilı́brio estático
0 0 0 0
−kt ∆x0 = Xuu C
ou 0
X 0
∆x0 = − uu 0 ≈ ξ0
kt
com o movimento oscilatório em torno desta posição regido por
0 0 0 0 0 0 0
(M − Xu̇ )ξ¨ − Xuu0 ξ˙ + kt ξ = 0
na direção Oy:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(M −Yv̇ )η̈ −Yv η̇ +(M xcg −Yṙ )ψ̈ −(Yr −Yv̇ C )ψ̇ +[C Yv ]ψ −kt ∆x0 ψ +kt η +kt a ψ = 0
ou
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(M − Yv̇ )η̈ − Yv η̇ + kt η + (M xcg − Yṙ )ψ̈ − (Yr − Yv̇ C )ψ̇ + (C Yv + Xuu C + kt a )ψ = 0
e em torno do eixo Oz:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I −Nṙ )ψ̈ +(Nv̇ C −Nr )ψ̇+C Nv ψ+(M xcg −Nv̇ )η̈ −Nv η̇ +a (−kt ∆x0 ψ+kt η +kt a ψ) = 0
ou
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(I −Nṙ )ψ̈ +(Nv̇ C −Nr )ψ̇+[C Nv +a (Xuu C +kt a )]ψ+(M xcg −Nv̇ )η̈ −Nv η̇ +a kt η = 0
SH Sphaier 49
Essas equações são reduzidas à forma (??) e (??) com os coeficientes de restauração dados
por:
0 0
Kyy = kt
0 0 0 0 0 0 0 0
Kψψ = C Nv + a (C Xuu + kt a )
0 0 0 0 0 0 0
Kyψ = C Yv + C Xuu + kt a
0 0 0
Kψy = a kt