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Educação e tecnologia
1ª Edição
Brasília/DF - 2019
Autores
Luciana Ferreira Furtado de Mendonça
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa...................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Aula 1
O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade.................................................................. 9
Aula 2
Educação na Sociedadeda Informação................................................................................................................31
Aula 3
Mídia Impressa e Educação...................................................................................................................................... 52
Aula 4
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação................................................................................................72
Aula 5
O Uso dos Recursos Digitais na Educação..........................................................................................................92
Aula 6
Educação Aberta e a Distância............................................................................................................................ 106
Referências........................................................................................................................................................................ 129
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos,
de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com
questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável.
Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras
e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
“Os tempos são ‘líquidos’ porque tudo muda tão rapidamente. Nada é feito para
durar, para ser ‘sólido’.”
(BAUMAN, 2007, p. 23).
Saiba mais
Mesmo com o uso acentuado e cotidiano de diversas mídias sociais, especialmente por meio dos
smartphones e tablets, 34% dos brasileiros ainda não possuem acesso à web, dos que utilizam a
rede, a maioria é homem e reside em grandes centros urbanos de acordo com a última Pesquisa
Brasileira de Mídia (BRASIL, 2016). Percebe-se que este perfil ainda não reflete o retrato da maioria
da população brasileira, no entanto, nos ajuda a refletir sobre a importância deste tema para a
formação de um indivíduo consciente dos seus direitos e deveres.
Para Greier (2017), vivenciamos uma profunda transformação da sociedade feita por uma
comunidade intergeracional, ou seja, as relações propiciadas pelas tecnologias digitais atuais
geram novas oportunidades de trabalho, redes fluidas e novas comunidades de aprendizagem
aberta para todas as idades.
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Introdução
Os avanços possibilitados por uma maior conectividade com pessoas, serviços e produtos, inseriu
a nossa comunidade num mundo denominado como globalizado.
Singer (2000) explica que o termo “globalização” foi utilizado pela primeira vez no final dos anos
1980, tendo como significado a ideia de unificação dos países, possibilitando a integração das
culturas mais diversas, línguas, nos trazendo o conceito de “cidadão do mundo”.
Este conceito de cidadania planetária (MORIN, 2002) reconhece laços que ligam todos os
habitantes do planeta Terra.
Como identificar
O que seria uma conteúdos relevantes e
fonte de idôneos numa imensidão
informação? de falas que surgem na
fidedigna e como web?
identificá-la?
O que é
nomofobia?
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Introdução
Lembre-se de que você não está sozinho nesta caminhada. Caso tenha alguma dúvida sobre
determinada palavra ou conceito, não se intimide, pesquise em dicionários e busque sempre
o suporte acadêmico que a universidade proporciona. Juntos iniciamos esta jornada de novas
descobertas, portanto, aproveite para embarcar nesta viagem que possui diferentes trilhas que
auxiliarão o seu aprendizado!
Bons estudos!
Objetivos do Caderno
»» Conhecer o papel da técnica na sociedade e a relação entre os seres humanos e as
máquinas.
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AULA
O PAPEL DA TÉCNICA E DA
TECNOLOGIA NA HISTÓRIA DA
HUMANIDADE 1
Apresentação
O homem e a mulher são seres históricos, ou seja, são os autores dos diversos fatos e experiências
que compõem esta grande “colcha de retalhos” que forma a história da nossa humanidade. Por
sermos históricos, produzimos a todo instante conhecimento, seja para criar novos artefatos
e ideias ou para ressignificá-los, assegurando a nossa sobrevivência (VALENTE, ALMEIDA E
KUIN, 2017).
Com a Revolução Industrial e o uso constante de diversas máquinas e ferramentas, houve uma
grande necessidade de se pesquisar novos produtos e formas de agir na sociedade. Este estímulo
ao desenvolvimento científico, muitas vezes com o foco no mercado e geração de lucros, ganhou
tanta visibilidade que a Unesco (2017) reconhece a capacidade de produzir conhecimento como
um dos critérios para distinguir a riqueza e a pobreza de um povo.
No entanto, nos enganamos a pensar que a tecnologia somente se faz presente com a criação
de máquinas, aplicativos e todo aquele cenário bem típico nos filmes de ficção científica “forma
concreta com que a tecnologia é popularmente conhecida” (KENSKI, 2005, p. 17).
Ainda permeia nossas mentes um conceito restritivo de tecnologia como algo sofisticado,
dominado por robôs e equipamentos com grau de inteligência superior aos homens e mulheres.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Objetivos da Aula
Nos debates e criações artísticas estão sempre presentes as previsões sobre o nosso futuro, uma
característica em comum é que teremos uma sociedade altamente tecnológica, com a presença
constante de robôs e outros equipamentos sofisticados, com cenários bem típicos daqueles
apresentados nas histórias de ficção científica.
Se pensarmos nos últimos 10 anos, realmente, contamos com a presença de muitas inovações
em nosso cotidiano, algumas até inimagináveis pela maioria da população.
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Figura 4. Infográfico que destaca algumas das tecnologias/técnicas presentes ao longo da história da
humanidade.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Você conhece a história dos nossos ancestrais que viviam em cavernas num passado um pouco
distante da nossa civilização? Consegue imaginar como eles viviam? Como faziam para enfrentar
os desafios encontrados num cotidiano bem diferente do que vivenciamos atualmente? Vamos
ajudar você a pensar um pouco sobre esse contexto.
Saiba mais
Conheça um pouco mais da história da nossa civilização assistindo ao vídeo Homem Pré- Histórico: Vivendo entre as feras.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sCBMPug_fE8>
Sinopse: Prepare-se para uma viagem na era da pré-história. Entre 12 e 40 mil anos atrás, o homem moderno já havia se
estabelecido em todos os continentes, com exceção da Antártica. Ele convivia com tigres dentes-de-sabre, mamutes e ursos
gigantes. Aqui, foram usados os mais modernos recursos tecnológicos e científicos para que se vejam nossos ancestrais
vivendo entre as feras e lutando pela sobrevivência da forma mais realista possível.
Pedras, ossos, galhos e troncos de árvores foram transformados em ferramentas pelos nossos
ancestrais pré-históricos. Com esses materiais procuram superar suas fragilidades físicas em
relação às demais espécies. O homem primitivo contava com duas grandes ferramentas: o cérebro
e a mão criadora (CHAUCHARD, 1972 apud KENSKI, 2005, p. 20).
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Chuva, frio, neve e grandes animais selvagens desafiavam a sobrevivência dos seres humanos
e, somente com o uso da sua inteligência e competência, foi possível a construção de recursos
que asseguraram a sobrevivência da nossa espécie.
Na Idade da Pedra, os homens – que eram frágeis fisicamente diante dos outros
animais e das manifestações da natureza – conseguiram garantir a sobrevivência
da espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que dominavam
o uso de elementos da natureza. (KENSKI, 2005, p. 15).
Usavam as cavidades naturais das rochas, copas de árvores e tendas de galhos como “casas”;
criavam tintas com alguns minerais coloridos, sepultavam seus mortos em “dólmenes”, aprenderam
como obter o fogo, vestiam-se com peles de animais, caçavam e plantavam sua comida todos os
dias, pois não tinham como armazenar os alimentos. Este mundo bem diferente deste em que
vivemos hoje existiu e nos deixou muitas contribuições e invenções que hoje podem até parecer
simples, mas causaram uma revolução à época.
Saiba mais
O Museu do Côa, situado em Portugal no Vale do Côa,e constitui-se como o maior conjunto mundial
de arte paleolítica ao ar livre, Patrimônio Mundial pela Unesco.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Figura 8. Linha do tempo que apresenta a evolução da roda de pedra à roda automotiva.
Ao longo da história do nosso planeta podemos afirmar que o homem e a mulher modificaram
tanto a natureza quanto construíram diversas ferramentas para superar as dificuldades que
vivenciam em suas relações. Assim, podemos afirmar que “as tecnologias são tão antigas quanto
a espécie humana” (KENSKI, 2005, p. 15), em cada época temos uma tecnologia. Você saberia
dizer o porquê? Registre a seguir seus comentários sobre a afirmativa da autora Kenski (2005):
E isso acontece a todo o instante e tempos históricos, não sendo uma marca apenas de um século,
pois faz parte do nosso dia a dia.
Então podemos afirmar que estamos rodeados de tecnologias? Como você definiria tecnologia?
Leia os conceitos de “tecnologia” a seguir:
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
E aí percebemos que o que nomeamos de tecnologia nos rodeia, a todo o momento, e nem
paramos para pensar como são usuais, naturais, ao nosso dia a dia. Vejamos alguns exemplos:
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Assim, cada indivíduo possui uma maneira de utilizar os objetos, as tecnologias e “(...) aos jeitos
ou às habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para executar ou fazer algo, nós
chamamos de técnicas” (KENSKI, 2005, p. 18). E, desta forma, cada geração, cada grupo social,
apresentará os seus costumes e hábitos de fazer a sua comida, de estudar, desde comunicar com
seus pares, vivenciando uma imensa diversidade de usos.
Fonte: Dhresource
Disponível em: <https://www.dhresource.com/0x0s/f2-albu-g4-M01-29-C9-rBVaEVewOn6AVMxfAAMlyiNg1_E196.jpg/
mulheres-turcas-roupas-mulheres-mu-ulmanas.jpg>
Acessado em 10 de dezembro de 2018.
As técnicas propiciam ao homem e à mulher usos bem diferentes das ferramentas e recursos
disponíveis, como vimos nas imagens acima. Vestuário e alimentação são diferenciados em cada
comunidade. Sendo assim, Veraszto et al. (2008, p. 64) afirmam que o grande diferencial do ser
humano para os animais:
(...) é que o primeiro descobriu que não tem somente o seu corpo como
instrumento; muito pelo contrário, o homem aprende que é capaz de criar
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
extensões inéditas para que seus membros possam agir no meio de maneira
cada vez mais eficiente.
Após esta leitura, você ainda tem a mesma definição de “tecnologia” quando iniciou este estudo?
Vamos reler o conceito de tecnologia e técnica:
Técnica – podemos compreender como o conjunto de métodos, processos ou regras que são
aplicados em determinada atividade/ação humana, sendo uma habilidade para desempenhar/
realizar determinada função (KUSSLER, 2015).
Vamos a exemplos bem interessantes que facilitam a compreensão da nossa distinção diante
dos conceitos acima:
Figura 12.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
O uso de inovações tecnológicas, que se aprimoram com o passar do tempo, possibilita aos
homens a ampliação da sua dominação, dos seus poderes políticos e econômicos (KENSKI, 2005).
A busca pela soberania política e/ou econômica tem sido o principal objetivo e investimento
dos países e instituições que utilizam boa parte do seu orçamento em inovação tecnológica, em
novos produtos que possam assegurar a manutenção do seu poder sobre os outros que adquirem,
como consumidores, diversas ferramentas que alcançam nossos lares.
Muitas foram as inovações elencadas ao longo da nossa leitura, mas algumas delas se destacam
por sua relevância para a história da própria tecnologia da informação e da comunicação, você
consegue pontuar algumas delas? Vamos relembrá-las numa breve linha do tempo:
1837 - 1839
Saiba mais
Disponível <https://pbs.twimg.com/profile_images/673316523826544640/54EaTlbt_400x400.jpg>
Acesso em 09 de dez. de 2018
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Johannes Gutenberg (1396-1468) foi um inventor e gráfico alemão, sendo o primeiro a usar a prensa e os tipos móveis de
metal que revolucionaram a técnica de impressão.
Nasceu em Mogúncia, Alemanha, no ano de 1396. Poucos anos após seu nascimento sua família mudou-se para Estrasburgo,
onde Gutemberg viveu por mais de vinte anos. Em 1434 já era conhecido como um homem de grande habilidade mecânica,
proprietário de uma oficina onde ensinava vários ofícios, entre eles o de talhador de pedra, cortador e polidor de espelhos,
ourives etc. Quando Gutemberg nasceu, a impressão de imagens era feita através de carimbos e blocos de madeira que mal
permitia produzir textos. Sabe-se, que essa técnica foi usada pelo holandês Laurens Janszoon Closter e, que era antiga no
Extremo Oriente.
Figura 14. Primeira fotografia registrada por Daguerre de uma rua em Paris.
Fonte: <https://oglobo.globo.com/sociedade/historia/conheca-primeira-fotografia-onde-aparece-um-ser-
humano-14468103>
1876
Alexander Graham Bell pesquisou, durante anos, a transmissão de sons por meio da eletricidade
e, em 1876, patenteou o telefone. Mas foi Thomas Alva Edison que aprimorou esta última
invenção, desenvolveu a produção e distribuição de energia, e patenteou mais de 8 mil inventos
(fonógrafo, lâmpada elétrica, gramofone, cinetoscópio, entre tantos outros);
Saiba mais
Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo, na Escócia. Sua família tinha tradição na correção da fala e no treinamento de
portadores de deficiência autditiva.
<https://educacao.uol.com.br/biografias/alexander-graham-bell.htm>.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
1881 - 1891
O engenheiro eletrônico e físico John Ambrose Flemming trabalhou com Thomas Edison e esta
parceria rendeu a criação de geradores e luminárias e, juntamente com o cientista Marconi,
pesquisaram e construíram diversos recursos que possibilitaram a base técnico-cientifica para
o desenvolvimento do rádio, da televisão, bem como dos primeiros computadores.
Saiba mais
Nasceu em 11 de fevereiro de 1847, em Milan, localidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Autodidata, em 1863,
começou a trabalhar como operador de telégrafo da Western Union Telegraph Company.
Observa-se que nesse curto período de tempo “novas tecnologias” foram apresentadas à sociedade,
alterando modos e comportamento do indivíduo e sua comunidade, com desdobramentos até
os dias atuais.
Continuando com o nosso “passeio histórico”, destaca-se um novo período que possibilitou
novas pesquisas e tecnologias a chamada Guerra Fria.
Durante quase 50 anos, o mundo ficou dividido em dois grandes blocos de econômicos, de
poder, época conhecida como Guerra Fria. Algumas conquistas científicas que aconteceram
nessa época são consideradas essenciais para o desenvolvimento tecnológico vivenciado nas
últimas décadas. Vamos conhecê-las?
Sugestão de estudo
Aproveite para conhecer um pouco mais desta história no site abaixo: <https://historiadigital.org/resumos/resumo-guerra-
fria/>
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Figura 16. Linha do Tempo com inovações demarcatórias para o desenvolvimento tecnológico
contemporâneo..
Sugestão de estudo
Especial feito no ano em que se comemorava quarenta anos da chegada do homem a Lua. - Até 20 de julho de 1969, a ida do
homem à Lua parecia algo impossível. Uma série especial de três programas com depoimentos de astronautas, engenheiros
e chefes da missão conta detalhes do momento. A chegada do homem à lua marcou o século XX. Com o tempo, tecnologias
desenvolvidas pela NASA chegaram ao alcance de todos. A comunicação via satélite, tão popular atualmente, já salvou vidas.
Então você pode se perguntar: Mas como esta disputa pelo “espaço sideral” pode propiciar tanto
desenvolvimento tecnológico?
Uma das respostas possíveis foi a grande conquista ocorrida em 1964, considerada um marco
para a humanidade, que foi a transmissão para todo o mundo via satélite dos Jogos Olímpicos
do Japão. Esta façanha pôde ser conquistada devido aos dois satélites de comunicações lançados
anteriormente.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Outra utilidade possibilitada pelo investimento em satélites artificiais, com objetivos bélicos e
de espionagem, foi o seu uso para a agricultura, meteorologia e sensoriamento remoto.
Figura 17.
Faça uma pausa na sua leitura e pesquise inovações relevantes para o seu dia a dia que se
originaram a partir de estudos e que têm fins bélicos. Anote seus achados no espaço a seguir:
Caso não tenha a oportunidade de realizar a pesquisa, não se preocupe, instigamos você a pensar nestas
“inovações”, tão corriqueiras atualmente, que foram criadas para fins bélicos: Café solúvel, antibióticos, fitas
adesivas, bancos de sangue, micro-ondas, isopor, entre outros.
O infográfico a seguir destaca algumas tecnologias da Primeira Guerra Mundial que foram
aprimoradas e utilizadas na Segunda Guerra Mundial e atualmente. Aproveite para refletir sobre
como tudo é reaproveitado, ressignificado, possibilitando novos usos e utilidades.
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Saiba mais
Fonte: <http://f.i.uol.com.br/folha/mundo/images/14180368.png>
Acesso em 2 de dezembro de 2018.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
consumíamos, tais como: jornais, rádios e revistas; eles propiciam uma “personalização das
interações com a informação e as ações comunicativas” (KENSKI, 2005, p. 24).
Sugestão de estudo
<http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505494-qdeuscriaassecas-e-ohomemafomeqdizex-chefeanticorrupcao-do-quenia>.
Acesso em 4 de dezembro de 2018.
John Githongo, notório líder contra corrupção no Quênia, apontou que “o crescimento no acesso a smartphones leva à
criação de redes que são mais amplas, profundas e duráveis do que nunca vimos antes”, possibilitando a união de pessoas
com as mesmas necessidades, que podem estar geograficamente separadas, mobilizando-as em ações sociais, possibilitando
a participação ativa no governo do seu país (DIALOGANDO VIVO, 2017).
A popularização das ferramentas que conhecemos e temos acesso em nosso cotidiano só foi
possível , de acordo com Cury e Capobianco (2011), devido às 10 invenções demarcatórias para
a história da TIC (Tecnologias da informação e comunicação), são elas: transistor, computador,
software Windows, Atari, navegador web, ICQ, Google, MP3, Facebook e smartphone.
Para refletir
Você reconhece algumas destas “inovações” destacadas? Pense como e quando utilizava cada uma, relembre como era essa
época, as roupas, as músicas, como se relacionava com as pessoas, como estudava... Após esta parada para reflexão, prossiga
com o seu estudo!
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Caso não tenha recordação ou vivência com estas tecnologias, que já foram consideradas “novas”,
leia a linha do tempo a seguir, bem como suas principais contribuições.
Assim, podemos perceber que cada período da nossa história é marcado pela existência de uma
“nova tecnologia”, alterando as nossas relações com a economia, a política e a divisão social
do trabalho e que influenciam diretamente o nosso modo de pensar e agir, expandindo o que
compreendemos como “tecnologia”.
Sugestão de estudo
Sherry Turkle, que pesquisa o tema “Robôs Emocionais”, dissertou sobre o assunto no TED (Transformation, Education and
Design) destacando as experiências apresentadas em seu último livro.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
A robótica japonesa já domina o mundo, mas, na área de serviços, ainda é uma novidade o uso de
robôs na maioria dos países. Os robôs sociais, ou de serviço, são pensados para cuidar, recepcionar
ou dar assistência, com aparência humana e agradável. A empresa Nextage apresentou um busto
humanoide com câmeras integradas em seus olhos e braços; ele tem capacidade de operar caixas
eletrônicos, e já está presente em mais de cem fábricas japonesas.
O que é pensamento?
A criação de “máquinas para pensar” não é algo novo. Os estudos se iniciaram na década de 1950,
sendo um projeto audacioso conhecido como “inteligência artificial”. Allan Turing, pesquisador
desta área de estudo, logo percebeu que estas perguntas são complexas e nos levam a múltiplas
respostas. Ainda buscando solução para os questionamentos elencados acima, o pesquisador
buscou o “Jogo da Imitação”, conhecido como Teste de Turing, e esta experiência foi decisiva para
o desenvolvimento da ciência cognitiva e, logo em seguida, da inteligência artificial.
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O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
Para Rodrigues (2018), existem algumas fases evolutivas que nos ajudam a compreender a relação
do homem/mulher na evolução dos inúmeros dispositivos para a informação e comunicação.
A primeira fase é conhecida como a Lei de Newton ou de botões, iniciada com a Revolução
Industrial, é constituída de uma relação mecânica entre o homem/ mulher e a ferramenta,
centralizada na ação “apertar botões”, uma resposta digital a um estímulo meramente mecânico.
Em nossa literatura temos vários exemplos ilustrativos como a famosa cena de Charles Chaplin
no Filme Tempos Modernos, em que a ação repetida de apertar parafusos e, posteriormente,
com a máquina ultramoderna que otimizaria o tempo de refeição do trabalhador.
Figura 21. Cena do filme Tempos Modernos em que o trabalhador, Charles Chaplin, testa uma
nova máquina de comer.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
Sugestão de estudo
Sinopse do Filme: O filme Tempos Modernos (1936) mostra a vida de Figura 22. Filme Tempos
Modernos.
operários com a Revolução Industrial, em que houve a passagem da produção
artesanal, para a produção em série. Os operários se submetiam a uma
forma de produção que não era mais de acordo com suas condições físicas
e psicológicas, mas, sim, uma forma de produção que visava maior lucro,
independente das condições de seus trabalhadores.
Penso, logo executo, é indicada por Rodrigues (2018) como a terceira fase, ainda em
desenvolvimento, que possibilitará a execução de comandos somente pelo nosso desejo,
pensamento, envolve pesquisas já existentes nomeadas como Brain Computer Interface. Por
meio do campo da “Biônica”, estudos que buscam interpretar ondas elétricas cerebrais para
28
O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade • AULA 1
execução de ações, como no caso Ian Burkhart, que, mesmo sendo tetraplégico, movimenta suas
pernas por meio de um implante.
Figura 24. Imagem de Ian utilizando o sistema Neurolife, capaz de restaurar a comunicação entre o cérebro e
os músculos.
»» Por meio deste nosso estudo compreendemos que não foi somente a “percepção” do
ser humano, ao criar novas tecnologias para o seu uso, que originou o surgimento do
que denominamos técnica.
»» As técnicas são ressignificadas por cada grupo social e, portanto, originam novas
apropriações e inovações para a mesma ferramenta e ou objeto.
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AULA 1 • O papel da técnica e da tecnologia na história da humanidade
»» A tecnologia existia muito antes dos conhecimentos científicos, muito antes que homens,
embasados em teorias pudessem começar o processo de transformação e controle da
natureza.
»» Por isto que conhecer a história dos nossos antepassados nos ajuda a entender o
nosso mundo de hoje, bem como refletir criticamente sobre o processo criador da
humanidade, concebendo a tecnologia como algo em constante e veloz mudança,
com novos significados e saberes sendo integrados a todo instante, assegurando seu
dinamismo e diversidade.
»» As palavras técnica e tecnologia são originadas da palavra grega techné, tendo como
significado: fabricar, construir, dar à luz.
»» Se antes tínhamos a sirene da escola, da própria fábrica, anunciando o início e término das
atividades escolares e profissionais, com as tecnologias da informação e da comunicação
que estão à nossa disposição, o nosso conceito de espaço e tempo foi redimensionado.
»» Vimos que a relação do ser humano com a máquina, conhecida popularmente, também
recebeu influência das múltiplas mídias existentes que nos apresentaram cenários
futurísticos fantásticos e com o domínio da máquina.
»» Compreendemos que cada era histórica e suas tecnologias nos proporcionam vantagens
e desvantagens, enfatizando a importância de uma educação voltada para a solução de
problemas, criativa e que engaje seus estudantes com as questões que nos rodeiam.
30
AULA
EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE
DA INFORMAÇÃO 2
Apresentação
O saber não nos torna melhores nem mais felizes. Mas a educação pode ajudar
a nos tornarmos melhores, se não mais felizes, e nos ensinar a assumir a parte
prosaica e viver a parte poética de nossas vidas (MORIN, 2003, p. 10).
Aprendemos a nos expressar por caracteres, com emoticons e a nos relacionar por meio de sala de
bate-papos e, atualmente, aplicativos de relacionamento nos aproximam por nossas semelhanças
emocionais ou até mesmo geográficas, por meio de um match.
Na sociedade atual, também conhecida com “sociedade da informação”, ter acesso à informação
não é suficiente, é necessário competência para transformá-la em conhecimento, sendo a
31
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
A complexidade das relações é tão vasta que muitas vezes nem nos damos conta da
infraestrutura existente para que possamos atuar e interagir com tantos serviços disponíveis.
Estes recursos reunidos formam uma verdadeira “superestrada” de conteúdos nomeada como
“infovia” ou “supervia” (LEVY, 2003).
Neste novo paradigma da sociedade da informação, a difusão de acesso às redes é uma urgência,
universalizando os serviços de informação e comunicação para todos os indivíduos, evitando a
exclusão digital e a ampliação das desigualdades sociais existentes.
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Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Sugestão de estudo
Fonte: <https://cache.skoob.com.br/local/images//e_p7BzK1PdjWHetMvz2IK32mbcs=/960x720/center/top/
smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/255364/SOCIEDADE_DA_INFORMACAO_NO_
BRASIL_1343537753B.jpg>
Objetivos da Aula
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AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Fonte: Vexels.
Disponível em: <https://images.vexels.com/media/users/3/132187/isolated/lists/8479163c107a3a4e3256b5263e63b321-
smartphone-na-mao-dos-desenhos-animados.png> Acesso em 15 de abril de 2019.
Aos poucos podemos confirmar que estamos vivendo, em larga escala e com toda velocidade,
uma nova era de inovações tecnológicas, denominada por Schwab (2016) como a 4ª Revolução
Industrial. As transformações surgem das áreas da Engenharia Genética e Neurotecnologias,
ampliando o impacto à segurança geopolítica e a tudo aquilo que consideramos ético, tendo
repercussão em como nos relacionamos com nossos pares, trabalho, familiares e a sociedade.
Para os estudiosos deste tema não é apenas uma mudança que se refere às inovações tecnológicas, e,
sim, uma mudança de paradigma, uma transição para novos sistemas e infraestruturas já alicerçadas
pela revolução digital. Observe o infográfico a seguir que destaca as principais características das
três revoluções anteriores, evidenciadas como processos históricos transformadores.
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Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Fonte: <http://engenhariae.com.br/wp-content/uploads/2018/04/grafico-revolucao-industrial.jpg>
A primeira revolução, com o apoio das máquinas a vapor, alterou o processo produtivo artesanal
para mecânico, com estruturas bem hierarquizadas e ações em série a serem cumpridas de forma
mecânica pelos trabalhadores.
Sugestão de estudo
Figura 30. Cartaz do Filme Os miseráveis.
A obra literária Os Miseráveis foi escrita pelo autor francês Victor Hugo, publicada em 1862, e retrata a sociedade francesa do
século XIX, tendo como panorama a visão da população pobre. A história já foi adaptada para filmes, séries e teatro. Tenha
uma nova perspectiva sobre a Revolução Industrial assistindo à última versão cinematográfica deste clássico, adaptado de
um musical da Broadway, que retrata as más condições de trabalho, êxodo rural, desigualdade social, pobreza, bem como o
empreendedorismo e a importância do trabalho para o ser humano.
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AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Saiba mais
O Fordismo refere-se aos sistemas de produção em massa elaborado pelo maquinista e americano Henry Ford, com o
objetivo de aumentar a produção, visando à dimuição nos preços e ao crescimento das vendas. Este modelo segue princípios
simples de padronização, sendo que cada operário realizava apenas uma ação da etapa de produção, sem a necessidade da
especialização do trabalhador para efetivar a atividade.
Fonte: <http://leansixsigmadefinition.com/glossary/henry-ford/.>
Após a Segunda Guerra Mundial, com a possibilidade de uso da energia nuclear do átomo, da
robótica e o advento da internet, marca-se o despontar da Revolução Informacional, ou seja, a
3ª Revolução Industrial. Os destaques são os avanços tecnológicos e científicos desenvolvidos e
aplicados na indústria, agricultura, pecuária, comércio e prestação de serviços. Sendo a globalização
compreendida como essencial nas relações sociais entre os diferentes países, transpondo as
fronteiras continentais por meio da venda e consumo massificado dos produtos.
36
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Fonte: O Globo
Disponível em: <https://s2.glbimg.com/7cEdl3KjpPtfWx7RvHmUV9DLHf4=/0x0:1920x1080/1008x0/smart/
filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/2/A/
wHfiJZQYOqq3zogy2Oow/fiat.jpg> Acesso em 16 de abril de 2019.
Já a expressão quarta revolução industrial foi criada pelos alemães em 2011 para identificar
as “fábricas inteligentes” que utilizam todos os recursos tecnológicos existentes aliados à
conectividade. Apresentam sistemas ciberfísicos, integrando máquinas e processos digitais,
capazes de tomar decisões e cooperar com os seres humanos. As fábricas inteligentes poderão se
autocontrolar, economizando, ao longo do tempo, bilhões de dólares para a economia mundial,
acarretando o fechamento de 5 milhões de postos de trabalhos nos 15 países mais industrializados
do mundo, dados apresentados no Fórum Mundial de Davos, realizado em 2016.
Saiba mais
Barômetro Global de Inovação – É uma pesquisa de opinião realizada anualmente, pela empresa GE, com executivos
seniores de 23 países engajados com estratégias disruptivas. A primeira edição foi publicada em 2011, sendo sempre
organizada em duas partes: os achados-chave e o resultado de apoio.
Schwab (2016) reconhece que esta revolução possui o potencial de aprimorar a qualidade de vida
da sociedade, promovendo ganhos para a economia mundial. Muitos líderes de diversos países,
70%, estão entusiasmados e acreditam que estamos vivenciando a “4ª Revolução Industrial”, foi
o resultado do Barômetro de Inovação Global (2016), pesquisa realizada com 4.000 líderes de
23 países interessados e financiadores das novas tecnologias.
Assim, a palavra-chave da atualidade é “disrupção”? Já leu alguma notícia ou artigo sobre este
conceito? Dê uma paradinha nesta leitura, busque o significado e anote, com as suas palavras,
o que você compreendeu nesta pesquisa:
37
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Agora, vamos fazer uso somente das expressões-chave da sua pesquisa, formando uma “nuvem
de palavras”. Preencha o espaço a seguir com as suas palavras e reflita sobre as questões que
envolvem o processo disruptivo:
Saiba mais
38
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Saiba mais
E como este conceito, “disrupção”, pode afetar ou influenciar o cotidiano educacional? Vamos refletir a partir de uma história
real de um produdo considerado inicialmente disruptivo, e, hoje, seu uso alterou a forma de nos relacionarmos com diversas
formas de conteúdo:
Fonte: <https://www.youtube.com/yts/img/yt_1200-vfl4C3T0K.png>
Seu primeiro escritório ficava em cima de uma pizzaria, como não tinham recurso financeiro para colocar paredes na
sala, separavam os espaços com cortinas, seu primeiro produto lançado foi alvo de risadas, pois era considerado tosco e
mal acabado. Os três estudantes, fundadores, tinham como objetivo criar uma plataforma para armazenamento de vídeos
caseiros, o primeiro vídeo possuía apenas 19 segundos com um assunto “eletrizante”, uma rápida visita ao zoológico.
Somente dois anos depois que o empreendimento começou a apresentar resultados positivos e logo em seguida já era
responsável por 65% do mercado de vídeos on-line e, desde então, alterou nossa forma de nos relacionarmos provocando
o surgimento de uma nova cultura, possibilitando o surgimento de novos espaços de trabalho e propaganda como os
youtubers, entre outros.
Fonte: Youtube
Outra experiência, que num primeiro instante foi considerada fracassada foi o lançamento das
câmeras digitais portáteis que possuíam um padrão de qualidade bem inferior em relação às
cameras antigas, com forte rejeição ao seu uso.
Normalmente, as inovações disruptivas chegam à sociedade com qualidade inferior aos produtos
já existentes e, aos poucos, ganham espaços. Vamos pensar em mais alguns exemplos?
39
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
nova opção para baratear o custo, em que você pode dividir o valor do seu trajeto, “corrida”, com
desconhecidos, compartilhando, assim, o mesmo veículo, contribuindo com a diminuição de
veículos e emissão de gases poluentes no trânsito da cidade.
Para refletir
Aproveite para pensar em como o “Airbnb” e a “Netflix”, inicialmente, foram considerados disruptivos. Busque outros
exemplos e relacione-os com as características que estamos conhecendo da sociedade da informação. Se possível, liste suas
vantagens e desvantagens.
Então, podemos compreender que disrupção é um processo, pois o produto evolui ao longo
do caminho, requerendo um modelo de negócio bem diferenciado, com custo mais acessível e
alterando a forma com que nos relacionamos com o produto em questão.
Fonte: <https://www.oticalider.com.br/media/wysiwyg/rwd2/blog/duvidas.png>
E como ficam os países que não possuem acesso a estas tecnologias “de ponta”? Como eles se
relacionam ou se organizarão para acompanhar estas transformações? Qual o papel da escola
neste cenário de constantes mudanças que nos solicitam uma postura criativa e empreendedora?
E o Brasil possui infraestrutura científica, tecnológica, educacional e financeira para acompanhar
esta velocidade de inovações?
De acordo com Castells (2018), vivenciamos um novo paradigma tecnológico, que pode ser
explicado por meio do termo sociedade informacional, reforçando que foi no final do século
passado que o termo sociedade da informação foi difundido, juntamente com o conceito de
Globalização, também conhecido como Nova Economia ou Sociedade do Conhecimento.
A expressão sociedade da informação foi utilizada pela primeira vez pelo economista Fritz Machlup
(1993) em substituição ao complexo conceito de sociedade pós-industrial. Para Machlup (1993),
o conhecimento é um recurso econômico e seus estudos vislubraram o surgimento de uma nova
economia após a Revolução Industrial, ou seja, com o uso intenso dos recursos tecnológicos na
sociedade, o papel do ser humano seria reconfigurado.
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Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Atenção
Sociedade da informação é uma expressão comumente usada para designar uma forma de organização social, econômica e
cultural, que tem como base, tanto material como simbólica, a informação (MATTOS, 2002, p.12).
Flexibilidade
Neste “novo paradigma”, o ser humano tem como objetivo desenvolver novas tecnologias para
atuar na informação e, a partir destas, criar diferentes cenários para a sociedade, interligando
todas as atividades que desempenhamos em nosso cotidiano.
De acordo com Delors (2010), surge uma nova sociedade mundial que obriga todos os indivíduos
e países, local e global, a repensar o vínculo entre educação e política, economia, sociedade e
cultura.
Castells (2003) atribui como algo realmente “novo” à Sociedade da Informação a reestruturação
nas relações de trabalho, poder e entre as pessoas, propiciando o surgimento de uma nova
cultura. Esta nova estrutura decorrente das novas relações se configura em forma de “rede”.
41
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
O conceito de “rede” também não é algo novo. A caça e a agricultura também exigiram do ser
humano uma cultura em rede, ou seja, as gerações mais novas se apropriavam das informações
e conhecimentos adquiridos pelos mais antigos para a melhoria contínua das práticas sociais.
Vimos vários exemplos destes aperfeiçoamentos ao longo dos estudos na Unidade 1; sendo assim,
as principais vantagens da rede são a flexibilidade e a adaptabilidade inerentes, essenciais para
a sobrevivência num contexto em eterna e veloz mutação (CASTELLS, 2002).
Sugestão de estudo
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Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Hoje em dia conseguimos visualizar, de forma concreta, as redes existentes por meio de estruturas
mais explícitas como a própria web e a telefonia móvel, em contraste com fatos históricos passados,
em que as organizações utilizavam cadeias de comandos verticalizadas e racionalizadas.
Figura 41. Exemplo do pensamento em rede por meio dos aplicativos sociais.
Fonte: Whatsrel
<http://whatsrel.com.br/post/28/>.
43
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Enfatiza que nosso principal dilema não é apenas encontrar o conteúdo, averiguar a sua validade
e fidedignidade, mas construir informações relevantes cognitivamente, elevando intelectualmente
os envolvidos.
Esta noção de “sociedade do conhecimento” começou a ser discutida na década de 1990 e, nos
anos seguintes, logo foi adotada pela Unesco e diversos autores como uma nova alternativa que
retrata de forma mais adequada as características que estamos vivenciando.
Posicionamento do autor
Vale ressaltar que as diferenças conceituais apresentadas, defendidas por autores diferentes, demonstram a riqueza do
estudo e debate, possibilitando a você, estudante, a leitura de concepções que podem aparentar divergências, mas que
evidenciam os mesmos dilemas sociais a ser superados pelas sociedade.
Saiba mais
Caso queira aprofundar o debate, sugerimos a leitura do livro Desafios de palavras: enfoques
multiculturais sobre as sociedades da informação. Coordenado por Alain Ambrosi, Valérie Peugeot e
Daniel Pimienta, C & F Éditions, 2005.
Provocação
As informações sempre nos cercaram nos mais diferentes espaços. A grande diferença, atualmente, é a acessibilidade por
meio das mídias diversas e nos sistemas existentes. Novos dilemas apontam neste novo cenário uma fluidez, ou seja, temos
acesso a informações que podem ser transformadas e modificadas em qualquer instante, mas será que somente o acesso é
suficiente para o ser humano realizar as inovações sociais que são necessárias a sua emancipação?
44
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Diante deste contexto, quais seriam os desafios de uma sociedade que possui abudantemente
acesso a informação e aos seus meios de produção? Relacionamos alguns desafios; leia-os com
atenção, insira novos comentários originados em seu processo reflexivo, nos espaços em branco:
45
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Werthein (2000) salienta que os dilemas da sociedade da informação podem ser superados pouco
a pouco, e incluem o caráter técnico, econômico, cultural, social, legal, de natureza psicológica
e filosófica.
Autores mais pessimistas enfatizam os aspectos considerados negativos, tais como: perda de
postos de trabalho e qualificação, associados à automação das instituições e ao desemprego; de
comunicação interpessoal e coletiva, alteradas e, até mesmo, destruídas pelo uso intensivo das
tecnologias da informação e comunicação; de privacidade, em razão da exposição excessiva do
cotidiano individual e ideias ; controle da vida pessoal, seja pela comunidade profissional ou
familiar, tendo em vista o fácil acesso a dispositivos geolocalizadores e postagens de status em
redes sociais.
Desta forma, as instituições formais de ensino precisam assumir o papel de formadores dos
cidadãos para este cenário complexo que se configura nos dias atuais. Por meio de elaboração e
implementação de políticas públicas, assegurar um espaço privilegiado à educação, propiciando
condições para o seu desenvolvimento, ampliando a sua missão e funções sociais (KENSKI, 2005).
Fonte: <https://sabernarede.files.wordpress.com/2012/11/bsit-header.png>
Uma parte importante da educação tem a ver com informação: sobre o mundo
que nos rodeia, sobre os outros e sobre nós mesmos. É certo que informação
46
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Sabemos que ao longo da história da humanidade a informação sempre foi escassa, muitas vezes
preservada em sigilo, sendo considerada uma ferramenta de poder, por isso poucos “privilegiados
” tinham acesso.
Portanto, os espaços formais de ensino compartilham com outros meios o papel de informar. Esta
é considerada uma grande alteração no papel social e pedagógico da escola, pois há poucos anos
a rigidez dos conteúdos curriculares e a dificuldade em se ter acesso a uma ampla e atualizada
bibliografia facilitava o desempenho das funções da escola.
47
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Como ilustrado pela charge, as múltiplas redes de informação, propiciam novas e múltiplas
possibilidades de relacionamento com o conhecimento e o aprendizado (KESNKI, 2005). A sensação
é de que somos detentores de todos os saberes devido à facilidade de acessar conteúdos variados.
Esta mudança de postura somente ocorrerá com investimento contínuo em educação, Takahashi
e colaboradores de diversas areas (2001) apontam iniciativas que devem ser amplamente
desenvolvidas para assegurar a soberania e o crescimento do nosso país diante das outras
nações que, em larga escala, aumentam significativamente a sua capacidade de inovação e,
consequentemente, solidez econômica:
Assim, os diversos segmentos da sociedade brasileira devem se articular e integrar para assegurar
às escolas e às universidades o acesso às tecnologias digitais, sendo essencial que já no cotidiano
educacional o ser humano possa vivenciar o uso de múltiplas mídias e aplicações em informática
como meio de aprendizado.
“Na nova realidade tecnológica, o tempo da educação é o tempo da vida” (KENSKI, 2005, p.
124). Todas estas pontuações elencadas são desafios a serem superados pelo País, em especial,
o sistema educacional. Tedesco (2004) nos ajudar a refletir :
48
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
Não podemos descartar que um dos papéis sociais da escola é, minimamente, preparar o indivíduo
para atuar no mercado de trabalho, ser um cidadão economicamente ativo na sociedade em que
está inserido. E para Giddens (2000), a escola auxilia o estudante ao desenvolvê-lo para ser capaz
de “construir” mundos de sentidos neste contexto de saturação de informações.
Para o nosso estudo, a organização das gerações é somente para fins didáticos que visa enfatizar
as principais características de cada época. O Quadro 2 nos apresenta uma síntese, contendo
o período, principais acontecimentos e características das gerações Belle Époque (ou Geração
Tradicional), Baby Boomer, Geração X (ou Geração Baby Bust ou, ainda, Geração TV), Geração Y
(Millennials, Geração Internet ou Geração Digital) e Geração Z (ou Geração Next) (TAPSCOTT,
2010; AGUIAR e SILVA, 2013).
49
AULA 2 • Educação na Sociedade da Informação
Desta forma, novos letramentos são necessários, o digital (que possibilita ao indivíduo um mínimo
de autonomia em relação ao uso e à manipulação das tecnologias), o visual (compreender a
navegação por meio de imagens, cores e ícones) e o informacional (identificar a fidegnidade e
validade das informaçõs encontradas na web).
Nesta nova era digital, faz-se urgente um novo aprendizado, que não seja orientado em memorização
de conteúdos. As questões postas pela sociedade da informação solicita o desenvolvimento de
novas metodologias de ensino nas quais o sujeito possa sentir-se engajado.
50
Educação na Sociedade da Informação • AULA 2
O momento requer de nós uma mudança de olhar, um novo posicionamento diante da pluralidade
e diversidade que o nosso futuro vislumbra.
Sintetizando
»» Na “sociedade da informação” ter acesso à informação não é suficiente, e é necessário competência para transformá-la
em conhecimento, sendo a educação continuada ao longo da vida um elemento-chave para que possamos acompanhar e
inovar diante deste novo contexto que requer posturas e adaptações.
»» Neste novo paradigma da sociedade da informação a difusão de acesso às redes é uma urgência, universalizando
os serviços de informação e comunicação para todos os indivíduos, evitando a exclusão digital e a ampliação das
desigualdades sociais existentes.
»» O conceito de disrupção é processual, tem como característica a ruptura com o que já existe estabelecido, trazendo novos
olhares e formas de uso.
»» Sociedade da informação é uma expressão comumente usada para designar uma forma de organização social, econômica
e cultural, que tem como base, tanto material como simbólica, a informação.
»» A contínua e acelarada transformação tecnológica ressalta a necessidade de uma sociedade baseada no pilar “aprender a
aprender”, que compreende a educação como processo contínuo e para toda a vida.
51
MÍDIA IMPRESSA E EDUCAÇÃO
AULA
3
Apresentação
Entendemos por mídia todo recurso que possui som, imagem, movimento, cores
e texto. As mídias podem ser classificadas em mídias informativas, TV, vídeo, livro,
filme, revista, rádio, jornais e, mídias interativas como a internet e videogames.
(LUSTOSA e MACIEL, 2010, p. 1).
Figura 47.
52
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Com o material impresso as informações podem circular de forma ágil e transpor barreiras que
não eram possíveis somente com a fala, ampliando o alcance da mensagem.
E assim, com o uso da imprensa, logo se divulgam gazetas e folhetos informativos, com conteúdos
uteis às comunidades, pasquins e outros recursos que também divulgavam notícias relacionadas
aos “mexericos” de determinados grupos sociais. Com o advento do jornalismo, no século XVII,
organizam-se jornais modernos com notícias mais confiáveis ao todo público.
Atualmente, mesmo com o uso intensivo da web, por meio das mídias sociais e aplicativos
diferenciados, ainda percebemos a presença da mídia impressa. Ainda com o crescimento dos
recursos digitais ainda se faz presentes estes recursos impressos para comunicação tais como:
panfletos, jornais, revistas, livros, entre outros.
Fonte: <http://blog.pama.ind.br/wp-content/uploads/2017/01/Encarte-com-Dobra-670x670.jpg>
<http://www.blogdofurao.com/blog/wp-content/uploads/2017/03/jornais-5-1.jpg>
<http://s3.amazonaws.com/libapps/accounts/115343/images/revistas-cientificas-papel.jpg>
<http://1.bp.blogspot.com/-6ewUk6dY9kI/VdNqFhlPrYI/AAAAAAAAMks/8fw4l7SXUaU/s1600/img-brasiliana.png>
53
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Cada época histórica possui determinada ecologia comunicacional que contribui decisivamente
na estruturação das relações do ser humano com o mundo. Silva e Conceição (2013) destacam
que o predomínio de uma tecnologia sobre a outra não se realiza num mero ato de substituição
e, nesta aula, observaremos a importância da integração dos recursos disponíveis existentes para
potencializar o processo de ensino e aprendizado numa perspectiva de emancipação social e
vivência plena da cidadania na sociedade da informação.
Para melhor compreendermos o significado dos materiais impressos para as práticas pedagógicas,
nossa leitura está organizada em duas partes que se complementam: no primeiro momento
histórico, narrando as fases da evolução da escrita até a abordagem dos textos digitais, enfatizando
suas diferentes formas e meios de apresentação; no segundo momento conheceremos os múltiplos
materiais impressos existentes e disponíveis aos educadores nos diferentes níveis de ensino,
destacando a sua importância para o desenvolvimento acadêmico dos estudantes.
Objetivos da Aula
A discussão sobre a importância do material impresso no dia a dia escolar e suas diferentes
possibilidades de uso na prática pedagógica envolve o conhecimento da evolução da linguagem
humana com destaque para os tipos de registros que as antigas civilizações utilizavam como
recurso para comunicação e interação. Este processo é permeado pela história da escrita e da
leitura, da invenção da imprensa por Gutenberg e, atualmente, a hipertextualidade presente nos
textos em formato digital.
54
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Os primeiros registros da escrita foram realizados por meio de desenhos, ficando conhecidos como
pictografia. Eram tabuletas de argila com registros contábeis difíceis de serem decifrados. Seu
sistema era complexo e envolvia milhares de sinais, dificultando a compreensão da mensagem. Por
ser uma árdua tarefa desenhar em grandes blocos de argila e paredes, os escribas da Mesopotâmia
quebravam as argilas em tabletes menores, também escreviam em pedras e outros materiais,
com um pedaço de madeira ou com a ponta de um prego. Assim surge a escrita cuneiforme, no
formato de cunha, com aproximadamente 600 símbolos, organizados de cima para baixo e da
direita para a esquerda.
Fonte: <http://www.plataformadoletramento.org.br/arquivo_upload/27a0eaef667a42e6c4eb092d92126ec7.jpg>.
Acesso em 18 de fevereiro de 2019.
Com o passar dos anos, a escrita cuneiforme evoluiu para a ideográfica, que usava como recurso
uma imagem ou figura, representando uma ideia, assim os leitores precisavam compreender o
contexto em que estavam inseridos para decodificação da mensagem. Temos vários exemplos de
escritas ideográficas, tais como: os hieróglifos egípcios, as escritas suméricas, minoicas e chinesa.
A concepção da escrita alfabética surgiu a partir da convenção dos ideogramas, assumindo, com
o passar do tempo, uma função fonográfica, depois de seguidas transformações. No entanto,
antes da sua configuração por fonema, existia o silabário, formado por um conjunto de sinais
específicos representados por uma sílaba. Mas foi a adaptação realizada pelos gregos que
55
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Kenski ressalta que todo este caminho histórico somente foi possível quando o indivíduo deixou
de ser nômade, permanecendo em determinado espaço, construindo uma nova história com a
prática da agricultura.
Segundo um autor francês, Pierre Lévy, a própria origem da palavra página viria
de pagus, o campo arado e preparado para o plantio. A disposição das linhas na
página estaria também ligada à simetria do campo cultivado. (KENSKI, 2007, p. 29).
Como vimos acima, historicamente, diversos materiais foram utilizados para a realização dos
primeiros registros gráficos, incluindo o papiro, criado pelos egípcios. Neste último são encontradas
anotações funerárias, documentos legais e administrativos, textos literários e informativos sobre a
vida do antigo Egito. Diferente do pergaminho, um artigo caro e feito de pele de ovelha, utilizado
somente por nobres para registro de suas posses (KENSKI, 2005).
Fonte: Iped
Disponível em: <https://www.iped.com.br/_upload/content/2014/11/03/antigo-testamento.jpg>
Acesso em 15 de abril de 2019
Fonte: Bibliateca
<http://bibliateca.com.br/site/images/img/Biblia-Corpo/_corpo-Biblia-Papiro-bodmer2.jpg>
Há dois mil anos, a partir da cortiça da amoreira, os chineses inventaram o papel; foi somente
no século XIII que este monopólio foi rompido, a partir da produção deste artigo por países
56
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Saiba mais
Figura 53. Cartazes do filme O Nome da Rosa. Figura 54. Cartaz do documentário “Martinho Lutero”.
O filme O nome da Rosa narra a dinâmica histórica da Idade Média e seus principais conflitos. Já o documentário sobre
Martinho Lutero reconta a história do reformista e suas 95 teses, ambas as produções destacam o controle do Estado e da
Igreja e o papel do material impresso.
O material impresso atualmente ganhou uma característica fluida e dinâmica com o advento e
uso da internet,
O formato digital possibilita uma nova linguagem, sem uma estrutura hierárquica rígida, pois
caberá ao leitor estabelecer o caminho a ser realizado no processo de leitura num tempo e espaço
diferenciado.
57
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Atenção
Hipertexto e Hipermídia
Hipertexto
Hipermídia
Texto no formato digital composto
por outros links que nos levam a Texto no formato digital integrado
novas leituras, num formato não a outras mídias (imagens, vídeos,
linear, cabendo ao autor a escolha dos infográficos, jogos, sons, entre outros).
caminhos possíveis para a navegação.
Silva e Conceição (2013) destacam que a tecnologia é uma das variáveis utilizadas para compreender
a evolução sociocultural de cada sociedade, contribuindo para a estruturação da ecologia
comunicacional de cada época. Entende-se como “ecologia comunicacional” uma teia de
vínculos repleta de riquezas e potencialidades que envolvem o corpo, os sentidos, a comunicação
presencial e eletrônica (MENEZES, 2015).
58
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Vale observar no quadro o tempo histórico entre a passagem de uma “ecologia comunicativa”
para a outra; ressaltando a tecnologia marcante de cada era, nota-se a natureza e a forma de
se relacionar com a “massa”, de um para muitos, dos materiais impressos e sua permanente
presença nos dias atuais.
Assim, mesmo com o uso intenso dos meios digitais na sociedade em que estamos inseridos, a
mídia impressa continua sendo uma presença marcante e constante nos cenários educacionais,
contribuindo significativamente para o aprendizado dos estudantes.
Assim, as diferentes formas de uso do material impresso, que ainda se configura como o recurso
de mais fácil acesso no universo escolar, contribuem para o desenvolvimento das habilidades
que envolvem a interpretação, a criatividade, o uso social da linguagem, o estímulo às múltiplas
inteligências e o incentivo à leitura.
59
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Livros Dicionários
Revistas Didáticos
Quadrinhos
Materiais Mapas
Enciclopédias
Impressos
na Impressos
Escolares
Educação
Cordel
Livros
Paradidáticos
Jornais
Propaganda
Moran, Masetto e Behrens (2007) destacam que a aprendizagem integradora deve unir a teoria
com a prática, aproximando o pensar do viver. Assim conhecemos e aprendemos melhor ao
conectar todas as dimensões da realidade, por meio de variadas fontes e recursos. Assim, listamos
os materiais impressos mais utilizados no cotidiano pedagógico: jornais, livros paradidáticos e
didáticos, impressos escolares, mapas, cordel, enciclopédias, quadrinhos, revistas, propagandas,
revistas, cordel, entre outros.
»» Até a metade do século, a maioria dos livros didáticos, era produzida por autores
estrangeiros, destacando realidades, repertórios culturais e vocabulares bem divergentes
ao nosso país.
»» Até a década de 1960, o vocabulário dos livros era demasiadamente acadêmico, sendo
mais um desafio à compreensão do conteúdo.
60
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Saiba mais
O Programa Nacional do Livro Didático é destinado a avaliar e disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre
outros materiais de apoio à prática educativa sistemática, regular e gratuita nas escolas públicas de educação básica das
redes federal, estaduais, municipais e distrital e, também, às instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12391:pnld>
Fonte: <https://images.livrariasaraiva.com.br/imagemnet/imagem.aspx/?pro_id=3070031&qld=90&l=430
&a=-1=1000215943>
Acesso em 13 de fevereiro de 2019.
Os livros paradidáticos têm como função o aprofundamento conceitual por meio da apresentação
de textos com linguagens diferenciadas, bem como o incentivo à leitura. De acordo com os
Parâmetros Nacionais Curriculares (1998), estes livros cumprem o papel de oportunizar o
desenvolvimento de valores como: empatia, bondade, amizade, entre outros.
61
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Saiba mais
Figura 59.
Atualmente, existem inúmeros aplicativos para tablets e smartphones produzidos pelas próprias editoras com o objetivo de
ampliar a interatividade com o texto, inserindo recursos multimidiáticos (vídeos, jogos, imagens animadas, entre outros).
Figura 60.
Fonte: <https://cultura.estadao.com.br/blogs/curiocidade/wp-content/uploads/sites/520/2012/03/barsa-2012.jpg>.
Acesso em 20 de fevereiro de 2019.
O uso de enciclopédias também não é recente. Enciclopédias configuram-se como obras que
reúnem assuntos variados de maneira sistemática, organizadas em verbetes por ordem alfabética,
sendo utilizadas principalmente como fonte de pesquisa. Com o constante uso da web seu
conceito foi ampliado; temos como exemplo a Wikipedia, com uma pluralidade de temas, que
possibilita que qualquer indivíduo contribua inserindo novos temas, editando e revisando os
textos já publicados, sendo um conteúdo aberto e gratuito.
Saiba mais
Figura 61.
Wikipedia
A Wikipédia é um projeto de enciclopédia colaborativa, universal e
multilíngue estabelecido na internet sob o princípio wiki. Tem como
propósito fornecer um conteúdo livre, objetivo e verificável, que todos
possam editar e melhorar.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/7/7f/Wikipedia-logo-v2-pt.
svg/1200px-Wikipedia-logo-v2-pt.svg.png>
62
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Figura 62.
Os jornais constituem-se como um material impresso rico em
possibilidades de uso, tendo em vista a riqueza e diversidade
de assuntos e tipos de linguagens abordados. Como ferramenta
pedagógica, permite desenvolver com os estudantes as funções e
organização do texto jornalístico, bem como a capacidade de síntese
e objetividade. Sua linguagem informativa aproxima os indivíduos
do cotidiano social, propicia a organização de trabalhos em grupos
e domínio de diversas habilidades (editor de texto, diagramação,
pesquisas, entre outras).
Saiba mais
Na web podemos encontrar versões digitais do jornal impresso com informações interativas (vídeos, gráficos, fóruns, entre
outros) e aplicativos que agrupam as notícias, bem como diversos jornais, por tópicos de interesse (Flipboard, PlayBanca,
Press, Reader, entre outros).
Os folhetos, flyers são materiais de propaganda, muitas vezes é o universo escrito mais próximo
à realidade da maioria dos brasileiros, sendo distribuído de forma gratuita e com papel bem
definido. Pode ser um instrumento rico de possibilidades de aprendizagem que possibilita desde
a criação de novas peças publicitárias, como uso para pesquisa e recorte, análise das mensagens
contidas e debates sobre suas abordagens e produtos anunciados.
63
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
da observação das imagens, o estudante pode criar ou ferramentas gratuitas para a recriação das
narrativas dos Gibis e HQ).
deduzir o enredo da história.
64
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
A literatura de cordel, conhecida em nosso país como literatura popular em verso, configura-se
num gênero literário no formato rimado. Originalmente, era popularizado oralmente e, depois,
registrado em folhetos simples. Chama-se cordel, pois no início da sua divulgação, os folhetos
eram apresentados para venda em cordas ou barbantes, primeiramente, em Portugal. Atualmente,
é reconhecido como uma tradição do Nordeste brasileiro, que costuma imprimir xilogravuras
para a representação gráfica dos textos compostos por estrofes de 10, 8 ou 6 versos. O uso do
cordel possibilita a aproximação com a cultura nordestina, incentiva um olhar crítico, poético e
rimado da sociedade, valoriza a espontaneidade e o trabalho artesanal por meio da construção
das xilogravuras.
Saiba mais
Na internet podemos encontrar diversos cordéis para ler e ouvir. Também podemos criar o nosso próprio “cordel” com
suporte do aplicativo “Cordel Encantado”.
65
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Os mapas são a representação espacial, muito utilizada pela Geografia, estimulando as operações
mentais em três níveis: localização e análise, correlação e síntese. Para interpretar um mapa
é preciso compreender que este recurso representa fenômenos e lugares por meio do uso de
noções cartográficas como: localização, escala, identificação e a temática representada (GERON
& FRANSCISCHETT, 2016). De acordo com os PCNs (1998), com o mapa, o indivíduo aprende
referências e simbologia, essenciais para a representação do meio geográfico, destacando duas
funções: localização dos fatos e apresentação das informações quantitativas e qualitativas.
os conhecimentos que são úteis e necessários em cada e Tom Tom GO, Here Maps, entre outros)
Para Veen e Vrakking (2006), o atual desafio é ensinar por meio do uso destes recursos impressos,
tornando-o o aprendizado instigante, para uma nova geração que desde muito cedo aprendeu
que existem múltiplas fontes de informação, que atua numa cultura cibernética global com base
na multimídia.
A diferença entre o homo zapiens e você é que você funciona linearmente, lendo
primeiro as instruções, usando o papel, e depois começa a jogar, descobrindo
as coisas por conta própria quando há problemas. O homo zapiens não usa a
linearidade, ele primeiro começa a jogar e, depois, caso encontre problemas, liga
para um amigo, busca informações na internet ou envia uma mensagem para
um fórum. Em vez de trabalhar sozinho, eles usam redes humanas e técnicas
quando precisam de respostas instantâneas. (VEEN & VRAKKING, 2006, p. 31-32).
Eis a razão de este novo grupo ser conhecido como a “geração instantânea”, tornando a informação
parte da sua vida juntamente com as tecnologias digitais. Neste contexto, o papel da leitura
é reorientado, ou seja, se transforma historicamente. Atualmente, não se exige a leitura das
enciclopédias ou densos compêndios repletos de erudição, sendo necessário o investimento da
formação de leitores “por diversos caminhos e linguagens” (KENSKI, 2008 p. 62).
Na sociedade da informação, saber ler e escrever são necessidades essenciais para a atuação do
indivíduo, sendo considerada uma habilidade que define a cidadania e criticidade diante do
mundo que nos cerca.
66
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Ao longo da história, a leitura sempre esteve associada à escrita. Com o advento da cultura
impressa, amplia-se o número de pessoas alfabetizadas, saber ler torna-se uma forma de destaque
e promoção para espaços mais privilegiados.
Aqueles que sabem ler, que compreendem e interpretam o que leem, acabam
adquirindo prestigio, ocupando espaços privilegiados em nossa sociedade,
utilizando a leitura para atingir seus propósitos: melhores postos de trabalho e
melhor formação acadêmica, por exemplo. Em síntese, conquistam os melhores
empregos e acabam usufruindo de melhor qualidade de vida. (SCHWARZBOLD,
2011, p. 11-12)
Leitura se refere a amplos e diferentes processos expressivos que envolvem o ser humano, não
se restringindo somente a textos escritos, envolvendo gestos, símbolos, imagens, entre outros.
Como já dizia Paulo Freire (1983, p. 11) “a leitura de mundo precede a leitura de palavra”, portanto,
o ato de ler é considerado uma ação complexa que envolve múltiplas produções de sentidos e
requer do leitor interação com o texto.
Isso significa que todo esse processo refere-se à produção de significados ou que popularmente
costumamos afirmar “há muita diferença do que eu digo para aquilo que você interpreta”, pois,
ao ler um texto, a construção dos sentidos dependerá de todo o repertório de informações que
adquirimos ao longo da nossa vida.
67
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Percebe-se que o ato de ler não é puramente mecânico, podemos ler o mesmo texto e a partir
dele atribuir divergentes significados, pois não é uma mera decodificação de símbolos. Assim,
a leitura é compreendida como uma prática social, se estabelecendo como um precioso recurso
que promove e instiga a prática reflexiva no sujeito, ampliando seu sistema de crenças e valores.
Provocação
E como podemos definir ou até mesmo identificar se estamos produzindo novos sentidos ao realizar a leitura? O que é
“atribuir sentido”? Como podemos aprimorar a nossa competência leitora?
Fonte: <https://i.pinimg.com/originals/93/9f/5e/939f5e89bfec62ae69ecf12f63795cc4.jpg>
Histórias em quadrinhos são textos literários, muitas vezes considerados como entretenimento.
Diversos elementos devem ser considerados na “leitura” da história: imagens, cores, fontes das
letras, entre outras características que auxiliam a interpretação do leitor. Corriqueiramente,
utilizam balões de diálogos para que possamos compreender o sentido e a entonação a ser dada
para cada frase que está sendo apresentada.
68
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Na história acima temos vários elementos que nos levam à reflexão, e estes interferem diretamente
em como compreendemos a mensagem. Para Leffa (1999, p. 24-27) este processo de relacionar
o discurso em destaque com as imagens e o contexto em que está inserido o texto, faz parte do
processo de leitura com “atribuição de sentido”. Veja alguns pressupostos destacados pelo autor
que salienta como ocorre:
»» Ler consiste em usar estratégias: cada tipo de leitura exige, por parte do leitor, uma
prática diferente.
»» Ler depende mais de informações não visuais do que visuais: a memória do leitor
comanda sua leitura.
»» Ler é prever: a leitura só́ é possível porque o leitor usa seu conhecimento prévio para
direcionar a trajetória da leitura.
Saiba mais
Aproveite para aprofundar seus estudos sobre competência leitora e escritora, conhecendo estratégias e experiências bem-
sucedidas no contexto brasileiro, lendo o texto resultado de um congresso de formação de professores Desenvolvimento da
Competência leitora e escritora. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/vol2a.pdf>
A “competência leitora” não se configura numa técnica mesmo que requeira do leitor o
estabelecimento de estratégias para a realização da leitura indicada.
69
AULA 3 • Mídia Impressa e Educação
Fonte: <https://i.pinimg.com/originals/48/7e/1e/487e1e422c61f71a8598ab5583a68202.png>
Acesso em 22 de fevereiro de 2019.
As relações de poder que emergem no contexto da sociedade atual, a partir dos recursos e
ferramentas tecnológicas, nos trazem um novo posicionamento diante da importância da formação
do leitor. O texto, agora configurado em bites, tem um caráter não linear, multimidiático, repleto de
links que permitem a navegação e leitura por novos caminhos, novas mensagens (RAMAL, 2000).
Esta polifonia, múltiplas vozes, compostas num novo ritmo em que é formado o texto digital,
integra autores, leitores e textos. O que exige um comportamento diferenciado diante a leitura,
em substituição aos sistemas fixos de interpretação, para um modelo em rede, nós, multilinear.
70
Mídia Impressa e Educação • AULA 3
Sintetizando
»» A escrita apoia a memória humana, possibilitando o registro de histórias e mensagens importantes para a identidade da
humanidade.
»» A tecnologia da escrita possibilitou autonomia à informação, democratizando o acesso a diversos conteúdos, por outro
lado excluindo aqueles que não entendem e dominam estas representações alfabéticas.
»» Desta forma, com o suporte essencial da escrita, os livros tornam-se um marco para a história da nossa sociedade, sendo
um grande meio de se difundir o conhecimento.
»» A tecnologia é uma das variáveis utilizadas para compreender a evolução sociocultural de cada sociedade, contribuindo
para a estruturação da ecologia comunicacional de cada época.
»» A mídia impressa continua sendo uma presença marcante e constante nos cenários educacionais, contribuindo
significativamente para o aprendizado dos estudantes.
»» No contexto educacional brasileiro, os materiais impressos são ferramentas tradicionais e amplamente utilizadas pelos
professores, em consonância com as políticas públicas educacionais desenvolvidas e implementadas pelo Ministério da
Educação.
»» Na sociedade da informação, saber ler e escrever são necessidades essenciais para a atuação do indivíduo, sendo
considerada uma habilidade que define a cidadania e criticidade diante do mundo que nos cerca.
»» A capacidade de interpretar um texto, independente do meio em que ele se apresenta, é um importante instrumento de
poder, possibilitando que o indivíduo tenha voz, que a partir das suas reflexões possa formar novas percepções diante das
questões que são apresentadas no mundo.
»» As relações de poder que emergem no contexto da sociedade atual, a partir dos recursos e ferramentas tecnológicas, nos
trazem um novo posicionamento diante da importância da formação do leitor.
71
AULA
O USO DOS RECURSOS
AUDIOVISUAIS NA EDUCAÇÃO 4
Apresentação
Figura 71.
Fonte: <https://i.pinimg.com/originals/3b/6f/33/3b6f3303fe4ad4646ae0c1c75c135767.png>
O educador Rubem Alves tinha o costume de nos deliciar com encantadores e reflexivos textos
que, com leveza e sensibilidade, apontava os caminhos para a Educação significativa com afeto
e compromisso com o outro. É uma abordagem diferente, mas com pontos de encontro no
discurso, das pesquisas científicas que, por meio de dados alarmantes de evasão escolar, nos
apresentam a todo o momento o desinteresse que as pessoas destacam ao longo do processo
formal de ensino e aprendizagem.
Despertar a curiosidade, explorar conteúdos de forma dinâmica, usar mais imagens, sons e
vídeos são sempre recomendações dos pesquisadores do campo educacional para a superação
deste desafio (MORAN, 1995; ALMEIDA e ALMEIDA, 1998).
72
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Para Glasser (2001), nenhum ser humano é desmotivado, ao contrário, o prazer pelo aprendizado
faz parte da nossa essência. A desmotivação está aliada ao tédio, à ausência de significado em
determinada atividade, portanto, para este autor a memorização e técnicas similares pouco
contribuem para o aprendizado do ser humano num longo prazo.
Ao pensarmos em produção de sentidos para o aprendizado, Glasser (2001) aponta que ler, ver
e escutar, quando se revertem em atividades pedagógicas, contribuem 50% para a qualidade
e eficiência do aprendizado, sendo que para os outros 50% devem ser desenhadas ações que
possibilitem ao estudante:
Ensinar Discutir
Fazer
Estas ações propiciam ao indivíduo um pensar sobre o conteúdo, motivam a reflexão e a autocrítica,
relação das temáticas abordadas com a sua vivência, aplicação da informação em contexto real,
ensino do que aprendeu e a sua relevância para a comunidade, enfim, possibilitando a atuação
de forma cidadã e consciente.
Partindo do princípio de que a motivação para o aprendizado não nasce de fora para dentro,
e que ameaças e recompensas podem ser recursos ineficazes a médio e longo prazo, Glasser
(2001) propõe seis condições fundamentais para que o ambiente de aprendizagem possa ser
significativo para o estudante:
»» incentivo e estímulo;
73
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Com esses princípios levados em consideração para a constituição de um clima favorável e seguro
a novas descobertas, sugere-se ao professor um pensar cuidadoso no planejamento das atividades,
selecionando recursos e estratégias pedagógicas que possam potencializar o aprendizado do
indivíduo por meio das considerações apresentadas na pirâmide a seguir:
Neste caminho nota-se que os recursos audiovisuais são aliados, tendo em vista que possibilitam
a experiência com o aprendizado por meio do uso de outros sentidos, permitindo a associação
com o que ouve e vê. Para Ferrés (1996), a imagem favorece o envolvimento emocional com os
símbolos, sensibilizando e envolvendo-o na temática a ser desenvolvida, centrando a sua atenção.
74
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Partindo destes pressupostos, nota-se a importância do uso e difusão dos recursos audiovisuais no
contexto educacional, sendo a sala de aula um espaço privilegiado de comunicação e informação,
relacionando-se com três aspectos da sociedade da informação: a convergência dos meios de
comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva (JENKINS, 2009).
Objetivos da Aula
O universo em que vivemos está repleto de sons e imagens. Podemos observar que todo o
nosso cotidiano possui cores, símbolos e signos que sensibilizam nossos sentidos e emoções,
favorecendo a contínua construção da cultura e humanidade.
É o carro de som que anuncia ofertas e venda de produtos, os meios de transporte estampados
com propagandas, os passarinhos cantando, o barulho do vento e do mar, demonstrando que
as nossas experiências são ricas em sensações que envolvem todas as formas de interpretar que
possuímos com o nosso corpo e mente.
Cada indivíduo terá uma interpretação única da situação vivenciada, mas a necessidade de
comunicar aquilo que sente, a realidade vivida, fez o ser humano buscar técnicas e meios para
registrar a sua mensagem.
75
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
76
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Nesta busca por documentar a nossa história, por “comunicar” nossos hábitos e conquistas,
fomos criando recursos para informar e ler as narrativas, como as imagens acima que registram
momentos distintos da civilização.
Com o passar dos anos, fomos aperfeiçoando as nossas formas de comunicação, organizando
estas ferramentas por seu campo e atuação: individual ou de massa. Os meios de comunicação
individuais são aqueles de “um para um”, ou seja, estabelece uma comunicação num primeiro
momento mais limitada e individualizada (exemplos: telefone, cartas, fax), sendo que os de
“massa” tem como objetivo a comunicação com um grande número de pessoas (exemplos:
jornais, revistas, rádio).
77
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Sonoros Linguagem por meio dos sons tais como rádio e telefone
Multimídias Uso de vários meios de comunicação diferentes (texto, imagem, áudio, vídeos, jogos,
entre outros)
Hipermídias Fusão de meios de comunicação por meio de sistemas eletrônicos como por exemplo:
CD ROM, DVD, Tv digital.
Figura 78.
78
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Cada programa ou comercial, no rádio ou TV, nos transmite por meio de suas histórias visões de
ética, gênero, ideologias, conceitos de moral e etnia. As mensagens nem sempre são explícitas
como no caso dos filmes, das novelas e seriados. Outro exemplo tem sido o uso destes cursos
pelos Governos com caráter educativo, seja para alertar sobre determinada conduta, prevenir
e informar.
Estas produções audiovisuais, por meio dos seus múltiplos elementos (visuais, textuais, sonoros),
imprime aos poucos uma nova cultura, consumo de novos objetos, padrões estéticos e éticos a
partir da exposição massiva da “cultura dominadora”.
79
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Provocação
Como aprendemos que os produtos da Apple eram os mais sofisticados? A partir de que momento a nossa sociedade
começou a usar calça jeans? E por que para muitos o cigarro aparenta uma sensação de liberdade e poder? Quando
aprendemos a comemorar o Natal com neve e roupas quentes se vivemos num país tropical?
Na busca pela audiência, as mídias de massa, inventam fórmulas sedutoras para assegurar a
permanência do indivíduo como expectador , construindo cenários imaginários que atuam
diretamente na vida real, tornando-se foco do nosso consumo e diálogos.
Para Chomsky (2010) a informação sempre terá uma relação com a propaganda a ser divulgada,
possibilitando que a forma de destaque da mensagem seja influenciada pelos interesses de quem
80
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
a financia e a compartilha. Desta forma, o “controle da informação”, o que se pode ou não tornar
público, e o elemento central desta “guerra simbólica”.
Sugestão de estudo
A história dos meios de comunicação em massa, que atingem a maioria da população do nosso
país, está diretamente ligada às politicas de massas. Desempenham um papel importante na
veiculação de informações seja por meio de noticiários, programas diversos, novelas, desenhos,
entre outros, formando percepções acerca ao mundo ao nosso redor. Assim as mensagens
divulgadas nestas mídias influenciam diretamente nosso pensamento, forma de agir e interpretar
as informações que são apresentadas.
Outro exemplo marcante é a influência que as grandes metrópoles exercem em nosso país,
normalmente a sede das produtoras culturais localizam-se no eixo Rio-São Paulo, reproduzindo
o comportamento desta região em seus programas (BONETTI, 2008).
A partir da década de 60 no Brasil, com o uso intenso destas novas mídias, iniciou a formação de
cursos via correspondência, rádio, estudos com materiais impressos e, posteriormente, oferta
via satélite e fitas de vídeo. Nota-se uma íntima relação dos meios de comunicação e mídias com
a área educacional.
Martin-Barbero (1996) nos chama a atenção para as estratégias adotadas para a inserção
destas múltiplas mídias, em especial no contexto educativo, possibilitando uma modernização
tecnológica, mas uma manutenção das práticas tradicionais de ensino, ou seja, não se possibilita
a formação de indivíduos que atuem criticamente diante ao que lhe é apresentado.
Para Moran (1995, p. 3) “escola não pode voltar as costas para os meios, para esta iconosfera tão
atraente e, em consequência, tão eficiente”. Até porque antes de ingressar no universo escolar, o
sujeito vivencia seus primeiros grupos sociais e nestes as mídias também estão presentes, tanto
que nos últimos anos temos discutidos a educação de crianças “cuidadas” por programas de TV
81
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
e internet, sem a devida atenção dos seus responsáveis sobre o conteúdo exposto, bem como a
adequação à faixa etária.
Não podemos acreditar que a escola está desassociada as manifestações e transformações sociais,
muitas vezes, configura-se no único espaço onde o estudante poderá refletir sobre as questões
que envolvem os dilemas sociais.
82
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
jornais, revistas e hoje ainda podemos registrar o melhor ângulo com as câmeras dos nossos
smartphones.
Para nos expressarmos por meio da imagem devemos conhecer os elementos que compõem
esta linguagem e incorporar este conhecimento nas atividades pedagógicas, promovendo o
desenvolvimento das competências que envolve a leitura e análise visual.
Ao “lermos” uma imagem nem percebemos que consideramos seus aspectos (superfície,
linha, volume, cor e luz), estabelecendo um “jogo de negociação de sentidos”, formulando
questionamentos e relações com o espaço-tempo em que a imagem foi produzida.
83
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Provocação
Para o historiador Roger Chartier a leitura é sempre uma forma de apropriação, invenção e produção de significados.
Podemos afirmar que esta “visão” também pode ser relacionada a leitura de imagem?
84
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Os sons, sob a perspectiva humana, são organizados em verbais-orais e não verbais. A linguagem
verbal-oral envolve a entonação, o timbre e a modulação da voz que são responsáveis pela
interpretação que daremos a mensagem. E os sons não verbais são compostos por “ruídos
sonoros” que servem para informar sobre o espaço ou a situação.
A linguagem sonora possui seus componentes básico que envolvem a propriedade do som
(intensidade, duração, altura e timbre) e a implicação na música (dinâmica, pulsação/ritmo,
grave/agudo, fonte sonora/instrumentação) provocando combinações que nos despertam força,
movimento e/ou calma.
No espaço educacional o som tem o desafio de propor cenários sonoros para a construção de
imagens mentais, quando o som é associado a uma imagem constituímos a narrativa audiovisual.
pedagógica.
Saiba mais
Um bom exemplo é a famosa música “Tema da vitória”, canção instrumental composta pelo maestro Eduardo Souto Neto,
para uso nas transmissões da Fórmula 1 como a trilha sonora dos campeões. A canção ficou mundialmente reconhecida em
razão das vitórias do piloto Ayrton Senna, tendo uma nova versão criada especialmente em sua homenagem.
85
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Podemos dizer que a câmera é um prolongamento do “olho humano”, captando a imagem que
deverá ilustrar a narrativa.
Cada história possui suas características, seu tempo histórico e personagens que podem ser reais
ou fictícios. Acrescenta-se a este cenário a escolha do gênero de cada texto que a mensagem se
desenvolverá: animação, aventura, drama, humor e documentário.
A linguagem audiovisual possui seus meios próprios para a apresentação das suas produções,
alguns destes recursos são amplamente conhecidos por todos nós e relevantes para o nosso
estudo como educadores , são eles: televisão, cinema e o rádio.
Acrescentamos neste repertório o uso das mídias digitais, mas que serão estudadas na próxima
aula.
Televisão
A mídia com a maior inserção social e consumo ainda é a televisão, o seu acesso somente foi
possível devido ao barateamento dos custos de uma produção industrial em larga escala. Desta
forma, para muitos indivíduos, continua sendo a única fonte de informação. A televisão tem
o potencial de comunicação em massa envolvendo a todos , proporcionando uma vivência
doméstica.
86
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
»» Audiovisual como contexto de ensino – sendo uma ferramenta informativa sobre um tema
específico visando a orientação, possibilitando abordagens múltiplas e interdisciplinares;
O uso pedagógico da televisão e do vídeo teve a sua origem no cinema, sendo que seu papel
“ilustrativo” da utilização de imagens fixas projetadas por meio de slides e as lanternas mágicas.
Sua linguagem audiovisual é compreendida como verbo-icônica, sendo aquela que utiliza
palavras e imagens e sons para expressar uma mensagem, o resultado desta complementação
é a própria mensagem.
Saiba mais
Desde o ano de 1996 que o Ministério da Educação utiliza a televisão para o Figura 86. TV Escola.
desenvolvimento das políticas educacionais de integração das novas tecnologias e
formação docente. Atualmente mantem o canal “TV Escola” com a apresentação de
diversos conteúdos para toda a comunidade escolar. (MEC, 2011).
@(MEC, 2011)
87
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
Cinema
A palavra cinema tem a origem no grego kinesis que significa movimento, o que conduz à ação. É
uma manifestação artística, conhecida com a sétima arte, com linguagem própria que converge
sons, luzes, roteiros e efeitos especiais. Seu uso como ferramenta pedagógica não é novidade no
contexto brasileiro (DUARTE, 2002).
O uso do cinema como ferramenta pedagógica teve o pioneirismo dos franceses e alemães,
nomeado cinema científico. No Brasil tivemos como referência o Instituto Nacional de Cinema
Educativo, fundado em 1936 por Roquette Pinto.
No entanto, foi na década de 70, com a expansão da TV que o cinema se popularizou no contexto
do país, sendo utilizado nas práticas educativas com finalidades similares ao uso da televisão
(MORAN, 1995).
Neste mundo contemporâneo, uma prática que tem se destacado é a realizada pela França sob a
liderança do profo. Alain Bergala, que foi o responsável pela elaboração de um projeto integrando
esta arte aos currículos do ensino fundamental. Uma das estratégias adotadas foi a divulgação
de uma coleção de filmes em DVD a serem desenvolvidos nas atividades da escola ao longo de
5 anos. O intuito é proporcionar aos estudantes o acesso livre e permanente a filmes históricos,
com valor artístico e cultural, com apoio dos professores na oferta desta experiência que não tem
como objetivo a análise crítica, mas a avaliar o que veem, dando sentido a narrativa em destaque.
Saiba mais
Fonte: <https://www.cineduc.org.br/images/logo-cineduc.jpg?crc=268731376>
O CINEDUC, uma iniciativa brasileira, tem como missão Promover a reflexão sobre as linguagens audiovisuais com o público
infanto-juvenil e educadores, formais e informais, a fim de contribuir no processo educativo transformador, através do
desenvolvimento da consciência crítica e da expressão criativa.
Rádio
O conceito de comunicação em massa somente foi possível devido a existência do rádio que
permitiu a transmissão de informações em larga escala por meio do som. A primeira transmissão
88
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
A rádio continua sendo considerada uma mídia de grande atuação nacional por meio desta temos
acesso a informação e entretenimento. No contexto educacional a “rádio” pode se organizar da
seguinte forma:
»» Rádio Pátio – o programa construído pelos estudantes é divulgado a partir das caixas
de sons instaladas nos pátios e corredores da Escola.
»» Programas em CDs de áudio ou Pen Drive – nesta estratégia os programas são gravados
previamente e os áudios gravados em CD ou pen-drive para apresentação posterior.
»» Web rádio – a programação da rádio é transmitida via streaming pela web, podendo usar
vídeo e som, ao vivo ou gravada. Também pode ser divulgada no formato “podcast” que
possibilitam o download dos programas.
89
AULA 4 • O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação
No Brasil temos algumas experiências educativas bem interessantes como o programa “Nas ondas
da Rádio”, criado em 2004 pela Secretaria Municipal de Educação, por meio da Lei EDUCOM
– Educomunicação pelas ondas da rádio sancionada em 2005. A legislação prevê a adoção das
práticas radiofônicas nas escolas, oferecendo o equipamento necessário para a sua implementação.
E na Bahia temos o programa “Evolução Hip Hop” comandado pelo Dj Branco, Hamilton de
Oliveira, que acessa 13 mil ouvintes por segundo de acordo com a Rádio Educadora FM, que é
uma emissora pública e pertence ao Estado.
E em 2013 foi finalizada a transmissão da Rádio Maluca conhecida por seu conteúdo educativo
e artístico, encantava crianças e adultos com músicas e brincadeiras folclóricas e de autoria do
seu apresentador Zé Zuca. O seu repertório musical, literário e lúdico ainda pode ser vivenciado
por meio do programa “Estação Brincadeira”, também idealizado por Zé Zuca, que é transmitido
pela Rádio MEC.
90
O Uso dos Recursos Audiovisuais na Educação • AULA 4
Saiba mais
Saiba mais sobre o Programa Estação Brincadeira e o repertório de atividades e Músicas infantis do artista Zé Zuca no link
abaixo:
<http://radios.ebc.com.br/estacao-brincadeira>
Sintetizando
»» O Universo em que vivemos está repleto de sons e imagens, podemos observar que todo o nosso cotidiano possui
cores, símbolos e signos que sensibilizam nossos sentidos e emoções, favorecendo a contínua construção da cultura e
humanidade.
»» Meios de comunicação ou mídias em massa são os recursos tecnológicos utilizados para transmitir mensagens a um vasto
número de receptores, temos como exemplo: a televisão, o rádio, jornais, revistas, teatro, cinema, internet, entre outros. No
entanto, nesta unidade, concentramos nossos estudos nos meios audiovisuais, ou seja, aqueles permitem a interação com
a imagem e o som (televisão, cinema, teatro, entre outros).
»» As produções audiovisuais, por meio dos seus múltiplos elementos (visuais, textuais, sonoros), imprime aos poucos uma
nova cultura, consumo de novos objetos, padrões estéticos e éticos a partir da exposição massiva da “cultura dominadora”.
»» A história dos meios de comunicação em massa, que atingem a maioria da população do nosso país, está diretamente
ligada às politicas de massas.
»» Ao longo dos anos, os estudos relacionados a linguagem audiovisual no contexto educacional, foram construindo seus
significados a partir das concepções de ensino adotadas.
»» Ao “lermos” uma imagem nem percebemos que consideramos seus aspectos (superfície, linha, volume, cor e luz),
estabelecendo um “jogo de negociação de sentidos”, formulando questionamentos e relações com o espaço-tempo em que
a imagem foi produzida.
»» No audiovisual a música tem como função a identificação de programas (vinhetas), destaque de personagens e situações,
definição de ambientes, delimitação do clima da cena e mensagem da imagem, estruturação das narrativas e provocação
de recordação.
»» A câmera é um prolongamento do “olho humano”, captando a imagem que deverá ilustrar a narrativa.
91
AULA
O USO DOS RECURSOS
DIGITAIS NA EDUCAÇÃO 5
Apresentação
O conceito “Z” origina-se no “zapping” que segundo Ramal (2012, p. 17) “é o ato de mudar
contínua e rapidamente de canal de televisão ou de rádio, buscando, em tese, algo interessante
ou simplesmente por hábito de pular para outra programação (...)”. Considerada uma geração
silenciosa, por estar constantemente conectada a web, cerca-se de amigos e seguidores nas
múltiplas redes sociais, mas nota-se limitações na competência interpessoal, ainda mais em
contexto presencial.
Para esta geração a rede é o espaço de atuação e reinvindicação social, ampliando a prática iniciada
em ambientes virtuais para locais reais. Expressões como “sobe a hashtag”, “twitaço”, “top trend”
são materializadas nos diálogos nos mostrando na prática a convergências das tecnologias com
as práticas discursivas.
92
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
Objetivos da Aula
Figura 91.
(aqui é ilustrativo)
Fonte: <https://medium.com/publicitariossc/linguagem-digital-a-introdução-de-s%C3%ADmbolos-como-facilitadores-do-
discurso-f8be36a50e1d>
Você conhece a música abaixo composta e cantada por Gilberto Gil? Leia a letra:
Figura 92.
93
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
Gilberto Gil escreveu a primeira versão da música, Pela Internet, no ano de 1996. A história tem
características peculiares e não é somente a linguagem que se destaca. A letra da música fez
parte de um projeto inovador em parceria com a Flora e Gilberto Gil, IBM, Embratel e o Globo.
Aconteceu há 20 anos e, tal como a música “Pelo Telefone” composta por Donga e Mauro Almeida,
a letra composta por Gil retrata o universo contemporâneo com seu vocabulário específico e
muito mais.
“Pela Internet” foi transmitida ao vivo “pela internet”, sendo o primeiro vídeo de música no
Brasil a realizar
Saiba mais esta façanha, sendo possível ser o primeiro do mundo. O projeto foi um sucesso
e rendeu novos momentos inovadores ao longo dos anos pelo Brasil.
Saiba mais sobre a história da música “Pela Internet” versão 1 e 2 no link abaixo. Aproveite e também conheça as primeiras
iniciativas de transmissãos ao vivo pela web no Brasil.
<http://www.maurosegura.com.br/pela-internet-gilberto-gil/>
Como tudo neste universo está integrado, conheça também a história da música “Pelo Telefone” considerada percursora e
marco do samba urbano:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra7091/pelo-telefone-1916>
“O pensamento é nuvem”, pois a linguagem digital altera o aspecto linear do texto impresso,
possibilitando a interpretação da informação em multiplas mídias, facilitando a compreensão
de conceitos e conteúdos. Sua base é o hipertexto “que funcionam como páginas sem numeração
e trazem informações variadas sobre determinado assunto “ (KENSKI, 2005, p. 32)
“Que o desejo agora é garimpar. Nas terras das serras peladas virtuais”, pela web podemos conhecer
diversos locais sem sair do espaço físico em que meu corpo se localiza, pesquisar e consultar
bancos de dados virou parte da rotina, as páginas “hipermidiáticas”, possuem vídeos e imagens
integrados, muitas vezes, realizam transmissão ao-vivo. E quem nunca se perdeu no “links”, nós,
da rede “garimpando” um contéudo?
“É zap-zap, é like. É Instagram, é tudo muito bem bolado” os novos aplicativos e softwares
reconfiguram o modo como lemos e acessamos as informações. A estrutura da linguagem digital
possibilita que saltemos entre os dados, podemos escolher o caminho mais interessante para
navegar.
“Criei meu website. Lancei minha homepage. Com 5 gigabytes”, a criação desta nova linguagem e
cultura digital somente foi possível devido a popularização no acesso a computadores e todos os
seu periféricos que propiciaram a convergências das múltiplas mídias existentes (KENSKI, 2005).
94
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
A evolução da informática possibilitou a formação de uma nova cultura e linguagem. Até chegarmos
ao “Ciberespaço” do jeito que conhecemos há uma longa estrada iniciada no período antes de
Cristo com a criação do ábaco.
Saiba mais
Outras invenções com o intuito de facilitar a vida do ser humano para administrar os dados
foram surgindo ao longos dos anos, conheça algumas delas abaixo:
1642
1672
Fonte:Steemitiimages (2014)
<https://steemitimages.com/DQmVHMB8kCrudxAppwvnApX9Cw7w73QUuEG4wBVPDwW3Pem/image.png>
95
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
1791-1981
1890
1924
1944
96
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
97
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
A máquina possuía uma abertura na parte superior para visualização do exercício, impresso
numa tira de papel juntamente com as respostas, a criança movia um ou mais cursores para
responder a questão, onde estavam impressos os dígitos. Caso a resposta estivesse correta
bastava o estudante girar o botão, com a resposta incorreta o botão não girava, permanecendo
na atividade até alcançar êxito.
Neste cenário emerge a “Filosofia e Linguagem LOGO” liderado pelo pesquisador Seymour
Papert, que trabalhou diretamente com Jean Piaget, influenciado pelos princípios construtivistas
desenvolveu uma linguagem de programação para crianças. O LOGO apresentou estratégias
diferenciadas para a infância que até então tinha como referência a instrução programada.
Sugestão de estudo
Figura 103. LOGO. Por meio da linguagem LOGO, o computador passa a ser usado como uma
ferramenta para a criança realizar ações: comandar o robô ou criar desenhos.
Era uma forma de usar o computador muito diferente dos tutoriais e da
instrução programada que eram usados na educação na época em que LOGO
foi criado. Não existe uma “resposta certa” a ser dada. Ao usar a linguagem Logo,
é a criança quem ensina o computador a realizar alguma coisa por meio dos
comandos. O usuário interage livremente, o conhecimento é construído a partir
da reflexão sobre as reações decorrentes dos comandos dados.
98
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
A articulação das tecnologias com a proposta pedagógica de cada unidade escolar foi a premissa
principal para a adoção destas novas ferramentas, levando em consideração: (NASCIMENTO,
2007):
»» Dialogar com os estudantes sobre a influência, desafio e benefício do uso das tecnologias
para a sociedade.
E o uso do computador nas práticas de ensino podem ser classificados de duas formas, a saber
(NASCIMENTO, 2007):
99
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
O enfoque na disciplina tem como escopo o uso dos computadores como reforço, complementação
ou sensibilização para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares, numa disciplina específica
e de forma isolada. Na abordagem por projetos educacionais existe uma integração entre as
disciplinas, sendo o uso do computador o meio aglutinador dos temas curriculares (NASCIMENTO,
2007).
Em relação aos ambientes de informática, no contexto brasileiro ainda tendo a sua infraestrutura
centralizada num único espaço, pode ser sistematizada (com horários definidos e planejado,
sendo recomendada na fase de implementação, visando proporcionar o melhor suporte e
atendimento a comunidade – docente e estudantes) e não sistematizada (o uso do espaço é livre,
tendo o professor autonomia para selecionar o momento adequado, indicado para as escolas
que já possuem atores ativos na utilização das tecnologias) (NASCIMENTO, 2007).
Provocação
Quais habilidades são necessárias para os indivíduos participarem ativamente da “cultura da convergência”? Elas podem ser
ensinadas? Qual o papel da educação diante este cenário ?
Vamos ler mais uma vez o trecho da música de Gilberto Gil, Pela Internet 2:
Figura 103.
Como apontamos anteriormente esta é a segunda versão da música que nos leva a entender
que todas as expectativas em relação a sua inserção a linguagem digital foram saciadas, pois ele
100
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
“criou o website”, “lançou a homepage”, entre outras ações que indicam a sua familiriedade com
este novo mundo hipermidiático.
Para Moran, Masetto e Behrens (2007) uma atitude inquieta, humilde e confiante para com a
vida, com os outros e conosco, são condições essenciais para que o ensino aconteça.
Pessoas abertas, sensíveis, humanas, que valorizem mais a busca que o resultado
pronto, o estímulo que a repreensão, o apoio que a crítica, capazes de estabelecer
formas democráticas de pesquisa e de comunicação, que desenvolvam formas de
comunicação autênticas, abertas, confiantes (MORAN, MASETTO e BEHRENS,
2007, p.62).
Os fundamentos acima estabelecem uma relação dialógica (FREIRE, 1997), propiciando tanto
ao estudante quanto ao docente o aprender a aprender,num processo colaborativo e coletivo de
produção de conhecimento, o que não pode ser diferente numa sociedade digital.
Para uma aprendizagem colaborativa se faz necessário reconhecer que sempre estaremos na
condição de aprendiz, reforçando a necessidade de termos como referência os 4 pilares de Delors
(1998) para o desenvolvimento da Educação do século XXI.
O primeiro pilar “Aprender a conhecer” ressalta a necessidade do prazer pelas novas e constantes
descobertas, curiosidade e espírito investigativo, compreendendo que o processo de aprendizado
não se finda, não é mnemonico e que aprender a conhecer é aprender a pensar.
101
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
“Aprender a fazer”, segundo pilar, relaciona-se ao “mão na massa”, a capacidade criadora do ser
humano, possibilitando uma ação empreendedora e efetiva na solução de problemas cotidianos.
Todos pilares integrados às competências desejáveis na cultura da convergência que são: jogo,
representação, simulação, apropriação, multitarefa, pensamento distribuído, inteligência coletiva,
juízo, navegação transmídia, trabalho em rede e negociação (JENKINS e ALEXANDRIA, 2009).
Representação
Jogo
capacidade de adotar Apropriação
capacidade de experimentar
identidades alternativas com a capacidade de interpretar e
formas de aprendera solucionar
finalidade de improvisação e remixar conteúdo de mídia
problemas
descobertas
Juízo
Navegação transmídia
capacidade de avaliar a Trabalho em rede capacidade
capacidade de acompanhar o
confiabiliddade e a de pesquisar, sintetizar e
fluxo de histórias e informações
credibilidade das diferentes divulgar informações
em diferentes mídias
fontes de informação
Negociação capacidade de
viajar de diversas comunidades,
percebendo e respeitando as
várias perspectivas e
entendimento e seguindo as
normas alternativas
102
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
Atualmente, este conceito foi ampliado favorecendo o uso de diversos recursos didáticos,
apoiados pela tecnologias digitais, integrados ao currículo. O modelo de rotação tem sido o mais
utilizado, com foco no uso da avaliação como recurso para a personalização, configurando-se
em diferentes espaços de ensino-aprendizagem, dentro ou fora da sala, alternando de acordo
com a orientação para estudo.
No livro “A Estrada do Futuro”, escrito por Bill Gates, destaca-se a importância das redes para o
contexto escolar, em especial, para os indivíduos que não tiveram a oportunidade de estudar
nas melhores instituições de ensino ou no tempo indicado para cada faixa etária. Estudantes
conectados na sua residência e escola, com pessoas de outras culturas, criando documentos
eletrônicos, exigindo uma nova postura dos professores .
103
AULA 5 • O Uso dos Recursos Digitais na Educação
»» E-mails – também conhecido como “correio eletrônico”, possibilita uma discussão textual
assíncrona, entre no mínimo duas pessoas, propicia a troca de arquivos variados e uso
de emoticons e gifs; Como ferramenta educacional, o email é utilizado para a troca de
mensagens pessoais, entre alunos, entre professores e alunos, entre escolas, e sobre os
assuntos mais variados, como: trocar informações sobre os tipos de vegetação, estudo da
arte pré-histórica, entre outros. Utiliza-se para a participação em projetos educacionais
e cursos de educação à distância.
»» Videoconferência – permite o diálogo em tempo real com vídeo, áudio e muitas vezes o
uso de texto. No contexto educacional pode ser utilizado para a organização e realização
de grupos de estudos, apresentação de seminários, aulas e entrevistas, entre outras ações.
Ao longo da conversa pode ser realizada enquetes, apresentação de imagens e vídeos,
bem como a construção de textos coletivos.
104
O Uso dos Recursos Digitais na Educação • AULA 5
entre muitos outros. Mesmo com todas as oportunidades paa o aprendizado se faz necessário um
monitoramento do uso da web entre as crianças e jovens, selecionando o conteúdo adequado
a faixa etária e conversando sobre os temas mais relevantes para a formação ética do individuo.
Sintetizando
»» A linguagem digital altera o aspecto linear do texto impresso, possibilitando a interpretação da informação em múltiplas
mídias, facilitando a compreensão de conceitos e conteúdos.
»» Pela web podemos conhecer diversos locais sem sair do espaço físico em que digito, pesquisar e consultar bancos de
dados virou parte da rotina, as páginas “hipermidiáticas”, possuem vídeos e imagens integrados, muitas vezes, realizam
transmissão ao-vivo.
»» Os novos aplicativos e softwares reconfiguram o modo como lemos e acessamos as informações. A estrutura da linguagem
digital possibilita que saltemos entre os dados, podemos escolher o caminho mais interessante para navegar.
»» Percebe-se que a história da informática se entrelaça com a história da humanidade, sendo a própria ciência da
informação.
»» Para uma aprendizagem colaborativa se faz necessário reconhecer que sempre estaremos na condição de aprendiz,
reforçando a necessidade de termos como referência os 4 pilares de Delors (1998).
105
EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
AULA
6
Apresentação
Nas unidades anteriores estudamos a importância das diversas tecnologias para o desenvolvimento
da humanidade, em especial, no contexto educacional. Percebemos que nos conectando, por meio
das relações e junções diversas com o meio, as pessoas e as ferramentas disponíveis, ampliamos
a nossa capacidade de compreender todas as dimensões da realidade (MORAN, 2007).
Assim aprender on-line é uma realidade cada vez mais reconhecida e praticada pelas pessoas,
seja numa rápida pesquisa no “google” aos cursos organizados e sistematizados oferecidos a
distância. Com características distintas do aprendizado realizado via correspondências, rádio e
TV, meios unidirecionais, a educação a distância (EaD) via web conecta docentes e estudantes
de forma síncrona e assíncrona.
106
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Tem sido um longo caminho de conquistas e desafios para alcançarmos os benefícios que
usufruímos hoje, bem como as desvantagens que também fazem parte desta história. E, nesta
unidade, conheceremos que a educação a distância (EaD) não é algo novo, sua prática é antiga, e
que o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação influenciaram diretamente
a organização, oferta e mediação.
Após uma viagem histórica, para que possamos entender o movimento de construção da EaD no
território nacional, refletimos sobre os papeis do estudante, do docente e da própria instituição
de ensino neste novo cenário educativo.
Objetivos da Aula
Provocação
A partir dos seus estudos, leituras diversas e o fragmento de texto acima, reflita sobre “ o que é uma educação a distância? “,
“quais personagens compõem este sistema de ensino aprendizagem? “, “quais recursos tecnológicos são utilizados?”, “como
se aprende na EaD”?
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional (9394/96) vigente, a Educação
brasileira é organizada em duas modalidades, presencial e a distância. Atualmente, todo indivíduo
possui experiência no ensino presencial, conhecido como convencional, utilizado nos cursos
regulares.
107
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Educação a distância (EaD) é a uma modalidade de ensino que tem como característica o uso
de tecnologias para mediar o processo ensino e aprendizagem, possibilitando que estudantes
e professores estejam distantes fisicamente mas que possam interagir por meio dos recursos
oferecidos (MORAN, 2007).
Separação física
entre docente e
estudante em A separação do (a) estudante de um
quase todo o grupo de aprendizado presencial
desenvolvimento
do curso
A organização da
oferta de um curso
ou projeto por uma
O uso de diversas e variadas Instituição,
tecnologias e mídias para a contendo
distribuição do conteúdo planejamento,
recursos didáticos,
professores (a),
entre outros
Comunicação
bidirecional
(estudantes e
Encontros presenciais ocasionais com
professores
objetivo didático e de socialização
interagindo e
trocando
informações)
Outras características devem ser adicionadas às destacadas acima, pois fazem parte da essência
do desenvolvimento da modalidade, tais como: interatividade, auto estudo, possibilidade de
acesso a uma população mais ampla, flexibilidade de horários, alfabetização digital e trabalho
colaborativo.
108
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Saiba mais
A teoria da “distância transacional” foi organizada e apresentada a sociedade pelo pesquisador Michael Grahame Moore.
Para o autor a distância existentre entre o estudante e o docente não é apenas geográfica, também pode ser psicológica e
educacional. Esse espaço psicológico e de comunicação existente entre os dois parceiros no empreendimento educacional é
um espaço de potencial mal-entendido entre as entradas do instrutor e as do aluno.
<http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2002_Teoria_Distancia_Transacional_Michael_Moore.pdf<
No Brasil a EaD foi regulamentada pelo Decreto Lei no. 2.494 de 10 de fevereiro de 1988, pelo
Ministério da Educação, para Lemgruber (2007) o marco legal da expansaão da EaD no Brasil foi o
artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96), determinando que:
Figura 107.
Estas orientações possibilitaram uma nova normatização, mais detalhada, por meio do Decreto
5.622 do ano de 2005, que conceitua a EaD:
Lemgruber (2007) ressalta que este novo conceito foi um avanço em relação às legislações
anteriores, especialmente, em razão à especificação da necessidade de docentes mediando o
109
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Esta nova visão da EaD, no contexto nacional, possibilitou uma ressignificação das práticas
também do ensino presencial, originadas a partir da Portaria 4.059 do ano de 2004, nomeada
como a “Portaria dos 20%”, propiciando as instituições de ensino superior a oferta de disciplinas
na modalidade semipresencial, limitando a 20% da carga horária total do curso.
A Educação a distância tem sido configurada como uma ferramenta eficaz para a formação em
grande escala, possibilitando que num país continental como o Brasil, sem redução da qualidade
da oferta dos cursos, possam ofertar cursos que qualifiquem os indivíduos diante às necessidades
de cada região.
110
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
111
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Desde a década de 70, com as práticas de educação aberta (EA) na infância e nas Universidades,
que diversos teóricos seguem estudando esta temática. Nos dias de hoje, a Educação Aberta (EA)
é utilizada para conceituar os Recursos Educacionais Abertos (REA) com acesso popularizado
com a difusão da internet. Algumas características devem ser levadas em consideração ao se
definir uma “educação aberta” (SANTOS, 2009):
»» a liberdade do aprendiz decidir onde estudar, podendo ser de sua casa, do seu trabalho
ou até mesmo da própria instituição de ensino e/ou polos de aprendizagem;
Elenca-se outras definições importantes para a conceituação da “Educação Aberta” (EA), tais
como: aprendizagem centrada no estudante, criação e uso de materiais construídos pelos
aprendizes, não possui restrição ao acesso do estudante (sem exigência de formação mínima),
acesso aberto a repositórios de pesquisas públicas e softwares educacionais com código aberto.
112
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Posicionamento do autor
Existem múltiplas definições para “Educação Aberta”, no entanto, algumas características estão presentes neste conceito
e são apontadas por seus pesquisadores: são cursos flexíveis, atendem as necessidades individuais, são abertos a todos
participantes, são compostos por materiais disponíveis na web e gratuitos, o estudante tem autonomia para criar o seu
percurso de aprendizagem.
Diversas práticas da Educação Aberta (EA) contem seus primeiros registros na infância, datam
do ano de 1965, tendo autores que reforçam a educação socrática como a primeira prática de
“Educação Aberta” da humanidade.
Em 2007, com a Declaração da Cidade do Cabo sobre EA, o uso de recursos educacionais com
licença aberta torna-se uma prioridade para a ampliação do acesso ao conhecimento, engajando
professores e estudantes na produção, colaboração, adaptação dos recursos educacionais abertos
(REA).
113
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Saiba mais
O documento “10 o. aniversário da Declaração de Educação Aberta da Cidade do Cabo” destaca dez direções para fortalecer a
educação aberta no mundo.
A utilização dos REA originou as práticas educacionais abertas (PEA), conceituadas recentemente,
pois relatam a experiência de criação, uso e reuso dos REA. No cenário das PEA o que é significativo
é a abordagem pedagógica utilizada no espaço educativo que favoreceu e ampliou a vivência
da aprendizagem com o REA.
114
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
1951 – nasce a Universidade de 1956 – a Chicago TV College, Estados 1960 – na Argentina, nasce a
1968 – é criada a Universidade
Sudáfrica, atualmente a única Unidos, inicia a transmissão de programas Tele Escola Pri- mária do
educativos pela televisão, cuja influência do Pacífico Sul, uma
universidade a distância da Ministério da Cultura e
pode notar-se rapidamente em outras universidade regional que
África, que se dedica universidades do país que não tardaram Educação, que in- tegrava os
pertence a 12 países-ilhas da
exclusivamente a desenvolver em criar unidades de ensino a distância, materiais impressos à televisão
baseadas fundamentalmente na televisão Oceania
cursos nesta modalidade e à tutoria
1969 – no Reino Unido, é criada 1972 – na Espanha, é fundada a 1977 – na Venezuela, é criada a
1971 – a Universidade Aberta
a Fundação da Universidade Universi- dade Nacional de Fundação da Universidade
Britânica é fundada
Aberta Educação a Distância Nacional Aberta
1978 – na Costa Rica, é fundada 1984 – na Holanda, é 1985 – é criada a Fundação da 1985 – na Índia, é realizada a
a Univer- sidade Estadual a implantada a Univer- sidade Associação Europeia das implantação da Universidade
Distância Aberta Escolas por Correspondência Nacional Aberta Indira Gandhi
Todos estes acontecimentos registrados até a década de 90 nos mostram a adoção da EaD, bem
como seu aprimoramento, em todo o mundo. As experiências realizadas ao longo dos programas
de formação permitiram o desenvolvimento de novas práticas e princípios pedagógicos.
Em nosso país temos como registro a primeira ação em EaD em 1904, sendo um curso de
datilografia por correspondência divulgado na seção dos Classificados pelo Jornal do Brasil. A
partir deste momento uma série de programas foram sendo realizados com o intuito de formar
115
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
2004 – Proletramento e o
2008 – em São Paulo, uma Lei
Mídias na Educação são ações 2006 – entra em vigor o
2005 – é criada a Universidade permite o ensino médio a
que conflagraram na criação do Decreto n° 5.773, de 09 de Portaria no
Aberta do Brasil distância ( até 20% da carga
Sistema Universidade Aberta maio de 2006
horária)
do Brasil.
2011 – A Secretaria de
Educação a Distância é extinta
Fonte:ELMCLARRY (1998)
<http://elmclarrypage.weebly.com/uploads/4/7/8/9/47894473/6665143_orig.jpg>
116
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Em 1923, com a criação da Radio Sociedade Rio de Janeiro iniciaram as primeiras ofertas EaD
de cursos profissionalizantes, um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette-Pinto,
ofereciam cursos de Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia
e Telefonia. Com a boa aceitação da população Roquette Pinto, em 1934, fundou a Radio Escola
Municipal no Rio de Janeiro, nestes cursos caracterizados por uma nova organização didática,
os estudantes tinham acesso prévio aos encartes e ementas as aulas, sendo o principal contato
via correspondência.
Em São Paulo, no ano de 1939, iniciam as atividades Figura 111. Folheto Impresso do Instituto Rádio
Técnico Monitor.
do primeiro instituto brasileiro a disponibilizar
cursos profissionalizantes via correspondência,
Instituto Rádio Técnico Monitor, atualmente
conhecido como Instituto Monitor. Em seguida,
1941, um ex sócio do Instituto Monitor funda
o Instituto Brasileiro que também tem como
objetivo a oferta de cursos profissionalizantes.
Seu papel foi significativo para a formação de
indivíduos capacitados, alcançando o numero
de 4 milhões de pessoas que finalizaram o curso
e, ainda hoje, possui cerca de 200 mil estudantes.
Fonte: Radio Técnico, 1939.
117
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
As práticas em EaD vão sendo consolidadas por meio das ondas dos rádios e via
correspondência, possibilitando que o Instituto Brasileiro de Administração Municipal oferte
atividades na área da educação pública desenvolvendo-se por meio de correspondência. Ainda
em 1967, a Fundação Padre Landell de Moura funda seu Núcleo de Educação a Distância,
objetivando o constante estudo e organização de formação inicial e continuada em EaD, por
meio da metodologia de ensino por cartas e rádio.
Ainda pensando na inclusão dos jovens e adultos, com a crescente taxa de analfabetos e indivíduos
que não conseguiam continuar seus estudos, em 1971 o Instituto Padre Reus e a TV Ceará
118
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Em 1976, após a avaliação e sucesso das práticas com o suporte da televisão, criou-se o Sistema
Nacional de Teleducação, agregando o uso desta nova mídia ao material impresso básico para
estudo e leitura. Assim aumentam os interesses de estudo e uso da EaD em todo o território
nacional, especialmente, no ensino superior com o pioneirismo da Universidade de Brasilia,
com a veiculação de cursos por jornais e revistas, sendo considerada um marco para a EaD e
transformada em Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância (CEAD) em nosso país.
No Rio de Janeiro, em 1981, o Colégio Anglo Americano inovou fundando o Centro Internacional
de Estudos Regulares (CIER), oferecendo ensino fundamental e médio em EaD, para crianças e
jovens. O CIER possibilitou que as famílias brasileiras que temporariamente estivessem fora do
país, permanecessem estudando pelo sistema educacional brasileiro.
Da década de 90 até o ano 2000 iniciativas com o foco em transmissão televisiva e via satélites são
desenvolvidas como práticas em EaD. No Rio de Janeiro, organiza-se a MultiRio (RJ), que possui
um papel crucial na produção e distribuição de conteúdos no cenário educacional brasileiro,
incluindo um canal com vídeos e programas construídos por professores e estudantes da rede
municipal de ensino.
119
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Superior a Distância, consórcio que reuniu 70 instituições públicas do Brasil, por meio da oferta
de cursos a distância. Neste mesmo ano,no Estado do Rio de Janeiro, origina-se o Centro de
Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ),oferecendo cursos de graduação,
pós-graduação e extensão.
Gerações de EaD
Provocação
O breve histórico da EaD no Brasil e no mundo, estudado no tópico anterior, nos possibilita afirmar que as Tecnologias da
Informação e da comunicação foram essenciais para o desenvolvimento das ações a serem implementadas, favorecendo a
comunicação e interação entre as pessoas. Moore & Kearsley (2007) organizam a evolução da EaD em cinco gerações.Retorne
ao tópico anterior, olhe a linha do tempo, e tente organizar a EaD por geração, como você organizaria?
A primeira geração, também conhecida como geração textual, tinha como caraterística o uso de textos
impressos via correspondência, conhecidos como tecnologia independente, que não necessita de
recursos eletrônicos ou elétricos para o seu funcionamento. Os cursos utilizavam os correios para
envio do material, exercícios e até mesmo avaliações. Destaca-se o baixo nível de interatividade,
no entanto, como estratégia pedagógica democratizou o acesso a educação a uma população
desfavorecida socialmente. A interação do estudante com o professor é unidirecional caracterizada
por um “distanciamento espacial e temporal”, configurando numa distância transacional repleta de
desafios e dificuldades.
120
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
A segunda geração iniciou-se com a popularização do uso do rádio e da TV, ampliando o acesso
a EaD e a estes recursos. Por ser uma nova fase também foram aprimoradas as estratégias
pedagógicas, adaptadas ao meio radio e tv, consideradas tecnologias dependentes por necessitar
de vários recursos elétricos ou eletrônicos para o seu desenvolvimento. Novas ferramentas foram
introduzidas nesta geração, muitas delas ainda utilizadas atualmente, tais como: fita k-7, telefone,
caderno de estudos, apostilas, fitas vhs. Os cursos também considerados multimidiáticos eram
ofertados com um mix de recursos, reunindo as tecnologias da informação e da comunicação
disponíveis. Nesta geração a relação do professor com o estudante começa a se estabelecer de
forma bidirecional e síncrona por meio do uso do telefone, especialmente.
A geração das Universidades Abertas, denominada como a terceira geração, surgiu na Europa em
1969 na Inglaterra com a Bristish Open University. Com maior interatividade, os cursos foram
planejados com menor custo para estudantes não universitários mas como ênfase na qualidade.
Uma multiplicidade de recursos e estratégias pedagógicas eram utilizados para assegurar a relação
estudante-professor, bem como o processo ensino- aprendizado, tais como: conferências via
telefone, transmissão por rádio, orientação via correspondência, fitas k7 e vhs com gravações, kits
para experiência em residência, disponibilização da biblioteca e infraestrutura da Universidade
para encontros presenciais (principalmente nas férias).
Vermeersch (2006) destaca que nesta geração o diálogo é compreendido como uma interação
construtiva, sendo favorecido pelo uso das TIC, evitando o isolamento e propiciando a construção
de uma comunidade real de aprendizagem. refere-se a três tipos:
121
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
»» Diálogo direto – conversa em tempo real ou assíncrona com o próprio estudante (via
email, telefone, fórum, entre outros).
A última geração, conhecida com a geração internet, destacou-se pela aprendizagem flexível. São
os cursos ofertados atualmente, baseados na web, com materiais digitais e ambiente virtual de
aprendizagem. Estas tecnologias surgem para superar a sensação de “distância” ainda existentes
entre os professores/tutores com os estudantes, propiciando aprendizado em colaboração,
estratégias blended (ora presenciais ora a distância, os famosos cursos flex), aulas ao vivo,
aulas gravadas e disponíveis via web, bem como o uso de ambientes não estruturados para a
aprendizagem formal para o desenvolvimento de formações diversas (exemplo: as mídias sociais).
Provocação
Será que existe um típico estudante de EaD? E será que existe um docente com perfil para EaD? Existem competências e
habilidades necessárias para o estudo EaD? Antes de começar a leitura pense nestes questionamentos.
122
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Até a década passada o perfil do estudante em EaD era de adultos com vidas ativas, compromisso
familiares e profissionais, com objetivos claros de aprendizagem, sem estudo formal há muitos
anos, pouco acesso a bibliotecas ou outros recursos acadêmicos e pouco tempo para estudo
(ARETIO, 1996; FIORENTINI, 2003).
»» Diminuição da curiosidade.
No entanto, alguns atributos essenciais devem ser ressaltados: disciplina e organização, foco,
proatividade e facilidade com internet. O estudante que opta estudar na EaD deve buscar
ferramentas para a organização do seu estudo, levando em consideração as destacadas pela
Instituição de ensino, deve ter acesso a web e saber basicamente navegar por ela, ter noção
123
AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
básica de uso dos editores de textos para participar nos fóruns e construir seus trabalhos no
computador/tablet, autonomia é a palavra chave para a sua atuação no curso.
124
Educação Aberta e a Distância • AULA 6
O estudante na educação em rede deve ter múltiplos papéis: persistente, organizado, autônomo,
ter iniciativa, ser flexível e tenaz.
E para acompanhar este novo ritmo de estudante que surge com a sociedade digital, em especial,
a EaD, se faz necessário novas competências docentes para a mediação do processo ensino
aprendizagem, num contexto multimidiático e flexível.
Para Moran (2007, p. 30) o professor na EaD atual tem como papel ser “o orientador/gestor
setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a
emocional e a gerencial”. Novas competências surgem num cenário mais desafiador, cabendo ao
educador ser um constante pesquisador e provocador, aprendendo e ensinando num processo
que se retro-alimenta, sendo um orientador de percursos, que para Moran (2007):
Mediador Intelectual
Mediador gerencial e
comunicacional
Sabendo que o “orientar” configura-se no principal papel do docente, neste novo contexto de
ensino, “mediar” assume uma ação de possibilitar o estudante construir com autoria o seu
caminho acadêmico, tendo um profissional com mais experiência em determinado conteúdo
mas que o permite inovar, aprendendo juntos.
Para Moran (2007) o professor orientador/mediador intelectual é aquele que auxilia o estudante
a selecionar as informações relevantes, possibilitando que estas tornem-se significativas,
compreendendo-as e avaliando sua aplicação prática e conceito ético. O professor orientador/
mediador emocional tem como principal papel motivar e incentivar o estudante a ser a sua melhor
versão, propiciando que com equilíbrio, possa se fortalecer diante os desafios superando-os com
autenticidade, também deve promover situações de aprendizagem que provoquem empatia entre
a comunidade de aprendizagem. O professor orientador/mediador gerencial e comunicacional
tem como competência central ser a ponte entre o estudante e o ambiente institucional, auxilia
no planejamento e suporte tecnológico, organiza grupos de pesquisa, orienta o processo de
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Educação Aberta e a Distância • AULA 6
Considera o aluno como adulto, ou seja, busca propostas pedagógicas destinadas a esta faixa etária
(andragogia). Está sempre lendo e pesquisando novas formas e meios de desenvolvimento do
estudante, com ênfase na aquisição de habilidades e competências, não somente a memorização
do conteúdo. Desta forma facilita a relação do indivíduo com as ferramentas tecnológicas,
promove a reflexão e questionamentos desafiadores linkados com o mundo real.
As competências e habilidades para o século XXI, que podem ser compreendidas também
na perspectiva do estudantes, envolvem três domínios cognição, interpessoal e intrapessoal,
promovendo os “4 Cs”: colaboração, comunicação, criatividade e pensamento crítico.
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AULA 6 • Educação Aberta e a Distância
Sintetizando
»» De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional (9394/96) vigente a Educação brasileira é organizada
em duas modalidades, presencial e a distância.
»» Educação a distância (EaD) é a uma modalidade de ensino que tem como característica o uso de tecnologias para mediar
o processo ensino e aprendizagem, possibilitando que estudantes e professores estejam distantes fisicamente, mas que
possam interagir por meio dos recursos oferecidos.
»» A Educação a distância tem sido configurada como uma ferramenta eficaz para a formação em grande escala,
possibilitando que num país continental como o Brasil, sem redução da qualidade da oferta dos cursos, possam ofertar
cursos que qualifiquem os indivíduos diante às necessidades de cada região.
»» Ao longo da história da humanidade a EaD sempre esteve ligada as tecnologias da informação e da comunicação (TIC)
de cada época existem registros que consideram as primeiras ações desta modalidade de ensino realizadas por meio de
correspondências.
»» A “Educação Aberta” (EA) apresenta as seguintes características: aprendizagem centrada no estudante, criação e uso de
materiais construídos pelos aprendizes, não possui restrição ao acesso do estudante (sem exigência de formação mínima),
acesso aberto a repositórios de pesquisas públicas e softwares educacionais com código aberto.
»» O estudante na EaD deve desenvolver os seguintes atributos: disciplina e organização, foco, proatividade e facilidade
com internet, buscando ferramentas para a organização do seu estudo, levando em consideração as destacadas pela
Instituição de ensino, deve ter acesso a web e saber basicamente navegar por ela, ter noção básica de uso dos editores de
textos para participar nos fóruns e construir seus trabalhos no computador/tablet, autonomia é a palavra chave para a sua
atuação no curso.
»» O professor na EaD atual tem como papel ser “o orientador/gestor setorial do processo de aprendizagem, integrando de
forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial”.
»» As competências e habilidades para o século XXI, que podem ser compreendidas também na perspectiva do estudantes,
envolvem três domínios cognição, interpessoal e intrapessoal, promovendo os “4 Cs”: colaboração, comunicação,
criatividade e pensamento crítico.
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