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SEDEST

SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL,


MULHERES, IGUALDADE RACIAL E DIREITOS HUMANOS

GRAMÁTICA
ORAÇÕES ADVERBIAIS E COORDENADAS
GRAMÁTICA
Orações Adverbiais e Coordenadas
Prof. Elias Santana

SUMÁRIO
Conectivos..................................................................................................4
1. Orações Subordinadas Adverbiais...............................................................6
1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais.................................. 12
1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas....................................... 12
2. Orações Coordenadas............................................................................. 13
2.1. Aditivas............................................................................................. 14
2.2. Adversativas...................................................................................... 14
2.3. Alternativas........................................................................................ 17
2.4. Conclusivas........................................................................................ 17
2.5. Explicativas........................................................................................ 17
Resumo.................................................................................................... 23
Questões de Concurso................................................................................ 24
Gabarito................................................................................................... 40
Gabarito Comentado.................................................................................. 41

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Orações Adverbiais e Coordenadas
Prof. Elias Santana

ELIAS SANTANA
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura –
pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição,
na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF,
além de pro­fessor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra
aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos. Ade-
mais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão,
recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Olá, querido(a) aluno(a)! Neste PDF, fecharemos o período composto da língua

portuguesa! Claro que, nas gramáticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia,

você não adquiriu este material para aprender tudo, mas para aprender o que cai.

Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu primeiro objetivo não é ensi-

nar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de gramá-

tica! Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e

questões! Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave, e passe a ser

seu diferencial.

Sabe por que quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora,

falar sobre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu po-

deria passar o PDF inteiro ensinando como identificar e classificar orações (o que

ensinarei), mas preciso dar prioridade ao que aparece em provas. O assunto deste

módulo é muito importante, mas o seu principal foco será:

• Identificação de conjunções.

• Semântica oracional.

Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar,

já preciso fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela:

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CONECTIVOS
CLASSIFICAÇÃO CONECTIVOS EXEMPLOS
e, nem (nem...nem), não só...mas Não só fez um péssimo trabalho
Aditivos
também, tampouco, tanto...quanto como também cobrou caro.
mas, porém, contudo, todavia, no
Adversativos É um bom livro, todavia custa caro.
entanto, entretanto, e
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer... Ou mude seu comportamento ou
Alternativos
quer, seja...seja mude-se daqui!
Logo, pois (deslocado), portanto, por Você estudou, portanto será apro-
Conclusivos
conseguinte, assim, então, por isso vado em um bom concurso!
Não prejudique as pessoas, porque
Explicativos Pois, que, porque, porquanto
você pode ser prejudicado!
�Obs1 Pois, Porque, visto que, como, uma vez
A torcida aclamou porque o gol foi
Causais que, na medida em que, porquanto,
lindo!
haja vista que, já que
Tão (tamanho, tanto, tal)...que, de Foi tanto amor que os dois acaba-
Consecutivos
�Obs2 modo que, de maneira que ram se casando.
Embora, conquanto, não obstante, ainda
Embora você tenha boas intenções,
que, mesmo que, se bem que, posto que,
Concessivos é impossível acreditar em suas
por mais que, por pior que, apesar de que,
palavras.
a despeito de, malgrado, em que pese.
Como, mais...(do) que, menos...(do)
O enfermeiro foi mais eficiente que
Comparativos que, , tão...como, tanto...quanto, tão...
o médico.
quanto, assim como
Se, caso, sem que, se não, a não ser
Se você demorar, eu não vou te
Condicionais que, exceto se, a menos que, contanto
procurar.
que, salvo se, desde que
Segundo pesquisas, o aquecimento
Conformativos Conforme, consoante, como, segundo
global é um efeito natural.
Para, para que, a fim de que, de modo Os policiais trabalham para que a
Finais
que, de forma que, de sorte que, porque segurança seja mantida.
À proporção que, à medida que, quanto Os homens destroem o planeta à
Proporcionais
mais, ao passo que medida que se desenvolvem
Quando, enquanto, assim que, logo que, Enquanto os políticos descansam, os
Temporais
desde que, até que, mal, depois que, eis que brasileiros trabalham arduamente.

Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma

leitura atenta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em

alguns casos, impossível); com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a respon-

sabilidade de memorizá-la, tudo bem?


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No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois

elas possuem algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificati-

va didática: tanto as orações subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são

classificadas de acordo com critérios semânticos (o sentido que elas oferecem ao

período), e ambas apresentam conjunções dotadas de sentido. Por esse motivo,

as questões sobre esses dois tipos de oração são muito semelhantes. Veja:

(2013/CESPE/TCE-ES) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios no Brasil,

desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Lati-

no-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortalidade

entre jovens brancos no país caiu 27,1%.

O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, pode-

ria ser substituído, coerentemente, por como.

(2016/CESPE/TCE-SC) O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade

e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva,

também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integrida-

de no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do

interesse público.

Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse subs-

tituído por Por conseguinte.

Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a ban-

ca nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada.

Você precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira

está errada, pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não
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poderia ser substituída por “como”. A segunda está certa, pois tanto a conjunção

“portanto” quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da

tabela, notou pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas ad-

verbiais, ao passo que a segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas questões

do Cespe, mas é assim que cai em praticamente todas as bancas. Lógico que nem

todas serão fáceis assim – ainda mais com a tabela na mão –, mas essa é a essên-

cia do assunto em provas de concursos.

Além disso, neste PDF, também discutirei como funciona a pontuação nesses

dois grupos oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos

retornar ao que vimos em pontuação do período simples. Você se lembra de que

estudamos a pontuação dos adjuntos adverbiais? O que ocorre com as orações

subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pontuação das coordenadas apresenta

algumas novidades, mas nada que você não vá aprender com facilidade. Vamos

juntos?

1. Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais

oracionais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas

adverbiais. A estrutura do período é

ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL ______________1.

Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais. Vamos a elas:

1
A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao
período.
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1.1. Causais: expressam uma causa em relação à OP.


OP
(1) Ele está chorando porque perdeu o ônibus.
O.S. Adv. Causal

1.2. Consecutivas: expressam uma consequência em relação à OP.


OP
(2) Ele comeu tanto que se sentiu mal.
O.S. Adv. Consecutiva

 Obs.: você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações comple-

mentares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é

classificada como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subor-

dinativa adverbial (ou a que está reduzida por alguma forma nominal, con-

forme veremos adiante), ao passo que a outra é a oração principal. Não

pense, por favor, que há duas subordinadas ao mesmo tempo!

1.3. Concessivas: expressam uma concessão em relação à OP.


OP
(3) Embora você estude muito, nunca saberá tudo.
O.S. Adv. Concessiva

 Obs.: você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa

que algo acontecerá, independentemente de haver uma causa para isso.

Na oração acima, podemos perceber isso. Por uma lógica simples, pensa-

mos que se alguém estuda muito, em algum momento, saberá tudo. Mas a

concessão representa essa ruptura da lógica. Por isso, aconselho que você

estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão (ruptura da lógica)

juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!

1.4. Comparativas: oferecem uma comparação em relação à OP.


OP
(4) Aquele servidor trabalhou menos do que este.

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O.S. Adv. Compara-


tiva

 Obs.: notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo

verbo vem implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este traba-

lhou). Além disso, cabe ressaltar que a contração “do” é facultativa!

1.5. Condicionais: oferecem uma condição em relação à OP.


OP
(5) Se você beber demais, não poderá dirigir.
O.S. Adv. Condicional

 Obs.: cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais,

apresenta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não

poderá dirigir porque bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda

um fato consumado, mas uma situação hipotética.

1.6. Conformativas: oferecem uma conformidade em relação à OP.


OP
(6) Segundo afirmaram os especialistas, existe cura para o câncer.
O.S. Adv. Comparativa

1.7. Finais: oferecem uma finalidade em relação à OP.


OP
(7) Os pais se dedicam para que os cidadãos do futuro sejam formados.
O.S. Adv. Final

1.8. Proporcionais: oferecem uma proporção em relação à OP.


OP
(8) À medida que estudamos, aprendemos mais.
O.S. Adv. Proporcional

1.9. Temporais: oferecem o tempo em relação à OP.


OP

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(9) Quando ele chegou, a missa já havia começado.


O.S. Adv. Temporal

(2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou em

vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da

histórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse

não fosse o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular

um dos universos mais impactados por esta revolução, o das relações trabalhistas.

A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.

Certo.

É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação

vigorar há 70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que

não fosse a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

(2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes virtuais, ou

cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou um

estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.

O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expres-

são “Mesmo com os” fosse substituída por A despeito dos.

Certo.

Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Pri-

meiramente, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de

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segurança” possui valor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o

ideal seria que, com avanços na área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem.

Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora, recorra à tabela: a despeito dos tam-

bém possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma vez na vida você já usou

um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E essa questão

caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!

(2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a

humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a orga-

nização da miséria.

Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto

caso se inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.

Errado.

MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba

que tanto quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O proble-

ma está no sentido. Compare comigo esses dois períodos:

• Se você vier, ganhará um presente.

• Quando você vier, ganhará um presente.

O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir

é uma certeza, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil en-

xergar. Mas, em um texto de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso,

saiba: essa troca de conjunções de semânticas diferentes altera o sentido do texto,

mesmo que não prejudique a correção.

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(2013/CESPE/TCE-RO) É assim que funciona o Square, sistema de pagamentos em

uso nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é uma das maiores referências em

pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimentos, entre restaurantes,

bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias. Para usá-lo, o

cliente precisa instalar um programa no celular.

Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corre-

tamente substituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído

por o usasse.

Errado.

No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no ce-

lular se alguém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.

(2014/CESPE/SUFRAMA) Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente an-

tinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em que

esses se opõem à natureza.

Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia

ser substituída por à medida que.

Errado.

Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção

causal, equivalente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional.

Cotidianamente, é muito comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra.

Tome muito cuidado!

(2013/CESPE/TJDFT) O problema é que, na transmissão, pode haver um espião

conectado à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter os dados


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pessoais e, principalmente, o número do cartão de crédito do comprador. Para evi-

tar a espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um método

conhecido como protocolo de chave pública.

A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo

de chave pública pelas lojas virtuais.

Certo.

Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave públi-

ca (um método de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.

1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais

Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordina-

das adverbiais, principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há

consenso entre os gramáticos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração

adverbial está deslocada (conforme vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando

não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gramáticos, facultativa (os mais

modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da polêmica, sugiro

que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como em 2)

e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar

para sentir a estranheza).

1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas

As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou

gerúndio. Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você

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defina a classificação da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica

entre as partes.

• Infinitivo

–– De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)

–– Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (conse-

cutiva)

–– Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)

–– Sem comer, você não melhorará. (condicional)

–– Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)

–– Antes de comer, lave as mãos. (temporal)

• Particípio

–– Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)

–– Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)

–– Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)

• Gerúndio

• Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)

• Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)

• Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)

• Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)

2. Orações Coordenadas

As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes

entre si (por isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre

elas permite, por exemplo, o emprego de ponto final ou ponto e vírgula entre elas

(o que não ocorre nas subordinadas). As orações coordenadas se conectam exclu-

sivamente por semântica. A estrutura do período é

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ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA

_______________2.

As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer di-

zer conectivo. Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos,

ao passo que as sindéticas, não.

Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:

2.1. Aditivas

(10) Ele chegou e se jogou no sofá.


O.C. Assin. O.C Sin. Aditiva

 Obs.: as orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula.

Todavia, se as orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos

diferentes, uma vírgula pode ser inserida. Ex.: Ele chegou, e ela se jogou

no sofá.

2.2. Adversativas

(11) Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.


O.C Assin. O.C. Sin. Adversativa

 Obs.: você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os senti-

dos são parecidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já

foi assunto de prova!

(2013/CESPE/SEE-AL) Segundo a avaliação do movimento Todos pela Educação, o

2
A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao
período.
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PNE a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país, mas ainda

deixa arestas.

A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção

gramatical e para os sentidos originais do texto.

Errado.

As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse

correção gramatical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo,

de “deixa” para deixe.

 Obs.: a conjunção “e” pode ser usada como adversativa! Ex.: Ele correu, e não

cansou. Isso também já apareceu em prova.

(2013/CESPE/PRF) Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. É claro

que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da ciência (é ciência

demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que

a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade

de que dispomos.

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e

não por deficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.

Certo.

Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por

deficiência da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório

(isso ocorre porque existe ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”.

A conjunção “e”, nesse caso, é adversativa, e pode ser substituída por mas.

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 Obs.: a conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva! Ex.:

Ele ouviu, mas também copiou tudo.

ADENDO: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das

orações adversativas!

Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:

P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.

P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.

P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.

 Obs.: não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha

atenção para construções como “você estuda muito, mas, definitiva-

mente, nunca saberá tudo”, pois a vírgula após “mas” foi empregada

para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a conjunção.

Caso 2: com as demais conjunções adversativas:

aqui, a vírgula é proibida


P1: Você estuda muito, no entanto nunca saberá tudo.
vírgula facultativa
P2: Você estuda muito; no entanto, nunca saberá tudo.
vírgula facultativa
P3: Você estuda muito. No entanto, nunca saberá tudo.
vírgulas obrigatórias
P4: Você estuda muito, nunca, no entanto, saberá tudo.
vírgulas obrigatórias
P5: Você estuda muito; nunca, no entanto, saberá tudo.
P6: Você estuda muito. Nunca, no entanto, saberá tudo.

 Obs.: nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos

três últimos, deslocada.

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2.3. Alternativas

(12) Ora você estuda, ora você trabalha.

Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas

são classificadas como sindéticas. Além disso, nesse tipo de período, o emprego da

vírgula é obrigatório.

2.4. Conclusivas

(13) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.

 Obs.: a pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema

apresentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.

 Obs.: a conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!

2.5. Explicativas

(14) Pratique o amor, porque ele é a cura.

 Obs.: as orações subordinadas explicativas são sempre separadas por vírgula.

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ADENDO: a diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e ora-

ções coordenadas sindéticas explicativas.

Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua

portuguesa. Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas in-

formações em mente:

• Essa diferença cai pouco em provas.

• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mes-

mas conjunções. Para você entender melhor, veja a questão abaixo:

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(2013/CESPE/ANS) A fiscalização do cumprimento das garantias de atendi-

mento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele

contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de presta-

dores e a melhorarem o seu relacionamento com o cliente.

Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao

se substituir o termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez

que, porquanto.

Certo.

A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção em-

pregada é causal ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nessa situação,

é perda de tempo! Quando uma questão vier assim, olhe, simultaneamente,

para as conjunções causais e explicativas da tabela. Trate-as como se fosse um

grupo só, tudo bem?

Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é

coordenada explicativa. Chegou a hora de entender o porquê.

Veja a estrutura abaixo:

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Eu te faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você

consegue perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas

na primeira! Note que, primeiro, ela estudou com antecedência e, em seguida,

foi aprovada no concurso. Logo, estudar é a causa. O mesmo não se nota na se-

gunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica temporal, a aprova-

ção veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve apenas

como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabe-

mos que a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial

causal, ao passo que a segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.

O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é

o que a maioria faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando

entender se há um evento que provoca outro. Se não houver, a tendência é que

seja uma explicação.

Serei ainda mais objetivo:

Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo

que, temporalmente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está

na oração principal.

Ex.: A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.

Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta

uma confirmação, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois

do que está na outra oração) ou é usada para justificar uma ordem (verbos no

imperativo).

Ex.: As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.

Ex.: Estude, porque seu futuro depende disso.

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Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração

de natureza explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posterior-

mente, leva as operadoras a ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?

Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais

causais podem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.

Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e expli-

cação (e como isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse

assunto é muito mais extenso e gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo

tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus percursos universitários). Mas

recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!

ADENDO: a conjunção “pois”


Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar:
• Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor cau-
sal ou explicativo.
Ex.: Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.
• Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui
valor conclusivo.
Ex.: Está muito frio; vista, pois, um casaco.

(2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre aqueles que


tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes,
porém, ele toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nes-
se momento, verdadeiro assessor, função que exige competências básicas bem
específicas e formação voltada essencialmente para questões educacionais.

O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.

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Certo.

Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.

(2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém es-

colhe ter havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao

passado, mas ao futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo por-

tanto substituísse “pois”.

Errado.

“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não

está deslocado. Por isso, a substituição é proibida.

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RESUMO

Na verdade, falei do que cai logo no começo do material. De todo modo, lembre-se

de que seu primeiro objetivo não é aprender a classificar orações, uma vez que isso

pouco aparece em provas. Você acabará aprendendo classificação, mas como uma

consequência natural de análises semânticas entre orações e substituições de con-

junções (que é o que é cobrado frequentemente). Fique também atento aos tópicos

de pontuação (principalmente nas orações coordenadas, pois o que ocorre com as

subordinadas é semelhante ao que vimos no período simples). Por fim, decore as

conjunções (nunca é demais dizer isso a você)!

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (2016/TRF 3) Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocio-

nais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento úni-

co, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas, resulta de

longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos biorreguladores

com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conse-

guiu catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistên-

cia nessas expressões, e é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão

facilmente reconhecidas. É bem verdade que as expressões variam, assim como

varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma emoção. Mas o

que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a

diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.

Considerando-se o segundo parágrafo do texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo

da correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

2. (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. De-

pois, no início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin

mostraram como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da


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individualidade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual

está sempre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário,

o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser

outro, aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar es-

paço à individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda

sobre as noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão

que não escolhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação

da diferença como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical

da diferença supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard

Sennett, em “Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não su-

põe concordância total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a

falsa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegi-

do atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

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c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo

seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por “então”.

3. (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte

período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

4. (2008/TRT 2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores seguem

suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se divertir ou se

distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (início do texto).

Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.


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5. (2017/TRT 11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de

uma escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões

pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas

da vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem

muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém con-

segue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores

em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissio-

nal. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente

prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse ne-

cessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar

sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito,

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e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade,

em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade ins-

tantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência.

Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... (3° parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... (2° parágrafo) são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... (1° pará-

grafo) pode ser redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar

na escolha impulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2° parágra-

fo) refere-se a “ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2° parágrafo), o sinal

de dois-pontos pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

6. (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade,

que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não po-

dia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que

chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra

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publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem,

mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de

colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um po-

ema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era

exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria

capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mun-

do completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o

chão duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-

-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história

toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu

queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos

donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu

coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo

de resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o

velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito

várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz,

transformado em minha própria estrela.


(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)

Nos segmentos abaixo, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:

a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...

− O pronome retoma o segmento um deles.

b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.
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c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

7. (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde

o amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade.

Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa. Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer

tipo de competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no

máximo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o

leitor discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
reiro-jr.html)

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. (1°

parágrafo)

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. (1° parágrafo)
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c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. (2° parágrafo)

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa. (2°parágrafo)

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. (2° parágrafo)

8. (2016/ELETROBRÁS) Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo. (1º parágrafo)

II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos. (2º parágrafo)

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)

IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º

parágrafo)

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

9. (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate políti-

co nas redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum

entendimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manu-

tenção irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia

que o melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se conven-
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ce o outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude

principalmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos

tendem a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que

seus resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que

amigos rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações

com quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser

“estressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes,

representam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”

− uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo

envolvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos

de vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas

vozes no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate po-

lítico, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

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Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate. (5º parágrafo)

Considere as afirmações abaixo a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anteriormente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

10. (2017/TRT 11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de

uma escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões

pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas

da vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões
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tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem

muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém con-

segue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores

em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissio-

nal. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente

prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse ne-

cessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar

sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito,

e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade,

em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade ins-

tantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência.

Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto... (4° parágrafo)

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase

acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora
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c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

11. (2017/TRT 24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa ordem, entre

as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu. (1º parágrafo)

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etique-

ta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade. (2º

parágrafo)

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém. (1º parágrafo)

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais. (4º parágrafo)

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada. (2º parágrafo)

12. (2017/TRT 11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas

habitadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetí-

veis a desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores


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do clima e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85%

dos desastres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas,

deslizamentos de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente

recorrentes em zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas

públicas de redução de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos

da geologia deve ser relativizada. (2° parágrafo)

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

13. (2017/TRT 11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais

que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente

a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. (3° parágrafo)

Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

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14. (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver

com o seu trabalho... (3° parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

15. (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das

contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento atual.

Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está presente na

forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civilização atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

16. (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas técnicas cons-

cientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo

incontestável...
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O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

17. (2016/TRT 20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o

mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e

extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas. (1º

parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

18. (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à

castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.
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19. (2016/TRT 14) Atente para esta sequência de frases que compõem um período

do texto:

I – O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

20. (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos

na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em

seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka. (3° parágrafo)

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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GABARITO

1. b

2. d

3. a

4. b

5. e

6. c

7. b

8. b

9. b

10. a

11. b

12. a

13. b

14. d

15. c

16. e

17. a

18. c

19. b

20. e

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GABARITO COMENTADO

1. (2016/TRF 3) Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocio-

nais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento úni-

co, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas, resulta de

longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos biorreguladores

com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conse-

guiu catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistên-

cia nessas expressões, e é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão

facilmente reconhecidas. É bem verdade que as expressões variam, assim como

varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma emoção. Mas o

que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a

diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.

Considerando-se o segundo parágrafo do texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo

da correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

Letra b.

A letra a está errada, pois “conquanto” possui valor concessivo, e não compara-

tivo; a b é correta, pois a locução “a distância”, sem determinante, deve vir sem

crase; a c está errada, pois, para muitos gramáticos, o verbo “visar” pode ser VTD
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ou VTI com o sentido de desejar; a d está errada, pois, como o núcleo do sujeito

é partitivo, permite-se a concordância com “reações emocionais”; a e está errada,

porque o verbo é intransitivo.

2. (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. De-

pois, no início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin

mostraram como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da

individualidade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual

está sempre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário,

o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser

outro, aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar es-

paço à individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda

sobre as noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão

que não escolhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação

da diferença como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical

da diferença supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard

Sennett, em “Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não su-

põe concordância total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a

falsa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegi-

do atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)
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Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público

vivo seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por

“então”.

Letra d.

A letra a está errada, pois “uma visão” não admite artigo; a b está errada, porque a

vírgula alteraria o sentido (de restritivo para explicativo); a c está errada, porque “por

isso” é conclusivo, ao passo que “conquanto” é concessivo; a d está certa, pois a ora-

ção “que não supõe concordância total” é subordinada adjetiva restritiva em relação

a “conversa”; a e está errada, pois “então” não indica continuação, mas conclusão.

3. (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte

período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

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c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Letra a.

Pergunte ao verbo: o que parece? A resposta será “que o mito da tolerância já não

se sustenta entre nós”, que desempenha a função de sujeito. Na letra b, a oração

destacada é subordinada substantiva completiva nominal; na c, adjetiva restritiva;

na d, adverbial causal; na e, adverbial temporal.

4. (2008/TRT 2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores seguem

suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se divertir ou se

distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (início do texto).

Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Letra b.

A oração “de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências” é

subordinada substantiva completiva nominal. As demais afirmativas estão corretas.


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5. (2017/TRT 11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de

uma escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões

pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas

da vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

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minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

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em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissio-

nal. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente

prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse ne-

cessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar

sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito,

e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade,


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Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... (3° parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... (2° parágrafo) são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... (1° pará-

grafo) pode ser redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar

na escolha impulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2° parágra-

fo) refere-se a “ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2° parágrafo), o sinal

de dois-pontos pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Letra e.

A letra a está errada, pois a correta substituição será “nos quais”; a b está errada,

pois o primeiro “que” é conjunção integrante; a c está errada, pois, como a locução

“devem haver” é impessoal, o verbo auxiliar deve ficar no singular; a d está errada,

pois “aqueles” retoma “caminhos”; a e está correta, pois, após os dois-pontos, a

informação serve como justificativa do que se disse anteriormente.

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6. (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade,

que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não po-

dia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que

chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra

publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem,

mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de

colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um po-

ema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era

exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria

capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo

completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão

duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos

bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de

opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um

boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do po-

der se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou mi-

nha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o

velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito

várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz,

transformado em minha própria estrela.


(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)
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Nos segmentos abaixo, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:

a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...

− O pronome retoma o segmento um deles.

b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.

c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Letra c.

A letra a está errada, pois o pronome retoma “poema cabuloso”; a b está errada,

pois “onde” não é pronome relativo, mas interrogativo; a d está errada, pois “que”

é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva

objetiva direta; a e está errada, pois “para que” introduz finalidade.

7. (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

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Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
reiro-jr.html)

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. (1°

parágrafo)

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. (1° parágrafo)

c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. (2° parágrafo)

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa. (2°parágrafo)

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. (2° parágrafo)

Letra b.

Apenas na letra b há uma comparação entre as características da “chatice argu-

mentativa”. Na letra a, há um pronome relativo; na c, conjunção integrante; na d,

pronome relativo; na e, “para que” é usado para indicar finalidade.

8. (2016/ELETROBRAS) Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo. (1º parágrafo)


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II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos. (2º parágrafo)

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)

IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º

parágrafo)

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

Letra b.

Apenas em II e III o “que” é um pronome relativo em referência a um termo mas-

culino e singular. Na I, “que” introduz uma consequência; na IV, “para que” denota

finalidade.

9. (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate políti-

co nas redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum

entendimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manu-

tenção irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia

que o melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se conven-

ce o outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude

principalmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos

tendem a prevalecer aos punhos.


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A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que

seus resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que

amigos rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações

com quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser

“estressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes,

representam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”

− uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo

envolvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos

de vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas

vozes no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate po-

lítico, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate. (5º parágrafo)


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Considere as afirmações abaixo a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anteriormente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

Letra b.

A I está errada, pois isolar a oração adjetiva com vírgulas significa alterar o sentido

de restritivo para explicativo; a II está certa, pois “não obstante” foi usado com

valor adversativo, para indicar algo contrário ao esperado; a III está errada, pois a

inclusão... é possibilitada.

10. (2017/TRT 11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de

uma escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões

pouco importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas

da vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

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A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem

muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém con-

segue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores

em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissio-

nal. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente

prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse ne-

cessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar

sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito,

e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade,

em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade ins-

tantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência.

Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

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Só que o sentido da vida profissional não vem pronto... (4° parágrafo)

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase

acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora

c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

Letra a.

“Só que”, no texto, apresenta valor adversativo.

11. (2017/TRT 24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa ordem, entre

as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu. (1º parágrafo)

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etique-

ta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade. (2º

parágrafo)

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém. (1º parágrafo)

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais. (4º parágrafo)

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada. (2º parágrafo)


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Letra b.

A causa: tudo é muito novo; a consequência: ainda engatinhamos. Na a, há con-

dição; na c, adição; na d, uma conjunção integrante; na e, uma conjunção adver-

sativa.

12. (2017/TRT 11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima

e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desas-

tres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos

de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em

zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redu-

ção de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada. (2° parágrafo)

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.
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Letra a.

A conjunção adversativa “contudo” introduz uma informação aditiva, que funciona

como uma ressalva não esperada pela cadeia semântica do texto.

13. (2017/TRT 11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais

que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente

a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. (3° parágrafo)

Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Letra b.

Primeiramente, é preciso perceber que o fato de alguém dificilmente conseguir se

entregar profissionalmente a uma prática que não representa os valores em que ela

acredita expressa a causa de a escolha profissional ter mais ligação com o campo

de ideais. Por ser causa, a articulação deve ser feita por uma conjunção causal.

14. (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver

com o seu trabalho... (3° parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:


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a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Letra d.

Primeiramente, perceba que ser grande é uma consequência, e que a informação

posterior é uma causa. Inverter a relação de subordinação significa transformar a

oração principal em subordinada. Mas, para que isso ocorra com a manutenção do

sentido, a oração subordinada deve ser consecutiva. Por isso, emprega-se “de ma-

neira que”, que é uma conjunção com esse valor semântico.

15. (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das

contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento atual.

Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está presente na

forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civilização atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

Letra c.

“Mesmo que” é uma conjunção de valor concessivo.


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16. (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas técnicas cons-

cientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo

incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

Letra e.

Tanto “embora” quanto “conquanto” expressam valor concessivo.

17. (2016/TRT 20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de “mudar o

mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos, acessíveis e

extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras pessoas. (1º

parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

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Letra a.

O fato de os folhetos de cordel serem baratos é a causa que faz com que o clichê

não soe tão inalcançável. Por isso, a opção correta é uma vez que.

18. (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à

castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

Letra c.

“Mesmo vivendo na avançada Inglaterra” é uma oração subordinada adverbial con-

cessiva reduzida de gerúndio.

19. (2016/TRT 14) Atente para esta sequência de frases que compõem um período

do texto:

I – O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte


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c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

Letra b.

Entre a I e a II, há uma relação de proporção (o narrador se interessa à medida

que se sente valorizado); a III conclui o que ocorre em I e II (conclui-se que essa

proporção só aumenta porque a narrativa une ouvinte e narrador).

20. (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos

na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em

seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka. (3° parágrafo)

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

Letra e.

Tanto “apesar de” quanto “a despeito de” servem para introduzir ideias concessivas.

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