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Campus de Palmarejo CP: 279 Praia - Cabo Verde Tel.: (00238) 262 91 12 Fax: (00238) 262 76 55
Aplicações Lineares
Aplicações Lineares
Definição 1 (Aplicação linear). Sejam V e V 0 espaços vectoriais sobre um mesmo corpo F. Uma aplicação
(ou função)
f : V −→ V 0
diz-se uma aplicação linear se, ∀ ~ ~ ∈ V, ∀ λ ∈ F, tem-se:
v, u
(1) f ~
v+u ~ = f ~ ~;
v +f u
(2) f λ ~
v =λf ~
v
Nota 1. Nota-se que, na propriedade (2) desta definição, o escalar λ aplica-se, no primeiro membro, a um vector
de V, e, no segundo membro, a um vector de V 0 , o que exige que de facto o corpo dos escalares F seja o mesmo
para os dois espaços vectoriais, V e V 0 .
Teorema 1 (Critério de aplicação linear). Sejam V e V 0 espaços vectoriais sobre um mesmo corpo F. Uma
aplicação
f : V −→ V 0
é uma aplicação linear se, e somente se,
~, ~
∀ λ, β ∈ F , ∀ u v ∈ V , tem-se, f λ~
u + β~ ~ + βf ~
v = λf u
v .
f : R3 −→ R2
,→ x, y, z = 3x − 7z, x − 5y + 8z
x, y, z f
Resolução:
~ = (u1 , u2 , u3 ) , ~
Verifica-se: ∀ u v = (v1 , v2 , v3 ) ∈ R3 , ∀ λ ∈ R, tem-se:
~+~
v = f ((u1 + v1 , u2 + v2 , u3 + v3 ))
(1) f u
= (3 (u1 + v1 ) − 7 (u3 + v3 ) , u1 + v1 − 5 (u2 + v2 ) + 8 (u3 + v3 ))
= (3u1 − 7u3 + 3v1 − 7v3 , u1 − 5u2 + 8u3 + v1 − 5v2 + 8v3 )
= (3u1 − 7u3 , u1 − 5u2 + 8u3 ) + (3v1 − 7v3 , v1 − 5v2 + 8v3 )
= f u~ +f ~
v
f λ~
v = f ((λv1 , λv2 , λv3 ))
(2)
= (3λv1 − 7λv3 , λv1 − 5λv2 + 8λv3 )
= λ (3v1 − 7v3 , v1 − 5v2 + 8v3 )
= λf ~
v
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f λ~u + β~
v = f λ (u1 , u2 , u3 ) + β (v1 , v2 , v3 )
= 3 · λu1 + βv1 − 7 · λu3 + βv3 , λu1 + βv1 − 5 · λu2 + βv2 + 8 · λu3 + βv3
= (3λu1 − 7λu3 , λu1 − 5λu2 + 8λu3 ) + 3βv1 − 7βv3 , βv1 − 5βv2 + 8βv3
Exemplo 2. Seja V um espaço vectorial qualquer, sobre um corpo F. Dado um escalar arbitrário δ ∈ F, a
aplicação
η : V −→ V
~
v ,→ η ~ v = δ~
v
é uma aplicação linear denominada homotetia.
Resolução:
~, ~
Verifica-se: ∀ u v ∈ V, ∀ λ ∈ F, tem-se:
~+~
η u ~+~
v = δ u
(1) v
= δ~
u + δ~ v
= η u~ +η ~
v
η λ~
v = δ λ~
(2) v
= λ δ~v = λη ~
v .
0 : V −→ V
~ ,→ v = ~0
0 ~
v
Resolução:
~, ~
Verifica-se: ∀ u v ∈ V, ∀ λ ∈ F, tem-se:
(1) ~+~
0 u v =
~0
= ~0 + ~0 = 0 u
~ +0 ~
v
(2) 0 λ~
u =
~0
= λ~0 = λ0 ~
v .
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ι : V −→ V
~ ,→ ι ~
v =~
v v
v = ~a~v + ~b~v ,
~
ρA : V −→ A
~ ,→ ρA ~
v = ~a~v
v
e
ρB : V −→ B
~ ,→ v = ~b~v
ρB ~
v
são lineares, e são chamadas, respectivamente, projecções de ~
v sobre A e sobre B.
Nota 2. Há aplicações, entre espaços vectoriais, que não são lineares. Por exemplo, no espaço vectorial real R2 ,
a aplicação
f : R2 −→ R2
x, y ,→ f x, y = xy , x + y
não é linear.
Nota-se que, para todo vector ~
v = x, y ∈ V, para todo escalar λ ∈ F, tem-se:
f λ~
v = f λx, λy
= λ2 xy, λ x + y
= λ λxy, x + y
, λ xy, x + y = λ f ~v , para λ = 2 e x, y , 0, por exemplo.
f : V −→ V 0
(1) f ~0V = ~0V0 , onde ~0V e ~0V0 representam, o vector nulo em V e o vector nulo em V 0 , respectivamente.
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~, ~ ~−~ ~ −f ~
v = f u
(3) ∀ u v ∈ V, f u v.
f : V −→ V 0
(1) f transforma vectores linearmente dependentes em vectores linearmente dependentes, isto é, se
~
v1 , ~
v2 , . . . , ~
vk ∈ V
f ~
v1 , f ~
v2 , . . . , f ~
vk ∈ V 0
também o são.
(2) f transforma vectores linearmente independentes em vectores linearmente independentes, se, e somente se,
f é injectiva.
Definição 2 (Classificação de uma aplicação linear). Sejam V e V 0 espaços vectoriais quaisquer sobre um
mesmo corpo F. Uma aplicação linear
f : V −→ V 0
diz-se:
(1) Monomorfismo se é injectiva, isto é, objectos diferentes correspondem à imagens diferentes.
(2) Epimorfismo se é sobrejectiva, isto é, o seu contradomı́nio coincide com o seu conjunto de chagada V 0 ;
Teorema 4. Sejam V e V 0 espaços vectoriais quaisquer, sobre um mesmo corpo F, e sejam F e F0 subespaços
vectoriais de V e V 0 , respectivamente. Se
f : V −→ V 0
(1) f (F) = f ~ v : ~
v ∈ F é um subespaço vectorial de V 0 .
f : V −→ V 0
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Definição 3 (Imagem e núcleo). Sejam V e V 0 espaços vectoriais, sobre um mesmo corpo F; e seja
f : V −→ V 0
é o espaço-imagem ou espaço-caracterı́stico de f .
Quando o espaço imagem é finitamente gerado, a sua dimensão chama-se caracterı́stica de f , e representa-se
por c f , ou seja,
c f = dim Im f .
O subespaço vectorial de V,
f : R3 −→ R2
,→ x, y, z = 3x − 7z, x − 5y + 8z .
x, y, z f
Determina-se D0 f e Nuc f .
Resolução:
D0 f : Nota-se que,
Im f = f R3 = f
x, y, z : x, y, z ∈ R .
Então:
= 3x − 7z, x − 5y + 8z
f x, y, z
= (3x, x) + 0, −5y + (−7z, 8z)
Im f = R2 .
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Nuc f : Para este caso,
n o
Nuc f = x, y, z ∈ R3 : f
x, y, z ∈ {(0, 0)} .
Logo,
f x, y, z ∈ {(0, 0)}
x, y, z = (0, 0)
⇔ f
3x − 7z = 0
(
⇔ (i)
x − 5y + 8z = 0
Tem-se:
x = − 73 λ
y = − 31
15 λ
z=λ∈R
Pronto: n o
= − 73 λ, − 15
31
λ, λ : λ ∈ R
Nuc f
D E
= − 37 , − 31
15 , 1
f : V −→ V 0
~∈Veu
~0 = f u
~ ∈ V 0 , tem-se:
(1) Dado um vector u
~0
f −1 u = ~
x∈V : f ~ x =u~0
= u ~ + Nuc f .
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Resolução:
n o
f −1 (1 + 3x) = ax2 + bx + c ∈ P2 : f ax2 + bx + c = 1 + 3x
Ora,
f ax2 + bx + c = 1 + 3x
⇔ 2ax + b = 1 + 3x
2a = 3 a = 3/2
= =1
⇔ b 1 ⇔ b
c∈R
c∈R
Então,
3 2
f −1 (1 + 3x) = x +x+c : c∈R
2
3 2
= x + x + h1i .
2
Sendo assim, Nuc f = h1i , {0}, o que significa que f não é um monomorfismo.
Teorema 6. Sejam V e V 0 espaços vectoriais, sobre um mesmo corpo F. Seja uma aplicação linear
f : V −→ V 0 .
f (F) = f (X) .
B= ~ v1 , ~
v2 , . . . , ~
vk , para algum k ∈ N,
então:
Im f = f ~
v1 , f ~
v2 , . . . , f ~
vn .
Exemplo 8. Considere a aplicação linear
f : P2 −→ P2
p(x) ,→ f p(x) = p0 (x) 1a derivada de p(x) .
Determinar Im f e f (F), onde D E
F = x2 − x, x + 1 .
Resolução:n o
Como B = x2 , x, 1 é uma base de P2 , então
D E
= f x2 , f (x) , f (1)
Im f
= h2x, 1i
= P1 .
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Da mesma forma, D E
f (F) = f x2 − x , f (x + 1)
= h2x − 1, 1i
= P1 .
f : V −→ V 0
dim (V) = n f + c f .
Corolário 1. Sejam V e V 0 espaços vectoriais, sobre um mesmo corpo F, ambos com dimensão finita, diga-se
dim (V) = dim (V 0 ) = n, n ∈ N. Então, f é um monomorfismo se, e somente se, f é um epimorfismo.
Em particular, um endomorfismo num espaço vectorial V, de dimensão finita, é monomorfismo se, e somente
se, é epimorfismo.
x, y, z, w = x − y + z, x + z − w, 2x + 2z − y − w, x + w , ∀ x, y, z, w ∈ R.
f
Resolução:n o
Nuc f = x, y, z, w ∈ R4 : f x, y, z, w = (0, 0, 0, 0) .
x, y, z, w = (0, 0, 0, 0)
f
x−y+z=0
x+z−w=0
⇔
2x + 2z − y − w = 0
x+w=0
1 −1 1 0 1 −1 1 0 1 0 1 −1
1 0 1 −1 0 1 0 −1 0 1 0 −1
−→ −→
2 −1 2 −1 L2 ←L2 −L1 0 1 0 −1 L1 ←L1 +L2 0 0 0 0
1 0 0 1 L3 ←L3 −2L1 0 1 −1 1 L3 ←L3 −L2 0 0 −1 2
L4 ←L4 −L1 L4 ←L4 −L2
1 0 0 1 1 0 0 1
0 1 0 −1 0 1 0 −1
−→ −→
L3 ↔L4
0
0 −1 2 L3 ←−1L3 0
0 1 −2
0 0 0 0 0 0 0 0
Então:
x = −λ
y=λ
z = 2λ
w=λ∈R
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Logo,
= {(−λ, λ, 2λ, λ) : λ ∈ R}
Nuc f
= h(−1, 1, 2, 1)i .
Sendo assim, como n f = 1, então
dim R4 = c f + n f ⇔ c f = 3,
= 3, isto é,
ou seja, dim Im f
Im f , R4
espaço de chegada ,
Definição 4 (Matriz de uma aplicação linear). Sejam V e V 0 espaços vetoriais reais, com dimensão n, p ∈ N,
respetivamente, e seja f : V −→ V 0 uma aplicação linear. Sejam
n o
B= ~v1 , ~
v2 , . . . , ~ e B0 = ~ v1 0 , ~
v2 0 , . . . , ~
vp 0 ,
vn
isto é, é a matriz de dimensão p × n, cuja coluna i é composta pelos componentes do vetor ~
vi na base B0 .
Nota 5. Uma aplicação linear tem várias matrizes, mas todas elas têm a mesma ordem. Sempre que se escolha
uma base no espaço de partida e uma outra no espaço de chegada tem-se uma determinada matriz, ou seja, uma
matriz de uma aplicação linear depende das bases escolhidas nos espaços de partida e de chegada.
Exemplo 10. Seja a aplicação linear f : R3 −→ R2 , definida por
f (x, y, z) = 3x − 7z , x − 5y + 8z .
Para determinar uma matriz de f escolhe-se uma base arbitrária no espaço de partida R3 e uma outra, também
arbitrária, no espaço de chegada R2 .
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Seja B = {(1, 0, 0) , (0, 1, 0) , (0, 0, 1)}, a base canónica de R3 , e B0 = {(1, 0) , (0, 1)}, a base canónica de R2 .
Então:
f ((1, 0, 0)) = (3, 1) ≡B0 (3, 1)
f ((0, 1, 0)) = (0, −5) ≡B0 (0, −5)
f ((0, 0, 1)) = (−7, 8) ≡B0 (−7, 8) .
Se a base de R3 for B = {(1, −1, −1) , (0, 1, 2) , (0, 0, 1)}, e a base de R2 for B0 = {(1, −1) , (−1, 2)}, ter-se-á:
Teorema 8. Seja f : V −→ V 0 uma aplicação linear entre os espaços vetoriais reais V e V 0 sobre o corpo R,
com dimensão n e p, respetivamente. Sejam
n o
B= ~ v1 , ~
v2 , . . . , ~ e B0 = ~
v1 0 , ~
v2 0 , . . . , ~
vp 0 ,
vn
f (x, y, z) = 3x − 7z , x − 5y + 8z .
Pelo exemplo anterior, exemplo 10, a matriz da aplicação linear f , em relação às bases
B = {(1, −1, −1) , (0, 1, 2) , (0, 0, 1)} e B0 = {(1, −1) , (−1, 2)}
Seja o vetor ~
v = (x, y, z) ∈ R3 , um vetor arbitrário. Então,
~
x ≡B x , x + y , −x − 2y + z .
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Seja
" # x " #
18 −17 −6 7x − 5y − 6z
X0 = AX = x + y = .
4x − 5y + z
8 −3 1
−x − 2y + z
Então,
f ~
x ≡B0 7x − 5y − 6z , 4x − 5y + z .
f ~
x =
f x, y, z
= 7x − 5y − 6z · (1, −1) + 4x − 5y + z · (−1, 2)
= 3x − 7z , x − 5y + 8z .
Nota 6. Uma aplicação linear fica bem definida quando se conhece uma sua matriz, em relação a duas bases
dadas (um do espaço de partida e outra do espaço de chegada).
Teorema 9. Sejam V e V 0 espaços vetoriais reais com a mesma dimensão, n ∈ N. Seja f : V −→ V 0 uma
aplicação linear. Então, f é um isomorfismo se, e somente se, a matriz quadrada A = M f ; B, B0 é regular (ou
invertı́vel).
Definição 5 (Matriz mudança de base). Seja V um espaço vetorial real de dimensão n ∈ N. Seja a aplicação
linear identidade
ι : V −→ V 0
~
x −→ ι ~ x =~
x.
M (ι ; B, B0 ) = M (B0 −→ B) e M (ι ; B0 , B) M (B −→ B0 ) .
Definição 6 (Soma e produto por um escalar). Sejam V e V 0 espaços vetoriais reais, e seja f : V −→ V 0 ,
g : V −→ V 0 aplicações lineares.
f + g : V −→ V 0 ,
definida por
f +g ~x = f ~
x +g ~
x , ∀~
x ∈ V.
λ f : V −→ V 0 ,
definida por
λf ~
x = λf ~
x , ∀~
x ∈ V.
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Teorema 10. Nas condições da definição anterior, definição 6, se B e B0 são bases de V e V 0 , respetivamente, e
A = M f ; B, B0 , C = M g ; B, B0 , então
A + C = M f + g ; B, B0 e λA = M λ f ; B, B0 .
g ◦ f : V −→ V 00 ,
definida por
~
x =g f ~
x , ∀~
g◦ f x ∈ V.
Teorema 11. Nas condições da definição anterior, definição 7, se B, B0 e B00 são bases de V, V 0 e V 00 ,
respetivamente, e A = M f ; B, B0 , C = M g ; B0 , B00 , então
C · A = M g ◦ f ; B, B00 .
C=M( g ; B0 ,B00 )
VO 0 / V 00
g >
g◦ f
A=M( f ; B,B0 ) f
C·A=M( g◦ f ; B,B00 )
V
Teorema 12. Seja f : V −→ V 0 um isomorfismo entre os espaços vetoriais reais V e V 0 . Então, a aplicação
inversa f −1 : V 0 −→ V é um isomorfismo.
0 0
Mais ainda, se B, B são bases de V e V , nesta ordem, e
A = M f ; B, B0 , então A−1 = M f −1 ; B0 , B .
n o
Exemplo 12. Sejam as bases B = {(1, 1, 1) , (0, 1, 2) , (−1, 0, 2)}, B0 = x2 , −x , x + 1 e B00 = {1} dos espaços
vetoriais reais R3 , P2 e R, nesta ordem.
Sejam as seguintes aplicações lineares:
• f : R3 −→ P2 , definida por
• h : P2 −→ R, definida por
h ax2 + bx + c = a + b − c .
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Resolução:
Logo,
2 2 1
A0 = M f ; B, B0 = −1 −2 −1 .
1 1 1
Logo,
h i
C = (h ; B0 , B00 ) = 1 −1 0 .
(b) f + g : R3 −→ P2 .
3 2 1
D = A + A0 = M f + g ; B, B0 = −1 −1 −1.
2 0 1
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1 1 0
(d) A0 −1 = M f −1 ; B0 , B = 0 −1 −1
−1 0 2
f −1 ax2 + bx + c ≡B (a − b + c, b − 2c, −a + 2c)
⇔ f −1 ax2 + bx + c = (a − b + c) (1, 1, 1) + (b − 2c) (0, 1, 2) + (−a + 2c) (−1, 0, 2)
= (2a − b − c , a − c , −a + b + c)
−9 −6 −3
(e) D0 = −3D = 3 3 3
−6 0 −3
2a − 2b + c −9a + 6b − 6c
h i 1 0 0 h i
(f) E = M h ◦ g ; B, B00 = C · A = 1 −1 0 · 0 1 0 = 1 −1 0 .
1 −1 0
(4a − 5b + 2c)
h ◦ g (a, b, c) ≡B00
⇔ h ◦ g (a, b, c) = (4a − 5b + 2c) · 1
= 4a − 5b + 2c
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C = Q · A · P ⇔ A = Q−1 · C · P−1 .
f
VO / V0
A=M( f ; B1 ,B1 0 )
C=M( f ; B2 ,B2 0 )
V / V0
f
Teorema 13. Sejam A e C matrizes de dimensões m × n, m, n ∈ N. Então, A ∼ C se, e somente se, existe uma
aplicação linear f : V −→ V 0 , entre os espaços vetoriais V e V 0 , de dimensões n e m, respetivamente, e existem
bases B1 e B2 de V, e B0 1 e B0 2 de V 0 , tais que A = M f ; B1 , B1 0 e C = M f ; B2 , B2 0 .
f
VO /V
A=M( f ; B1 ,B1 )
C=M( f ; B2 ,B2 )
V /V
f
Definição 9 (Matrizes semelhantes). Sejam A e C matrizes quadradas reais de ordem n ∈ N. Diz-se que A
é semelhante a C, e representa-se por A ≈ C, se existe uma matriz invertı́vel P, tal que C = P−1 · A · P.
Teorema 14. Sejam A e C matrizes quadradas reais de ordem n ∈ N. Então, A ≈ C se, e somente se, existe
um endomorfismo f : V −→ V, onde V é um espaço vetorial real de dimensão n, e existem bases B1 e B2 de V,
tais que A = M f ; B1 , B1 e C = M f ; B2 , B2 .
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" #
−1 1 1
Exemplo 13. 1. Indicar uma matriz C equivalente a matriz A = .
1 0 2
2. Dar exemplo de duas matrizes quadradas reais de ordem 3, A e C, que são semelhantes.
Resolução:
1. Como A é uma matriz 3 × 2, então ela pode definir uma aplicação linear f : R3 −→ R2 , em
relação às bases canónicas
de R3 e de R2 , respetivamente.
(a, b, c) ≡B (a, b, c), ∀ (a, b, c) ∈ R3 .
a "
−a + b + c
#
A · b =
a + 2c
c
Sendo assim,
f ((a, b, c)) ≡B0 (−a + b + c , a + 2c)
⇔ f ((a, b, c)) = (−a + b + c) · (1, 0) + (a + 2c) · (0, 1)
= (−a + b + c , a + 2c)
de R3 e R2 , respetivamente.
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A = M f ; Bc , Bc ,
n o
onde f é um endomorfismo de P2 e Bc = x2 , x , 1 .
Então, ax2 + bx + c ≡Bc (a, b, c), ∀ ax2 + bx + c ∈ P2 .
a a
A · b = b
.
a+b+c
c
f ax2 + bx + c ≡Bc (a, b, a + b + c)
⇔ f ax2 + bx + c = ax2 + bx + a + b + c .
n o
Seja B1 = x2 + 1 , x − 1 , −x + 2 uma base de P2 . Então,
f x2 + 1 = x2 + 2 ≡B1 (1, 1, 1)
f (x − 1) = x ≡B1 (0, 2, 1)
f (−x + 2) = −x + 1 ≡B1 (0, −1, 0) .
Exercı́cios
1. Diga, justificando, se cada uma das aplicações que se seguem é ou não linear:
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Referências
[2] MONTEIRO, A.; PINTO, G.; MARQUES C. (1997). Álgebra Linear e Geometria Analı́tica – Problemas
e Exercı́cios. McGraw-Hill de Portugal Lda., Lisboa.
[3] MONTEIRO, A. (2001). Álgebra Linear e Geometria Analı́tica. McGraw-Hill de Portugal Lda.,
Lisboa.
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