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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

2 INTRODUÇÃO A FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA ........... 4

3 INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA ..................................................................... 8

3.1 Atuação do farmacêutico na farmácia clínica ............................................. 10

3.2 Dispensação, prescrição de medicamentos e erros de prescrição ............ 14

3.3 Exemplo de tipos de problemas na prescrição: .......................................... 18

3.4 Prescrição farmacêutica ............................................................................. 19

3.5 Monitorização e ajuste de dose e acompanhamento farmacêutico ............ 21

3.6 Diretrizes e acompanhamento farmacoterapêutico .................................... 23

3.7 Identificação de problemas relacionados à farmacoterapia ....................... 27

3.8 Interações medicamentosas e educação para saúde ................................ 29

3.9 Estratégias educacionais ........................................................................... 30

3.10 Principais dificuldades enfrentadas por farmacêuticos para exercerem suas


atribuições clínicas ..................................................................................................... 32

4. FARMACIA CLÍNICA E A SEGURANÇA NO USO DE MEDICAMENTOS...... 34

4.1 A importância da farmacologia clínica ........................................................ 37

4.2 As atribuições do farmacêutico na Política Nacional de Medicamentos..... 39

4.3 Promoção do uso racional de medicamentos ............................................ 40

4.4 Aspectos conceituais relacionados ao uso racional de medicamentos: ..... 42

4.5 O uso inapropriado de medicamentos pode ter consequências como: ...... 43

4.6 Estratégias gerenciais ................................................................................ 44

4.7 Intervenções para a promoção do uso racional por parte dos profissionais de
saúde: ......................................................................................................................... 45

5 FARMACOVIGILÂNICA .................................................................................... 46
1
6 GESTÃO DE QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE ........................... 49

6.1 Documentação: .......................................................................................... 50

7 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 52

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da


sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual,
é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina
é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações
propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier
para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INTRODUÇÃO A FARMÁCIA CLÍNICA E ATENÇÃO FARMACÊUTICA

Fonte:pixabay.com.br

A farmácia clínica é a área voltada para o cuidado do paciente que visa à


promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de seus agravos, devido ao
uso inadequado de medicamentos. As condutas do farmacêutico clínico buscam otimizar
a farmacoterapia, promover o uso racional de medicamentos e, sempre que possível,
melhorar a qualidade de vida.

Por meio da análise da terapia farmacológica, atuação interprofissional e uso de


ferramentas de pesquisa o farmacêutico deve oferecer o melhor cuidado ao
paciente e a melhor informação disponível à equipe assistencial, com o intuito de
reduzir ocorrências de eventos adversos a medicamentos e aumentar a
segurança dos mesmos (BRASIL, 2013 apud LIMA, 2017).

Esta área não é restrita somente a hospitais, mas inclui também farmácias
comunitárias, clínicas privadas, ambulatórios, unidades de saúde e lares de longa
permanência. Pode ser exercida em qualquer local que possua usuários de
medicamentos expostos ao risco e às consequências de seu uso.

A prevenção e resolução dos problemas relacionados a medicamentos (PRM) é


possível por meio das intervenções farmacêuticas realizadas pelo farmacêutico
clínico. Desta forma, este serviço torna-se indispensável para avaliar a situação
clínica do paciente diante da análise do risco-benefício que um medicamento
pode proporcionar (ALANO, 2012 apud CORREIA, 2017).

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O profissional que atua clinicamente tem, entre outras funções, a de garantir o uso
correto do medicamento, em conjunto com a equipe multiprofissional dos hospitais e
ambulatório, reduzindo o tempo de internação e melhorando a adesão destes ao
tratamento para garantir uma melhor qualidade de vida. Atua também na gestão da
farmacoterapia, revisando aspectos da seleção, administração e resultados terapêuticos
obtidos. Fornece educação e orientação ao paciente e recomendações ao médico para
ajustes no tratamento.
Segundo a definição de “cuidado centrado no paciente”, publicada pela Resolução
nº 585/2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF):

“Relação humanizada que envolve o respeito às crenças, expectativas,


experiências, atitudes e preocupações do paciente ou cuidadores quanto às suas
condições de saúde e ao uso de medicamentos, na qual farmacêutico e paciente
compartilham a tomada de decisão e a responsabilidade pelos resultados em
saúde alcançados”.

É muito importante o entendimento do farmacêutico clínico sobre esta questão


para assegurar um cuidado adequado.
O farmacêutico clínico é o profissional que está inserido no cuidado direto,
participando ativamente da terapia medicamentosa, exercendo suas atividades com
autonomia para a tomada de decisões baseadas nos princípios éticos da profissão. Para
o desenvolvimento da farmácia clínica, o farmacêutico deverá possuir conhecimento
amplo e integrado em diversas áreas, tais como: Farmacologia, Bioquímica,
Fisiopatologia, farmacotécnica, entre outras.
Além da capacidade de estabelecer conexão com a equipe e o paciente, exercitar
a visão sistêmica para antever os riscos e promover segurança, busca pelo melhor
desfecho clínico, utilizando os recursos de maneira sustentável, sempre utilizando de
empatia nas relações.
A farmácia clínica transforma-se dentro da farmácia hospitalar, agregando às
muitas funções desse serviço a intervenção farmacêutica baseada no paciente e na
melhor maneira de lhe dispensar os cuidados farmacêuticos com os menores riscos
possíveis, demonstrando o caráter amplo dessa área.

Incorporar o farmacêutico clínico na equipe assistencial está entre as


recomendações das organizações internacionais responsáveis pela certificação
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de qualidade dos serviços de Farmácia Hospitalar, classificando essa medida
como uma ação preventiva de eventos adversos evitáveis e de problemas
relacionados a medicamentos (COSTA, 2014 apud RODRIGUES, 2011).

Estima-se que cerca de 5 a 10,0% das internações ocorram devido a condições


clínicas resultantes da farmacoterapia. A atividade do farmacêutico clínico pode
aumentar a eficácia e a segurança da terapia medicamentosa por meio de intervenções
farmacoterapêuticas, minimizando problemas relacionados a medicamentos e
otimizando a alocação de recursos financeiros associados aos cuidados de saúde
(RODRIGUES, 2019).

Após o movimento da farmácia clínica, em meados da década de 1970, alguns


autores se empenharam em redefinir o papel do farmacêutico em relação ao
paciente, pois segundo eles a farmácia clínica estava restrita ao ambiente
hospitalar e voltada principalmente para a análise da farmacoterapia dos
pacientes, sendo que o farmacêutico ficava próximo apenas à equipe de saúde.
Dessa forma, visando nortear e estender a atuação do profissional farmacêutico
para as ações de atenção primária em saúde, tendo o medicamento como insumo
estratégico e o paciente como foco principal, iniciaram a construção inconsciente
do conceito de Atenção Farmacêutica, que só viria a receber essa terminologia
no final da década de 1980 (MIKEL,1975 apud PEREIRA 2008, p 602).

O termo Atenção Farmacêutica foi adotado e oficializado no Brasil, a partir de


discussões lideradas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Organização
Mundial de saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS), entre outros. Nesse encontro, foi
definido o conceito de Atenção Farmacêutica:

“um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência


farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças,
promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a
interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia
racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a
melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as
concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades
biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde” (CONSENSO
BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002 apud PEREIRA 2008).

Entretanto, o conceito de atenção farmacêutica mais aceito e citado atualmente,


no qual a Atenção Farmacêutica é apresentada como a parte da prática farmacêutica que
permite a interação do farmacêutico com o paciente, objetivando o atendimento das suas
necessidades relacionadas aos medicamentos. Trabalhos relatam que, a formação

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clínica do profissional farmacêutico torna-se decisiva para o futuro da prática de atenção
farmacêutica, pois ao adquirir os conhecimentos de farmácia clínica, o farmacêutico
estará apto para realizar acompanhamento farmacoterapêutico completo e de qualidade,
avaliando os resultados clínico laboratoriais dos pacientes e interferindo diretamente na
farmacoterapia. Vale ressaltar que além do conhecimento de farmácia clínica, a atenção
farmacêutica exige do profissional preocupação com as variáveis qualitativas do
processo, principalmente aqueles referentes à qualidade de vida e satisfação do usuário.
A imagem abaixo, mostra o processo geral de Atenção Farmacêutica ao paciente.

A Atenção Farmacêutica baseia-se principalmente no acompanhamento


farmacoterapêutico dos pacientes, buscando a obtenção de resultados
terapêuticos desejados por meio da resolução dos problemas
farmacoterapêuticos, procurando-se definir uma atividade clínica para o
farmacêutico, tendo o paciente como ponto de partida para a solução dos seus
problemas com os medicamentos (CIPOLLE, 2000 apud PEREIRA 2008).

Fonte: OTUKI, 2011 apud Conselho Regional de Farmácia – CRF, 2015.

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3 INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA

Fonte:www.crfms.org.br

Atenção Farmacêutica surge no cenário brasileiro e internacional como um novo


exercício profissional onde o farmacêutico assume a responsabilidade de garantir que o
paciente, que recebe um medicamento, possa cumprir os esquemas farmacoterapêuticos
e seguir o plano de assistência, de forma a alcançar resultados positivos.
Ao farmacêutico moderno é indispensável conhecimentos, atitudes e destrezas
que permitam ao mesmo integrar-se à equipe de saúde e interagir mais com o paciente
e a comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no que se refere à
otimização da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos. As ações do
farmacêutico, no modelo de atenção farmacêutica, em sua grande maioria, são atos
clínicos individuais.
As sistematizações das intervenções farmacêuticas e a troca de informações
dentro de um sistema de informação composto por outros profissionais de saúde pode
contribuir para um impacto em nível coletivo e na promoção do uso seguro e racional de
medicamentos.

No início do século XX, o farmacêutico era o profissional de referência para a


sociedade nos aspectos relacionados ao medicamento, atuando na guarda, na
dispensação e na manipulação de, praticamente, todos os fármacos disponíveis
na época. Com a expansão da indústria farmacêutica, o abandono da prática de

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formulação pela classe médica e a diversificação do campo de atuação fizeram
com que a prática farmacêutica consistisse apenas na distribuição de
medicamentos industrializados, levando o profissional a se distanciar da área
(GOUVEIA, 1999 apud AMARAL, 2008).

A preocupação com a qualidade, a eficácia e a segurança dos medicamentos


produzidos em larga escala fez com que o farmacêutico hospitalar fosse solicitado
a prestar informações sobre as características que os novos medicamentos podiam ter
sobre o perfil clínico dos pacientes.
Nos anos 60, surge nos Estados Unidos, a farmácia clínica com o objetivo de
promover a saúde, prevenir e monitorar eventos adversos, intervir e contribuir na
prescrição de medicamentos para a obtenção de resultados clínicos positivos, otimizar a
qualidade de vida dos pacientes e minimizar os custos relacionados à terapia.
Dessa forma o farmacêutico passa a integrar a equipe de saúde e a atuar de forma
mais efetiva na assistência prestada ao paciente, usando seus conhecimentos para
melhorar o cuidado.
Torna-se fundamental para a terapêutica clínica à medida que ocorre a prevenção
dos erros de medicamentos, a promoção do uso correto e racional, a diminuição do custo
da terapia e o tempo de internação do paciente.
Atualmente, é quase impossível pensar em prática médica ou a relação médico-
paciente sem a presença de medicamentos. O seu uso indevido é um problema de saúde
pública e gera grandes consequências econômicas, todavia quando utilizados
apropriadamente são o recurso terapêutico mais eficaz.

O farmacêutico realiza a monitorização terapêutica analisando a posologia, a


interação do medicamento com outros fármacos, com alimento ou com alguma
patologia, a via de administração, a indicação terapêutica e os efeitos adversos.
Essa avaliação poderá resultar em uma intervenção farmacêutica (FARRÉ, 2000
apud FINATO, 2012).

O farmacêutico é o profissional do medicamento e deve estar inserido na equipe


multiprofissional para o combate ao uso irracional de medicamentos e na diminuição de
erros e eventos adversos, sempre contribuindo na melhoria da farmacoterapia e na
promoção da qualidade de vida dos pacientes.
A intervenção farmacêutica é capaz de melhorar o cuidado ao paciente e quando
documentada permite a avaliação da qualidade por meio de indicadores, os quais podem
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ser utilizados para demonstrar a contribuição do farmacêutico na assistência, reforçar aos
profissionais a importância desse cuidado e comparar os dados com outras instituições,
visando melhorias de processos.
Para realizar a farmácia clínica com qualidade é importante que os processos
estejam sistematizados e padronizados de modo que se possa definir e ampliar esse
instrumento de trabalho em todos os campos de atuação e até mesmo em outras
instituições hospitalares.
Um dos desafios da categoria farmacêutica é modificar as condutas, incorporando
na prática profissional um modelo que propicie ao farmacêutico assumir a
responsabilidade com a farmacoterapia. Para tanto a relação contínua entre paciente e
farmacêutico é fundamental para que os serviços de intervenção farmacêutica sejam
realizados de maneira ética e legal, fornecendo resultados permanentes assegurando a
efetividade da terapia estabelecida (AMARAL, 2008).
Deste modo cabe aos profissionais farmacêuticos buscarem seus lugares frente
às equipes de saúde, criando assim laços que sustente a sua prática profissional, indo
ao encontro dos objetivos estabelecidos para a intervenção farmacêutica e procurando
identificar e servir as necessidades reais do cidadão.

3.1 Atuação do farmacêutico na farmácia clínica

Fonte: radiocidadesa.com.br

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O farmacêutico clínico é o profissional responsável por promover o uso racional de
medicamentos, através da educação em saúde, dispensação segura de medicamentos,
otimização da farmacoterapia, garantindo segurança e efetividade no tratamento
farmacológico, além de ser o profissional responsável pela identificação e resolução dos
problemas relacionados aos medicamentos - PRM. Dessa forma, atuando junto à equipe
multidisciplinar, o farmacêutico promove, saúde e qualidade de vida para os pacientes.

O uso irracional de medicamentos é um importante problema de saúde pública


em todo mundo, gerando grande impacto nos resultados clínicos, econômicos e
humanistas. Estima-se que a prescrição incorreta pode acarretar elevação dos
gastos em 50 a 70% dos recursos governamentais destinados à aquisição de
medicamentos. Todavia, se usados adequadamente, os medicamentos são os
recursos terapêuticos de maior custo-benefício (LE GRAND A,1999 apud REIS,
2013).

O uso racional ocorre quando os pacientes recebem a medicação adequada às


suas necessidades clínicas, na dose correta, por um período de tempo necessário, e ao
menor custo para si e para a comunidade. Os seguintes processos estão incluídos nesse
contexto farmacoterapia adequada, indicação adequada, medicação correta, dose certa
de acordo com as condições clínicas do paciente, administração e duração de tratamento
apropriadas, adesão adequada do paciente ao tratamento, assim como avaliação e
acompanhamento de possíveis eventos adversos relacionados ao tratamento.
A consulta farmacêutica tem início com a coleta de dados do paciente. Esta é feita
por meio de uma anamnese e exame clínico e o paciente é a principal fonte das
informações. Além do relato que o próprio paciente faz sobre sua saúde, seus problemas
médicos e tratamentos em curso, outras informações podem ser obtidas de familiares e
cuidadores ou de outros profissionais da saúde. São indispensáveis ainda os dados
advindos de exames clínicos, laboratoriais, prescrições médicas, entre outros
documentos pertencentes ao histórico clínico do paciente. Quando a consulta é
agendada, ajuda muito pedir ao paciente que leve seus medicamentos, suas receitas
médicas e últimos exames. A entrevista clínica é focada no perfil do paciente, história
clínica e história de medicação. A história clínica inclui a queixa principal, história da
doença atual, história médica pregressa, história social, familiar e revisão por sistemas.
A história de medicação inclui os medicamentos em uso, plantas medicinais, medicação

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pregressa, histórico de alergias, reações adversas a medicamentos e a experiência de
medicação do paciente

As atividades desenvolvidas por farmacêuticos clínicos desempenham papel


fundamental na promoção do uso racional de medicamentos, garantindo ao
paciente uma farmacoterapia adequada, com resultados terapêuticos definidos,
e minimizando consequentemente os riscos de resultados desfavoráveis da
terapia medicamentosa, além de diminuir custos (MARIN, 2003 apud REIS,
2013).

Entre essas atividades, a revisão das prescrições médicas é um item


extremamente importante, pois permite a identificação, a resolução e a prevenção do
surgimento de PRM e desfechos negativos associados à farmacoterapia.

O farmacêutico clínico deve estar integrado à equipe interdisciplinar,


acompanhando diariamente o trabalho realizado e buscando agregar com seus
conhecimentos farmacológicos na qualidade do trabalho assistencial. Também é
possível verificar a promoção da segurança ao paciente, uma vez que a maioria
dos erros de medicação ocorre durante a fase de prescrição e no processo de
administração do medicamento, o farmacêutico promove maior influência para
prescrição e uso adequado do medicamento (PATANWALA, 2010 apud
MIRANDA, 2012).

De acordo com a Associação Americana de Farmacêuticos Clínicos (ACCP – do


inglês American College of Clinical Pharmacy), as competências exigidas pelo
farmacêutico clínico envolvem:
• capacidade de solucionar problemas, julgamento e tomada de decisão;
• comunicação e educação;
• gerenciamento e avaliação das informações médicas;
• gerenciamento de populações;
• conhecimentos de farmacoterapia.
Associadas ainda a capacidade de:
• Mente investigativa (nexo causal);
• Acesso à informação de qualidade (literatura atualizada);
• Habilidade de avaliação das situações;
• Habilidade de comunicação;
• Disponibilidade de educação permanente.

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• Realiza e desenvolve procedimentos para a promoção, proteção e
recuperação da saúde;
• Assegura que o medicamento seja administrado na dose, frequência, via de
administração e horário corretos;
• Verifica se a prescrição médica está de acordo com aspectos técnicos e
legais;
• Promove intervenções terapêuticas, quando necessário;
• Realiza consulta, anamnese e avaliação farmacêutica;
• Integra comissões, criadas com o objetivo de promover o uso racional de
medicamentos e garantir a segurança do paciente;
• Planeja e coordena, junto com outros profissionais da saúde, estudos
epidemiológicos e outras investigações relacionadas à área da saúde;
• Participa de comitês de ética em pesquisa;
• Monitora e avalia os resultados da farmacoterapia por meio da solicitação
de exames;
• Analisa os níveis terapêuticos dos fármacos administrados durante o
tratamento do paciente;
• Identifica interações medicamentosas;
• Desenvolve plano de cuidado farmacêutico individual para cada paciente;
• Analisa, em períodos pré-determinados, os resultados das intervenções
farmacêuticas;
• Administra medicamentos aos pacientes, quando for de sua competência
profissional;
• Orienta quanto à administração de formas farmacêuticas;
• Prescreve no âmbito de sua competência profissional;
• Verifica a adesão do paciente ao tratamento medicamentoso.
• Desenvolve métodos para promover a maior adesão do paciente ao
tratamento;
• Informa e orienta a sociedade quanto ao uso racional de medicamentos, por
meio de programas e materiais educativos;

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• Participa da formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos;
• Faz parte da coordenação, supervisão, auditoria, acreditação e certificação
de ações e serviços relacionados às atividades do profissional
farmacêutico;
• Elabora e atualiza formulários terapêuticos e protocolos clínicos para a
utilização de medicamentos.

3.2 Dispensação, prescrição de medicamentos e erros de prescrição

Fonte:bastidoresderondonia.com.br

A dispensação é um serviço de cuidado assistencial no qual o farmacêutico


disponibiliza medicamentos para o paciente, em atendimento a uma prescrição emitida
por um profissional da saúde devidamente habilitado. Esta prática, privativa do
farmacêutico, é realizada de forma centrada nas necessidades do paciente e deve incluir
a orientação, a informação e a educação necessárias para o uso racional dos
medicamentos.

O serviço de maior demanda nas farmácias, é a dispensação, por ser a atividade


farmacêutica de maior reconhecimento pela sociedade. Este serviço pode ser
realizado em farmácias hospitalares e ambulatoriais, e também em farmácias
com ou sem manipulação. Nesta prática o farmacêutico deve orientar sobre o
modo correto de utilização dos medicamentos e avaliar possíveis problemas
relacionados ao seu uso. Em muitos casos, a dispensação consiste no último
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momento em que o paciente tem contato direto com um profissional da saúde,
antes de iniciar o uso dos medicamentos (BRASIL, 2016 apud CONSELHO
REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2019).

A revisão da medicação consiste na avaliação sistemática da necessidade,


efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua
adesão ao tratamento. O farmacêutico deve conhecer a indicação, dose, via de
administração, frequência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e
deve reunir as informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente, em
termos de efetividade e segurança. A avaliação da necessidade do uso de medicamentos
pode revelar dois problemas comuns: o uso de medicamentos desnecessários ou sem
indicação clara para os problemas de saúde do paciente ou a necessidade de utilizar
medicamentos para um problema de saúde não tratado até aquele momento. Uma das
ferramentas da revisão da farmacoterapia é a análise de prescrição. A prescrição consiste
no conjunto de ações documentadas relativas ao cuidado da saúde. Desta forma, o
farmacêutico clínico é responsável pela análise da prescrição do paciente e deve
considerar sempre:
• identificação do paciente: nome, registro de internação, sexo, idade, peso e
altura;
• aspectos do paciente: o registro de alergias e uso de medicamento prévio;
• aspectos da administração dos medicamentos: reconstituição, diluição,
tempo de infusão, estabilidade e incompatibilidade;
• dose: dose adequada para a indicação terapêutica, dose máxima diária,
ajuste de dose para paciente com alterações renais ou hepáticas, idosos,
crianças, gestantes e lactantes;
• frequência: o intervalo correto entre as doses e o aprazamento adequado;
• medicamento: disponibilidade no mercado, padronização da instituição,
indicações terapêuticas, contraindicações e interações medicamentosas;
• via de administração: via correta com a apresentação do medicamento,
avaliar se há necessidade de ajustes de formas farmacêuticas;
• interações medicamentosas: avaliar se há um risco de interação
medicamentosa e qual a relevância da mesma;

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• incompatibilidade medicamentosa: avaliar se há risco de incompatibilidade
entre os medicamentos EV e sugerir alternativas;
• cronofarmacologia: influência dos medicamentos nos ciclos circadianos,
para a otimização da terapia e redução de eventos adversos.
O ponto de partida para a utilização de medicamentos é a prescrição, que é um
documento legal, pelo qual se responsabilizam quem prescreve, sendo no âmbito
hospitalar o médico, quem distribui o medicamento e quem o administra ao paciente,
estando sujeito a legislações de controle e vigilância sanitária.
A prescrição é um importante elo de comunicação escrita entre os profissionais de
saúde, vista como o início de uma série de eventos dentro do processo de medicação,
que resultará em uma administração segura ou não, de uma dose ao paciente.
Os requisitos e cuidados que devem ser adotados durante a elaboração da
prescrição e a distribuição dos medicamentos estão descritos principalmente nas
seguintes normas legais, Lei n° 5.991/73, Decreto n° 20.931/32 Resolução n°357 CFF e
Resolução nº 492/08.
O erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente,
possa levar ao uso inadequado de medicamentos quando se encontram sob o controle
de profissionais de saúde, do paciente ou consumidor, podendo ou não provocar danos.
Pode ocorrer em qualquer momento do processo de medicação, pois este apresenta
várias etapas sequenciais, as quais são executadas por uma equipe multidisciplinar,
composta por médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares.
Alguns fatores podem levar a erros de medicação, tais como falta de atenção ao executar
uma tarefa, deficiências na formação acadêmica, inexperiência, negligência, falhas na
comunicação entre a equipe, excesso de trabalho, uso de fontes de informação incorretas
e/ou desatualizadas, falta de conhecimento sobre os medicamentos e possíveis
interações, entre outros. Além de afetar diretamente a saúde do paciente, estes erros
provocam falta de credibilidade no sistema, desapontamento e desânimo nos
profissionais, comprometendo a qualidade assistencial.
Entre os erros de medicação encontra-se o erro de prescrição, o qual tem elevado
potencial para resultar em consequências maléficas para os pacientes. Para evitar esses
erros, é necessário que a prescrição seja apropriada, com doses adequadas em
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intervalos definidos, durante o tempo indicado de tratamento e deve-se garantir que os
medicamentos sejam eficazes, seguros e com qualidade. Prescrições ambíguas,
ilegíveis ou incompletas, bem como com ausência de padronização da nomenclatura dos
medicamentos prescritos, uso de abreviaturas e presença de rasuras, são fatores que
podem contribuir para a ocorrência de erros.
Para evitá-los são necessárias ações como capacitação dos profissionais,
promoção de cursos, palestras, seminários e treinamentos; alertando sobre os erros mais
frequentes e danos provocados aos pacientes. Quando ocorre um erro, a sua
comunicação é extremamente importante para prevenir erros futuros, por isso, deve-se
reconhecer a sua existência e a necessidade de ser relatado, elaborando mecanismos
que facilitem e estimulem a notificação. Deve-se ter um sistema de medicação bem
estruturado, promovendo condições que auxiliem na minimização e prevenção de erros,
sendo necessárias regras, normas e ações que deem o auxílio necessário aos
profissionais.
Devido aos diversos erros potenciais relacionados com a prescrição médica,
evidencia-se a importância do farmacêutico na análise prévia à distribuição dos
medicamentos, minimizando possíveis danos aos pacientes.
Portanto, por meio da intervenção farmacêutica, é possível reduzir eventos
adversos, aumentar a qualidade assistencial, diminuir custos hospitalares e promover o
uso racional de medicamentos. Outras estratégias são a implantação da prescrição
eletrônica, treinamento dos prescritores, conscientizando-os e educando-os para a
importância da prescrição correta e legível; e a atuação de farmacêuticos clínicos no
âmbito hospitalar.
A prevenção de erros tem sido reconhecida mundialmente como uma prioridade
para os serviços de saúde, sendo de grande relevância durante a prescrição médica, pois
os equívocos são bastante comuns.
Torna-se ainda mais complexa a administração de medicamentos, em pacientes
internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades Semi Intensiva (USI),
devido ao uso de medicamentos potencialmente perigosos (MPP) e ao fato de os
pacientes estarem com certa instabilidade clínica.

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3.3 Exemplo de tipos de problemas na prescrição:

▪ O tratamento sintomático de condições leves desvia recursos de


tratamento de enfermidades mais severas.
▪ Utiliza-se um medicamento de determinada marca quando existirem
genéricos mais baratos.
▪ O medicamento não é necessário.
▪ A dose é exagerada.
▪ O período de tratamento é demasiadamente longo.
▪ A quantidade dispensada é exagerada em relação ao que será
realmente utilizado.
▪ O medicamento está receitado para um diagnóstico incorreto.
▪ Seleciona-se um medicamento equivocado para determinada
doença.
▪ A prescrição está redigida de forma inapropriada.
▪ Não se fazem ajustes para fatores coexistentes (clínicos, genéticos,
ambientais e outros).
▪ Utilizam-se dois ou mais medicamentos quando um dos dois
alcançaria virtualmente o mesmo efeito.
▪ Procura-se atacar várias condições relacionadas quando o
tratamento da condição primária melhoraria ou resolveria as demais.
▪ Não são prescritos os medicamentos necessários.
▪ A dose é insuficiente.
▪ A duração do tratamento é demasiadamente curta.
Problemas de prescrição:
▪ Prescrição extravagante.
▪ Sobre prescrição.
▪ Prescrição incorreta.
▪ Prescrição múltipla.
▪ Subprescrição.

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3.4 Prescrição farmacêutica

Fonte: sindifato.com.br

Com a expansão da função farmacêutica, surgiu também maior responsabilidade


nos processos de cuidado ao paciente. Os primeiros relatos de prescrição farmacêutica
surgiram nos Estados Unidos, seguidos por Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino
Unido; no Brasil as primeiras palestras sobre o assunto só surgiram em 1990.Hoje temos
uma resolução do Conselho Federal de Farmácia que regulamenta essa prática da
prescrição farmacêutica: Resolução 585, de 2013, cujo objetivo é expandir a outro
profissional a responsabilidade de prescrever, o que intensifica o cuidado ao paciente.
Essa resolução garante ao farmacêutico o direito de prescrever, iniciar, adicionar,
substituir, ajustar, repetir ou interromper a terapia farmacológica.
Há dois tipos de prescrição pelo mundo voltadas a profissionais que não sejam
médicos: a dependente e a independente. A dependente ocorre quando o médico delega
essa função a outro profissional, como o farmacêutico, já na prescrição independente o
profissional tem que ser habilitado a prescrever. No Brasil a prescrição é somente
dependente e o profissional farmacêutico deve ser legalmente habilitado para esse fim,
com registro no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição (Brasil, 2015).
Para o farmacêutico prescrever medicamentos que necessitem de receita no ato
da dispensação, o paciente deve ter consultado um médico, que fará um diagnóstico

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prévio. Também quando determinada medicação estiver prescrita para um determinado
grupo de pacientes em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados
para uso no âmbito de instituições de saúde e ambiente hospitalar, havendo formalização
de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde. As regras
são basicamente as mesmas passadas aos médicos: é vedada a prescrição sem a
identificação do farmacêutico responsável que deve conferir a receita e a medicação
prescrita e também a identificação do paciente. Essas informações não podem estar: de
forma secreta, codificada, abreviada, ilegível ou com assinaturas de folhas de receituários
em branco. Todos esses detalhes são verificados e conferidos posteriormente pela
vigilância sanitária, cabendo ao farmacêutico a responsabilidade.
A chamada oferta de serviços acontece quando o paciente procura a farmácia em
busca de serviços como: consulta farmacêutica, dispensação de medicamentos e
atendimentos com base fisiológica, por exemplo, aferição de pressão arterial (PA) e
dosagem de glicemia. Nesse momento, se o profissional farmacêutico identificar uma
necessidade de possível intervenção, ele deve sinalizar ao paciente, por exemplo, uma
pressão arterial anormal mesmo fazendo uso de um anti-hipertensivo.
Se o paciente aceita os serviços farmacêuticos ofertados, é agendada a primeira
entrevista, que deve ter duração de aproximadamente 15 minutos e deve ocorrer em local
específico e tranquilo, em que o paciente possa contar seu histórico de saúde e relacionar
os medicamentos de que ele faz uso. É importante pedir que o paciente traga toda a
medicação que tem em casa, para que seja avaliado se existem medicamentos vencidos
ou desnecessários para o seu tratamento, impedindo assim que ele faça uso da
medicação errada por engano. O farmacêutico deve deixar claro ao paciente que ele não
substitui o médico e que sua ação é apenas para contribuir no tratamento. Ainda vale
ressaltar que a consulta farmacêutica não deve anular seu retorno ao médico. Nessa
entrevista é essencial agregar as informações sobre o paciente, pois existem formulários
para se fazer a história farmacoterapêutica do paciente que devem ser usados, relatando
ali as patologias do paciente e de seus familiares. Assim, toda informação fornecida pelo
paciente é importante para traçar estratégias na identificação de possíveis problemas
relacionados aos medicamentos (PRM). Com o paciente a respeito de sua saúde, a coleta
de informações também pode ser deficitária, incompleta, devido a uma prévia falha no
20
tratamento, resultando em falhas de prescrição, incluindo o uso de fármacos
inapropriados. O fato de se usar fármacos inapropriados pode causar dois problemas:
um deles é ser extremamente tóxico, danificando a saúde do paciente por excesso de
medicação; o outro é o fato de não se conseguir o efeito terapêutico desejado, sendo
também muito perigoso, pois a medicação, quando não consegue atingir o alvo
terapêutico, acaba “não fazendo efeito”, e o quadro da doença evolui, ficando o paciente
mais doente ainda do que já estava. Assim, são relatados os problemas relacionados aos
medicamentos (PRMs) como aqueles usados em situações em que esse uso inadequado
pode levar ao aparecimento de um resultado negativo ou, ainda, sendo os resultados
negativos relacionados aos medicamentos prescritos (RNMs); ambas as situações
podem acontecer, resultando em danos na saúde do paciente, pois não garantem o
sucesso da farmacoterapia e a eficácia no tratamento.
Segundo o Consenso de Granada: “Problemas Relacionados aos Medicamentos
(PRM) são distribuídos em: indicação (1. O paciente não usa os medicamentos que
necessita ou 2. O paciente usa medicamentos que não necessita); efetividade (3. O
paciente usa medicamento mal prescrito ou 4. Dose inferior/tratamento ocorre por tempo
insuficiente) e segurança (5. Idiossincrasia ou 6. O paciente apresenta uma reação
adversa) (Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica Universidad de Granada,
2004).

3.5 Monitorização e ajuste de dose e acompanhamento farmacêutico

O termo “erro de medicação” é definido como um evento evitável, que pode levar
ao uso inadequado do medicamento, causando ou não dano ao paciente. Estes erros
podem ocorrer em qualquer fase da terapia medicamentosa e incluem erros de
prescrição, transcrição, dispensação, preparação e de administração.

Nas instituições de saúde, a implantação de sistemas de detecção e prevenção


de erros de prescrição deve ser um dos objetivos das ações, não só da
farmacovigilância, mas também do serviço de farmácia clínica, de modo a
estabelecer uma avaliação contínua, com o intuito de diminuir a incidência de
erros e, principalmente, contribuir para a identificação e o relato de novas
possibilidades consideradas, equivocadamente, como reações adversas
(NUNES, 2008 apud SILVA 2018).

21
As recomendações farmacêuticas, definidas como “ato planejado, documentado e
realizado junto ao usuário e profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir
problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante
do processo de acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico”, são ações
desenvolvidas pelo farmacêutico clínico. A participação deste profissional na UTI é uma
das estratégias que pode ser adotada, a fim de evitar erros de medicação, pois fornece
informações importantes para o uso seguro dos medicamentos.
Desta forma, o profissional farmacêutico pode estar envolvido em inúmeras
atividades. Dentre elas, destacam-se: o acompanhamento e monitoramento da
prescrição médica referente a medicamento prescrito, dose, intervalo, via, diluição e
administração; suas incompatibilidades medicamentosas; a avaliação do risco da
utilização para cada paciente individualmente; a busca de atualização na literatura
científica, para identificar padrões de administração de medicamentos e elaborar
protocolos; o auxílio na promoção da educação continuada, promovendo a troca de
conhecimentos na equipe multiprofissional e dando suporte técnico cabível; a promoção
de treinamentos; o monitoramento de eventos adversos e interações medicamentosas; e
a otimização terapêutica, para reduzir custos para os hospitais e garantir, assim, a
segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos.
Orientação farmacêutica reduz a ocorrência de problemas relacionados a
medicamentos, desta forma contribui para que o paciente tenha uma melhora na adesão
ao tratamento e eficácia terapêutica. No momento da orientação, o paciente recebe
informações quanto à finalidade do tratamento, à melhor forma de administrar os
medicamentos, além dos riscos e efeitos que podem ocorrer (CORRER, 2011).
Um exemplo é a cronofarmacologia, o pico de liberação do colesterol, ocorre no
período noturno, sendo assim, para otimizar a terapia é indicada a administração do
medicamento no período noturno. Interpretação de exames laboratoriais, essa é uma
prática clínica fundamental para identificar possíveis interferências da medicação,
substituição e até mesmo suspensão da farmacoterapia
Os principais exames observados são: hemograma, função renal e hepática,
marcadores do tipo inflamatório e infeccioso, enzimas cardíacas, coagulograma,
dosagem hormonal e glicose.
22
Ajuste de dose do fármaco leva em consideração que cada paciente deve receber
uma dose específica de um determinado medicamento, sendo essencial para o sucesso
da terapia. Cada indivíduo apresenta particularidades, como a classe dos idosos,
crianças, gestantes, hepatopatas, nefropatas. No caso de pacientes hepatopatas, o não
ajuste de dose pode ocasionar acúmulo de fármacos, já que o fígado é um dos principais
órgãos responsáveis pela metabolização dos fármacos, portanto, esse acúmulo pode ser
tóxico ao paciente.

3.6 Diretrizes e acompanhamento farmacoterapêutico

Fonte: ictq.com.br

O serviço clínico pelo qual o farmacêutico avalia os resultados obtidos pela ação
dos medicamentos, associados ou não, a outras medidas de cuidado à saúde é definido
como acompanhamento farmacoterapêutico. Fundamenta-se no gerenciamento da
farmacoterapia, identificando possíveis fatores de risco e eventuais problemas
relacionados ao uso dos medicamentos, assim como avalia o alcance das metas
terapêuticas. A Resolução CFF nº 585/2013 coloca como uma das atribuições clínicas do
farmacêutico relativas ao cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo, a provisão
da consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado,
que garanta a privacidade do atendimento. A normativa define ainda que a consulta

23
farmacêutica é o atendimento ao paciente, respeitando os princípios éticos e
profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e
promover o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde.

O acompanhamento farmacoterapêutico deve ser devidamente documentado e


pode ser ofertado em diferentes níveis de cuidado, como em hospitais,
ambulatórios, consultórios e farmácias, com o propósito comum de otimizar os
resultados obtidos com a farmacoterapia e promover a saúde dos pacientes
(BRASIL, 2013 apud CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2019).

Fonte: CIPOLLE, 2004.

Para a realização do seguimento farmacoterapêutico, faz-se necessária a


participação da equipe multidisciplinar: enfermeiros, auxiliares e técnicos de
enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos e o farmacêutico, que nesse caso é
o profissional de maior envolvimento em monitorar o uso de medicamentos nos pacientes.
O seguimento não atua somente na prevenção de um problema relacionado ao
medicamento, mas de forma integral nos problemas que os pacientes apresentam. É
importante que o farmacêutico mantenha um diálogo com o paciente e faça desse
momento uma parceria, sendo que o farmacêutico deve assegurar ao paciente que os
medicamentos que ele faz uso são os mais efetivos e seguros possíveis. Para isso o
seguimento farmacoterapêutico necessita da elaboração de métodos que visem a uma
intervenção eficaz e tudo deve ser documentado de forma sistematizada, garantindo o
registro de todas as atividades clínicas do profissional.

24
Deve ser preenchida fichas de entrevista com o paciente; esses formulários são
ferramentas úteis para consultas e tomadas de decisão, são informações que auxiliam
na hora de realizar a atenção farmacêutica.
É de grande valia que o farmacêutico colete, obtenha todos os dados sobre o
paciente, para que isso sirva para avaliação da sua evolução clínica, visando à solução
de casos relacionados a medicamentos e o desenvolvimento do plano de assistência
multidisciplinar. Para facilitar esse seguimento, listamos alguns documentos importantes:
• histórico de informações sobre o paciente;
• percepções e conclusões do farmacêutico;
• plano de assistência a ser desenvolvido pela equipe;
• instruções para o próximo encontro com o paciente.
Nessa documentação também são anexados os exames clínicos do paciente, isso
facilita a tomada de decisão por parte do farmacêutico e da equipe médica. Esse primeiro
contato entre o farmacêutico e o paciente é fundamental, cria um vínculo, uma parceria.
O paciente precisa sentir segurança em contar sobre o seu histórico de saúde, suas
medicações, seus hábitos, toda informação oriunda do paciente será útil para traçar as
metas para que ele possa o quanto antes estar totalmente recuperado e com uma boa
qualidade de vida. Assim, nas consultas farmacêuticas muito pode ser extraído, como
automedicação, doses erradas e até mesmo a medicação errada de que o paciente faz
uso.

Metodologias do seguimento farmacoterapêutico

Existem várias metodologias de atenção farmacêutica disponíveis na literatura. No Brasil,


na Espanha, e outros países de origem latina, o termo seguimento farmacoterapêutico
se desenvolveu como sinônimo do que, no Estado Unidos e países anglo-saxões em
geral, s entende como Pharmaceutical Care. Mais recentemtne, nos EUA, o termo
Medication-Therapy Management (MTM) foi criado como um serviço clínico voltado a
pacientes polimedicados do sistema Medcare.
Entre as metodologias mais citadas no Brasil estão o Método Dáder, o
Pharmacotherapy WorkUp e o Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM). Todos esses
25
visam fornecer ao farmacêutico algumas ferramentas e um pacote de abordagens e
procedimentos para a realização do atendimento clínico. De modo geral, todos os
métodos de atenção farmacêutica disponíveis advêm de adaptações do método clinico
clássico de atenção à saúde e do sistema de registro SOAP (Subjective, Objective,
Assessment, Plan) proposto por Weed na década de setenta.
A-Pharmacotherapy Workup (PW). No início era definida como sendo uma
metodologia para farmacêutico desenvolver seu trabalho com os pacientes, porém, foi só
em 1988 que o termo foi sofrendo modificações e passou a ser conhecido como
Pharmacist Workup of Drug Therapy (PWDT), mesmo assim, após algumas adaptações,
esse método foi aprimorado e hoje é mundialmente conhecido como sendo
Pharmacotherapy Workup (PW), que pode ser dividido em três principais etapas:
1. avaliação;
2. desenvolvimento de plano de cuidado;
3. monitoração e acompanhamento da evolução do paciente.
A avaliação é feita com base no preenchimento de uma ficha por meio de uma
entrevista clínica; as perguntas são padronizadas pela instituição. Dentre as perguntas
destacamos a relação de medicamentos de que o paciente faz uso, problemas de saúde
que o paciente tenha, por exemplo, doenças crônicas como diabetes e hipertensão,
histórico de vacinas de que tenha feito uso, hábitos de vida como tabagismo e prática de
esporte e, por fim, revisão de exames clínicos. Para o farmacêutico identificar durante
essas consultas um problema relacionado a medicamento, ele deve fazer uma avaliação
sistemática da indicação de cada medicamento, sua efetividade, segurança e adesão ao
tratamento medicamentoso. O PW baseia-se na classificação dos sete problemas
relacionados aos medicamentos, o seguimento identifica esses problemas no paciente e
traça metas para resolvê-los; após isso é feita a monitorização e o acompanhamento de
cada paciente, nessa etapa, é possível avaliar se as metas foram alcançadas. Veja que
cada etapa depende de outra, e tudo é muito dinâmico na relação entre paciente e
farmacêutico. A seguir ilustramos de forma resumida todo esse processo:
1. coletar dados;
2. identificar os problemas relacionados a medicamentos;
3. traçar as metas para solucionar os problemas;
26
4. monitorar e acompanhar as metas no intuito de identificar se
foram eficazes.

3.7 Identificação de problemas relacionados à farmacoterapia

De posse de todas as informações necessárias sobre o paciente, o farmacêutico


deve aplicar um raciocínio clínico sistemático a fim de avaliar e identificar todos os
problemas relacionados à farmacoterapia do paciente. Estes correspondem a prática da
atenção farmacêutica. O propósito de identificar problemas relacionados à
farmacoterapia é ajudar os pacientes a atingirem suas metas terapêuticas e a obterem o
máximo benefício dos medicamentos. Diferente do que se pode pensar, trabalhar com
problemas da farmacoterapia não impõe ao farmacêutico uma visão estreita focada no
medicamento. Pelo contrário, exige do profissional uma visão integral do paciente, sua
família e relações sociais, e uma postura voltada para o cuidado e não para o produto.

Identificar problemas relacionados à farmacoterapia está para a atenção


farmacêutica, assim como o diagnóstico da doença está para a medicina. Há na
literatura autores que utilizam o termo “diagnóstico farmacêutico” para se referir
ao raciocínio clínico empregado na identificação desses problemas (ALCARAZ,
2009 apud OTUKI, 2011).

Os problemas relacionados à farmacoterapia são problemas clínicos do paciente,


passíveis de serem detectados, tratados e prevenidos. É evidente, portanto, que a
prevenção destes problemas consiste no papel mais importante do farmacêutico e no
maior valor dos seus serviços para com os pacientes. O conceito do que vem a ser um
problema relacionado à farmacoterapia é controverso na literatura internacional. Vários
termos são utilizados em português como sinônimos, entre eles “problemas relacionados
aos medicamentos”, “problemas farmacoterapêuticos” ou “resultados negativos da
medicação”. Este último consiste numa nova abordagem da questão proposta no III
Consenso de Granada que busca diferenciar os problemas ocorridos no processo de uso
dos medicamentos das falhas nos resultados da farmacoterapia. É proposta a
substituição do termo “Problemas Relacionados com Medicamentos” por “Resultados
Negativos da Medicação”, sendo estes entendidos como “resultados de saúde não
adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou à falha no uso de
27
medicamentos”. O Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica também traz uma
definição para Problemas Relacionados aos Medicamentos: “Um problema de saúde,
relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia, que interfere ou pode
interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário”. O PRM é real,
quando manifestado, ou potencial quando há risco de sua ocorrência. Pode ser
ocasionado por diferentes causas, tais como as relacionadas ao sistema de saúde, ao
usuário e seus aspectos biopsicossociais, aos profissionais de saúde e ao medicamento.
Segundo o consenso brasileiro, a identificação de PRMs segue os princípios de
necessidade, efetividade e segurança, próprios da farmacoterapia.
O trabalho pioneiro sobre problemas relacionados à farmacoterapia foi publicado no
início dos anos 90 e segue sendo até hoje o conceito mais difundido sobre o tema.
Atualmente, esses autores os definem como “qualquer evento indesejável vivenciado
pelo paciente que envolva a farmacoterapia e que interfere com o alcance das metas
terapêuticas do tratamento”. Um problema do paciente relacionado à farmacoterapia
sempre possui três componentes principais:
1. Um evento indesejável ou o risco de um evento indesejável é vivenciado pelo
paciente. O problema pode ter a forma de uma queixa clínica, sinal, sintoma, diagnóstico,
doença, agravo, disfunção, exames laboratoriais alterados ou uma síndrome. Estes
eventos podem ser resultado de condições fisiopatológicas, psicológicas, socioculturais
ou mesmo econômicas.
2. A farmacoterapia (produtos e/ou regime posológico) faz parte do problema.
3. Há uma relação existente ou suspeita entre o evento e a farmacoterapia. O
evento pode ser consequência da farmacoterapia, numa relação direta causa-efeito ou
pode requerer a adição ou modificação da farmacoterapia para sua resolução ou
prevenção.
Apesar da aparente confusão, todos os conceitos apresentados são muito
semelhantes e partem de problemas de saúde vivenciados pelo paciente, que podem ser
causados ou tratados pela farmacoterapia. Além disso, os princípios básicos ligados à
farmacoterapia, ao processo de uso de medicamentos e aos seus efeitos terapêuticos
sobre o paciente são muito bem compreendidos.

28
3.8 Interações medicamentosas e educação para saúde

Fonte:bioredbrasil.com.br

Interação medicamentosa, essa é uma prática comum nos ambientes hospitalares,


devido à grande quantidade de medicamentos que os pacientes fazem uso, nesse caso
também o farmacêutico é o profissional responsável por identificar essa prática e avaliar
sua resposta à terapia do paciente.
O conceito de interação medicamentosa baseia-se na resposta farmacológica ou
clínica oriunda da interferência da ação de um determinado medicamento, alimento ou
qualquer substância química sobre o efeito de outro medicamento, administrado
previamente ou em concomitância ao primeiro.

Diversos são os fatores de risco para a ocorrência de interações


medicamentosas, sendo estes relacionados à prescrição, onde o aumento do
risco de interações é diretamente proporcional à quantidade de medicamentos
prescritos; condições intrínsecas ao paciente, como idade, sexo e condições de
saúde; e fatores intrínsecos ao medicamento, principalmente o índice terapêutico.
A presença de um ou mais fatores de risco de interação medicamentosa aumenta
a complexidade de uma prescrição (LIMA, 2009 apud LEÃO, 2014).

A educação em saúde é a prática de orientar, promover a saúde, prevenir


problemas à saúde ou informar sobre riscos e alternativas para uma vida saudável,
ferramenta útil para prevenção de interações medicamentosas.

29
A comunicação em saúde é considerada uma ferramenta de promoção de saúde
e pode apresentar diversos efeitos, tais como: aumentar o conhecimento das
pessoas; apontar os benefícios da modificação de comportamento; evitar
concepções errôneas; superar barreiras e problemas, sendo muito importante
para a assistência de enfermagem. Todos os profissionais de saúde que lidam
com educação em saúde devem determinar o melhor veículo para transmitir a
mensagem, para possibilitar comunicação eficaz (MOREIRA, 2003 apud SILVA,
2016).

A dificuldade de acesso a fontes de informação seguras e a existência de lacunas


de conhecimento de interações medicamentosas potencialmente prejudiciais, assim
como, de seus mecanismos de ação, por parte da equipe de saúde é uma realidade atual.
Na literatura verifica-se que a gravidade de interações medicamentosas teve um aumento
progressivo de 3% a 20%, que foi proporcional ao número de medicamentos utilizados
pelo paciente.

O uso racional de medicamentos parte do princípio que o paciente recebe o


medicamento apropriado para suas necessidades clínicas, nas doses
individualmente requeridas para um adequado período de tempo e a um baixo
custo para ele e sua comunidade (BRASIL, 2015 apud CONSELHO REGIONAL
DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2019).

A orientação farmacêutica reduz a ocorrência de problemas relacionados a


medicamentos, desta forma contribui para que o paciente tenha uma melhora na adesão
ao tratamento e eficácia terapêutica. No momento da orientação, o paciente recebe
informações quanto à finalidade do tratamento, à melhor forma de administrar os
medicamentos, além dos riscos e efeitos que podem ocorrer. Uma forma de minimizar
interação medicamentosa e seus possíveis eventos é a orientação através da educação
em saúde.

3.9 Estratégias educacionais

As estratégias educacionais são aquelas centradas no provimento de informações,


o que pode ser feito a partir da interação cotidiana, treinamentos, seminários e
distribuição de material escrito. A preparação dos eventos e materiais pode e deve ser
realizada pela equipe multiprofissional.

30
As informações trocadas nas interações de rotina costumam focar aspectos
relativos a questões mais particulares, relacionadas a um paciente ou prescrição
específica.
Na medida em que se identifiquem determinados problemas que tendem a se
tornar repetitivos, estes poderão ser mais bem abordados através de estratégias mais
sistêmicas.
Os profissionais de saúde podem ser motivados através da criação de materiais
técnico científicos, como é o caso da preparação de formulário ou guia terapêutico,
boletins, cartazes ou, simplesmente, aproveitando materiais produzidos pelo Ministério
da Saúde ou sociedades/associações científicas/profissionais nacionais e
internacionais. Também se beneficiam, através da organização de eventos científicos,
cursos de educação continuada, grupos de discussão ou através da orientação
concreta das comissões de farmácia e terapêutica, controle de infecção hospitalar
ou do conselho municipal de saúde, sem esquecer dos centros de informação sobre
medicamentos e a mídia em geral. O farmacêutico deve atentar para a existência de
momentos educacionais já implementados, como centros de estudo ou grupos de leitura
e incorporar-se a eles.

Os boletins podem apresentar-se como uma intervenção bastante factível no


nível local, desde que tomados alguns cuidados. No que diz respeito à produção
de boletins farmacoterapêuticos, a OMS recomenda que a informação seja
(WORLD, 1985 apud OPAS/OMS, 2003):

• Precisa;
• Técnica e cientificamente consistente;
• Específica para o problema da população-alvo;
• Independente da indústria farmacêutica;
• Apresentada de forma atrativa;
• Distribuída eficiente e periodicamente aos leitores.
Apesar de terem grande valor no processo de reeducação ou persuasão dos
profissionais de saúde, os boletins são de pouco impacto se não estiverem associados
com outras práticas educativas.

31
3.10 Principais dificuldades enfrentadas por farmacêuticos para exercerem suas
atribuições clínicas

Fonte: farmaceuticort.wordpress.com

Os sistemas de saúde, em todo o mundo, têm enfrentado desafios relacionados


a restrições orçamentárias, a alta prevalência de doenças crônicas não
transmissíveis e ao aumento dos problemas relacionados à farmacoterapia que
levam a morbidades e mortalidade relacionada aos medicamentos (FRENK, 1958
apud FREITAS, 2016).

Estas mudanças incidem também sobre a profissão farmacêutica que vem


sofrendo uma série de transformações nos últimos tempos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os farmacêuticos devem
estar mais envolvidos em resolver problemas dos sistemas de saúde partindo de uma
abordagem centrada no produto (medicamento) para o cuidado. Deste modo, o
farmacêutico atual deve desempenhar atividades voltadas à promoção do uso racional
de medicamentos e de outras tecnologias em saúde, tendo sua prática redefinida a partir
das necessidades das pessoas, família, cuidadores e comunidade. Isto inclui a
identificação, resolução e prevenção de problemas potenciais e reais relacionados com
a farmacoterapia. Estas ações se materializam na prestação de serviços farmacêuticos,
como, por exemplo, o acompanhamento farmacoterapêutico, a educação em saúde, o
rastreamento em saúde, a conciliação de medicamentos, a revisão da farmacoterapia,
entre outros.

32
Uma série de estudos têm mostrado que o farmacêutico desempenha papel vital
no manejo da terapia medicamentosa, o que de maneira global, melhora a condição de
saúde do paciente (MELO,2017).

Sendo uma profissão milenar, é coerente que farmacêuticos tenham que se


adaptar às mudanças sociais e econômicas vividas ao longo dos séculos para
que continuem tendo um papel fundamental para a sociedade. Esta
transformação fica mais clara quando observamos o contexto dos Estados
Unidos em que o farmacêutico, que perdeu seu papel nas farmácias após a
industrialização do setor conseguiu lograr êxito no âmbito hospitalar através de
uma nova disciplina, que seria promissora na função de resgatar a importância
da profissão dentro da equipe de saúde, chamada de Farmácia Clínica (BRASIL,
2016 apud FREITAS, 2016).

A Farmácia Clínica, que pode ser definida como: “área da farmácia voltada à
ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam
cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar,
e prevenir doenças”, passou a traduzir a expectativa em que o valor social da profissão
fosse recuperado.
Este movimento não deve ser considerado meramente uma reação à
industrialização, mas, essencialmente, uma resposta à necessidade social no sentido de
garantir a segurança do uso de medicamentos em um novo contexto de sua existência
científica.
Diversas diretrizes sobre educação farmacêutica, publicadas na última década, no
mundo inteiro apontam que as faculdades de farmácia devem formar um farmacêutico
com competência para: Prestar atenção farmacêutica ao paciente, trabalhar em equipe
e colaboração profissional, buscar informação sobre medicamentos, se comunicar,
contribuir para a qualidade no uso de medicamentos, aplicar técnicas de gestão e
organização, entre outras.
Esforços estão sendo feitos para a mudança do modelo vigente de diretriz
curricular, como por exemplo os encontros de educadores em farmácia clínica de todo o
país, realizados nos anos de 2015 e 2016, que geraram como produto uma matriz de
competência para a atuação clínica do farmacêutico, possibilitando uma maior inserção
do eixo cuidado em saúde na nova proposta de diretriz curricular nacional do curso de

33
farmácia enviada ao Conselho Nacional de Educação e a criação da Sociedade Brasileira
de Farmácia Clínica.
Da mesma forma, é imperioso atentar que as atividades clínicas não podem ser
desenvolvidas apenas com o olhar tecnicista e científico, que foi também uma dificuldade
elencada, mas devem ser desempenhadas compreendendo o indivíduo como um todo,
através de uma visão humanizada e holística, onde o contexto em que ele vive influencia
suas decisões sobre saúde.

4. FARMACIA CLÍNICA E A SEGURANÇA NO USO DE MEDICAMENTOS

Fonte: segurancadopaciente.com.br

O aumento da segurança no uso de medicamentos está associado a processos


seguros, estratégias para prevenção de erros e eventos adversos com redução de suas
consequências. A participação do farmacêutico promove segurança por meio da redução
de reações evitáveis, diminuição do tempo de internação, mortalidade e custos.

O aumento na segurança aos pacientes em hospitais está associado a aumento


do número de farmacêuticos clínicos e ao serviço de farmácia clinica oferecido a
esses pacientes. Uma das formas mais efetivas de redução de erros de
medicação em hospitais é ter mais farmacêuticos clínicos e expandir esse
trabalho (MCCREADIE, 2004 apud FERRACINI, 2011).

34
O custo-benefício de um farmacêutico clínico varia dependendo do tipo da
instituição, do número de intervenções, do número de leitos monitorados, e dos serviços
farmacêuticos oferecidos; entretanto, a presença do farmacêutico clínico
consistentemente tem demonstrado uma vantagem econômica significativa.
Novos tipos de intervenções foram sendo adicionados ao longo do tempo e
tornaram-se mais específicos também, como acompanhamento de pacientes utilizando
anticoagulantes, hipoglicemiantes e opioides, o que demonstra um envolvimento do
farmacêutico na atividade clínica e identificação de novas áreas de atuação.
A implantação e a expansão da farmácia clínica representaram impacto positivo
em relação ao número de intervenções pelo farmacêutico clínico durante o período
considerado, podendo promover o uso racional de medicamentos, o aumento da
segurança ao paciente e contribuir para redução de custos associados à prescrição
médica. O farmacêutico gradualmente e efetivamente foi inserido, garantindo seu espaço
junto à equipe multidisciplinar e no processo de segurança do paciente dentro da
instituição.
A anamnese farmacêutica pode ser compreendida como o procedimento de coleta
de dados sobre o paciente, realizado pelo farmacêutico, por meio de entrevista, com a
finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e
identificar suas necessidades relacionadas à saúde.
Durante a entrevista, o farmacêutico deverá abordar a experiência de medicação
do paciente e conhecer como este organiza seus medicamentos em sua rotina e qual o
grau de cumprimento do regime posológico.
Revisão da medicação consiste na avaliação sistemática da necessidade, efetivi-
dade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao
tratamento.

O farmacêutico deve conhecer a indicação, dose, via de administração, frequ-


ência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e deve reunir as
informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente, em termos
de efetividade e segurança (BRASIL, 2016 apud CONSELHO REGIONAL DE
FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2019).

A avaliação da necessidade do uso de medicamentos pode revelar dois problemas


comuns: o uso de medicamentos desnecessários ou sem indicação clara para os
35
problemas de saúde do paciente ou a necessidade de utilizar medicamentos para um
problema de saúde não tratado até aquele momento. Uma das ferramentas da revisão
da farmacoterapia é a análise de prescrição.
A prescrição consiste no conjunto de ações documentadas relativas ao cuidado da
saúde. Desta forma, o farmacêutico clínico é responsável pela análise da prescrição do
paciente e deve considerar sempre: identificação do paciente: nome, registro de
internação, sexo, idade, peso e altura; aspectos do paciente: o registro de alergias e uso
de medicamento prévio; aspectos da administração dos medicamentos: reconstituição,
diluição, tempo de infusão, estabilidade e incompatibilidade; dose: dose adequada para
a indicação terapêutica, dose máxima diária, ajuste de dose para paciente com alterações
renais ou hepáticas, idosos, crianças, gestantes e lactantes; frequência: o intervalo
correto entre as doses e o aprazamento adequado; medicamento: disponibilidade no
mercado, padronização da instituição, indicações terapêuticas, contraindicações e
interações medicamentosas;
• via de administração: via correta com a apresentação do medicamento, ava-
liar se há necessidade de ajustes de formas farmacêuticas;
• interações medicamentosas: avaliar se há um risco de interação
medicamentosa e qual a relevância da mesma;
• incompatibilidade medicamentosa: avaliar se há risco de incompatibilidade
entre os medicamentos EV e sugerir alternativas;
• cronofarmacologia: influência dos medicamentos nos ciclos circadianos,
para a otimização da terapia e redução de eventos adversos.

36
4.1 A importância da farmacologia clínica

Fonte:www.sercapacita.com.br

A Assistência Farmacêutica é definida como “grupo de atividades relacionadas


com o medicamento, destinada a apoiar as ações de saúde demandadas por uma
comunidade” (GONÇALVES ,1996 apud SOUZA, 2011).

Envolve diversas etapas desde a seleção de medicamentos até sua utilização,


interligando duas grandes áreas, porém distintas, a tecnologia de gestão e a tecnologia
de uso do medicamento. A tecnologia de gestão tem como objetivo maior garantir o
abastecimento e o acesso aos medicamentos enquanto a tecnologia de uso dos
medicamentos visa o uso correto e efetivo dos medicamentos, e é neste contexto que se
inserem as atividades de farmácia clínica.
Farmácia clínica pode ser entendida como “a ciência da saúde cuja
responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimento que o uso dos
medicamentos seja correto e adequado”. Ainda para o desenvolvimento desta atividade
há a necessidade de educação especializada e treinamento estruturado, além de coleta
e interpretação de dados, motivação pelo paciente e integração entre os profissionais da
equipe de saúde.
A atuação do farmacêutico junto aos pacientes e integrado à uma
equipe multiprofissional é uma opção mais avançada para o pleno exercício
da profissão farmacêutica e tem como objetivo aprimorar os conceitos de segurança e
37
melhor utilização da farmacoterapia. Os resultados positivos podem ser observados na
identificação e resolução de problemas relacionados à medicamentos que favorecem a
prática de uma terapia medicamentosa mais segura e racional e que melhorem a
qualidade de vida do paciente.
O farmacêutico clínico atua diminuindo a alta incidência de erros de medicação,
de reações adversas a medicamentos, interações medicamentosas e incompatibilidades
e a implantação de um Serviço de Farmácia Clínica possibilita o aumento da segurança
e da qualidade da atenção ao paciente, redução de custos e aumento da eficiência
hospitalar.

Na Farmácia Clínica o farmacêutico insere-se como um dos principais


profissionais envolvidos no combate ao uso irracional de medicamento. Através
da realização de atividades clínicas e da avaliação do impacto dessa atividade,
atua como o último elo entre a prescrição e a administração dos medicamentos
contribuindo significativamente, para melhoria da farmacoterapia (SBRAFH,
2009 apud SOUZA, 2011).

A Farmácia Clínica pressupõe que o farmacêutico estabeleça relacionamento ativo


com os demais membros da equipe de saúde presentes no ambiente
hospitalar, principalmente médicos e enfermeiros. Porém, também pressupõe o contato
com os pacientes, para assim assegurar resultados clinicam ente apropriados para a
farmacoterapia.
Neste contexto, o paciente é objeto principal das a atividades do farmacêutico
hospitalar, enquanto o medicamento é um dos instrumentos utilizados para a melhoria
das condições de saúde de um indivíduo.

38
4.2 As atribuições do farmacêutico na Política Nacional de Medicamentos

Fonte:www.crf-pr.org.br

O consumo de medicamentos, no Brasil, tem dimensões estruturais, políticas,


sociais e histórico-culturais. Entender a relação da utilização dos medicamentos com
estas dimensões é necessário para que se possa garantir à população uma terapêutica
racional, segura, com custos acessíveis.
Diversos são os setores da sociedade que têm responsabilidade direta ou indireta
sobre a utilização de medicamentos: a esfera nacional, a esfera estadual e a esfera
municipal de governo, a indústria farmacêutica, os distribuidores de medicamentos, as
farmácias, os prescritores (médicos, dentistas e farmacêuticos), os dispensadores
(farmacêuticos), os demais profissionais de saúde e o paciente ou usuário de
medicamentos (MARGONATO, 2006).
São prioridades da Política Nacional de Medicamentos a revisão permanente da
relação nacional de medicamentos essenciais (RENAME), a assistência farmacêutica, a
promoção do uso racional de medicamentos e a organização das atividades de vigilância
sanitária de medicamentos.

Uma lista de medicamentos essenciais é uma das prioridades para a obtenção


de cobertura da população. Ela deve conter medicamentos de eficácia
comprovada e riscos aceitáveis, para atender às necessidades de prevenção e
tratamento das doenças mais frequentes. Devem ser selecionados produtos
farmacêuticos que tenham dados científicos obtidos por ensaios clínicos
39
controlados, que satisfaçam as normas de qualidade, incluindo a
biodisponibilidade, com informação objetiva, exata e completa sobre os
medicamentos de acordo com fontes imparciais (DUPIM, 1997 apud
MARGONATO, 2006).

O incentivo ao desenvolvimento de Centros de Informação de Medicamentos


(CIM) é uma das ferramentas para a elaboração de uma lista de medicamentos
essenciais mais efetiva. Os CIMs são centros constituídos por equipes de farmacêuticos
que respondem a perguntas, revisam a utilização de medicamentos, produzem boletins,
fornecem cursos com temas específicos da farmacoterapia, realizam atividades de
pesquisa, fornecem informações toxicológicas e coordenam programas de
farmacovigilância dentro de Clínicas e hospitais.

4.3 Promoção do uso racional de medicamentos

Fonte: portal.crfsp.org.br

Esta prioridade da Política Nacional de Medicamentos envolve as seguintes


medidas: elaboração de campanhas educativas, estímulo ao registro e uso dos
medicamentos genéricos, elaboração de um formulário terapêutico nacional que oriente
a utilização dos medicamentos, estudos de farmacologia e ações de farmacovigilância e
adequação dos recursos humanos.

40
A adequação dos medicamentos genéricos é um passo fundamental na
racionalização do uso de medicamentos. Para a adoção e funcionamento efetivo de uma
política de medicamentos genéricos, é relevante a participação ativa e consciente dos
profissionais responsáveis pela sua prescrição e dispensação.

Neste contexto, o farmacêutico é o principal conhecedor no que tange a


dispensação de medicamentos, precisando estar atualizado e instruído para
proceder a intercambialidade ou substituição de medicamentos de referência por
genéricos com eficácia e credibilidade. (SANTANA, 2003 apud MONTEIRO,
2005).

O uso racional ocorre quando o paciente recebe o medicamento apropriado à sua


necessidade clínica, na dose e posologia corretas, por um período de tempo adequado e
ao menor custo para si e para a comunidade. Dessa forma, o uso racional de
medicamentos inclui:
• Escolha terapêutica adequada (é necessário o uso de terapêutica
medicamentosa);
• Indicação apropriada, ou seja, a razão para prescrever está baseada em
evidências clínicas;
• Medicamento apropriado, considerando eficácia, segurança, conveniência
para o paciente e custo;
• Dose, administração e duração do tratamento apropriados;
• Paciente apropriado, isto é, inexistência de contraindicação e mínima
probabilidade de reações adversas;
• Dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os
medicamentos prescritos;
• Adesão ao tratamento pelo paciente;
• Seguimento dos efeitos desejados e de possíveis eventos adversos
consequentes do tratamento.
O uso irracional de medicamentos é um importante problema de saúde pública em
todo o mundo, com grandes consequências econômicas. Pesquisas mostram que a
prescrição incorreta acarreta gastos de 50 a 70% mais altos dos recursos governamentais
destinados a medicamentos.

41
4.4 Aspectos conceituais relacionados ao uso racional de medicamentos:

• Arcabouço legal: regulatórias, normativas e gerenciais;


• Educação (conhecimento) dos profissionais e dos pacientes;
• Estratégias de intervenção;
• Farmacêutico e profissionais prescritores;
• Fatores culturais;
• Ferramentas de estudo e identificação de problemas;
• Mercado;
• Organização da rede de saúde;
• Políticas de medicamentos e assistência farmacêutica;
• Propaganda;
• Outros.
Algumas áreas, dentro do conhecimento farmacêutico, têm-se desenvolvido no
sentido de procurar estudar essas relações e seus determinantes, em que podemos
destacar as seguintes: Farmacovigilância e a Farmacoeconomia.

Os esforços mais organizados para a promoção do uso racional tiveram início


nos anos 70, com a introdução do conceito de medicamentos essenciais pela
OMS, que tinha como intenção principal tanto a promoção do uso racional como
a garantia do acesso. Apesar de atualmente cerca de 160 países contarem com
listas de medicamentos essenciais, ainda é bastante grande a parcela da
população mundial à margem de acesso universal aos medicamentos
(MANAGEMENT SCIENCES FOR HEALTH – MSH, 1997 apud ARRAIS, 2004).

Uma questão inicial na discussão do estabelecimento dos diferentes tipos de


intervenções para promoção ou avaliação do uso racional consiste na identificação dos
possíveis problemas, para o que se apresentam a seguir algumas possibilidades de
classificação:
Principais problemas quanto ao uso de medicamentos;
• Sobre uso de medicamentos: São particularmente os injetáveis, como
consequência tanto da prescrição excessiva quanto do consumo
exacerbado;

42
• Polimedicação ou polifarmácia: OMS considera que, no nível da atenção
básica de saúde, 1 ou 2 medicamentos por receita costumam ser
suficientes;

Uso incorreto de medicamentos: Esta ‘categoria’ inclui o uso de um medicamento


errado para uma condição específica (antibióticos ou antidiarreicos para a
diarreia infantil), o uso de medicamentos de eficácia duvidosa (agentes
antimotilidade para diarreia), emprego de fármacos de segurança questionável
(dipirona) e uso de doses inapropriadas (caso frequente de antibióticos)
(ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE apud BISSON, 2016).

4.5 O uso inapropriado de medicamentos pode ter consequências como:

Fonte: guiadafarmacia.com.br

• Eventos adversos, incluindo os letais.


Exemplo: uso indevido de antibióticos, auto prescrição ou uso inapropriado
de automedicação;
• Eficácia limitada.
Exemplo: quando não se obtém o efeito esperado devido ao uso de dose
subterapêutica;
• Resistência a antibióticos.
• Farmacodependência.

43
Exemplo: abuso de certos medicamentos, tais como os
tranquilizantes;
• Risco de infecção.
Exemplo: uso inapropriado de injetáveis.
Todos os componentes do ciclo da Assistência Farmacêutica podem e devem
contribuir para a promoção do uso racional de medicamentos.
Seleção e formulário terapêutico: orienta as escolhas terapêuticas para
medicamentos eficazes, seguros e custo-efetivos, bem como orienta quanto às
abordagens terapêuticas mais adequadas, inclusive, destacando as situações onde
a abordagem não-medicamentosa pode ser mais apropriada. No Brasil, foi elaborado
o Formulário Terapêutico Nacional, baseado nos medicamentos contidos na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais – Rename e disponível na Biblioteca Virtual em
Saúde.
Gerenciamento da assistência farmacêutica: o bom gerenciamento da assistência
farmacêutica deve ter como resultado a disponibilidade de medicamentos de qualidade,
adquiridos com agilidade satisfatória, baixo preço, armazenados e distribuídos de forma
a preservar suas características.
Dispensação e uso: garante o acesso a medicamentos adequadamente
envasados e rotulados, o bom entendimento do uso do medicamento pelo paciente, bem
como intervém junto ao prescritor ou demais membros da equipe de saúde para
assegurar a correta prescrição.
Promoção da prescrição racional. As estratégias para promover o uso racional de
medicamentos distribuem-se segundo o público-alvo que queremos sensibilizar. O
primeiro passo deve consistir em identificar as razões pelas quais as práticas
inapropriadas estão ocorrendo para melhor eleger e direcionar a intervenção.

4.6 Estratégias gerenciais

As estratégias gerenciais são aquelas que visam a orientar a decisão. Requerem


esforços concentrados para sua manutenção, mas são capazes de produzir impacto
considerável nos serviços, além de oferecerem poucas possibilidades de consequências
44
não controladas. Inclui as listas de medicamentos essenciais (que limitam o elenco de
produtos disponíveis àqueles considerados essenciais), a revisão de uso de
medicamentos com a intervenção e o desenho de protocolos (com monitoramento da
adesão aos protocolos). Para ser efetiva como medida racionalizadora, a relação de
medicamentos essenciais deve ser o balizador das aquisições de medicamentos.
Eventuais aquisições fora da lista de medicamentos padronizados, para atendimento de
particularidades clínicas, como pacientes resistentes ou intolerantes aos produtos
padronizados ou portadores de doenças raras, somente devem ser feitas mediante uma
rotina preestabelecida, na qual haja definição clara dos profissionais capazes de autorizar
esse tipo de aquisição com base em justificativas clínicas precisas.

A revisão de uso de medicamentos é uma abordagem dentro dos estudos de


utilização de medicamentos e constitui-se como uma ferramenta que permite a
identificação de problemas no processo do uso do medicamento (prescrição,
dispensação, administração e monitoramento) (BRASIL, 1998, apud
OPAS/OMS, 2003).

Como principais resultados a serem obtidos, destacam-se: a melhoria da


qualidade do cuidado, a contenção de seu custo e a identificação e controle de fraudes e
abusos. Os estudos de RUM aplicam-se à utilização de medicamentos em pacientes
ambulatoriais ou em regime de internação hospitalar. Para que seja efetiva e bem
compreendida, minimizando conflitos desnecessários, a implantação de um programa de
RUM deve ser realizada em uma estratégia bem conduzida, com a participação dos
prescritores no processo de discussão da implantação, para que fique bem claro que se
trata de uma proposta de cooperação multiprofissional em prol da melhoria da qualidade
do cuidado, muito distante de uma ação policialesca sem objetivos institucionais.

4.7 Intervenções para a promoção do uso racional por parte dos profissionais de
saúde:

• Treinamento de prescritores.
• Educação formal (anterior à prática profissional).
• Educação continuada.
• Visitas supervisionadas.
45
• Grupos de leitura, seminários, centros de estudo material impresso.
• Literatura clínica e boletins.
• Guias de tratamento e formulários de medicamentos.
• Panfletos.
• Abordagens baseadas no contato de rotina estratégias gerenciais.
• Seleção, aquisição e distribuição.
• Listas de aquisição limitadas ao elenco de medicamentos essenciais.
• Estudo de revisão de medicamentos com intervenção.

5 FARMACOVIGILÂNICA

Fonte: linkedin.com

“Segundo a ANVISA: Farmacovigilância é a ciência e atividades relativas à


identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou
quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos.”

Além das reações adversas a medicamentos, os itens a seguir também são impor-
tantes para a farmacovigilância:
• Desvios da qualidade de produtos farmacêuticos;
• Erros de administração de medicamentos;
• Notificações de perda de eficácia;
46
• Uso de fármacos para indicações não aprovadas (off label);
• Notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos
farmacêuticos;
• Abuso e uso inadequado de produtos;
• Interações medicamentosas.
O farmacêutico clínico tem papel relevante em direcionar os problemas
relacionados à segurança no uso dos medicamentos às áreas pertinentes da assistência
farmacêutica, garantindo ações de melhoria de qualidade dos produtos e processos.
A vigilância sanitária de medicamentos é ainda um campo com escassez de
profissionais farmacêuticos. Como atividade pertinente neste contexto, aplica-se a
revisão dos procedimentos de registro de medicamentos de marca e similares. O
farmacêutico, sendo o profissional do medicamento, deve estar apto e atualizado para
realizar atribuições tais como informar sobre produtos registrados, sua composição,
indicações principais e formas de comercialização, conhecer os produtos retirados do
mercado, trabalhar no controle da venda de psicotrópicos e entorpecentes, no controle
da propaganda de medicamentos de venda livre e participar da regulamentação e
controle de propaganda realizada pelos fabricantes de medicamentos.
Medicamentos são produtos especiais elaborados com a finalidade de
diagnosticar, prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos com
rigoroso controle técnico para atender às especificações determinadas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, 2010.
Os medicamentos seguem a normas rígidas para poderem ser utilizados, desde a
sua pesquisa e desenvolvimento, até a sua produção e comercialização.
A Anvisa é responsável pelo registro de medicamentos, pela autorização de
funcionamento dos laboratórios farmacêuticos e demais empresas da cadeia
farmacêutica, e pela regulação de ensaios clínicos e de preços. Divide com os estados e
municípios a responsabilidade pela inspeção de fabricantes e pelo controle de qualidade
dos medicamentos, realizando a vigilância pós-comercialização, as ações de
farmacovigilância e a regulação da promoção de medicamentos.
A Política Nacional de Medicamentos, aprovada pela Portaria do Ministério da
Saúde em 1998, estabelece oito diretrizes para garantir a necessária segurança, eficácia
47
e qualidade dos medicamentos, além da promoção do seu uso racional e o acesso da
população àqueles considerados essenciais. Entre essas diretrizes, destacamos a
regulamentação sanitária de medicamentos, que deve enfatizar os aspectos relativos ao
registro de medicamentos e autorização de funcionamento de empresas, bem como as
restrições daqueles sujeitos ao comércio e a distribuição de medicamentos no Brasil, é
um dos problemas mais sérios que afetam as farmácias e contra os quais a classe
farmacêutica vem protestando ao longo dos tempos. A propaganda de produtos é um
fator que potencializa as deficiências no setor da assistência farmacêutica em serviços
públicos e privados (MS, 2001).
O medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com
a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos. O registro de
medicamento é um instrumento por meio do qual o ministério da Saúde, no uso de sua
atribuição específica, determina a inscrição prévia no órgão ou na entidade competente
no caso, a ANVISA pela avaliação do cumprimento de caráter jurídico-administrativo e
técnico-científico para sua introdução no mercado, comercialização e uso. Essa inscrição
acontece com a publicação do registro no Diário Oficial da União (DOU), com a sequência
numérica de 13 dígitos, sendo o primeiro sempre um e definindo o tipo do produto (no
caso, medicamento), do segundo ao quinto relacionado com o número de autorização de
funcionamento da empresa, do sexto ao nono referindo-se ao registro do produto, do
décimo ao décimo segundo indicando o número de apresentações e o último sendo o
verificador, gerado pelo sistema.
Uma vez concedido o número de registro, a empresa detentora do produto
farmacêutico deverá renová-lo a cada cinco anos, sendo necessário protocolar o pedido
pelo menos seis meses antes do prazo de validade do registro, ou seja, após quatro anos
e meio da sua publicação no DOU.
A Política Nacional de Medicamentos é abrangente, que, se colocada em prática,
poderá trazer ao setor de saúde, no Brasil, melhorias exponenciais na qualidade de vida
da população. As prioridades estipuladas por esta política são a revisão permanente da
relação nacional de medicamentos essenciais (Rename), a assistência farmacêutica, a
promoção do uso racional de medicamentos e a organização das atividades de vigilância
sanitária de medicamentos.
48
O farmacêutico é um profissional apto com atribuições favorecedoras à
consolidação de tais prioridades. Entretanto é necessária ainda muita reflexão por esta
classe profissional sobre os seus direitos e deveres perante a sociedade na luta coletiva
pelo uso seguro e racional de medicamentos por todos.

6 GESTÃO DE QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE

Fonte: einstein.br

O Ministério da Saúde publicou, em 2013, a Portaria GM/MS nº 529, que institui o


Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). É função do NSP promover a articulação dos
processos de trabalho e das informações que impactem nos riscos ao paciente, além de
articular com diferentes áreas intra-hospitalares que trabalhem com riscos na instituição
de saúde, considerando o paciente como sujeito e objetivo final do cuidado em saúde. O
paciente precisa estar seguro, independente do processo de cuidado a que ele está
submetido.
Dentre desses processos estão os processos de prescrição, transcrição, dispensa-
ção e administração de medicamentos, sangue e hemoderivados.

O farmacêutico deve atuar e participar de toda a cadeia medicamentosa dentro


da instituição de saúde, para que o paciente receba o medicamento da forma
mais segura possível, assegurando que danos evitáveis não cheguem até o

49
paciente (ALKHENIZAN, 2011, CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO
ESTADO DE SÃO PAULO, 2019).

Em uma metanálise, realizada por Alkhenizan, na Arábia Saudita, foram avaliados


26 estudos sobre as melhorias alcançadas com o processo de acreditação na saúde. Por
meio dessa metanálise, verificou-se que os programas de acreditação melhoraram de
maneira significativa os resultados dos cuidados de saúde. O estudo conclui que
programas de qualidade e acreditação devem ser incentivados como ferramenta de
melhoria da qualidade dos serviços de saúde.

O farmacêutico tem como pilar da sua atividade em assistência em saúde,


garantir que os pacientes recebam os medicamentos de forma segura,
acompanhar possíveis eventos adversos relacionados a medicamentos durante
o seguimento farmacoterapêutico e esclarecer dúvidas sobre medicamentos a
membros de Equipes Médica e Multidisciplinar (BRASIL., 2013 apud
DEPARTAMENTO DE APOIO TÉCNICO E EDUCAÇÃO
PERMANENTECOMISSÃO ASSESSORA DE FARMÁCIA CLÍNICA SÃO
PAULO, 2019).

O farmacêutico é o profissional responsável pelo medicamento desde sua


permanência no estoque e farmácias-satélites em hospitais até a entrega para a
enfermagem administrar a medicação ao paciente. Envolvimento em monitorar o uso de
medicamentos nos pacientes. O seguimento não atua somente na prevenção de um
problema relacionado ao medicamento, mas de forma integral nos problemas que os
pacientes apresentam. É importante que o farmacêutico mantenha um diálogo com o
paciente e faça desse momento uma parceria, sendo que o farmacêutico deve assegurar
ao paciente que os medicamentos que ele faz uso são os mais efetivos e seguros
possíveis. Para isso o seguimento farmacoterapêutico necessita da elaboração de
métodos que visem a uma intervenção eficaz e tudo deve ser documentado de forma
sistematizada, garantindo o registro de todas as atividades clínicas do profissional.

6.1 Documentação:

Deve ser preenchida fichas de entrevista com o paciente; esses formulários são
ferramentas úteis para consultas e tomadas de decisão, são informações que auxiliam
na hora de realizar a atenção farmacêutica. É de grande valia que o farmacêutico colete,

50
obtenha todos os dados sobre o paciente, para que isso sirva para avaliação da sua
evolução clínica, visando à solução de casos relacionados a medicamentos e o
desenvolvimento do plano de assistência multidisciplinar. Para facilitar esse seguimento,
listamos alguns documentos importantes:
• histórico de informações sobre o paciente;
• percepções e conclusões do farmacêutico;
• plano de assistência a ser desenvolvido pela equipe;
• instruções para o próximo encontro com o paciente.
Nessa documentação também são anexados os exames clínicos do paciente, isso
facilita a tomada de decisão por parte do farmacêutico e da equipe médica. Esse primeiro
contato entre o farmacêutico e o paciente é fundamental, cria um vínculo, uma parceria.
O paciente precisa sentir segurança em contar sobre o seu histórico de saúde, suas
medicações, seus hábitos, toda informação oriunda do paciente será útil para traçar as
metas para que ele possa o quanto antes estar totalmente recuperado e com uma boa
qualidade de vida. Assim, nas consultas farmacêuticas muito pode ser extraído, como
automedicação, doses erradas e até mesmo a medicação errada de que o paciente faz
uso.

51
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