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e-book
Para quem está em um relacionamento
abusivo é muito difícil enxergar com
exatidão o quanto essa relação está
fazendo mal. Você pode ter amigos ou
familiares que estão passando por isso e,
por mais que você fale, eles não percebem
e até evitam ter contato para não ouvir o
que você tem a dizer, porque dói.
Nós queremos te ajudar a abrir os olhos
da pessoa que você ama e que está nessa
situação. Dê esse e-book de presente para
ela e conte conosco como aliados para
ajudá-la a enxergar o que está passando
e o quanto tudo isso é ruim e devastador
para sua vida.
Esse e-book pode ter as palavras que ela
tanto precisa ler para entender toda a
confusão de emoções que está sentindo.
Conte com a gente.
Copyright© Relacionamento Abusivo - Quando a relação adoece, 2019.
Escritores:
BARROS, Ana. Capítulo 1: O que é o abuso psicológico na relação?, Capítulo 2: Como
identificar que você está vivendo um relacionamento abusivo?, 2019.
Cardoso, Polyana Antunes. Capítulo 13: Por que alguém que está
em uma relação abusiva se sente sem forças?, 2019.
Chartone, Valéria Valente. Capítulo 3: Um relacionamento nunca começa
sendo abusivo, pelo contrário, 2019.
Leal, Nielma. Capítulo 10: Por mais que você tente, por que nunca
está bom o suficiente para seu(a) parceiro(a)?, 2019.
Ligeiro, Cris. Capítulo 4: Nem todo relacionamento abusivo tem agressão
física, mas faz tão mal quanto!, 2019.
Limeira, Ignez. Capítulo 14: Como sair de uma relação abusiva?, 2019.
Macedo, Rose Mayre. Capítulo 5: Características e comportamentos
de um abusador ou dominador, 2019.
Pereira, Luís Cesar. Capítulo 9: Seu(sua) parceiro(a) diz que tudo o que você fala está errado? 2019.
Pinheiro, Jully Ana Leal. Capítulo 6: Ciúmes: Quando o seu convívio
com outras pessoas é um problema para o parceiro(a), 2019.
Santana, Cristina L. S. Capítulo 7: Isolamento: Como essa característica
funciona em uma relação abusiva?, 2019.
Souza, Leticia F. de Brito. Capítulo 12: Será que eu sou o(a) abusador(a) da relação?, 2019.
Sznycer, Thaymã Cavon Antunes. Capítulo 8: Humor velado: Quando as
“brincadeiras” do seu(sua) parceiro(a) machucam, 2019.
Mascotti, Thais de Souza. Capítulo 11: Autoestima e relacionamentos
sem direitos: qual é a relação?, 2019.
Responsável:
Psicóloga Nielma de B. Leal
nielmaleal@gmail.com
ÍNDICE
Capítulo 1: O que é o abuso psicológico na relação?
Ana Barros
8
Capítulo 2: Como identificar que você está vivendo um
relacionamento abusivo?
Ana Barros
13
17
Capítulo 3: Um relacionamento nunca começa sendo
abusivo, pelo contrário
Valéria Valente Chartone
Capítulo 4: Nem todo relacionamento abusivo tem agressão
física, mas faz tão mal quanto!
Cris Ligeiro
20
25
Capítulo 5: Características e comportamentos
de um abusador ou dominador
Rose Mayre Macedo
29
Capítulo 6: Ciúmes: Quando o seu convívio com outras
pessoas é um problema para o parceiro(a)
Jully Ana Leal Pinheiro
33
Capítulo 7: Isolamento: Como essa característica funciona
em uma relação abusiva?
Cristina L. S. Santana
42
Capítulo 9: Seu(sua) parceiro(a) diz que tudo o que
você fala está errado?
Luís Cesar Pereira
47
Capítulo 10: Por mais que você tente, por que nunca
está bom o suficiente para seu(a) parceiro(a)?
Nielma Leal
6
a acreditar que o parceiro(a) tem razão, que está exagerando e
levando as coisas muito a sério, mas por dentro esses comentários
vão criando um machucado muito mais profundo e doloroso do
que qualquer ferida feita na pele. Vão destruindo a pessoa aos
poucos, de um jeito tão devastador, tão profundo e sutil ao mesmo
tempo, que é difícil se defender.
Gostaria que você respirasse fundo, pois aqui você está entre amigos
e nós só queremos te ajudar, sem julgamentos, pois sabemos o
quanto uma relação dessas confunde e faz você agir de forma que
jamais imaginaria ser capaz.
7
Capítulo 1
O que é o abuso psicológico na relação?
sem pensar
Su a est up ide z Conte ao menos até três
Roberto Carlos
Se precisar conte outra vez
Você tem que acreditar em mim Meu bem, meu bem, meu bem
Quantos idiotas vivem só Mas sua estupidez não lhe deixa ver
8
Existe algo curioso sobre o tema do abuso psicológico: ainda
observa-se resistência em assumir que esse tipo de violência
existe. Atualmente, fala-se mais sobre o assunto e por ser uma
discussão recente, há quem sugira ser uma classificação “inventada”
pela sociedade contemporânea. No consultório é comum ouvir
colocações do tipo: “Os relacionamentos sempre foram assim!”,
“Meu pai agia assim com a minha mãe e viveram juntos até o final
da vida”.
Essa confusão na cabeça? Por que duvida de si? Por que não
consegue nomear o que gosta? Por que não lembra mais dos seus
objetivos de vida? Por que sente medo de falar com as pessoas ou
de se posicionar com uma opinião? Por que sente tanta tristeza?
Por que esse isolamento? Por que não acredita mais que pode
fazer algo só, sem essa pessoa? Por que não se imagina vivendo
sem ela?
9
Em geral, começa silenciosa e é gradual, o que a torna difícil de
detectar, pois tal comportamento pode ser dissimulado como
cuidado (“quem ama cuida!”), ciúme/insegurança (“não te deixo
sair com eles, pois te amo muito e não quero te perder”) e até
amor (“só te controlo porque te amo!”).
10
palavra e desconsidere o que os outros - maldosos - estão falando
“Meu bem, meu bem/ Você tem que acreditar em mim / Ninguém
pode destruir assim / Um grande amor / Não dê ouvidos à maldade
alheia /E creia”. Muito comum no abuso psicológico, esse tipo de
comportamento de negação e desvalidação faz com que a vítima
passe a duvidar de todos ao redor e coloque o abusador como único
referencial de verdade, tornando-a dependente dele e isolando-a
das pessoas próximas, como amigos e família.
11
nome. A expressão Gaslighting é utilizada desde 1960 para
descrever a manipulação do sentido de realidade de alguém, sendo
uma ardilosa forma de abuso psicológico na qual informações são
distorcidas ou seletivamente omitidas no intuito de favorecer o
abusador e com intenção de fazer com que a vítima duvide de sua
própria memória, percepção e sanidade.
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Capítulo 2
Como identificar que você está vivendo
um relacionamento abusivo?
1 • Crí t ica
Geralmente aponta o que pensa serem suas falhas para mostrar que
é melhor que você. Ataca suas vulnerabilidades, como sua forma
de falar, nível educacional, social, inteligência, relações familiares,
crenças religiosas e culturais ou aparência física.
13
4 • Trata você com sarcasmo
Toda vez que você compartilha boas notícias, responde com
sarcasmo, tirando sarro, desmerecendo suas conquistas e sem se
importar se os comentários te magoam.
6 • O afeto é condicional
Usa de indiferença quando você o(a) desagrada. Como forma de
punição, não demonstra afeto com a intenção de que você sofra.
14
8 • Compara você
Você se vê sendo comparada(o) com a(o) ex, seus amigos ou
qualquer um que conheça, apenas para envergonhá-la(o). Trabalha
para diminuir sua autoestima, dessa forma ele(a) pode se sentir
melhor sobre si mesmo.
9 • Isol a você
Isolar você da família e dos amigos é uma estratégia, uma vez que
é mais fácil manipular alguém fragilizado e que não está cercado
pelas pessoas que ama.
15
Ana Barros
Ana Zélia Damasceno de Barros Batista, Psicólo-
ga (CRP 10/4289), Palestrante e treinadora. Atua
como Psicoterapeuta em consultório particular
em Castanhal/PA, realizando atendimento pre-
sencial de adolescentes e adultos, tendo a Psi-
canálise como abordagem.
Idealizadora do movimento #30pequenasalegrias, um projeto terapêuti-
co que funciona como exercício diário para ajudar direcionar o olhar para
a própria vida e as coisas simples que acontecem.
Ainda apresenta vasto conhecimento na área da Psicologia Organizacio-
nal (empresarial), tendo habilidade na realização de palestras, treinamen-
tos e recrutamento e seleção.
É perita em avaliação psicológica e especialista na área da Psicologia do
Trânsito.
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Capítulo 3
Um relacionamento nunca começa
sendo abusivo, pelo contrário
Você já deve ter ouvido pessoas dizerem: “como ela pôde se envolver
com esse rapaz?”, ou “como ele pôde gostar de uma pessoa assim?”.
17
“ O cara que pega você pelo braço/
Esbarra em quem for que interrompa seus passos…”
18
Valéria Valente Chartone
Psicóloga (CRP 06/57727) formada pela Univer-
sidade Metodista de Piracicaba/UNIMEP, desde
1999. Tem formação na abordagem Psicanalíti-
ca e Especialização em Dependência Química.
Atua na cidade de Sorocaba/SP, com atendi-
mento na modalidade presencial e on-line. Trabalhou por muitos anos em
Clínicas e Comunidades Terapêuticas, com dependentes químicos e seus
familiares, através de palestras, dinâmicas de grupo e atendimentos indi-
viduais. Amante do ser humano, acredita na capacidade e no potencial
que cada um carrega dentro de si, busca acolher e valorizar a individuali-
dade dentro de cada processo.
19
Capítulo 4
Nem todo relacionamento abusivo tem
agressão física, mas faz tão mal quanto!
20
quero ressaltar que apesar dos estudos comprovados que 95% das
vítimas são mulheres, não vamos especificar um gênero, homem
ou mulher, e sim indivíduo como cito acima, considerando dois
seres humanos capazes de desenvolver uma postura abusiva no
relacionamento amoroso.
21
profundas na pele, é manifestada por meio de gestos, censuras,
olhares e atitudes que nada lembram a tradicional e brutal
violência física. É uma ameaça invisível e implacável, imperceptível
até mesmo para as vítimas que estão submetidas a algum tipo de
abuso emocional e psicológico.
22
besteira”. Esses são exemplos de utilização das palavras como ar-
mas e que são bastante ouvidas pelas vítimas de abuso.
23
Cris L ige iro
Cristiane Ligeiro é psicóloga clínica (CRP
06/124539), palestrante e pós-graduanda
em Psicologia da saúde/ Hospitalar pela
Famerp- Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto. Atua na abordagem
Fenômeno Existencial e Psicologia Positiva
com atendimento presencial para adolescentes e adultos, na cidade
de Catanduva, interior de São Paulo. Apaixonada por pessoas,
acredita que o ser humano está em constante transformação e com o
desenvolvimento pode encontrar sua melhor versão e modo de ser
no mundo.
25
O rel acionamento com um abusador é mui to
intenso e perturbador. Ex istem forças emocionais
profundas em ação, o que dif iculta a pessoa a
perceber cl aramente o que está acontecendo.
26
• Insiste em ter controle sobre sua vida, pensamento e
comportamento;
• Sempre faz críticas e encontra um defeito em você;
• Grita, faz ameaças de abandono ou deixar de amá-la(o),
caso não faça o que ele(a) quer;
• Faz agressões ou ameaças de violência física, mas toda
vez diz que não vai mais fazer isso;
• Tem acessos de raiva inesperadamente;
• Faz comentários depreciativos sobre você;
• Nega amor, dinheiro ou sexo como forma de punição;
• Faz você sentir que a culpa por ele(a) ser agressivo(a) ou
ameaçador(a) é sua;
• É ciumento(a) e possessivo(a);
• Exige que você renuncie a coisas que são importantes
para você, a fim de satisfazê-lo(a);
• Humilha você na frente de outras pessoas;
• Não gosta que você fale com outras pessoas, especialmente
sem a presença dele(a);
• Critica constantemente as pessoas importantes em sua
vida, como família e amigos;
• Força você a participar de atos sexuais que não quer.
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Rose Mayre Macedo
É graduada em Psicologia (CRP/RJ 55888)
pela Universidade UNIJORGE, em Salvador/
BA, e em Direito pela AEUDF, em Brasília/
DF. Perita judicial, mediadora de conflitos,
especialista em psicologia sistêmica indivi-
dual, familiar e casal, especialista em psico-
pedagogia clínica e institucional, terapeuta certificada em EMDR e
Brainspotting, Personal e Professional Coaching, cursando especiali-
zação em Psicologia Jurídica, na PUC/RJ. É também autora da cartilha
O Fim do Silêncio é Libertação – Vamos Dar um Basta na Violência
Contra as Mulheres. Possui vasta experiência em atendimento psico-
terapêutico infantil, adolescente e adulto, presencial e on-line. Com
capacitação em Intervenção em Desastres e Catástrofes Naturais,
atua como voluntária no Programa Rede Solidária da Associação Bra-
sileira de EMDR.
vou te rastrear
“Não ligue se eu lhe perguntar
Porque quem ama, cuida
Nem vá se estressar se eu quiser
Eu vou cuidar de você
saber
Todo dia, toda hora e a todo o
Com quem, aonde você tá
momento
Que hora vai voltar e o que vai fazer
Você jamais vai duvidar do meu
Não tô pegando no seu pé
sentimento
É que quando a gente quer, a gente
É de dar inveja um amor assim
vai à luta
Eu vou cuidar de você
Mas não desligue o celular, eu vou
Todo dia, toda hora e a todo
te rastrear
momento
Porque quem ama, cuida [...]
Eu sou capaz de ler até seu
[...] Ei, não é ciúme, eu confio em
pensamento
você
Só pra saber se tá pensando em
E vou tá sempre onde você estiver
mim.”
E mesmo estando ausente, eu vou
estar presente Composição: Vanessa Evelyn
Toda hora que você quiser [...]
[...] Mas não desligue o celular, eu
29
Em uma sociedade monogâmica como a nossa, a fidelidade nos
relacionamentos é considerada como essencial por muitos casais.
O medo de que o parceiro(a) se envolva com outra pessoa, seja
sexual ou emocionalmente, está presente em muitas relações.
Considera-se completamente “normal” sentir ciúme e, muitas
vezes, esse comportamento é exaltado e estimulado na sociedade.
Quem nunca ouviu frases como “Quem ama cuida”, “Quem não
sente ciúme não ama de verdade”, “Ciúme é bom para apimentar
a relação”?
Feito isso, observe a sua vida em geral. Como você está no âmbito
pessoal, social, ocupacional e familiar? Seu parceiro(a) tem
influenciado de alguma forma nesses campos a ponto de diminuir
seu desempenho nessas áreas? Caso tenha dúvidas sobre como
avaliar isso, reflita sobre as seguintes perguntas:
30
Você deixou de ver algum amigo ou familiar para não desagradar
seu parceiro(a)?
Deixou de ir àquela confraternização do trabalho porque seu
companheiro(a) não poderia ir e ele(a) não gosta da ideia de você
ir sozinha(o)? Ou ainda por não querer que você mantenha contato
com alguém que estará lá?
Você não consegue executar bem o seu trabalho por que seu
companheiro(a) vive mandando mensagens ou telefonando
enquanto você trabalha? Isso te atrapalha muito, mas você responde
para não aborrecê-lo(a)?
Quando você não o responde ele(a) liga insistentemente até
você atender?
Quando você atende exige explicações de forma agressiva,
insinua que você estava com alguém, fica com ciúme?
Ele(a) já exigiu/sugeriu que você se afastasse de alguém? Proi-
biu você de manter contato com alguém? Excluiu/bloqueou al-
guém de suas redes sociais?
Seu parceiro(a) quer controlar seus passos, suas amizades, suas
curtidas/conversas nas redes sociais, suas ligações telefônicas?
Exige ver seu celular constantemente?
Você já teve que mentir sobre onde iria ou com quem iria por-
que sabia que se falasse a verdade ele(a) não permitiria?
Seu companheiro(a) fiscaliza até suas movimentações finan-
ceiras, sua fatura do cartão, questiona onde foi feita determinada
compra, com quem você estava e por quê?
31
Se a resposta para a maioria dessas perguntas foi positiva, é sinal que
seu companheiro(a) está tentando controlar você. Muitas pessoas
passam por isso sem perceber devido à romantização do ciúme.
Fique atenta(o) aos sinais. Não é fácil sair de um relacionamento
abusivo, mas não é impossível. Se necessário, procure ajuda
profissional e mantenha-se perto de pessoas especiais para você.
33
confrontado, ele argumentava que só falava para o bem de todos,
afinal eles poderiam progredir.
34
quando ela voltou de uma visita aos pais, ele reclamou que ela
estava abandonando a casa. Não satisfeito com tudo o que dizia a
ela, em um almoço de domingo na casa dos sogros ele apresentou
todas as suas considerações aos presentes na mesa e acabou
criando uma discussão gigantesca, foram embora mais cedo e
ele ficou meses sem ir lá. Ele sugere que eles possam viajar mais
aos finais de semana e, quando não o fazem, convidam amigos
para almoçar. Em uma dessas ocasiões ele constrange a esposa
reclamando do seu tempero na frente de todos, dizendo que a
mulher não foi ensinada a cozinhar porque a família queria que
ela estudasse e os tirasse “do buraco”. Envergonhada, ela vai para
o banheiro chorar.
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Reflet indo:
O abuso é uma relação de poder na qual encontramos um
dominante e um dominado. Na maioria dos casos ele se inicia
leve e sútil, possivelmente também surgem desconfianças
disfarçadas de “proteção”, como aplicativo de rastreamento e
livre acesso a senhas das redes sociais. O dominante afirma que
as ofensas são brincadeiras e faz até comentários nos quais
coloca em dúvida o caráter ou a inteligência do dominado.
As ações que promovem o isolamento têm por objetivo
deixar a pessoa sem rede de apoio, gerando sentimento
de impotência ou a fantasia de extinção do sofrimento, se
tornando dependente.
36
Crist ina L. S. Santana
Psicóloga (CRP: 06/105076), Palestrante,
Escritora e Supervisora Clínica. Atua na ca-
pital de São Paulo, criando ações direciona-
das às mulheres com sofrimento em seus
relacionamentos amorosos e autoconheci-
mento. Seus atendimentos são realizados
presencialmente e on-line para o público adulto e infantil, além da
avaliação psicológica para cirurgia bariátrica. Idealizadora do Espaço
Semeando de Saúde Física e Mental, onde são ministrados cursos
de capacitação e palestras gratuitas a fim de fomentar informação
e, especialmente, aproximar a psicologia da população. Coautora do
livro A Arte De Ser Mulher. Voluntária da campanha Janeiro Branco
desenvolvendo ações de promoção da saúde mental na Zona Sul de
São Paulo.
38
Nestas ações, incluem-se: ameaças, chantagens, discriminações,
humilhações, críticas, ofensas, constantemente gritar, menosprezar,
enganar, privar da liberdade, estabelecer confinamento doméstico,
expor publicamente, etc. Dentre as modalidades de violência e
agressão, é a mais subjetiva e difícil de ser identificada. Em contexto
familiar, filhos registram a forma como o pai e a mãe tratam um ao
outro, a forma como cada um trata a si mesmo e a forma como
tratam outras pessoas. Frases como “sua mãe não sabe fazer nada
direito!” são alguns dos exemplos mais simples de agressão velada.
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risos depois de pronunciadas, mas ferem a autoestima de quem
as ouve. Entretanto, todos estão suscetíveis a serem vítimas de
violência psicológica, independentemente de gênero, orientação
sexual ou idade. Existem relatos até mesmo de ameaças como
“você tá reclamando desse roxinho?! Para de ser dramática!” e
“se você fizer tal coisa, eu te mato!” acompanhadas de risadas!
Como alguém pode ameaçar a minha integridade física ao nível
mais extremo e rir ao mesmo tempo? São atitudes incongruentes,
passivo-agressivas, o que favorece a sua difícil identificação como
violência por parte da vítima.
40
Thaymã Cavon Antunes Sznycer
Psicóloga (CRP 08/27038). Segue linhas de
pesquisa focadas nos seguintes temas: gê-
nero, combate à violência, famílias e violên-
cia contra as mulheres.
Atua como colaboradora no Projeto “Viva
em Paz”, realizado pelo Centro Judiciário de
Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da comarca de União da
Vitória/PR. O projeto visa desenvolver ações de prevenção à violên-
cia doméstica, proporcionando de forma gratuita um espaço de aco-
lhimento e de trabalho psicoterápico coletivo contínuo a indivíduos
que são acusados da prática de violência doméstica.
“Existem mulheres que são uma beleza, mas quando abrem a boca,
humm, que tristeza! O problema é o que elas falam que não dá pra
aguentar. Nada na cabeça, personalidade fraca. Produzidas com
roupinhas da estação, que viram no anúncio da televisão”.
Trazendo isso para nosso dia a dia, vemos situações onde uma
das partes em um relacionamento julga a outra se baseando em
valores e, notando divergências, desvaloriza e condena através da
crítica, velada ou não, ou usa de qualquer ferramenta que faça com
que seu par se sinta mal e errado em pensar e dizer algo diferente.
42
Para exemplificar, vamos tomar o casal Duda e Sam. Duda trabalha
em uma multinacional e tem como plano de vida atingir altas
patentes hierárquicas na carreira. Sam também trabalha, mas não
aspira grandes cargos na companhia, já que sua realização pessoal
está no contato constante com a família, com seu lazer e com a
natureza. Adora trabalhos manuais como crochê e quebra-cabeças.
Em uma discussão, Duda acusa Sam de não ter ambição. Fala que
tudo o que Sam faz na vida é bobagem e que deveria se inteirar mais
nos tempos modernos. “Onde já se viu fazer crochê? Parece uma
pessoa do século passado!”, acusou Duda em determinado ponto.
43
de vista estão corretos. Óbvio que apenas em sua visão deturpada.
Contudo, Duda não percebe que, ao criticar o outro e dizer que ele
está errado, está, na verdade, julgando os valores do mesmo.
Imagine que Duda ame comida italiana e Sam odeie. O casal terá que
achar um meio termo caso Duda queira ir a uma cantina. Concessões
terão de ser feitas de ambas as partes para um bom convívio.
44
Salvo exceções, com risco real, como situações geradas por drogas,
crises ou surtos psiquiátricos ou onde haja legítima falta de
discernimento, não há qualquer motivo para que um faça com que
o outro se cale de si mesmo.
45
Luís Cesar Pere ira
Terapeuta Transpessoal e Autor pela Editora
Vida & Consciência. Oferece serviço de
atendimento terapêutico on-line. Através
de sua própria história de vida, entendeu
que tudo é funcional e que é possível
mudar crenças e padrões de forma rápida e
eficiente, usando técnicas e ferramentas da Gestalt Terapia, Soma
Terapia, Análise de Sonhos pela interpretação Junguiana, entre
inúmeras outras.
Skype: dinamicadoser
Celular: (11) 9.8099-8000
E-mail: contato@dinamicadoser.com.br
Site: www.dinamicadoser.com.br
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Instagram: @dinamicadoser
Youtube: Dinâmica do Ser Desenvolvimento Pessoal
Capítulo 10
Por mais que você tente, por que nunca está
bom o suficiente para seu(a) parceiro(a)?
47
muita atenção ou estava sendo muito descuidada(o) nesse aspecto.
Ok, tudo foi ouvido, colocado em prática e o que você esperava?
Menos brigas, mais elogios e mais tranquilidade nessa relação. E
o que você recebeu? Mais coisas para melhorar, mais coisas que
você ainda não é boa(bom) o suficiente, as mudanças que você já
tinha colocado em prática não são percebidas e nem levadas em
consideração, ou elas também acabam sendo criticadas de uma
maneira diferente, mas sempre são criticadas.
“Quando isso vai parar? Até quando terei que me adequar? Parece
que nunca consigo atingir as expectativas que ele(a) tem!”
48
Repito: isso é um jogo e o único ganhador é o abusador. Você não
tem chances, porque ele sempre vai subir a aposta, ele é quem
faz as regras. Esses parâmetros que o abusador coloca para você
atingir são as expectativas dele, isso não significa que é a melhor
escolha para você.
Perceba, quando você fica tentando alcançar aquilo que ele quer,
acaba se distanciando aos poucos de quem você é de verdade.
Pense comigo, quem você era antes dessa relação?
49
te! Ande de mãos dadas e lute por ela. Enquanto vocês estiverem
juntas, ninguém mais poderá dizer quem você deve ou não ser.
Nielma de B. Le al
Psicóloga (CRP 06/138464) e Palestrante.
Formada na Terapia Cognitivo Comporta-
mental. Oferece serviço de atendimento
psicológico on-line. É idealizadora do Proje-
to Permita-se, que tem como objetivo apro-
ximar a psicologia das pessoas de um jeito
leve, agradável e de fácil compreensão a partir das redes sociais. Pa-
lestrante e treinadora há muitos anos, ama passar conhecimento e
inspiração para as pessoas a partir de um conteúdo de qualidade,
proporcionando um novo olhar aos participantes.
51
quais passamos, vamos nos diferenciando uns dos outros, criando
uma referência individual de nós mesmos, que pode ser tanto
positiva como negativa. E no decorrer de nossas experiências, esse
sentimento vai se modificando.
52
Todavia, o sentimento de autoestima elevada pode estar associado
a outros sentimentos que podem servir como fatores de proteção,
como a autoconfiança. Assim, quando uma pessoa tem uma maior
rede de apoio e sentimentos mais elevados de autoconfiança e
autoestima, tem mais propensão a abandonar um relacionamento
abusivo do que uma pessoa que esteja com estes sentimentos
fragilizados. Ao sentir-se insegura ou inferior, a pessoa pode evitar
se expor a novas experiências, exatamente o que poderia ajudá-la a
desenvolver novas habilidades e elevar o sentimento de autoestima.
53
“Por sua causa, eu acho difícil confiar. Não só
em mim mesma, mas em todos a minha volta”
(Because of you, Kelly Clarkson)
54
Thais de Souza Mascot t i
Psicóloga (CRP 07/137999), Mestranda em
Psicologia do Desenvolvimento e Aprendi-
zagem (UNESP) e pesquisadora no Labora-
tório de Aprendizagem, Desenvolvimento
e Saúde (LADS), parte integrante do Institu-
to Nacional de Ciência e Tecnologia sobre
Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE). Idealizadora do
Projeto Psicologia Conecta, que compartilha conteúdos gratuitos em
psicologia. Seu trabalho visa proporcionar um espaço seguro de di-
álogo e condições para o desenvolvimento pessoal e profissional de
jovens e adultos. Você pode encontrar mais conteúdos gratuitos da
autora ou entrar em contato com a mesma em:
Site: www.thaismascotti.com.br
E-mail: thaismascotti@gmail.com
Instagram:@psicologathaismascotti
Capítulo 12
Será que eu sou o(a) abusador(a) da relação?
Faço essa pergunta pelo motivo que muitas vezes o abusador não
percebe que determinados comportamentos podem estar restrin-
gindo a liberdade de seu parceiro(a) e levando o seu relaciona-
mento para o declínio.
56
fazer com esse objeto o que bem entender, manipulando-o de uma
forma que todas as suas vontades sejam realizadas, em todos os
momentos que considerar necessário.
Alguns exemplos que posso lhe dizer são: escolher o tipo de roupa
que a pessoa deve usar, decidir quem irá fazer parte do ciclo de
amigos, desconfiança em excesso, querer que as coisas aconteçam
somente do seu jeito, entre outros.
57
se sentir culpado(a) pela situação atual do seu relacionamento,
preferir não questionar para não causar brigas e afins.
58
Sugiro que reflita sobre essas questões para que consiga encontrar
respostas e, a partir daí, mudar os seus comportamentos no
relacionamento, fazendo dele uma relação de companheirismo
e parceria, reforçando o que há de bom entre ambas as partes,
procurando alternativas quando houver dificuldades e não apenas
vivendo na busca da perfeição no seu companheiro(a). Porque
ninguém é perfeito, nem o outro e nem você!
60
nem sempre sabemos que estamos vivendo um relacionamento
sufocante, sendo vítimas de uma união agressiva psicologicamente,
deixando a mente paralisada diante dessa situação, sem forças
para aceitar e reconhecer que os abusos são ofensivos.
61
profissional te ajudará a cuidar de sua mente e emoções, buscará
entender seus sentimentos diante do relacionamento e as
consequências que isso causou. Esse momento ruim deixará de
existir e a terapia pode evitar que outro relacionamento abusivo
faça parte da sua vida.
Até agora vimos várias situações que nos mostram quando estamos
em um relacionamento abusivo. O pior é que muitas vezes nem
percebemos ou damos a devida importância. Achamos que é assim
mesmo, “normal”. Só que não... Vejo em meu consultório muitas
mulheres feridas por palavras mentirosas e atitudes maldosas
daquelas que, supostamente, deveriam ser as pessoas que mais
as valorizam. Isso é muito triste! Mas não é o fim do mundo,
definitivamente! Podemos e devemos reagir a isso.
63
um Psicólogo, busque um familiar íntimo ou amigo próximo, com
quem você possa conversar abertamente e que possa apoiar você
no que precisará ser feito.
64
nós há muitos recursos pessoais, dos quais precisamos lançar mão
ao longo da vida para superar diversos obstáculos. Basta que os
tiremos de dentro do baú! Eles estão lá, dentro de nós.
Tendo isso em mente, fica mais fácil não aceitar comentários que nos
depreciam e nos humilham, nos fazendo sentir pessoas sem valor.
Quando esses comentários vierem novamente, conseguiremos
rejeitá-los e começaremos a ver, no outro, o quanto aquilo que
ele está nos falando é relacionado aos problemas dele, e não aos
nossos. Precisamos estar atentos aos mecanismos de manipulação
psicológica, que tanto nos acorrentam a uma situação de eternas
vítimas perdedoras e não mais nos rendermos a eles.
65
criar um álibi antes, para atacar depois. É crucial que possamos
prestar atenção a isso e denunciar esse comportamento de forma
transparente.
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Igne z L ime ira
A Psicóloga Ignez Limeira (05/13555) é
Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-Rio
– linha de pesquisa: Casal e Família. O tema
de sua tese foi: Recasamento com o ex-côn-
juge: um processo de reconstrução conjunta
da relação conjugal. É Mestre pela UFF, es-
pecialista em Psicoterapia de Casal e Família pela PUC-Rio e em Tera-
pia Familiar Sistêmica Breve pela Núcleo Pesquisas, sob a supervisão
do Dr. Moisés Groisman; e Coach pela Corporate Coach University.
Atende como psicoterapeuta no Rio de Janeiro, nos bairros da Barra
da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, a indivíduos, casais e famílias,
utilizando as abordagens Sistêmica, EMDR e Brainspotting. Também
atende por Skype e tem inglês fluente, o que viabiliza atendimento a
nativos de língua inglesa.