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Jusnaturalismo – Texto do Nino + slides de aula

Teses que sustentam a existência de uma conexão entre o direito e a moral:

1) As normas jurídicas refletem de fato os valores e aspirações morais da comunidade


(validade)
2) As normas jurídicas devem se adequar a certos princípios morais universais, mesmo se
não aceitos pela comunidade (entre validade e normatividade)
3) As normas jurídicas devem reconhecer e tornar obrigatórios os padrões morais
vigentes na sociedade (validade)
4) Não é possível formular uma distinção conceitual taxativa entre o direito e os padrões
morais vigentes na sociedade (validade, normatividade e “outro”)
5) Os juízes decidem de acordo com normas jurídicas e também de acordo com normas e
princípios morais. (“outro”)
6) Os juízes recorrem às normas e princípios morais somente quando as leis não dão
padrões claros para decidir. (outro)
7) Os juízes devem se negar a aplicar normas flagrantemente imorais. (outro)
8) Se uma norma é uma norma jurídica, ela tem força moral obrigatória. (normatividade)
9) A ciência jurídica deve ter a tarefa de formular princípios de justiça e verificar se as
normas vigentes se adequam a eles. (outro)
10) Para uma regra ser uma regra jurídica não basta que ela satisfaça algumas condições
fáticas, mas que satisfaça algumas exigências morais. Uma regra que não satisfaça
essas exigências, não é uma regra jurídica. (validade)

Essas teses não são sempre mutuamente compatíveis. Nem todas elas têm o mesmo caráter
lógico. Algumas são de natureza fática e pretendem descrever o que ocorre na realidade
outras são de tipo valorativo ou normativo e destinam-se a estabelecer o que deve ou não ser
feito; outras dessas teses são de índole conceitual e versam sobre a caracterização ou
definição de certas noções, como a de sistema jurídico ou norma jurídica.

A polêmica entre o jusnaturalismo e o positivismo jurídico gira em torno da relação entre


direito e moral. O jusnaturalismo afirma que há uma conexão intrínseca entre direito e moral,
o positivismo jurídico nega tal conexão. Porém, há muitas maneiras diferentes de defender a
existência de um vínculo importante entre direito e moral. Não é possível supor que o
jusnaturalismo ratifique as dez teses citadas e o positivismo se oponha a todas elas. A tese
sobre a relação entre direito e moral que o jusnaturalismo defende e o positivismo ataca: O
jusnaturalismo está mais ou menos fielmente representado pela posição do juiz Semprônio. A
concepção jusnaturalista pode ser caracterizada pela defesa conjunta destas duas teses (teses
centrais do jusnaturalismo):

 Existem princípios morais universalmente válidos e acessíveis à razão humana;


 Um sistema normativo ou norma não pode ser caracterizado como jurídico se tiver em
desacordo com aqueles princípios morais.

Embora todos os jusnaturalistas concordem, substancialmente, em defender essas duas teses,


divergem quanto à origem ou fundamento dos princípios morais e de justiça que constituem o
chamado “direito natural” e quanto à determinação de quais são esses princípios.
O jusnaturalismo racionalista (iluministas) afirma que o direito natural não deriva dos
mandados de Deus, mas da natureza ou estrutura da razão humana. Os juristas racionalistas
tentaram formular detalhados sistemas de direito natural, cujas normas básicas constituíam
supostos axiomas, evidentes por si mesmos à razão humana. Os pressupostos e métodos dos
racionalismo influenciaram a composição chamada “dogmática jurídica”, que é a modalidade
da ciência do direito predominantes nos países de tradição continental europeia.

└> Slide da aula:

Tese 1: Realismo moral

-A moral é objetiva

-Independe de nossas crenças

-São acessíveis à razão

 Três tipos de realistas morais: Realistas naturalistas reducionistas;


realistas naturalistas não reducionistas; realistas não-naturalistas.

O jusnaturalismo teológico (São Tomás de Aquino) afirma que o direito natural é a parte da
ordem eterna do universo originado em Deus e acessível à razão humana. Nenhuma ordem
positiva tem força obrigatória se não concordar com os princípios do direito natural. Esse
direito natural não é somente um direito que deve ser, mas um direito verdadeiro, válido e
existente. Além disso, o direito natural é universal, aplicável a todos os homens e em todas as
épocas, e necessário, visto que é imutável. A ordem positiva que não se adequar ao direito
natural não terá força obrigatória de direito.

└> Slide da aula:

Tese 2: A validade do direito depende necessariamente de uma conexão com a moral

-Quando não há conexão, uma norma não é válida.

-Lex iniusta non est lex (uma lei injusta não é lei)

 Essa é a tese jurídica conhecida como direito natural.

Quais as vantagens?

Lei de Hume: o modo como o mundo é não determina o modo como ele deve ser.

Princípios morais são intrinsecamente normativos. Não violam padrões EDSON (que
porra é essa?!)

Desobediência civil: Se leis imorais não são leis, há razões para desobedecê-las.

Direitos humanos: Crimes contra a humanidade, condutas má em so.


Quais as desvantagens?

Existência de leis imorais.

Argumento intuitivo:

(1) O direito cumpre uma função moral na sociedade


(2) Convenções/constructos só existem caso satisfaçam a sua função
(3) O direito é uma convenção
(4) Logo, só existe caso satisfaça a sua função
(5) Leis injustas não satisfazem a função moral do direito
(6) Logo, leis injustas não são direito

O Novo Direito Natural

Mark Murphy – Direito natural fraco  As leis injustas são leis defeituosas, mas podem existir
enquanto leis.

Duas teses jurídicas

1) Direito natural forte – Qualquer direito não suportado por uma razão decisiva para a
ação não é direito.
2) Direito natural fraco – Qualquer direito não suportado por uma razão decisiva para a
ação é um direito defeituoso.

Razões para ação? Defeituoso?

O que esses conceitos querem dizer?

- Para que haja uma razão decisiva para fazer X, o ato de fazer X deve ser um ato razoável para
alguém desempenhar e a negação de X deve ser um ato irrazoável para alguém desempenhar.

- Para uma lei ser suportada por uma razão decisiva para a ação deve haver razões decisivas
para cumprir aquilo que é exigido pelo direito.

- A tese central do direito natural, portanto, é que o direito retira algumas das razões decisivas
para a ação do bem comum da comunidade política.

 “A noção de defeito (...) deve ser sempre compreendida em termos da espécie da


coisa em causa”.

- O defensor da tese fraca do direito natural afirma que “há algum padrão interno à legalidade
(...) tal que uma lei que não for amparada por razões decisivas para a sua obediência falha em
estar à altura e, portanto, é defeituosa em lei”.

Objeto da prova – saber o que é o direito natural forte. Capítulo 1 do livro do Nino.

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