Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inserir TítuloeAqui
as
Inserir Título
Doenças do Trabalho
Aqui
Toxicologia
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Toxicologia
Objetivos
• Apresentar informações básicas sobre toxicologia;
• Destacar as funções dos agentes tóxicos, as vias de penetração no corpo humano, as fun-
ções da toxicocinética e os limites de tolerância biológicos no corpo humano;
• Mostrar como conduzir o estudo do nexo causal e como realizar a vigilância dos
agentes tóxicos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Toxicologia
Contextualização
No meio ambiente de trabalho, podem existir muitos componentes químicos, bioló-
gicos e físicos presentes que podem afetar os trabalhadores. A ciência que estuda esses
efeitos nocivos causados por substâncias químicas na saúde do trabalhador é denomina-
da de Toxicologia Ocupacional.
Para saber um pouco mais sobre o que é toxicologia, acesse o vídeo do Centro de Estudos
em Toxicologia da Universidade Federal do Ceará (CETOX UFC, 2015).
Acesse aqui: https://youtu.be/MhI_edjpXE4.
Esse tema é muito complexo, suas ações não devem ser realizadas por novatos, a
proficiência no assunto é fundamental para as ações de proteção da saúde dos traba-
lhadores. Alguns dos temas abordados na Instituto Nacional do Câncer aponta: agentes
infecciosos, agrotóxicos, amianto, poeiras, poeira de couro, poeira de madeira, poeira
de sílica, poluentes, fumaças de motores a diesel, hidrocarbonetos policíclicos aromáti-
cos, poluição do ar, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, solventes, benzeno,
formol, tricloroetileno, medicamentos, quimioterapia e antineoplásica.
Problemas novos estão surgindo com as novas tecnologias, como a nanotecnologia. São
mudanças que vêm ocorrendo de forma muito rápida, sem o conhecimento necessário de
seu impacto nos ambientes de trabalho. Contudo, não vemos a mesma preocupação com a
exposição dos trabalhadores nesse contexto, das nanotecnologias, por isso a Fundacentro
criou um grupo de pesquisa no assunto que pode ser acessado aqui: https://bit.ly/2Izypnp.
No Brasil, quando se fala de toxicologia, normalmente nos remetemos ao Instituto Nacional
do Câncer como referência, por isso, para dar início, ao conteúdo é fundamental a leitura
no site de Toxicologia e Câncer – Causas e Prevenção. Acesse aqui: https://bit.ly/2IxrqLG.
6
Introdução
“[...] todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não
seja. A dose correta diferencia um remédio de um veneno”. Paracelso
1443-1541. (SOUZA, 2019)
7
7
UNIDADE
Toxicologia
Agentes Tóxicos
“O que é agente tóxico? É a substância química capaz de causar dano a
um sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando-o à
morte, sob certas condições de exposição”. (SANTA CATARINA, 2019)
8
Outro ponto importante a ser considerado pela equipe de saúde e segurança sobre
os efeitos tóxicos é a severidade, conforme mostra a Tabela 2.
Relato de caso
Sendo assim, verifique quais ações podem ser realizadas para a proteção
desses profissionais. Acesse aqui: https://bit.ly/2GqvZ91.
9
9
UNIDADE
Toxicologia
Para saber a relação entre as substâncias tóxicas, a ocupação e o órgão afetado, leia o
Capítulo 3 do texto, Tipos de Câncer e a Relação com a Exposição Ocupacional.
Acesso aqui: https://bit.ly/2HD017u.
Vias de Penetração
Para que ocorra um efeito tóxico, o agente ou seu metabólito ativo
deve atingir o sítio (local) correto de ação, na dose (concentração)
correta e com duração (período de tempo) suficiente para produzir o
dano (manifestações tóxicas) no organismo. A toxicologia define dose
como a quantidade do agente tóxico que alcança o tecido-alvo em um
determinado período de tempo. (INCA, 2012)
Via respiratória
Para a toxicologia ocupacional, é a principal via de introdução de agentes tóxicos
no organismo humano. As vias respiratórias superiores e os alvéolos tomam parte na
retenção e absorção de agentes tóxicos, embora dependendo sempre do estado físico do
agente tóxico (INCA, 2012).
10
Primeiros Socorros – Intoxicação por via inalatória (pela respiração)
• Remover a vítima para local fresco e ventilado;
• Afrouxar as roupas;
• Se necessário, iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar (caso tenha trei-
namento específico);
• Os cuidados imediatos devem contemplar a situação como um todo: em mui-
tos casos, a contaminação ocorre tanto por inalação quanto pela pele (SANTA
CATARINA, 2019).
Via cutânea
A pele é um órgão que possui múltiplas camadas de tecidos, por isso ela é uma bar-
reira efetiva contra a penetração de substâncias químicas exógenas. Contudo, alguns
agentes podem sofrer absorção cutânea, sempre dependendo dos fatores fisiológicos e
anatômicos da pele e das propriedades físico-químicas dos agentes. Muitos agentes tó-
xicos são permeáveis, sejam eles em seu estado sólido, gasoso ou líquido (INCA, 2012).
Relato de caso
Ele desenvolvia essa atividade e passava por essa exposição durante um dia todo,
enquanto cortava. Contudo, em uma manhã, ao iniciar os trabalhos, começou
a sentir dores nos braços, dirigindo-se ao pronto socorro mais próximo, sendo
medicado com analgésico. Seu quadro piorou durante o dia, e o mesmo teve que
procurar outro pronto socorro, onde recebeu mais uma dose de analgésico.
Como estava sem diagnóstico e com dores, o trabalhador procurou pela terceira
vez o pronto socorro, onde foi barrado pelo guarda municipal a pedido da equipe.
Nesse caso, a equipe, pelo desconhecimento da exposição do trabalhador, enten-
deu ser ele uma pessoa tentando se drogar.
Ao conservar do caso com sua vizinha, que era enfermeira e trabalhava em um hospi-
tal, desconfiou finalmente da exposição química. A mulher o encaminhou ao Centro
de Controle de Intoxicações, onde foi realizado o diagnóstico, seguido de internação e
tratamento. A exposição por contato ao ácido fluorídrico (70%), que é um sequestrante
de cálcio, provocou a osteoporose química nele, causando muita dor ao trabalhador.
Fonte: Buoso (2019)
11
11
UNIDADE
Toxicologia
Via oral
A absorção por meio dessa via pode percorrer em todo o trato gastrointestinal,
como a boca, faringe, esôfago e estômago. Para a toxicologia ocupacional, essa via é
secundária, entretanto, a exposição a poeiras de certos elementos, como chumbo, ar-
sênio, cádmio, pode ocorrer também pela via digestiva. Isso se deve ao fato de que, no
meio industrial, a contaminação por essas poeiras pode ocorrer diretamente pelas mãos
ou por alimentos contaminados (INCA, 2012)
Relato de caso
Toxicocinética
A equipe de saúde e segurança deve compreender que a toxicocinética é caracteri-
zada pela ação que o organismo realiza sobre o agente tóxico, sendo que esse atua em
etapas distintas e consecutivas, como: a absorção, distribuição, metabolismo e excreção
(INCA, 2012), conforme mostra a Tabela 5 e a Figura 1.
12
Para maior conhecimento no assunto, realizar a leitura do mecanismo da toxicocinética nas
páginas 31 a 34 das diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho.
Acesse aqui: http://bit.ly/2UEbmyL.
13
13
UNIDADE
Toxicologia
Tabela 6 – Exemplo de parâmetros para controle biológico da exposição ocupacional a alguns agentes químicos
Indicador Biológico
Agente Químico
Mat. Biológico Análise
Arsênico Urina Arsênico
Cádmio Urina Cádmio
Urina Chumbo e Ácido delta amino levulínico ou
Chumbo Inorgânico
Sangue Zincoprotoporfirina
Cromo Hexavalente Urina Cromo
AcetilColinesterase Eritrocitária ou Colinesterase
Ésteres Organofosforados e Carbamatos Sangue
Plasmática ou Colinesterase Eritrocitária e plasmática
Etil-Benzeno Urina Ácido Mandélico
Flúor e Fluoretos Urina Fluoreto
Mercúrio Inorgânico Urina Mercúrio
Monóxido de Carbono Sangue Carboxihemoglobina
Tolueno Urina Ácido Hipúrico
Xileno Urina Ácido Metil-Hipúrico
Fonte: BRASIL (1978)
14
Relato de caso
Relata ainda que utiliza a máscara PFF2 nesse momento, porém, todo maquinário
e as plantas ao redor estão com herbicida em suas superfícies e, mesmo com a más-
cara, sente o cheiro forte. Também relata que suas roupas ficam com odor intenso,
sendo que alguns herbicidas causam maior desconforto respiratório.
Após, volta para o trator, retira a máscara (relata que recebeu orientação durante capa-
citação na empresa, que dentro da cabine não é necessário utilizar a máscara), inicia a
aplicação de herbicida no campo. O trabalhador relata que, mesmo dentro da cabine
do trator, sente cheiro forte devido às suas roupas estarem impregnadas com o herbici-
da. Outra variável que dificulta são as misturas, em que algumas causam maiores difi-
culdades em passar pelo bico porque, com a mistura dos compostos químicos, alguns
reagem e viram produtos gelatinosos, densos etc. Com isso a passagem fica limitada.
Os trabalhadores do campo utilizam de estratégias para que isso não ocorra, como
a utilização de água na temperatura certa, o momento de misturar, o como mistu-
rar. São situações que, por conta da experiência desses trabalhadores, fazem com
que o serviço possa ser realizado. Além disso, há momentos em que é preciso
retirar os filtros para que se possa passar o produto químico. Portanto, existem
muitas variáveis na atividade que colocam o trabalhador mais ou menos exposto.
Nos exames de controle médico, os limites de tolerância biológica estavam abaixo
do padrão, mas o trabalhador precisou se afastar do trabalho para realizar o trata-
mento. E outras medidas de segurança precisaram ser adotadas para não deixar os
trabalhadores expostos.
15
15
UNIDADE
Toxicologia
IV – os dados epidemiológicos;
V – a literatura científica;
16
VII – a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos,
estressantes e outros;
17
17
UNIDADE
Toxicologia
18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Documentário Nuvens de veneno
http://bit.ly/2UA3Ox0
Documentário Mulheres das águas
http://bit.ly/2UDJcE5
Documentário Agrofloresta é mais
http://bit.ly/2UJjsGI
TV Unesp – Saúde e Segurança no Trabalho – Substâncias químicas no ambiente de trabalho
https://youtu.be/4noZLzdAIcg
Relatório da ONU revela que Santa Gertrudes (SP) é a cidade mais poluída do País
Reportagem que traz relatório da ONU que revela que Santa Gertrudes (SP) é a cidade
mais poluída do País.
https://youtu.be/nV6W2PjO3bg
Leitura
Doenças relacionadas ao trabalho – Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde
http://bit.ly/2UDJydT
19
19
UNIDADE
Toxicologia
Referências
BRASIL (1943). Presidência da República. Decreto-lei n.º 5.452. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 11 abril. 2019.
20
FIOCRUZ. (20 de 02 de 2019). Fundação Oswaldo Cruz. Toxicidade, 2019. Rio de
janeiro. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/toxidade.
html>. Acesso em: 11 abril. 2019.
21
21