Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
SERRA
2015
JORGE EMIL JOÃO DA PENHA JUNIOR
SERRA
2015
LISTA DE FIGURAS
AR - Auto-Regressivo
CC - Corrente Contínua
CI – Circuito Integrado
Hz - Hertz
KΩ - Kilo Ohm
PH - potencial Hidrogeniônico
PI - Proporcional Integral
RC - Resistor Capacitor
SD - Síntese Direta
uF - Micro Faraday
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 10
2 INSTRUMENTAÇÃO ....................................................................................................... 15
2.1 MEDIÇÃO DE PRESSÃO ................................................................................................... 16
2.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL ........................................................................................................ 20
2.2.1 Medidores de nível por medição direta ............................................................................ 21
2.2.2 Medidores de Nível por medição indireta ........................................................................ 23
3 BOMBAS HIDRÁULICAS................................................................................................ 26
3.1 MOTOR ELÉTRICO............................................................................................................ 28
5 DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 59
5.1 ESCOLHA DO ELEMENTO FINAL .................................................................................. 60
5.2 ESCOLHA DO SENSOR ..................................................................................................... 61
5.3 VERIFICAÇÕES PRELIMINARES.................................................................................... 62
5.4 PROJETO DA PLANTA ...................................................................................................... 66
5.4.1 - Estrutura de Suporte e fixação das bombas .................................................................. 67
5.4.2 - Eletrônica de Aquisição (DAQ HILINK) ....................................................................... 68
5.4.3 - Eletrônica de Atuação (Módulo L298N e Arduino) ...................................................... 70
5.5 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA....................................................................................... 72
5.6 PROJETO DO CONTROLADOR ....................................................................................... 79
5.7 TESTES ................................................................................................................................ 80
5.8 CONFIGURAÇÃO PARA ATUAÇÃO EM SPLIT RANGE .............................................. 83
5.8.1 Testes .................................................................................................................................... 84
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 91
APÊNDICES ................................................................................................................................. 94
10
1 INTRODUÇÃO
Industrialmente, as variáveis mais comuns de serem medidas são: temperatura, pressão, vazão e
nível, sendo esse último o foco principal deste trabalho. Vale ressaltar que as variáveis físicas
não se limitam a essas, havendo ainda grande uso de outros medidores dependendo da
necessidade/aplicação, como por exemplo, os medidores de posição (encoders) que são
fundamentais em plantas e ou equipamentos de precisão, como no caso de Comando Numérico
Computadorizado (CNC). Além das variáveis físicas, ainda existem os medidores químicos, que
são estudados em uma área específica conhecida como Instrumentação Analítica, onde é
possível encontrar instrumentos de medição como medidores de Potencial Hidrogeniônico PH,
medidores de turbidez, medidores de acidez, entre outros[3].
A medição de nível foi escolhida por se tratar do modelo didático mais simples de ser
construído. No entanto, essa simplicidade não a exime de sua importância. A medição de nível é
fundamental em diversos processos, como de dosadores por exemplo, onde a composição de
uma fórmula é obtida através do controle de nível dos tanques que recebem os elementos
primários. Outro exemplo, agora mais simplório, são os reservatórios elevados responsáveis
pela distribuição de água em uma região. A altura desses reservatórios é dimensionada de forma
a garantir pressões específicas em longas distâncias.No entanto não é possível manter elevado
todo o volume de água necessário para atender toda uma região, dado ao fato que a estrutura de
suporte inviabilizaria a construção do mesmo. Para solucionar esse problema, é utilizado um
reservatório escravo, enterrado próximo do reservatório elevado, onde é armazenado cerca de
80% do volume necessário. É efetuado um controle de nível do reservatório elevado, de modo
que, quando necessário, bombas responsáveis por bombear a água do reservatório enterrado
para o elevado são acionadas [3] [23].
Normalmente, para sistemas como do reservatório citado, são usados controles biestáveis, isto
é, simples sistemas que ligam as bombas quando o nível se encontram baixos e desligam
11
quando o nível está alto. Um outro exemplo de sistema biestável são os controladores de ar-
condicionados convencionais, que mantém ligados os compressores até que uma temperatura
selecionada seja alcançada, efetuando assim seu desligamento e somente os religam quando
uma temperatura de offset é alcançada. Esse tipo de controle também é conhecido como
controle ON-OFF [23].
Apesar da facilidade de implementação desse tipo de controle, que faz com que ele seja o mais
barato de ser implantado, ele acarreta em alguns problemas, como por exemplo, a redução da
vida útil do compressor, em função das repetitivas partidas. O excesso de partida também é
responsável por um maior consumo de energia, uma vez que os compressores consomem mais
energia nos primeiros instantes em que são ligados. Recentemente foi implementado uma nova
tecnologia de Ar-condicionados, conhecida como Inverter, onde o controle ON-OFF foi
substituído por um controle PI (Proporcional Integral) [23].
A planta a ser construída será constituída por dois reservatórios, um superior e um inferior e o
nível a ser controlado será no reservatório superior, medido por um sensor. Ela será projetada
para possuir vazões de entrada e saída superiores à da planta do trabalho usado como base. Para
se realizar o projeto do controlador, será obtido um modelo da planta, possibilitando assim a
simulação em software da mesma. De posse do modelo, será possível projetar o controlador via
Síntese Direta e realizar testes de diversos tipos de sintonias, buscando melhorar ao máximo sua
eficiência.
O trabalho realizado por Robson S. de Paula [24], teve como objetivo principal a execução de
um sistema de controle de nível em uma bancada didática, para assim abordar o conhecimento
da teoria de controle de nível também de forma experimental. Devido ao microcontrolador
PIC18F2550 possuir uma grande capacidade de memória, o mesmo foi utilizado para a
confecção do hardware, podendo assim implementar diversas funcionalidades no software. Para
a indicação do status do sistema, foi utilizado um display LCD alfanumérico, para a medição de
12
nível, um sensor ultrassônico e como atuador, uma bomba centrífuga de 12 Volts. A análise do
sistema com os controladores projetados foi feita por meio de simulação com a ferramenta
SIMULINK do MATLAB
Nos resultados obtidos, foi concluído que o controlador que apresentou o melhor desempenho
foi projetado por Síntese Direta. O sistema se mostrou estável e os resultados foram
satisfatórios, apresentando um overshoot não maior que 4% em torno do valor de setpoint.
O sistema de interface ficou prático, tanto na exibição em tela dos dados mais importantes do
sistema, quanto na alteração dos parâmetros[24].
De acordo com o estudo realizado por Adriano Peixoto Ramos e Gabriel Lula Barros Wense
[25], cerca de 100 alunos acompanharam o funcionamento do sistema de nível de líquidos
montado e utilizado em experimentos. Foram aplicadas técnicas de controle em Espaço de
Estados aprendidas na teoria, sendo observado o funcionamento destas técnicas na prática.
Todavia, foi possível observar que o ruído obtido na leitura dos sensores causou influência
considerável na resposta do sistema. A calibração do atuador aparentou gerar resultados
satisfatórios, porém poucos mecanismos foram usados para comprovar esta calibração. Os
resultados foram utilizados para se validar o funcionamento do processo e de aprofundar o
estudo desta metodologia no controle de sistemas.
Hugo de Souza Santos [26], apresentou em seu trabalho o estudo da importância do ajuste dos
parâmetros de controle PID utilizando algoritmo genético.Visou-se obter uma resposta do
controlador estudado, o mais próximo possível do sinal de um sistema com desempenho e
funcionamento otimizados para um modelo matemático de um motor de corrente contínua. Foi
definido um critério de otimização, atuante nos parâmentos do PID, a fim de minimizar a norma
infinita da diferença das funções de transferências do sistema de malha fechada real e o de
malha fechada ideal.
De acordo com Hugo César Coelho Michel [20], o desenvolvimento e implementação de uma
ferramenta para o auxílio de engenheiros e operadores, à sintonia de controladores PID, são
apresentados neste estudo. Assim, para sua validação, foi construído um sistema de controle e
automação piloto para testes em laboratório, junto à Usina Termelétrica do Barreiro (UTE-
Barreiro) de propriedade da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Em decorrência
do grande número de malhas auditadas e consequentemente do número excessivo de testes
realizados em cada malha, verificou-se a necessidade de se desenvolver uma ferramenta de
engenharia capaz de auxiliar os engenheiros auditores em vários procedimentos, e que seja
também um componente chave para análise e otimização de malhas de controle.
Posteriormente, essa ferramenta poderá fazer parte de um sistema mais elaborado, visando a
validação ampla da usina, de uso acessível à operadores, supervisores e gerentes.
João Gilberto Campagnaro [6] elaborou um estudo sobre a importância do controle digital do
nível de uma planta de simulação em um tanque em rede, utilizando supervisório da Intouch e
Controlador Lógico Programável (CLP) Micrologix. A programação do CLP pelo programa
RSLogix 500 se mostrou simples e intuitiva. A configuração dos blocos funcionais é rápida e
prática, facilitando o usuário. Para uma sintonia melhor, seria necessário o levantamento do
modelo matemático da planta em toda sua complexidade, como folgas, atrasos, zonas mortas de
acionamento e perturbações, porém esta discussão daria margem a outro projeto.
14
De acordo com o trabalho realizado por Jean Matheus de Carvalho Camargos [5], foi feito o
estudo de um novo método para medição de nível, principalmente em ambiente industrial e
referente aos medidores para tanques ou reservatórios. Neste método, o nível do tanque ou
reservatório seria mensurado via medição de sua pressão. Esta medição não é só importante
para a operação do próprio processo industrial, mas também para fins de cálculo de custo e
inventário. Para isso, foi construído um protótipo que apresenta todo o aparato necessário para a
medição, mostrando os resultados ao usuário. Utilizando os valores colhidos, um gráfico da
pressão x volume pôde ser montado.
2 INSTRUMENTAÇÃO
No mercado, os mais variados tipos de instrumentos são classificados de diversas formas, nas
quais, essas classificações são usadas pelos profissionais para facilitar as especificações dos
mesmos em fase de projeto. Como exemplo de características para classificação pode ser citado
à classificação por função ou a classificação pelo tipo de sinal de transmissão. [3].
Classificação por função:A associação dos instrumentos que podem estar interligados entre si
para realizar tarefas nos processos industriais, é denominada malha, sendo que nesta, cada
instrumento executa uma função, como: [3]
- Controlador: Instrumento que emite sinal de correção para a variável manipulada, comparando
o valor medido com o desejado, a fim de que seu resultado se iguale a zero, não
necessariamente de forma automática [3];
- Elemento Final de Controle: Sua função é modificar o valor de uma variável, levando o
processo ao valor desejado. Ele que recebe o sinal proveniente do controlador [3].
- Pneumático: Com a escolha do valor de que se deseja representar, é utilizado gás comprimido
para que sua pressão seja alterada. A variação da pressão do gás é manipulada de forma
específica e padronizada. [3]
- Elétrico: É um tipo de transmissão utilizado de forma ampla em todas as indústrias. Seu sinal é
modulado em uma faixa padronizada, representando o conjunto de valores entre o limite
mínimo e máximo de uma variável de um processo qualquer. Suas vantagens são a transmissão
para longas distâncias sem perdas, a alimentação pode ser feita pelos próprios fios que
conduzem o sinal de transmissão, não necessita de equipamentos auxiliares, permite fácil
conexão aos computadores, fácil instalação, fácil realização de operações matemáticas, permite
a ligação em série dos instrumentos através do seu sinal, não devendo ultrapassar o valor
estipulado pelo fabricante do transmissor. Já as desvantagens do Elétrico são: Para sua
instalação e manutenção é necessária mão de obra especializada, exige utilização de cuidados
especiais em instalações localizadas em áreas de riscos, exige cuidados especiais na escolha do
encaminhamento de cabos ou fios de sinais e os cabos de sinal devem ser protegidos contra
ruídos elétricos. [3]
A variável de processo mais utilizada na indústria em seus mais diversos segmentos é a medição
de pressão, que pode ser definida como o resultado da energia potencial aplicada ou contida por
um fluido. Sua medição possibilita não só sua monitoração e controle como também a medição
de outras variáveis, tais como nível, vazão e densidade [3].
Para a devida medição da pressão, alguns teoremas, definições e princípios têm de ser
considerados, tais como:
2 − 1 = ∆ = (ℎ2 − ℎ1) .
Onde:
∆ = Diferença de pressão;
= Densidade do líquido
Figura 2. [3]
18
Definição de Pressão: Relação entre uma força aplicada perpendicularmente em uma área.
Também expressa como a somatória da pressão estática e pressão dinâmica, denominando
Pressão Total. Existem outros termos que denotam uma pressão relativa. Esses
Esse termos são
apresentados na Figura 3[3]
[3]:
Pressão absoluta: É medida a partir do vácuo perfeito, ou seja, zero absoluto, representando
total ausência de pressão, não existindo pressão absoluta negativa ou inferior a zero.
Denominada grau de vácuo. [3]
19
Manômetro: Dispositivo utilizado para indicação local de pressão e em geral dividido em duas
partes principais: o manômetro de líquidos, que utiliza um líquido como meio para se medir a
pressão, e o manômetro tipo elástico que utiliza a deformação de um elemento elástico como
meio para se medir pressão. [3]
20
a) Fita Extensiométrica ou StrainGauge: Este sensor utiliza o princípio que os metais sofrem
uma alteração em sua resistência elétrica ao serem submetidos a uma deformação, seja por meio
de uma compressão ou de uma tração. Sendo assim, as extremidades de fitas metálicas são
fixadas em seções móveis que, quando sob efeito de variações de pressão se deslocam. Esse
movimento das extremidades faz com que as fitas metálicas sofram uma deformação e
consequentemente uma alteração em sua resistência elétrica.Normalmente é utilizado na
confecção das fitas extensiométricas, metais que possuem baixo coeficiente de temperatura para
que exista uma relação linear entre resistência e tensão numa faixa mais ampla [3].
b) Sensor Piezoelétrico: Este tipo de sensor se baseia no fato dos cristais assimétricos sofrerem
uma deformação elástica ao longo do seu eixo axial quando submetidos à uma pressão. Isso faz
com que surja uma diferença de potencial no cristal, causando um fluxo de carga elétrica
quando o mesmo está em um circuito elétrico.A intensidade elétrica produzida é proporcional a
pressão aplicada, sendo então essa relação linear, o que facilita sua utilização [3].
Nível é uma variável importante na indústria, tanto para a operação do próprio processo quanto
para fins de cálculo de custo e de inventário, sendo a medição indireta do volume contido em
um reservatório. Para sua medição, por vezes requer artifícios e técnicas apuradas. Os sistemas
de medição de nível variam em complexidade, desde simples visores para leituras locais até
indicação remota. Comumente o nível é medido pelo comprimento linear da substância
21
reservada, podendo seu volume ser calculado de forma direta. Na indústria se requer medições
tanto de nível de líquidos como de sólidos [3].
Para se manter a variável em um valor fixo ou entre dois valores determinados, primeiramente é
efetuada a medida do nível do reservatório, que pode conter líquido ou sólido. Existem dois
métodos de medição que são usados nos processos em geral, o método de medição direta e o
método de medição indireta [3].
É a medição que se faz tendo como referência a posição do plano superior da substância
medida, podendo-se utilizar réguas ou gabaritos, visores de nível, boia ou flutuador.
- Tipo Régua ou Gabarito: Consiste em uma régua graduada que tem o comprimento
conveniente, para ser introduzido no reservatório onde vai ser medido o nível. Sua determinação
se efetuará através da leitura direta do comprimento do líquido marcado na régua. São
instrumentos simples e de baixo custo, permitindo medidas instantâneas, porém um operador se
faz necessário [3].
a) Visores de Vidro Tubular: Estes visores são normalmente fabricados com tubos de
vidro retos e com paredes de espessuras adequada a cada aplicação. O comprimento e o
diâmetro do tubo irão depender das condições a que estará submetido o visor, sendo que
os mesmos não suportam altas pressões e temperaturas. Para proteção do tubo de vidro
contra eventuais choques externos, são fornecidas hastes protetoras metálicas colocadas
em torno do tubo de vidro ou com tubos ou chapas plásticas envolvendo o mesmo. Não
se recomenda o seu uso com líquidos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos, visto que a
fragilidade destes instrumentos aumenta a possibilidade de perda de produto contido no
equipamento [3].
b)Visores de Vidro Plano: Ao longo dos anos, este tipo de visor substituiu quase a
totalidade dos visores de vidro tubular devido à sua elevada falta de segurança em
aplicações com determinadas pressões. Os visores de vidro plano são compostos de um
ou mais módulos com barras planas de vidro, chamados seções dos visores. Sua
principal desvantagem é uma possível falta de visibilidade entre seções adjacentes [3].
c) Visor magnético: Neste visor, uma boia magnética se move pelo tubo, que por sua
vez, é revestido de sensores magnéticos. Conforme o nível do tanque varia, a boia sobe
ou desce, causando uma variação na resistência elétrica do sensor magnético mais
próximo. Este visor pode ser construído a partir de diversos tipos de materiais, o que
possibilita a sua utilização na medição dos mais variados tipos de fluidos, mesmo em
severas condições de pressão e temperatura [3].
- Boias ou Flutuadores: Este tipo de medição direta utiliza o princípio do empuxo, onde um
corpo em contato com um fluido é submetido à uma força contrária à força peso e de
intensidade igual ao peso de fluido deslocado pelo corpo. Conforme o nível varia, a boia ou o
flutuador acompanha essa variação, fazendo com que uma alavanca se mova. Essa alavanca
pode estar conectada a um indicador externo, para leitura local ou gerar uma variação na
23
É a medição que determina o nível de um fluido em função de uma segunda variável, como por
exemplo, por displace (empuxo), via pressão diferencial (diafragma), com um borbulhador, por
capacitância eletrostática, via eco de ultrassom, por pesagem, por raio gama, etc. [3].
- Nível Por Pressão Diferencial: Este tipo de medição utiliza instrumentos que medem
diferenciais de pressão que são provocados pela coluna líquida presente no tanque. São em geral
transmissores, sendo que o princípio de funcionamento mais comum dos transmissores de
pressão diferencial do tipo diafragma é o princípio de equilíbrio de forças. O transmissor possui
duas câmaras separadas verticalmente por um elemento sensível, no caso um diafragma.
Normalmente uma das câmaras é interligada com o fundo do tanque e a outra com a parte
superior. Neste caso, o nível do fluido é proporcional à diferença de pressão gerada pelas ações
da coluna de fluido na base do reservatório com a que vem do topo do reservatório [3].
Esta técnica também pode ser empregada em tanques abertos. Nesta situação, uma das câmaras
do transmissor é interligada na parte inferior do tanque, enquanto a outra é aberta para a
atmosfera. Visto que a pressão estática do líquido é diretamente proporcional ao peso do
líquido, este pode ser obtido pela medida do primeiro. Neste caso, o medidor de pressão pode
24
ser usado em vez do transmissor de pressão diferencial, que é usualmente montado em uma
posição que corresponde ao nível baixo de medição [3].
- Borbulhador: Nesta medição, um tubo é inserido no reservatório até sua parte inferior. É
então fornecida uma vazão de ar ou gás inerte ao tubo. Esta vazão tem de ser suficiente para que
ocorra uma corrente contínua de bolhas. O cálculo do nível no reservatório será em função da
vazão necessária para produzir o borbulhamento contínuo do gás, uma vez que sua pressão tem
de ser pelo menos igual a pressão exercida pela coluna do fluido. Este instrumento não é
indicado para reservatórios sob pressão, pois variações em sua pressão iriam afetar a leitura do
sensor [3].
- Nível Por Capacitância Eletrostática: uma sonda é inserida no reservatório até sua parte
inferior e servirá como uma das placas paralelas de um capacitor. A outra placa paralela será
uma das paredes do reservatório e o fluido atuará como dielétrico. Desta forma, conforme o
volume do fluido varia no interior do reservatório, a capacitância medida também varia,
podendo ser transformada para valores de altura. Esta técnica pode ser usada em tanques com
mais de um fluido, desde que possuam constantes dielétricas distintas. Dependendo das
pressões e temperaturas no interior do reservatório, a sonda deverá ser devidamente revestida
[3].
- Nível Via Eco De Ultrassom: Aqui, a velocidade de propagação do som é utilizada como
base para se determinar o nível no interior de um reservatório. Este tipo de medição é contínuo,
preciso e pode ser utilizado em substâncias líquidas ou sólidas. Dentro do tanque é instalado um
emissor de pulsos ultrassônicos de alta frequência. Estes pulsos sofrem uma reflexão ao
entrarem em contato com a substância monitorada (eco) e o tempo que demora para voltar ao
sensor fornece a distância do nível ao mesmo. Como a posição do sensor é conhecida, basta
uma subtração para se ter o valor atual no nível. Estes sensores são de baixo custo, não ficam
em contato com o fluido e são confiáveis, porém não deve haver poeira no reservatório,
25
evitando falhas no retorno dos pulsos, a substância medida não pode estar em altas
temperaturas, o que causa problemas de precisão [3].
- Nível Por Raio Gama: Um emissor com algum material radioativo, como o césio, é
posicionado no topo do reservatório. Contrário ao emissor é instalado um detector de radiação
gama com o comprimento do reservatório. Quando os raios gama atravessam o fluido em
questão, ocorre uma atenuação que é identificada pelo detector e transformada em nível. Caso o
reservatório esteja vazio, o detector irá ler a emissão de raios gama com intensidade de 100% e,
conforme o nível vá aumentando, esse percentual vai caindo. Apesar de ser uma técnica
confiável e de baixo custo de manutenção, ela costuma ser mais cara que outras, além de
necessitar de licenciamento e um profissional em segurança nuclear [3].
26
3 BOMBAS HIDRÁULICAS
Amplamente utilizadas nas indústrias, as bombas hidráulicas fazem parte de um sistema maior,
um sistema que trabalha em conjunto com outro, sendo equipamentos rotativos, que adicionam
energia ao tomar energia mecânica de um eixo, também denominada Máquina Hidráulica
Operatriz. A referida energia mecânica pode-se originar de uma fonte qualquer, mas na
aplicação deste trabalho, esta será provida de um motor elétrico. Assim, o controle da potência
do motor implicará diretamente no controle de potência da bomba. O método aplicado será
esclarecido no capítulo 3.1 [27].
- Máquinas Motrizes;
- Máquinas Mistas;
- Máquinas Geratrizes (Bombas), das quais será feito um aprofundamento neste estudo.
As Máquinas Geratrizes (Bombas hidráulicas) são equipamentos que recebem energia cinética,
transformando a energia mecânica em energia hidráulica. Bombeiam líquido, sendo acionadas
por motores elétricos. [27]
As Bombas podem ser classificadas quanto ao deslocamento, podendo essas serem divididas em
dois grupos:
- Deslocamento positivo;
- Deslocamento não-positivo.
Bombas de deslocamento positivo não admitem recirculação interna, ou seja, existe uma
vedação mecânica separando a entrada da saída, ocasionando o impedimento do vazamento
interno, que é a possibilidade desta recirculação do fluido. Elas normalmente são utilizadas em
circuitos hidráulicos para movimentação de carga. Tais bombas necessitam de válvula de
27
segurança ou alívio, colocadas normalmente na saída das mesmas. Seu objetivo principal é
provocar pressões elevadas diante de vazões relativamente baixas. As bombas de deslocamento
positivo se dividem em dois grupos: bombas alternativas e bombas rotativas. Também podem
ser chamadas de bombas volumétricas.
volumétricas. São assim denominadas porque deslocam uma
quantidade finita de volume de fluido em cada vez [27].
Figura 4 – Tem-se
se uma representação esquemática de uma bomba centrífuga radial. [27]
puras. O fluído é expulso do rotor na direção do raio, por isso denominada radial. Essas bombas
são usadas no bombeamento de água limpa, água do mar, condensados, óleos, etc. [27]
Bomba Centrífuga Helicoidal: Utilizada para cargas manométricas e vazões com valores
médios, esta bomba distribui a energia que é fornecida ao fluido, parte por força centrífuga, e
parte por força de arrasto. Também denominada Francis, por usar um impelidor com palhetas
deste nome. [27]
Bomba Centrífuga Diagonal: Utilizada quando o fluido entra com um movimento inclinado
em relação ao eixo da bomba. Caracteriza-se por serem de fabricação muito complexa e parte da
energia fornecida ao fluído é devido a força centrífuga. [27]
Bomba Axial: Na Bomba Axial, o movimento do fluído ocorre paralelo ao eixo de rotação,
sendo a energia transmitida ao fluído ser devido às forças de arrasto. São utilizadas quando o
interesse por vazão foi muito mais significativo do que em relação às cargas atendidas. [27]
Com o circuito equivalente é possível estimar parâmetros como perdas no entreferro, perdas nos
condutores, a potência mecânica, o rendimento, as correntes envolvidas, o conjugado, entre
outros. Também é possível analisar o comportamento desses parâmetros em função da variação
do carregamento mecânico, da tensão de entrada e até mesmo da frequência, quando aplicável.
Dessa forma, nesse capítulo será descrita a aplicação dessa ferramenta para avaliar o
funcionamento do motor quando for alimentando por pulsos e seu comportamento em função da
variação da largura desses pulsos. Ou seja, estudar o comportamento do motor quando esse é
alimentado por um sinal Pulse Width Modulation (PWM). [12]
−
= 100
(1)
Onde:
= Velocidade do Rotor
O fator "100%" apresentado na equação (8) serve para expressar o escorregamento em valores
percentuais. Quando o motor encontra-se com seu rotor bloqueado, o escorregamento será igual
30
a 100%. Para que o escorregamento seja zero, o rotor deveria estar com velocidade síncrona. No
entanto, se isso ocorresse não haveria indução, logo não haveria ação motriz. Dessa forma,
observa-se que o escorregamento nulo é impraticável. Na prática, os valores do escorregamento
oscilam entre 1% e 8%, ou seja, 0,01 < s < 0,08. [12]
[12].
31
Da potência transferida ao rotor, parte dela é perdida em função de fatores elétricos, como por
exemplo, pelo efeito joule, pela histerese, por correntes parasitas, etc. Apesar de a potência
restante ser convertida em potência mecânica, nem toda ela estará disponível no eixo para
sustentação da carga, dado as perdas mecânicas, como por exemplo, pelo atrito. [12]
2 1−
= 2 + 2 (2)
Essa por sua vez sofre uma simplificação com o intuito de facilitar a determinação de
parâmetros elétricos, conforme mostrado na Figura 8. Nesse circuito, as resistências e reatâncias
do rotor e do estator são agregadas. Obviamente, essa simplificação acarreta em erros, no
entanto, esses são considerados aceitáveis quanto se deseja realizar análises operacionais, sem a
obtenção de valores exatos. [12]
Com o intuito de atestar a eficiência desse conceito, foi utilizado um modelo arbitrário de um
motor CC, onde a alimentação por sinal PWM foi simulada via software. Nessa simulação foi
utilizado o software PSpice Lite, explanado no Apêndice A.
A Figura 9 ilustra o circuito utilizado na simulação do motor. Para este, foi considerado valores
arbitrários de um motor 12 V, com potência mecânica de 16 W no eixo (sem perdas mecânicas)
que equivalem a um motor CC de 600 Rotações Por Minuto(RPM), com um torque de 2,55
. Inicialmente o circuito foi alimentado por um sinal quadrado de período de 50 ms
(equivalente a 20 Hertz (Hz) e amplitude de 12 V.
33
A Figura 10 apresenta a resposta da simulação realizada, onde a linha azul trata-se da tensão de
entrada, o roxo trata-se de queda de tensão sobre e o vermelho é a corrente que passa em .
Em um segundo momento, o período do sinal de entrada foi ajustado para o período de resposta
do motor (equivalente a 278 Hz). A Figura 11 apresenta a resposta dessa segunda simulação, na
qual é possível observar a oscilação da tensão sobre o conjugado na faixa de valores entre 3,5V
e 5,5V (4,5V na média). Os valores obtidos seguem conforme esperado, considerando que o
valor médio representa metade da tensão de estabilização anteriormente apresentada, dado ao
fato ao fato do sinal quadrado ser equivalente a um PWM de dutycycle igual a 50%. No entanto,
esse resultado não é satisfatório, em função da alta amplitude da tensão do conjugado
(aproximadamente 25%).
35
Figura 11 – Tensão do Conjugado - Motor alimentado por sinal quadrado de 12V (278Hz)
Figura 12 – Tensão do Conjugado - Motor alimentado por sinal quadrado de 12V (2,7KHz)]
O resultado da quarta simulação pode ser visto na Figura 13, na qual é possível observar que as
oscilações da tensão de conjugado foram reduzidas de modo a tornarem-se imperceptíveis no
gráfico. Também é possível observar que as tensões de estabilização acompanharam os
comprimentos do sinal PWM implementados, sendo esses:
Figura 13 – Tensão do Conjugado - Motor alimentado por PWM Amplitude 12V (27KHz)]
37
Pode-se observar que o uso de sinal PWM para o controle da tensão do conjugado é eficaz,
possibilitando assim a modificação do torque no eixo do motor em tempo de execução através
da parametrização do comprimento do pulso que alimenta o motor. Pode-se observar também
que a qualidade da tensão do conjugado está ligada diretamente à frequência do PWM, sendo
que para a determinação desse deve-se buscar o melhor "custo x benefício" considerando a
estabilidade do motor (recomendando-se como frequência mínima do PWM sendo dez vezes
maior do que o inverso do período de resposta do motor) e a complexidade do hardware
disponível para implementação.
38
Neste capítulo, são esclarecidos os conceitos acerca do projeto de controladores. Para tal, é
explanado quanto a definição de sinais e sistemas, sistemas de controle, domínio do tempo e da
freqüência, processo de identificação e modelamento de sistemas, características inconvenientes
de sistemas reais e os tipos de controladores existentes e os métodos de implementação dos
mesmos.
Os sinais podem ser definidos como a função de uma ou mais variáveis, na qual oferece
informações sobre a natureza de um fenômeno físico. Quando esta função depende de uma
única variável, denomina-se sinal unidimensional. Já, quando a função depende de duas ou mais
variáveis, denomina-se multidimensional [15] [17].
Definido como a força que manipula um ou mais sinais para que seja realizada uma função,
produzindo assim novos sinais, os sistemas estão sempre associados à geração e a extração da
informação do sinal. Não existe um propósito único para um sistema, pois este propósito
depende da aplicação de interesse. [15] [17]
Cada um deles pode ser visto como um sistema com sinais próprios associados. O propósito do
transmissor é converter o sinal da mensagem produzido por uma fonte de informação para uma
forma apropriada com posterior transmissão por um canal. A medida que o sinal transmitido se
propaga por um canal, ele é distorcido devido às características físicas deste canal, além de
poder ocorrer também ruídos e sinais de interferência, contaminando a saída do canal e fazendo
que o sinal recebido resulte em uma versão corrompida do original. A função do receptor é
operar o sinal recebido a fim de reconstruir uma forma reconhecível do sinal da mensagem
original e entregá-lo ao usuário final. [15] [17]
39
- Resposta: Pois uma planta produz uma resposta satisfatória se sua saída segue ou acompanha
uma entrada de referência específica, processo denominado regulação; [17]
Para se alcançar uma resposta adequada com a devida robustez, a modelagem matemática do
processo deve ser a mais próxima da realidade.
$
( ) = ! "(#) & ' ( )# = ℒ +"(#), (3)
%
A transformação de Laplace é uma técnica muito útil para análise e projeto de sistemas em que
a ênfase é colocada no desempenho transitório e de estado estacionário. Como o sistema de
controle diz respeito ao desempenho transitório e de regime permanente de sistemas dinâmicos,
tem-se um motivo para apreciar o valor das técnicas da transformada de Laplace. [4]
Função de Transferência de Sistemas Lineares: Esta função é definida como a relação entre
a transformada de Laplace da variável de saída e a transformada de Laplace da variável de
entrada, com todas as condições iniciais supostas iguais a zero. Essa função representa a
dinâmica do sistema sob consideração. Também só pode ser definida para sistemas lineares e
estacionários (constantes), pois um sistema não-estacionário, chamado de sistema variante no
tempo, possui um ou mais parâmetros variáveis, e a transformada de Laplace não pode ser
utilizada [4].
A representação em um diagrama de blocos de um dado sistema pode muitas vezes ser reduzida
a um diagrama com um número menor de blocos que o diagrama original por meio das técnicas
de redução. A análise de sistemas pelo método da redução de diagrama de blocos propicia uma
41
Essa sessão apresentará algumas características de sistemas reais que, devido seu
comportamento, dificulta a realização precisa da identificação do sistema e modelamento
matemático do mesmo, implicando diretamente na eficácia do controle.
Sinal Aleatório: São sinais aleatórios aqueles sinais puros, ou componentes de um sinal
composto, na qual este não é determinístico, isto é, não podem ser descritos por uma função do
tempo. Desta forma a única maneira de analisar esse tipo de sinal é por meio de probabilidade e
estatística, no entanto, para que houvesse um resultado preciso seria necessária uma
amostragem infinita de dados[11].
Para possibilitar um resultado realizável é necessário tratar o sinal aleatório como sendo
periódico e estudá-lo de forma que o mesmo seja aproximado a um valor conhecido, sendo que
para este deverá ser definido um percentual de confiança que manterá a relação entre o valor
estimado e o real. Desta forma é possível considerar um valor representativo a partir de uma
amostra finita de dados. [11]
1 / .(
! #) )#
- %
(4)
Para construção do espectro de densidade, ou densidade espectral, o sinal é tratado por um filtro
de banda ω em seguida calculado a densidade média quadrada. Vários pontos de densidade são
necessários para construção do espectro, onde cada ponto se encontra defasado em ∆ω em
relação aos demais. A formalização desse processo é definida pela equação ( 5 ) [11].
(19-) :% .(
#) )#
/
$
( (#)) = ! (#)& '=7( (6)
'$
43
Atraso constante na resposta de um sistema em relação ao instante real que este é submetido a
uma entrada, é chamado de tempo morto. Para a adequação do modelo matemático em função
de atrasos por tempo morto, é usual agregar ao operador de tempo da função um parâmetro de
defasagem T. A equação ( 7 ) exemplifica essa operação, onde F’(t) é equivalente ao F(t) com
tempo morto.[16]
Outro exemplo de zona morta, que se assemelha mais às características existentes do sistema
deste trabalho, é o comportamento dinâmico de sistemas hidráulicos que tendem bombear
fluidos em sentido vertical. As características de vazão da bomba podem variar dependendo da
situação de trabalho, mesmo nas mesmas condições construtivas. Por exemplo, dada uma
potência de funcionamento, essa pode não ser suficiente para vencer a coluna de ar, não sendo
1
Encoder – Dispositivo usado para controle de posição
44
projetado fluido na tubulação. Em outro caso, dada a mesma potência de funcionamento, poderá
haver vazão, caso a tubulação já tenha sido escorvada2. [16]
- Modelagem caixa branca: Utilizando as leis físicas que envolvem o processo e/ou os fatores
intrínsecos à natureza do mesmo é possível realizar sua modelagem matemática;
-Modelagem caixa preta: Este método é mais utilizado em processos complexos e/ou de pouco
conhecimento e faz uso de ferramentas computacionais. Tais ferramentas analisam os dados de
entrada e de saída da planta em questão e estimam uma função de transferência que se comporte
de forma similar;
-Modelagem caixa cinza: Une a modelagem por caixa branca, onde a natureza física do
processo é bem conhecida, e a modelagem por caixa preta, com a implementação
computacional nos pontos em que a dinâmica física é desconhecida.
2
Escorvar – Termo técnico que significa que todo ar existente em uma determinada tubulação foi expurgado da
mesma.
45
- Análise físico-matemática: baseia-se nas leis da física que caracterizam um sistema particular;
Quando a modelagem matemática não se mostra possível, independentes dos fatores, uma
alternativa é a identificação do sistema. A identificação de sistemas é uma atividade que
envolve múltiplos e conflitantes objetivos. A tentativa e o erro se tornam uma regra relevante na
engenharia e identificação de processos [1].
- Que tipo de sinais usar a fim de obter dados que sejam representativos de sua dinâmica;
Para os processos industriais, o modelo pode ser obtido com o tratamento das medidas coletadas
a partir de realizações experimentais. A área de identificação tem tido considerável interesse
para fins de previsão, supervisão, diagnóstico e controle. Diferentes procedimentos para geração
do sinal de entrada, medição de saída e armazenamento de dados são utilizados, entre os quais:
[1]
2) As medidas são processadas para estimar os parâmetros do modelo sem restrição de tempo
computacional; [8]
48
Já um sistema de controle a malha fechada utiliza uma medida adicional da saída real para
comparar esta saída com a resposta desejada. A medida da saída é denominada sinal de
retroação, que usa frequentemente uma função de uma relação pré estabelecida entre a saída e a
entrada para controlar o processo. A diferença entre a saída do processo sob controle e a
referência de entrada é amplificada e usada para controlar o processo de modo que a diferença
seja continuamente reduzida. Este conceito tem sido o alicerce para a análise e o projeto dos
sistemas de controle. [4]
O conceito de retroação é usado para obter um sistema em malha fechada, com o intuito de
alcançar o desempenho desejado, podendo ter como característica, uma realimentação negativa
[4].
- Estar naturalmente presente no sistema: Neste caso é uma parte integrante do mecanismo
físico subjacente responsável pela operação do sistema;
- Ser aplicada externamente ao sistema: Ter sido implementada com um propósito específico,
baseado em seu projeto.
50
A aplicação de realimentação é motivada por diversas propriedades desejáveis, tais como: [4]
Tais benefícios são fundamentais, entretanto traz a possibilidade que o sistema possa se tornar
instável. [4]
- Uma planta, a qual age a partir de um sinal de erro &(#) para produzir o sinal de saída @(#).
- Um sensor, que mede o sinal de saída @(#) para produzir um sinal de realimentação (#).
Supondo que a dinâmica da planta e a do sensor da Figura 16 são modeladas como sistemas
LTI, dadas as descrições de domínio de tempo, é possível continuar a relacionar o sinal de saída
y(t) com o de entrada x(t). Entretanto, foi trabalhado com a transformadas de Laplace e fazer a
formulação do domínio S complexo, Como pode ser visto na equação ( 9 ).
B( ) = ( ) − ( ) (9)
Existem diversas formas de produzir uma ação de controle, e cada uma delas dependerá do tipo
de controlador e de seu projeto. Algumas formas de ações de controle são:
EF , H/ &(#) > 0K
C (#) = D ,
E. , H/ &(#) < 0
O intervalo no qual o sinal de erro atuante deve variar antes de ocorrer a comutação é chamado
de diferencial, onde a saída do controlador mantém-se na situação em que está até que o sinal
do erro ultrapasse o limite diferencial. [23]
Ação de controle proporcional (P): Neste controle, a relação entre o sinal de saída u(t), e o
sinal de erro atuante, &(#) é:
ℒ U(s)
u(t) = K O e(t) ⇒ = KO
E(s)
Ação de controle integral (I): Neste controle, o sinal de saída do controlador, C(#), é
modificado a uma taxa de variação proporcional ao sinal de erro atuante, &(#), ou seja: [23]
d X
ℒ U(s) KW
u(t) = K W e(t) → u(t) = K W ! e(t)dt ⇒ =
dt % E(s) s
Ação de controle integral (D): Neste controle, o sinal de saída do controlador, C(#), é
modificado com relação a variação do sinal de erro atuante, &(#), ou seja: [23]
d ℒ U(s)
u(t) = K Y e(t) ⇒ = KY
dt E(s)
X
ℒ U(s) KW
u(t) = K O e(t) + K W ! e(t)dt ⇒ = KO +
% E(s) s
KO X ℒ U(s) 1
u(t) = K O e(t) + ! e(t)dt ⇒ = KO 1 +
TW % E(s) TW s
X
d ℒ U(s) KW
u(t) = K O e(t) + K W ! e(t)dt + K [ e(t) ⇒ = KO + + K[s
% dt E(s) s
54
Colocando em função de Kp, através do uso dos tempos derivativo e integrativo, tem-se:
U(s) 1
= KO 1 + + T[ s
E(s) TW s
Mais da metade dos controladores em uso empregam sistemas PID, pois as ações PID afetam o
desempenho de sistemas de controle da seguinte forma: [23]
Controle Proporcional:
Controle Derivativo:
- Prevê o erro atuante e inicia uma ação corretiva antecipada, com tendência a aumentar a
estabilidade do sistema;
- Não afeta diretamente o erro estacionário, mas aumenta o amortecimento permitindo maior
ganho;
- Nunca é usado sozinho pois o controle derivativo atua sobre a variação, sempre combinado
com o controle Proporcional ou integral;
Controle Integral:
- Remove o erro estacionário, mas pode conduzir uma resposta oscilatória que cresce ou
decresce;
- Forma paralela de Controle PID – O valor do erro é multiplicado pela ação proporcional,
seguindo individualmente pelas ações integral e derivativa e são somadas posteriormente,
gerando assim o sinal de controle [28].
- Forma Series de controle PID –Neste caso, o sinal do erro é multiplicado por cada uma das
ações de controle. [28]
- Forma expandida de Controle PID – Também conhecido como controlador não interativo, ele
consiste no somatório dos valores do erro após passar por cada ação de controle de forma
individual. Esta forma pode ser bem adequado para a sintonização do controlador porque os
ganhos são ajustados independentemente, isto é, sem que um influencie no outro [28].
′( ) 1
= 1+ + ^a `
B( ) ]
^_ `
Paralelo Forma ISA ou Ideal
′( ) 1 ^a `
= ] b1 + + d
Paralelo com filtro Ideal, de realização, padrão
derivado ISA B( ) ^_ ` c^a ` + 1
′( ) ^_ ` + 1
= b d (^a ` + 1)
B( ) ]
^_ `
Série Multiplicativo, interagindo
′( ) ^_ ` + 1 ^a ` + 1
= ]b d b d
Série com filtro
B( ) ^_ ` c^a ` + 1
Fisicamente realizável
derivado
′( )
= + +
e
B( ) ] f
Expandido Não interagentes
?(
1
)= Bg ( ) + B( ) + ^a ` Bf ( )
]
^_ `
Paralela, com
ponderação Onde Bg ( ) = hi U ( ) − ij ( )
Ideal controlador β,ƴ
B( ) = i U ( ) − ij ( )
proporcional e
derivado
Bf ( ) = ik U ( ) − ij ( )
Fonte: [28]
Y K n Gp Gq GO
=
YmO 1 + Gp Gq GOGn
( 10 )
Y Gp G
=
YmO 1 + Gp G
( 11 )
1 Y/YmO
Gp = b d
G 1 − Y/YmO
( 12 )
58
Para processos sem atrasos, a definição de uma resposta de primeira ordem é uma escolha
razoável. A Equação 36 representa o modelo matemático dessa resposta, onde τ é a constante de
tempo de malha fechada, implicando diretamente no tempo de estabilização do sistema
controlado. É usual a escolha de τ, para que esse seja até 4 vezes mais rápido que o sistema
original em malha aberta, isto é, do sistema sem controle. A escolha de um valor muito pequeno
(menor que um quarto da constante de tempo do sistema sem controle) pode implicar na
existência de overshoot ou mesmo oscilações antes da estabilização. [28]
Y 1
b d=
YmO τS + 1
( 13 )
Inserindo ( 13 ) em ( 12 )tem-se:
F
1
Gp = w xyzFF { ,
G 1−
xyzF
1 1
Gp = ∙
( 14 )
G τ ∙ s
59
5 DESENVOLVIMENTO
Neste capítulo é apresentado tudo que foi desenvolvido no trabalho, desde a análise do objetivo,
explanação dos conceitos, obtenção das premissas de projeto pelos testes preliminares
realizados individualmente em cada componente do sistema, elaboração do projeto da planta,
identificação computacional do modelo da planta, projeto de filtro, projeto do controlador e
implementação do mesmo.
base possuía dimensões retangulares de 20cm x 20cm (resultando numa área de 400cm²), para o
trabalho proposto foi utilizado como recipiente superior um tubo de 4cm de diâmetro
(resultando numa área de aproximadamente 12,5cm²).
3
Aquariofilismo- Hobby, em que o praticante tem a finalidade de cuidar de peixes em aquários.
61
Ao analisar os modelos disponíveis, o sensor de fato utilizado foi o de pressão diferencial, nesse
caso o dispositivo adquirido foi o modelo MPXV5004DP da Freescale Semiconductor. Esse
sensor possui o mesmo princípio de uma célula de carga aplicado na medição de
pressão.Entretanto, nessa aplicação a pressão exercida pelo fluido no sensor é proporcional ao
nível do mesmo, representando assim a medição de nível. A Figura 19 mostra uma imagem do
sensor adotado. A facilidade na instalação foi o fator determinante para a sua escolha. Além
62
disso, observou-se também características como o sinal de saída linear seguindo o padrão 1V a
5V, o custo reduzido em relação aos outros sensores de mesma precisão e a disponibilidade de
um modelo com range de 400 Milímetros de água (mmH2O). Desta forma não é necessária a
implementação de uma eletrônica para equiparação de valores mínimos e máximos do sinal
medido para o transmitido, ou simplesmente um ajuste de SPAN. [14]
Figura 19: Sensor de Pressão diferencial da Freescale Semiconductor modelo MPXV5004DP [14]
Antes de iniciar o efetivo projeto e a posterior construção da planta proposta, três testes foram
realizados em separados componentes do sistema. Isso ocorreu para que se tivesse uma idéia
superficial do sistema a ser construído e garantir condições em que esse pudesse ter seu controle
de fato realizável. Os testes tinham a finalidade de verificar as condições de funcionamento do
sensor, da bomba e do recipiente superior, já com a válvula de distúrbio (responsável pela
restrição do fluido de saída) instalada.
O primeiro teste consistiu em verificar a linearidade do sinal transmitido pelo sensor. Para tal, a
válvula de saída foi fechada de modo a garantir que o fluido ficasse represado no recipiente.
Então, foi inserido a quantidade de fluido necessário para que esse alcançasse um valor de nível
determinado, medido pela análise do visor de nível. Em seguida, foi registrado o valor de tensão
apresentado pelo sensor. Esse teste foi refeito algumas vezes para que se fosse possível estimar
a repetibilidade do sensor. O resultado pode ser visto no gráfico apresentado na Figura 20.
63
Neste gráfico, é possível ver a dispersão do menor valor medido ao maior valor medido para um
mesmo nível de fluido, no qual, na abscissa encontra-se o nível (em centímetros) e na ordenada
o valor de tensão (em volts).
4,00
3,90
3,80
3,70
3,60
3,50
3,40
3,30
3,20
3,10
3,00
2,90
2,80
2,70
2,60
2,50
2,40
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
1,80
1,70
1,60
1,50
1,40
1,30
1,20
1,10
1,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
O segundo teste realizado tratava da análise do desempenho da bomba a ser instalada. Para tal, a
bomba foi instalada provisoriamente em um recipiente e nela conectada uma mangueira esticada
verticalmente a uma altura de aproximadamente um metro. Posteriormente, a mangueira
desemboca em um segundo recipiente. Para a realização do teste, a bomba foi atuada em um
determinado percentual de potência. Após a total escorva da mangueira e estabilização da
vazão, iniciava-se a contagem de um tempo regressivo de 60 segundos. Apenas durante esse
tempo o fluido era armazenado no recipiente superior, sendo que a parcela do fluido bombeado
anteriormente ao início da contagem fora descartada. Após o término da contagem do referido
tempo, a bomba foi desligada e em seguida o fluido armazenado teve seu volume mensurado e
registrado. O gráfico mostrado na Figura 21 apresenta o resultado do teste realizado para as
64
diferentes potências usadas. É importante frisar que, para os testes com potências inferiores
a30%, a bomba teve de ser inicialmente atuada com uma potência maior, até que ocorresse a
estabilização da vazão, após a estabilização a potência foi normalizada e em seguida a contagem
iniciada. Essa ação fez-se necessária, pois as referidas potências não eram suficientes para a
efetiva escorva da mangueira, caracterizando uma zona morta para este elemento final de
controle. Outra análise importante foi o fato da potência mínima para garantir um efetivo
bombeamento do fluido ser de 19%, isto é, caso a bomba fosse acionada com potência de 18%,
essa não conseguiria manter o bombeamento do fluido, mesmo com a mangueira já escorvada.
3,00
2,90
2,80
2,70
2,60
2,50
2,40
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
1,80
1,70
1,60
1,50
1,40
1,30
1,20
1,10
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% 100%
L/min 0,19 0,64 0,95 1,26 1,48 1,63 1,68 1,93 2,08 2,20 2,32 2,43 2,51 2,60 2,67 2,76 2,90
4,100
4,000
3,900
3,800
3,700
3,600
3,500
3,400
3,300
3,200
3,100
3,000
2,900
2,800
2,700
2,600
2,500
2,400
2,300 80%
2,200
2,100 70%
2,000
1,900
60%
1,800
1,700
50% 20%
1,600
1,500 40%
1,400
30%
1,300
1,200
1,100
1,000
Após a realização dos referidos testes, algumas conclusões puderam ser usadas como premissas
para o projeto da planta. Observou-se que o sensor atendia as necessidades do projeto,
possuindo boa precisão, linearidade e velocidade de resposta. Apesar de sua instalação e
sensibilidade causar um offset de aproximadamente 0,2V para o valor de tensão na qual
indicava o “nível 0”, esse desvio não causaria problemas para a realização do controle. Outro
fator de grande importância obtido pelo segundo e terceiro teste foia quantidade de bombas a
serem usadas. No projeto usado de base, o autor fez uso de apenas uma bomba. No entanto, no
caso da bomba selecionada para este projeto, se fosse usada somente uma bomba,esta saturaria
caso a válvula se encontrasse em um percentual de abertura maior que 40%, limitando muito a
região de operação da planta. Essa conclusão se dá ao fato da vazão máxima medida com a
bomba selecionada ser de 2,9L/min e a vazão média para a abertura de 40% ser de
aproximadamente 2,65L/min, uma vez que a descarga para esse percentual de abertura ter
ocorrido entre 8 e 9 segundos, e considerando que o volume médio armazenado no recipiente
ser de aproximadamente 0,35 litros.
Para possibilitar uma maior região de operação e consequentemente, trabalhar com vazões
maiores, que é um dos objetivos desse trabalho, definiu-se que seriam usadas quatro bombas, as
quais, com operação máxima, garantiriam condições de controle para aberturas 70%, ou mesmo
para aberturas maiores na válvula, dependendo do nível de operação.
Dado as premissas alcançadas conforme capítulo 5.3, neste sub-capítulo será apresentado o
projeto da planta e os componentes eletrônicos implementados que possibilitaram realizar a
operação de modelamento do sistema e a implementação do controlador.
67
A estrutura da planta foi projetada e construída com tubos de Poly vinyl chloride (PVC)
soldável. A escolha do material foi motivada pela disponibilidade farta no mercado - tanto dos
tubos como de conexões, pela sua resistência física e também pela facilidade no manuseio das
peças. Além disso, fora a estabilidade proporcionada, o material ainda possibilita o uso de seu
interior para o abrigo das mangueiras e cabos de alimentação das bombas, auxiliando na
organização lógica e visual da planta. Sendo assim, qualquer instituição de ensino ou mesmo
um aluno poderá reproduzir o trabalho aqui realizado com facilidade e baixo custo. Todo o
projeto da planta pode ser visto no Apêndice C.
A estrutura de suporte foi construída em forma de pórtico, e constitui-se principalmente por dois
tubos verticais que sustentam um terceiro tubo horizontal superior a planta. No centro desse
tubo horizontal existe uma conexão em ‘T’ que sustenta o recipiente superior(local onde ocorre
a medição) e ainda possibilita transpassar as mangueiras vindas das bombas. Esta conexão
também possibilita transpassar os cabos vindos das bombas, de forma a serem encaminhados a
outra extremidade da planta, onde se encontram os dispositivos elétricos de alimentação e
controle. Como o recipiente superior consiste em um tubo de PVC de 40mm, este pode ser
conectado facilmente à conexão em ‘T. Conforme detalhe 1 do Apêndice C.
Na parte inferior da estrutura de suporte existem duas conexões em ‘T’. Essas conexões são
responsáveis por unir os tubos verticais a dois trechos de tubos horizontais existentes para
suportar o pórtico, melhorando assim sua estabilidade, ou seja, na forma de cavaletes. Conforme
vista lateral do Apêndice C. O travamento dos tubos inferiores horizontais com uma base de
madeira foi realizado com o uso de abraçadeiras que tem essa mesma finalidade, mas com
aplicação em eletrodutos em instalações elétricas aparentes.
O travamento das bombas à base também foi realizado com o uso de abraçadeiras, no entanto
com o tamanho compatível com a dimensão da bomba. As bombas adquiridas possuem duas
conexões.Uma responsável em conectá-las a um reservatório e a outra em conectá-la a uma
mangueira que conduzirá o fluido. A conexão da bomba com o reservatório inferior se faz
68
diretamente com um furo realizado no reservatório, onde foi inserida uma bucha de ajuste, a fim
de estancar qualquer vazamento que possa ocorrer devido a alguma. Maiores detalhes estão
apresentados no detalhe 02 do Apêndice C.
interface para a execução do trabalho, foi necessário usar um conversor Universal Serial Bus
(USB),, o que reduz a referida taxa para 250Hz, ainda garantido requisições temporais e
condições de tempo real [32].
[3
Devido a sua integração com os softwares citados e a sua performance com controle em tempo
real, a plataforma pode ser utilizada em vários campos, tais como: mecatrônica, prototipagem
de controle rápido em tempo real, modelagem e análise de sistemas de controle, calibração de
parâmetros e otimização
ação dos sistemas, dentre outros. [32]
Dentre os oito blocos apresentados na Figura 24,, é importante atentar para os blocos com
identificação “A0” e “B0” que representam respectivamente os valores de tensão identificados
na porta analógica ‘0’ (Input
Input) e o sinal de tensão emitidoo pelo pino de saída analógico ‘0’
(Output).
). Estes blocos são utilizados nos diagramas de blocos apresentados na Figura 26 e
Figura 32.
Figura 24: Blocos para SIMUNLIK fornecidos com a placa HILINK [32]
O método adotado para controle da vazão das bombas foi o uso da alimentação de sinal PWM.
Conforme já explicado no capítulo 3.1, pelo uso da modulação da largura de pulsos na
alimentação de um motor de corrente contínua é possível controlar o conjugado do mesmo,
dessa forma controlando a quantidade de energia mecânica a ser projetada pelo eixo do motor.
Com esse controle é possível controlar a vazão a ser projetada pela bomba. Para a realização
desse controle foi utilizado o dispositivo eletrônico L298N.
A princípio o Circuito Integrado (CI) L298N foi adotado em função deste suportar 12V de
alimentação, suprir uma corrente de até 4A e ainda possuir velocidade de chaveamento
compatível com o PWM usado, garantido assim a qualidade do sinal projetado à bomba. No
entanto, após pesquisa, foi aplicado ao projeto um módulo de desenvolvimento baseado no
L298N. Esse módulo é munido de um CI L298N com dissipador de calor, incorporado numa
placa projetada com bornes para a ligação das bombas, um jack para a alimentação e a
configuração do CI é realizada diretamente em barras de pinos. O sinal de controle também é
inserido em um pino da barra, facilitando a conexão desse módulo com microcontroladores.
Convém ressaltar que o módulo HILINK não fornece uma saída PWM, necessária para
implementação do controle descrito, pelo menos não o modelo disponível para uso no projeto.
Dessa forma, foi necessária a implementação de um microcontrolador unicamente responsável
em ler o sinal analógico de saída do módulo HILINK e convertê-lo em sinais PWM para serem
levados aos módulos L298N.
Além das características técnicas, a escolha desse dispositivo foi realizada pela existência de um
módulo de desenvolvimento mundialmente conhecido, chamado Arduino. O módulo usado no
projeto foi o Arduino Nano 3.0, que, por ser um módulo de desenvolvimento possui: Toda a
eletrônica de suporte ao uso do CI, munido por led de sinalização, cristal oscilador de 16Mega
hertz (MHz), possibilidade de comunicação via USB, disponibilidade dos terminais do CI em
barras de pinos, além de outras características. Um mapa de pinos pode ser visto na Figura 25.
[2]
72
Conforme citado no capítulo 4.2.2, foi executado o processo de aquisição dos dados para efetuar
o modelamento matemático do processo, conforme procedimentos de modelamento em caixa
preta. Inicialmente o sensor foi ligado à placa de aquisição de dados para registro das medidas
pelo SIMULINK. Um diagrama de blocos foi construído com o intuito de se efetuar degraus de
controle com valores de potência para as bombas. Os sinais dos degraus são transmitidos pelo
SIMULINK à HILINK, que por sua vez transmite a informação ao microcontrolador,
responsável em traduzir o sinal analógico em 4 sinais de PWM, que por fim são enviados aos
Módulos L298N. A estrutura do referido diagrama de blocos pode ser vista na Figura 26.
73
Figura 26: Diagrama de blocos em malha aberta usado para identificação do processo
3.5
3
y1
2.5
2
1200 1220 1240 1260 1280 1300 1320 1340 1360 1380
1.7
1.65
1.6
u1
1.55
1.5
1.45
1.4
1200 1220 1240 1260 1280 1300 1320 1340 1360 1380
Time
Durante essa aquisição observou-se a presença de um ruído na ordem de 0,7 V,que representa
17,5% de todo o range de medida do sensor. Analisando a origem do ruído, percebeu-se que
esse é oriundo da turbulência do fluido no interior do recipiente. Isso é evidenciado pelo fato do
ruído ser atenuado quando o sistema trabalha em baixas vazões, bem como amplificado quando
o sistema trabalha com níveis mais altos. Como o ruído apresentado reduz consideravelmente a
qualidade do sinal aquisitado, a implementação de um filtro se fez necessária.
Para a realização do projeto desse filtro foi utilizado o dado coletado do sistema. Entretanto,
para que a dinâmica não influenciasse nesse projeto, buscou-se a utilização do trecho de
amostragem de 1140 a 1200 segundos, onde o sistema se mostrava estável. Realizando a
plotagem desses dados tem-se ao sinal mostrado na Figura 28.
3.8
3.7
3.6
3.5
3.4
3.3
3.2
3.1
1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500
Para a realização do projeto do filtro, usou-se uma transformada rápida de Fourier aplicada
sobre o trecho de dados usados. Como essa transformada resulta em um conjunto de valores
complexos, é necessário o cálculo do valor absoluto, para a obtenção das magnitudes de cada
frequência. O vetor resultante representa a distribuição das magnitudes em relação a frequência
75
Como a DAQ HILINK se encontrava configurada para uma amostragem de 100 Hz, o cálculo
realizado verifica as magnitudes das frequências de 0 a 50Hz. Pela Figura 29, observa-se que há
apenas uma frequência predominante nesse range, sendo que este se encontra próximo de zero.
Essa análise implica que o ruído certamente está acima da faixa de 50Hz.
Para completar os dados para a obtenção da freqüência de corte do filtro, foi realizada uma
análise superficial dos dados coletados, onde observou-se que a planta tem um tempo médio de
estabilização de 40 segundos. Dessa forma, considerando como constante de tempo do processo
o valor de um quarto deste período, isto é, 10 segundos. Assim, buscou-se uma freqüência que
fosse muito maior que dez vezes a freqüência do processo (0,1Rad/s) e um valor bem menor
que 50Hz(valor mínimo presumido para o ruído).
76
Com base na escolha e buscando valores comerciais de resistores e capacitores, adotou-se como
valores dos componentes 10 Kilo Ohm (KΩ) para o resistor e 1Micro Faraday (Uf) para o
capacitor, o que resulta em uma freqüência de corte de 15,915Hz.
Uma vez implementado o filtro e observado seu funcionamento, o processo de coleta de dados
para modelagem do sistema foi reiniciado. Retomando a sequência, foram dados, após a
estabilidade do sistema, diversos degraus na entrada para a obtenção da resposta da planta.
Após a coleta, foi selecionada a parcela dos dados coletados que se mostrou mais relevante para
a identificação do sistema. Em seguida foram removidas as médias dos dados adquiridos, isto é,
os valores dos dados de entrada e saída foram ajustados de modo que a média de ambos fosse
deslocada à origem de sua abscissa.
A análise dos dados citados pode ser vista na Figura 30, na qual, a cor Azul representa a
amostra inicial, a cor Verde representa os dados efetivamente utilizados na identificação do
processo e, por fim a cor Vermelha, que representa os dados modificados com a remoção das
médias. Os gráficos superiores referem-se a resposta do sistema (saída) enquanto os gráficos
inferiores referem-se aos distúrbios aplicados (entrada).
77
Com a análise dos gráficos obtidos, observa-se que o comportamento desse processo segue as
características de um sistema de primeira ordem sem tempo morto, dessa forma esses princípios
foram adotados na configuração do módulo de identificação, IDENT do MATLAB. A
identificação resultou na de função de transferência da Equação ( 15 ). A Figura 31 demonstra a
comparação entre a resposta do modelo identificado com o dado original amostrado. A curva
preta é a amostra original e a curva em vermelho é a resposta do modelo identificado, tendo
como base a mesma entrada, assim resultando em uma precisão de 91,04%.
7,4567
8,5016s + 1
( 15 )
78
Ao se comparar o modelo da planta construída para a realização deste trabalho com o modelo da
planta utilizado no trabalho base do reestudo, Equação ( 16 ), comprova-se o aumento da
velocidade de resposta. Observa-se que a relação entre a constante de tempo dessa função de
transferência é aproximadamente 35 vezes maior que a do modelo identificado.
96,954
299,64s + 1
( 16 )
Outra observação que pode ser feita é quanto ao ganho do processo. A relação 13 vezes maior
entre os dois modelos apresentados, faz com que a magnitude de resposta a um distúrbio seja
bem maior na planta base. Isso se dá, porque a vazão do sistema proposto nesse trabalho foi
projetada para ser bem maior do que a vazão do trabalho base de estudo. Em outras palavras, se
os dois processos forem submetidos a um degrau de mesma intensidade, considerando um
mesmo grau de abertura da válvula de distúrbio, a variação de nível do processo criado nesse
trabalho será bem menor que a do processo usado como base, pelo fato de esse possuir uma
vazão maior que o outro.
Diversas outras identificações foram realizadas seguindo os mesmos moldes descritos, porém
sem mudanças significativas na função de transferência final.
Uma vez identificado o sistema, pôde-se efetuar o projeto do controlador PID. Inicialmente
sabe-se que, para um sistema de primeira ordem sem tempo morto, o cálculo da parcela
derivativa pelo método de síntese direta resultará em zero. Por isso foi descartado o parâmetro
derivativo. Seguindo a análise, buscou-se um controlador ideal, agora PI, que resulte na resposta
do sistema quatro vezes mais rápida, com o mínimo de overshoot. Partindo da equação ( 14 ), a
função de transferência do controlador citado, onde t W é a constante de tempo integral e ] o
ganho proporcional, e considerando r uma função de primeira ordem, obtém-se a nova função
do controlado, Equação ( 17 ).
1 #U ∙ 1
r] = ( + )
^∙ ^∙
( 17 )
U
80
Considerando a premissa que, a resposta do sistema controlado será quatro vezes mais rápida
que o sistema original, pode-se considerar (^ =#U /4), resultando num modelo simplificado do
controlador conforme equação ( 18 ).
4 1
Gp = b1+ d,
KO tO ∙ s
( 18 )
0,1176
Gp = 0,5364 ( + 1)
S
( 19 )
5.7 TESTES
Para assegurar a bateria de testes, o código foi ajustado para que as bombas fossem acionadas
serialmente, isto é, elas não funcionariam simultaneamente com a mesma potência como no
caso anterior, e sim, cada uma funcionará proporcional a uma faixa do sinal de entrada,
conforme mostrado abaixo:
Desta forma, o código implementado identifica o valor de entrada, e vem calculando o valor de
modulação de pulso de cada saída PWM de acordo com o sinal lido, de forma que cada bomba
receberá um valor proporcional a uma determinada faixa do sinal de entrada e as demais estarão
ou ligadas em potência máxima (sem uso de PWM) ou desligada. A esta configuração do
elemento final de controle é dado o nome de Split Range, pois a saída não recebe diretamente o
valor definido pelo controlador e sim uma parcela desse. A implementação do referido código
pode ser visto no Apêndice D Sessão 02.
84
5.8.1 Testes
Observa-se que no momento em que é dado o degrau, o controlador atua projetando como valor
de saída algo em torno de 1,35. Esse valor significa ter uma bomba ligada no máximo e outra
com uma potência de aproximadamente a 8% de sua potência. Esta análise pode ser vista mais
precisamente na Figura 37. No entanto, esse elemento final de controle da forma como foi
implementado, possui limitações físicas que implicam a discordância de sua linearidade.
Conforme citado no capítulo 5.3, é necessária a aplicação de uma potência mínima na bomba.
Isso ocorre, pois tem de haver uma vazão mínima para que o escoamento de fluido supere a
resistência até o recipiente superior. Conforme explicado no capítulo 4.1, essa característica
insere uma zona morta ao sistema. Esta zona morta gera, por sua vez, um tempo morto na
resposta do sistema que não existia anteriormente. O controlador, ao identificar a existência de
um comportamento inesperado, atua no sistema tentando corrigi-lo, no entanto essa atitude é
tardia, a ponto de não ser possível evitar o overshoot.
A Figura 38 representa uma ampliação da Figura 35, entre as amostragens5 400 e 6400 no range
de 2,6 e 3,2 Volts, onde ocorreu outro degrau, porém de intensidade menor. Esse degrau, por
sua vez, não implicou em uma variação da saída do controlador que fizesse a bomba trabalhar
em sua zona morta. Dessa forma o sistema respondeu sem overshoot, comprovando o que foi
levantado anteriormente.
Na Figura 39, que representa uma ampliação da Figura 35 entre as amostragens 8350 e 8650 no
range de 3 a 3,5 Volts, observa-se que o degrau foi dado no instante aproximado de 83,8
segundos e que o sistema alcança o valor de 67% de seu setpoint no instante de 84,8 segundos.
87
Dessa forma percebe-se que o sistema passou a responder, após implementação do Split-range,
com uma constante de tempo de 1 segundo.
6 CONCLUSÃO
Com a idéia de tornar a prática mais presente no meio acadêmico, foi vislumbrado neste
trabalho o projeto e a construção de uma planta de nível de porte didática e que possuísse uma
dinâmica mais rápida do que as comumente encontradas. Com o intuito de agregar
funcionalidades à planta, um controlador seria projetado para otimizar seu uso.
De início, tomou-se como base um projeto já existente de planta com controle de nível. Neste
projeto, a planta possui uma dinâmica com as seguintes características: Constante de tempo
^U = 299,64; Ganho U = 96,954. Esses parâmetros fazem com que a planta possua um tempo
de estabilização de aproximadamente 3000 s.
Para tornar a dinâmica da planta mais rápida e, sem modificar as principais características da
planta base, tomou-se como premissas do projeto três fatores: A redução da capacitância do
reservatório a ser controlado, o aumento da vazão de entrada e saída do mesmo. Para isso, foi
utilizado um reservatório de diâmetro menor que o utilizado no projeto base, 40mm, uma
válvula de saída com diâmetro superior, ½’’ e 4 bombas de alimentação, ao invés de uma.
Após montar a planta proposta seguindo as premissas, foi levantada a sua dinâmica,
apresentando as seguintes características: Constante de tempo ^U = 8,5016; Ganho U =
7,4567. Esses parâmetros fazem com que a planta possua um tempo de estabilização de
aproximadamente 42 s.
Para o controle, tomou-se como base o projeto via síntese direta pelo fato do mesmo ter sido
utilizado no projeto base e pelo fato de ser possível estipular o tipo de resposta desejada. O
controlador projetado foi do tipo PI com ganhos ] = 0,5364 e = = 0,1176, onde a resposta
do sistema apresentou um tempo de subida -„ = 1,65 sem overshoot. Com isso, o controlador
projetado atendeu de forma satisfatória ao controle da planta com dinâmica rápida.
89
Como o projeto da planta utilizou 4 bombas, foi possível realizar o estudo da atuação das
mesmas de forma individual, pelo modo Split-range. Foi utilizado o mesmo controlador
projetado via síntese direta, porém seu sinal não acionava todas as bombas de uma vez, e sim
proporcionalmente.
Após os testes, foi identificada uma melhora significativa no tempo de resposta da planta, tendo
seu tempo de subida caído para -„ = 1 , ou seja, uma otimização de 39,4%. Porém um
significativo overshoot foi identificado. Como as bombas passaram a funcionar de forma
independente, as zonas mortas identificadas passaram a influenciar diretamente na ação de
controle. Antes isso não ocorria pelo fato de nenhuma bomba ficar desativada, fazendo com que
sempre houvesse fluido em suas mangueiras, evitando assim novos escorvamentos.
Sendo assim, percebe-se que a configuração Split-Range atua mais rapidamente que a
convencional. Todavia, é importante ressaltar a existência de instabilidade nos pontos em que
uma determinada bomba recebe um valor de atuação inferior ao necessário para garantir o
escoamento do fluido ao recipiente superior.
De uma forma geral, foi possível observar que um mesmo modelo de controlador, PI projetado
por síntese direta, aplicado em um sistema de nível com características mais conservadoras,
projeto base, também se comporta bem quando submetido a um processo de nível mais
dinâmico.
As características de velocidade de resposta da planta, bem como seu comportamento não linear
possibilitam o uso da mesma para estudos e aplicações de diversos conceitos relativos a
controle e compará-los com os resultados obtidos nesse trabalho. Com isso, algumas sugestões
de realização de trabalhos futuros são indicadas:
REFERÊNCIAS
[4] BISHOP, Robert H; DORF, Richard C. Sistemas de Controle Modernos. 8 ed. Rio de
Janeiro: Editora LTC, 2001.
[5] CAMARGOS, Jean Matheus de Carvalho. Medidor para tanques ou reservatórios via
pressão. Brasília. Centro Universitário de Brasília, 2010.
[8] COELHO, Antônio Augusto Rodrigues; COELHO, Leandro dos Santos. Identificação
de Sistemas dinâmicos lineares. Florianópolis, Editora UFSC, 2004.
[9] DK 820, Bomba Drift. Drift do Brasil, Industria e Comércio. Disponível em:
<http://driftdobrasil.com.br/dk-820/> . Acesso em 03 de Janeiro de 2015.
[12] FILHO, Guilherme Fillipo, Motor de Indução. 2 ed. São Paulo: Editora Érica, 2013.
[15] GIROD, Bernd; RABENSTEIN, Rudolf; STENGER, Alexander. Sinais e sistemas. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2003.
[17] HAYKIN, Simon; VAN VEEN, Barry. Sinais e sistemas. Porto Alegre: Ed. Bookman,
2001.
[20] MICHEL, Hugo César Coelho. Implementação de uma ferramenta para auxílio à
sintonia de controladores PID. Minas Gerais. UFMG. 2010. 181 p. Dissertação (Mestrado).
Universidade Federal de Minas Gerais – Escola de Engenharia – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica. Minas Gerais. 2010.
[23] OGATA, Katsuhiko. Engenharia de controle moderno. 4 ed. São Paulo: Pearson,
2003.
[24] PAULA, Robson Soares de. Nome autor. Desenvolvimento do controle de nível em
um kit didático. Serra - ES. Faculdade do Centro Leste. 2013.
[25] RAMOS, Adriano Peixoto; WENSE, Gabriel Lula Barros. Sistema didático de nível de
líquidos. Brasília. Universidade de Brasília. 2008.
[26] SANTOS, Hugo de Souza. Ajuste de controle PID utilizando algorítimo genético.
Brasília. Centro Universitário de Brasília. 2009.
[27] SANTOS, Sérgio Lopes dos. Bombas & instalações hidráulicas. São Paulo: LCTE
Editora, 2007.
[29] SENA, António Sérgio. Controladores PIC. Lisboa: Microchip Partners, 2008.
93
[30] SOUZA, Vitor Amadeu. Projetando com os controladores da família PIC 18: Uma
nova percepção. São Paulo: Ensino profissional, 2007.
[31] VIANA, Ulisses Barcelos. Instrumentação básica I –Pressão e nível. Vitória: SENAI-
ES. 1999.
APÊNDICES
APÊNDICE A
SOFTWARES
95
Este apêndice destina-se ao leitor que deseja conhecer os recursos computacionais aplicados ao
trabalho. Neste é apresentado o PSPICE, Proteus, incluindo os módulos ISIS e ARES, e o
MATLAB, aprofundando-se no ambiente de simulação Simulink, bem como os módulos de
controle e identificação de sistemas.
PSPICE
PSPICE é um programa de computador que pode ser utilizado para analisar a operação de um
circuito eletrônico contendo uma variedade de componentes, através de especificações do
usuário para os parâmetros dos modelos pré-existentes. Neste estudo, serão apresentadas as
vantagens da utilização de simulação, sua revisão histórica, principais características, descrição
dos tipos de análises, bem como declarações de entrada e saída de dados. [10]
Os simuladores de circuitos começaram a surgir na década de 60, mas em 1975 que foi
desenvolvido na Universidade de Berkeley, Califórnia, um programa de domínio público de
grande capacidade, o SPICE: Simulation Program with Integrated Circuit Emphasis (Programa
de Simulação com Ênfase em Circuitos Integrados). Consideradas poderosas ferramentas de
software, pois permitem a análise mais rápida dos sinais elétricos, sem a necessidade da
implementação física dos mesmos. É uma ferramenta fundamental, pois a execução física do
chip é um processo caro e demorado. Originalmente codificadas utilizando a linguagem de
programação Fortran e rodados em mainframes, o programa efetua nos passos iniciais uma
verificação dos dados fornecidos, de modo a assegurar a correta descrição do circuito. [10]
A versão mais conhecida, o PSPICE, desenvolvido originalmente pela empresa Microsim e que
agora pertence à empresa Cadence/Orcad, é a mais comum versão de uso aberto e gratuito. Uma
vez que existem compiladores para a maioria dos sistemas computacionais, este programa está
sendo extensivamente utilizado desde então e tem servido como base de diversos programas
comerciais. [10]
96
É possível a geração automática deste arquivo a partir do diagrama esquemático do circuito, que
deve possuir a extensão CIR. O simulador SPICE gera um sistema de equações integro-
diferenciais a partir da análise de malhas do circuito descrito e o mesmo resolve este sistema de
equações utilizando métodos numéricos. Pode haver indicação de erro e o circuito não será
simulado se caso o arquivo de entrada não for compatível com a linguagem do simulador. O
resultado da simulação é um arquivo de dados que contém as tensões e correntes encontradas
nos nós e malhas do circuito respectivamente. [10]
- Análise CC Não-linear;
- Análise de Ruído;
- Análise de Sensibilidade;
- Análise de Distorção;
- Análise de Fourier;
PROTEUS
esta facilidade, pode-se transformar o seu ciclo de design de produto, permitindo tempo
reduzido para o mercado e redução dos custos de desenvolvimento. [18]
ARES – Para os layouts de PCB, a colocação de ponto automático e/ou roteamento pode ser
obtido com a importação do esquema do ISIS. Alto desempenho com posicionamento
automático de componente, rip-up e auto-roteamento e verificação de regra de design interativo
[18].
MATLAB
- Lugar das raízes, diagramas de Bode e outras técnicas de projeto do sistema de controle
clássico e de espaço de estado;
Como exemplo, a Figura 41 representa um sistema de controle que contém um pré-filtro F(s),
uma planta G(s), e um controlador C(s), dispostos numa configuração de circuito único. O
modelo inclui também uma representação dinâmica do sensor S(s) [19].
Pode-se representar cada um dos componentes, como um objeto de modelo. Não é necessário
utilizar o mesmo tipo de modelo de objeto para cada componente. Então, é possível combinar os
elementos, construir modelos que representam o seu sistema de controle ou o sistema de
controle como um todo [19].
Controladores PID
O referido bloco pode-se representar a forma paralela ou standard (assumindo a forma ISA, ou
ideal). Essas configurações implicam em como o ganho de uma parcela (ação proporcional,
integral, derivados e o filtro sobre o termo derivado) agirá sobre o valor de entrada, havendo
101
interação entre eles no caso standard ou sem interação no caso paralelo, tal como mostrado na
Tabela 2 [19]:
Forma Fórmula
…= + + ,
†‡ †ˆ
U
Paralelo
/‰ zF
onde:
K p = ganho proporcional
K i = ganho integrador
K d = ganho derivativo
1 -Y
Padrão
…= w1 + + {,
U
-= /ˆ
+1
Š
onde:
K p = ganho proporcional
T i = tempo integrador
T d = tempo derivativo
Fonte: [19]
Recomenda-se o uso da forma de controlador que seja mais conveniente para a aplicação. Para o
caso discreto, o controlador assume a forma mostrada na Tabela 3 [19]:
102
Forma Fórmula
… = + _ (‹)+ ,
Paralelo Y
U =
- +a (‹)
onde:
K p = ganho proporcional
K i = ganho integrador
K d = ganho derivativo
1 -Y
Padrão
…= U w1 + _ (‹)+ {,
-= /ˆ
+a (‹)
Š
onde:
K p = ganho proporcional
T i = tempo integrador
T d = tempo derivativo
Fonte: [19]
103
Simulink
É uma ferramenta para modelamento, simulação e análise de sistemas dinâmicos. Sua interface
primária é de diagramação gráfica por blocos e bibliotecas customizáveis de blocos. O software
oferece alta integração com demais recursos do MATLAB. Amplamente usado nas aplicações
de controle e processamento digital de sinais para projeto e simulação, com recursos de ajuste
automático de ganhos do controlador PID para atender aos requisitos de desempenho. Fornece
ferramentas que permitem calcular as respostas de frequência baseadas em simulação, sem
modificar o seu modelo. Sua interface gráfica permite projetar e analisar as estruturas de
controle arbitrárias modelados em Simulink, incluindo cascata, pré-filtro, regulação e
arquiteturas multi-malhas [19].
A seguir, serão listados alguns dos recursos presentes no ambiente de trabalho Simulink:
Ferramenta para Simulação e Análise dos Resultados- Depois de ser definido o modelo, é
possível simular o seu comportamento dinâmico usando métodos matemáticos, ou seja, a partir
dos menus Simulink ou através da inserção de comandos no prompt MATLAB. Os menus são
104
convenientes para o trabalho interativo, enquanto a linha de comando é útil para a execução de
simulações em lote [19].
Subsistemas virtuais - Fornecem hierarquia gráfica nos modelos. Subsistemas virtuais não
impactam a execução. Durante a execução do modelo, o Simulink agrupa todos os subsistemas
virtuais, ou seja, Simulink expande o subsistema no local antes da execução. Esta expansão é
muito semelhante à maneira como as macros trabalhan em uma linguagem de programação, tais
como C ou C ++. Em outras palavras, haverá um sistema para o diagrama de blocos de nível
superior, que é referida como o sistema de raiz, e vários sistemas de nível inferior derivados de
subsistemas não virtuais e outros elementos no diagrama de blocos [19].
105
Modelo Caixa preta -Estrutura e Ordem: Modelagem em caixa preta é útil quando o seu
principal interesse é o ajuste dos parâmetros do sistema, independentemente de uma estrutura
matemática específica do modelo. Os recursos de modelamento em caixa preta fornecem várias
estruturas de modelos lineares e não lineares, que tradicionalmente têm sido úteis para
representar sistemas dinâmicos. Estas estruturas de modelos variam em complexidade
dependendo da flexibilidade que você precisa para ter em conta quanto a dinâmica em seu
sistema. É possível escolher uma destas estruturas e calcular os parâmetros para ajustar os dados
de resposta medidos. É geralmente um processo de tentativa-e-erro, onde pode estimar os
parâmetros de várias estruturas e comparar os resultados. Normalmente, começa com a estrutura
108
do modelo linear simples e dá seu progresso para estruturas mais complexas. Também é
possível determinar um modelo de estrutura, em função da familiaridade com esta estrutura, ou
porque tem necessidades específicas da aplicação [19].
As mais simples estruturas de caixa preta de sistemas lineares requer o menor número de opções
para configurar a função de transferência, com um determinado número de pólos e zeros.
Modelo linear ARX, que é o modelo mais simples, e o Modelo de espaço de estados, que é
possível especificar o número de estados do modelo, são os comumente mais usados [19].
A estimativa de algumas dessas estruturas também utiliza algoritmos de estimativa, o que reduz
ainda mais a complexidade. É possível configurar uma estrutura de modelo usando a ordem do
modelo. A definição de ordem do modelo varia de acordo com o tipo que se deseja. Se as
estruturas de modelos simples não produzirem bons modelos, pode se optar por estruturas de
modelos mais complexos por especificação de um modelo de maior ordem. A ordem do modelo
mais alta aumenta a flexibilidade do modelo para a captura de fenômenos complexos. No
entanto, desnecessariamente ordens elevadas podem tornar o modelo menos confiável, ou
mesmo requerer maior recurso computacional nas aplicações interativas de sistemas em tempo
real [19].
APÊNDICE B
MICROCONTROLADORES
111
Para que um computador seja capaz de funcionar, ele deve possuir, minimamente: ULA
(microprocessador), memórias (dinâmica e estática) e os barramentos (dados e memória). Sem
essas partes, o computador não consegue sequer ser inicializado. Os barramentos e memória
estática são encontrados na placa mãe do PC (personalcomputer), na qual também são
colocados o processador e a memória dinâmica Figura 43. Na placa mãe, também são
encontrados circuitos de conversão de dados periféricos, como por exemplo, vídeo, áudio,
comunicação serial, comunicação paralela, etc. [22][30]
112
MEMÓRIA
C
UNIDADE DE
ULA P
CONTROLE
U
ENTRADAS / SAÍDAS
É notório que exista uma grande desvantagem entre os microcontroladores em relação aos
microprocessadores. Os microprocessadores são constituídos de módulos lógicos muito mais
complexos o que possibilita a execução de um número muito maior de instruções de uma só
vez, além de uma velocidade de processamento (conhecido como velocidade de clock) muito
maior em relação aos microcontroladores. Isto é, enquanto os microprocessadores trabalham
com velocidades da casa dos GHz (bilhão de instruções por segundo) os microcontroladores
trabalham na casa dos MHz (milhão de instruções por segundo). Fazendo uma comparação
numérica, podemos comparar um processar Intel Q9550 com um microcontrolador Microchip
da Família 16F: [22][30]
[22][30]
114
Dessa forma, observa-se que o processador citado chega a ser 1029 vezes mais rápido que o
microcontrolador usado na comparação. Mas convém lembrar que os modelos usados são
apenas exemplos e as comparações seriam vastas se levados em consideração os inúmeros
115
É importante frisar que a relação citada entre Harvard e Von-Neumann com as estruturas RISC
e CISC não é uma regra, e sim uma tendência adotada pelas empresas fabricantes, e que existem
sim, modelos que não seguem essa regra. [29]
ROM (Read Only Memory) - Só podem ser gravadas uma única vez, fazendo com que essa
seja usada quando o código já está consolidado. É a memória de mais baixo custo, no entanto
não possibilita upgrade da firmware, já que não pode ser regravado. [22][30]
EPROM (Eraseble Programable Read Only Memory) - Com função similar a ROM, essa
memória é peculiar pelo fato de poder ser apagada e reprogramada. Foi largamente usada em
prototipagem, para consolidação do código, e substituída pela ROM na versão final, no entanto
o processo para apagar seu conteúdo é demorado, dado ao fato desse ser feito através da
emissão de luz ultravioleta sobre uma janela de quartzo por cerca de uma hora, até que se tenha
certeza de toda a gravação tenha sido apagada. Apesar de ainda serem encontradas dessas
memórias no mercado, oportunamente essas foram substituídas pelas do tipo Electrically
Eraseble Programable Read Only Memory (EEPROM), as quais podem ser apagadas
eletricamente em segundos. [22][30]
Flash - Com a mesma finalidade da ROM, essa é a memória do tipo EEPROM mais usada
como memória de programa em microcontroladores. [22][30]
Os tipos de memórias citados, são tipicamente usados como memórias estáticas, que no caso
dos microcontroladores são chamadas memória de programa, responsáveis por guardar a lista de
instruções que serão lidas/executadas sequencialmente formando assim o programa criado pelo
usuário. No entanto, essa não é a única memória existente no chip. De maneira análoga ao PC
citado anteriormente, os micros controladores também possuem memória dinâmica, no caso a
memória RAM (Random Access Memory), que é usada para guardar os dados durante o
processo. Esses dados são variáveis do programa, como por exemplo, parte de um cálculo, um
estado registrado, um valor lido de uma porta, etc. É importante lembrar, que similar ao PC,
essa memória é volátil, isto é, seus valores são perdidos sempre que o microcontrolador for
desligado ou reiniciado. [22][30]
E por último, um outro tipo de memória encontrada em PC e que ainda não foi citada em
relação aos microcontroladores são as memórias de massa. Elas são responsáveis por guardar
dados de modo que fiquem armazenados mesmo após o desligamento do sistema, como é o caso
dos HDs. Nos microcontroladores, é comum encontrar um módulo EEPROM para realizar essa
tarefa, assim, caso em uma determinada aplicação seja imprescindível guardar uma informação
117
de modo a se garantir que essa não será perdida mesmo no caso de um desligamento inesperado,
é possível salvar essa informação nessa memória. No entanto seu espaço é bem limitado. Caso a
aplicação necessite de salvar um grande volume de informação a solução seria guardar os dados
em uma flash externa, como por exemplo, utilizar um código para salvar a informação em um
SD card. [22][30]
- Eletrodomésticos em geral;
- Entretenimento;
- Aviação e Náutica;
- Medicina. [22][30]
- Microchip;
- Atmel;
- Intel;
- Philips;
- Texas Instruments;
- National.
exemplo, a National trabalha com os COP, a Philips com a ARM e aMicrochip com os PIC.
[22][30]
Cada família apresenta uma característica física específica, como por exemplo, a estrutura
interna, estrutura da ULA, tamanho do barramento ou nº de instruções. Para cada família são
fornecidos diversos modelos que se distinguem por características construtivas como o tamanho
da memória de programa, tamanho da EEPROM, tamanho da memória RAM, velocidade de
clock, números e tipos de periféricos, etc., mas sempre respeitando as características gerais de
sua família. Dessa forma, é possível afirmar que quem conhece um modelo de uma determinada
família será capaz de trabalhar/programar todos os modelos dessa mesma família. [22][30]
Para facilitar a escolha do modelo a ser usado, existem bibliotecas fornecidas pelos fabricantes
que possibilitam o uso de filtros a partir das necessidades específicas do projeto que resultam
nos modelos possíveis a serem usados. Tendo essa relação em mãos basta buscar os datasheets
desses modelos no site do fabricante e estudá-los, para que se tenha definido o modelo que será
aplicado ao projeto. [22][30]
No site dos fabricantes também é possível efetuar o download do software a ser usado para
programar o microcontrolador, bem como manuais de usuários e bibliotecas para auxiliar na
comunicação do microcontrolador com periféricos externos e códigos de exemplo. [22][30]
No caso desse projeto o microcontrolador a ser usado será da ATMEGA. No site do fabricante é
possível efetuar o download software usado para programar seus microcontroladores. Esse
software trabalha com programação em Assembly ou linguagem C. No entanto, para o projeto
119
A título de periféricos, pode-se utilizar como guia o diagrama de blocos apresentado na figura 2.
As linhas paralelas interligando os blocos representam os fluxos de dados e os blocos
representam módulos presentes no encapsulamento. Cada módulo tem uma finalidade da
arquitetura do microcontrolador, sendo alguns deles fundamentais para o funcionamento do
mesmo, como no caso das memórias (programa e RAM), por exemplo. Outros são periféricos
complementares responsáveis por executar tarefas específicas, usados para auxiliar o processo
executado pelo microcontrolador, sendo que esses periféricos trabalham paralelamente ao fluxo
padrão do microcontrolador. Analisando alguns desses módulos, temos: [22][30]
Registrador de Trabalho - Referenciado pelo código assembly pela variável 'W' (Work), esse
registrador é responsável por definir o valor de referência a ser usado em qualquer operação.
Pede-se observar pela análise do diagrama de blocos, que esse registrador e ligado diretamente
ao bloco ALU (Aritmetc Logical Unit - ULA), dessa forma, todas as operações, seja aritmética
ou lógica, sempre são efetuadas sobre uma variável em relação à 'W'. [22][30]
resultou em zero. Esse recurso facilita a análise de comparação entre variáveis ou na contagem
de um elemento. [22][30]
Módulos E/S - Esse módulo é responsável pela gestão dos pinos de entrada e saída. No
diagrama apresentado na Figura 44 são representados dois conjuntos de pinos, chamados de
PORTA e PORTB. É comum esse número variar a cada modelo de microcontrolador, podendo
haver mais ou menos portas (nome dado a um conjunto de pinos). A análise desses módulos no
datasheet é fundamental para o projeto, pois para cada pino existe um circuito de controle, no
qual é feita a habilitação do pino, ligando esse a um módulo específico interno ao
microcontrolador. Dessa forma, é feita a configuração do pino, quando é definido se esse
funcionará como entrada digital, saída digital ou se esse estará ligado a um periférico, seja
conversor, comparador, etc. É importante observar as funções em que pino pode ser
configurado, pois os pinos só assumem funções específicas, que devem ser analisadas no
datasheet. Por exemplo, nem todos os pinos podem ser configurados como entrada, assim
como, nem todos podem ser configurados como saída. [22][30]
Temporizadores - Para que não seja necessário ocupar espaço na memória de programa
efetuando contagem com o intuito de medir tempo, uma solução é a utilização de módulos
temporizadores. Esses módulos são constituídos de contadores que são incrementados a cada
ciclo de clock. Para a utilização desses contadores para contagem de tempo, deve-se fixar um
valor de modo que após um determinado número de clock o contador estoure. O valor usado
deve ser calculando considerando que o número de clocks gastos até o estouro do contador
represente o tempo desejado, para isso, deve-se ter em mente que o tempo de um clock depende
diretamente da velocidade de processamento do microcontrolador. Outro parâmetro para
configuração dos temporizadores é sua escala. A escala é um recurso utilizado quando se deseja
aumentar o tempo de estouro, dessa forma é possível definir que o contador será incrementado
após alguns ciclos de clock. Lembrando que o uso de escala reduz a resolução do temporizador,
121
aumentando assim sua margem de erro, que é fator importante no cálculo do temporizador.
[22][30]
Com base nos fatos citados, torna-se fundamental o estudo detalhado de cada temporizador no
datasheet do microcontrolador, lembrando que a presença de vários temporizadores em um
mesmo microcontrolador, não significa que serão idênticos, o que implica a necessidade de se
estudar cada temporizador do microcontrolador que se pretenda usar. Outro ponto, agora em
nível de projeto, é a questão da tensão de alimentação do microcontrolador. A sua variação pode
influenciar diretamente na velocidade de processamento do microcontrolador, que por sua vez
irá afetar o tempo de estouro do temporizador, principalmente quando usado osciladores
internos. Por esse motivo, é importante conhecer as variações de velocidade e levá-las em
considerações no cálculo do temporizados, principalmente na definição da escala usada,
garantindo assim que a margem de erro não comprometa a temporização. [22][30]
tal forma se seja observado quando esse estiver abaixo ou acima de um valor específico ou
saber se o valor apresentado no sinal de um pino é maior ou menor que o sinal contido no outro
pino. As configurações variam de acordo com o modelo de microcontrolador usado, dentre as
possibilidades, é possível citar o uso de interrupções, inversão do sinal analisado e a
comparação com sinais de referência. [22][30]
Gerador de sinal de referência - esse módulo é constituído por um arranjo de resistores que
permite gerar um sinal analógico. Dependendo da configuração, esse sinal pode ser usado no
módulo de comparadores e/ou enviado para um pino do microcontrolador, de modo que possa
ser usado por um circuito externo. A forma de configurar o valor do sinal gerado depende de
cada modelo de microcontrolador, que pode variar em relação ao tipo de arranjo usado (o que
afeta a fórmula resultante do valor gerado), a resolução do sinal, etc. No entanto, é importante
frisar que o valor gerado sempre será em relação ao valor de alimentação do microcontrolador,
dessa forma, uma variação na tensão de alimentação implicará numa variação do valor gerado.
[22][30]
Existem ainda outros dois periféricos não citados na relação acima, sendo eles o Captura /
Comparação / PWM (CCP)e Conversor Analógico / Digital (CAD), sendo que esse segundo
não aparece no digrama de bloco apresentado dado ao fato do PIC 16F628 ser desprovido desse
periférico.Esses periféricos recebem um subcapítulo especifico para eles, dada a importância
dos mesmos para o projeto em estudo, que serão apresentados mais à frente. [22][30]
Interrupções
uma instrução recall e por fim uma sessão formada por uma lista de instruções que deverá estar
contido em um loop de modo que uma vez iniciado não pare mais. Essa última sessão será o
código principal. [22][30]
Então, o que isso tem haver com interrupções? Simples, as interrupções são eventos
assíncronos, isto é, inesperados, que são monitorados e que quando ocorrem é interrompida a
sequência do código e esse é desviado de modo que a próxima instrução a ser executada é
aquela contida em um endereço específico da memória de programa. [22][30]
Dessa forma, é possível criar uma função responsável em efetuar a análise das interrupções,
identificando qual delas foi responsável pelo desvio do código e, a partir dessa análise, deve-se
efetuar tratativa do mesmo, isto é, executar um procedimento específico em função da
interrupção ocorrida. [22][30]
Sendo assim, é possível criar várias funções responsáveis pelo tratamento dos diversos tipos de
interrupções que possam ocorrer. Para isso, basta criar uma função responsável pela gestão das
demais, onde essa será executada pela instrução recall que deverá ser posta no endereço
específico na memória de programada, para o qual o código será desviado no momento que uma
interrupção ocorra. [22][30]
* Salvamento dos valores contidos nos registradores no momento da interrupção: Como não se
sabe ao certo o momento em que uma interrupção ocorrerá, é fundamental prever no início da
função de gestão das interrupções instruções responsáveis em guardar os valores de
registradores como W e status. Após tratar a interrupção, os valores guardados devem ser
devolvidos antes de retornar ao código principal; [22][30]
* Cuidado com o deadtime: Em processos de tempo real, isto é, quando existem critérios
temporais no processo controlado, no qual deve-se garantir que uma tarefa será executada
dentro de um tempo limite, o uso de interrupções podem comprometer esse quesito, dado ao
fato que a ocorrência das interrupções são imprevisíveis. Como exemplo prático, pode-se
considerar o código de um microcontrolador responsável em efetuar um controle de posição a
partir do sinal de um encoder incremental. Nesse exemplo, deve-se garantir que todo código de
125
controle será executado entes que o próximo pulso do encoder seja recebido, caso isso não
ocorra, certamente haverá perda de passo, invalidando o controle; [22][30]
É fundamental a análise dodatasheet do microcontrolador usado, para que seja visto pontos
como o endereço de desvio na ocorrência de interrupções, tipos de interrupções compatíveis
com o modelo usado, tamanho da pilha, etc. [22][30]
Com a análise da Figura 45, nota-se que ligados às portas 'E' existem sempre dois sinais. Esses
sinais referem-se a bits presentes nos registradores de estados das interrupções. Cada porta 'E' é
responsável pelo controle de uma interrupção, onde o bit terminado em 'E' (enable) é
responsável pela habilitação da interrupção e o bit terminado em 'F' (flag) é o indicador de que
aquela interrupção ocorreu. É observado também que as portas 'E' dispostas na parte à esquerda
do diagrama. Tratam-se de interrupções causadas por periféricos, onde todos seus sinais são
canalizados através de uma porta 'OU' e enviado a uma porta 'E' de nome PEI, que vem de
interrupções de periféricos (Periferic Interrupt). Por fim, é observado que o grupo de portas 'E'
próximas ao PEI têm seus sinais canalizados por outra porta 'OU' e enviado a uma porta 'E' de
nome GIE, que vem de habilitação global de interrupções (Global InterruptEnable). [22][30]
Sendo assim, para o uso de qualquer interrupção, é necessário habilitar o bit GIE, para o uso de
interrupções de periféricos é necessário habilitar o bit PEIE e para o uso de qualquer interrupção
é necessário habilitar seu respectivo bit de enable. Por exemplo, supondo que se deseja habilitar
a interrupção por estouro de "Timer 1", é necessário que os bits GIE, PEIE e TMR1E sejam
habilitados.Quando ocorre uma interrupção, o bit de flag automaticamente será habilitado,
implicando assim a interrupção, desde que os respectivos bits de enable estejam ativos. É
importante lembrar de desabilitar o bit deflag após a execução da tratativa da interrupção, caso
contrário, o código será desviado novamente sempre que a função de gestão de interrupções for
concluída. [22][30]
Para concluir o assunto, é importante ter em mente que o microcontrolador executa uma
interrupção por vez, isto é, caso duas interrupções ocorram simultaneamente, será tratada
primeiro aquela que tiver seu bit de flag primeiro relacionado na análise pela função de gestão
de interrupções. No entanto, alguns microcontroladores permitem habilitar interrupções
prioritárias. Nesses casos, ao invés de dois sinais de entrada nas portas 'E', existe um terceiro
sinal de entrada que refere-se a um bit de prioridade. Se esse bit estiver ativo, essa interrupção
será tratada primeiramente, inclusive, podendo interromper uma função de tratativa de uma
interrupção menos prioritária, para a execução da função mais prioritária. [22][30]
127
Esse módulo, como o próprio nome diz, assume três funções, a de captura, a de comparação e a
função PWM (Pulse Width Modulation) que significa Modulação por Largura de Pulso. Esse
periférico é o mais importante a ser compreendido, uma vez que duas de suas funções são
fundamentais para o funcionamento do projeto em estudo. Analisando a finalidade de cada
modo de operação temos: [29]
Modo Capture
Dessa maneira, quando sinalizado ao módulo CCP, caso esse esteja configurado para o modo
captura, os valores dos temporizadores serão instantaneamente transferidos para os registradores
CCPxH e CCPxL, ficando disponíveis para leitura. A referida sinalização é feita a partir da
mudança de estado de um bit (que normalmente está associada a um pino do microcontrolador)
e essa pode tipicamente ser configurada de quatro maneiras: [29]
O entendimento desse módulo é de grande importância, pois o mesmo ser usado para o cálculo
preciso do tempo decorrido entre amostragens dos valores de processo que serão controlados.
Essa informação é fundamental no cálculo do sinal de saída do controlador a ser projetado,
cálculo esse que será explicado em capítulo específico. [29]
Modo PWM
[29]
130
Em outras palavras, um sinal PWM é um sinal digital (que assume dois estados, baixo ou alto),
no qual é definido um período cíclico, ou frequência, e período em que o sinal permanecerá em
alto. Voltando a analisar a Figura 47, observa-se que o sinal assume valor alto no início do
período e permanece assim durante o período chama DutyCycle (Ciclo alto), quando então
passa a se tornar baixo até o fim do período total, quando volta a se tornar alto. [29]
É possível associar a energia dissipada por um sinal PWM a partir do tempo que o sinal fica em
alto em relação ao tempo total do período, sendo assim, considera-se que 100% da energia
disponível está associada ao tempo de período, de modo que o percentual de energia real
fornecido pelo PWM será proporcional ao tempo que o sinal ficar em alto, isto é, se por
exemplo, o sinal ficar em alto por 1/3 do período total, a energia disponibilizada pelo PWM será
33,3% do total. [29]
131
É sabido que o microcontrolador não tem capacidade de acionar grandes cargas, mas caso seja
utilizado um dispositivo de potência responsável em acionar a carga do circuito mediante ao
sinal do microcontrolador, essa carga, sim, poderá ter seu desempenho controlador pelo PWM,
mediante a algumas restrições físicas, que não serão explicadas aqui pode não ter influência no
projeto em estouro. No entanto, pode ser citado como aplicação prática desse teorema os
inversores de frequência, que tem sua saída gerada a partir de pulsos de entrada com diferentes
modulações de larguras no decorrer do tempo. [29]
Outra aplicação de PWM refere-se a geração de sinais analógicos a partir de pulsos (um dos
princípios de conversores DA - Digitais x Analógicos). Esses podem ser gerados com o uso de
filtros passivos de baixa frequência, como mostrado na Figura 48. [29]
A relação RC, apresentada na Figura 48, faz com que a tensão aplicada entre os terminais do
capacitor seja igual a relação entre o percentual do período ativo do sinal do PWM e a tensão de
sinal alto do PWM, isto é, se o dutycycle estiver configurado para 50% do período total, o sinal
de saída do filtro será de 50% da tensão de sinal alto do PWM, que se considerado esse gerado
por um microcontrolador, esse será 50% de 5V, no qual resultará num sinal de 2,5V. Esse
exemplo pode ser representado pela Equação (20). [29]
DutyCycle
V•ŽX = ( ) ∙ VW—
Período
( 20 )
132
Para seu funcionamento, quando ativado o modo PWM, o modulo CCP é associado a um
temporizador. Inicialmente o sinal do PWM é alto, quando a contagem do temporizador alcança
o valor indicado pelos registradores CCPR1H e CCPR1L, o sinal de saída do PWM é alterado
para baixo. Quando a contagem alcança PR2, o ciclo é reiniciado, isto é, a contagem do
temporizador é zerada e o sinal de saída do PWM volta a ser alto. Essa análise pode ser feita
observando a Figura 47, na qual o início e fim do período total é indicado pela o rótulo "TMR2
= PR2" e o fim do dutycycle é indicado pelo rótulo "TMR2 = dutycycle"; [29]
É importante saber que a associação entre o CCP no modo PWM e o temporizador variam de
acordo com o modelo de microcontrolador, sendo necessário um estudo antes de iniciar o
projeto. A Figura 47 usada nesse capítulo refere-se ao microcontrolador PIC 16F628, que tem o
PWM associado ao temporizador 2 de seu encapsulamento, por esse motivo a imagem
referência a TMR2. Também é importante saber que nem sempre o CCP será associado ao
mesmo temporizador, por exemplo, no mesmo PIC 16F628, quando o periférico CCP é
configurado para trabalhar como capture, esse é associado ao temporizador 1 de seu
encapsulamento. [29]
Nesse diagrama, a fase de amostragem consiste em mensurar o valor de tensão (sinal a ser
convertido) e disponibilizá-lo para conversão. Essa tomada é feita de forma periódica e a partir
desse ponto o sinal é dito discreto. Conceitualmente um sinal discreto só existe nos pontos de
amostragem, isto é, o sinal deixa de ser contínuo, o que, matematicamente, significa que no
intervalo entre duas amostras o sinal não existe. No entanto, na prática o sinal é retido (fixado)
durante esse intervalo, isto é, o valor permanece o mesmo até a próxima amostragem. O modelo
matemático desse procedimento é chamado de retenção de ordem zero. [22]
Na fase de quantização, a amplitude do sinal é ajustada de forma que essa deixa de assumir
valores infinitos para assumir um valor finito. A aplicação dessa adequação acarreta na perda de
informação do sinal amostrado. Essa perda é dotada de erro de quantização, no qual é afetado
diretamente em função da resolução do sinal digital. Entende-se como resolução de um sinal
digital o número de divisões (valores) que esse pode assumir desde seu valor mínimo ao valor
máximo. Dessa forma, quanto maior for a resolução, menor será o erro de quantização e maior
será a precisão do sinal digital em relação ao sinal analógico, no entanto esse erro nunca poderá
ser eliminado, sendo então necessário buscar um valor em que esse seja desprezível ao
processo. [22]
Após a fase de quantização já é possível saber que o sinal é digital. No entanto, é importante
tratá-lo para que esse possa ser usado por dispositivos digitais, sendo assim esse passa por um
processo de codificação, de forma que os dispositivos eletrônicos possam trabalhar com essa
informação, seja para efetuar operações lógicas ou matemáticas, seja para armazenar ou
transmitir o sinal. [22]
onde 'n' é a resolução do conversor. Por exemplo, num conversor de 8 bits, seriam necessários
255 comparadores. [22]
Pegado o modelo 18F4550 como exemplo, que é munido de um periférico CAD, seu datasheet
recomenda o uso das seguintes considerações no dimensionamento do tempo de conversão:
* Considerar 10 x Tda, referente ai tempo de conversão, onde Tda é o tempo gasto para
aquisição de um bit da conversão, equivalente a um período de clock, onde esse depende da
frequência de operação do microcontrolador; [22]
* Por fim, o datasheet recomenda aguardar ainda um período de clock antes de realizar uma
nova conversão, para garantir a completa descarga do capacitor. [22]
O diagrama apresentado na Figura 51 facilita o entendimento do tempo total gasto para que seja
realizada a completa conversão do sinal. Além dessa informação ser fundamental quando são
136
APÊNDICE C
PROJETO DA PLANTA
110 cm
~ 85 cm
A'
BOMBA
40 cm
30cm
A
FIXAÇÃO POR
CAIXA DE CONTROLE RECIPIENTE ESTRUTURA EM PVC BASE EM COMPENSADO
ABRAÇADEIRA
VISTA SUPERIOR
TÍTULO:
SISTEMA DIDÁTICO DE SIMULAÇÃO DE CONTROLE DE NÍVEL
AUTOR:
VISTA SUPERIOR
ESCALA:
SEM ESCALA
1/5
DETALHE 01
TÊ CURVA 90º
VISOR DE NÍVEL
SENSOR DE NÍVEL
CONEXÃO
106 cm
VÁLVULA DE 1/2´´
65 cm
RECIPIENTE PLÁSTICO
47 cm
CAIXA DE
CONEXÃO Y
CONTROLE
MANGUEIRA
24 cm
ABRAÇADEIRA
25 cm
METÁLICA
BASE EM
COMPENSADO
BOMBA FLUIDO
TÍTULO:
SISTEMA DIDÁTICO DE SIMULAÇÃO DE CONTROLE DE NÍVEL
AUTOR:
VISTA FRONTAL
ESCALA:
SEM ESCALA
2/5
VISOR DE NÍVEL
VÁLVULA
VÁLVULA
RECIPIENTE
BOMBA
ABRAÇADEIRA
DE FIXAÇÃO
TÍTULO:
SISTEMA DIDÁTICO DE SIMULAÇÃO DE CONTROLE DE NÍVEL
AUTOR:
SEM ESCALA
3/5
TÊ
VISOR
DE NÍVEL
DETALHE 1
MANGUEIRAS
BOMBA
ABRAÇADEIRA
BUCHA
DETALHE 2
TÍTULO:
SISTEMA DIDÁTICO DE SIMULAÇÃO DE CONTROLE DE NÍVEL
AUTOR:
DETALHES
ESCALA:
SEM ESCALA
4/5
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
TÍTULO:
SISTEMA DIDÁTICO DE SIMULAÇÃO DE CONTROLE DE NÍVEL
AUTOR:
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
ESCALA:
SEM ESCALA
5/5
138
APÊNDICE D
analogWrite Configura uma saída digital para funcionar como PWM, tendo o dutycycle
desta conforme valor indicado (Resolução de 8bits => 255 = 100%);
digitalWrite Configura uma saída digital para possuir valor alto ou baixo de tensão;
map Dada uma faixa de origem e um número de entrada, essa função retorna um número
proporcional em relação a uma faixa de destino;
#include<avr/io.h>
#include<avr/wdt.h>
intpot_bombs=0, ctrlValue=0;
analogWrite(Bomb1, pot_bombs);
analogWrite(Bomb2, pot_bombs);
analogWrite(Bomb3, pot_bombs);
analogWrite(Bomb4, pot_bombs);
}
void setup() {
digitalWrite(ctrl, LOW);
pinMode(ctrl, INPUT);
pinMode(LED, OUTPUT);
pinMode(Bomb1, OUTPUT);
pinMode(Bomb2, OUTPUT);
pinMode(Bomb3, OUTPUT);
pinMode(Bomb4, OUTPUT);
analogWrite(Bomb1, 0);
analogWrite(Bomb2, 0);
analogWrite(Bomb3, 0);
analogWrite(Bomb4, 0);
wdt_enable(WDTO_8S);
void loop() {
while(true){
ctrlValue = analogRead(ctrl);
pot_bombs = map(ctrlValue, 0, 1023, 0, 255);
pot_out();
wdt_reset();
}
#include<avr/io.h>
#include<avr/wdt.h>
141
intpot_bombs=0, ctrlValue=0;
voidpot_out(){
//Parametrização da Bomba 01
if(ctrlValue>255){
pot_bombs = 255;
ctrlValue=ctrlValue-255;}
else {
pot_bombs=ctrlValue;
ctrlValue=0;}
analogWrite(Bomb1, pot_bombs);
//Parametrização da Bomba 02
if (ctrlValue>255){
pot_bombs = 255;
ctrlValue=ctrlValue-255;}
else {
pot_bombs=ctrlValue;
ctrlValue=0;}
analogWrite(Bomb2, pot_bombs);
//Parametrização da Bomba 03
if (ctrlValue>255){
pot_bombs = 255;
ctrlValue=ctrlValue-255;}
else {
pot_bombs=ctrlValue;
ctrlValue=0;}
analogWrite(Bomb3, pot_bombs);
//Parametrização da Bomba 04
if(ctrlValue>255){
pot_bombs = 255;
ctrlValue=ctrlValue-255;}
else {
pot_bombs=ctrlValue;
ctrlValue=0;}
analogWrite(Bomb4, pot_bombs);
void setup() {
digitalWrite(ctrl, LOW);
142
pinMode(ctrl, INPUT);
pinMode(LED, OUTPUT);
pinMode(Bomb1, OUTPUT);
pinMode(Bomb2, OUTPUT);
pinMode(Bomb3, OUTPUT);
pinMode(Bomb4, OUTPUT);
analogWrite(Bomb1, 0);
analogWrite(Bomb2, 0);
analogWrite(Bomb3, 0);
analogWrite(Bomb4, 0);
wdt_enable(WDTO_8S);
voidloop() {
while(true){
ctrlValue = analogRead(ctrl);
pot_out();
wdt_reset();
}
}
143
APÊNDICE E
LISTA DE MATERIAIS
144
• Lixa média;