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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes


Departamento de Música
Bacharelado em Música

Prof. Marcílio Onofre


Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Música
Bacharelado em Música

Disciplina: História da Música I


Prof.: Marcílio Onofre
Grupo:

Jaqueline Fernandes de Medeiros


Elma Vrgínia Lima da Costa
Maria do Rosário S. Leite
Heder Dias Jordão de Vasconcelos
Leôncio Fernandes

João Pessoa, 18 de outubro de 2007


SUMÁRIO

CONTEÚDO

O Período Barroco.......................................................................................... .4

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741).................................................................6

Concerto .................................................................................................. ....10

Opus ................................................................................................... .........10

Catalogação das Obras de Vivaldi................................................................10

Influência de Coreli..................................................................................... ..11

As quarto Estações................................................................................ .......14

Conclusão................................................................................................ .....17

Bibliografia................................................................................ ...................18
V I V A L D I
(1678-1741)

O PERÍODO BARROCO

A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando


pérola ou jóia no formato irregular. De início era usada para designar o estilo
de arquitetura e da arte do século XVII, caracterizado pelo excesso de
ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado pelos músicos
para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da
ópera até a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.

Trata-se de uma das épocas musicais de maior extensão, fecunda,


revolucionária e importante da música ocidental, e provavelmente também
a mais influente. As características mais importantes são o uso do baixo-
contínuo, do contraponto e da harmonia tonal, sistema esse, que permite
uma completa improvisação harmônica, dado que a "interpretação" refere-
se as modas de adornos e elementos acrescentados que na arquitetura
simbolizarão também a idéia do "barroco".
De acordo com o musicólogo Manfred Bukofzer, pode-se distinguir três fases
do barroco musical:

O primeiro Barroco, que compreende as origens da ópera em Florença(Peri,


Caccini), a monodia e a homofonia vocal e a introdução do baixo-contínuo;

2- O alto Barroco ou Barroco médio, que compreende quase todo o século


XVII, a ópera veneziana de Monteverdi e suas repercusões na
Alemanha(Schütz), França(Lully) e Inglaterra(Purcell);

O último Barroco ou Barroco tardio, com a volta à polifonia na arte de Bach


e Händel.

Pela primeira vez na história, música e instrumento estão em perfeita


igualdade. Nesse período a instrumentação atinge sua primeira maturidade
e grande florescimento. Pela primeira vez surgem gêneros musicais
puramente instrumentais, como a suíte e o concerto. Nesta época surge
também o virtuosismo, que explora ao máximo o instrumento musical.
Johann Sebastian Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do
órgão. Jean Philipe Rameau, Domenico Scarlatti e François Couperin eram
virtuoses do cravo. Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no
violino.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

1. Abolição definitiva do modalismo;

2. Novas formas instrumentais e vocais;

3. Uso freqüente de acordes dissonantes e notas melódicas;

4. Emprego exagerado de ornamentos;

5. Aperfeiçoamento do sistema tonal;

6. Maior ênfase na articula tio nos instrumentos e maior expressividade;

7. Uso do baixo contínuo ( basso continuo) ;

8. Cultivo do individualismo (sem exagero) ressaltando o solista;

9. Consolidação dos conjuntos de câmara;

10.Busca de texturas mais leves utilizando-se a melodia acompanhada e


a homofonia;

11.Gosto pela dramaticidade e pelo contraste (de timbre, intensidade,


etc.);

Inserido no Barroco tardio está Antonio Vivaldi(1678-1741), o principal


responsável pelo desenvolvimento posterior da música instrumental, e ao
lado de Corelli tornou-se um dos maiores mestres do concerto grosso
(concerti grossi), gênero típico da música barroca.
ANTONIO LUCIO VIVALDI (1678­1741)

Antonio Lucio Vivaldi nasceu na carnavalesca Veneza a 4 de março de 1678.


Não poderia ser diferente: a cidade italiana - emblematizada por máscaras
coloridas, gôndolas românticas e canais melancólicos - influenciou sua obra.
Filho de Giovanni Batista, Vivaldi ouviu os primeiros sons de violino em casa.
Seu pai, um músico que tocava na basílica de São Marcos, lhe ensinou os
principais segredos das quatro cordas do instrumento que o imortalizaria
como um dos principais gênios da música.

A sensibilidade de Vivaldi levou-o a preocupar-se com as coisas da alma e a


optar pelo sacerdócio, como forma de se realizar. Estudou em seminários,
onde também se dedicou à música. Ordenou-se padre em 1703, mas sua
arte não estava em rezar missas. Pesou contra o ‘padre ruivo’ a acusação
da Igreja de se ter deixado envolver, sentimentalmente, com uma de suas
alunas de violino. Enfrentou as autoridades eclesiais o quanto pôde, mas
acabou desistindo da carreira. Para afastar-se do ofício, alegou problemas
de saúde. Há registros de que sofria com fortes dores no peito,
possivelmente provocadas por asma ou angina.

A partir de 1704, longe da batina, Vivaldi foi regente no conservatório de


Ospedale della Pietà, um dos quatro grandes orfanatos para meninas, na
cidade de Veneza que serviam, também, como escolas de música. Ali
conheceu a moça por quem se apaixonou. Era Anna Giraud, inspiradora de
suas óperas e tormenta de todos os seus dias, até a morte. Vivaldi passou a
compor com intensidade. No conservatório de Ospedale permaneceu
durante três anos. Mais tarde, voltou a trabalhar neste mesmo local, no
cargo de maestro de concerto. Seu mestre em composição continuava
sendo o notável Giovanni Legrenzi, maestro da Capela Ducale. Os concertos
para violino são os mais importantes dentro do magnífico catálogo que
reúne suas obras. Mas experimentou escrever também para diferentes e
excêntricos instrumentos, incluindo o bandolim, sempre com muita
docilidade.

Nunca mais conseguiu se desligar do Pietà. Mesmo estando fora da terra


natal, enviava todos os meses, pelo correio, dois novos concertos para ser
interpretados pelas meninas. Repetiu tal rotina durante trinta anos. Como
sua capacidade de criação não se limitava a cumprir o compromisso
assumido com o conservatório, escreveu além da encomenda. Da sua lista
de composições fazem parte 550 concertos, 350 para instrumentos solo
(mais de 230 para violino). Há ainda 40 concertos duplos, mais de 30 para
solistas múltiplos e perto de 60 para orquestra sem solo, 46 óperas, 23
sinfonias.
A mais popular obra de Vivaldi é, certamente, As quatro estações. Na
verdade, elas fazem parte de 12 concertos denominados O diálogo entre a
harmonia e a criatividade. Nessa série, se acentua a tendência ao sentido
pitoresco que resulta na tentativa de se expressar, musicalmente,
fenômenos da natureza ou sentimentos, como a primavera, o verão, o
outono e o inverno retratados em As quatro estações. Vivaldi escreveu
também uma grande quantidade de obras sacras, entre elas a célebre
Glória, especialmente composto para o casamento do rei Luiz XV. Dedicava-
se com extrema paixão tanto à música sacra quanto à profana.

Continuava a escandalizar ao lado de Anna Giraud, cantora e ex-aluna, com


quem viajava para as apresentações. Vivaldi acabou abandonando a
preconceituosa Veneza, transferindo-se para Roma, Amsterdã e Viena, onde
morreu a 28 de julho de 1741, aos 63 anos.

Esse esquecimento durou cerca de duzentos anos. Sua redescoberta, por


volta de 1940, deve-se a alguns musicólogos, sobretudo Marc Pincherle. A
divulgação é devida ao conjunto romano I Virtuosi, dirigido por Renato
Fasano, e especialmente ao discos. Vivaldi voltou a ser um dos compositores
mais tocados, gozando mesmo de popularidade. A ousadia e a originalidade
do compositor, ficam para sempre na história da música universal
DEFINIÇÕES

CONCERTO

Um concerto é uma composição musical caracterizada por ter um ou mais de um


instrumento solista com acompanhamento de um grupo maior, sobre o qual o solista se
destaca. Juntamente com a ópera, o concerto foi praticamente o único estilo clássico que
sobreviveu à conturbada história da música erudita .
Originalmente, era uma forma com base em três movimentos, sendo o primeiro lento, o
segundo de andamento moderado e o terceiro rápido. A forma de concertos mais
difundida foi estabelecida por Antonio Vivaldi . Uma forma de concerto bastante usada
no período barroco foi o concerto grosso, que se constituía não de um solista, mas de
um conjunto de solistas alternando com uma orquestra maior.

OPUS

Opus é uma expressão do Latim para designar trabalho (obra). O plural é


opera. Com um número, na música, geralmente numerado pela ordem de
publicação da obra;

CATALOGAÇÃO DAS OBRAS DE VIVALDI

Peter Ryom - Nascido a 31 de maio de 1937 é um musicologista


dinamarquês. Ele é internacionalmente conhecido como autor da Ryom
Verzeichneis, o conhecido catálogo dos trabalhos de Vivaldi. O número de
composições do Ryom Verzeichneis (Catálogo de Ryom) é sempre
introduzido pela abreviação RV.
O B RA S D E V I VA L D I

INFLUÊNCIA DE CORELI

Quando, fazia 1705, Antonio Vivaldi da a imprensa seu opus I, uma serie de
Doce Sonatas de Câmara a três, para dois violinos e baixo e cravo, Corelli já
havia publicado em Roma suas 48 Sonatas a três e as 12 Sonatas para
violino solo.

Nos primeiros anos do século XVIII, o campo da musica instrumental está


todavia dominado pela figura de Corelli, e não pude haver melhor principio
para um compositor que o de publicar Sonata a três, obrigando homenagear
as obras mestras do musico romano.

É provável que Vivaldi deve ter conseguido em Veneza um conhecimento


bastante profundo das obra de Corelli, através do compositor Lucca,
Francesco Gasparini (1668-1727).

Francesco Gasparini (1668-1727)

Gasparini, bom autor de melodrama e, sobre tudo, magnífico professor ( um


tratado seu sobre a técnica do baixo continuo foi reimpresso muitas vezes),
foi, durante vários anos, aluno de Corelli em Roma, entre 1695 a 1700.

Este mesmo ano, o chamaram a Veneza, e ali se estabeleceu como maestro


do coro do Hospital de La Pietá, onde ele conheceu Vivaldi em 1703,
permanecendo em seu lado até 1713.

A influencia de Corelli nas 12 Sonatas de Vivaldi é evidente; a vezes se


encontram citações diretas. Na realidade, não se trata de peças que
permitam vislumbrar o gênio de Veneza.
Corretas, agradáveis e bem construídas, não refletem mas que muito
trabalho, uma técnica solida e segura – Vivaldi tem cerca de vinte e cinco
anos quando as compõe - . porém rígida e comedida; tão severas como as
de Corelli, não fossem aquele excitação lírica e aquela unidade estilística
características do músico romano.

A principal característica da obra de Antonio Vivaldi é a sua própria


personalidade: uma agitação, um furor, uma ânsia de compor raramente
igualada em toda a história da música.

Kyrie em sol menor Rv. 587

Concertos - Uma das principais obras publicadas de Vivaldi é o Estro


armonico (1712), coleção de 12 concertos grossos. Seis desses concertos
foram, por J.S.Bach, transcritos para órgão ou cravo, entre eles o n.º 8 em lá
menor, o n.º 10 em si menor e o n.º 11 em ré menor, este último uma das
mais famosas composições de Vivaldi. Dos concertos da coleção O diálogo
entre a harmonia e a criatividade (1720), quatro formam o conjunto As
quatro estações. Também são muito conhecidos hoje os 12 concertos
grossos da coleção A extravagância, título que cabe ao bom número das
obras de Vivaldi, caprichosas e altamente pessoais.

Dos concertos para solistas cabe mencionar o Concerto para violino - Per
l'Assunta, o Concerto para viola em ré menor, o Concerto para cravo em ré
maior - Alla rustica, e muitos concertos para instrumentos de sopro, entre os
quais o para oboé em fá maior. Numerosos concertos de Vivaldi ainda não
foram publicados. A Biblioteca Nacional de Turim possui grande acervo de
obras inéditas do mestre.
Música vocal - Em Turim também se encontram as partituras de 19 óperas,
do belo oratório Juditha triumphans (1716) e sobretudo muita música sacra:
merecem menção especial um Magnificat, um Stabat Mater e um poderoso
Dixit para cinco solistas, duas orquestras e dois órgãos.
AS QUARTO ESTAÇÕES

As Quatro Estações foi publicada em Amsterdã em 1725 com mais oito


concertos com o nome Opus 8. Porém, as datas exatas da composição dos
concertos não são conhecidas.

Esse conjunto ficou popularmente conhecido por "Il Cimento dell'Armonia e


dell'Invenzione", um testamento do admirável teor de técnica intelectual e
fantasia criativa de Vivaldi.

Usando todos os truques da profissão de compositor e sua nada


desconsideráveis habilidades de orquestrador Para pintar quadros sonoros
muito convincentes.

Ele teve a precaução de Prefaciar cada peça com um soneto descrevendo


cada estação, e depois marcou os momentos apropriados correspondendo
às palavras em cada Concerto.

O canto dos pássaros é descrito por alegres trinadinhos o trêmolo do violino


marcando a aproximação do trovão, pizzicati descrevendo as gotas de
chuva caindo..

Junto com o famoso Cânon de Parker Bell e o Adágio de Albinoni para cordas
e órgão. As Quatro Estações é uma das peças favoritas do repertório
Barroco.

As Quatro Estações é, acima de tudo, a celebração da rica impressão


individual das mudanças de estações, inspirando a evocação do universo
inteiro de emoções associadas a elas. Vivaldi esforçou-se para completar a
experiência de seu público exibindo pinturas e sonetos para os músicos e
para a platéia. A autoria destes sonetos demonstrativos não é confirmada,
embora muitos acreditem que eles descrevem a música tão bem que Vivaldi
é um perfeito candidato a lhes ter escrito.

A famosa suite porpulamente conhecida com as quatro estações é


composta de quatro concertos para violino separados.

Winter (inverno)
Nesta peça, ele representa o rigoroso inverno do norte da Itália.

Vivaldi estava bastante consciente de sua inspiração e procurou descrever


em música, o que ele pensava ser o frio arrepio na madrugada escura de
um vento cruel.

O violino nos conta uma historia. Ele é usado para imitar o vento e o gelo,
para formar uma paisagem coberta de neve num inverno rigoroso.

Enquanto o violinista viaja pela peça ele cria o movimento agudo das
pessoas congelando dos seus dentes e seus pés batendo.

Outono (Autumn)

Neste movimento, Vivaldi descreve uma festa rural. Ele explica:"Os


camponeses festejam com canções e danças sua alegria por causa de um
boa colheita".

Ele demonstra a embriaguez e a tontura dos camponeses com escaladas


que sobem e descem no violino.

Enquanto o andamento diminui Vivaldi descreve os camponeses dormindo


para curar a bebedeira. A peça(segundo movimento) é reflexiva e
meditativa comparada com o apaixonado primeiro movimento.

Vivaldi descreve o segundo movimento:”As canções e danças cessaram. O


ar suave e agradável da estação convida a todos para a delicia de um doce
sono”.
Cheio de glissando preguiçoso no violino o torpor pesado do sono induzido
pelo álcool é perfeitamente conjugado com a música intoxicante.

Mas uma vez esta obra (terceiro movimento) pinta um quadro bastante
concreto. Os tons vivo do violino representam a manhã.

Vivaldi explica:” Ao amanhecer, o caçador sai com trompas, armas e cães.”

O movimento esta incompleto sem o Fá maior da trompa. É interessante


notar que o Outono foi escrito em Fá maior pela mesma razão.

O tema das caçadas era bem popular na música. A caçada era apreciada
por todas as camadas sociais, mas era uma sociedade com sede de sangue.
E, finalmente, nossa música descreve a presa. Ferida e com medo ela tenta
escapar mas é pega e morta.

Verão (sumer)

De novo o primeiro movimento relaciona-se com as duas primeiras estrofes;


o segundo com a terceira e o terceiro com a quarta. As coisas aqui
começam serenas, mas não doces. O sol a pino"derruba" tanto homem
como a natureza. E após o anúncio do rouxinol, chega a tempestade. O
pastor teme a tempestade. É quase uma destruição.

Primavera (Spring)

Vivaldi inicia com A Primavera, estação das flores, numa alegre melodia
interpretada pelos violinos mostrando o despertar, o renascer da Natureza.
Há uma ascensão progressiva da luminosidade para descrever o nascimento
de uma natureza transbordante de vida, daí que o ambiente esteja
inundado por luz e cor. É o início da vida.
CONCLUSÃO

É fácil julgar o Caráter de Vivaldi quando visto do ponto de vista dos seus
negócios. Alguns tende a ver o lado menos atraente. Mas é por sua música
e influencia que devemos medir o seu verdadeiro valor.

Seu desenvolvimento da forma de concerto influenciaram todas as formas


de composições do século XVIII e foi um estágio importante na evolução da
sinfonia clássica.

Bach certamente o considerava um compositor de importância, e de falto,


transcreveu dez concertos de Vivaldi.

Com certeza ele era um orquestrador talentoso. As quatro estações


sozinhas são prova disto e com sua preferência pela expressão ao invés dos
detalhes os efeitos pungentes da sua harmonia de vanguarda as mudanças
abruptas de tons maiores para tons menores como Schubert viria a fazer,
talvez Vivaldi seja o precursor do romantismo. É valido dizer. Mas uma coisa
é certa. Numa tentativa de pintar quadros através da música ele foi
brilhante vitorioso ao capturar o espírito e a imagem da era do ouro na qual
ele floresceu.
BIBLIOGRAFIA

– www.patachonf.free.fr

– CARPEAUX, Otto Maria. O Livro de Ouro da Música: da Idade


Média ao Século XX. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

– COSME, Luiz. Introdução à Música. Rio de Janeiro: Globo, 1959.

– MONTALVÃO, Alberto. No Mundo da Música: 100 biografias dos


maiores músicos de todos os tempos. Rio de Janeiro: SPIKER,
1958.

– http://pt.wikipedia.org

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