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Mundo Helenístico

Licenciatura em História
UNIRIO

AD 1- 1° Semestre 2020

Aluno: Edson De Oliveira


Matrícula: 10216090198
Polo Resende- RJ
Data: 08/03/2020
Este trabalho tem como objetivo principal, relacionar a importância
Historiografia nos estudos da Grécia Antiga, correlacionados com o período
Helenístico, apontando assim as bases para uma leitura a qual seja, critica com
relação as fontes as quais se tornaram convencional produzidas em suma nos
moldes eurocêntricos e totalitária.

Sendo assim abordaremos para o texto, uma análise com base nos textos de
Ulpiano Meneses em "As Marcas da Leitura Histórica", e Vlassopoulos e
Meneses, Introduction. Unthinking Greek Polis. Ancient Greek History Beyond
Eurocentrism.

Dando foco a problematização da História quanto ao uso e interpretações de


suas diversas fontes, e também da importância de se alcançar novos agentes
apagados ou esquecidos dentro de um determinado contexto ou processo Histórico,
salientando que de nenhuma forma se objetiva sobrepor trabalhos e pesquisas no
campo Histórico e sim agregar e valorizar a História em si.

Deste modo subsequente finalizarei assim com as respostas complementares


exigidas neste trabalho.

A Importância da Análise Historiográfica para os Estudos da História.

A história da Grécia sempre obteve entornos pela sua relação com a


idealizada “Grécia clássica”, sendo está o berço da democracia e da civilização
ocidental, de grandes filósofos e pensadores, porem a história tem a necessidade de
encontrar pontos que se desvinculem de uma história geral.

Sendo assim é necessário conhecer o processo de descrição utilizado por um


grego em sua época, determinando as relações, os atributos e a ordenação a qual
se constituem este processo, que favorece compreender as questões, de como
aspectos da sociedade podem ser mais bem conhecidos pelo uso de texto.

E a que aspectos da sociedade grega ele nos remete, assim o presente


estudo tem dois objetivos: desafiar os pressupostos implícitos da estrutura discursiva
mais vasta por trás do estudo da história grega; e oferecer uma estrutura conceptual
e analítica alternativa.

Partindo deste princípio o período Helenístico tem extrema importância no


estudo da História, pois a historiografia atual enxerga este período como uma nova
leitura, com a presença de elementos gregos dentro das várias regiões, inclusive
nas orientais conquistadas por Alexandre.

Compreendendo que o interesse passa a assinalar posturas e enfoques que


diferenciam o tratamento do historiador e do geneticista afim de que estes pudessem
se conhecer mutuamente, e obter uma melhor leitura Histórica pois, o texto para o
historiador não é um repositório de informações pré-constituídas, mas a leitura
histórica como proposição das questões que devem constituir em última instancia a
informação, e estas informações devem se ater a questionar a sua estrutura ainda
mais sendo ela empírica.

Portanto a História da Grécia é um campo ideal para aplicar todos esses


conceitos. Os gregos nunca tiveram um centro em volta do qual alguém pudesse
organizar sua história; suas comunidades estavam espalhadas por um espaço mais
vasto; suas interações com outras comunidades e formas políticas tinha um papel
crucial em sua história; os arranjos e configurações espaciais e temporais de suas
comunidades tornam factível e necessário aplicar concepções históricas que
descrevemos [como a noção de sistema-mundo].

Estes contextos estão relacionados e diretamente ligados as dificuldades de


se encontrar arquivos e fontes cujo se estabeleçam o direcionamento a leitura
histórica deste período, salientando ainda o que ficou marcado como “Silencio! e
muito mais profundo sendo difícil de lidar: o silêncio que é criado pelo próprio ato da
escritura histórica.

Seguindo neste contexto o trabalho de Vlassopoulos faz uma análise sobre o


estudo moderno da História Grega, apontando para questão de como sua moldura
estabelece perspectivas do ocidentalismo/ eurocentrismo, salientando assim a
necessidade de se fazer um estudo no processo do caminho inverso, pois ao longo
dos tempos a história da Grécia é sempre tratada como parte da história ocidental
ou europeia, e não é tratada como parte de uma história contínua de uma área do
Mediterrâneo.
Mediante a esta questão “Tanybel ressalta que a cultura grega perdeu suas
características definidoras ao entrar em contato com elementos orientais, de modo a
já existir contatos anteriores, e ao partir para o período helenístico o que se vê é
uma aceleração destes contatos, configurando um mundo com valores distintos e
não necessariamente inferiores ao da cultura Grega clássica”.

Este argumento também é tratado por Vlassopoulos, salientando que a


História da Antiguidade Grega não é escrita segundo a perspectiva de uma história
contínua dessa área geográfica; ao invés disso, a história da área torna-se
irrelevante, uma vez que a tocha tenha sido passada ao próximo portador da
civilização ocidental.

Deste modo ao relacionar a conquista persa por Alexandre e suas


subsequentes investidas, e mesmo após sua morte, houve uma divisão territorial
entre seus generais sob a Macedônia, Grécia, Egito e Ásia demonstrando assim que
em suas administrações ainda mantiveram-se as elites Gregas assim como a força
militar e suas características urbanísticas, de modo que surgem efeitos da
apropriação da história da Antiguidade Grega, assim a História da Europa tem sido a
imposição de uma moldura quase nacional a história grega.

Porém Vlassopoulos salienta que os gregos não tinham um centro ou


instituição em volta da qual sua história poderia ser organizada; as comunidades de
língua grega estavam espalhadas por todo o Mediterrâneo e nunca alcançaram uma
unidade política, econômica ou social; enquanto que sua unidade cultural não estava
centralizada em uma instituição dominante, como uma igreja ou um templo.

Portanto, a história da Grécia não poderia ser escrita do mesmo modo que a
história de Roma ou a história judaica, centradas no estado romano ou no templo
judaico, sendo assim surge o conto da evolução do ocidente, com base na narrativa
com estágios de declínio e desenvolvimento, a porte nacional homogeneizante.

Esta questão aborda uma perspectiva a ser estudada com afinco, diante
destes fatos observa-se que nem sempre houve uma clareza nos estudos clássicos
sobre a importância e a centralidade da cidade estado na construção de uma
historiografia do mundo grego, mostrando que só ao longo do século XIX, que se
produziu uma tradição de retorno aos gregos como começo de uma civilização
ocidental, e que então a cidade-estado constituiria uma forma comparável ao estado
nacional.

Onde a polis, cidade-Estado grega, seria ela a base nacional para outras
tantas polis gregas, a polis poderia ser retratada como uma forma histórica que
emergiu, prosperou e declinou, passando o cetro a novas formas, como as
monarquias helenísticas e o império romano. Finalmente, poderia ser usada para
perseguir uma série de comparações euro centradas.

Como você explicaria essa crítica necessária à documentação antiga,


principalmente no que diz respeito a história do período helenístico?

Em grande parte as documentações antigas não mostram nem evidenciam


um contexto relacionado as diversas partes envoltas na história da Grécia sobretudo
no período Helenístico, já que muito se baseia-se nas narrativas eurocêntricas
firmadas no eurocentrismo ocidental, com foco nas polis gregas e suas estruturas
políticas e culturais.

O que faz com que o Historiador entre em contato com as fontes com um
novo olhar, e em se tratando de textos, é de que o mesmo tem para o historiador
uma importância, na qual ele se predomina como um campo de observação de
sintomas mediações que permitem chegar-se ao horizonte histórico oculto.

Sendo importante também fazer uma análise a leitura genética que se


preocupa com os processos da criação, pois esta coloca o objetivo além do
conhecimento, de seu produto, neste caso é sempre a sociedade que predomina em
sua estrutura funcionamento e transformação.

Movimentando para além das histórias nacionais, em direção a histórias sobre


como a interação e interdependência entre várias comunidades e grupos moldou o
passado; ir além das Grandes Narrativas eurocêntricas teleológicas em direção a
uma compreensão dos múltiplos, mesmo que coexistentes e codependentes cursos
da história; podendo agora de certa forma salvar as periferias, os subalternos e
marginais da "enorme condescendência da posteridade, sem fragmentar o passado
numa "história em migalhas".
Você acha que esse viés crítico se restringe a historiografia do mundo
antigo ou deveria ser uma problemática constante no trabalho do historiador?
Procure justificar.

As críticas a leitura historiográfica do mundo antigo, é de extrema importância


pois resulta na descoberta de novos acontecimentos, assim como fatos que
desencadeiam na possibilidade de novos debates, sendo assim narrativas que em
alguns casos se apresentaram de forma a priorizar determinados pontos cujo,
acabaram sendo esquecidos ou exclusos da mesma História.

Esta prática pode melhorar a compreensão da História contemporânea afim,


de identificar novos agentes, no campo social, cultural e econômico de diversas
regiões e países, pois as leituras antigas tiveram bases empíricas ou valorização de
objetos e locais, ao invés de um contexto inserido neste processo, assim ao
observar uma arte, uma escultura, ou um templo deve-se levar em consideração a
relação cultural, religiosa e econômica envolta neste contexto.

“Em uma leitura histórica que em muitos casos são marcados por uma análise
puramente empírica onde foco está articulado, em tomar como centro de atenção
um objeto, ou artefato visando sua reprodução gráfica em muitos casos, deixando
de lado contextos e informações voltados até mesmo para arte Grega neste caso.”

Seguindo neste contexto considero que o trabalho do Historiador deve ser


pautado da mesma forma com os temas e pesquisas realizadas por ele, já que a
tendência é sempre favorecer na questão da leitura histórica valorizando novos
agentes sobretudo de camadas inferiores ou representações periféricas, esta ação
da voz a partes que ficaram imersas no silencio da leitura Histórica.

“Para superar o nível empírico da informação a leitura histórica carece


também de trabalhar o texto como um conjunto orgânico de pistas essa é a leitura
indiciaria de que fala com tanta convicção Carlo Ginzburg (1989)”.

Bibliografia
Ulpiano Meneses “As marcas da leitura Histórica Arte grega nos textos antigos”

Trechos de Vlassopoulos, K. Introduction. Unthinking Greek Polis. Ancient Greek


History Beyond Eurocentrism. Cambridge: CUP, 2007, p. 1-10

Aula-1 Introdução ao Mundo Helenístico. Definições e Problemas Fundamentais

Aula 2 - As evidências - características geográficas, fontes escritas e cultura


material.

Os gregos e a História.

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/os-gregos-historia.htm

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