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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CARLOS ROBERTO DA SILVEIRA


FÁBIO NELSON ALVES ABIBI
FERNANDO REBELLO FIX
KELVIN MACHADO DE OLIVEIRA
RAMON LEONILDO FERREIRA ACEVEDO
VALMIR SIQUEIRA JUNIOR

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO:


PROJETO GEOTÉCNICO DE FUNDAÇÕES

Tubarão
2020
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
2 NORMAS APLICÁVEIS..........................................................................................5
3 DADOS TÉCNICOS DE DIMENSIONAMENTO.....................................................6
3.1 COTA DE ASSENTAMENTO DE FUNDAÇÃO (C.A.F)........................................6
3.2 DETERMINAÇÃO DA TENSÃO ADMISSÍVEL NA C.A.F....................................7
3.3 DETERMINAÇÃO DAS ÁREAS DOS ELEMENOS DE FUNDAÇÃO DE
ACORDO COM A TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO..................................................7
3.1 ESTUDO DA COMPRESSIBILIDADE (DETERMINAÇÃO DOS RECALQUE)....9
3.1.1 Dados dos Solos.............................................................................................10
3.1.2 Cálculo dos Recalques...................................................................................11
3.1.3 Recalque Diferencial.......................................................................................12
3.1.4 Recalque Distorcional....................................................................................12
4 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE INSUMOS.............................................13
4.1 QUANTIDADE DE AÇO......................................................................................13
4.2 QUANTIDADE DE CONCRETO.........................................................................13
5 REFERÊNCIAS.....................................................................................................14
6 ANEXO 1...............................................................................................................16
5

1 INTRODUÇÃO

O presente memorial tem por finalidade fornecer informações técnicas e


objetivas, bem como a metodologia utilizada para o dimensionamento e a correta
execução do projeto de Fundação Superficial com Sapatas Isoladas,
demonstrando os serviços que serão executados e fornecendo as características
dos materiais a serem empregados e as Normas de Serviço a serem seguidas.
Todos os Serviços deverão ser executados segundo estas especificações e
metodologias.
6

2 NORMAS APLICÁVEIS

A normas que regem a elaboração dos projetos e a execução de obras de


fundação, são basicamente:

 NBR-6122 - Projeto e execução de fundações


 NBR-6118 - Projeto e execução de obras de concreto armado
 NBR-7480 - Barras e fios de aço destinados à armadura para concreto
armado
7

3 DADOS TÉCNICOS DE DIMENSIONAMENTO

Através do Laudo de Sondagem (Anexo 01) foi obtido as informações


necessárias para escolha e o dimensionamento dos elementos construtivos para a
execução da fundação. Para a determinação do tipo de fundação a ser utilizada,
foi analisado o SPT apresentado e realizado os cálculos para sua determinação.

Para uma sapata suficientemente resistente como peça estrutural de


concreto armado, a capacidade de carga do elemento de fundação é a
tensão que provoca a ruptura do maciço de solo em que a sapata está
embutida ou apoiada” (CINTRA, AOKI, ALBIERO, 2011).

Desta forma, a primeira verificação foi analisar a possibilidade do uso de


Sapatas Isoladas, calculando através da relação carga / tensão admissível as
dimensões das sapatas isoladas, pois foi observado um solo com boa capacidade
de absorção de tensões, tendo o NSPT aos 4 metros indicando 16 golpes.

Com base no perfil geotécnico do local de execução da fundação, é tido


como alternativas a utilização de Sapatas Isoladas, porém foi observado nos
pilares P-15, P-16, P-22 e P-23 uma sobreposição muito grande no perfil
geométricos das sapatas, desta forma foi necessário a adoção de Sapatas
Associadas entre os pilares P-15 e P-16 e os pilares P-22 e P-23, adotando-se
uma viga para transferência de cargas.

3.1 COTA DE ASSENTAMENTO DE FUNDAÇÃO (C.A.F)

A profundidade de uma sapata é definida como variável em projeto. Desta


forma em fundações superficiais com sapatas isoladas, deve-se ser
analisada o porte da construção e as características do solo, a modo de
assentar a sapata em um solo com capacidade de atender a estas
características.
De acordo com o Laudo Técnico de Sondagem, disponível no Anexo 1, foi
obtido um NSPT em 11 golpes na cota de 2 metros e 16 golpes na cota de 4
metros. Levando em consideração o porte a edificação, foi designado a cota
de 4 metros, para ser realizados os estudos dos recalques.
8

3.2 DETERMINAÇÃO DA TENSÃO ADMISSÍVEL NA C.A.F

Para determinação da Cota de Assentamento de Fundação, deve-se


admitir o NSPT entre 5 e 20, com profundidade a ser estudada de acordo
com o Laudo de Sondagem SPT. Neste caso foi adotado a C.A.F de 4
metros com NSPT em 16 golpes.

1
Tensão Admissível= x Nspt
50

1
Tensão Admissível= x 16
50

Tensão Admissível=0,32 Mpa ou 3,2 kgf /cm ²

3.3 DETERMINAÇÃO DAS ÁREAS DOS ELEMENOS DE


FUNDAÇÃO DE ACORDO COM A TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO

Para o cálculo das áreas das sapatas de acordo com a Tensão


Admissível do Solo, foi utilizado a fórmula:
P
√ σadm
Onde:
P é a Força Axial exercido pelo pilar.
σadm é a Tensão Admissível do Solo
Aplicando a fórmula em todos os pilares, chegou-se nos seguintes
resultados:

Tabela 01 – Dimensões das Sapatas

Lado Área Lado


CargaTot Total un un un un
Pilar Área Arredonda Ajustad Ajustad
al (tf) (kgf) d d d d
do a o

1,1 c c
P1-A 37,41 37.410 7 m² 110,00 m 1,21 m² 110,00 m
1,2 c c
P2-A 38,72 38.720 1 m² 115,00 m 1,32 m² 115,00 m
9

1,1 c c
P3-A 36,02 36.020 3 m² 110,00 m 1,21 m² 110,00 m
1,0 c c
P4-A 34,41 34.410 8 m² 105,00 m 1,10 m² 105,00 m
0,9 c c
P5-A 29,72 29.720 3 m² 100,00 m 1,00 m² 100,00 m
0,9 c c
P6-A 31,16 31.160 7 m² 100,00 m 1,00 m² 100,00 m
2,0 c c
P7-A 65,94 65.940 6 m² 145,00 m 2,10 m² 145,00 m
1,2 c c
P8-A 39,44 39.440 3 m² 115,00 m 1,32 m² 115,00 m
0,8 c c
P9-A 28,40 28.400 9 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m
P10- 1,2 c c
A 38,59 38.590 1 m² 110,00 m 1,21 m² 110,00 m
P11- 0,4 c c
A 15,44 15.440 8 m² 70,00 m 0,64 m² 80,00 m
138.01 4,3 c c
P12 138,01 0 1 m² 210,00 m 4,41 m² 210,00 m
245.56 7,6 c c
P13 245,56 0 7 m² 280,00 m 7,84 m² 280,00 m
214.19 6,6 c c
P14 214,19 0 9 m² 260,00 m 6,76 m² 260,00 m
114.88 3,5 c c
P15 114,88 0 9 m² 190,00 m 3,61 m² 190,00 m
103.33 3,2 c c
P16 103,33 0 3 m² 180,00 m 3,24 m² 180,00 m
135.38 4,2 c c
P17 135,38 0 3 m² 210,00 m 4,41 m² 210,00 m
161.31 5,0 c c
P18 161,31 0 4 m² 225,00 m 5,06 m² 225,00 m
P19- 0,8 c c
A 28,27 28.270 8 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m
1,7 c c
P20 56,97 56.970 8 m² 135,00 m 1,82 m² 135,00 m
1,6 c c
P21 51,19 51.190 0 m² 130,00 m 1,69 m² 130,00 m
121.38 3,7 c c
P22 121,38 0 9 m² 195,00 m 3,80 m² 195,00 m
126.06 3,9 c c
P23 126,06 0 4 m² 200,00 m 4,00 m² 200,00 m
172.66 5,4 c c
P24 172,66 0 0 m² 235,00 m 5,52 m² 235,00 m
0,3 c c
P25 11,39 11.390 6 m² 60,00 m 0,64 m² 80,00 m
255.97 8,0 c c
P26 255,97 0 0 m² 285,00 m 8,12 m² 285,00 m
211.03 6,5 c c
P27 211,03 0 9 m² 260,00 m 6,76 m² 260,00 m
262.83 8,2 c c
P28 262,83 0 1 m² 290,00 m 8,41 m² 290,00 m
170.17 5,3 c c
P29 170,17 0 2 m² 235,00 m 5,52 m² 235,00 m
260.39 8,1 c c
P30 260,39 0 4 m² 290,00 m 8,41 m² 290,00 m
P31- 0,6 c c
A 20,45 20.450 4 m² 80,00 m 0,64 m² 80,00 m
P32 38,29 38.290 1,2 m² 110,00 c 1,21 m² 110,00 c
10

0 m m
0,3 c c
P33 11,99 11.990 7 m² 65,00 m 0,64 m² 80,00 m
P34- 0,7 c c
A 23,18 23.180 2 m² 90,00 m 0,81 m² 90,00 m
1,4 c c
P35 46,27 46.270 5 m² 125,00 m 1,56 m² 125,00 m
1,1 c c
P36 38,14 38.140 9 m² 110,00 m 1,21 m² 110,00 m
115.31 3,6 c c
P37 115,31 0 0 m² 190,00 m 3,61 m² 190,00 m
277.35 8,6 c c
P38 277,35 0 7 m² 295,00 m 8,70 m² 295,00 m
242.91 7,5 c c
P39 242,91 0 9 m² 280,00 m 7,84 m² 280,00 m
226.10 7,0 c c
P40 226,10 0 7 m² 270,00 m 7,29 m² 270,00 m
261.33 8,1 c c
P41 261,33 0 7 m² 290,00 m 8,41 m² 290,00 m
290.72 9,0 c c
P42 290,72 0 9 m² 305,00 m 9,30 m² 305,00 m
162.94 5,0 c c
P43 162,94 0 9 m² 230,00 m 5,29 m² 230,00 m
0,6 c c
P44 19,45 19.450 1 m² 80,00 m 0,64 m² 80,00 m
P45- 0,7 c c
A 24,35 24.350 6 m² 90,00 m 0,81 m² 90,00 m
P46- 0,7 c c
A 24,65 24.650 7 m² 90,00 m 0,81 m² 90,00 m
P47- 0,7 c c
A 23,54 23.540 4 m² 90,00 m 0,81 m² 90,00 m
P48- 0,8 c c
A 27,03 27.030 4 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m
P49- 0,8 c c
A 27,13 27.130 5 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m
P50- 0,9 c c
A 29,70 29.700 3 m² 100,00 m 1,00 m² 100,00 m
P51- 0,8 c c
A 26,97 26.970 4 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m
P52- 0,5 c c
A 17,70 17.700 5 m² 75,00 m 0,64 m² 80,00 m
P53- 1,0 c c
A 32,96 32.960 3 m² 105,00 m 1,10 m² 105,00 m
P54- 0,8 c c
A 27,49 27.490 6 m² 95,00 m 0,90 m² 95,00 m

ALONSO (1983) indica que, em princípio, o emprego de sapatas só é viável


técnica e economicamente quando a área ocupada pela fundação abranger, no
máximo, de 50% a 70% da área disponível.
Com base nos resultados obtidos pelas áreas das sapatas calculadas na
Tabela 01, a área total foi de 169,90 m² e a área total da edificação é de 792,98
m², abrangendo 21,43% da área da edificação.
11

1.1 ESTUDO DA COMPRESSIBILIDADE (DETERMINAÇÃO DOS


RECALQUE)

Segundo a NBR 6122:2010: “Recalque é o movimento vertical


descendente de um elemento estrutural. Quando o movimento for ascendente,
denomina-se levantamento.” Estas movimentações dos elementos de fundação
podem causar, além da redistribuição de esforços, danos que podemos
classificar em três categorias:
Danos arquitetônicos: danos causados à estética da edificação, como
trincas em paredes e acabamentos, rupturas de painéis de vidro ou mármore.
Danos funcionais: danos que interferem na utilização da estrutura levando
à dificuldade de abertura de portas e janelas, irregularidade nos pisos, danos
no sistema hidráulico ou desgaste excessivo de elevadores, por exemplo.
Danos estruturais: os danos causados à estrutura, ocorrendo na
Fissuração em pilares, vigas, lajes e alvenaria estrutural podendo levar à
inclinação da edificação ou o seu colapso total.
Desta forma, foram realizados os cálculos dos recalques no Silte, Argila
Rija e Areia Compacta, solos onde a fundação está apoiada.
Os possíveis danos poderão ser previstos através do Recalque
Distorcional, sendo analisado diretamente na tabela de Bjerrum.

1.1.1 Dados dos Solos

NSpt 16
σ Adm do Solo (Mpa) 0,32
Na Início (m) 8,5
Na Final (m) 11
ɣArgila 0,0017
ɣSilte 0,0019
ɣArgila Rija 0,0019
ɣAreia Compacta 0,002
σ Inicial Silte (Mpa) 1,375
σ Pré-adensamento 1,5
   
Cr Silte 0,005
Cc Silte 0,013
e Silte 3
   
12

σ Inicial Argila Rija(Mpa) 1,835


σ Pré-adensamento 1,5
   
E (Areia Compacta) 700
Coeficiente de Poisson 0,4
C (apoiado no silte, logo c=100
cm) 100
   
Cr Argila Rija 0,005
Cc Argila Rija 0,013
e Argila Rija 3

1.1.1 Cálculo dos Recalques

Tabela 02 – Cálculo do Recalques


13
14

Na realização do projeto de fundações, é necessário estimar os


recalques que podem ocorrer na edificação, quando submetida ao
carregamento, no entanto a estimativa do recalque as vezes ficam fora da
realidade. Sendo assim, Porto, T. B. (2010, p.77) afirma: A correta fixação do
recalque admissível somente é possível, na prática, por meio da monitoração
dos recalques de diversas estruturas, associando-se seus valores aos danos
observados e, assim fixando-se os limites de aceitação correspondentes aos
efeitos constatados
Skempton e Mac Donald (1953), e Bjerrum (1963) e finalizado por
Vargas e Silva (1973) apresentaram uma tabela de limites admissíveis (Velloso
e Lopes, 2011) que só foi possível por meio de um estudo de caso realizado
por eles com o intuito de associar os danos ocorridos nas edificações com os
valores de distorções obtidos. A tabela mencionada é utilizada até os dias
atuais para verificar o desempenho das fundações.
15

Figura 01 - Distorção angular limite.


Fonte: Velloso, D. A. e Lopes, F. R., 2011.

1.1.2 Recalque Diferencial

Define-se recalque absoluto como o rebaixamento de um elemento de


fundação. A diferença entre os recalques absolutos de dois desses elementos
é denominada de recalque diferencial. Esse tipo de recalque confere distorções
à estrutura que poderão ocasionar trincas ou fissuras dependendo da sua
intensidade.
No projeto em estudo, foram analisados as sapatas com maior
carregamento, e maiores vãos para o estudo dos recalques, as sapatas em
questão foram: SP-13, SP-14, SP-15, SP-16- SP-22, SP-23, SP-26, SP-27, SP-
38, SP-39, SP-40 E SP-41, e os resultados obtidos de Recalque Diferencial
foram:
16

Recalque Diferencial (cm)

Recalque 13/38 0,0055


Recalque 13/14 0,0078
Recalque 14/39 0,0023
Recalque 38/39 0,0253
Recalque 26/40 0,0217
Recalque 26/27 0,0212
Recalque 40/41 0,0197
Recalque 27/41 0,0192
Recalque 15-22/16-23 0,0084

Tabela 03 – Recalque Diferencial das Sapatas mais críticas

1.1.3 Recalque Distorcional

Para os recalques distorcionais, observados os limites de distorção angular


em função dos danos apresentados na figura 01, tem-se os limites principais
para o estudo de caso resumido em:

 1/500: limite seguro para evitar danos em paredes de edifícios;


 1/300: limite a partir do qual começam a aparecer trincas em paredes
de edifícios;
 1/150: limite a partir do qual se espera danos estruturais em edifícios
correntes.

No projeto em estudo, foram analisados as sapatas com maior


carregamento, e maiores vãos para o estudo dos recalques, as sapatas em
questão foram: SP-13, SP-14, SP-15, SP-16- SP-22, SP-23, SP-26, SP-27, SP-
38, SP-39, SP-40 E SP-41, e os resultados obtidos de Recalque Distorcional
foram:
17

Vão (cm) Recalque Distorcional


755 Recalque 13/38 136836,1
565 Recalque 13/14 72060,3
773 Recalque 14/39 336601,8
560 Recalque 38/39 22146,39
275 Recalque 26/40 12648,88
628 Recalque 26/27 29615,64
600 Recalque 40/41 30390,62
289 Recalque 27/41 15046,68
190 Recalque 15-22/16-23 22696,39

Tabela 04 – Recalques Distorcionais

De acordo com Bjerrum, os limites acima de 1/500 são considerados


seguros, em relação aos momentos, como é percebido, os valores ficaram
ligeiramente acima deste limite.
18

4 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE INSUMOS

A seguir serão apresentados o levantamento de materiais necessários a


execução da etapa de fundações

4.1 Quantidade de aço

4.2 Quantidade de Concreto


19

5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e


Execução de Fundações. Rio de Janeiro, 2019.
20

ANEXOS
21

6 ANEXO 1

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