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Introdução
A periodontia está intimamente relacionada com as outras especialidades, pra você ser
um ortodontista, por exemplo, você precisa saber diagnosticar uma gengivite, uma
periodontite, diagnosticar uma periodontite leve, estagio inicial da periodontite.
“Uma vez pegamos na clinica uma paciente que achávamos que era periodontite
agressiva, tinha pouco calculo pouco biofilme e muita perda óssea, mas antes de vim a
clinica ela havia feito uma raspagem, ultrassom e ela não tinha mais tanto calculo, o
que desencadeou a perda óssea dela? O tratamento ortodôntico foi a falta de
acompanhamento do profissional de olhar a radiografia, identificar uma bolsa
periodontal.”
Todos vocês tem condições de dizer se é uma bolsa periodontal, uma pseudobolsa, de
passar a sonda e verificar, ver se tem perda óssea, fazer radiografias periapicais, porque
uma panorâmica não da a visibilidade que uma periapical da, verificação de uma tabua
óssea, uma crista marginal. A função dessa aula é sempre ficar atenta a saúde do
periodonto, evitar fatores iatrogênicos e pra isso tem que conhecer a anatomia, saber o
que é o espaço biológico.
Então o espaço biológico é uma distancia aproximada de 3 mm, que vai da crista óssea
e a margem da gengiva. Então o que acontece muito, a restauração fratura e cai, ela
entrar aqui (mostra a imagem do espaço biológico). Nem sempre a gente vai encontrar
a margem gengival nesse nível, muitas vezes a gente vai encontrar essa margem mais
apical ou hiperplásica.
“Já vi muito dente ser condenado sem ter feito aumento de coroa,
dente que está com uma fratura lá em baixo, fazer uma endo e aquele dente
não ter estrutura para receber um pino intraradicular.”
Então a matriz, a cunha, pra que é isso? Pra devolver o contorno do dente e evitar reter
biofilme, pra você deixar a estrutura dentaria o mais parecido com o que o papai do céu
fez.
Estou explicando a diferença entre os dois, porque quando vamos fazer uma restauração
subgengival, você tem que respeitar esse limite de 0,5 mm a 0,69mm, alguns autores
podem colocar 1 mm no máximo subgengival. Por que tem variações de autores, ate por
conta das variações de pessoa pra pessoa. Então quando você for fazer um preparo
subgengival em área estética, você tem que fazer uma coroa levemente subgengival.
Então é ai onde as pessoas pecam, não entram só ate 1mm, entram mais. Estudos
mostram que preparo subgengival pode ser ate 1mm, ou seja, tem que ficar dentro do
sulco gengival histológico, não do clinico que é o que você insere no exame para
estabeler o periograma.
Mucosa queratinizada, olhem a mucosa queratinizada, mostra a imagem uma linha que
todo paciente deve ter. Isso é importante na hora de fazer um preparo, uma coroa, uma
restauração na cervical, porque quando tem pouca gengiva temos que fazer um enxerto
de gengiva. Se for na área dos elementos 11 e 21, se você faz uma coroa, com uma
gengiva muito fininha, daqui 1 ou 2 anos esse paciente vai esta expondo a raiz, paciente
vai sorrir e vai aparecer a linha do cimento. A gengiva pode ter um perfil muito espessa
ou muito fina, então quando é muito fina você tem que tomar cuidado, na maioria das
vezes quando o preparo é na região de canino a canino superior, é um preparo
subgengival, por mais que seja uma cora metal free, não tem metal, tem a linha de
cimentação, e tem a linha do sorriso, tem paciente que sorrir, aparecendo a gengiva.
Todas as questões você tem que lançar mão da periodontia, você não vai fazer um
planejamento de coroa sem ter conhecimento do espaço biológico, a quantidade de
mucosa queratinizada, o biótipo da gengiva, fino ou espesso, então isso tudo são
conceitos que já tem que levar no planejamento de vocês. Na hora de fazer uma coroa
em região anterior, verificar a quantidade de gengiva queratinizada e o tipo de gengiva,
o paciente pode precisar de enxerto de gengiva, e a gengiva fina tem propensão a
recessão.
Coroas clínicas curtas, nós vamos nos deparar com procedimentos tanto na dentistica,
quanto na prótese, vai ter que lançar mão de uma cirurgia periodontal ,mesmo que
vocês não façam, precisam ter o conceito.
Limite cervical das restaurações – dentistica e prótese, o tempo todo vocês vao ver isso.
Limite ideal fora do contato com as estruturas gengivais, então não é crime fazer um
termino subgengival, tem inúmeras indicações, estética, retenção, troca de restauração,
caries, erosões, fraturas e sensibilidade dentinaria. Às vezes o paciente tem uma
sensibilidade dentinária em casos de erosão, abrasão, paciente não tem carie, não tem
lesão cariosa, mas tem sensibilidade dentinária, na maioria das vezes essa sensibilidade
ocorre em nível cervical, no nível próximo da gengiva, então muitas vezes você tem que
lançar mão do preparo subgengival, porem lembrando que o limite máximo é 1mm,
entrando no sulco gengival histológico não sulco clinico.
Os futuros ortodontistas também, respeitar esse limite de 0,5 a 1 mm, primeira coisa
diagnosticar se o paciente tem gengivite, tem muito profissional colocando aparelho em
gente com gengivite, higiene oral péssima, às vezes ate uma periodontite. Como a
paciente que citei anteriormente, talvez ela tivesse só uma gengivite ou periodontite
leve, usou 4 anos aparelho, e a doença periodontal é silenciosa, pouco sangramento, o
paciente não tem percepção.
Então evitar excesso de cimento no sulco gengival, o sobrecontorno das bandas é o que
mais vemos, degraus horríveis, retendo biofilme e a invasão do espaço biológico, tanto
nos braquetes quanto nas bandas.
O espaço biológico é uma entidade que não deve ser violada, a invasão durante o
preparo causa a inflamação crônica, dependendo da gengiva, da idade do paciente pode
ser só uma hiperplasia, mas se isso persiste pode causar uma perda óssea alveolar, já
começa um esfumaçamento da crista óssea, recessão gengival e formação de bolsa
periodontal. Então temos que intervir quando ta uma inflamação crônica, uma
hiperplasia e com uma perda óssea alveolar mínima. Na hora de radiografar já podemos
observar... a endo do dente, a carie, mas olhar como já esta a crista óssea, se já tem uma
reabsorção; pois as vezes temos um periodonto reduzido por trauma oclusal. (Mostra
a imagem) Foi feito uma gengivectomia, que é um tipo de aumento de coroa, que
envolve so tecido mole, e a indicação foi porque o paciente tinha muita gengiva,
espessa. O biótipo espesso da gengiva responde crescendo hiperplasiando, o biótipo
fino responde retraindo. A indicação vai do conhecimento anatômico que você tem. É
super importante o ponto de contato, pois a gengiva não recupera, se não tiver o ponto
de contato. Num caso de coroa curta, pra receber uma coroa subgengival tem que ter
no mínimo 2mm, se não tiver lança a mão do enxerto.
(Mostra imagem da linha do sorriso) Quando for fazer o preparo numa área anterior a
primeira coisa no planejamento é a linha do sorriso, o biótipo da gengiva, a margem, a
quantidade e qualidade dessa mucosa queratinizada.
Periodontia X Prótese
- Restaurações temporárias Provisórios: fazem um condicionamento gengival.
Tem alguns casos, quando fizemos o aumento de coroa clinica vamos procurar assim
que a gengiva cicatrizar, colocar uma restauração nesse dente, um ionômero de vidro,
não pode deixar aberto ate esperar a gengiva cicatrizar totalmente para restaurar. Isso
se aplica mais para as coroas totais, foi feito o procedimento cirúrgico de uma coroa
total, mesmo que seja em área posterior esse dente tem que ter o provisório, pois é ele
que vai fazer o condicionamento gengival, vai fazer com que aquela gengiva regenere,
além de proteger a estrutura do dente é pra fazer com que a gengiva fique saudável.
Então a chave para o sucesso de tratamento protético se chama restaurações
temporárias, os provisórios. Devem proteger as superfícies preparadas, apresentar boa
adaptação marginal, reestabelecer o contorno apropriado, fornecer função oclusal
adequada, apresentar estética agradável, reestabelecer o ponto de contato para não ter
problema de impactação alimentar.
(Mostra imagem do caso clinico diastema) Paciente com gengiva bem espessa, 20 mm
de gengiva queratinizada, então faremos a remoção do colarinho gengival, a
importância do ponto de contato, pois o que o paciente mais se queixava era o diastema
(ela explica o slide). Os provisórios (mostra o provisório imediato sem ponto de contato
só para o paciente sair, com uma semana quando se remove a sutura, a gengiva ainda
tá bem cruenta, moldou-se primeiro e os provisórios foram feitos em laboratórios. Aí
quando remove-se a sutura, você reembasa, que é quando enchemos mais um
pouquinho de resina; é um ajuste. É o ponto de contato que vai condicionar a gengiva
para formar a papila. Foi trocando e melhorando o provisório. (vamos ver melhor nas
fotos) Temos que devolver saúde do paciente, orientação de higiene oral, eliminação de
fatores retentivos de biofilme, confecções provisórias bem adaptadas polidas e
obedecendo as estruturas anatômicas em oclusão. Adequação do meio bucal,
exodontias, tecidos cariados, tratamentos de lesões endodônticas, isso tudo já faz parte
do planejamento global, próteses mal adaptadas, impactação alimentar. (mostra outro
caso clinico) – Preparo errado vai causar um sobre contorno gengival que vai dar
problema gengival.