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CAPÍTULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1 Visão geral

Este capítulo visa abordar concretamente as discussões dos dados


apresentados nos resultados da investigação de campo. Com esta discussão
poderemos aferir de forma mais aproximada sobre as ideias que os teóricos
nos apresentaram no capítulo I acoplados aos resultados recolhidos no campo
a fim de formarmos uma opinião única, obter um dado final e alcançar uma
razão justificativa sobre que moldes e padrões se assenta a nossa hipótese
que, em alguma forma será justificada através dos respectivos dados.

Com vista a alcançarmos os diferentes consensos entre a hipótese e o


resultado da pesquisa, somos a salientar que este capítulo será a chave de
ouro para tentarmos conjugar as diversas ideias que interessam o nosso
estudo. Com pragmatismo iremos logo à primeira discussão.

3.2 Análise e discussão dos resultados da Observação das aulas

Se tivermos que avaliar os resultados que a observação das aulas nos


apresentou, seremos mais claros em afirmar que o trabalho docente na
disciplina de Língua Portuguesa precisa de um esforço consentâneo dos
professores para permitir que haja melhorias significativas no processo de
ensino e aprendizagem.

Em todas as observações feitas, somando os resultados desde a classificação


de Mau à Suficiente (que ainda não são as desejadas), sempre obtêm a
maioria dos dados na escala classificatória da grelha. Logo, isto indica que
existe por parte dos professores certas debilidades em, articular os
instrumentos necessários para levar o processo numa dinâmica mais precisa e
que venha satisfazer os interesses do sistema.

Por outro lado, o indicador dado pelos resultados da pesquisa demonstraram


de outra forma a necessidade dos professores se empenharem cada vez mais
para a instauração do potencial dos alunos da 7ª classe, uma vez que se
tratando de uma classe de entrada das crianças provenientes do Ensino
Primário carecem especial atenção para que se adequem ao sistema e se
adaptem com facilidade no currículo escolar deste nível.

3.3 Análise e discussão dos resultados do inquérito aplicado aos alunos

Os alunos como centro da nossa pesquisa neste trabalho e alvo de estudo


para recuperação da sua habilidade, se constituem em premissa dos
resultados já apresentados no capítulo anterior.

Para começar a nossa análise teremos de ver primeiro pelos números e a


participação do género. Apesar de ser necessário fazer mais para que as
meninas encontrem maior espaço de inclusão escolar, os dados do nosso
trabalho são razoáveis pelo facto de uma percentagem ser já aceitável em
matérias de representatividade do género. Mas em termos comparativos, existe
mais meninas nos níveis iniciais e à medida que os anos vão passando e os
níveis vão subindo as mulheres têm deixado a escola de forma gradual. Este
facto no interior é justificado pela falta de consciencialização das famílias que
fazem pouco para exigir dos filhos mais acutilância na formação; tem outro
facto ligado à pobreza em que os pais são mais obrigados a levar os filhos para
os trabalhos de campo à medida que se tornem grandes; existe uma razão
adicional senão também importante, a gravidez precoce das meninas em idade
adolescente e consequente abandono escolar.

Em relação ao uso da língua materna, os dados apresentados mostram que


maior parte dos alunos inquiridos têm como Língua Materna o Umbundu,
idioma mais falado na região. É de salientar que muitas crianças dessa escola
são provenientes das aldeias onde não conseguem dar continuidade dos
estudos e se concentram na sede do município para posteriormente dar
seguimento às aulas. Vale também realçar que maior parte das crianças que
assumiram ter como língua materna o Português são aquelas criadas em
famílias de classe média e outras provenientes da cidade capital da Província
de Benguela, por insuficiência de vagas na maior parte das escolas públicas.
Estas crianças chegam a ter apenas o Português como língua materna, umas
delas aprendem Umbundu em segundo plano e outras apenas percebem de
forma razoável.

Em relação à competência linguística que os alunos conseguem desenvolver


após a aula faz-se curioso que maior parte dos inquiridos declarou que mais
consegue compreender em detrimento doutras competências. Isto é um
indicador de que muitos deles pelo facto de serem falantes primários do
Umbundu, alguns se limitam em perceber o Português, faltando-lhes habilidade
para articular de forma espontânea um léxico mais criativo na escrita ou fala; e
se for para ler, apresentam debilidades extremas que só uma prática reiterada
por parte do professor como incentivo poderá acabar com as dificuldades que
eles apresentam.

No respeitante à uma comunicação fluente os alunos deram-nos a perceber


que em maior parte conseguem se comunicar fluentemente sem extremas
dificuldades nem excesso de erros lexicais ou gramaticais, sendo para isso
importante realçar que existe um outro número que não é pouco, assumindo
que não consegue manter uma comunicação com pares sem ter que cometer
erros que lesem o bom uso da língua. Sobre estes uma especial atenção para
permitir que haja técnicas adequadas de melhoria do ensino da Língua
Portuguesa.

Segundo os alunos a competência linguística que é mais desenvolvida pelos


professores durante as aulas, vê-se que lidera a compreensão, ou seja, os
professores se apegam mais na monotonia durante as aulas em que os alunos
se transforma mais em ouvintes e menos intervenientes; o número de
declarações sobre esta competência é aproximado às competências que os
mesmos alunos declaram que conseguem desenvolver após um fim de cada
aula. Ainda assim um número mostrou-se indeciso quanto à esta questão,
sendo um sinal claro que de um lado pode ser a falta de entendimento dos
mesmo sobre a questão, do outro podemos interpretar por não conseguirem
identificar que competências concretas os professores têm procurado
desenvolver pela paradoxal estruturação e condução das suas aulas.
Quanto à questão sobre que actividades que os professores usam para ensinar
a Língua Portuguesa e a frequência para essas actividades. Numa afirmação
dos alunos deu para notar qual é o grau de utilização de certas actividades no
decurso de aulas. A nossa especial atenção recai nas declarações dos alunos
que escreveram na opção “NUNCA” em certas actividades que se constituem
em pivot de aprendizagem da língua. O facto grande dos professores
ignorarem a prática de actividades importantíssimas como memorização,
ilustração e áudio visual chegam a constituir uma prática de retrocesso para a
era que hoje se impõe no processo de ensino e aprendizagem. Era necessário
que e expectável que os professores tivessem maior abraço em actividades
que mais permitem os alunos aprender de forma folgada, natural e objectiva.
Apesar dessas actividades estarem em utilização, mas o seu grau e frequência
chegam a ser mais um esforço que necessita ser reforçado para que haja
aprendizagem necessária por parte dos alunos que frequentam a 7ª Classe.

Se atentarmos ao uso da língua materna Umbundu como língua de ilustração


em situações de necessidades, vemos que uma grande maioria dos
professores segundo os alunos, não tem evidenciado seus conteúdos com
recurso ao Umbundu. Numa linguagem clara, mesmo percebendo que os
alunos são na maior parte falantes de Umbundu, os professores têm
menosprezado essa língua para focar seus conteúdos. Porém, é relevante aqui
ressaltar que apesar de não ser muito prudente usar uma língua materna
frequentemente quando a língua oficial é a questão, mas é pedagógico
assegurar que uma boa aula faz-se com recurso a instrumentos e critérios que
todos dominem ou saibam utilizar. Neste caso, era mais valioso pensar no que
fazer quando um aluno não entende uma expressão ou vocabulário em
Português. Nesta circunstância o exemplo em Umbundu seria o mais viável
para levar o aluno a compreender o significado e consequentemente saber
enquadrar o termo nas suas abordagens correntes ou quotidianas.

Em outra questão, os alunos manifestaram que quando fala o Português muitas


vezes têm sido influenciado pelo Umbundu várias vezes. Isto quer dizer, o uso
frequente do Umbundu afectou de forma significativa o Português e na sua
comunicação escolar ou familiar encontram na língua materna uma escapatória
para algumas expressões ou exclamações. Todavia, isso é recorrente para uns
e pouco visível em mutos que dizem fazer esforços para usar o português de
forma “limpa” sem que haja interferência da língua materna Umbundu.

Solicitados a apresentar ideias para enriquecer o trabalho, os alunos foram


todos céticos no inquérito e nem ousaram emitir alguma opinião que servisse
de proposta para o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem da
língua portuguesa enquanto disciplina curricular e de carris especial no I ciclo
do Ensino Secundário.

3.4 Análise e discussão dos resultados do inquérito aplicado aos


professores

Os professores como condutores do processo de ensino e aprendizagem, ou


seja como órgão de convivência entre o currículo e os alunos serviram como
peças fundamentais neste trabalho, pelo que os dados obtidos deles são até
agora um instrumento útil que permitirá tirar inferências concretas sobre como
o processo é gerido e quais caminhos devem ser adoptados na prossecução
de um ensino centrado na qualidade do perfil de saída.

Género: Os professores inquiridos tiveram a representação de uma mulher e


essa presença fez algum diferencial no nosso esquema e ajuda a fazer uma
espécie de equilíbrios no panorama da intervenção dos actores. Isso
exactamente não quer dizer que é uma matriz obrigatória para o trabalho, mas
é um factor de excelência e equilíbrio do tratamento dos dados e demonstra
prestígio da presença das mulheres em todas áreas da actuação social.

Língua materna: Um factor importante e determinante para o nosso estudo é


que mais da metade dos professores inquiridos são falantes da língua
Umbundu como sua primeira e os restantes têm-na como segunda. Este dado
revela-se importante neste formato pelo facto de servir como indicador da
nossa abordagem e uma influência nos resultados assim como ser um
elemento que possa vir condizer com a nossa hipótese formulada no início do
trabalho.
Perguntados sobre as habilidades que no final os alunos conseguem
desenvolver no final de cada aula, os professores ditaram a escrita. Isso se
justifica pelo facto de haver maior dedicação à ortografia e cópia em detrimento
de aulas de conversação, leitura e não só, sendo aquelas que mais estimulam
a oralidade e a articulação vocabular. Mas vemos uma certa contradição com o
que os alunos chegam a ver que no fim são mais capazes de compreender.
Mas é de concluir que enquanto os professores ditam, os mesmos ouvem mais
que escrever melhor. Isso deve-se ao facto de que maior parte dos professores
dita e não acompanha o que os alunos escrevem e para isso perdem o controlo
dos erros ortográfico e também sem dar espaço aos alunos para ler o que
escrevem sendo deste modo desenvolver outras habilidades através de um
único acto.

Sobre uma eventual comunicação fluente dos seus alunos, os professores não
foram positivos nas suas afirmações. E o que se vê é que o problema está
identificado a partir de pequenas conversações onde se nota debilidade dos
alunos em que em cada conversa eles conhecem falhas de gramática e léxico.
Se acompanharmos aquilo que foi a resposta dos professores, mostra-se que é
necessário se produzir mais nas salas de aulas para que o ambiente de
comunicação em Língua Portuguesa melhore, pois fazendo-o ajudará inclusive
a tornar fluente a comunicação em toda e qualquer disciplina.

De um outro jeito, os professores declararam as competências que mais têm


focado quanto ao processo de ensino. O facto de tomar nota de realce é que
muitos deles se dedicam ao ensino da compreensão oral, ou seja, os alunos
ouvem mais e praticam menos durante as aulas. Não existe em salas de aulas
espaço concretos de intervenção dos alunos para permitiria interacção entre
professor e alunos ou aluno-aluno, o que de certo modo permitiria que os
professor fizesse acompanhamento e avaliação exacta dos sues alunos quer
ao nível comunicativo-lexical ou morfossintáctico. A ausência desta actividade
enfraquece as habilidades dos alunos e aumenta as suas dificuldades de se
afirmar no conceito da competência da Língua Portuguesa como factor de
elevação académica durante o ano lectivo.
Relativamente às actividades a desenvolver durante as aulas de Língua
portuguesa para melhorar a aprendizagem dos alunos, os professores afirmam
em algumas e não se prontificam ao todo em abastecer os alunos com uma
gama de actividades mais dinamizadoras, inovadoras e desafiadoras
conducente à aprendizagem efectiva. Nesta lista reinam aquelas actividades
que os alunos já assumiram não acontecer em salas de aulas e agora os
professores confirmam apenas essa declaração e que para o processo de
ensino-aprendizagem da Língua portuguesa não alimenta uma boa tese, pois
precisamos falar muito sobre eventuais técnicas e actividades que ajudem o
aluno a se tornar um assíduo utilizador da Língua Portuguesa ara quaisquer
fim. Por exemplo, o professor ao assumir que nunca realiza actividades de
conversação revela o grau de degradação do processo, uma vez que a fluência
oral está na base das pirâmides do aprendizado da língua. Não é querer
defender a oralidade, mas sim, um equilíbrio de actividades que visem
desenvolver todas as competências de forma proporcional no aluno.

Chamados a abordar sobre o recurso à língua materna para fazer ilustrações


em momentos oportunos, os professores foram unânimes em assinalar que às
vezes o fazem. Ao acontecer desse jeito, pensamos estar em equilíbrio com o
nosso pensamento que, uma vez sendo o meio suburbano em que se localiza a
respectiva escola, o professor se ente obrigado e no direito de sempre torcer
para o lado da língua materna a fim de conduzir suas aulas condignamente.
Isto ajuda a melhorar o ambiente da aula, propicia condições para a progressão
dos alunos e articula elementos necessários entre a teoria e a prática sempre
que assim os meios exigirem esse requisito.

De outro modo podemos recorrer á questão que conduz ao entendimento de


existirem influência do Umbundu no Português. Os professores reconhecem
todos unanimemente que os alunos têm inclinações para Umbundu sempre
que falam Português. Neste caso, dá-se razão aos mesmos pelo facto de
serem utilizadores primários da língua materna em causa.

Sobre as opiniões de como podem contribuir para a melhoria do sistema de


ensino na disciplina de Língua Portuguesa, apesar de haver uma colisão entre
teoria e prática, assumimos ainda que os professores inquiridos têm boa
intenções e com estas podem fazer vincar seus projectos a fim de marcar
novas projecções de vida profissional no melhoramento do ensino da cadeira
em causa. É também conveniente que se diga, os mesmos são donos dessas
ideias e o desafio que se lhes coloca é pô-las em vigor para o bem do processo
de ensino e aprendizagem.

Para todo efeito possível fomos capazes de enumerar aqui em pequenas linhas
divisórias os pensamentos traduzidos pela pauta de dados que o capítulo II nos
forneceu, servindo como reacção da leitura desses dados. É de salientar que
estamos diante de uma interpretação sobre dados recolhidos no campo de
pesquisa. Contudo, seremos agora expressivos nas conclusões e
recomendações que adiante se segue.

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