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eRe PCL ea Ula ACT 4 Beery ert (oe Correa tsicelte teeters tts a Engenharia de Minas € a arte de trans- formar em riquezas aquilo que a natureza di pos na terra. E ela que possibilita o aproveita- Arthur mento dos recursos minerais de forma que os mesmos possam gerar os produtos que a huma- PGE oyeceeay rete aacete nore tte into Chaves eed Neste sentido, consideramos que um dos ramos mais importantes dentro da Engenharia NUIT oreeloy eet once any Frat sales tee) apenas por sua abrangéncia ¢ complexidade, Pearce evenlionamretonce troror tale) metntoe errs Paes eutectic RecN tony rae ser es erert one mar teri Resecinesriretcire) WTS Carre’ Este é exatamente o tema deste livro do Prof. Arthur Pinto Chaves e varios colabora- dores: uma abordagem das diversas dreas do Tratamento de Minérios, indo desde concei- esr rseonc en sete iretonettntn eerie tesa ea tercorcter teeter tne Repair Me VsE MeCN Eee Cpe tcatehersse Vefect Evid Riovatietetera rere tn eit i Parr AP r le Pama] TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS VOLUME 2 ARTHUR PINTO CHAVES E COLABORADORES 2004 28 EpIcAo REVISTA E AMPLIADA) ESTA EDIGAO CONTOU COM © PATROCINIO DE metso minerals signus/miineral EpicAo Franctsco E. Atves REVISAO Diana dé Ouiveira Aves ProGRAMAGAO VISUAL SeRcro pe OuvelRa Eprrora¢Ao ELETRONICA Marcio Yosuipa Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chaves, Arthur Pinto, 1946- ‘Teoria ¢ prética do tratamento da minérios / Volume 2 Arthur Pinto Chaves. —2. ed .— Sdo Paulo : ‘Signus Edltora, 2004, ISBN 65-87803-18-2 Varios cotaboradores. Obra em 3. Bibliograti 4. Mingrios -Tratamento |. Titulo 96-1183 c00-622.7 indices para catélogo sistematico: 4, Minérlos : Tratamento : Engenharia de minas 6227 2. Tratamento de minérios : Engenharia de minas 622.7 Indice - Volume 2 | vesaguumentoNectnio Introdugao Métodos gerais : Ciclones desaguacores......... Classificador espiral. Dimensionamento de classificadores espiral .. Regime de classificagao Regime de corrente Cone desaguador Centrifugas Peneiras Peneiras vibratérias horizontals Peneiras estacionérias... Peneiras Derrick Pilhas desaguadoras Silos desaguadores... Exercicios sobre desaguamento Referéncias Bibliograficas Espessamento Descrigao do Equipamento Equipamentos semelhantes Mecanismos do Espessamento Fundamentos Fendmenos que ocorrem no espessamento ‘Tratamento Teérico Dimensionamento de Espessadores Ensaio de espessamento Calculo de espessadores.. Coe e Clevenger Kyneh ou Talmage e Fitch Zona de compressao Regra das 3 ft Wilhelm e Naide (22) Comparacao entre os métodos Considerac Pratica Operacional..... Espessadores de Lamelas e Super-Espessadores.... Espessacor de lamelas. Super-espessadores Exercicios sobre Espessamento Referéncias Bibliograficas Filtragem Introducao e Definigoes Descricéo dos sistemas Descrigéo dos Equipamentos Filtros de Discos (figura 5) Filtro Plano ou de mesa (figura 8) Filtro de Tambor (figura 9) Filtro de Correia (figura 11) .. Filtro-prensa Mecanismo de Filtragem Meios filtrantes Dimensionamento de Filtros Projeto de Instalacdes de Filtragem Pratica operacional. Exercicios sobre Filtragem Referéncias Bibliograficas ..... Reagentes Auxiliares Reagentes Auxiliares ..... Floculantes e coagulantes Produtos Quimicos Utilizados como Floculantes .. Auxiliares de Filtragem.... Preparagio, dosagem e adicao de reagentes Referéncias Bibliograficas ...... - 120 122 me 126 127 131 132 134 135 141 . 143 149 158 . 158 162 173 175__ 176 176 180 182 183 186 Aspectos Tedricos de Filtragem e Desaguamento Aspectos Teoricos da Filtragem e do Desaguamento ..... 190 ‘Aspectos Fluidodinamicos - Fendmenos de Superficie Acio dos produtos quimicss.... Referéncias Bibliograficas Desaguamento Mecanico Arthur Pinto Chaves Domingos Savio Borges de Queirés Geraldo da Silva Maia Luiz. Antonio Fonseca de Barros Ronaldo de Moreira Horta Introducao O objetivo das operacdes de desaguamento 6 reduzir a umidade de produtos de outras operacdes unitérias de tratamento de minérios para a sua utilizacao final (venca) ou para atingir as condicoes exigidas elas aperacdes unitarias subsequentes. Este ¢ 0 caso, para exemplifi- car, doadensamento de produtos de moagem em circuito fechado {over- flows de classificadores espiral) antes do condicionamento, au doaden- samento cla alimentagao de filtros. ‘Varios equipamentos podem ser e sao utilizados para esta opera- 40: peneiras vibrat6rias horizontais, peneiras DSM, classificaciores espi- tal, cones desaguadores, ciclones desaguadores, pilhas e silos de dre- nagem. As centrifugas, embora de uso freqiiente na industria quimica, sio praticamente restritas as indstrias do carvao e do caulim. Os equi- pamentos mais extensamente utilizados sao os espessadiores e os filtros a vacuo, que merecerao por isto atencao especial. Estas operaces sao também muito utilizadas na inddistria qui- mica e na metalurgia extrativa onde, em geral, o produto de interesse € a fase liquida, ao contrario da indtistria mineral, onde o interesse esta sempre centrado na fase sélida. importante distinguir claramente, cesdle ji, desaguamento e secagem: no desaguamento, apenas métodes mecanians sao utiizados, e resta sempre alguma umidade residual no minério ou concentrado, ao passo que na seca- gem utiliza-se o calor eo objetivo 6 umidade final zero ou préximo disso. (Osmétodos de separacio solido-liquicio, ou, no nosso caso mais espe- cificamente de cesaguamento, podem ser classificados cle duas formas: “pelo movimento relativo das fases: 0 s6lido move-se através do liquido em repouso, o que se denomina decantacao, e cujo exemplo mais marcante € 0 espessamento; ou o liquid move-se através de uma fase s6lida estacionaria, como ocorre na filtragem ou na drena- gem em pilhas ou silos ou, ainda, em peneiras: * pola utilizacéo de forcas auxiliares a separacao: gravitacionais, centrifugas, de pressao ou vacuo. AS definicées cle umidade e porcentagem de sdlidas, bem como os conceitos de balancos de massas e de agua, si consideradlos basi- cos ¢ fundamentais para o entendimento dos assuntos aqui expos- tos. Eles esto apresentados no capitulo “Nocées Basicas” (primeiro volume), que deve ser consultado em caso de dtivida. Lembrar que estaremos usando sempre a unidade calculada em base seca. 2 Métodos gerais Arthur Pinto Chaves Domingos Savio Borges de Queirtis Geraldo da Silva Mata Luiz Anténio Fonseca de Barros Ronaldo de Moreira Horta Ciclones desaguadores Os ciclones desaguadores sao os mesmos ciclones utilizados para a operacao de classificag4o. O controle do desaguamento ¢ feito pela tegulagem do apex que, ao contrarin da pratira clo regime de classi- Ficagao. deve estar estrangulado, As condicdes que regem o funcionamento do ciclone fazem com que as particulas sélicias que se dirigem ao underflow s6 pos- sam sair pela abertura inferior, o apex. Devido a sua massa indivi- dual relativamente elevada, é impossivel para estas particulas se- rem arrastadas pelo vortice ascendente e sairem pelo overflow. Desejancio-se obter o desaguamento, o que se faz é estrangu- lar esse ori particulas sélidas continuam saindo por ele, mas como a seccao do orificio foi reduzida, a capacidade de vazdo atra- vés dele também 0 6. Como as particulas s6 podem sair por af, parte da agua jé nao pode passar e tem que sair pelo overflow. Para que a mudanga na relacao de diametros (d,/d,) nao afete a particao, pro- cura-se trabalhar em pressdes inferiorés aquelas necessdrias para uma boa classificagio (a velocidade do vértice ascendente — e, conse- qiientemente, a sua capacidade de arrastar particulas maiores — funcao direta da pressao de alimentacao no ciclone). ‘Uma boa operacao de desaguamento exige que a descarga do underflow seja do tipo cordao, como mostrado na figura 1, ao con- trario da descarga tipo spray (tipica da classificacdo), mostrada na mesma figura. Passando-se da descarga tipo cordao paraa descarga _ tipo spray, deixa cle ocorrer 0 desaguamento e o processo passaa ser de classificacao. E TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 Figura 1 - Descarga de ciclones A pratica operacional do desaguamento em ciclones conta, entao, com os recursos de baixar a pressao da alimentagao e de re. duzir o diametro do apex. Para esta ultima aco, dois mecanismos sao adotados: ~ insercdes dentro do orificio do apex, com o diametro ade- quado, como € feito com os ciclones fornecidos pela AKW e most do na figura 2 Figura 2 - Inserg6es no apex do ciclone ~ dispositivos de regulagem do diametro do apex mediante ar comprimido, como é feito pelos ciclones Krebs e mostrado na figura 3. ~ apexes de borracha, apertaveis por bracadeiras. Figura 3 - Apex de regulagem pneumatica Todos os dlispositivos, entretanto, exigem superviséo constan- te e manutengao periddica, pois o desgaste do apex é intenso. Os operadores devem ser orientads e, se necessario, disciplinados para ‘manter as condicées operacionais exigidas. ACVRD, em Vitéria (ES), utiliza gabaritos de madeira torneada para a verificagao periddica do diametro dos apexes dos ciclones desaguadores, E uma pratica in(eligente, que tivemos a oportunidade de aplicar em pre-operagao de novas unidades e em partidas apés paradas programadas. Ciclones desaguam muito bem até diluigdes de 75% de soli- dos em peso (correspondente a 33% de umidade, base seca) e como preparacao para operagbes subseqiientes de condicionamento, se Paracéo magnética, espessamento ou filtragem. Eles nao competem com espessadores, mas podem somar-se a eles. Um bom exemplo de operacao conjunta ciclone/espessador pode ser encontrado na antiga Fosfertil, em Tapira (MG), onde o concentrado fosfatico, obti do por flotagao, é remoido em circuito fechado com ciclones. Para atender as condicées do transporte por mineraduto, 0 overflow do circuito fechado de moagem deve ser adensado a 61 % de sdlidos Isto é feito numa bateria de ciclones, cujo underflow é alimentado diretamente aos tanques de homogeneizacao da alimentacao do mi neroduto, enquanto que o overflow dos ciclones é espessacio em es- pessaclor e misturado ao underflow dos ciclones nos tanques de ho- mogeneizacio da alimentarao do mineroduto. Em qualquer operacao de desaguamento em ciclones havera sempre alguma perda de particulas sdlidas no overflow. Por isto, a sua aplicacao fica restrita aos casos em que esta percia nao seja pre- judicial aos objetivos do processo ou quando, como no exemplo dado acima, seja possivel a sua recuperacao posterior. ‘Teorta & PRATICA DO TRATAMENTO DE MinéRios - VOLUME 2. A figura 4 (extraida de 1) mostra a regulagem adequada do apex, em fungao de descarga de sdlidos através dele, para se obter as diluigdes desejadas no underflow. Capaciiade de descarga de clos pelo apex (sh, densidad 2.65) | I] (eenetej0) xade ap onoupa | Figura 4 - Curvas de capacidade aproximada dos apexes (apud Krebs) ~ para sélidos com densidade 2,65 Muito freqitentemente os ciclones de desaguamento trabalham a0 tempo. Aparentemente, isto é prejudicial aos ciclones de poliure: tano: eles trincam quando expostos 4 luz solar (além de "melarem’ quando ficam muito tempo sem uso). Uma observacao de campo interessante ¢ a de que, nestas condicdes, eles trincam com facilida- de e, mais ainda, que a trinca comega sempre na logomarca estam- pada no ciclone *. * SILVA, Elias - CVRD, Mariana, comunicagdo pessoal 6 DasaGUAMENEO. Classificador espiral O sucesso dos ciclones como equipamento de classificagéio e desaguamento tem feito os classificadores mecanicos (espiral, de rasteio, de arraste e tambor Hardinge) perderem espaco para eles, Isto é lamentavel. pois estes equipamentos tém caracteristicas van- tajosas, em muitas aplicacées. Especialmente em instalacoes de pe- queno e médio porte, sio ainda muito utilizados. No Brasil, 0 classi- ficacor espiral (também referido na literatura como Akins) é 0 mo- delo de uso mais difundido, merecendo destaque na indtistria do beneficiamento de minério de ferro (neste caso, usinas de grande porte), que tiram proveito da diferenca cle densidade entre hematita e minerais de ganga para obter concomitantemente a classificagao 0 adensamento e um enriquecimento em ferro, muitas vezes suficien- te para fornecer um sinter feed acabado (2,3). O desaguamento no classificador mecanico ocorre porque o underflow ¢ arrastado ao longo do fundo do classificador e, quando sai do banho e comega a subir a calha, permite que parte da égua contida escorra calha abaixo. Desta forma, consegue-se descarreg lo com uma porcentagem de sdlidos entre 65 € 75% (54 e 33% de umidade). Trata-se, portanto, de um excelente desaguador; de baixo cus- to operacional, e em certos ramos, como no de areia para construcao civil, tem uso extensivo. Nesta aplicacao fornece ainda a areia desla- mada (“areia lavada”), 0 que é uma vantagem adicional para o con- sumidor final, Para esta aplicacao especifica - desaguamento -, da mesma for ma que com os ciclones, ndo se pode pretender uma boa classifica- cao. Para diminuir a perda de finos no overflow, utiliza-se a imersao maxima da rosca (imersao de 150%), o que ainda traz a vantagem de aumentar a area de classificacao (“pool area”). Os fabricantes fornecem modelos mais longos que o padrao, que dao um percurso maior para o underflow e, conseqiientemen- te, melhor desaguamento. Nesta aplicacdo, é de toda a convenién cia trabalhar com a maxima inclinacao do classificador, 3°"/ft (61%), Em alguns portos de areia utilizam-se ainda jatos d'agua para lavar 0 underflow e reduzir ainda mais 0 contetido de lamas da areia lavada. Isto pode parecer um paradoxo - jogar agua para aumentar a retiada de agual - mas funciona, principalmente por- que diminui o arraste das lamas, que sao as principais portadoras de umidade no minério. ‘TeoRIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MineRios - VoLUME 2 Dimensionamento de classificadores espir: Regime de classificacao O dimensionamento de classificadores para desaguamento ¢ feito pela capacidade de transporte de underflow. As tabelas 1, 2 3, bem como a figura 5, foram adaptadas pelo Prof. Dr. J. Re- nato B. Lima a partir dos dados de catdlogo de um dos fornece- dores de classificadores (4). Diferentes fabricantes costumam for- necer capacidades diferentes para equipamentos de mesmo ta- manho, funcao, por exemplo, do passo das espirais. Veja-se a fi- gura 6 (6), que fornece os mesmos valores dados na tabela 2, Este fabricante informa que ela foi construida a partir de classificado- res operando em circuito fechado, com 400% de carga circulante. Para outras condicées, a capacidade de transbordo de overflow deve considerar 0 multiplicador apresentado na tabela 4 (5). Clas- sificadores duplex tém 0 dobro da area mostrada na tabela 2. To- dos os valores fornecidos se referem a material com densidade 2,65. Para materiais diferentes deve-se usar a correcio de capaci- dade fornecida pela figura 5. ‘Tabela 1: Capacidade de transbordo de overflow, dia- metro de corte e % de sélidos no overflow para classifi- cadores espiral a, d,, capacidade de transbordo % sélidos no (malhas"Tyles) qua) (ony overflow 20 8x3 408 45 28 589 0358 40 35 a7 oser 35 8 295 0.279 2 65 208 0237 30 100 17 0175 2» 180 105, os 18 200 u 0.075 15 Diametro da espiral(") Tipo de tanque a4 reto = “straight” = ST médio - MF largo- FF 30 ST MF iF 36 st MF FF a st MF FF 48 st MF FF 54 ST MF IF Cy st MP TF 66 ST MF F n st MF FF 6 st ME FF 84 st MF TF MODELO 100MODELO 125 MODELO 150. | 20-654 307i Ml 187 14 214 239 268 30.4 340 38,1 416 465 52.3 535 60,1 676 670 5A 85.1 834 936 1056 1003 1129 1214 N84 1334 151.0 1385 156,3 1169 160.2 1814 2055 ee 35-1508 Buy 193. 224 259 29,1 35 400 416 488 STA 56,5 664 78.0 29 860 101.2 12 1079 1269 1133 1338 1978 13655, 161.5 190.4 161.5 1914 228.2 188.4 2243 264.6 276 2590 306.7 65-325 Bi 250 300 359 380 454 554 td 66,2 79.7 BI 89.8 108.4 95.0 1162 1408 ug 146,7 1719 Ma7 1808 2188 17 2184 265.6 209,8 2579 313.2 245.2 302,2 367.8 283.4 350.1 426.6 ‘TEORIA € PRATICA Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 10 ‘Tabela 3: Capacidade de arraste de underflow (uma es- piral por eixo = sp = "single pitch”) Diamewoda _ Capactdade Taina de Pottncta (HP) ‘espiral () (Wh) rpm spiral rotagio (rpm) (mordelo SP)" 2 10 5-16 2 30 Ww 5-13 a 6 35 on 3 a 48 35-9 3 48 a7 32-8 5 54 195 29-7 5 60 ma 25-65 18 6s 203 23-6 13 2 28 24-58 10 8 sus 2-5 10 a 37s 18-45 10 “0s fabricantes oferecemt também 2 ou 3 roscas por elxo (DP eTP).A capacidade de araste fica mullipticada por 2 00 3¢ para TP a potén cia deve ser mulliplieada por 15, 2 1.80 dis & sco ob E 075 Z 050 buN20 2530 8540 4,5 densidades Figura 5 - Correao das capacidades Granulometria (#) pee ease BB 28 1% sBlios no overtiow a5 eee ewe Descarga (124 est) Figura 6 - Capacidades de transbordo do overflow (5) Tabela 4: Multiplicador de capacidade de tr de overflow de classificadores espiral CIRCUITO CARGACIRCULANTE(%) — MULTIPLICADOR | fexhado 400 to = fevhado 300 = Fecha 200 fecha ino abecto 0 4 (aproximado) Ha que se prestar muita atencio aos limites de rotagao de cacla modelo. O limite superior é definido pela velocidade perifé- rica da extremidade da espiral e pelo desgaste abrasivo conse- qitente. Quanto maior o diametro da espiral, menor a rotacao maxima permitida. O limite inferior é uma limitagao mecanica do equipamento: as redugdes em classificaclores espiral s8o ex- tremas, obtidas com a utilizacao conjunta de correias em V, recu- tores ¢ coroa-e-pinhao e o valor apresentado na tabela 6 0 que se conseguiu ao fim do projeto mecanico. Regime de corrente Este mecanismo é descrito com aunxilio da figura 7, que mostra a descarga de overflow de um classificador espiral “straigth”, cuja largura é B. Sobre o vertedouro forma-se uma lamina d’agua de altura H. As particulas solidas que afundarem mais que H nio transbordarao e descarregarao pelo underflow. Portanto, a condicao limite para sair pelo overflow é afundar até sobre a borda Seja R o percurso que a particula percorre na horizontal desde o ponto de alimentacao até o overflow. Seja ra velocida- de horizontal do fluxo de overflow e v a velocidade com que a particula esta afundando na polpa. u ‘TeORIA £ PRATICA Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 Figura 8 Qualquer velocidade de um fluido é igual ao quociente da sua vazao (mh) pela seccao que ele atravessa. No caso, chamando a vazio de Q, e sendo a seccio atravessada pela lamina d'agua B.H podemos escrever que Q BH Substituindo r na equacao anterior oot Q__._Q RBH "RB area do pool ‘DESAGUAMENTO. De onde, rea do pool =-2-. Esta area é BR no classificador espiral exD*/4 no cone (ver figura 8) Outra demonstragéo compara os tempos necessdrios para a particula percorrer os percursos H e R respectivamente com veloci- dades v er: H t= Her ‘ R Sendo r=—9-— fica HQ Q RBH ~ area do pool Por exemplo: precisamos adensar um minério com 5%-25 lum e 15% - 40 pm. Se optarmos por um d,, dle 40 um, perderemos (idealmente) 15% da massa, mas teremos um adensamento mais répido e um equipamento menor do que no caso de termos opta- do por um d,,de 25 jim, situagao em que perderiamos apenas 5% da massa O dimensionamento consiste, entao, em escolher uma malha de classificacao suficientemente fina para que as perdas nao preju- diquem a recuperacao do minério. Para altas diluigoes, na pratica até 5% de sélidos, a lei de Stokes pode ser aplicada com razoavel preciso, Jé nas condi¢des reais. a velocidade de sedimentagio v de uma particula é funcao nao sé do diametro dessa particula, como também da viscosidade da polpa (presenca de argilo-minerais) & da sua densidade, e é afetada pela temperatura e pela porcenta- gem de sdlidos. em expressoes matemiaticas suficiente- mente precisas para traduzir o fendmeno. Este compromisso é mos- trado em dbacos como o da figura 9 (extraido de 4). B : TEORIA E PR&tICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 2 4, um) ‘ocGodedesedimertagso in). ied Figura 9 (apud 4) Para a utilizacdo deste abaco, entra-se com o diametro de cotte desejadio (d,.) na linha horizontal, até cruzar a curva da por- centagem de sdlidos com que se esté trabalhando. A vertical que passa por esse ponto da a velocidade de sedlimentagao nessas con- digdes. Isto vale para 20°C e materiais de densidade 2,65. Para outras temperaturas (com a temperatura variara a viscosidade da polpa) e densidades, devem ser feitas as correcées correspon- dentes. A correcao da viscosidade 6 0 inverso do quociente entre os dois valores, que podem ser encontrados nos manuais de Hidréu lica, e a corregao da densidade é ,-0,) Pa = Py) 2 P,) Cone desaguador O cone desaguador é um equipamento que teve extensa apli- cagao no inicio do século pasado e depois foi esquecido, muito pro- vavelmente devido & pressaio cos fornecedores de equipamentos al- ternativos, E uma pena, pois ele funciona muito bem e pode ser fa- cilmente construido em qualquer oficina de caldeiraria que tenha uma calandra de tamanho suficiente. E, portanto, uma excelente so- lucao de urgéncia ou emergéncia para o engenheiro tratamentista “4 que precisa desaguar uma polpa e nao tem outro equipamenten tempo para esperar pela sua aquisicao, = Os textos antigos (Richards, Gaudin e Taggart) de equipamentos mostraclos nas figuras 10 ¢ 11, cones Allen ¢ Caldecot O angulo do apex do cone varia conforme o corte desejado: 60% para. grossos e 40° para finos, em fungao da escoabilidade do underflow, O seu principio de funcionamento € 0 mesmo dos classificadores. de corrente -ndo confundir com o regime de classificacao por classificaca O National Coal Board inglés desenvolveu, no inicio da dé- cada de 80, um cone para uso especifico com carvao, que diz ser muito eficiente. A figura 12 (6) ilustra esse equipamento, com descarga tao adensada que pode ser manuseada por transporta- dor de correia. Keane (7) comenta que, para determinados mate- riais, especialmente argilas. este tipo de equipamento deve ser vantajoso, pois a densidade final atingida pelo seu underflow é funcao da pressao hidrostatica aplicada. O formato deste equipa- mento deve portanto ajudar, desde que os sélidos estejam flocu- lados. Trata-se da aplicagdo do mecanismo de sedimentacdo por fase, que serd estuclado adiante Centrifugas A caracteristica principal deste equipamento 6 0 uso da forca centrifuga, que atua sobre as particulas s6lidas (ou sobre © liquido, dependendo do projeto da maquina) com uma in- tensidade muito maior que no campo gravitacional e que pode ser multiplicada mediante 0 aumento da velocidade de rota cao. Tudo se passa como se o peso das particulas fosse multi- plicado por um fator maior que um, de modo que a decanta- ao das particulas no seio da massa liquida seja tao rapida quanto se desejar, ou, alternativamente, que se possa fazer se- dimentar particulas mais finas As operagdes podem ser descontinuas, semi-continuas e contfnuas. No primeiro caso, carga e descarga sao feitas com a centrifuga parada. Na operacao semi-continua, a operacao ainda 6 feita por bateladas, mas jé nao é mais necessario parar a maqui na para carregé-la e descarregé-la. Isto ¢ importante, do ponto de vista operacional, porque o grande consumo de energia é utiliza- do para elevar a rotacao da maquina até o valor de regime. Hi centrifugas utilizadas para a classificacao de particulas extremamente finas, como caulim para papel, que fazem também um adensamento, mas que nao serao consideradas aqui, onde se 16 ‘TEORIA E PRATICA Do TRATAMENTO DE MiNERIOs - VOLUME 2 Figura 11 - Cone Caldecott Figura 12 - Cone NCB (apud 6) objetiva apenas os equipamentos puramente desaguadores. Es tes pertencem a dois tipos principais. As centrifugas decantadoras sao usadas para clarificar ou es pessar polpas ou solugGes dilufdas (1 a 2% de sélidos). Um tam- bor gira em alta rotacao e a forca centrifuga empurra as particu- las sélidas para a periferia, de onde elas sao retiradas por meio de raspadores. O eixo do tambor pode ser horizontal, vertical ou inclinado e a operagao pode ser continua ou semi-continua 17 #ORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minénios - VOLUME 2 a costo alimentagio placa “node gerata | vasa (amas seca | | exigader ala toy descarga dos ce ‘fetes ‘olarenio . porto. sekcarga src daira oaks oho compartment _-_anvide compartimento domecanismo -vedagao “dedescarga Figura 13 - Mecanismo da Centrifuga (apud 8) As centrifugas filtrantes tm 0 tambor substituido por uma cesta de tela metdlica ou placa perfurada e ela € revestida com tela de tecido fino, de mado que a agua atravessa-a e é descarre gada como passante pela tela, enquanto os sélidos sao retidos, formando uma torta, caso da figura 13. Tais centrifugas funcio- nam entao, na realidade, como um filtro em que 0 vacuo ou a pressao tenham sido substituidos pela forca centrifuga. A de: carga da torta pode ser continua ou descontinua e é feita por raspadores ou mediante a aplicacéo de um movimento ritmico ao cesto, que faz com que a torta se movimente e seja descarre: gada, caso da figura 13 O consumo de energia é maximo quando a centrifuga esta acelerando e diminui consideravelmente quando a operacao esta em regime, porque nesta situacdo é necessdrio apenas vencer as perdas por atrito da maquina. A energia necessdria para acelerar uma centrifuga de raio r, descle o repouso até a rotacao N, pode ser calculada pela expressao: R DEesAGUAMENTO: P = 1341. 10°. m.r*. (2.0.N/60)*. (1/1), ou. P =147. 104. m. (@. N)*/ t. onde: P = potencia, em HP, m = massa total, em Kg (centrifuga + carga), r_=raio de giragdo, m, N=rpm, {= tempo de aceleracdo, em seg. As centrifugas utilizadas no desaguamento de carvao sao con- tinuas e do tipo de eixo horizontal. A figura 13 mostra um esque ma do equipamento fornecido pela Wemco: a cesta é de aco inox, usinada com precisio e balanceada, Existe um dispositive que trans- mite um movimento vibratorio ao eixo e faz a torta caminhar em direcao a descarga Os equipamentos destinados a utilizaco com carvéo manu- seiam material de 100# a 1/4”. Existem centrifugas de projeto es. pecial (“solid bowl") capazes de manusear materiais de 3258 a 3/8 A tabela 5, extraida de (9) fornece as capacidades das centrifugas fornecidas pela McNally. Este fabricante informa ter obtido remo- Ges de 75% da umidade inicial mediante o uso do seu equipamen- to e comenta que a capacidade de remogao da umidacle depende fundamentalmente da anélise granulométrica do material, espe- cialmente da quantidade de -28#. Tabela 5: Capacidades de centrifugas para carvao GRANULOMETRIA_UhDESGLIDOS —_UMIDADE SUPERFICIAL (9 A150 A250 rn 20-30 reid 160220 25-35 1x 130190 25-35 xo 570 5-45 verso Rs 180 50-60 8/8" x0 uss 65-75 1a" x0" no 15-85 19 ‘TeorIA PRATICA Do TRATAMENTO DE MINERIos - VOLUME 2 Peneiras Peneiras vibratorias horizontais Este equipamento, também conhecido como peneiras “low head”, tem uma faixa muito restrita em que funciona de maneira eficiente como peneira: 2% a 1/8" a seco e 244 a 48# a timido (ver Manual da Faco (10), p. 5-37). Fora desta faixa, sua eficiéncia é muito baixa. Esta desvantagem como peneira 6, entretanto, a causa do seu sucesso como equipamento desaguador: fora da faixa adequada, ela trabalha tao mal (como peneira). que deixa passar somente a dgua, mantendo todas as particulas sdlicias no oversize. As capacidades, quando trabalhando com carvao, so mostra das na tabela 6, extraidas de (8). Como sera visto no estudo de peneiras vibratérias (terceiro volume desta série), as peneiras vibratorias inclinadas tém o recurso de orientar a vibragéo (circular) no sentido pré-fluxo ou no sentido contra-fluxo. Neste segundo caso, o movimento do oversize é difi- cultado ¢ aumenta-sea eficiéncia de peneiramento, embora se dimi- nua @ vazao. Com peneiras horizontais nao possivel fazer isto. Inverter o sentido do movimento vibratorio retilineo faria com que © oversize se movimentasse no sentido oposto. O recurso para facilitar ou dificultar o movimento do oversize sobre a tela é, entdo, variar a inclinacao da tela. Com inclinagéo positiva (a favor do movimento do oversize), aumenta a velocidade deste. Com inclinacao negativa (descarga mais elevada que a ali mentagao), 0 movimento fica dificultado, No peneiramento isto se traduz por maior eficiéncia. No desaguamento, que é 0 nosso caso, se traduz por um desaguamento mais intenso. Desta forma, é mais correto, em vez de se distinguirem as pe- neiras em vibratérias *horizontais e inclinadas”, distingui-las em peneiras de movimento circular e retilineo. Portanto, a explicacao dada acima a respeito do excelente de- saguamento feito pelas peneiras "low head” fica meio simploria quan do se consideram as peneiras mais modernas com freqiiéncias mais eclevadas ¢ inclinagées diferentes dla horizontal. No volume terceiro desta série, discutindo 0 efeito da umidade sobre 0 penciramento, foi apresentada a figura 13, p. 546. Dele verifica-se que o peneira- mento é possivel até umidades da ordem de 4a 5 %, ou seja com material relativamente seco, e acima de 43 %, ou seja, jd com polpas Nesta faixa, que 6 a faixa em que trabalham as peneiras desaguado- ras, a égua presente entre as particulas faz com que o leito fique 20 Tabela 6: Capacidade de desaguamento de peneiras horizontais em t/h, onde A= largura da peneira, B =vazao maxima de jgua admissivel coma alimentacio, C= tamanho do carvao (adaptado de 8) ‘Desaguando carvao bitolado a 1/4” AB c . Rom SMxW TAY SU See 3 (10 60 6 75 8 MS 4 0 31 52a 5 30 108 ur x ua 162 oom is us 1s 180188208 7 40 6 70 is 1828427 510190 135, ws 248230285 ‘Desaguando carvao bitolado a 0,5 mm A oe o foe omit TGNG" NIA 1SRa3Ge AMAT 23M BUI A 5 : 60 65 nr) 4D 3B a1 % 1 5 uo at oo OTB OO mh 7 a yD Bg 8S Body 3ss0tag5st 2 ‘Desaguando carvao fino a 0,25 mm eee a : : : fom 1x0" x0" 3x0" SGOT xO" 6x0" x0" 30 35 0 2T 2 m8 420 8 2 8 2 mB 5 20 68 5h 5D Ot 6a oT m0 m4 8 78 m7 8 2 @ Ba 05 aq Desaguando carvao fino a 0,5 mm AB c fh omih 1x0" 2x0" 3x0" SNGNOY AMO Gx" Wao" 300 GT EY mB 4 mos © 2 @ 2 B&B Pr rn ) a ee 6 uo m0 BB 7 6 ow 1 10 | a1 ne) Bio ot) Desaguando earvao fino aT mm ae cc 7 fee ff omvh 1x0" 1x0" BxOT SGOT xO" VIGO Bx 31048 6 oF rn 11m 68 6 58 2 8 2 3% 5 20 88 mm of SBSH $m HO HS 7 mo Th 85S Boo Ss aS al ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - Volume 2 coeso. as particulas ficam aderidas umas as outras e se movem em bloco sobre a tela, nao tendo liberdade individual de movimento. A agitacao faz com que a agua presente nos vazios entre as particulas escorra, mas nao permite que particulas individuals se movam e se apresentem a tela para serem ou nao peneiradas. E claro que parti- culas muito finas que estéo em suspensao homogénea na agua ac bam passando pela tela, bem como uma ou outra particula fina que esteja por baixo do leito. Mas tratam-se cle casos erraticos ou espo- radicos e nao de peneiramento propriamente dito. Por isto é que é possivel desaguar em telas de abertura muito maior que o tamanho das particulas presentes no leito, como mostra a tabela 6. Acima de 43 % de umidade, as particulas estéo em suspensao na agua, isto é trata-se de uma polpa e as particulas voltam a ter liberdade de com- portamento individual, A figura 14 mostra uma peneira Velco operando no desagua- mento de areia. Nesta peneira, a elevagao da descarga, como visto, dificulta o movimento do oversize. Desta forma, ele se acumula jun to ao ponto de descarga e aumenta a espessura do leito ali. Como consequéncia, a inclinacao do leito de aversize é ainda maior que a da tela e a Agua escorre para tras. O resultado é que parte da agua transborda pela parte traseira da peneiva, auienlando 0 efelto de desaguamento, como mostra a figura 15 Peneiras estaciondrias As peneiras DSM (“sieve bends"), figura 16, sao extensamente utilizadas no desaguamento de minérios e de carvao. O modelo usa- do para esta aplicacdo é 0 de arco de 45°. Seu desempenho com pol- pas diluidas ¢ muito bom. A tabela 7 (10) mostra resultados de seu trabalho com carvao em duas condicées diferentes, E muito comum a utilizagao de peneiras estaciondrias com 0 deck reto em vez de curvado, como nas peneiras DSM. Os partida- rios desta opcao afirmam que 0 desgaste da tela é menor que no caso das peneiras curvas (8). A tabela 8, extraida de (8) mostra ca Pacidades para telas inclinadas de 60° e recebendo polpas de car- vao com 25% de sdlidos. A peneira DSM é um equipamento de peneiramento (nao de classificacao) e é eficiente nas faixas finas. Devido ao dese- nho da curvatura da sua tela e das barras da tela, ela efetua um corte granulométrico de tamanho aproximadamente meta- de da abertura da tela. Esta consideragao deve ser feita ao es- colher a tela para efetuar o desaguamento, pois da mesma for 22 Figura 14 - Peneira Velco ‘DEsAGUAMENTO 23 ‘TeorIA & PRATICA po TRatAMENTO DE MiNeRlos - VoLuME 2 24 Figura 15 - Peneira Velco DESAGUAMENTO Tabela 7: Capacidade de desaguamento de peneiras DSM em duas condicoes diferentes Condigio I: alimentagao = carvao 3780", pencira de 60°, tela de 0,7 mm, capacidade 112,5 m’/h/m de largura, Separacio a 0,3 mm, Alimentagdo,% Oversize,°% Undersiz.% % solidos 300 756 56 Particéo 7 819 E Alimentagao: +188 56,0 627 E 1axa08 170 19.1 30x708 70 79 tacos Tox1008 65 63 83 vo0x2008 45 8 26.9 20000 90 22 650 Condiigao 2: alimentagio = carvao 1/4x0", peneira de 60 tela de 0,5 mm, capacidade 75 m'/h/m de largura, Separacio a 0,212 mm, Alimentagio, % Oversize, % — Undersize.% % sélides 307 58.9 Particao 1000 627 Alimentagao: +84 3.0 52 Sxi8e 183 30.0 02 18x308 25.1 354 96 30x504 16.2 138 ar 50x1008 6 60 187 1o0#x0 258 96 498 ‘ma que com o cone desaguador, sempre haveré alguma perda de sdlidos finos no undersize. Peneiras Derrick Trata-se de um equipamento de projeto especial, pouco co- nhecido no Brasil. Sao peneiras vibratérias longas e de grande in- clinagio. A tela é de elastomero especial a abertura é ajustada pelo tracionamento que lhe é imposto. Com a vibragao, a tela tam- bém vibra e os labios da abertura se movimentam, de modo que a tela dificilmente entope. O peneiramento pode ser a vacuo ou atmosférico, conforme a granulometria do material a ser desaguaclo. O resultaclo é muito bom. on Barras Undersize Retentor de Tela Alimentador /Distribuidor Caixa de Alimentagao Entrada Vertedouro Tela Descarga do Undersize a ‘Oversize Figura 16 - Selecaio de peneiras DSM (apud 11) 26 DESAGUAMENTO Capacidade —Larguras—Falxa de USGPMit —padrao’—aplicago-—=—Aplicagdes MODELO de largura M we tipicas as° pmekomento 30-200 2.4.8 8:65 ——_rtamenio de dguas fuentes de nists ‘lirics Fostats, 50° Slats dard 90-150 2.4.6 8-48 desaguamanta de ‘vegetal, aimina [4 60° Minis de tao © 30-200 4 8-48 Sao, sa, cmento apna sani, eaupento de 120° ae rns pene -200 2.4.6 100-325 degra anes frascopapet parciament, Sesogerenioc cre 270° 200 12 100%-825# — Poppasde cinentoa tii 55% de eon 300° Serato da nosta | ‘sarapa, fas de amido, 200 213 48-325 _‘emogio oe tras om ‘atarrono do espotne [fy RAPrne owtan cae ce é 0-100 2 46-325 95% - 3250 oR Figura 16 (Continuagao) - Selecdo de Peneiras DSM (apud 11) oT ee ‘Teoria PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 2 ‘Tabela 8: Capacidade de remogao de agua (USGPM) de telas planas erry THI (9) amm 108 44 Lm 075mm 246 Om 488 O2Scum G56 1008 21/2 MO MIS 70 2502S 1M) 7555 4 5 395 MO MS BS 225 OS MOSS TO 5 460425 sos MO 7855201519500 Pithas desaguadoras As pilhas desaguadoras sao pilhas como as outras. exceto que séo construidas sobre uma base impermeavel, inclinada, que dirige as guas drenadas para um local conveniente. Esta base é coberta com um lastro do préprio material a ser desaguado, de granulometria gros- seira, para assegurar a permeabilidade e nao contaminar a carga. As pilhas sao eficientes quando o material a drenar é relativamente gros- seiro ¢ isento de finos que possam colmatar os poros entre as particulas ¢ impedir a percolacao da agua. A retomada deve ser iniciada pelas porcdes superiores, sempre melhor drenadas. Ver figura 17. Geralmente sao usadas 3 pilhas: uma esta sendo construida, a outra estd pronta e sendo desaguada. A terceira esta desaguada e sendo retomada, Figura 17 - Pilha desaguadora Silos desaguadores O material a ser desaguado nestes equipamentos tem as mes- mas limitagdes do material passivel do desaguamento em_ pilhas, ou seja, granulometria grosseira (na prética, + 48#=0,3 mm) e auséncia de finos. O funcionamento 6 analogo. 28 ~ a DESAGUAMENTO Existem varios recursos para facilitar a remogao da agua perco- Jada: paredes porosas, fundo plano com morto de granulometria gros- seira, fundos em cone invertido, cheios de material grosseiro, etc. A figura 18 mostra a tremonba dum silo desaguador utilizado num porto de areia da Holanda. Ele é construido em aco carbono, com a tremonha em aco galvanizado. Na tremonha existem rasgos alongados, revestidos de tela e descarregando em meias-canas que recolhem a agua drenada e a levam para uma panela, de onde ela é conduzida para o seu local de destino. O processo de desaguamento 6 muito rapido (trata-se de areia para construcao civil, totalmente isenta de finos) ea dguajorra abun- dantemente desde os primeiros instantes. SCO NERO ae Figura 18 - Silo desaguador ‘Custos para desaguar carvao (Bulk Systems, abril 79, p.45) Granulometria Equipamento Ussitseca +0,50 mm, peneira + centrifuga oz 05+ 0.25 mm ciclone + centrifuga 11,35 0,25 mm pelletizer (coal-oil 11,00 qualquer secagem 25,00 29 ‘TeORIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 Tabela 8: Capacidade de remocao de agua (USGPM) de telas planas Tagua dates THA (2) 2mm 1OF LAE mm 075mm 284 05mm 488 025mm 58 1008 22 MO 15 270 250210180185 100758 4 425 305 MO 315 265 a5 OS MO 15 97D 5 460425 365 MO 28S 25 720150195 10075 Pilhas desaguadoras As pilhas desaguadoras sao pilhas como as outras, exceto que sao construfdas sobre uma base impermedvel, inclinada, que dirige as guas drenadas para um local conveniente. Esta base ¢ coberta com um lastro do préprio material a ser desaguado, de granulometria gros- seira, para assegurar a permeabilidade e nao contaminar a carga. As pilhas sao eficientes quando o material a drenar é relativamente gros- seiro e isento de finos que possam colmatar os poros entre as particulas e impedir a percolacao da agua. A retomada deve ser iniciada pelas purgdes superiores, sempre melhor drenadas. Ver figura 17. Geralmente sao usadas 3 pilhas: uma esta sendo construida, a outra esta pronta e sendo desaguada. A terceira est desaguadac senco retomada is 4 Figura 17 - Pilha desaguadora Silos desaguadores O material a ser desaguado nestes equipamentos tem as mes- ‘mas limitagées do material passivel do desaguamento em pilhas, ou seja, granulometria grosseira (na pratica, + 48# =0,3 mm) eauséncia de finos. O funcionamento analogo. 28 DesaquameNto: Existem varios recursos para facilitar a remogao da 4gua perco- lada: paredes porosas, fundo plano com morto de granulometria gros- seira, fundos em cone invertido, cheios de material grosseiro, etc. A figura 18 mostra a tremonha dum silo desaguador utilizado num porto de areia da Holanda. Ele é construido em aco carbono, ‘com a tremonha em ago galvanizado. Na tremonha existem rasgos alongados, revestidos de tela e descarregando em meias-canas que recolhem a agua drenada ea levam para uma panela, de onde ela 6 conduzida para o seu local de destino. O processo de desaguamento é muito rapido (trata-se de areia para construcao civil, totalmente isenta de finos) e a agua jorra abun- dantemente desclc os primeiros instantes. Figura 18 - Silo desaguador Custos para desaguar carvao (Bulk Systems, abril 79, p. 45) Granulometria Equipamento TUSSI seca +050 mm peneira + centrifuga oz 05 + 0,25 mm ciclone + centrifuga 11.35 0,25 mm pelletizer (coal-oil) 11.00 qualquer secagem 25,00 29 ‘TEORIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 Exercicios sobre desaguamento 1 - Desaguar 90,7 t/h de solidos em ciclones desaguadlores, até 65% de solids. A polpa de ali- mentagao tem 10% de sélidos. Estabelecer 0 ba- anco de agua. Escolher 0 apex. Densidade dos slides = 2.65. Solugao: a ~ resolver os balancas da operacao: Alimentagio Overfiow 90,7 | 907,0 O | 767.5 TO [a16.3) >| “en —T> Tres 34,2 | 850,5 4 oO |767,5 Undertow wh sélidos | 90.7] 139.5] th polpa % solides {65 | 48.8 | m'/h agua ant'/h sélidos | 34,2 | 83,0 | m'/h polpa Adiitiu-se, para efeito de célculo, que todos os sélidos saiam pelo underfiow, 0 que é uma simplificacao e nao ocorre na pratica. Entretanto, estamos trabalhando a favor da seguranca. - escolha do ciclone: usaremos os Abacos da Krebs, apresenta- dos no capitulo sobre classificagao. 850,5 m’/hx 4,4 = 3742.2 usepm. Da figura Il, volume 1, p. 218, podemos utilizar 2 ciclones de 30°, 2 ciclones de 26", 4 ciclones de 20° ou 8 ciclones de 15". Escolhe- mos os 2 de 30°; das curvas de capacidade dos ciclones, verificamos que, com 0 vortex finder de 10", a pressdo necessdria para a vaza0 sera de 7 psi. Tentando entao o ciclone de 26”, para o vortex finder de 12", a pressdo necessaria para a vazao sera de 8,5 psi. Considerando agora 4 ciclones de 20", com vortex finder de 8!/4 a pressao fica em 68 psi. A melhor operacao parece ser a dos dois ciclones de 26". Com as figuras VI e Vil, calculamos o da, que de 59.6 jum. Particulas menores que este tamanho sairao, portanto, pelo overflow. 30 DesAGUAMENTO c- escola do apex: 90,7 t/h sgaurtet = 10087 Como so 2 ciclones: 50 (st/h) /apex Da figura 4 deste capitulo, entranclo com 50 st/h e subindo até a linha de 65% de solids, encontramos o apex ce 3146", que é o apex escolhido, aug 2- Umciclone de 6” tem apex de 1". Ele desagua 7 th de sélidos. Qual 6a porcentagem de solids obtida no underflow? Solugao: O enunciado nao menciona a densidade dos sélidos. Admiti- ‘mos, para efeito de resolucao do exercicio, que ela seja 2,65, Para poder utilizar 6 abaco da figura 4, temos que acertar a unidade: 7 t/h = 7.7 st/h. Entrando na figura 4, temos: 1", 7,7 st/h => 68% de sélidos no underflow (interpolando). 31 : F ‘TeoRIA £ PRAtIcA Do TRATAMENTO Dz MINERIOS - VOLUME 2 Soluga ‘Todos os célculos tém que ser refeitos. © valor da vazao de sdlidos no apex com que entraremos agora na figura 4 6 (2,65/4,2) x 7.7 = 4,9 st/h O que acontece com o balango de dgua do ex I quando o apex se desgastar em 1/3 i Solugio: Tr sth ONG sant cies Ga oe ee shea eget 00 st/h, da figura 4 resultam 58% de sides. © balango desgastar em 1/2", 0 que acontece com a porcen- come tagem de solidos obtida no underflow? Alimentagio Overflow “ Solucio: 30.7 0 767, o-[area] > | ee > T7576 O diametro do apex passa a ser de 11" : : Na figura 4, tenho: 34,2 [8505 o [767.6 1M2"'7.Tst/h =» 59% de solidos no underflow (interpotando). Underflow wh solides | 90,7 | 156.4| /h polpa % sélidos |_58 | 65,7 | m’vh agua m*/h sélidos | 34,2 | 99,9 | mh polpa Mudaram, portanto, as bandeiras do overflow edo underflow. 6- Desaguar a 65% de solidas o seguinte material: - polpa a 56,5% de sélidos, - densidad = 3.0 pressio de alimentacao = 9 psi. O equipamento dispontvel é uma bateria de 10 ciclones de 20" dos quais operam apenas 8 (2 séo reserva). A vazao de polpa é de 8208 usgpm ea particao € de 66,7% (1) 778th 4- O que acontece se a estimativa da densidade do minério adotada no exercicio 2 estiver errada ea densidade verdadeira for de 4,2? 33 32. ‘TeORIA € PRATICA DO TRATAMENTO DE Mmverros - VOLUME 2 Solucao: Como apenas 8 ciclones operam, a vazio por ciclone é de 8208/8 = 1026 usgpm por ciclone ‘Vamos transformar % de sélicos em peso para % de sélidos em volume: wh sdlidos | 56.5] 100.0 % sotidos em massa | 56,5 | 43.5 densidade do sélido |_3,0 | 30,2 mm/h de solides [18,8 62,3 th de polpa min de égua 56 sdlidas em volume m'/h de polpa 1026 usgpm/ciclone = 233,2 (m* s6lidos/h) /ciclone. 30,2% disso sao 70,4 (m? sélidos h)/ciclone. Sendo a densidade clos sélidos = 3, a vazdo massica de s6lidos na alimentacao dos ciclones é de 211.3 (t s6lidos/h) /ciclone. Sendo a particao 0,667, a vazao massica de sélidos no under- flow dos ciclones € cle 140,9 (t sdlidos/h) /apex = 155.4(sht/h}/apex Vamos agora escolher 0 apex. Como a figura 4 é construida para material de densiciade 2,65, € necessario entrar nela com 0 va- lor equivalente: 1554 x 295_ _ 1373 sht/h. A figura 4, com este valor, indica o apex de 4". 7 Um classificador espiral recebe 400 t/h de ali- mentacao. A particao é de 50% O minério tem densidade 4,5 deve ser classificado em 1504. Escolher o classificador espiral para fazer este ser- viga em regime de classificacao. Inicialmente calculamos os balancos: tth solids | 400,0| 1377.8] uh polpa % sdlides |_29,0 | 97,8 | h agua VA, [eam 7 75_| 66,7 200,0|1111,1 18 [911.1 34 DESAGUAMENTO: Da tabela I sabemos que a % de solidos no overflow deve ser de 18 %, valor usado no balanco acima e que a capacidade unitaria é de 0,115 (t/h) /fe. Da figura 5 encontramos a correcao da densidade, 1.6, € da tabela 4, como a circuito é aberto, usamos o fator 4. Desta forma: 200 al = 2717 FP area DTS x 16x 4 Da tabela 2 escolhemos o modelo 150 ¢ nesta coluna encontra- mos 0 classificador de 72", FF com area imecliatamente superior Passamos entaoa verificar a capacidade de arraste do underflow. A tabela 3 nos informa que a capaciciade de arraste dla espiral de 72" € de 278 (t/h) / rpm e que esta espiral opera entre 2,1 © 5.3 rpm. O fator de correcao de densidade é 1,6 (figura 5), de mocio que: 200 27.816 O equipamento especificado é ent4o um classificador espiral de 72", modelo 150, FF, SP, girando a 4,5 rpm. rpm necessérias = =4,5 rpm. 8 - Calcular 0 mesmo classificador para operar em regime de corrente a 10 % de solos. Inicialmente caleulamos 0 novo balanco: 400,0|2266, 17,7 | 1866.7) 20,0] 26,7 Vv 75_| 06,7 200,0|2000,0) 10 _|1800,0) densidade[_4,5 | 1.08 | densidade da polpa volume de sélidos|_44,4 [1844.4] vazdo de polpa Passamos agora a calcular a velocidade de sedimentacao ca particula de 150# (d,,) numa polpa de 10 % de sélidos. Da figura 11, para particulas de densidade 2,65, esta velocidade é 1 ft/min = 0,3048 m/min = 18,3 m/h Para uma polpa de minério de densidade 2,65 a 10 % de soli- dos a densidade de polpa seria a seguinte: 35 TEORIA E PRATICA Do TRaTAMENTO DE Minértos - VoLuME 2 200.0[2000.0] 10_|1800.0) densidade[ 2,65 [1.07 ] densidade da polpa volume de sélidos|_75,5 [1875.5] vazao de polpa Acorregao da densidade é a seguinte: go - Par Po __4,5- 1,08 Ce ere rr eT A velocidade de sedimentacao 6, entao: 2,16 x 18,3 = 39,6 m/h. A drea necessaria sera 1844,4/39,6 = 45,6 m? = 501 fi? Da tabela 2 escolhemos 0 modelo 150 verificamos que nao existe nenhum equipamento com tal capacidade. E necessario utilizar um clas- ificador duplex, de modo que entraremos com a area de 250,5 ft. En- contramas 6 classificador de 66°, FF com area imediatamente superior Passamos entio a verificar a capacidade de arraste do underflow A tabela 3 nos informa que a capacidade de arraste da espiral de 66" ¢ de 20.3 (t/h)/rpm e que esta espiral opera entre 2,3 ¢ 6 rpm. O fator de correcao de densidade ¢ 1,6 (tigura 5) e temos duas espirais, de modo que: = 2,16. 200 20.3x2x 16 O equipamento especificado é entio um classificador espiral duplex de 66", modelo 150, FF. SP, girando a 3,1 rpm. rpm necesséria = 3,1 rpm. 9- Queremos CLASSIFICAR 200 t/h de miné- ria de densidade 3,0 em classificador espiral, a 2008. O underflow sai com 72% de sdlidos. Qual a classificador adequado? Qual a diluicdo da ai mentacao? A particao é de 75%. Solugao: Existem dois regimes de classificagao em que o classificador espiral pode operar. Vamos dimensioné-lo pelos dois regimes. REGIME DE CLASSIFICACAO, a- condigdes de operagaio: 36 DESAGUAMENTO Da tabela 1, temos: d,,= 200 # => 15% sdlidos, 0,075 (t/h)/ft2, b - balancos: Alimentacao Overflow 200 [541.6 Clas. 50 [333.3 36,9 | 341.6 | sinail —> [a5 [ap 66,7 | 408,3 5 16,7 [300.0 Underfiow th sélides | 150 [208.3] t/h polpa 1% solidos |_72_| 58.3 | msn égua mh sélidos [50 [7083] m’/h polpa c - dimensionamento pela capacidade de transbordo de overflow: d-p =3,0 = figura 5: fator de correcao da capacidade = 1,1 € - circuito aberto => tabela 4: fator =4 Area necessaria 0h ass ae, 0,075 (t/h)/ft? x 11x 4 i | | di, = 200 # exige um modelo 150 (150% de imersao). A inclina- cdo recomendada é de 3 4"/ft. Da tabela 2, 0 modelo adequado é 0 54", FE e- verificacéo da capacidade de arraste de underflow: nés sa- bemos que o classificador de 54", FF tem capacidade para transbor- dar as 50 t/h de overflow. Nada sabemos, entretanto, da suia capaci- dade de arrastar calha acima as 150 t/h de underflow. Vamos verifi- car se ele tem esta capacidade. Atabela 3 indica que uma rosca de 54" arrasta 10,5 t/ha cada rpm. Informa também que os limites operacionais s4o 2,9 e 7 rpm. 150t/h a —— = 13 rpm, erg Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO De MineRtos - VOLUME 2 Como este valor é maior que 7, teremos que usar rosea dupla. rotacdo necessdria = = 6.5 rpm, sx 11 Este valor esta dentro da faixa de utilizacao do equipamento. Portanto, 0 equipamento escolhido para classificar em regime de classificacao é um classificador de 54", FF, DP, operando a 6.5 rpm. REGIME DE CORRENTE, Para este dimensionamento precisamos saber a velocidade de sedimentacdo da particula de d,,,a vazdo volumeétrica do overflow e a sua densidade. A vazio volumétrica de polpa foi calculada no balanco e é de 300 m°/h, densidade de polpa = 333,3 /h / 30,0 m*/h = 1,11 t/m’. A polpa do minério de referencia (p = 2,65) teria: wh séiidos [/50,01333.3] th de polpa 1% sdlides em massa |_15 [283.3] msn de agua densidade do sétido | 2.65| 1,1 | densidade da polpa mith de sétidos [18,9 [302.7] _m'/h de polpa velocidad de sedimentacao: a figura 11 nos dé: 0,45 Rimin i, = 2008, 15% sdlidas => 0,45 fe/ mi 3,7 m/min =8,2 m/h, correcao da densidade = _Pst “Por Par Pra 38 DESAGUAMENTO. ea velocidade terminal fica v, = 1,22 x 8,2 = 10,0 m/h. A seccao necessaria sera S = Q/, = 300 m*/b/10,0 m/h = 30,0 m? = 323 ft Da tabela 2: modelo 150, 323 ft? = 78", FF, simplex Precisamos agora verificar a capacidade de arraste do under- flow (tabela 3): 78"=9315 (/b)/rpm, 2a5rpm= 150t/h/GL5 t/h)/epmx 1.) (1,1 60 fator de correcao da densidade - figura 5) Portanto, o equipamento escolhido para classificar em regime de corrente é um classificador simplex de 78", FE, SP, operando a 4.4 rpm. Arpm. 10 - Deseja-se desaguar uta polpa a 10% de silides| contendo 90,7 th de sds de densidad 3,5 em wm cassificador espiral. O underflow sara 65%, Pede-se: os balancos de massas e de agua, a especificacao do classificador:. Solugak Admitindo um desaguamento perfeito, pois o enunciado nao fornece a parti¢ao dos sélidos, temos’ Alimentagao Overflow 90.7 | 907,0 \Classifi- 0 | 767.5 10 | 816.3 leer > Po rers 25,9 | 842,2 b O | 767,5 Underfiow th solids | 90,7 | 139,5| t/h polpa % sélidos |~65 | 48,8 | m’/n agua aii/h sétidos [ 25.9 | 74.7 | m*/h polpa Da figura 5, temos que para a densidade 3,5, os valores das tabelas 2 e 3 devem ser multiplicados por 1,25 (125%). Ou entao, deveremos entrar na tabela com 90,7 / 1,25 = 72,6 t/ h. 39 ‘TeorIA € PRATICA Do TRATAMENTO DE MineRtos - Votume 2 Verificando as capacidades de arraste e as rpm admissiveis Paras espirais de diferentes diametros (tabela 2), construimos: modelo 3642 dB Swe rpmadmiss, 4-11 35-9 328 287 2665 236 21-53 Voyepm 35 «488710832038 cpm 2071513 DAZ 8G eDP Wd 78428 Os valores em negrito indicam as rotagdes mais adequadas para single pitch e para double pitch. As melhores solugdes sa0 42" DP e 60" SP 11 - A operacdo descrita no exercicio anterior, na realidade néo é perfeita. Ha uma perda 6 th de material pelo overflow. Estas perdas tém dy 150#. Quais sio as condigdes r eais que so de se esperar para essa operagao ? Solugao: Das tabelas cle dimensionamento de classificadores espiral temos: tabela 1: d,,= 150# = 18 % de sélidos no overflow. = 0,115 (t/h)/f para d = 2,65. figura 5 : correcao da densidade = 1,25 tabela 4: fator = 4 6 area ssaris over Det oea = 10,4 ft area necessdria de overflow Oils x ha5xd 0,4 fe Da tabela 2, trabalhando com a MAXIMA INCLINAGAO e 150% DE SUBMERGENCIA DA ROSCA, chegamos a um classifica dor de 24", straigth flare. Note que o valor da % de sdlidos no overflow deste exercicio, bem como a inclinacao e também a imersdo, nao correspondem aos valores recomendados para a classificacdo, porque o que estamos fazendo aqui é desaguamento, 40 Desacuanento O balanco fica: Alimentacéo Overflow q 90,7 | 907.0 6 | 767.7 To [8163p || — os tra 25,9 | 842.2 LT [fed Underflow wh sétidos | 84,7 | 130,3| t/h polpa % solidos [65 | 45.6 | m'yh jgua ahh sétidos [24,2 [ 69,8 | m'/h polpa Verificando agora a capacidade de arraste do underflow: 24" = 1,0(t/h) /rpm > 84,7t/h /1,0(t/h)/epm x1,25=67,8 rpm, valor que esta totalmente fora da faixa adequada a operacao do equi pamento escolhido. O critério de escolha tem que ser 0 arraste do UF e com isto voltamos as solucdes obtidas no exercicio 8 12- Desaguar 91 t/h de sdlidos finos, densidade 4,5, num cone, Admitir corte na mala 200 ¢ 1096 de perdas no overflow. A alimentacao tem 40% de solidos e deseja-se que o underflow tenha 60% Solucao: oT 40 cy 31 227.5 10 1567 31.0 83.9 ’ 81.9 | th sélidos 60_| % sdlidos 136.5] th polpa 72.8 | m'/h polpa 4) ‘Teoria e PRAtica Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 massa _ 91,0 massa _ 91.0) 99 volume “83,7 ~ A polpa do minério de referéncia (p = 2,65) teria: OF: densidade de polpa wh solides [9.1 % sdlidos 10 wh de potpa | 91.0 m/h de polpa [83,9 A densiclade desta polpa ¢ 91,0 / 83,9 = 1,08. Pp Par Py Avelocidade de sedimentacao (V,) é determinada na figura 11 L st ‘0.85 tvmin 5 = corregdio = ny = 0,55 ft/min = 10,1 m/h = 2,17 x 10,1 = 21,9 m/h. 5-2 __839mi/h vy, 21,9m/h S=nD/4> D=ViS7e 42 ‘DESAGUAMENTO tim Como 0 material ¢ fino, 0 an- gulo recomendado parao cone éde 40° (20° a partir da geratriz),e, tg 20° = 1,1/h ou h=30m. 13 - Um rejeito de uma usina tem uma vazao de 336,4 m'/h de polpa, da qual 1,9 th sio solidos de densidade 4,2. Para a economia do processo € necessario recuperar 211 nv} /h de dgua. Imagina- se utilizar um cone, sabendo que a quantidade de sélidos abaixo de 270 # € muito pequena. Soluga Adotamos 270 # como dag. P 19 lidos = ~—————"___ 6 6. a 3364 +1,9- 19/42 ~0008=0.6 % ‘Como pequena parte é - 270 # podemos, sem grande erro, usar a linha de 0% de sélidos na figura 11. Entio, 0% solidos (d, = 1) ,5 ft/min para d = 2,65 42-1 - ‘min = Jn cer 0,97 ft/min = 17,7 m, x0, _ 336.4m°/h Tim7h =m = D= 4.9 me 43. Teoria & Prdtica po TraTAMENTO DE Minerios - VoLue 2 Verificacao da capacidadle de transbordar o overflow: _ 2 m/h Qo = 211 mh = Vo, ioe 11 m/h< 17,7 m/h Polpas muito diluidas é uma aplicagao tipica de cones desagua- ores. Este mesmo procedimente de dimensionamento é usado para caixas de areia e outros dispositivos de classificacdo / desaguamento. 14 - Desaguar 80 t/h de carvao 3/8” x 0 em peneira vibratéria horizontal, com tela de 0,5 mm. A ali- _mentagao é uma polpa com 40% de sdlidas e a pro- duto tem 20% de umidade. Admitir densidade 1,6. Solugao: alimentacao: _80_ _ 999 ¢/p, polpa 0.4 ~80 t/h sdlidos = 50 m*/h 120 m’/h = 120t/h agua - — Sh hag 170 m°/h polpa labela 6: 3/8°x 0, tela de 0,5 mm => a peneira com largura de 6 ft tem capacidade de desaguar 83 t/h de sdlidos e de retirar até 140 m'/ hde gua. Ea peneira escolhida. Deveremos consultar os catdlogos dos fabricantes de peneiras para escolher a peneira vibratéria horizontal que tenha esta largura 15 - Desaguar 80 t/h de carvéo 3/8" x Oem peneira vibratéria horizontal, com tela de 0,01 *. A alimen- tagdo é uma polpa com 40% de sélidas e o produto tem 20% de umidade. Admitir densidade 1,6 Solugao: A polpa alimentada tem: Mn sélides [80,01200,0] t/h de polpa % sélidos em massa | 40,0|120,0) m'/hde. dgua densidade do salido {1.6 mi/h de silidos | 50,0[170,0| mh de polpa 44 Desacuamento A polpa do produto tem: wh sdtidos [80,0] 96,0] th de polpa % sélidos em massa 16,0 | mh de agua densidade do sétido [1,6 | 20,0] umidade m/h de sélidos [50,0 an’/h de polpa Serio, portanto, removidos 120 - 16 = 104 m3/h de agua Na tabela 6, 3/8"x 0, tela de 0,01" = 0,25 mm, verificamos que a pe- neira com largura de 8 ft em capacidade de desaguar 82 t/h de sélidas & de retirar até 470 m?/h de agua. Esta é portanto a peneira escolhida Solugao: As capacidades apresentadas na tabela 6 sao para carvao. Para outros materiais, é necessdrio multiplica-los pela relacao entre as respecti vas densidades aparentes. Fica: densidade aparente da hematita = 2,6 t/m* densicade aparente do carvao = 0,8 t/m? valor para entrar na tabela6= 28. x80 = 24,6 t/h tabela 6: 3/8" x 0, tela de 0,01" = a peneira com largura de 3 ft tem capacidade de desaguar 27 (/h de sdlidos e 170 m'/h de agua. Ea peneira escolhida. 17 ~ Desaguar 5 th de sélidos em uma polpa de fosfato, a 13% de sélidos, em peneira DSM. Den- sidade Solugao: Da figura 14 verificamos que 0 modelo recomendado ¢ o de 50°. Esta peneira tem capacidade entre 30 e 150 GPM/ft de largura da peneira. Adotamos, para efeito deste exercicio, o valor médio da faixa, 90 GPM. 45 ‘Teoria & Pramica Do TRataMENTo DE MiNERIOs - VoLUME 2 A vazao de polpa é (5 t/hsélicos, 13% sdlicios) 38,5 t/h polpa, ou, th solids [3.0 [38.5 | t/h de polpa % sdlidos em massa |_13,0| 33.5 | m’/h de agua densidade do sélido | 2,7, mi/h de sdlidos {1,8 | 35,3 | m'h de polpa = 155,3 USGPM 155,3 / 90 = 1,7 ft Adotamos uma peneira DSM de 2 ft de largura. 18- Desaguar 50 th de pellet feed, de uma polpa a 20% de slides, em peneira DSM. Densidade = 5,5. Solugao: Da figura 14 verificamos que o modelo recomendado 6 o rapifine. Esta peneira tem capacidade entre 30 e 100 GPM/ft de langura da penei- ra. Adotamos, para efeito deste exercicio, o valor médiio da faixa, 65 GPM. h sélides [50,0] 250 | t/h de polpa % sélidos em massa |_ 20 | 200 | m'/h de agua densidade do solide [5.5 m/h de sdlidos [9.1 [209.1 | m/n de polpa = 920 USGPM 920/6: 4 f= serdo necessarias 7 peneiras rapifine (2 ft de largura) 19- Desaguar 100 t/h de cassiterita (densidade 3), de uma polpa a 20% de sdlidas, em peneira DSM. A tela recomendada 6 de 35 4. Solugao: Da figura 14 verificamos queo modelo recomendado é0 de 45". Esta peneira tem capacidade entre 30 e 200 GPM /ft de largura da peneira. Adotamos, para efeito deste exercicio, o valor médio da faixa, 115 GPM. hh sélidos [100,0[500,0| t/h de polpa % sélidos em massa | 20 |400,0| mh de dgua densidade do salido [3.0 mi—h de solidos |_33,3 [433.3 | m’/ de polpa = 1906,5 USGPM 1905,5/ 11 16,6 ft =» sero necessdrias 3 peneiras de 6ft de largura. 46 F Se ‘DESAGUAMENTO. 20- Desaguar 450 th de uma, de séldos, em peneira fixa com tela de 28 th solidos [450,0[900,0 9% sélidos em massa [_50 [450.0 densidade do solide [7,6 m¥fh de sdlidos | 281,2|731,2 | m'/h de polpa tabela 8: a peneira de 4 ft, com tela de 28 tem capacidade para remover 225 USGPM: a de 5 ft de comprimento, 245. Resultari- am telas fixas de respectivamente, 8,8 ou 8,1 ft de largura. Adota- mos este tiltimo valor, arredondando para 8 ft (diferenca de 1,2%). A tela fixa recomendada é de 8 x 5 ft (ou duas de 4 x 5 fi) inclinadas de 60°. th de polpa m/h de gua = 1980 USCPM 21 - Umespessador recebe 100 thn dealimentarioa 20% desicdes. Ooverflow tem2,63 % desélidas eo underflow, 75 %, Estabelecer as balangas de massas ede agua Isto pode ser feito pela aplicagao da regra dos dois produtos. | Entretanto, se a aplicarmos diretamente as porcentagens de sdlidos, teremos a particao das polpas, pois a porcentagem de s6lidos é um atributo da polpa e nao dos sdlidos*. E necessério fazer o balanco com- pleto ea partir dele calcular as vaz6es de solids. Calcule portanto a bandeirinha da alimentagao e aplique a re- | gra dos dois produtos a vazao de polpa encontrada, para calcular a vazao de polpa do underflow. % SOLOS sienagae ” 96 SOlidOS, veo 20 - 2. = sod % SONOS srietou ~ % SOUGOS yeigyy 15 2,63 t wh sélidos [100 | 500] wh polpa % solidos [20 | 400} th agua ae 10 [| 380 2,63 | 370 90 | 120] = 0,24 x 500 75 | 30 Rodrigues Silva, RR. Comunicagio pessoal, Aguas Claras, 27/7/2001 a7 Teoria E PRATICA Do TRATAMENTO DE MinéRtos - VOLUME 2 22 - Um ciclone desaguador recebe 100 th de ali- mentagio a 25 % de sélidas. O underflow tem 70 % de solidos eo overflow, 10 %. Qual é perda de massa ? Identicamente: 25-10, 70 msn 70-10 25 .7 = 70%. Portanto percde-se 30 %. Reférencias Bibliograficas 1-TARRJR.. DJ. Hydrocyclones. In: SME mineral processing handbook. Weiss (ed), AIME, N. York, 1985, p. 30-10-30. 2 - ANDERY, PA.; CHAVES, A.P; POVOA, EV. Ensaios industriais de classificacao de minério de ferro. Minérios e metais, ano II n. 7 (Out. 73), p. 23-30. 3- PAULO ABIB ENGENHARIA S.A. Britagem, classificacao e concentracao do minério de ferro de Capanema, Relatorio do projeto. PAA, Sao Paulo, 1978. 4 DENVER CO. Spiral classifiers, Denver Equipment Co. Specification Manual C5C-B10, Denver, s/d. 5-WEMCO ENVIROTECH. Wemeo sand preparation. Bulletin nr. CA- B30, Wemco Envirotech, Sacramento, s/d. 6 ABBOTT, J. etal. Coal preparation plant effluent disposal by means of deep cone thickeners. In: INTERNATIONAL COAL PREPARATION CONGRESS, 6. Annals. Paris, 1978. 8p. (se- parata) 7 - KEANE, JM, Sedimentation: theory, equipment and methods. World Mining, Nov 1979, p. 4451, Dec. 1979, p. 48-53, 8 - SANDY, EJ. MATHUNEY. .P. Mechanical dewatering. In Coal Preparation. Leonard (ed.), AME, N. York, 1979, ch. 12. 8 - MC NALLY PITTSBURGH. Coal preparation manual. Mc Nally, Pittsburgh, s.ne,, p. 5 19- FACO. Manual de Britagem, Fabrica cle Aco Paulista, Sorocaba, 3$ ed. 1982. 11 - DORR OLIVER, Catalogo de peneiras DSM. Dorr Oliver Inc., Bulletin nr. DMA. Stamford, s/d. 48 Arthur Pinto Chaves Antonio Heleno de Oliveira Ricardo A. C. Cordeiro Ricardo Chiappa Eldon Azevedo Masini José Fernando Ganime Rogério Contato Guimaraes Claudio Fernandes Descricao do Equipamento Arthur Pinto Chaves Antonia Heleno de Oliveira Ricardo A. C. Cordeiro Ricardo Chiappa Os espessadiores séo equipamentos como o mostrado na figura 1, grandes, caros ¢ que geralmente ficam instalados fora da usina. Eles sao constituidos de um tanque cilindrico-conico (@ altura da porcao cilindrica é pequena quando comparada com o seu diame- tro eo cone € raso - inclinacao do fundo = 12:1). Sao alimentados pelo centro: as particulas sélidas sedimentam e sia retiradas pelo fundo, no aipice da porcao cOnica (“underflow”), enquanto que o liquide so- brenadanté transborda e é recolhido em uma calha que circunda 0 tanque (“overflow”). A calha pode ser interna ou externa ao tanque. Os espessaciores so construfdos em aco ou em concreto ar mado, Eventualmente, utiliza-se argila compactada para construir 0 fundo do espessador. Em principio, aco é mais econdmico que con- creto para pequenos diémetros, a situacao se invertendo & medida que o diametro cresce. Espessadores para concentrados de flotacao geralmente tem al- gum dispositivo para conter a espuma mais persistente e impedir que la extravase pela calha de overflow. Por exemplo, um anel de chapa de aco, espacado de alguns metros do feedwell, ou entao esguichos de ‘gua, conforme sera cescrito mais adiante. A figura | mostra uma escu- madeira que empurra a espuma para um dispositive de descarga Podem receber polpas bastante diluidas (5 a 10% de sélidos) ou mais adensadas e desaguam-nas até 65 ou 75% de sdlidos. Este valor néo depende da capacidade do espessadar adensar, mas é definido a partir da capaci- dade que as bombas de underflow tenham de manusear o material adensado. Sua fungao principal, portanto, é adensar 0 material alimenta- do até um valor conveniente para a operacao subseqiiente (bombe amento, filtragem, condicionamento, etc). Outra funcao - que se tor- na cada vez mais importante, em decorréncia da crescente preocupacao — ESPESSAMENTO ambiental - é permitir a recuperacao ¢ recirculagao imediata de toda ou pelo menos de parte da agua dle processo. Em casos especiais - na janetaco de minérios de ouro em CCD (“counter current decant”) na lixiviacdo de minérios de cobre e de urdnio e na industria de alu- mina - os espessadores sao utilizados como reatores quimicos: eles retém o minério durante o tempo necessario para que as reacdes quimicas ocorram e separam a fase sélida da solucéo. a IS ; ENS SAORI asc te Figura 1 - Espessador (adaptado do catalogo da EIMCO) | Nunca, entretanto, um espessador pode ser usado para estocar mate- ‘ial em seu interior. Isto sempre levard a problemas operacionais e & parada e limpeza inevitaveis, com perda de tempo, de material e de producéo. 51 Teoria & PRATicA Do TratAMENTO DE MiNérios - VouMe 2 A guisa de exemplo da importancia desta recomendacao, va- mos avaliar os prejufzos decorrentes de um aterramento de espessa- dor causado, por exemplo, pela "esperteza” de um operador que resolveu utilizar 0 espessador para estocar concentrado. Seja uma usina que produz 150 t/h e um espessador de 100 fi de diametro: — tempo gasto para esvaziar 0 espessador: 8 horas - tempo gasto para limpeza do fundo: 20 horas — tempo gasto para reencher o espessador: 4 horas TEMPO TOTAL DE PARALISACAO: 32 horas. —perda de producao = 150t / hx 32 h = 4.800 t de concentra- do. MAO-DE-OBRA DESPENDIDA: (I supervisor + 4 operado- res por turne) = 160 homens x hora, Seadmitirmos um salério médio para esta equipe de 4,00 USS/ hora ¢ encargos sociais cle 100%, 0 custo de mao-de-obra para a re- mocao do material acumulado dentro do espessador monta a USS 1.280,00. Jaa perda de produgao da usina, parada durante as 32 horas, é mais significativa: admitindo um valor de 26,00 US$/t de concen- trado, teremos 32 h x 150 t/h x 26,00 US$/t' - US$ 124.800,00. O prejuizo total €, portanto, de US$ 126.080,00. Acidentes deste tipo, infelizmente, acontecem com bastante freqiiéncia, Sabemos de casos em que foi necessario colocar, medi- ante o uso de guindastes, retro-escavadeiras e pas-carregadeiras dentro do espessador para executar este servigo. Sabemos de outro caso onde foi necessario utilizar explosivo para remover o pellet feed acumulado no fundo do espessador. Em um terceiro, antes de o es- pessador atolar, a operacao da usina foi parada e foi trazido um mergulhador para vasculhar o fundo e retiraras pecas caidas ld den- tro e que estavam ameacando a operacao do espessador. No fundo do tanque, gira lentamente um rastelo (“rake" - fi- gura 2), que tem a funcao dbvia de arrastar 0 material espessado para o centro, de onde ele é retirado pelas bombas de underflow. Além desta fungao, ele desempenha as seguintes: — aumentar a densiclade do espessado, — desprender bolhas de ar e bolsas d’'4gua porventura presas no espessado, — arrumar as particulas sélidas umas sobre as outras, demodo a ocupar 0 minimo volume, — manter os solidos depositados em suspensao, evitando 0 aterramento do espessador. 52. EsPeSSAMENTO ‘Acicramento Alimentag Brago de ‘avant, "Pasig elavada do rake oluna Vy Rodinna ‘Cabo de arraste Rake Figura 2 A soma de todos estes efeitos contribui para aumentar a por- centagem de sdlidos com que o underflow € retirado e também para facilitar a sua operacao. Todos os espessadores dispdem de um passadico para pei tir-0 acess ao mecanismo central de acionamento, Este passadico serve também de suporte para a tubulacao que traz a alimentacdo, para os eletrodutos etc. A alimentacao chega através de uma tubulagao ao centro do espessador. Af existe uma peca (“feedwell”) - figura 3 - que é um dispositivo que divide o fluxo de polpa alimentada em diversos flu- xos de diregdes opostas, de modo que a velocidade e a turbuléncia sao quebradas (a energia cinética é dissipada) e a alimentacao entra mansamente no espessador, permitindo a secimentacao serena das particulas. 53 ‘TeoRIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 ‘Alimentago Adigao de floculante ~ Figura 3 - Feedweel A alimentacao é usualmente feita por gravidade, através de calhas ou tubos. Geralmente, uma velocidade de polpa entre 2,5 a 3.0 m/s é suficiente para manter a alimentacao em suspensdo e para ‘nao causar problemas de turbuléncia no feedwell. Inclinagoes de | a 15% so suficientes para fornecer esta velocidade (1). Com espessadores de didmetros maiores, as forcas resistentes ao movimento do rake podem atingir valores significativos. O mes- mo pode acontecer quando se trabalha com concentrados de densi- dade elevada ou quando ha depésitos localizacos dentro do espes- sador, quando a alimentacao traz instantaneamente particulas mais grosseiras, ou quando cai dentro do espessador alguma ferramenta ou objeto mais volumoso. Estas forcas podem ser grandes 0 sufici- ente para entortar 0 rake ou torcer 0 eixo de acionamento. Para pre- venir esse tipo de acidente, o mecanismo de acionamento é dotado de um torquimetro, ligado a um sistema automatico de protecdo: verificado algum valor mais alto do que o especificado, soa um alar- mena cabine de controle e automaticamente é acionado um dispo: tivo que levanta os bracos do rake até encontrar uma posi¢ao de menor resisténcia. A partir desta nova situacdo, e sem parar o movi- mento, 0 rake comeca a ser abaixado lentamente. Existem diferentes dispositivos para o Ievantamento do rake: translacdo para cima, Ievantamento em torno de um ponto fixo, ou construir o rake arrastadio por cabos, o que permite que ele “escale” 05 obstaculos Este € um aspecto critico da pratica operacional. Quando se nota uma situacdo em que © mecanismo de elevacao do rake esteja atuando constantemente, é importante um acompanhamento cui- dacloso, para verificar se se trata apenas de um adensamento oca- 5A Eset MENTO sional ou se é um inicio de aterramento. Neste tiltimo caso, as provi- déncias necessérias ~ até mesmo parar a operacao da usina, se for 0 caso - devem ser tomadas para evitar a situacao critica e totalmente inde- sejavel de aterramento do espessador. Nunca se deve fazer a descarga direta do underflow, como alids jé mencionava Taggart (2). Isto € muito importante, pois o controle da vazaio dle underflow é um dos poucos recursos de que o engenheiro de processos dispde para operar 0 espessador. Usualmente usam-se bombas de diafragma ou bombas centrifugas de polpa. As bombas de diafragma podem ser instaladas em qualquer posicao, mesmo Jonge do ponto de descarga, eliminando a necessidace de um como. do debaixo do espessador para abrigar as bombas centrifugas. O overflow transborda sobre um verteclouro feito em chapa de aco, com a parte superior serrilhada. Este vertedouro acompa- nha a borca superior da porcao cilindrica do espessador e a calha pode tanto ser instalada interiormente como exteriormente a ele. Ele tema forma serrilhada para poder oferecer uma certa protecéio con- tra o vento. Outra funcao é acomodar pequenos desniveis (devidos, por exemplo, & acomodacao do terreno) e ainda, a de permitir uma medida da vazio de overflow (diretamente proporcional & altura da descarga do overflow no dente em V). O overflow flui por uma calha que circunda o tanque do es- pessacior e 6 encaminhado até um tanque de acurnulacao de onde é bombeado. Muito freqtientemente, é possivel utilizar bombas de agua Para este servico, pois a separaco sdlido-liquido pode ser tao boa, que a quantidade de sdlidos resicuais é minima, Entretanto, ha sem- pre o risco de uma falha operacional levar sélidos ao overflow e a decisao entre economizar instalando bombas de agua em vez de bombas de polpa deve ser avaliada cuidadosamente. Solugao inter- mediaria pode ser a instalacao de bombas de agua feitas em materi- al resistente ao desgaste (Ni-hard, por exemplo). E bom lembrar que bombas revestidas de borracha no sao reco- mendéveis para modelos com rotor de grande diametro (vaz6es mais elevaclas), pois ha sempre o risco de o revestimento descolar-se do rotor A importancia da recirculagao da gua nao pode ser minimizada, Ela pode trazer grancles redugdes do custo operacional e do consumo de energia elétrica, pois se evita parte do bombeamento de agua desde a captacao. E comum um espessacor de porte médio recuperar vazbes superiores a 300 m'/h, o que pode tomar-se uma economia consideravel dependendo da diferenca de cotas. Deve-se ter em mente, entretanto, que o overflow do espessador tem caracteristicas diferentes daquelas-verficadas 1a dgua industrial, por exemplo, produtas quiimicos em solucao. Pocle causar 55 ‘TroRIA E PRATICA Do Tratamento De Minértos - VOLUME 2 interferéncias no processo de beneficiamento e, por isto, o ponto onde ela deve retornar ao circulto deve ser escolhiclo com cuidado. O feedwell, o mecanismo de acionamento do rake, ¢ 0 disposi- tivo de elevacao sao instalados no centro do espessador. Para sus- tenté-los so utilizadas trés configuracdes basicas (figura 4) — em ponte: usada para espessadores de diametro inferior a 30 m. Os dispositivos mecénicos sao instalados sobre uma viga (ou pon- te) apoiada sobre duas colunas externas ao espessador, ou, na maior parte das vezes, na prépria estrutura do tanque. Como se tratam de espessadores pequenos, € facil suspendé-los acima do piso, o que é feito com frequencia, Nestes casos, se faz.a retirada do underflow atra- vés de um orificio no dpice do espessador, por meio de bombas de diafragma. O material de construcao mais comum ¢ 0 aco. — em coluna: usada para espessadiores com diametro superior a 25 m, Os dispositivos mecdnicos sio instalados sobre uma coluna ou estru- tura metilica, colocada no centro, e apoiada no fundo do espessador Como se tratam de espessadores grandes, o uso de tubulacées enterra- das e bombas de diaftagma ¢ inconveniente; usam-se neste caso bombas centrifugas alojacias em um tinel construico debaixo do espessador e a descarga ¢ feita através de uma abertura anular em torno da coluna. A constrticao geralmente ¢ em concreto, havendo casos em que o fundo 6 em terra batida, impermeabilizada com argila em “caisson: usacta quando ha inconvenientes na construgao clo ttinel sob o espessadlor (topografia, problemas geotécnicos, proble- mas de drenagem, custo de escavacao etc.). Consiréi-se, no centro do espessacior, uma estrutura de concreto armado, de seccao circular ou quadrada, do fundo até a superficie. No fundo desta construco so instaladas as bombas de underflow e no seu topo os mecanismos do espessador. King (1) comenta que, em 1977, esta era em principio a op- cao mais interessante para espessadiores maiores que 120 m. ‘em ponte cae Tem coluna ere Tune! im “calsson* Figura 4 - Configurages basicas de espessador 56 EspESSAMENTO Em toro do caisson ¢ construida uma valeta, projetada de modo a encaminhar o underflow para as bombas. A construcao é sempre em concreto armacio e constroem-se equipamentos de did- metro até 180 m, Embora os operadores tenham, com justa razdo, horror a tubulacées de polpa enterradas, algumas instalacoes utilizam tu- bos de underflow instalados sobre o fundo do espessador e bom- bas instaladas num poco externo ao mesmo (em nivel inferior ao do fundo do espessador: de modo a trabalharem sempre afoga- das). Nestes casos, é de toda a conveniéncia instalar um ou mais tubos de reserva. AMBR, em Aguas Claras, tinha um espessador de rejeitos cons truido nos anos 50 onde o underflow é succionado do fundo do es pessador, através de tubos que a seguir passam pelo passadico. Nos equipamentos descritos, o acionamento do rake é central, feito por um eixo rigido para os espessadores de ponte e por uma gaiola para os espessadores de torre ou caisson. Existem alternati vas para 0 mecanismo de acionamento: — 0 rake é suspenso a partir de um braco mais elevado, por meio de cabos. O braco de acionamento é ligado rigidamente ao mecanismo de movinientayau, inias 0 rake no, e desta maneira pode elevar-se quando encontra alguma resisténcia ao seu movimento cir- cular; — 0 movimento circular é dado por um mecanismo de trago que caminha num monotrilho instalado sobre a borda do tanque ¢ arrasta a ponta do rake. Desta forma, 0 mecanismo central fica alivi- ado. Esta solugao tende a tornar-se padrao para espessadores entre 60¢ 120 m de diametro. A elevacaio do rake passa a acontecer devido ao arraste do rake por sobre os obstaculos. A parte mais cara do espessacior 6 a maquina de acionamento do rake. Existem varios modelos: — para pequenos espessadores, até 15 m de didmetro usa-se um pinhao e um sem-fim rodando sobre uma coroa diretamente aco plada ao eixo. — modelos maiores, até 50 m, usam mecanismo andlogo, du- plo ou triplo, correndo dentro de uma coroa fixa. — modelos ainda maiores exigem solucdes mecanicamente mais complexas, como no caso dos caissons, ou de aclonamento por pistes hidraulicos. Tocios estes modelos sao sempre equipados com torquimetros e dispositivos de protecdo, elevadores manuais ou automaticos do rake e indicadores da posicdo do mesmo. 57 TeoRIA & PRATICA Do TRATAMENTO DE Miérros - VOLUME 2 Equipamentos semelhantes Existem dois equipamentos muito semelhantes aos espessa- dores e que freqiientemente sao confundidos com eles: — dlarificadores, usados em engenharia sanitaria para o trata- mento de Agua e na inddstria quimica, quando se quer uma quali: dade muito boa para o liquido sobrenadante (na engenharia mine- ral 0 que se deseja é 0 adensamento do underflow. Apenas recente- mente, a partir de um cuidaclo ambiental maior é que passou a ha- ver a preocupacao com a qualidade do overflow). Sao semelhantes em tudo a pequenos espessadores, exceto que a porcao cilindrica é mais longa e, como a quantidade de underflow a retirar é pequena e nao importa se ele for diluido, o bombeamento nao requer cuidados especiais. Ou seja, a funcao primordial dos clarificadores é fornecer um overflow isento de sélicos, ao passo que a dos espessadores ¢ fornecer um underflow adensado. Muitas vezes, 0 uso do rake é desnecessiirio ¢ este nem sequer existe. — hidroclassificadores, usados na classificagao de materiais muito finos, como argilas. Neste equipamento ha uma injecao de gua junto & descarga do underflow, de modo. que se forma uma corrente ascendente, que clutria as particulas abaixo de um diéme- tro de corte pré-definido, descarregando-as na calha do overflow. As particulas mais grosseiras afundam e conseguem atravessar 0 fluxo ascendente de agua, descarregando pelo underflow. Ou seja, hidroclassificadores sao elutriadores, nada tendo a ver com espes- sadores. 58 = Mecanismos do Espessamento Arthur Pinto Chaves Eldon Azevedo Masini Fundamentos A figura 5 mostra a seqiiéncia de eventos que ocorre quando uma polpa tipica ¢ detxada sedimentar numa proveta. Depois de um. lapso de tempo, nota-se a formacao cle uma interface entre a polpa (1) ea 4gua clarificaca sobrenadante (4). Esta interface move-se para bai- xo, de inicio muito rapidamente, depois mais lentamente, até estacio- nar. No fundo da proveta pode ocorrer a formagao de duas outra: fases, uma de polpa muito densa (2) e outra suprajacente a esta, ma diluica (3). Estas duas interfaces sobem, a mais densa crescendo ¢ a suprajacente mantendo a sua espessura. Num dado momento (ver a figura Sa), as duas interfaces se confundem e resta uma nica interfa ce, que segue a sequéncia do movimento da interface com o liquido clarificado. O ponto C é chamado de ponte critico e é muito impor- tante para 0 tratamento tedrico, como se vera adiante. te dalntorace 4, ; A a] [a] [a] [a Nc +] fa} fa] Lak L ct Hab - - 4 >=~~02 = ry oy fa) (b) Figura 5 - Ensaio de espessamento Esta descricao corresponde entretanto, a um caso particular, em que as particulas tm uma distribuicao granulométrica restrita, pequena tendéncia a floculacao e a polpa é densa, Quando a faixa de tamanhos de particulas é ampla, ou a porcentagem de séli Teoria ¢ Pasrica po TRATAMENTO DE MiNERIos - VOLUME 2 baixa, a interface entre 4 e 1 pode nao ser nitida. Deserigoes seme- Ihantes sao encontradas na literatura (3.4.5). Colocando-se num diagrama a altura da interface em fungao do tempo decorrido, obtém-se um grafico semelhante ao mostrado a direita da figura 5b: nota-se uma zona inicial em que parece nada estar acontecendo - correspondente a formacao de flocos de particu- Jas, segue-se uma linha reta correspondente a zona em que os flocos (ou as particulas) sedimentam com velocidade uniforme, ha um tre- cho de transi¢ao e, por fim, outra linha curva correspondente & zona de compactagio do espessado. Finalmente, a altura da interface se estabiliza e nao muda mais. No desenhg da figura 5b, designamos os pontos de inflexao por A, B, Ce D. E importante salientar que AB é um segmento de Feta, e que 0 trecho adiante de D é uma reta paralela ao eixo das ordenadas, BC é uma curva de concordancia entre AB e CD. CD é um segmento de curva da lei diferente da de BC Ou seja, formados os flocos (o que pode até nem ocorrer, depen- dendo da natureza das particulas sélicas e das condigdes elétricas da polpa), estes passam a sedimentar, em regime dito de “sedimentacao livre” (es aspas séo colocadas porque o regime NAO E DE QUEDA LIVRE. As particulas sofrem a acao do Iiquido ascendente. E, portanto, a sectimentacao perturbacia do Tratamento de Minérios). Nesta fase, a velocidade da sedimentagao é constante (por isto, no diagrama H xt, 0 techo € reto). Conforme o floco ou particula afunda, sua velocidade passa a diminutr devido as interferéncias de outros flocos ou particulas © 20 alrito com a agua deslocada para cima pelo movimento descen- dente dos sdlidos, Estas interferéncias aumentam conforme o volume do espessado diminui. Ao mesmo tempo, o volume do liquido em tor- no da particiila é menor, pois o iquido fol removido para um nivel ‘mais elevado, No entanto, asedimentagao nesta zona mais densa ainda ‘ocorre em regime de secimentacao livre. Finalmente, chega-se a um estagio em que as particulas estao em contato, umas sobre as outras, ¢ adensamentos adicionais 56 se conseguem devido a compresso das particulas subjacentes pelo peso das particulas suprajacentes. Nesta fase, avelocidade de abaixamento da interface, ou melhor, de compactacao, 6 bastante menor. Em outros casos, ocorre uma situacao especial em que as par- ticulas ou flocos, mesmo sendo heterogéneos, se unem uns aos ou- {ros e formam uma esirutura que afunda em conjunto, aprisionando outras particulas durante o percurso descendente. Todas as particu- Jas, entao, sedimentam juntas (mesma velocidade de sedimentacao) ¢ forma-se uma interface nitida entre a fase secimentante e 0 sobre- 60 ESPESSAMENTO. nadante. (6) chama este regime de sedimentagao por fase. Nesta etapa, 0 liquido em torno das particulas e flocos é empurrado para cima pelo movimento descendente destas, quase como se estivesse ocor- rendo uma filtragem da agua através do leito descendente de parti- culas, (O regime de sedimentagao por fase, como ja mencionado, ocorre com particulas que tendem a flocular. Ocorre também quando a con- centragao de particulas na polpa aumenta e se atinge uma condi¢aio em que cada particula esta em contato com as vizinhas e elas des- cem em conjunto, aprisionancio as demais nessa estrutura e fazen- do-as afundar com a mesma velocidade. Forma-se uma interface nitida entre a polpa em sedimentagao e o liquido sobrenadante, como mostra a figura 10, sem a zona 2 (depésito do fundo), que se notava na figura 9. Figura 10 ‘Sedimentacao or fase O regime de compressio acontece quando as particulas se en- contram tao adensadas que uma est em contato com as outras ¢ 0 adensamento sé pode ocorrer pela compactacao do conjunto devido a0 peso das particulas suprajacentes. No estagio de compressao é que se nota a aco ja mencionada do rake, agitando mansamente a polpaja compactada, promovendo a melhor acomodacdo das particulas, permitindo a eliminacao de bolsas d'agua e de bolhas de ar e ainda, de quebra, mantendo a sus- pensao estavel. ‘No espessador continuo (figura 6) podem-se observar camaclas de polpa representando as mesmas zonas, com a diferenca essencial que underflow e overflow descarregam continuamente: a polpa é ali- mentada pelo feedwell na zona 1. AS particulas ou {locos iniciam seu movimento descendente ea guao seu movimento ascendlente, A zona I corresponde & zona de sedimentacao livre. A zona 3 corresponde & el ‘Teoria & Prdtica po TRATAMENTO De Minerios - Volume 2 zona de transigao e, na zona 2, no fundo do espessador e sob a acao do rake, ocorre a compressio do espessado. Na zona 4 ocorre a clart ficacao do overflow. King (1) chama a atencao para o fato de que esta descrigao (embora aceita por todos) ¢ mais académica que realista, pois as caracteristicas que dlstinguem cada zona nao sao discerntveis, exceto a concentragao de sélidos crescente. clarificagao alim. (sedim. livre) material depositado Figura 6 - Espessamento continuo Fenémenos que ocorrem no espessamento © movimento de uma particula sélida dentro de uma polpa 6 afetado pelas forcas de gravidade, pelo empuxo do liquido desloca- do e pelas forcas de atrito que se desenvolvem entre liquido e parti- cula, Estas foreas so influenciadas pelos seguintes fatores: — propriedades da polpa: densidade e viscosidade, — propriedacies da particula: tamanho, forma, densidade rugosidade da superficie, — propriedades do sistema: porcentagem de sdlidos e estado de dispersdo das particulas, pH e presenca de coagulantes ou flocu- lantes, — geometria do equipamento, especialmente, a proximidade das paredes. Verifica-se, pois, que o fendmeno do espessamento é muito complexo. Nao existe um modelo suficientemente bom para permi- tir a previsao do comportamento do minério ou concentrado com preciso. E importante salientar que os termos “sedimentacao livre” sedimentacao perturbada”, conforme utilizados em espessamen: to, nao correspondem exatamente aos mesmos conceitos utilizados no tratamento tedrico da classificacao em Agua. Kelly e Spottiswood (8) fizeram a correlacao mostrada na figura 7 ¢ adaptada por nos. 62 ESPESSAMENTO i eas Sedimentaao lve} ‘Sedmentagao ‘parturbaca ©, G ‘Concentragao volumétrica local Figura 7 Podemos coneluir entéo que, na pratica, a sedimentagéio das particulas durante o espessamento acontece segundo trés regimes distintos, denominados de clarificagdo, sedimentacao por fase e compac- tacdo. A figura 8, adaptada de (6) mostra que esses regimes sao go- vernados pela densidade da polpa e pela tendéncia das particulas flocularem. Na ordenada, a concentracao de sdlidos cresce de cima para baixo e na abscissa, a tendéncia a floculagao cresce da esquerda paraa direita O regime de clarificacao, portanto, predomina em situagdes de altissima diluicao de polpa, pois as particulas estao distantes umas das outras e podem sedimentar praticamente sem interferéncias muituas. Se uma particula maior afunda mais rapidamente e colicie com outra particula e se ha tendéncia para a formacao de fldculos, as duas se agregam e passam a sedimentar com velocidade ainda maior. Se nao ha essa tendéncia, apés a coliséo as duas particulas continuam seu movimento individual, sem interferéncias mutuas, cada uma com sua velocidade prépria. 63 de sélidos 4 « [7 suspensses em Horna de particuias ou Aagragatios livres [GaTsuopensses na forma de um melo floculada ‘Ata porcentagern estuturedo de saios Suspensdes no ‘Suspensdes Toculadas. flocuiadas Figura 8 E possivel distinguir visualmente a clarificacdo de agregados da clarificacao de particulas dispersas. Neste caso, as particulas de maior velocidade sedimentam antes e as mais lentas sucessivamen- te depois. Forma-se uma interface no fundo da proveta, que vai su- bindo a medida que novas particulas chegam ao fundo, como mos- Waa figura 9. Nao se forma uma interface nitida entre o material que afunda ¢ o liquido sobrenacante, e sim uma zona difusa. Kos (7), Scott (8), Fitch 9,10) e Michaels e Bolger (11) admitem a existéncia de mais um regime de subsidéncia, denominado por Kos de sedimentacdo por canalizagéo. Este regime se manifesta numa faixa de concentracao intermediaria entre os regimes de clarificacéo ede compressa. Forma-se uma rede de canais ao longo da coluna, que permite a passagem do liquido drenado das camadas subjacen- tes. A interface entre a fase clarificada ¢ a polpa adensada é nitida, podendo-se notar na superficie da interface marcas tais como ondu. lacdes ou cones vulcanicos. A razéo deste regime é as particulas ou agregados manterem entre si um contacto fragil que possibilita a formacao dos canais. 64 Tratament 0 TeGérico Eldon Azevedo Masini Arthur Pinto Chaves Os primeiros conceitos sobre o espessamento foram estabele- cidos por Coe ¢ Clevenger em 1916 (3). Analisando ensaios feitos em vasilhas cilindricas, eles verificaram que a velocidade de sedimentagio da interface depende da concentracao inicial da polpa. Foram também os primeiros a notar as descontinuidades do andamento da curva de espessamento ¢ a subdividi-la nos trechos caracteristicos O conceito do ponta critica (critical settling point) também foi estabelecido por eles: é o instante em que a polpa passa para a zona 2. Mais precisamente, € 0 ponto da curva de espessamento Que representa a posicao da superficie da zona 2 no instante em que a zona 3 desaparece. Segundu estes pesquisadores, a partir deste momento qualquer eliminacao adicional de liquid da polpa aden. sada s0 pode acontecer devido 8 aco das forcas de compressdo das parti cullas suprajacentes. panto critico, passagem do regime de transigéio para o de compressao, é também chamacio de ponto de compressao e sera sem- pre representado neste texto por C. Coe ¢ Clevenger verificaram ainda que, para cada concentra- 40 inicial da polpa, a velocidade de sedimentacto tem um valor constante, variando apenas se a concentracao de sélidos for altera- da. Constataram também que, na compressao, a velocidade de sub- sidéncia € funcao aproximada do tempo, quando se trata de polpas defloculadas, tipicamente produtos de moagem de minérios. ja com Produtos de precipitacao a partir de reacoes quimicas, apenas a va- iavel tempo nao é suficiente para reger 0 fenomeno. Embora caiba a Coe e Clevenger 0 mérito da interpretacéo ras ional e descricao do processo, foi Kynch (12). um matemattico, quem formulow a primeira teoria compreensivel. Assumindo que a veloci- dade de queda da particula numa disperso depende apenas da con- centragao de particulas nas vizinhancas (conforme verificado emp ricamente por Coe e Clevenger), Kynch estabeleceu uma descricao matematicamente rigorosa do processo, que trouxe conhecimentos fundamentais para a sua avaliacao. TEORIA E PRATICA Do TRATAMENTO DE MiNértos - VoLuMe 2 Sempre que uma coluna de particulas sdlidas dispersas num liquicio é deixada decantar, uma sucessao de camadas de particulas em suspensao, de consisténcia cada vez, mais densa — e, portanto, de capacidade de fluxo de sdlidos cada vez, menor — se forma, a partir do fundo do recipiente, e se propaga unidirecionalmente (para cima). Osseu tratamento matematico consiste no estabelecimento de duas relacées. A primeira descreve a entrada e a saida de solido através das interfaces de camadas infinitesimais de concentracdes constantes, C ¢ C - dC. Com base no principio da continuidade, Kynch demonstra que a interface entre estas concentracoes propa ga-se no sentido ascendente com uma velocidade constante U,, for- necida pela relagao: - dG, dc! onde G, 6 vazio de sélidos (massa cle sélidos por unidade de tempo) que atravessa uma ecco horizontal de area unitdria. Esta “io pode ser expressa pela relacao: G.=¥,.6, onde C 6a concentragao de sélidos em massa por unidade de volume de polpa ¢ y, € 0 valor da velocidade de sedimentacao das particulas (correspondente a concentragao C, como verificadio ante- Fiormente). No seu tratamento matematico, Kynch adotou o sentido ascendente como positivo. Assim, velocidades com sentido para baixo tém sinal negativo. Asegunda relacio foi estabelecida a partir da consideracao de que uma alteragao de concentracao de sélidos, subita e finita (men surdvel), que ocorra num determinado nivel da suspensdo, gera uma interface que se propaga em direcdo a interface sdlido-liquido com velocidade constante U,. Esta é dada pela relacao: G,-s) u,< (C,-C) onde os indices 1 e 2 se referem as posicées respectivamente acima e abaixo da descontinuidade. Seu trabalho analisa ainda a estabilidade das interfaces entre concentragées e destaca o potencial que o conhecimento das linhas 66 —o—— ESPESSAMENTO de isoconcentracao oferece para a interpretacio e avaliacao das ¢ vas de espessamento e de fluxo de sedimentacao. Estas curvas de fluxo de sedimentacao (figura 11) séo outra con- tribuicao de Kinch de fundamental importancia para conhecimen- to do processo de espessamento, Ele foi o primeiro pesquisador a utilizé-las para representar este proceso. A curva consiste em um diagrama cartesiano, onde em abscissas so apresentadas as con- centragGes cle sélicos cas diferentes camadas, e, em ordenadas, os valores de fluxo de sdlidos, G, correspondents. ee Se cara curva simples curva composta Figura 11 Varios pesquisadores procuraram verificar este tratamento. As interessados, recomendamos os trabalhos de Fitch (10), Mon: crieff (13), Yoshioka e colaboradores (14), Hasset (15), Shannon colaboradores (16) e Gaudin e colaboradores (17) Consideranclo em conjunto a curva de espessamento ea curva de fluxo de seclimentagao (ver figura 12), 6 possivel estabelecer um qua- dro mais compreensivel do que acontece durante o espessamento: — na curva de espessamento, a zona 4 representa 0 liquido Clarificado, a regio OBA (zona 1), a polpa na concentracdo inicial e a regio OBD (zonas 3 e 2) as polpas com concentracao crescente em fungao da profundidade e do tempo. A interface entre o liquido clarificado (zona 4) e a polpa na concentracao inicial (zona 1) sedimenta com a velocidade U,, © a polpa da zona B sedimenta com um fluxo G, = C, x vj. Na curva de fluxo de sedimentagao, observa-se que a U,,, 6 dada pela inelinacao da linha que parte da origem (0) para o ponto B (C,; G,) (sendo po- sitivo o valor da inclinacao, a velocidade sera negativa, isto é, a in- terface movimenta-se para baixo), assim: 67 ‘TeoRtA & PRATICA Do TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 2 3 3 8 o ‘tempo o ‘concentragao Figura 12 Por outro lado, imediatamente camadas de concentragdes de C,aC,,,, formam-se em profundidade. Cada uma dessas camadas conceritfadas partem do fundo a velovidade dada pela equacao U,, =-dG,,/dCi. Logo, existira uma camada de concentragéo C, que se movimentaré numa velocidade maior que as demais camadas, suplantando-as e que ao se encontrar cam a camada inicial C, (zona B) resultaré uma descontinuidade (inferior) entre a zona (B) e a zona (C ou D). A velocidade de propagacao dessa interface 6 0 va- lor da inclinagao da corda BK, indicada na curva de fluxo de sedi- mentagao, isto €: Ugg = Gp (GKI/C, ~ (CK) que, negativa, indica movimento ascendente da interface. O maior valor de velocidade possivel dessas camadas ascendentes é certamente aquele que ocorre quando a concentraco inicial do en- saio correspond & do ponto de inflexao da curva de fluxo de sedi- mentagéo, isto é, C, = C,, como mostra a figura 12, O regime de sedimentacao perturbada (“hindered settling"), que ocorre quando a concentracao da polpa excede a concentracao C,. € referido como sedimentagio por fase (“phase set!ling"). Nesta condigao, mesmo sendo sdlidos heterogeneos, o material sedimenta com uma nitida interface entre 0 liquido clarificado e a polpa. Para ensaios com concentragées iniciais entre C, ¢ C, (figura 7) ocorre tam- bém a sedimentacao perturbada, porém se as particulas sao hetero- geneas as mesmas seclimentam em diferentes velocidades, fornecen- do uma interface difusa, que em regime continuo num espessador pode resultar em finos no overflow. 68 Dimensionamento de Espessadores Arthur Pinto Chaves, Eldon Azevedo Masini Um espessadir deve atender diferentes necessidlacles de operacio: a— deve tera capacidade necesséria de produgao, nas condi- ges determinadas pelo proceso produtivo, capaz de atender a de- manda da usina. Isto é definido pela razao de espessamento; b— deve fornecer o underflow dentro da porcentagem de s6- lidos adequada. Isto pode ser definido pelo adensamento maximo possivel, ou entao, pelas caracteristicas reol6gicas da polpa - capaci- dade de ser bombeada, Um dos parametros que governa esta carac- teristica 6 0 tempo de residéncia; ¢—~ eventhalmente, deve fomecer um overflow clarificado Dimensionar espessadores , pois, basicamente determinar as suas caracteristicas geométricas (érea e profundidade) para que o servico desejado (atender a vazao e atingir a porcentagem de sdli- dos desejada no underflow) possa ser executado com seguranca, Neste calculo, o espessador é tratado como se fosse um cilindro, desprezando-se o volume da porcio cénica. O ideal é ter a experiéncia anterior com o espessamento indus- trial desse mesmo material. Na sua falta, o tinico método possivel é a partir da curva de espessamento determinada em ensaios “batch”. Se O material foi obtido dla operagao de usina piloto, a seguranga é maior que quando 0 material é obtido de ensaios descontinuos. Existem espessadiores para usina piloto. Entretanto, eles nao permitem o scale up necessario para um bom projeto. Ensaio de espessamento (O ensaio de espessamento ¢ padronizado e ja aparece deserito no Taggart (2): numa proveta de 2,000 ml é colocada uma amostra representativa da polpa que deve ser espessada. Com um agitador, a polpa éagitada energicamente, até colocar todas as particulas s6i ‘Teoria E PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 2. das em suspensaa. No momento em que o agitador for retirado da polpa, o crondmetra é acionaco e passa-se a registrar o tempo de- corrido e a altura da interface, A figura L4 6 uma planilha utilizada para registrar esses valo- res, preenchica com resultados reais. Nela aparece uma “constante de proveta”, utilizada para transformar as lelturas volumétricas em medidas de altura da interface. Um artificio muito titil e que permi- te maior preciso ¢ 0 de colar uma fita de papel na proveta e sobre ela marcar a posicdo da interface nos tempos desejados. Especial- mente nos instantes iniciais, a interface se move muito rapidamente € dificil de acompanhé-la de outra maneira. A leitura direta das ‘marcas forneceré a altura em mm. Este ensaio, embora aparentemente muito simples, serve de base para o dimensionamento de espessadores de qualquer tama- nho. Serve também para o estabelecimento das condicées Gtimas de operacao (pH, % de sélidos e dosagem de floculantes). Como ja foi mencionado, ensaios piloto de espessamento nao sao considerados representativos pelos especialistas. A principal dificuldade do ensaio reside na diversidade de comportamento das polpas. A figura 13 mostra curvas tipicas de es- pessamento de palpas de igual naturoza, refletinda a precominan- cia de algum ou a acorréncia conjunta dos mecanismos descritos. Em alguns casos, o sobrenadante se mostra ‘Ao turvo que fica diffeil distinguir a interface. A curva mostrada na figura 5 tem o andamen- to mais tipico. A zona 4 representa o Ifquido ja clarificaco. Na zona 1 as particulas esto em “sedimentacdo livre” ea zona 2 corresponde as patticulas ja sedimentadas, em regime de compressio. Ou seja, enquanto na zona 1 o movimento descendente das particulas é rapido porque elas esto muito distantes umas das outras, na zona 2 isto nao acon- tece: elas estao muito préximas umas das outras, em contato fisico e sd se aclensam adicionalmente devido & acdo do peso das particulas suprajacentes, que as empurra para baixo. A agua que esta nos in- tersticios flui para cima através dos poros entre as particulas. ‘A= palpa concentra, ecw ou abo B= polpa mostrando parode os nue Fmmauma materia de 8, focus ‘provamente Dolpa Nocuac, dice A Es polpe i ecu, cia fate Ne Figura 13 70 ‘ESPESSAMENTO. PROJETO:exemplo CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar ORIGEM OBJETO DO ENSAIO DENSIDADE DO SOLIDO DENSIDADE DA POLPA: 1.35 % sOlidos inicial: 37,0 % solids final: 70.7 pHY72 DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA -100# 100 2008 200 325# 3258 FLOCULANTEs nenfum diluigao mil adicionados UNDERFLOW: volume nao decantado: peso dla proveta cheta: 1670 g tara: 523.8 pesodapolpa’ 17g peso dos sélidos: 367 g densidace do sobrenadante: ensidacle dos sélidos: CONSTANTE DA PROVETA (ft/m):0,00107 Respilbere Loca: EPUSP Datal§/ 1 ‘contrato AMOSTRA C-4 MEDIDAS DE ESPESSAMENTO tempo altura. altura (nin) mH) 05 850g 10 7850.84 ge 0) ore eo rl ord i 0. 30-550 0,59 3549583 oe aco) a0) O. 50 4008 60 3809 70 335036 80 315 Od 0 0) 02) ool 150285030 200 © 2820.30 300 282,030 450 282030 609 282030 Figura 14 - Ensaio de espessamento n Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minertios - VoLuME 2 Existe uma zona de transicao entre dois estacios, que é a zona 3. Aqui a distancia entre as particulas jé diminuiu ao ponto de que o movimento descendente das particulas é atrapalhado pelo movimen- toascendente da agua deslocada pelas particulas que afundam. S0 camadas de particulas mais densas, aincla em regime de sedimenta co livre, que atingem a interface. A.ccurva de sedimentacéo apresenta alguns pontos notavei © ponto B, onde comeca a zona de transicao: 6 onde se ma nifesta 0 comportamento de camadas mais densas, —o ponto C, onde comeca a zona de compressao e ter zona de transi¢so, — 0 ponto D, onde termina a zona de compressao ea altura do espessaclo passa a nao sofrer mais variacées. Como os ensaios de espessamento sao clescontinuos (em batela- das) e a operacio do espessador é continua, a transposicdio dos resulta- dos nao pode ser clireta. Na pratica, usa-se o fator de escala, que vai vari- ar segundo o método de dimensionamento utilizado. Existem tratamen- tos te6ricos e modelos matematicas - que, entretanto, nao fornecem uma compreensio completa do fendmeno e por isso nao funcionam sempre bem - e métodos absolutamente empiricos, desenvolvidos pelos fabri- cantes de equipamento com basc na experiéncia acumulada. A experién- cia anterior e 0 bom senso de quem vai projetar o espessador sera, por isso. sempre o fator mais importante para um bom resultado, Os ensaios de espessamento sao costumeiramente feitos em provetas de 2.000 ml, como ja recomendava Taggart (2). Varios auto- res, inclusive, defencem essa pratica dizendo que para as diluicées usuais de espessamento, a massa de sdlidos contida dentro de uma proveta de 1.000 ml ¢ insuficiente para representar corretamente a compressao do material. Oltman (comunicagao pessoal, 1972) fez ensaios exaustivos para verificar se existiam realmente diferencas sensiveis entre os resultados com provetas de 2.000 e 1.000 ml, con- cluindo pela negativa. A mesma conclusao foi obtida por Masini (18) trabalhando com minérios brasileiros. Um item importante de ser averiguacio, e muitas vezes riegli genciado nos ensaios de espessamento, é verificar se o underflow é passivel de bombeamento. Estas verificacdes podem ser tao simples como introduzir uma baqueta no underflow e avaliar sua resist cla ou virar a proveta e verificar se o sedimentac escorre. O Centro de Tecnologia da CVRD (‘laboratério do km 14" rotineiramente mede a viscosidade do underflow a diferentes por- centagens de sdlidos e traca o reograma desta polpa (diagrama vis- cosidade x % sélidos). Fica, assim, possivel conhecer perfeitamente ina a 72 | EspessaMEnto © comportamento do underflow e escolher com precisao a % de s6- lidos com que 0 underflow pode ser retirado. Uma medida semi-quantativa, que é bastante informativa, que é feita com 0 viscosimetro esquematizado na figura 15. Ele con- ssiste em uma placa de formica no desenho mostrado, que é colocada sobre a mesa, em posicdio horizontal. Sobre ela coloca-se um pedaco de cano de latao de 2 ¥2" de diametro interno por 2 '&" de altura. A polpa cuja viscasidade deve ser medida é vazada para dentro do tubo, Este ¢ levantado em seguidla e a polpa escorre, espalhando-se sobre a placa numa extensao inversamente proporcional a sua viscosidade, Medlidas superiores a 2,5 garantem a possibilidade de bombeamento. Esta medida era rotineira para polpas de caleério moicdo quando © cimento portland era fabricado via timida Figura 15 - Viscos \etro O maior problema pratico 6 a identificacao dos pontos Be C. B énecessario para o calculo da velocidade de sedimentagao na zona AB. O ponto C - ponto critica - é necessario para os métodos de Tal- mage ¢ Fitch, e de Altman. O ponto D -fim da zona de compressao - & necessdrio para o célculo da altura da zona de compressao, no méto do de Coe e Clevenger. As vezes, no grafico do ensaio de espessa- mento desenhadio em escalas lineares, fica dificil identificd-los. Nes- ta situacao, varios artificios so empregacios: a) desenhar o angulo formado pelo prolongamento do trecho retilineo inicial da curva de sedimentacao. Com o prolongamento do trecho final da zona de compressao, assumindo-o como retilineo, Tragar a sua bissetriz, determinar 0 ponto de interseccao com curva de espessamento e tracar a tangente a curva de espessamento neste Ponto. O tempo correspondente a C sera definido pela interseccao da tangente com o prolongamento da reta correspondente ao estado final da compressao. Fitch (19) salienta que esse procedimento nao 73 ‘Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNérios - VOLUME 2 tem fundamento teérico nenhum e que, dependendo das escalas utilizadas para os eixos do grafico, mais que um ponto pode ser de terminado. O fator de escala utilizado com ot, definido a partir des- te procedimento é 1,33 (figura 16). oo ») Oltman identifica 0 ponto C, mas néo utiliza o t, correspon- dente, Ele traca a linha reta unindo Aa C e prolonga-a até encontrar a paralela ao eixo das abscissas que passa por D. A interseccao destas dluas linhas define do tempo t,’ a ser utilizado, com um fator de escala 1,2 (figura 17). O problema, mais uma vez, é a identificaco do ponto C. Figura 16 Figura 17 ©) método de Stevenson e Pitch (19): consiste em tragar a curva de sedimentacao em papel log-og (figura 18). As curvas obtidas acen- tuam as descontinuidades. Os pontos apés 0 ponto D nao devem ser usados! (Eles correspondem ao quarto trecho da curva, paralelo a0 eixo dos tempos) d) método de Roberts (20): tragar em papel monolog a curva log (H- H,,,,) x ¢ (em escala linear, figura 19). Este método evidencia preferencialmente a descontinuidade que caracteriza o ponto C, pois retifica 0 trecho curvilineo da zona de compressao, ©) tracar em papel log-log a curva log [(H - H,,,)) /t] x log te definir arbitrariamente 0 ponto de inflexao conforme mostrado na figura 20. weet etal | | Tat t Figura 19 Tat Figura 20 Figura 18 14 Espessaento Calculo de espessadores A teoria do espessamento iniciou-se com o trabalho de Coe e Clevenger em 1916, cujo modelamento tesrico serve de base para todos os métocos de dimensionamento que vieram depois. Coe Clevenger postulam que a razao de espessamento € fungao exclusiva da velocidade de sedimentacao na zona de sedimentacao livre. Em 1952, Kyn. ch desenvolveu uma anéllise matematica do fendmeno de sedimen- tagdo “batch”. Talmage e Fitch (1955), Yoshioka (1955,1957), Dick (1972) e Wilhelm e Naide (1981) ampliaram esses trabalhos, tentan- do obter métodos mais confidvei Todos estes métodos tém restrigdes e nem sempre funcionam bem. Por seu lado, empresas fornecedoras de equipamentos desen- volveram métodos absolttamente empiricos. Na realidade, a expe- ncia prévia eo bom senso sero sempre os fatores determinantes do sucesso de um projeto de espessamento. O parametro fundamental para o dimensionamento de espes- sadores é a razio de espessamento (settling rate), que expressa a érea (em #€) necessdria para espessar 1 t de sélidos em 24 horas, para uma deter- minada polpa. Multiplicado pela tonelagem de sélidos a serem es- pesados, este parAmetro farnece a area necessaria para o tanque. A segunda considleracao sao os tempos de residéncia da polpa no espe: sador e do underflow na zona de compressio, até atingir a compac tacdo desejada. Finalmente, é necessario considerar também a capa- cidade de extravasar o overflow. A literatura (21) registra que os resultados dos ensaios de es- pessamento perdem confiabilidade quando: —as porcentagens de sélidos no underflow s menores que 25%. — 0 tempos de compressao séio muito longos. — 08 pontos de inflextio das curvas sao dificeis de serem de- terminados. Para superespessadores, estes métodos nao funcionam e reco- menda-se a consulta aos fabricantes (22). 10 muito baixas, Coe e Clevenger Baseados na descricao do fendmeno do espessamento, confor- me feito a partir dos ensaios descritos acima, Coe e Clevenger de senvolveram um método de dimensionamento. Este método postula que a razao de espessamento € funcéo exclu- siva da velocidade de sedimentacao na zona de sedimentacdo livre. Portan- 15 | 4 : ‘Teoria # PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNéRios - VOLUME 2 to, a velocidade de sedimentacao terd 0 mesmo valor no ensaio desconti- ‘nuo e na operacao continua (10) Verifica-se experimentalmente que a razdo de espessamento varia cconforme varia a diluigdo da polpa, passando por um ponto de maximo valor, que € 0 que determina a capacidade necessaria para o espessador. Em outras palavras, dentro do espessador continuo, a densi- dade da polpa aumentaré continuamente com a profundidade, até atingir um valor critico, que limita a vazio dos sélidos por unidade de drea através desta zona de concentracao critica. Se a rea do es- pessadlor for insuficiente, os sélidos afundarao até aleancar essa zona. Os sélidos que nao conseguem ultrapassé-la vao se acumulando, até encher o espessador e transbordar. Entao, um espessaclor bem projetado deve ter a seccao trans- versal com area suficiente para que a velociclade de sedimentacao na concentracdo critica atenda a vazdo de sdlidos necessaria (8, p. 252). Portanto, um espessador bem projetado, deve ter recursos para mo- nitorar a zona critica um bom projeto consiste em que se forneca area suficiente para evitar a sua formacao (10). O procedimento experimental consiste entdo em executar uma série de ensaios de espessamento como os descritos acima, apenas variando a diluicao inicial. Usualmente executam se seis ensaios 6a partir deles define-se a diluigao critica. Para cada ensaio calcula-se a velocidade de sedimentacdo, correspondente a velocidade com que a interface se move para baixo na zona de sedimentagao livre e cal- cula-se a razao cle espessamento através de: agua agua rel ie, da alim, - rel 28°4>do UF Fazio de espessamento = fator x — fe ane pa Tabulando-se a razio de espessamento em funcao da dilui- ao inicial para os varios ensaios, identifica-se a maior razdo de espessamento — ou seja, a razao critica — e adota-se a mesma como © parametro de dimensionamento, garantindo assim o funciona- mento satisfatorio do espessador em quaisquer circunstancias. E imperativo usar os fatores de escala adequados e, eventualment ‘com base na experiéncia anterior com materiais semelhantes, uti zar fatores de seguranca Kynch ou Talmage e Fitch Kynch, um matematico, desenvolveu em 1952 um modelo matematico para o espessamento descontinuo, em que postulava 76 EspessAMENTO também que a razio de espessamento é fungao unica da diluicao da pol- pa. Em 1953, Talmage e Fitch estenderam esse modelo para espes- sadores continuos. O procedimento experimental consiste em executar um tinico ensaio de sedimentacio, para as condigdes desejacas (porcentagem de s6- lidos na polpa) e definir alguns parametros importantes a partir da curva de sediimentacao obtida: —¢, eH, so a concentragao de sélidos inicial ea altura inicial; — te H, ao o tempo e a altura finais obtidos (underflow to- talmente espessado); —C €0 ponte critico da curva. Suas coordenadas sao t, ¢ H.; — tragando-se a tangente & curva que passa por C, definem-se 0s pontos Hi, ¢ t, onde essa tangente corta o eixo das ordenadas e a paralela ao eixo das abcissas que passa por H,. A razio de espessamento ¢ calculada por: 4 t azo de espessamento = x fator qx “ax, Em certas situagées, a compressiio final é excessiva para o bom- beamento subseqiiente, Por exemplo, concentracios coesivos e pesa- dos como de minério de ferro atingem porcentagens de s6lidos no underflow tao altas que tornam impossivel o bombeamento e, por- tanto, a remocao do underflow. Usa-se, entdo, uma densidade infe- rior, compativel com o bombeamento. Os parametros H, ¢ t, so, nes- tes casos, substituidos por H, e t,,, respectivamente a altura eo tem- po de sedimentacao que correspondem a estes valores adotados. Zona de compressao Este ensaio, desenvolvido por Oltman, visa determinar uma estimativa razodvel da porcentagem de solidos no underflow e do tempo necessdrio para atingi-la. A diferenca em relacdo ao ensaio de sedimentagao normal é 0 uso de um rake, que gira intermitente- mente a baixa velocidade: uma vez por hora, a 1/6 rpm. Procura-se usar a massa de polpa (na diluicao da alimentagio) que de cerca de 300 ml depois de 24 h de sedimentacao. Usam-se floculantes e regu- ladores, visando simular o mais de perto possivel as condigées ope- racionais reais. Registra-se a altura da interface a cada quarto de hora durante até 12 h e, finalmente, a altura apés 24 h. Ao fim do ensaio, desdgua-se e seca-se a amostra e mede-se 0 peso de sdlidos. 1 ‘Teorta & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 objetivo é determinar com a maxima precisio 0 ponto de inicio da compresso, e o respectivo tempo t,,. Se o underflow pode ser manuseado na sua porcentagem de s6lids final, determina-se 0 tempo t,, onde a curva de sedimentacao torna-se horizontal (instan- te a partir do qual nao ha compressao adicional). O tempo necessa- rio para que ocorra a compresso desejada ¢ t,-t,. A altura necessa- ria para que essa compressao ocorra é altura de compresséo = —=—> ics sélidos x raz de espessamento onde V ¢ 0 volume médio da compresséo no ensaio descontinuo, expresso em ml. Regra dos 3 ft Quando a altura de compressao exceder Im (grosseiramente, 3 ft), recalcula-se a area de seclimentacao. Isto é uma correcao total- mente empirica, conhecida como “regra das trés pés” e que serve para evitar subdimensionamento. Outrossim, se a altura calculada para a zona de compressio resultar inferior a 1/2 ft, adota-se este valor minimo. Esta regra nao tem justificativa teérica nenhuma. Entretanto, tem sido confirmada para quase todos os propésitos praticos. Vari as explicagdes foram aventadas para isso (1), entre as quais: — polpas de concentrados metalicos espessam rapidamente até as porcentagens de sdlidos finais admitidas pelo bombeamento. Em consequéncia, a altura da zona de compressao deixa de ser um fator eritico de projeto. — em quase todos 0s casos, a velocidade de compressao dimi- nui muito rapidamente. —a variacao da espessura da zona de compressao implica numa variagao pequena da porcentagem de solidos do underflow. O valor de 3 ft seria um valor médio, satisfatério para a maioria dos casos. Esta regra é complementada pela atribuicao cle 2 ft como altu- ra necessaria para as demais zonas dentro de um espessador. Em conseqiiéncia, a altura dos espessaclores variaré muito pouco: — zona de clarificagao: 2 ft, —zona de alimentagao: 2 ft, — zona de transicao: 2 ft, —zona de compressa: 1/2 a3 ft; —altura total: 642 a 9 ft 18 EsPESSAMENTO Wilhelm e Naide (22) O método Coe e Clevenger leva a um subdimensionamento da drea do espessador. Por sua vez, o método Kinch costuma su- perdimensioné-la. E, em alguns casos, a estimativa dada por Coe e Clevenger € mais préxima da realidade; noutras, a de Kynch (10). Do ponto de vista prético, Kinch exige apenas um ensaio e, portanto, sera sempre mais facil de ser executado - se a amostra e as condiges estiverem corretas. Como ja mencionado, nenhum dos métodos atende per- feitamente as necessidades do dimensionamento. Estes autores afirmam haver definido um método alternativo mais preciso que os anteriores e que necessita de apenas um ensaio de espessa- mento. Afirmam que, comparando os resultados obtidos por seu método e pelos outros dois com a realidade da operacao indus- trial, 0 seu 6 0 que apresenta maior concordancia. Salientam que as diferengas que aparecem acontecem quando a agio da zona de compressao 6 muito sensivel. Recomendam, para sanar este inconveniente especifico, a realizacaio de ensaios especiais em cilindros de maior comprimento (deve ser o ensaio de compres- s80 de Oltman). De fato, embora pessoalmente nao consideremos 0 seu mé- todo melhor, estes autores trazem uma contribuicao de real valor para a compreensao dos fenémenos, na medida em que: — comprovaram a afirmacao de que apenas um ensaio de es- pessamento é suficiente para o dimensionamento, desde que 0 ensaio & a sua anilise sejam feitos corretamente: — demonsiram que os desvios entre os mecanismos aceitos até entao e a realidade da operacao industrial ocorrem devido aos fendmenos que acontecem na zona de compressao; — propéem um métado alternativo, mais preciso, segundo eles. O procedimento preconizado por Wilhelm e Naide con siste em discretizar a curva de espessamento, transformando- aem uma sucesso de segmentos de reta e calcular a velocida- de de sedimentacao em cada um dos trechos assim definidos, Esta velocidade é fun¢ao exponencial da concentragao média da polpa no trecho. Constréi-se 0 grafico razao de espessamento x concentracdo de sdlidos no underflow (em papel log-log). Para cada um dos trechos calcula-se a razao de espessamento, em funcao do expoente da fungao da velocidade de sedimen- tacao e da concentragao de sélidos desejada para o underflow, pela formula: 79 razio de espessamento x," A razao de espessamento assim calculada é valida para o en- saio “batch”. Existe um fator de escala, o, que relaciona-a com a ra- zo de espessamento real, calculado mediante: hye razio ce espessamento real = razao de espessamento batch x (--y-)%,onde héaaltura média da interface da zona de compressao no en- saio batch, e, 7 H éa altura média da interface na operagao continua. édeterminado a partir de um grafico fornecido por Wilhelm & Naide. Comparacao entre os métodos O métoco de Wilhelm e Naide apresenta algumas vantagens sobre os anteriores, mas a sua utilizacao acaba caindo nos mesmos problemas, ou seja, na necessidade de tracar graficos e determinar pontos e valores mais ou menos arbitrariamente. Deste modo, ape- sar das vantagens preconizadas pelos autores, acaba-se incorrendo nos mesios erros dos métocos anteriores. Nao obstante isso, Simonsen e Almeida (23), dimensionando um espessador para o overflow da ciclonagem do minério de ferro de Carajas pelos diferentes métodos, obtiveram método razao de espessamento (m*/t x dia) Coe & Clevenger 0,479 Kynch 0.618 ‘Talmage & Fitch 0,720 Wilhelm & Naide 0,548 resultados estes que enfatizam as caracteristicas préprias de cada método ¢ os seus efeitos sobre o resultado final. Consideragoes de projeto Nao entraremos nos detalhes mecanicos dos equipamen- tos. Recomendamos a referéncia (1) e a consulta aos catélogos 80 ESPESSAMENTO dos fabricantes aos interessados Todo o dimensionamento baseou-se no valor da razdo de es- pessamento, determinada a partir de uma unica amostra e, se tiver ido usado o método de Kynch, de um unico ensaio. Se esta amostra nao for representativa, todo o trabalho esta perdido! Razao freqtiente ce sobrecarga do rake éa presenca de materi- al grosseiro. Em principio, material maior que 60# (0,25 mm) néo deve- ‘a entrar no espessador (19). Material deste tamanho nao pode ser tolerado e 6 preciso separa-lo por peneiramento antes. O sistema de remogao do underflow é o calcanhar de Aquiles de qualquer espessacior. Em se tratando de uma obra tao cara e tao critica Para 0 funcionamento da usina, acreditamos que nao seja aqui que se deva procurar economizar. Bombas de reserva s4o, portanto, essenciais, Quando nao sao executadas medidas da viscosidade do un- derflow, varios critérios mais ou menos empiricos e arbitrarios (vei dadeiras “regras de dedao”) sao utilizados pelos projetistas para escolher a densidade de polpa de bombeamento. Entre eles: 1-o.underflow deve ser retirado com porcentagem de sélidos 5% superior a do ponto critico (ponto C); 2- underflow deve ser retirado com porcentagem de sélidos 10% inferior yue a densidade final (24 horas) Tratam-se, entretanto, de meros palpites, que nunca podem ser melhores que a medida da viscosidade, ainda que por métodos Go simplificados como o descrito anteriormente. O projeto deve considerar a possibilidade cle paracas freqiientes do sistema do underflow e prever facilidades necessarias para elas se- rem rapidamente resolvidas (ar comprimido, agua de alta pressio, dis- Positivos para acesso e lavagem da linha etc). O manual de operaczio deve prever as provicléncias a serem cumpridas em situacdes de par da imprevista. O piso da camara debaixo do espessador, onde ficam as bombas centrifugas, deve ter inclinacao tal que permitaa sua facil lava gem ea remocao do minério que cair durante uma operacao de desen- tupimento. E conveniente prever uma canaleta de drenagem. Sao usadas bombas de diafragma e bombas centrifugas. Eventualmente usam-se motores de velocidade regulavel, regula. dores de velocidade, ou inversores de freqiéncia Asbombas de overflow deveriam, teoricamente, bombear égua limpa. Na pratica isto nem sempre acontece e as bombas deve ser escolhidas tendo esta possibilidade em vista Keane (22) e King (1) discutem as diferentes possibilidades de instalacao de espessadores, com vistas a instalacao de bombeamen- to do underflow, que resumimos a seguir: BL ‘Teoria & PrAica 09 TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 — tangue elevado, valvulas, tubulagoes e bombas do underflow instalacias ao nivel do chao: esta configuracao possibilita excelente acesso ao sistema do underflow; a construcao é mais cara que as demais configurages e torna-se cada vez mais cara, a medida que 0 tamanho do tanque aumenta: — tanque a0 nivel do chao, sistema do underflow instalado em um ‘tinel debatxo do tanque: 6a concepcao mais frequente na indtistria mine ral. O custo instalado ¢ razoavel. O projeto deve considerar o problema de drenagem desse tinal, facilidades de manuseio e cle manutencao de pecas pesadas (motores, rotores, valvulas e tubulacdes) e observar ci ™mensdes compatfveis com a seguranca operacional dos trabalhadores. A ventilacao do ttinel pode, eventualmente, ser problematica; — tangue ao nivel do chao, bombas de polpa do tipo submerso instalacias na coluna central, motores acima do nivel do espessador: &a concepcao de investimento minimo, Nao permite a instalacao de bombas de reserva ¢ torna a manutengao e a limpeza das bombas trabalhosas. Afeta o projeto do mecanismo central. E necessario pa- © espessacior para a manutencao da bomba; — tangue ao nivel do chao, bombas instaladas na coluna central, acima do nivel do espessador, succionando 0 underflow do fundo e do centro do espessacior: investimento ligeiramente superior ao do caso anterior. Permite a instalacdo de bomba de reserva. A operacao de bombas de polpa em succdo é sempre desagradavel. O espaco para operacao e manutencao torna-se exiguo; afeta o projeto do Mecanismo central — configuragao tipo caisson: & a solugdo mais econémica para espessadores de grande diametro, pois se elimina o ttinel, embora 0 tubulao central nao seja uma construcao barata ¢ 0 acionamento tam- bem se torne mais caro); — tangue ao nivel do chao, tubulacées de underflow enterradas © bombas locadas na periferia do espessador: usualmente nao aplica- vel a polpas minerais. Capacetes, ferramentas e outros objetos cafdos dentro do es pessador atrapalham muito o seu funcionamento, Muitas instala- Ges fecham 0 passadico de acesso ao mecanismo central de modo completo ou com telas de alambrado. Para espessadores dle grande didmetro, o custo da obra civil pode ser minoracio substituindo a concha de concreto por fundo de material argiloso compactado, O métodbo ja foi utilizado no Brasil e (25) da maiores informacoes. E fundamental a granulometria da ar- gila e 0 cuidado na compactacao. A camada de argila compactada 6 coberta com uma camada de solo-cimento. 82 ESPEssaMENTO, Finalmente, em muitos casos, a par com a porcentagem de s6li- dos no underflow, deseja-se também a minima turbidez do overflow (embora a clarificago nao seja a funcdo primordial de um espessa- dor). Isto depende fundamentalmente da floculacao da alimentagao, que pode ser espontanea ou artificial - mediante a adicao de eletréli- tos ou de polimeros. O primeiro caso nao costuma constituir proble- ma, desde que o dimensionamento do espessacior tenha considerado o tempo necessario para que essa coagulacao ocorra. Entretanto, quan- do se usam polimeros sintéticos, é necessério garantir a sua mistura eficiente e rapida, de modo que todos os seus pontos ativos sejam utilizaclos antes que o floco comece aafundar. Mistura ineficiente acar consumos desnecessariamente maiores de floculante, Também é necessério prover o tempo necessdrio para que os flocos possam se formar e comegar a sedimentar. Muitas vezes isto é dificultado por uma diluigao excessiva e a solucao 6, entdo, recircu lar parte do underflow (1) A tabela | mostra valores dle razo de espessamento e condi- ses médias de operacio. Ela nao deve ser usada para projeto, poden- do apenas ser utilizada para avaliacdes preliminares e grosseiras. ae ‘Teoria & PRatica po TRATAMENTO DE MiNéRios - VOLUME 2 ‘Tabela 1: Valores tipicos de razdo de espessamentoe de desempenho (extraido do catdlogo de espessadores Enviro-Clear) Apliengio ‘AlimentagioUnderflow Capacidade Kaze de Ysslidos —séldos _expecifica espessamento Ghee vest Jamas vermethas 105 mH 0540 15 efluente de agar de heteeraba 38 035 : a lavedor de poeias de ito forna 12 m0 - rWjtos de bras 5 55 2 prrficagso de salmoura npr-098 10380 - flume de agcear de cana O55 3a : ‘amen portland, via simi wos 050 0308, finos de earvao avade 2540 nB28 sejios de carvio 2550 ose concentrado de cobre 75 0204 resiuo da iiviago de care 155 31s minrio de cobre oid 1555 18 melts de cobre 5065 02.05 reitos de diamante 5 045 eetos do cizntagio 080 0308 plpa ce cain, 230 7 concentrado de ehumbo s0-a0 a sarapacaladaecarbonetada 15.28 : sarapa brute calada 39 2 tflucnte de rejeitos de fost: pareaimenteneutralizada a son 24 a5 Segundo estigi de nowralizagao 2s i320 a 39 hidexido de magaésiodesalmoura 9 2580 3 as hldeésido de magnesia, agua domar 26 125 or v0 ‘magnetite (melo censo) 8 00 aT 002 reito deeletropotimente, mais 1-2 16 asa - Sigua de mina e e 4 . reeltos de malibnio 20-300 so70 2 ats reeitos de destntamento de papel 0.005.0010 Ls asia : rejeito da abrica de papel 095-040, 03, 083 ‘laieagho vino banca 510 040613153 Jamas de estate| 28 rial cess) | ido asriea a 30% a5. 1650, 052 : polis (polpa de aga esa) asia 510 1 5 ‘pies de aria 210 30.40 45 = mins de prata ianetado 1038 060 M4 0308 ania, slimentogio prima 13 4.20 2 Le ‘eee de tacanita as 5565 59. 01-02 rept de area btuminosa 67 2050 13 - muni de ano xivinds 030 $565 15 OLS slow cake 1D 140058 ry “concentra de inca 540 wus 1536 9904 midtings eine 540 eo) 24 03.08 eos zinc 2035 5070 rr 106 lear deena desi nie 510 2 . Bd Pratica Operacional Arthur Pinto Chaves José Fernando Ganime ‘As variaveis de controle que devem ser monitoradas, si — granulometria, vazao e porcentagem de sdlidos da alimen- tacdo; — vazao e porcentagem de sélidos do underflow; —dosagem e diltsigdo de floculante, ponto de adigio do flocw- Jante; — pH da polpa, — porcentagem de sélidos no overflow, ~~ densidade na zona critica ou nas suas vizinhancas. ‘Uma regra fundamental, cuja importancia nao pode ser nunca minorada, € a de que espessadores sao projetados para traba- thar com materiais finos e, portanto, particulas grosseiras nao po- dem ser admitidas na sua alimentacao, Para carvao aceitam-se Pparticulas até 28#. Para outros materiais, o desejavel é -60#. Nas usinas de minério de ferro, onde este aspecto 6 especialmente cri- tico, a pratica de aumentar a profundidade submersa do feedwell {para impedir que as particulas grossas sejam arrastadas para lon- ge do centro) tem dado bons resultados. O mesmo aconteceu em Fazenda Brasileiro. Outra regra fundamental é nunca estocar material nem deixar que ele se acumule dentro do espessador. A funcao do espessador & espessar a polpa e isso ele faz muito bem. Querer usi-lo como vasilha de estoque é abusar dele e o merecido castigo vird bem depressa, A figura 21[apud (22)] mostra a relacdo entre a porcentagem de sdlidos no underflow (em g/1) e a razao de espessamento. Este grafico foi construido por Wilhelm e Naide a partir de resultados de ensaios continuos, medindo a porcentagem de sdlidos para diferen- tes alturas da interface dentro do espessador. Verifica-se que, para concentracées inferiores a 400 g/l, as li- nhas convergem. Neste faixa de operacaa, 0 espessador & mais sensivel a variagées na vazao de sélidas erelativamente insensivel a mudanas na altu- 85 ‘TeorIA E PRATICA Do TRATAMENTO DE Minértos ~ VOLUME ra da interface. Entéo, mudancas na altura da interface nao afetariam significativamente o desempenho do espessaclor, mas mudancas na vazo de alimentacdo terao efeitos drésticos, a menas que a vazdo das bombas de underflow seja ajustaca para compensar. O que ocorre, entéo dentro do espessador quando se resolve usé-lo para estocar material (ou aumentando a vazio de alimentaco ou aumentando a porcenta- gem de sélidos na alimentacdo, sem aumentar a vazao de underflow). é que aaltura da interface vai elevar-se gradualmente, até a alimenta- cao transbordar pela calha do overflow. feo Concentragao do UF (al) Figura 21 ‘Acima de 400 g/1 as linhas se espalham, o que indica que, dentro de certos limites, o espessador conseguee se adaptar sozinho a mu- dancas na vazdo de alimentacgo. Entao, dentro de uma certa faixa de concentragées, 0 espessador pode absorver. durante algum tempo, variagbes da alimenttacdo mesmo que nao sejam tomadas providen- clas corretivas. : Isto nao vale para espessadores em que é feita a adicao de polf- meros, pois a presenca destes reagentes pode mascarar esses efeitos. ‘Muitas vezes, entretanto,a acumulacio ocorre independentemen- teda vontade do operador. Ocorrendo acumulacao de materiais dentro do espessador, acontecera um ou mais dos efeitos seguintes (1, 22) 1-aalimentagaio comecard a descarregar junto com o overflow; 2-0 underflow fica grosso demais para poder ser bombeado; 3 - formam-se montes de material depositado dentro do as- pessaclor e o underflow comecaa ficar mais diluido e acaba atingin- do a diluicdo da alimentacao; : 4-omecanismo do rake fica sobrecarregado e € desligado pelo sistema de protecao, Ocorrendio 0 efeito 2, a sugestio é tentar, inicialmente, injetar parte da alimentacao no underflow, de modo a diminuir a porcenta- gem de s6lidos deste. Certamente o esforco necessario para o bombe- amento sera reduzido eo sistema, aliviado. Prestar atencao a alimen- tacdio do espessador. Se necessario, reduzi-la e até mesmo corté-la, Notando-se 0 efeito 3, 0 rake sobe. O operador deve passar para o comando manual e ficar atento a medida do torque, tentando obrigar 0 rake a desmanchar a “ilha” formada no fundo. Se apés 30 a 40 min o problema nao tiver sido solucionado, a alimentagao do espessador precisa ser cortada. Todas as coisas que acontecem dentro do espessador nao sio visiveis para o operador. Ele deve ficar atento a tudo que acontece € aprender a interpretar as variacdes dos parametros de processo: — elevacao do nivel dentro do espessador: pode indicar acu- mulacao do material no seu interior. As causas possfveis podem ser a remogio insuficiente do underflow ou floculagio deficiente; — aumento do torque pode indicar a ocorréncia de sobrecar- ga, devidoa uma das muitas causas possiveis: alimentacao mais gros- sa, alimentacéo mais adensada, excesso de vazao, ou pior, a forma ao de montes ce material: — posicao do rake mais elevada que 0 programado indica a acumulacao de material Emusinas com circuitos cle flotacao, a espuma persistente pode se constituir em problema operacional (abrasao clos rotores das bom- bas do overflow) e em perdas de concentrado nos espessadores de concentraclo. A primeira solucao é a instalagaio de uma saia de chapa perfurada, em torno do feedwell ea uma distancia conveniente deste. Caso este dispositivo nao seja suficiente, é usual instalar sprays para quebrar a espuma. Ou entao, a escumadeira mostrada na figura 1 Em circuitos de espessamento da lama dle sistemas de abatimen- to de poeiras ou de aguas de usinas siderirgicas, as graxas e dleos ten- dem ase concentrar no overflow. A mesma escurnadeira + anel + remo- 40 do éleo sobrenadante é uma boa solucao para o problema. A nnecessidade de clarificar o overflow pode levar a necessida- de de utilizar algum reagente auxiliar. A conveniéncia desta decisao deve ser avaliada cuidadosamente, pois sempre envolver um cus- to operacional adicional. A maneira de fazé-lo, como ja menciona- 87 Teoria e PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 2 do, também deve ser criteriosa, especialmente porque a dosagem inadequada pode provocar a deposicao suibita de uma grande quan- tidade de material, com a possibilidade de formacao de uma placa no fundo do espessador: Em muitos casos é necessério utilizar coagulantes e floculan- tes. Os coagulantes, via de regra, sao adicionados primeiro e sé de- pois os floculantes. ; Existe alguma polémica sobre a conveniéncia de utilizar bom- bas centrifugas quando se usam polpas floculacas mediante a adi- a0 de floculantes organicos. Os criticos dessa utilizagao afirmam que o cisalhamento da polpa dentro da bomba centrifuga corta as longas cadeias organicas dos floculantes, impedindo a sua reflocu- lacao posterior King (1) faz uma interessante discussao dos problemas opera- cionais mais graves encontraveis na operacao de espessadores e das maneiras de controla-los, cuja leitura é recomendadla. Na parada da usina, as bombas de over e underflow ficam operando, recirculando os dois produtos para dentro do espessa- dor, mantendo-o em operacao e em regime. 88 Espessadores de Lamelas e Super-Espessadores Tais como sao projetados hoje, os espessadores sao equipa. mentos robustos, simples e, especialmente, confiaveis. Entretanto, apresentam dois problemas de ordem pratica: — 0 seu tamanho excessive: jé vimos na discussao sobre os tipos de espessador, os problemas geotécnicos acarretados por espessa dores de grande diametro. Muitas vezes, em regides acidentadas (como Minas Gerais, por exemplo), 6 muito dificil encontrar nas pro- ximidades do local escolhido para a usina uma drea suficientemente ampla para alojar um ou mais espessadores, Freqientemente, gran- des obras de terraplenagem acabam se fazendo necessérias, com 0 custo associado. Quando um espessador convencional deve ser adicionada a uma unidade industrial jé existente, entdo é que os problemas de espaco se fazem sentir de maneira mais aguda, Com a crescente pre- ocupagao com a qualidade ambiental, é cada vez mais premente a necessiclade de conter os efluentes sdlidos e os espessadores sto a eca essencial nesta operacao. Projetos feitos ha 15 ou 20 anos e que nao tiveram esta preocupacao sao pressionados pelo ptiblico e pelas autoridades e, muito freqtientemente, nao tém espaco disponivel para instalar 0 espessador. — 0 seu preco: conseqiténcia direta do seu porte e dos fatores discutidos acima, 0 espessaclor 6 um dos itens mais caros do investi- mento inicial numa usina. Algumas solugées criativas apareceram nos tltimos anos ¢ merecem consideracao. Dentre elas destacamos 0 espessaclor de la- melas e os superespessadores. O espessador de lamelas € um conceito novo e que reduz consi- deravelmente a area demandada, Tem tido muito sucesso na com- plementacao de unidades jé existentes, embora a stta introducao em novos projetos ainda seja ienta, dado o conservadorismo imperante nos profissionais da area. O super-espessador tem como premissa ba- sica 0 uso de floculantes para o seu desempenho. Isto forcou algu- mas mudancas de projeto e 0 equipamento resultante difere bastan- te do espessador convencional, especialmente em sua altura aumen- 89. ‘TeoRIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 2 tada e na rea reduzida, Entretanto, a mudanga fundamental intro duzida por este conceito de equipamento é trocar um investimento, que 6a diminuicao do porte do 2quipamento, por um custo operacio- nal, que 6 0 consumo de reagentes. Espessador de iamelas No espessador convencional, a particula, para espessar, tem que percorrer todo o percurso entre o feedwell ¢ 0 fundo do tanque. No espessacor de lamelas o principio operacional é totalmente dife- rente (figura 22): 0 volume é dividido por meio de placas inclinadas. A particula sedimenta até encontrar a superficie de uma placa e, a partir dai, passa a escorregar sobre ela. Superpondo um grande nu- mero de placas, dispostas umas sobre as outras, as particulas s6li- das passam a se depositar sobre estas placas, 0 percurso que cada particula percorre diminui e a eficiéncia do uso do volume disponi- vel aumenta consideravelmente. ‘Como mostra a figura 23, até mesmo a clarificacao é melhora- da, bastando as particulas sélidas, em seu movimento ascendente, encontrarem a placa. Figura 22 - Prin espessador de lamelas (apud catélogo Denver Sala) Figura 23 - Clarificagao no espessador de lamelas (apud catélogo Denver Sala) A polpa entra por uma camara de alimentacao e mistura (figura 24) (onde floculante éinjetaclo). Na configuracao mostrada nesta figura (Contra-corrente), o movimento da polpa entre as placas ¢ ascendente, overflow descarregando por cima e os s6liclos por baixo. Debaixo das placas ha uma tremonha de descarga, onde ocorre uma compressfio adicional, auxiliada por um vibrador de baixa amplitude. 90 | | Onlcios de cistrouigso ‘do escoamento. Vertedoures Calva de alimentacso Cala do overtiow, “alimentagao Chute do undertow ra f) > undertow Figura 24 - Espessador de lamelas (apud catélogo Parkson} {contra-corrente) Os orificios na descarga do overflow servem para pressurizar a camara e sua operaco se constitul num recurso para controlar a turbidez. do overflow. As paredes laterais dispdem de olhais que permitem o controle visual da situacao no interior do equipamento. Estes olhais permitem também a retirada cle amostras da polpa em diferentes posi¢ées dentro do espessador de lamelas. Existe uma-outra configuracdo, em con-corrente (figura 25) onde 0 overflow é forcado placas abaixo. Os sélidos depositados separam-se da corrente de liquido na extremidade inferior da placa € 0 liquido tem toda a altura do espessador para clarificar. A Area titi] do espessador de lamelas 6, portanto, a somatéria das areas das lamelas (sua projecdo horizontal). Como ordem de gran- deza, ele ocupa apenas 10% da area ocupada por um espessador con vencional de mesma capacidade. A figura 26 compara os tamanhos de classificadores convencional e de lamelas para o mesmo servico. OT ‘TeoRIA & PRATICA po Tratamenro pe Munertos - VoLuMe 2 Overton 1 Vertedouros Figura 25 - Espessador de lamelas con-corrente (apud catalogo Parkson) Se esearga do 7 underilow: ae Figura 26 - Comparagao de tamanho dos classificadores convencional e de lamelas (apud catalogo Denver Sala) Um classificacor de lamelas de 5,7 m’ (1,6 m x 2,8 m x 6,1 m) substitui um espessador convencional de 5 m de diametro. Este equi- pamento foi testado na usina da CVRD do Cau e para isto foi insta- lado no sexto andar da mesma, 92 A figura 27, extraida de (24) mostra um equipamento dessé_ tipo, construido no CETEM, usando como placas telhas onduladas de cimento amianto. Ele tem como elementos construtivos: — um tanque de coagulagao, de 20 1, junto a um tanque de floculacao de 500 I, — o espessadlor de lamelas, contendo 12 lamelas, espacadas de 5 m, inclinadas de 60°, largura de 35 cm e compriment titil de 104 cm, ~— descarga do overflow através de um tubo de 4", com orifici- os de 1,5 cm de diametro para cada lamela, — descarga do underflow, de formate piramidal, com palhe. tas vibratorias no interior e boquilhas de borracha para regulagem da vazao. Apesar de todas estas vantagens, o espessador de lamelas ain. da é um equipamento caro: um equipamento com capacidace de 500 m*/h custa cerca de US$ 400,000.00 Figura 27 - Clarificador de lamelas instalado no CETEM Super-espessadores Os super-espessadores séio maquinas de desenvolvimento re- cente, como as mostradas na figura 28. Eles tém uma area cerca de vinte vezes menor que 0 espessador convencional de mesma capa cidade. O principio da maquina esta em flocular a alimentacao ¢ alimentar a polpa ja floculada a meia altura do espessador (nao mais ha superficie, como no espessador convencional). Os flocos vio cres- cendo pela incorporacao de particulas sdlicias e de outros flocos que encontram em sua trajetéria, Atingindo um tamanho critico, come- sam a sedimentar e séo removicos pelo movimento do rake 93 ‘Teoria & Pratica po TRATAMENTO DE Minerios - VoLuMe 2 Espessador “ENVIRO-CLEAR" {apud World-Mining, Nov 79, p50) ‘\\ Estrutura de suporte = Tubulagao LOSS SSSOS OSC O SOO) a a Is Alimentacao Espessador EIMCO "High Capacity" (apud World Mining, Nov 78, p50) Figura 28 - Super-espessadores 4 ESPESSAMENTO. O mecanismo de espessamento, entao, é a sedimentagao por fase, ob: tida mediante uso dos floculantes. O principio de funcionamento dos super-espessadores é, portanto, diferente daquele verificado nos espessadores convencionais. Outrossim, o fato de a alimentagao ser feita a meia altura implica em que o volume destinado a clarificacao do sobrenadante ¢ maior que no classificador convencional ea clari- cacao do overflow 6 melhor. Outra diferenga basica é que sio projetados para trabalhar sempre Com a adigao de polimeres. Isto &, em troca da economia no investimen- to inicial (redugao de area) deve-se conviver com o aumento do cus- to operacional (custo da adi¢ao dos floculantes) Como os didmetros s40 pequenos, a consirucao é sempre do tipo ponte, e portanto, mais barata, podendo inclusive ser elevado em relacao ao terreno. A poténcia instalada, entretanto, é a mesma do espessador convencional. Keane (22) comenta que parece dbvio que a gravidade respon- de por parte apenas da separacao sdlido-liquido neste tipo de equi- pamento e prefere referir-se ao mecanismo como de filtragem, em que 0 meio filtrante é a polpa em suspensao (ele deve estar se refe- rindo a sedimentacao por fase) Aalimentacao ¢ critica no projeto de equipamentos deste tipo, pois o polimero deve ser perfeitamente misturado com a polpa ¢ as forcas de cisalhamento resultantes da turbuléncia do escoamento devem ser minimizadas. Também ¢ critico 0 controle do nivel da zona de compressa. No modelo fabricacio pela EIMCO isto ¢ feito por sensores sénicos, que em alguns modelos podem controlar automaticamente a veloci- dade das bombas do underflow. Maior sofisticacao ainda é usar 0 sinal de nivel e um sinal de densidade de polpa do underflow para informar um circuito légico programado para controlar a dosagem de floculante na alimentacao (I). or Exercicios sobre Espessamento Arthur Pinto Chaves Rogério Contato Guimaraes Claudio Fernandes O principal parametro para o dimensionamento de espessa- dores é a razio de espessamento, definida a partir dos ensaios: ft. ved razao de espessamento = “settling rate” | Ela exprime, portanto, quantos pés quadrados (ft?) de area de espessador so necessarios para espessar uma tonelada de mi- nério em 24 horas. Esse valor vale para o material ensaiado — se variar a granulometria ou o teor, a razao de espessamento muda— e para a diluicao de polpa ensaiada — mudando a % de solidos da alimentagao, a razao cle espessamento muda Os segundo e terceiro parametros sao a altura e o tempo de resi- déncia na zona de compressao. Eles governarao as caracteristicas do underflow a ser retirado. O tiltimo parametro a ser considerado é 0 tempo de residéncia no espessador: Este, como jé visto, nao 6 necessariamente o tempo para que se atinja a compactacdo maxima, mas um tempo necessa- rio para que se atinja uma compactacdo adequada 2 operacaio unité- ria subseqiiente. Por exemplo, se 0 underflow for bombeado e 0 minério for um material adensavel, como concentrado de minério de ferro, a compactagao maxima nao permitiré o bombeamento, sen- do forcosa retirar o underflow com um adensamento menor. Preocupagao adicional é a capacidade de o espessador extra- vasar 0 overflow. Geralmente nao constitul problema em espessa- ores, embora seja a maior preocupacéo quando se dimensionam clarificadores. 96 | ESPESSAMENTO 1- Definir a drea (ou o diametro) e a altura de um espessador para operar nas seguintes con- dicdes: - rejeito, densidade 2,8, = razao de espessamento = 0,08 m/(t/dia), - vazao de alimentacao = 11,4 t/h, - diluigdo de polpa da alimentacao - tempos: #,= 0,5 (inicio da zona ce compresséi) t= 2.5 h (fim da zona de compressa), tat - % sdlidas: C ='45%, 1%, Solugao: a-drea = 1,33 x 0.08 [m*/ (t/dia)] x 11,4 t/h x 24 h/dia = 29,1 m? donde o diametro ¢ 6,1 m, b- altura da zona de compressio: t= 2.5 h (fim da zona de compressio), O.5h (inicio da zona de compressio) 2,0 h= tempo na zona de compressao. ~ % soliclos: C = 45%, 5%, €, % Sdlidos méclia na z. compresstio = 50%. portanto, vazdo média na z, compressao = 11.4 = 22,8t/h polpa 0.5 -114t/h sdlidos 114 m*/h agua 114/28 =4)1 m°/h slidos 15,5 m°/h polpa, ¢, volume da zona de compressio = 15,5 m!/h x 2h= 31,0 m™ * muitos projeistas utilizam um fator de seguranga. Se o ensaio tiver sido bem feito, parece desnecessério! volume _ 31,0 © 29,1 Entao, altura da zona de compressao 1m=35 ‘area 3,5 ft> 3.0 ft! o7 ‘TeoRIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VoLUME 2 ou seja, a area tem que ser aumentada! nova area = —35 x 29,1 = 33,9 m*, ou, novo diametro = 6.6 m. altura total do espessador vazio de alimentagao = 4 — 45,6 t/h polpa 0, 11.4 t/h sélicios 34,2 m'/h agua +4,1 m*/h sélidos 38,3 m'/h polpa, e, volume do espessador = vazao x t, = 38,3 m'/h x 2,5 h = 95,8 m! 58 <28m=93t>9h*. 339 “lz.compressio = 3 1) + (z,transigae (eclarificagao = 2 f9, ou, altura necesséri 2 ft) + (zalimentacao = 2ft) + ou seja, a drea tem que ser aumentada novamente! 8, nova area = x 33,9 = 34,9 mou, novo diametro = 6,7 m. Resposta: espessador de 34,9 m? (6,7 m de diametro) e altura total de 9 ft. Método de Talmage e Fitch: Admite que a razfo de espessamento é aquela determinada para as condigdes operacionais reais. Disto decorre que apenas um ensaio 6 feito e sobre as seus resulta- dos sao feitas todos os cilculas de dimensionamento. Critério de dimensionamento:a razéo de espessamento é dada por: 1, ‘ Mz I omg 96 44 3028 whumesdidos 212623396998 volumepolpn S58 955951 Sh 3 BAO 4 LM 105 105106831918 WedlidosUP GAB GIS GIS O43 3S DRO gssL/IO0gpolpa 648 GIS «GS 4363S 30a Eqse/MOlgpolpa 352 333953578550 ST by OS 038 055 056 OST O59 O50 v eM M8 2 2 2 tmuiode O77 0g2 13 2001991918 A razao de espessamento critica é, portanto, 2,09 fi?/t/24h e ocorre com alimentacao a 9,4% de sélidos b - drea de espessamento: preste atencao para o fato de que as unidades em que a razao de espessamento esta expressa 6/24 hea alimentacao, em t/h. Elas precisam ser tornadas coerentes. S= 114 t/h x 2,09 ft?/t/dia x 24 h/dia = 571.8 fe O espessador deve ter, portanto, 27 ft de diametro = 8,2 m. 4- Ensaios de espessamento de concentrado de fluorita deram os resultados mastrados nas planilhas C4, C5, C6, C7 e C9. Tratar esses sultados segundo Coe ¢ Clevenger. Dimensionar tum espessador para 150 t/h de solidas. Densida- de dos sdlidos = 2.83 ‘TroRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOs - VOLUME 2 Ensaio de Espessamento Ensaio de Espessamento PROJETO: exemplo Resp: Iberé Local:EPUSP ‘Data: 15/1 contrato CLIENTE: exemplo MATERIAL sem deslamar AMOSTRA C4 ORIGEM MEDIDAS DE ESPESSAMENTO OBIETO DO ENSAIO tempo altura altura Gomia)—“tenty 8) 5g 2 ase ool DENSIDADE DO SOLIDO 10 785 Oe DENSIDADE DA POLPA: 1.35 se 72k 07 % slicis iniiak 37.0 20 © 670 °% sblides final: 70,7 25 6100s pzre 30550059 DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA 35 49503 =1008 49 460 oa 100 2008 45 3046 “200 3258 50 400043 “3258 69 360039 70 335036 FLOCULANTE: nenum 80 3154 marca 90 30002 dhiluigao no 280i mi} adicionados 50) ee 7a 0.30 200 © 282030 UNDERFLOW: alob zap 030) Yolume no decantado: 50 282030 peso da provera cheia: 1670 g oo 782030 tara: 523 peso dapolpa: MT g peso dos sélides: 367g ensidade do sobrenadante: ‘densidad dos slides: CONSTANTE DA PROVETA (ft/snl):0,00107 108 PROJETO; exemplo —_Resp-lbert LocakEPUSP Data5/1 contrato CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar AMOSTRAC-5 ORIGEM, ‘MEDIDAS DE ESPESSAMENTO OBJETO DO ENSAIO tempo altura altura (min) (ml) DILUIGAG INICIAL: 10% 00 650070 DENSIDADE DO SOLIDO 05 6050.65 DENSIDADE DA POLPA: 1.36 10 5609.60 96 sOlidos Inieial: 41,4 15545058 % s6lidos final: 724 20 52008 pHT.72 ce es Ons DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA 30 470 O50 -1008 35 440g -100 2008 40 42004 -200 3258 45 3052 3258 ci se. oa 60 4539 FLOCULANTE: nenhum 70 315 OH marca Boe 0) 057) diluigao 90 282,030 ml adicionades 00 280030 is) a7 | | O20) UNDERFLOW: ia cm) | ot) volume nao decantado: 20 270 ag ‘peso da proveta cheia: 1587 g 450 27029 tara 650g. 60 = 270 ao peso da polpa: 887g peso dos sélidas: 367 g densidacle do sobrenadante: densidade dos sélidas: CONSTANTE DA PROVETA (ft/ml)-0.00107 109 ‘Teorta & PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNéRios - VoLume 2 Ensaio de Espessamento = ee Ensaio de Espessamento PROJETO: exemplo Resp: Teo Local: EPUSP Data: 16/9 ‘ontrato CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar AMOSTRAC-9 ‘ORIGEM ‘MEDIDAS DE ESPESSAMENTO COBJETO DO ENSAIO tempo altura’ altura (nin) fm) DILUIGAO INICIAL: 45% 09 450.50 DENSIDADE DO SOLIDO: 2.83 os 40s DENSIDADE DA POLPA: 148 (oe a od 9% sélidos inilal 45 oe os Oar 9 sélidos final: 73.1 ne pH 25 3500.38, DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA 0k os er 100 im oo 1002008 4030534 20053258 45-290 O82 3258 0 zoe oa 60 265029 FLOCULANTE: nenhum ee oz marca ep 20) ozs diluicao Oe 2 mas zy mal adicionados wo azar 150 2400.26 UNDERFLOW: My 2D OD volume nao decantado: G50) 4240) 1028 peso da provera chela: 1305 g 300 M026 tare: 6408 1400 24026 peso da polpa: 665 pesodossélides: 33258 densidade do sobrenadante: Gensidade dos slides: CONSTANTE DA PROVETA (f/m): 0,00108 PROJETO: exemplo — RespTieo Loeal:BPUSP Data:16/1 contrato CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar AMOSTRA CT ORIGEM MEDIDAS DE ESPESSAMENTO OBJETO DO ENSAIO temp altura. altura {min} (mt) ny DILUIGAO INICIAL: 305% 00 860 095 DENSIDADE DO SOLIDO 05 770 08s DENSIDADE DA POLPA: 1.26 10 680 075, % sélidos inicial 30,8, 15 600 066 % s6lidos final: 71.8 20 520 ost pH 7.58 25 450 050 DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA 3.0 380 oe -1uv8 35 320 035 -100+2008 40 305 034 -200+3258 45 290 032 325% 50 25 030 60 260 029 FLOCULANTEs nenhum 10 250 028 marea 80 247 027 diluigao 90 245 027 ml adicionades 120 maz 026 15.0 22 0.26 UNDERFLOW: 200 242 026 volume nao decantado: 25.0 22 026 peso dla proveta chela: 1721 g 300 22 0.26 tangs 40g eso da polpa 1081 g pesodossélides: 332,58 densidad do sobrenadante: densidad dos sétides: CONSTANTE DA PROVETA (R/m)}:0, 00107 110 ‘Teoria & PrArica po TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 2 Ensaio de Espessamento PROJETO: exemplo —_Resp.:Tico Local EPUSP Data 16/1 contrato CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar AMOSTRA C-6 ORIGEM, MEDIDAS DE ESPESSAMENTO COBIETO DO ENSAIO tempo altura altura fonin) on @ DILUIGAO INICIAL: 45%, 00 480851 DENSIDADE DO SOLIDO os 458 09 DENSIDADE DA POLPA 10 rn) % sélidos inal 45 % 15 48 (dT 9% solils final 73.3 % 20 425 Os pH 7.72 25 45 Od DISTRIBUIGAO GRANULOMETRICA 30 40308 108 35 390 oa 100-2008 40 380 Od 2000-8258 45 370 0a 3258 50 358038 50 330035 FLOCULANTE: nenhum 10 mm oo marca 80 ie 032 diluiggo 30 25080 ml adicionados 100 2800.29 150 270029 UNDERFLOW: 20 2270 volume ndo decantado: 300 270 a peso da provetacheta: 1234 g 450 27008 tara 523g ooo 2709 peso da polpa: mig peso dos sdlides: 367 g densidade do sobrenadante: densidade dos sélidos: CONSTANTE DA PROVETA (ft/m)): 0.00107 42 Solucao: a iniclalmente tragamn-se as curvas de espessamento (figura 34) e tenta-se identificar 6 ponto B para cada ensaio, Os diagramas lineares nao permitem identificd-lo, de modo que é necessiirio re- correr aos diagramas log-log, como mostrado na figura 35, HOD toes o.| os _ oh 5,66 oa C3, 7 Oe 000 ge 0 eA ee to Figura 34 - Curvas de espassamento t BF TS 67s010 i logt Figura 35 - Diagrama log-log b - calculam-se as velocidades de secimentagéo no ponto B, mediante a formula: x 60 (ft/h), € as dreas de espessamento correspondentes, mediante: ‘Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MinéRios - VOLUME 2 Ensaio de Espessamento PROJETO; exemplo CLIENTE: exemplo MATERIAL: sem deslamar ORIGEM OBJETO DO ENSAIO DILUIGAO INICIAL: 45%, DENSIDADE DO SOLIDO DENSIDADE DAPOLPA 9% sélidos nical 45 % % sélidos final 73.3% pH 772 DISTRIBUICAO GRANULOMETRICA =1009 10042008 20043254 2054 FLOCULANTE: nenbum mladicionadas UNDERFLOW: volume no decantada: peso da proveta chela: 1284 tara 523g peso dla potpa: me pesodossdlides: 367g densiclade do sobrenadante: densiclade dos slides: CONSTANTE DA PROVETA (ft/m):0,00107 Resp.:Tico Local EPUSP Date 16/1 contrato AMOSTRAC-6 MEDIDAS DE ESPESSAMENTO- tempo altura altura (ruin) en) Co) 00 480 ost 05 458 049, 10 449 048 15 438 oar 20 425 045, 25 415 om 30 403 a3 35 390) oa, 40 380 oat 45 370 040 5.0 358 038 60 330 035 70 320 034 80 300 032 90 285 030 100 280 029 150 270 0.29 200 270 029 300 270 029 450 270 029 609 200 0,29 u2 Solugio: a - inicialmente tracam-se as curvas de espessamento (figura 34) e tenta-se identificar 0 ponto B para cada ensaio. Os ingress Uneares nao permitem identificd-lo, de modo que é necessiirio re- correr aos diagramas log-log, como mostrado na figura 35. Ham 19hes oak os ca oa! 98,06 oa 8, 7 eg tO ae eg Gn Figura 34 - Curvas de espessamento 1 SS TEST EsI0 TS logt Figura 35 - Diagrama log-log b - calculam-se as velocidades de sedimenta mediante a formula: Hmentagio no ponto B, TeORIA & PRATICA Do TRATAMENTO DE Minértos - VOLUME 2 s 1471 D,-Dy area de espssamento = 1471 o> conforme: Ensalo aes ct 8 Ho (ft) ost 00 oss 050 mA) 043040 035029 Bioin 1556 36 i rr wom 2 KssidesA ST Al 308 500 a 2 500 Dy ia 5 OT solidosU Tor 72 ng 7a hago = 93718 22 269 D, ott 038 039 037 ° 135736 mo | 4 Rererveany 022035 oz 03s c- traga-se 0 grafico relacionando a razo de espessamento ea % de s6lidos, figura 36 04 08 02: a a «50% sblidos Figura 36 - Grafico re. x % de sélidos d -calculo da area de espessamento: a diluigao critica 6, entao. 45% de sélidos. Nesta condicao, que equivale ao ensaio 6, os para metros da operacao podem ser obtidos da folha de ensaio corres- pondente, Adotamos 73% de solidos como diluicao final. A razio dé espessamento 6 0,36 f/(t/24h). A area necessdria para o espessamento fica, ent: A= 1,33 x 150 t/h x 24 h/dia x 0,36 ft?/(t/24h) = 1.723,7 fe 60,1 m?, © que corresponde a um espessador de 46,9 ft de diametro. Lid ESPESSAMENTO € - calculo da altura da zona de compressao: da curva do en- saio C-6 determinamos os pontos de inicio e fim da compressdo ¢ os tempos correspondents: = ponto C: t, = 7,8 min, volume de polpa = 280 ml, massa de solidos = 367 g: 367/2,83 = 129,7 ml sdlidos; 129,7/280 = 46,3 % solidos em volume. ~ ponto D: t,, = 15 min, volume de polpa = 270 ml, massa de s6lidos = 367 g; 367/2,83 = 129.7 ml slides: 129,7/280 = 48,0 % solidos em volume. % solidos média na compressdo = (46,3 + 48) /2 = 47,2 % v/v 150 vazao média na zona de compressio = —— 1° __ 2,83 x 0.472 = 1123 m°/h vazao média x t. compres. _ altura da zona de compressa ‘rea do espessador _112,3 x (15 - 7.8) 160.1 x 60 min/h 08 fe f- altura total: ~aliment 40; 45% sdlidos w/w: 150 t/h sélidos = 53 m*/h sélidos 333.3 t/h polpa = 183,3 m'/h agua 236,3 m’/h polpa: 22,4 % v/v, 236,3 m*/h x 15 min 160, m? x 60 min/h 4 Fe altura total necesséria = 33 m= A pratica recomenda obedecer a regra dos dois pés: ft at altura da zona de clarificagao = altura da zona de alimentac: Ve ‘TEORIA E PRATICA DO TRaTAMENTO DE Muertos - VoLUME 2 altura da zona de transigao = 2 ft altura da zona de compressao = 1/2 a3 ft Adotamos, portanto, 2 ft para cada zona e 1/2 ft para a com- pressao, resultando a altura total de 6,5 ft Referéncias Bibliograficas 1- KING, 131. 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Effect n batch thickening, 1 Arthur Pinto Chaves José Pedro do Nascimento Rogério Rios Carneiro Roberto Goulart Madeira Introducio e Definicdes Podemos definir a filtragem como a operacao unitiiria de separa- ¢0 dos sélidos contidos numa suspensao em um liquide mediante a passa- gem do liquido através de um meio poraso, que retém as particulas solidas. Oliquido que atravessa meio poroso é denominado de filtra do eos solidos retidos, de torta. A filtragem pode ser feita mediante a simples pressao hidrostatica do liquid sobre o meio filtrante: diz-se que a operacao foi feita por gravidade. Quando alguma ago externa € aplicada, costumam-se distinguir: — filtragem a vacuo, caso geral da indstria do ‘Tratamento de Minérios, em que € criada uma pressao negativa (sub-atmosférica) debaixo do meio filtrante, —liltragem sob presséo, utilizada no desaguamento de argilas e de cementos de cobre e ouro, em que uma pressao positiva é aplica da do lado da torta, — filtragem centrifuga, em que se utiliza a forca centrifuga para forcar a passagem do Iiquido, Esta operagio no é feita em filtros mas em centrifugas, em que o cesto dispée de uma tela que retém os S6lidos e deixa passar o liquido. — filtragem hiperbérica, em que se combinam vacuo e presséo, —filtragem capilar, em que se tira partido da acao de capilares de meios ceramicos porosos para efetuar o desaguamento. A filtragem pode ser feita por bateladas (descontinuamente), como acontece na industria quimica, ou na de alimentos, mas isto € raro na industria mineral, onde é sempre contifiua. Neste texto, apenas filtros continuos mereceraio consideracao, excecao feita aos filtros prensa. Do ponto de vista do equipamento, um filtro continuo pode ser entendido como um conjunto de mecanismos que realiza as se- guintes tarefas: — suportao meio poroso ¢ a torta, — transporta a torta desde o ponto de alimentagao até o ponto de descarga, — permite a passagem do filtrado eo remete ao ponto de destino, mantém a pressdo diferencial entre os dois lados do meio fil- ante. Nas induistrias quimica e metalirgica, é muito comum a fun- 80 adicional de lavar a torta sobre o filtro, o que, se acontece na in- 120 FILTRAGEM duistria mineral, é muito raramente. Isto porque nessas indtistrias 0 produto desejado ¢ a solucdo contendo os metais ou produtos quit micos qualquer resto deixado na torta é uma perda de pracesse. Ja na indiistria mineral, o que se deseja sao os sélidos contidos na tor- ta, o filtrado sendo apenas gua suja Todas essas tarefas, na maior parte dos filtros, so executadas mediante a rotacdo do sistema que suporta a torta em torno de um eixo ou mediante seu movimento de translacao. Ao longo deste movimento, os setores sucessivos do meio filtrante vao sendo sub- metidlos as diferentes agdes mecanicas, Na pratica, isto feito medi ante a operacdo de valvulas que comunicam com tubulacées de va_ cuo ou dear comprimido. A disposicao e montagem desses disposi- tivos é um problema de constrtigiio mecanica, mas todos eles ope- tam de acordo com os mesmos principios. A figura | mostra o dis- Positivo mecanico (formagéo da torta, desaguamento e descarga de um filtro rotativo - no caso, filtro de tambor) e a figura 2 mostra como esses eventos se sucedem em filtros de tambor e de disco, ‘Secagem ‘Segmentos indhiduals Flange detopo Formagéo da tora “Torta soprada Sopro dear Figura 1 Figura 2 Descrigao dos sistemas Em Tratamento de Minérios, como jé mencionado, utilizam-se geralmente filtros a vacuo para o desaguamento final de concentra- dos ou mesmo de outros produtos - até umidades inferiores a 15% (87% de solidos). O material a desaguar, usualmente uma polpa es. pessadia acima de 6056 de sélicos, ou um underflow de ciclone ou de espessador, é colocado no filtro. O liquide (filtrado) 6 succionado através da tela (meio filtrante) e o sélido fica retido (torta), sendo descarregado continuamente. A operacao € continua e sempre ciclica, sendo o ciclo de filtra- gem composto das seguintes fases (mostradas na figura 2): a) Formacao da torta: consiste na acumullacio de um volume de minério junto ao meio filtrante. A torta pode ser formada por mera deposicao do material sobre a tela (caso dos filtros horizon- tais) ou pela aspiracao do material s6lido para junto da tela (caso dos filtros de discos e de tambor) b) Secagem: consiste na aspiracdo da égua contida na torta atra- vés do meio filtrante ¢) Descarga: uma vez desaguada a torta, ela cleve ser descarre- gada. Isto pode ser feito de muitas maneiras, mas a mais freqtiente é inverter o fluxo de ar e passar a soprar a tela. Com isto, a torta € desprendida da tela, ao mesmo tempo em que os poros stio desobs- truidos. 122 FILTRAGEM Quando se opera com materiais contendo particulas muito fi nas, de filtragem dificil, ou que tendem a entupir o meio filtrante, pode ser conveniente utilizar uma etapa adicional, que é 0 pré-reves. timento (pre-coating), que consiste em alimentar uma fragao granulo- métrica mais grossa antes do inicio da formacdo da torta, ou entao, uma camada fina de diatomita ou perlita (0,1 Ib/f3), 0 que facilita muito a filtragem. A quantidade correta de pre-coat a adicionar varia de caso a caso e deve ser otimizada experimentalmente, O pre-coat também é utilizado com polpas muito diluidas e quand 0 objetivo é a limpidez do filtrado. A industria quimica também usa filtros a vacuo. O seu objeti- Vo, como jé mencionado, via de regra é o filtrado, sendo a torta noi malmente mero residuo, sem valor nenhum, Por isso, é pratica co- mum da indtistria quimica lavar a torta, uma ou mais vezes durante @ ciclo de filtragem, de modo a recuperar o maximo da solucao. Nao 6, entretanto, 0 caso da indtistria mineral e nesta raramente é feita esta lavagem. Esta preocupacéo com o filtrado também afeta a ma- neira como a instalacio € projetada. Como a maior parte da literatu ra sobre filtragem foi geraca por engenheiros quimicos, o tratamen- tista deve ter esses fatos em mente e nao se deixar impressionar par eles. Quando a agua é dura, pode ser conveniente fazer uma retro lavagem com agua acidulada, para eliminar as incrustacdes. Esta operacdo nao deve ser confundida com a lavagem da torta, pois os objetivos e os resultados sao totalmente diferentes. O circuit de filtragem consiste do filtro, dos sistemas de trans- porte do filtrado e da torta, da linha de vacuo e da bomba de vacuo Ver figuras 3 e 4: —a torta desaguaca, via de regra, ¢ transportada por um trans- portador de correia: — 0 filtrado ¢ deixado transbordar, como mostra a figura 4a direita, Na incuistria quimica, onde geralmente o filtrado é 0 produ- to valioso, usa-se uma bomba de filtrado, como mostra a figura 4 esquerda; a bomba de vacuo geralmente ¢ instalada no piso mais bai xo da usina e deve ser provida de silenciador. O tipo mais comum é ode anel liquido; — a tubulacao de vacuo é constituida de um trecho em anel, que distribui as pressGes negativas de maneira uniforme, ligando os filtros a um separador liquido-gas. Deste saem duas tubulagdes: uma vai para a bomba de vacuo e transporta o ar (vacuo); a outra 6 verti- cal e desce para um tanque onde o filtrado é descarregado. Esta tu- Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VoLume 2 bulacao vertical descendente tem varios metros de comprimento — sua altura deve ser maior que a da coluna d’agua correspondente & depressio do circuito de vacuo. Ela chama-se perna manométrica e tem as fungées de descarregar o filtrado e também de estabilizar 0 sistema, absorvendo e regulando a sua depress. A outra parte da tubulagao, que vai para a bomba de vacuo, deve formar uma alga, para que tocla a agua arrastada pela corrente de ar possa escorrer. A altura desta ala ¢ um fator critico de projeto. Fs Bombade Fitvo Fs Figura 3 - Sistema de filtragem 124 FILTRAGEM 15 indistria quimiea mineragao = Filtro de tambor ‘Separador de fitrado Bomba de vacuo Bomba de fitrado Tanque de filtrado E Alimentacao = Conexao delavagem = Conexao de ar comprimido Tubo de vacuo Tubo de transbordo Tubo de drenagem Alga Descarga de ar Descarga de Agua de selagem Entrada de agua de selagem Dreno ©evoasen4+mM000> Descarga do filtrado Pema auxiliar Recalque do fitrado Pema manométrica Descarte a wae Figura 4 - Sistemas de filtragem na industria quimica ena industria mineral Descri¢gao dos Equipamentos Arthur Pinto Chaves José Pedro do Nascimento Rogério Rios Carneiro Roberto Goulart Madeira As seguintes consideragées relativas aos equipamentos devem ser feitas: — posigdes relativas da polpa alimentada e do meio filtrante. Diz-se que os filtros sao alimentados ou por baixo ou por gravidade. A alimentacao por baixo é muito mais vantajosa do ponto de vista operacional, mas é limitada a polpas homogéneas ou a polpas hete- rogéneas yue pussamn ser manticas em suspensao mediante agita- ao modlerada. Hee rae projeto da méquina: filtros de discos, de tambor, de mesa, de correia, de tambor com alimentagao por cima, filtros-prensa, etc. Adescarga da torta é uma operacao muito importante do ponto de vista da pratica operacional. Varios dispositivos sao utilizados, tais como sopro de ar, transportadores de parafusos, cilindros, fios de arame, laminas. Além de descarregar o material desaguado, muito freqiientemente é necessario desentupir os poros do meio filtrante. Com efeito, existe sempre uma tendéncia dele tornar-se progressi- vamente “cego". Quando a descarga ¢ feita por sopragem, este flu: xo de ar ajuda a limpar a tela. | . O meio filtrante € geralmente uma tela de tecido ou metalica. Asua escolha é funcao de varios fatores combinados e depende de ensaios, sempre, Deseja-se uma boa permeabilidade, aliada a capa- cidade de reter os sélidos, bem como adequadas resisténcias meca- nica e ao desgaste e nao cegar facilmente. —_ Os equipamentos basicos usados em mineracao sao filtros de discos. ce mesa (planos), de tambor e de carreia.Filtros-prensa (que sao filtros de pressdo — no a vacuo) sao utilizados na industria cermica e em algumas operacdes da metalurgia extrativa, como na clanetagéo de minérios de ouro. O equipamento padrao sao os fil- ae tros de discos, de uso consagrado para materiais finos que formem polpas estaveis (ou que possam ser mantidas em suspensao). As ta: belas intercaladas ao texto mostram os tamanhos de cada modelo produzico comercialmente Filtros de Discos (figura 5) A torta é formada em ambas as faces de discos verticais, para- {elos e com o centro sobre um mesmo eixo horizontal, perpentlict. lar aos planos dos discos. Cada disco é composto de multiplos seto. res independentes, cobertos de tela e que se comunicam com as tt bulacdes de vacuo e de ar comprimido. A torta é formada pela aspi- raco da polpa para junto da tela e pela manutengao dos soliclos Junto a ela pela aspiracao continuada. O filtrado passa através da tela para dentro do setor e deste para o tubo interno ao eixo, de onde € encaminhado para o sistema, Figura 5 Os modelos mais antigos tinham o eixo central fundido com as passagens de ar embutidas, como mostrado na figura 6. Tratava. se de uma pega pesada, de fabricagao cara e de manutencAo dificil (a Passagem da corrente dear com gotas de agua e eventualmente com algum minério causa uma erosao acentuada). Os filtros modernos usam feixes de tubos. Este eixo, ou entdo o feixe de tubos encaixa.se, em sua extremicade, num elemento de ligacéo com as linhas de va. cuo e ar comprimido. Este elemento é fechado por um flange de projeto especial, mostrada no detalhe da figura 6 (“cabecote" ou “tam pa’). Este flange tem as suas aberturas desenhadas de modo a ace. quar os perfodos em que cada setor do filtro est succionando ou soprando ou ainda, sem movimentacdo nenhuma de ar (“tempos mortos"). O disco é composto de setores (painéis) independentes, mostrados na figura 7. Cada setor 6 conectado a um tubo do eixo central e percorre todas as etapas do ciclo de filtragem, conforme definido pelo cesenho do flange (ver figura 7). Ac eanBit & tues ‘dos & onagn ep woBesaed ep oan. 20pe5y enus0 ox pemy 00 Bbsessop ep sein, Figura 6 ‘Teoria € PRATICA Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 8 12 Teonia & Prdtica no TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 2 filtro de discos possui um tanque cheio com a polpa a desaguar (mantido a nivel constante mediante um dispositive de retorno do excesso), onde os discos, no seu movimento de rota- ao, imergem e emergem ciclicamente. Na parte de descarga, este tanque tem calhas que encaminham a torta para o transportador de correia instalado debaixo do filtro. Quando termina a seca- gem, 0 disco j4 chegou junto a essas calhas. Automaticamente 6 desconectada a tubulacao de vacuo e conectada a tubulacao de ar comprimido existente dentro do eixo. A torta 6, entéo, soprada e cai nas calhas. Pelo fato de trabalharem com materials finos, muitas vezes © problema enfrentado na operacao de filtros de discos ¢ a pre- senca de material excessivamente fino, que entope as telas. O fil- tro de discos nao tem recursos para lavar a tela, de dentro para fora, e desentupi-la, contando somente com a sopragem para isto Na industria de minério de ferro, a presenga de limonitas e argi- las prejudica demais a operacao. A solucao encontrada foi a de incluir no ciclo o "sopro submerso”, que é um tempo de sopra- gem, logo no inicio do ciclo, a baixa pressao. Ele ocorre no mo- mento em que 0 setor esta entrando na polpa e serve para impe- dir que estas limonitas e argilas, sobrenadantes, entupam a tela e reduzam a sua area de trabalho. Outra solucao sao telas finlandesas, de material flexivel, que estufam durante 0 tempo de sopragem, abrindo as malhas do te- cido ¢ Jibertando as particulas ali incrustadas Ecomum também 0 uso de uma rede de malhas abertas colo- cadas entre a tela ¢ 0 setor do disco. Ela serve para manter uma distancia minima entre a tela e o setor, facilitando a passagem do ar e do filtrado. Ela impede a colagem da tela ao seu suporte ¢ distribui melhor 0 vacuo. Com a sua utilizacao, via de regra, dimi- nui a umidade da torta. Acaracteristica mais notdvel do filtro de discos é a sua enor- me rea filtrante. quando comparada com os outros tipos de fil- tro e com a area de piso ocupada pelo equipamento. Embora seja especialmente concebido para polpas homogéneas, ele tem sido usado com sucesso em algumas polpas heterogeneas (que sedi- mentam quando em repouso), mediante a instalacao de um agi- tador mecanico no fundo do tanque. Com carvao, sem agitacao, ele trabalha com granulometrias inferiores a 48 #. Com agitacao, chega até 14 #. A tabela a seguir mostra os tamanhos dos filtros oferecidos pela Dorr Oliver no Brasi 130. Filtros Agidisc- Tamanhos e area nominal de filtragem (ft?) Diamero 4 GR GO 81 We ee n° de discos t 2 0 6 oa a | a | oo aa 3 150953905 4 em om 40 Gl am 5 no 2502555075000 6 132 30039050 gm 1320, 7 30 455770150150 8 400 3801201760, 8 450 980 13501980 0 500 M00 15110 2200 0 121016502420 2 1320181102690 1B M430 19502860 4 1s40 2100 S080 15 22503300 6 24003520 7 2550 3740 18 2700 3960 19 zaso 4180 20 3000 _44no Filtro Plano ou de mesa (figura 8) Sao constituidos basicamente de uma superficie circular horizon- tal, que gira em torno de um eixo vertical e sobre a qual éapoiada a tela e despejacia a polpa a fitrar. Destina-se basicamente a polpas heleroge- neas (que sedimentam quando em repouso), sendo extremamente bem sucedido para o desaguamento de sdlidos relativamente grosseiros. O circulo é composto de varios setores, que se comunicam com a camara de vacuo do filtro e, na posi¢ao cle descarga, com a camara de ar com primido, ambas posicionadas debaixo do filtro. a tora, 4 Sopr0 Figura 8 - Filtro plano 131 ‘TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Mineatos - VOLUME 2 A alimentacao da polpa é feita por gravidade, por meio de um distribuidor, que a espalha igualmente sobre todo o setor. Enquanto o filtro gira, o filtrado atravessa a tela ea torta vai sendo desaguada chegar & posigao de descarga. Aqui o setor deixa de estar conec- tado a camara de vacuo e conecta-se com a camara de ar comprimi- do, que atravessa os poros da tela, desentupindo-os e soltando a (orta, Esta é apanhada por um transportador helicoidal situado so- bre o filtro e 6 descarregada sobre um transportador de correia. O (ransportador helicoidal nao tem qualquer contacto com a tela, es- tando afastado dela alguns centimetros. Este modelo nao permite a limpeza da tela, senclo impossivel a sua utilizacio com materiais com grande porcentagem de finos, que possam obstrui-la. Com carvao, trabalha bem entre 3/4" e 400 # Os modelos fabricados pela Dorr Oliver sao os seguintes: Filtros Planos - Tamanhos e areas de filtragem Dikmeiro ‘Area naminal “rea efetiva a ey n) 3 1 4 4 126 0 6 283 25 5 sil a 10 8 &s us 04 30 1B 135, 20 15 u 165, 6 201 io 7 2a aT i 254 24 9 283 a 20 30 312 au Filtro de Tambor (figura 9) Curiosidade histérica: a primeira instalagao industrial de fil- tragem a vacuo foi montada, em 1907, por E. L. Oliver, numa usina de ouro de Dakota do Sul e usava este tipo de equipamento, ‘Trata-se cde um cilindro, que gira em torno de um eixo horizon. tal esobre o qual é apoiada a tela filtrante. No seu movimento, 0 cilin- dro mergulhaem um tanque de polpa, formaa torta por aspiracao, de modo semelhante ao do filtro de discos, emerge do tanque e seca a torta, que quando esta seca é soprada (ou raspada) e descarregada. E possivel, com este modelo, lavar a tela, de modo a desentupi-la (ver detalhe da figura 10), e aqui reside a sua grande vantagem industrial. 132 Figura 9 - Filtros de tambor (apud catalogo Eimco Filter Media) Internamente, 0 cilindro é dividido em varios setores, que se ligam as tubulagdes de vacuo e ar comprimido no eixo central, se. melhante ao do filtro de discos, e que jé foi mostrado na figura 1 Este equipamento € muito versatil, especialmente quanto a0 carregamento da polpa, quanto a descarga da torta e quanto a lava gem da tela (ver figura 10). Por isso, ele permite desaguar polpas problematicas, impossiveis de serem tratadas de outra maneita ¢ encontra aplicagau intensa em outros ramos, como por exemplo. Engenharia Sanitaria, tratando esgotos urbanos e domésticos Figura 10 men t@ Variante 6 o top feed filter, mostraclo na figura 9, em que a alimentacao ¢ feita por gravidade na parte superior do filtro, Desta forma, 0 equipamento passa a poder trabalhar com polpas hetero géneas e, vantagem adicional, a poder trabalhar com pre coat, Os modelos fabricados no Brasil pela Enyirotech esto mos: trados a seguir (reas em m?) : 133 TEORIA £ PRATICA DO TRATAMENTO DE MinERIOs - VoLuMe 2 Filtros de tambor: Areas (m’) ¢ tamanhos (ft) Dimero 46 8 tis ae Targa (7) 2 2a a a5 83 4 a7 10 6 7 108 135 8 15185233288 0 M6 23392-33685 2 73 mo 403 a0 4 ws wT a0 6 ir say Soo 18 525 60483. 20 670 709 Filtro de Correia (figura 11) ‘Trata-se de um transportador de correia, cuja correia tem proje- to especial, de modo a servir de suporte para uma tela colocada sobre ela ea permitir 0 escoamento do ar através da tela (para uma camara de vacuo situada debaixo da correia), bem como 0 escoamento do filtrado por sobre a correla. A polpa é alimentada numa extremiclade do transportador e, no percutso até o ponto de descarga, é desagua- da, Se conveniente, pode ainda ser lavada uma ou mais vezes. Figura 11 - Filtro de correia (apud catdlogo da EIMCO-Envirotech) 134 Furrracem, O equipamento é muito eficiente para polpas heterogencas e permite processar grancles vazbes de soliclos, impossiveis cle serem obtidas com outros modelos. Permite também a lavagem da tela que pode ser mantida sempre desentupida, Outrossim, ¢ facil au. mentar 0 comprimento da correia, o que permite alterar de infinitas maneiras 0 ciclo de filtragem Filtro-prensa O filtro-prensa 6 pouco utilizado na industria mineral, quase exclusivamente no processamento de caulins (onde ha uma tendén- cia a substitui-to por filtros de tambor) e na cianetacao do ouro, no processo de cementacao. Ele é singular sob dois aspectos: o primeiro, Por usar a pressdo e nao o vacuo como os demais filtros examinados: ‘9 segundo, por ter um ciclo descontinuo, isto 6, operar por bateladas As figuras 12 e 13 mostram aspectos da sua construcao e opera. 0. Ele ¢ constituido de um nimero muito grande de placas, como as mostradas na figura 14. Estas placas sfo revestidas de tela e entre cacla duas fica um volume vazio, que sera enchido com o material a desaguar. O procedimento é 0 seguinte: — as placas sav juntadas e travadas; — a polpa de alimentacao da filtragem é bombeada para den- tro do filtro. Inicialmente usa-se uma bomba centrifuga, para acele- rar 0 processo, 0 que € possivel até se atingir a pressao maxima dles- sa bomba. A partir dai usa-se uma bomba de pistao, para completar oenchimento e, principalmente, pressurizar o sistema; — a pressao obriga o filtrado a atravessar as telas e a escorrer pelos espacos existentes nas placas; —terminado 0 tempo de secagem, interrompe-se 0 bombea- mento, as placas tém que ser descarregadas. Isto é feito individual- mente: as placas sao abertas uma a uma e com uma espatula de madeira, as tortas sfio destacadas das telas e descarregadas sobre um transportador de correia; — finalmente o transportador de correia precisa ser coberto, as telas séo lavadas, novamente uma a uma, juntas e travadas e 0 filtro esta pronto para ser realimentado, repetindo 0 ciclo. Existem placas de diferentes modelos, como mostra a figura 14 (apud catélogo Manor). A\instalagao conta com um transportador de correia largo, que recebe as tortas e as descarrega, e de calhas para receber 0 filtrado e a agua de lavagem das telas e impedir que esta agua caia sobre o transportador ou sobre as tortas. Fierracem, Figura 14 - Diferentes modelos de placa (apud catélogo Manor) igura 13 - descarga da torta 136. 137 ‘Teoria £ PrétICA DO TRATAMBNTO DE MiNERIOs - VOLUME 2 Verifica-se portanto que o filtro de discos é um equipamento problemdtico. Além de ter uma operactio descontinua, o que é sem- pre inconveniente, sua operacao s6 pode ser parcialmente automa- tizada. E note a quantidade enorme de operacdes que tm que ser controladas: bombeamento de polpa para as placas, pressurizacao das placas, lesligamento das bombas, abertura das placas, descar- regamento da torta (placa por placa), descobrimento do transporta- dor de correia, lavagem das telas (tela por tela), cobertura do trans- portador de correia, fechamento das placas, travamente do filtro. Asolucao para estes problemas fol o desenvolvimento, na Fin- landia, do filtro Larox, Ele é mostrado na figura 15 e o seu ciclo 6 mostrado na figura 16. A soluco técnica foi usar como tela um lencol comprido, que se movimenta para a frente a cada ciclo. O projeto permite inclusive a lavagem da tela, no periodo em que ela fica fora do filtro, antes de retornar a ele (figura 15). O ciclo, mostrado na figura 16, é 0 seguinte: 1 com as placas fechadas, bombeia-se a polpa a filtrar para elas, até enché-las completamente. Alguma agua é filtrada como resultado da pressao, 2 mantendo se a placa pressurizada, um diafragma entre a placa superior ea tela é cheio com fluido hidraulico, comprimindo a torta, A agua é descarregaca pela pressao aplicada, como no filtro- prensa. 5-0 diafragma é recolhico ¢ um fluxo de ar é soprado através, da torta, para obter algum desaguamento adicional. 6 - as placas so aliviadas e a tela move-se para a frente, des- carregando a torta. Como sao varias bandejas, cada uma delas descarrega a sua torta, metade delas para cada lado do filtro, Adicionalmente, podem ser intraduzidas duas operacées adicionais, conforme mostrado na figura 16: 3 - lavagem da torta, para recuperacao adicional de filtrado (quando for 0 caso), e, 4 - prensagem pés-lavagem para maxima recuperacao deste filtrado diluido, 138 Figura 15 - filtro Larox FALTRAGEM 139 ‘Tenia & PRATICA D0 TRATAMENTO DE MinERi0s - VOLUME 2 i | ftopa 2 Fore coupe lope d Opcional” ] Qo Figura 16 - ciclo de filtragem do filtro Larox 140 Mecanismo de Filtragem Qualquer liquido presente numa populagio de particulas sé. lidas percola os intersticios das particulas, devido a acdo da gravi- dade, o que € o principio do desaguamento em pilhas e em silos, Este movimento pode ser acelerado pela agao da pressao sobre a forta ou pela acao do vacuo do outro lado, desde que a torta a desa- guar esteja colocada sobre um meio poroso adequado- um pano ou tela de malha convenientemente apoiado - que dé suporte A tela e A torta e ndo atrapalhe a passagem do filtraco. Existem algumas equacdes descrevendo e tentando quantificar © processo. Nenhuma delas, entretanto, é conelusiva nem fornece uma descricéo completa do processo. Por isso nao nos deteremos muito na ‘eoria da filtragem, limitando-nos a apresentar o que é dado no capi- tulo correspondente. Na prattica, os filtros so dimensionados e insta. lados com base em ensaios totalmente empiticos e no acompanha- mento dos resultados de operacées industriais. O tratamenio tedrica, entretanto, é muito importante como ferramenta para a interpreta, $0, correlacao e compreensao destes resultados experimentais, A velocidade de filtragem (volume de filtrado que atravessa a tela na unidade de tempo) diretamente proporcional a area de fil. (ragem, @ abertura da malha da tela e inversamente proporcional & viscosidade do filtrado, entre outros pardmetros. Desta forma, 0 uso de tenso-ativos para diminuir a viscosidade do filtrado ou para modificar as propriedades da superficie dos gros da torta (Biter aids) pode ser conveniente e existem no mercado varios Produtos com essa fungao. Da mesma forma, a aplicagao de vapor Super-aquecido sobre a torta consegue aumentar instantaneamente a temperatura do filme de agua na superficie das particulas, diminuin- doa sua viscosidade durante o tempo necessdrio para a filtragem Outros fatores afetam a velocidade de filtragem (7) — Ciclo: quanto mais curto 0 ciclo, maior a prociugao, mas tam- bem maior a umidade na torta e mais fina esta serd. — Temperatura de polpa: como temperatura e viscosidade vari- am no sentido posto, o aquecimento da polpa favorece a filtragem. Os limites praticos sao impostos pelo ponto de ebulicao do liquido, pela formacao de vapor em quantidade que afete o vacuo, pela soll. bilizagdo de minerais da torta, ou por problemas de lubrificacdo das Partes méveis do filtro. 141 ‘Teoria E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VoLUME 2 — Porcentagem de sélidos: em geral, quanto maior a densidade da polpa, maior a razao de filtragem e menor a velocidade de filtra- gem (0 que nao ¢ problema, porque a quantidade de agua também 6 menor). Por isto é usual o adensamento da polpa por espessaciores, ciclones ou outro equipamento antes da filtragem. — Granulometria das particulas: quanto mais grossa a torta, maiores a razio e a velocidade de filtragem e menor a umidade da torta. Para polpas contendo particulas muito finas, que dificultam a filtragem, 6 comum a pratica do pre coating, jé mencionado, que con siste em formar um leito de particulas grosseiras sobre a tela e ce- pois alimentar as particulas finas. O leito grosseiro assegura a razao de filtragem alta e impede que as particulas finas cheguem até a tela eaentupam. - — pH da polpa: estd relacionado 2o estado de disperséo das particulas — a floculagao das mesmas aumenta a razao de filtra- gem. Entretanto, 0 controle do pH esta limitado por problemas de corrosao dos equipamentos e, por isto, varios fabricantes oferecem os componentes que entram em contacto direto coma polpa em plas- tico ou madeira, para proporcionar maior facilidade ao usuario, 142, Meios filtrantes Embora nas indtistrias quimica e metahirgica um grande nii- mero de materiais, tais como telas metilicas, plasticos porosos, vi dro sintetizado e membranas porosas sejam utilizados, na indiistria mineral a escolha se restringe a teciclos. A escolha, entretanto, é muito ampla e entre as opcdes oferecidas no comeércio certamente sera pos- sfvel encontrar um pano que se aclapte de maneira conveniente AS necessidades especificas do nosso problema de filtragem. Acscolha abrange nao somente a natureza quimica das fibras, como também a maneira como elas sao tecidas. As tabelas 1, 2 e 3. extraidas de Purchas (1) apresentam respectivamente a composicao quimica das fibras mais empregadas, as suas propriedades fisicas mais importantes e a composicio de algumas marcas cle comércio. ‘Tabela 2: Propriedades fisicas das fibras (apud 1, p. 67) Teasparatue Dena Abayio Teminde Along ROSE fede asec truplira sn dsgte perio sua 02) Glen spa 8 acetate 210150 M842 3050 pobre sitio S00 LMAIT 351832570 how algedtio Ce ey ee yo uorocarbono 400232187 raeaive vido 580500 250255 03 38-25 pobre modacrylc 100180131 00M 244 rived nomex W00-450 1.38 al excelente nylon 520 114 6583 380.70 excelente polister 138 004008 38 Ins excelente paleilena altedensidede 150165 095 00132080 bow otra densid, 20028 082 DOL «357 Sb polipropiteno 281M OLE 8153 how Pye sni160 130 la ansvel rayon 2180-154 2027 O74 640 —_pobre saran Woe 17 OL 12231530 raznvel a woz 13161807616 2535 _ramvel ‘TEORIA PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VoLuMe 2 ‘Tabela 1: Natureza quimica das fibras sintéticas mais importantes (apud 11, p. 71) ‘Nome Unidade basica Comentario acolate acetatodecelulose derivado de celutese natural 0 menos 889% alco acrilonitria acrlonitrila smodacrylie Fluorocarhon —tetrafluoretilono rome omaticn _adigdo recente & familia do nylon nylon poliamsida alitien poliésier qj. aleooldihidrico + Boot polietilono ellen polipropilena proplleno pvc. cloreto de vila PVA ainilslcool n celufose egenerada com io nals que 15 helroralas substiuicas scan clorete de vinden A tessitura do pano pace ser feita de muitas maneiras, das quais as mais importantes séo: (rama simples ou tela (plain), sarjas (twill) e ccetim (satin), conforme mostrado na figura 17 {apud 1) e cujo efeito sobre a filtragem é mostracio nas tabelas 3 e 4 (cla mesma fonte). A tela, ou trama simples ou quadrada, tem flos que passam alternadamente por cima e por baixo uns dos outras, como é tecido ep Tela Soria Ceti Figura 17-Tessituras basicas 144 Fiurracem Tabela 3: Efeito da geometria do tecido sobre 0 desempenho da filtragem (apud 1, p. 77) Voriével Maxima Minima _Umidade Mais Minima Minn limpidez resisténcls minima fécit vidada tendéncia do 20 natorta descarga “tela aengar lado escoamento datona Ditmetro grande pequenopequena pequeno grande pequeno do fo midio médio “medio mio’ nino equeno giande grande grande pequeno grande Numero e baixo alo akta—— alto midio’ ato lagaces/—madlo. dio. medio mio. ban meio polegea ako battobalso also) alto. baie as tals baixo ako alta cio ato Polegada medio’ mio. medio. meio alty” nado. alto alto _baixo_taixo bis alto © pano de cambraia com que sao confeccionadas camisas finas e len Sos. O aspecto resultante 6 0 de um tabuleiro de xadirez, com qua- drados alternados. Ver a figura 17, A satja de trama trancada exibe tm desenho em diagonal, que resulta de o fio passar por cima e por baixo, alternadamente, de dois ou mais fios consecutivos da urdidura, Cada fio 6 deslocado do se_ guinte de um fio da urdidura, resultando assim o aspecto diagonal Ea tessitura do brim das calcas jeans. A sarja de trama em cadeia ou em zigue-zague é obtida mudan- do-sea intervalos regulares 0 sentido do deslacamento do trancado, A trama do cetim é andloga a trama trangada, mas com quatro ou mais fios cruzados consecutivos passando por baixo do mesmo fio da urdidura. Resulta uma superficie mais lisa, de aspecto br. Ihante, sem diagonais ou tramas visivels. Ea trama das meias de mulher ou das camisas de seca, Atrama da tela de filtragem também afeta o resultado da ope Tago, como mostrado na tabela 4 (1, p. 78): Tabela 4: Efeito da trama sobre a filtragem Maxima Minima Umidade Mais Maxima Minima limpidez resistencin minima facil vida tendésela ‘do natorta descarga "tela acegar Filtrado escoamento da torta tela cot cetim tela etic sarja—sarja,—sarja Sonja tela celim tela tela cetim sara tela 145 q ‘Teoria PRATICA Do TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 2 Finalmente, as caracteristicas do fio de que o teciclo é feito tam- bém variam: a - ele pode ser monofilamentar, como uma linha de pescar, ou trancado, como um fio de la. b- fibras naturais como la, algodao, linho ou juta tém compri- mentos muito curtos e sao fiadas em conjunto, dando fios com uma grande quantidade de felpas (das fibras individuais) saindo para fora do fio (staples). Resulta um tecido felpudo. Naturalmente, isto afeta significativamente a permeabilidade do tecido e o resultado da filtragem. A tabela 5, também de (1} mos- tra o efeito destas caracteristica. Mono significa monofilamentar e multi, multifilamentar ou trangado, Tabela 5: Efeito das caracteristicas do fio sobre 0 desempenho da tela (em ordem decrescente de preferéncia). Apud (1). Minima Minima Umidade Mais aiima hata Fimpicez resistencia minima ficil_—vidada_tendencia, do a0 natorta descarga tela acegar fltrado escoamento datorta felpudo mono mone mana felpude mono mull mult rule} malts mul mono felpude _falpudo _felpuda mono __felpudo Os fabricantes de tecidos caracterizam o fio por um ntimero que expressa o peso do filamento original e que condiciona o peso do teci do e outras das suas caracterfsticas. Outro ntimero expressa o ntimero de filamentos (também chamados de pernas) que sao trancados jun- tos para dar o fio final. O tecido 6 caracterizado pela trama e pelo ntimero de urdidura, que é 0 ntimero de fios por polegada (em cada direcdo). Finalmente, o peso é expresso em on¢as por jarda quadrada, Quanto maior o peso, mais forte é 0 tecido, mas ei compensacao mais duro (menos flexivel) e mais facilmente obstruivel. Aescolha da tela depende do compromisso entre a limpidez do filtrado (oposto de turbidez), a produgao e o seu custo. Geral- mente as telas que dao menor turbidez tem pouca permeabilidade e, assim, dao pequena produsao, As fibras sintéticas costumam ser mais caras que as fibras na- turais, mas isto freqtientemente € compensado por uma vida util mais longa. Via de regra elas entopem menos e descarregam a torta mais facilmente porque nao tém staples. 146 eas FILTRAGEM Existem telas de fios metélicos (bronze fosforoso, niquel, co- bre, lato, aluminio, ago inoxidavel, monel e outras ligas). As tramas usualmente sao simples, e a mais fina é a de 400 malhas. Existe uma tessitura denominada “trama holandesa”, que emprega fios relati- vamente grossos, bastante separacios, com urdidura retae trama re- lativamente pequena. Verifica-se, portanto, que a escolha da tela é, na maior parte das vezes, a consideracao mais importante de que dispde 0 enge- nheiro de processo para obter a operacao satisfatéria do seu filtro. Em principio, um bom meio filtrante deveria garantir todas as se. guintes caracteristicas desejaveis, muitas delas inconcilidveis: — capacidade de manter as particulas sdlidas sobre os poros, desde logo apés 0 inicio da formacao da torta, — minima propensao ao cegamente, isto &, a obstrugdo dos poros pelas particulas solidas, ~resisténcia ao ataque quimico, — resisténcia mecanica suficien sao de filtragem, — resisténcia ao desgaste, possibilidade de permitir a descarga facil e completa da ara resistir ao efeito da pres- torta, — maleabilidade para se adaptar ao filtro no qual sera usado, — custo compativel com a economia da operacao, — nao descarregar fiapos no filtrado, Na inddstria mineral, os teciclos de algodiao e de fibras sintéti- as sao, sem duivida, os meios filtrantes mais comumente utilizacios, Em especial o algodao, sem qualquer adicao, tem preco baixo, per. mite ser tecido em uma grande variedade de tramas e é muito ver- satil. Modernamente, entretanto, os tecidos cle polimeros sintéticos vem fornecendo limites mais amplos de resisténcia, tanto quimica como mecanica, e vém superando a sua limitagao de temperatura de uso. A maior parte dos materiais sintéticos ai apresentados custa de 1,5 a3 vezes 0 preco do algodao, havendo, entretanto, telas que custam até 20 vezes. Para se aclquirir uma tela, além do material do fio, 6 necessa lo mencionar —trama, — ntimero de série, peso, —niiinero de fios, — numero de filamentos, —nuimero do fio, 147, ‘TeorIA E PRATICA Do TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 2 Infelizmente, falta normatizacdo no setor e somente o nimero de série costuma ser perfeitamente definido pelos fabricantes, em- bora, lamentavelmente, soja um nimera puramente arbitrario, nor- malizado apenas para as lonas de algodao. - Grace (2) apresenta uma interessante e completa discussao sobre a estrutura das fibras txteis e sua influéncia no desempenho dos meios filtrantes, 148 Dimensionamento de Filtros O dimensionamento de filtros ¢ feito por métodos totalmente empiricos, a partir de um ensaio padronizado pelos fabricantes de equipamento ¢ clenominado filter leaf test. Este ensaio é feito com uma aparelhagem como a mostrada na figura 18: um suporte pa drao, de area 1/104 6 revestido com a tela mais adequada a polpa que se quer filtrar, conforme determinado em ensaios preliminares. Ele ¢ entao ligado, por meio de mangueiras de plastico, a um kitas- sato, a uma bomba de vacuo ea um rotémetro. Para polpas homoge- neas, 0 ensaio ¢ feito da seguinte forma —a polpaa filtrar é colocada numa vasilha: © kit de filtragem ¢ introduzido na polpa durante o tempo necessario para formar a torta (tempo cle formaco) ele é retiracin cla polpa e continua submetide ao vacuo (tem- po de secagem): — verifica-se o tempo necessario para secar a torta, a sua es | umidade final, etc. S pessi Ser] ew ot / gg _$_ igura 18 - Kit de ensaio de filtragem O ensaio, conforme descrito, reproduz o ciclo de filtragem — formagao da torta e secagem — exceto a sopragem. Todos os tempos ‘o registrados num formulério como o mostrado na figura 19, bem como outros parametros, tais como turbidez e volume co filtrado, a umidade final da torta, a sua espessura, ete. a FILTRAGEM ‘TEORIA PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNeRtos - VoLuM Em muitos casos, é conveniente padronizar a imersio do kit na bacia, pois verifica-se que os resultados podem ser afetados*. Projet: Quando a polpa ¢ heterogénea, constrdi-se um receptaculo em. [Al 7 torno das bordas do suporte da tela, com fita plastica ou metélica e cena derrama-se a polpa a filtrar na taca assim construida, passando-se a Tis = 8 reproduzir 0 ciclo de filtragem num filtro plano, omen cai Os parémetros quantificadores do processo sao a raziio de fil- T tragem (filter rate), expressa em (kg/h) / fi?, a velocidade de filtra- | Obs gem (L/h) e os tempos do ciclo. Com estes parametros, é possivel | | | co ee dimensionar diretamente os filtros industriais, sem necessidace de —— ] ies instalacées piloto. “i _ Aescolha cios filtros ¢feitaa partir dos resultados do filter leaf test. i fw eon) O valor encontrado no ensaio para a raziio de filtragem serve para defi. = — ir a area filtrante, diretamente, mediante a utilizacao, de um fator de 5 a = {1 + escala: como o ensaio de laboratério é feito em condigées estritamente 8 | controladas, o valor real a ser abservado na pratica é certamente menor, : i A Dorr Oliver (8) recomenda usar 65% do valor da razao de filtragem encontrada em laboratério; a Eimco (4) recomenda usar 80%, Os tempos do ciclo sao também definidos a partir dos resulta- dos do ensaio. O ciclo completo tem obrigatoriamente as quatro eta. ~ pas mencionadas anteriormente e mais dois tupous mortos, entre o m da secagem e o inicio da sopragem e entre o fim da sopragem e 0 inicio cla formagao. Quando os vacuos de formacdo e de secagem ro tem valores diferentes, é necessario ter um pequeno tempo morto i entre os dois tempos (cerca de 15%) T Sempre uma das etapas é que determina o tempo do ciclo com- pleto. Os tempos de formacao e de secagem so fornecidos pelo ensaio. 1 Os valores experimentais traduzem a realidade fisica da operacio: 0 tempo de formagao para resultar aquela espessura de torta e aquela massa por unidace de drea 6 0 valor definicio e isto ¢ um parametro de Proceso que nao pode ser muclado. O mesmo acontece com o tempo de secagem: para secar aquela torta,a umidade final medida, énecesss- Hio 0 tempo de secagem medico e isto ndo pode ser mudacio! Por outro lado, ha a considerar a dinamica do equipamento a { ser usado. Estes tempos devem corresponder, cada um, a uma por- - centagem minima do ciclo total, para garantir o bom desempenho. . A dificuldade toda do projeto de instalacées de filtragem esta em im conciliar as exigéncias do material com as exigencias do equipamento. | Essas porcentagens do ciclo, para cada tipo de filtro, so mostra das na tabela 6, reproduzida de (5). Nao usaremos, entretanto, esses valores, mas sim os recomendados por (3), que reproduzimos a seguir: ‘eceba— gh Asa ‘Quant Tamantiodo fio, 9% sidos,consistindo de, 5. liquidos, consitinde de ‘Tipo de Matera Data derocapet. pH da potpa, Figura 19 - Ensaio de filtragem * Cezar, R. P. Comunicacio pessoal, Anchieta, 2000, 154 ‘TEORIA PRATICA Do TRaTAMENTO DE MINERIOs - VOLUME 2 —filtro de tambor: tempo de formagao = 25% do ciclo total tempo de sopragem = 33% do ciclo total tempo de secagem = 50% do ciclo total — filtro de discos: tempo de formacao = 33% do ciclo total tempo de secagem = 40% do ciclo total — filtro plano: o critério é diferente — cerca de 25% do ciclo € usado para a descarga da torta e para a nova alimentacdo e os restantes 75%, para a secagem. Os ensaios sao conduzidos de modo a formar uma torta com uma espessura minima de 1" num tempo maximo de 20 seg. Se isto nao for possivel, o uso do filtro plano é inadequado Tabela 6; Porcentagem do ciclo dedicado a cada tarefae outras caracteristicas, Apud (5). Tipodetiirco — Farmagio Lavage Seeagem —Namero Espessura possivel minima da se estigios "tort Gelsvagem — (mim) siscos 540 cide 545 - A tambor 550 "020. 0.60 1 / raspador 5 c/ 1016 1 ef fio 6 7 cri conta 5 pre-coat i top feed eis 0m rm 2 helt iter 590 11-90 5.911 tantos quantes deseo plane 5107878 20 Oensaio deve ser conduzido observando e registrando os tem- pos de formaio e de secagem — o tempo de formacéo termina quan- do termina 0 jorro abundante de filtrado; as gotas remanescentes pertencem ao tempo de secagem. Passamos a descrever ensaios de filtragem de concentrado de fluorita (6). O material é um concentrado de flotagao, granu- lometria inferior a 65 malhas e quantidade substancial de finos. Os equipamentos indicados sao, portanto, o filtro de discos e 0 filtro de tambor, e o ensaio foi feito simulando a operagao des- tes equipamentos. 1582 FLTRAGEM A tela escolhida, apés alguns ensaios exploratérios, foi a RE= MAE 2007-5. Trata-se de uma tela de poliéster, com staples. Definido © tecido, foram testadas varias condigSes de diluicao da polpa inici- al, que indicaram, como valor mais conveniente, 60%. Passou-se a estudar os tempos de imersio e secagem. Os resultaclos obtidos dos ensaios sao mostraclos nas planilhas da figura 20, cujo preenchimento € auto-explicativo, O tratamento destes resttltados constitui-se de: 1 tracar o diagrama espessura da torta x parametro W (figura 21), Ambos os parametros sao lidos da folha de ensaio. Espessura da tora (mm) wear) Figura 21 2- tracar 0 diagrama log W x log do tempo de formacao (figu- ra 22), Esta fungao, em coordenadas log/log, é expressa por uma reta (5), pelo que bastam dois pontos para construi-la, log Wx 10" "05 Yormagao Figura 22 3- tracar o diagrama umidade da torta x (tempo de seca- gem/W) (figura 23), Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 2 7 Projeto:Apiai_| Responsdvel: M. Iberé y * Projeto: Apiaf | Responsdvel: M. Iberé alternativa | EXSRODS | Teerevaruse altermativa | ENSAIObE | Toa LIM eruse FILTRAGEM | Data: FILTRAGEM | Data: Cliente: Amostra: Cliente: Amostra: Material: CONCENTRADO K Contrato: rr Contrato: Origem Os. igem: os. aan ype Be ep ensaio 0 0 2 8 WB WwW —— temperatura tela 20075 2007S 2007S 20075 2007S 2007S 2007S 2007S 20075 wa 20075 2007S 20078 2007S 2007S 20078 20075 20075 Ye sétidos ooo ooo @ & w Fates n a7 7 mW 9 9D 3 wD alimentagao ‘écuo imersa : : racuo imersao B Rs 25 2 MW n BO nS cy ee (Hg) bau a os ‘vacuo seeagem is) io) 2, te i (eae 95 10 75 15 75 9 10 105 (Hg) faxo de ar 0 3 6 7 % 7 HS 3% eae 1 9 6 8 as imersao (1/min) imersio (1/min) fluxo de ar ee pe) eee a ee eeecees 0 359 2 7 Bows ow secagem (1/min) Secagem (1/min) tempo de » 9 0 0 0 0 wo » 2 tempo de w 1 0 0 w w 0 w imersao (5) sy fempo de rempo de tempo de mo 0 3 20 % © 1m 2m w oe o Bb 4 » 0 3B mow pate fissuragao volume de 440 230 200 200 10 200 190 220-292. Bioade (ay 230 150 105 190 140 145190 200, filtrado (mi) Birado (ma espessurada «29-23-22 24 22 23-23 30 34 arama 133 26 34 op 09 ta torta (cm) corte (crn) peso umido(g) 7039 Sb1 5438 S80 5049 SHB S744 7I96 sama esomido(g) 1550 1240 1060 1080 «0 eo «7020 Poosecolg)” (Ser 5 4 al wth we Sh Pesosec(g)” 12a) 97) sD Mo) BO) Sn fimidade(%) 194 241 172 200 189 172 154 222 188 farm”) 228 218 212 167 217 290 169 161 kg/h/ fe 2,61 2,58 2,66 2,60 262 2,66 2,68 2,56 262 wi 12) Sign as te ee SS wrt t,/w (min/kg) 0,058 0,038 0,048 0,072 0.132 0.177 0340 0,060 0,065 Le ake) limpidesdo” AAA AAA AAA limpldez do BO Be filtrado eee Observagies: vazao de lastro = 24,5 pressdo maxima do vacuémetro = 75 Observacies: vazao de lastro = 24,5 Pressio maxima do vacuémetro = 17,5 Figura 20 - Planitha com resultados experimentais 154 Figura 20 (continuagao) ‘Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE Minértos - VOLUME 2 Figura 23 4-0 diagrama da figura 21 indica que, para uma espessura da torta fixada em 2,3 mm, o valor de W 6 4,58 kg/ ft’. 5 - entrando com este valor (ou melhor, com o seu logaritmo) na figura 22, encontramos log t, = 1, ou seja, antilog t, = 10, isto é, 0 tempo de secagem corresponde a 10's, Este tempo, expresso em mi- itos € 0,167 min. = ac - vamos considerar a utilizagao de um filtro de tambor. De acordo com os valores acima, 0 ciclo definido a partir dos tempos de formaco deve ser de: ciclo, t, = 12 - 40.5 = 0.67 min, . 0,25 e, t, (50 % do ciclo) = 0,5 x 0,67 = 0,33 min. - Dividindo o tempo de secagem por W = 4,58, obtemos t,/W = 0,072, valor com que entramos na figura 19 para obter a umidade da torta de 18,8 %. | A razao de filtragem do filtro de tambor sera ento 0 quocien- te de W pelo ciclo total, considerado 0 fator de escala 0,8: —_458 __ 378 (kg/n) /ne 0,67 x 60x 0.8 7 - vamos considerar agora a utilizagéo de um filtro de discos O ciclo definido a partir dos tempos de formacao deve ser de: 0.167 0,33 €,t, (40 % do ciclo) = razio de filtragem = 0,506 min, cielo, t 4 x 0,506 = 0,202 min. 156 FILTRAGEM ‘ Dividindo este tempo de secagem por W = 4,58, obtemos 1,/W = 0,044, com o qual entramos na figura 23 para obter ami, lade da torta de 20,7 %. A razao de filtragem do filtro de tambor sera entao 0 quocien- te de W pelo ciclo total, considerado o fator de escala 0,8: Ae 4,58 a di em =—__=8 razio de flragem = ag 434 (kg/h) /1 O ensaio de filtragem visa reproduzir todo o ciclo de filtra- gem, sendo importante manter e reproduzir todas as condigdes, in. clusive tempos mortos e se possivel o tempo de secagem. Para em. Salos de filtros de tambor, em que a descarga 6 feita pela raspagem da torta por uma lamina, a possibilidade de executar fisicamente esta operacao deve ser investigada, raspando-se a tela com uma es. patula. Materiais argilosos ou pegajosos muitas vezes sao descarre. gados por rolos. Esta possibiliciadle também precisa, nesse caso, ser comprovada, rolando um bastéo sobre a torta, Filtros com pre coat exigem um dispositivo auxiliar especial que permite variar a altura do pre-coat sobre a tela (7) © uso de vapor super-aquecido para auxiliar a filtragem pode Ser testaclo em laborat6rio: para isso, é necessério ter uma tubulacao cle vapor e um dispositivo que permita sopra-lo sobre o kit. Inicial, mente acompanha-se a variacao da temperatura do filtrado durante exposicao do vapor: verifica-se que ela sobe subitamente a partir de um determinadlo instante, denominado breakthrough time, Deter. iMinadlo este tempo, passa-se a simular o ciclo de filtragem, agora definido a partir do breakthrough time: o tempo sob a acao do Vapor Geve ser este perioco mais 15 segundos e o tempo de secagemn 0 dobro do tempo sob a acao do vapor (7) Um parametro muito importante de ser medido 6a vazio dear Ela € necesséria para o dimenstonamento da bomba de vacuo e para Permitir 0 correlacionamento de resultados de diferentes ensaios, Projeto de Instalagdes de Filtragem A primeira opcao deve ser sempre o filtro de discos: tem um valor enorme para a relacao area filtrante/ area ocupada na usina, é © mais barato dos modelos e seu custo operacional é inferior ao dos demais modelos, Esta limitado pela exigencia de polpas homogéne- as e de materiais que nao obstruam a tela. O filtro plano é caro, mas tem baixo custo operacional e asse- gura uma operacao muito tranqiiila. Sua limitacao se resume a pol- Pas que possam entupir a tela ea polpas que eventualmente possam ter um tempo de secagem mais prolongado. filtro de tambor compete com 0 de discos no campo de aplica- ges, mas € muito malor (e mais caro), sendo sua aplicagao limitada a polpas de filtragem problematica e/ou que exijam a lavagem da tela. filtro de correia tem investimento intermediiario, mas custo cional elevado, devico ao acentuaclo desgaste das telas. Os pontos que merecem maior atencao no projeto séo a perna manométrica, que cleve ser mais longa que a depressao da linha, ex- pressa em metros de coluna de agua, ea alga da tubulagao de vacuo, O tanque onde a ponta inferior da perna manoméirica est imersa € por onde se faz a descarga do filtrado fica geralmente no piso mais baixo da usina, bem como a bomba de vacuo. Desta forma, sempre o filtro e as tubulagées de vacuo ficam em pisos superiores. A descarga da bomba de vacuo exige silenciador. A torta descarrega, geralmente, sobre um transportador de correia que a remove para 0 local de destino. Atabela 7 mostra valores médios de instalacdes industriais ¢ pode ser usada para avaliagdes grosseiras e preliminares de areas de filtragem - nao pode ser utilizada em projeto. Ela foi reproduzida do catdlogo do “Bimco Agidisc Filter opt Pratica operacional A velocidade de formacao e a velocidade de filtragem sio di- retamente proporcionais a raiz quadrada da depresstio (vécuo) e & percentagem de sdlidos da alimentacdo, e inversamente proporcio. nais a raiz quacrada da viscosidade da polpa (7). Portanto, é de toda 158 FiuraGEa Tabela 7: Valores médios de razao de filtragem ¢ umidade da torta em instalacdes industriais (apud catélogo do Eimco Agidisc Filter) —_—______—_~x~5aeeerrrrert Y6solidos Tamanhocdas Raziode Umidade particulasna —Filtragem da torta alimentagio (Ibis. A) Uwi-hidrato de aluminio 3540 30a40mm M0 221 cavaco dedesempenadetra 4 30-38 83 barita 5458 95%. 3254 88 = catbonato de cileio 4550 100%. 3258 us 18 carbono 810 20.30 75.80 cimento 8267 0% 358 1a, 5 3% + 1008 carve lavaclo 2530 28FxNE%C 60.70 a2 Fejeito de carvao 3D minima 288 x045%C2 30 30 concentrada de cobre 50 156 « 1008 100 1B 959% - 9258 Iejeto de recup. detinias 2.6 . 24 64.68 poeiras volantes 50 2.5% + 1008 30 2 95% 2008 Auorita 50-65 100% - 654 45 on 20% + 3258 allsonita “0 12.4% -2008 95 19.20 rafite 33 41% « 1508 35 2 230% -2008 fmenita 70 509%. 9258 40 18 hhomatita 70 1% +1008 125-200 ear 7294-3258 magnetita 50.60 67-91% -325# 156-200 aS.15 Blaine 1700-2000 ‘econita S055 98%-3257 165-200 0 pirita TS 945%- 3256 100 5 pirrotta 5060 + IN08 85.120 78 concentrado de chumbo 70-76 5 125 mind de tio 2125 0% +1008 n 4042 50% 2008 hidroxido de magnésio 32 . 2 50 licor de piles neutralizado 18-20 88% - 2008 15 6 zineo 55.63 30-35 9.5.10 159 TEORIA & PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERiOs - VOLUME 2 a conveniéncia adensar ao maximo a alimentacio da filtragem. O limite pratico 6. possibilidade fisica de bombeamento da polpaaden- Avelocidade de secagem é diretamente proporcional a depres- so & vazo de ar (vacuo) através da tela e depende das caracterfs- ticas granulomeétricas do material (5) Aqquantidade de lamas afeta a razao de filtragem ea umidade final da torta. Quando existe grande quantidade de finos, o uso de pre coat pocle ser uma boa solucao, restrita, entretanto, a filtros ali- mentados por gravidade. A quantidade de particulas grossas, por sua vez, pode ser pro- blema. Se a polpa é constituida de particulas finas e o filtro é de discos, tais particulas nao sao aspiradas para a torta e tendem a per- manecer na polpa, podendo até mesmo danificar as partes méveis do equipamento. O aumento da velocidade do agitador nem sem- pre é uma solucao, pois pode atrapalhar a formacio da torta (des- manchar a torta ja formada). A adigao de floculantes e filter aids sempre ajuda a filtragem Amido, sulfato de aluminio, carvao fino, diatomitas ou papel maido sao amplamente utilizacios (3). Entretanto, como tais elementos po- dem se constituir em agentes contaminantes da torta, esta possibili- dade deve ser averiguada com antecedéncia. Bonnier (7) relata uma extensa experiéncia com filter aids: —tutano seco (dry bone animal glue) é um bom agente filtrante, que parece nao ter efeitos adversos, desde que nao se use tutano crti (nao seco). E efetivo para particulas finas que precipitam depois e melhor adaptado aos circuitos acidos — cal é outro coagulante estavel e deve ser sempre o primeira reagente a se estudar com esta finalidade. —acido sulftirico, sulfato de magnésio, cloreto férrico, alume, sulfato ferroso, amido céustico também podem ser usados, mas to. dos podem apresentar efeitos nocivos. —aadicao de 2lb/st decal a uma polpa de hematita com 70% de solicios, associada com a elevacao da temperatura da polpa, di minuiu a umidade da torta de 13,3 para 7.8% e aumentou a razao de filtragem de 92,5 para 1155 Ib / hr / ft aadicao de tutano ( Ib/st) nas mesmas condigées ao mes. mo minério nao conseguiu reduzir a umidade da torta, mas aumen tou a razdo de filtragem para 3261b/ht/ft? (252%) Vapor super-aquecido é usado com bastante sucesso no desa- guamento de pellet-feed. O vapor nao pode ter umidade nenhuma devendo a linha ser provida ce purgadores. Trabalha-se geralmente 160 Fictracem com 30°F de super-aquecimento. O vapor atua durante metade do periodo da secagem — durante a outra metade passa ar, que resfria a torta. Acompanhando-se a variagéo da temperatura do filtrado du. Fanle a exposicao da torta ao vapor, verifica-se que ela sobe subita, Trunte decorrico um certo periodo de tempo. Este é o breakthrough time, quando cessa a condensacao de vapor dentro da torta ecomeca a hltragem. O tempo sob a acao do vapor deve ser o breakthrough time mais 15 segundos. Exercicios sobre Filtragem 1 - Escolher o filtro de tambor para filtrar 4,6 /h de sélides. A razao de filtragem da polpa de ali- mentacao 6 de 454 (kg/h)/fe. Solucdo: Arrazio de filtragem de projeto sera de 454 x 0,8 = 363 (kg/h) / mé, A airea necessaria sera: 461.000 2.7 mt 363 Da tabela da pagina 134, verificamos que os filtros de 8 x 6 fte de 6 x 8 ft atendem esta condicao. Ficamos com o filtro de menor diametro. area de filtragem = 2- Ensaios de laboratério (“filter leaf tests“) de- ram uma razao de filtragens de 100 Ib/ft?.h. Qual a drea de filtragens necesséria para 100 sv24h? Solugio: razao de filtragem = razao de filtragem x 0,8* = 100 x 0,8 = 801b/ft.h de projeto de laboratério de filtragem de projeto 100 st/h x 2000 Ib/st 24hx 80 Ib/ fh = area = = 104,2 fe 708 é 0 fator de escala para passar de um ensaio de laboratério para uma ‘operagao industrial FITRAGEM 3-- Uma torta satisfatéria para filtro de tambor (1/4") 6 formada em 1 min 45 seg. Qual é0 ciclo de filtragem ? Como é ele ? Solugao: tempo de formacio = 1 min 45 seg = 105 seg = 1,75 min. tempo de formacao, filtro de tambor = 25 % do ciclo 1,75 = ciclo = min = 420 seg, 025 filtro de tambor: O ciclo fica entao: 1,75 min = 105 seg, 0,33 x 420 = 138,6 seg, (r= 0,5 x 420 = 210 seg, 0 -que soma 453,6 s e é mais que o ciclo inicialmente deter nit nado de 420 seg. Isto sem considerar os tempos mortos. Verificamos portanto que este valor inicial é apenas uma indi cacao, insuficiente para atender as necessidades da operacao. Acer- tamos o ciclo da seguinte maneira t,= 105 seg. Cope = 1386 seg ti 210 seg trona= 43,6 Seg cicio total = 500 seg. 4- Um ensaio de fltragem indicou a conveniéneia de usar filtro de tambor, tempo de formacao de 60 seg e tempo de secagem de 100 seg. Qual o ciclo ? Solugao: tempo de formacao = 25% do ciclo tempo de secagem = 50% do ciclo ~apartr de tz (ciclo total), = 789- = 240 seg wee

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