Você está na página 1de 36

MATERIAIS MAGNÉTICOS

MATERIAIS MAGNÉTICOS

Tópicos:

 Electromagnetismo (interacção de correntes eléctricas);

 Campo magnético como forma especifica de existência da


matéria;

 Características Fundamentais;

 Classificação dos Materiais Magnéticos;

 Aplicação dos Materiais Magnéticos


MATERIAIS MAGNÉTICOS

Electromagnetismo

Interação de correntes eléctricas

Comecemos por observar o que acontece a dois condutores com


corrente eléctrica quando os aproximamos um do outro.

Tomemos duas bobinas iguais com enrolamentos de fios


metálicos e suspendemo-las de maneira a deixar duas saídas
para o circuito eléctrico;
MATERIAIS MAGNÉTICOS

As bobinas terão de ficar ainda alinhadas no mesmo eixo.

Figura 1.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Liguemos os circuitos com as bobinas incluídas a correntes


eléctricas do mesmo sentido. Verificamos que as bobinas se
atraem (Fig. 1, a).

Se, no entanto, as correntes nas bobinas forem de sentidos


contrários, então elas repelem-se (Fig. 1, b). Igual comportamento
terão dois condutores lineares, colocados paralelamente um ao
outro.

Assim, correntes com o mesmo sentido atraem-se, correntes de


sentido contrário repelem-se.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Por este motivo, quando dois condutores se encontram a uma


pequena distância um do outro, entre eles existe uma interacção
que não tem explicação na existência de campo eléctricos entre
eles, uma vez que condutores onde circula corrente eléctrica são
praticamente neutros.

Isto significa que em redor de um condutor com corrente eléctrica


deve existir um campo de uma outra natureza, pois se fosse o
campo eléctrico actuaria sobre cargas em repouso, coisa que
não acontece como a experiência mostra.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Campo magnético como forma especifica de existência da


matéria.

Designemos por campo magnético, o campo por intermedio do


qual se realiza a interacção de correntes eléctricas à distância, ou
seja toda região do espaço onde se manifestam forças
magnéticas.

Verificou-se experimentalmente que o campo magnético é criado


por cargas eléctricas em movimento ou por uma variação do
campo eléctrico e actua apenas sobre cargas que se deslocam.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Assim, só será possível detectarmos a existência do campo


magnético em uma determinada região do espaço se
introduzirmos nessa região condutores com corrente eléctrica ou
cargas eléctricas em movimento.

O campo magnético associado a condutores com corrente


eléctrica foi detectado pela primeira vez em 1820 pelo físico
Dinamarquês G. Oersted.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

ÍMANES

Certos corpos, a que chamamos ímanes, têm a propriedade de


atrair partículas de ferro.

A magnetite, que é um minério de ferro tem essa propriedade: é


um iman natural.

Os ímanes obtidos de aços especiais e de substâncias


aglomeradas que têm como base o óxido férrico, depois de
sofrerem certos tratamentos para sua magnetização são imanes
artificiais .
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Com base nas propriedades dos ímanes, poderemos concluir que


em seu torno existe um campo magnético.

Vejamos as questões que se levantam neste momento.

1) Poderemos nós concluir que a natureza do campo magnético


é igual, tanto para campo existente em torno de um íman,
como em torno de um condutor com corrente eléctrica?
Estaremos, realmente, em ambos os casos na presença de
um campo magnético?

2) Sendo a resposta à primeira questão afirmativa, como explicar


em relação aos ímanes a afirmação que campo eléctrico é
criado exclusivamente por cargas em movimento?
MATERIAIS MAGNÉTICOS

As experiências de Oersted demostraram a natureza única do


campo magnético, quer seja criado por um condutor com corrente
eléctrica, quer por um íman.

Ampére deu resposta a segunda questão levantada. De acordo


com a teoria de ampére, no interior dos ímanes existem
correntes moleculares (microcorrentes) em tudo análogas às
correntes eléctricas em circuitos fechados.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Como se veio a descobrir mais tarde, estas correntes são


originadas pelo movimento orbital dos electrões no interior dos
átomos. Isto significa que, geralmente, em torno de uma molécula
(átomo) existe um campo magnético.

Deste modo, uma substência possuirá propriedades magnéticas


de acordo com a sua estrutura interna;

As propriedades magnéticas variam com o caracter do movimento


dos electroes no interior das moléculas e a distribuição destas
ultimas em relação umas as outras.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

O ferro revelou ser, neste sentido, o material com características


mais peculiares.

Os seus átomos possuem campos bastante intensos e, uma vez


distribuídos numa estrutura regular que favoreça a sobreposição
dos seus campos magnéticos, em torno de um pedaço de ferro,
criar-se-á um campo magnético macroscópico resultante da soma
dos campos microscópicos.

A corpos ou materiais desta natureza da-se o nome de ÍMANES


MATERIAIS MAGNÉTICOS

Por outo lado, se as moléculas estiverem, como acontece


geralmente, distribuídas caoticamente, os seus campos
magnéticos acabarão por se destruir mutuamente, resultando um
campo magnético total nulo.

Mergulhando um pedaço de ferro nestas condições num campo


magnético, por exemplo, no interior de uma bobina com corrente,
conseguiremos magnetizar o pedaço, ou seja, ordenar as suas
moléculas sob acção do campo magnético exterior.
MATERIAIS MAGNÉTICOS

Um objecto fabricado com determinadas qualidades de aço não


perde a sua magnetização, mesmo depois de retirado de um
campo magnético exterior, transformando-se assim num íman
permanente.

Um íman permanente atrai a si corpos que contenham ferro.

A acção magnetizante concentra-se principalmente nas


extremidades do íman, geralmente chamadas pólos magnético.
Definição

Chamamos Magnéticos os materiais que, quando sujeitos à acção


de um campo magnético externo, ficam magnetizados, isto é,
adquirem propriedades magnéticas especiais.

Exemplo: O ferro, o níquel, o cobalto e diversas ligas a base de


ferro tecnologicamente puro.
Características Fundamentais

As propriedades dos materiais magnéticos são avaliadas através


das grandezas chamadas características magnéticas, de entre as
quais as fundamentais são as seguintes:

 Permeabilidade magnética;

 Indução de Saturação;

 Indução magnética residual,

 Coeficiente de rectangularidade;
Permeabilidade Magnética

A permeabilidade magnética ou (permeabilidade magnética


relativa) é uma grandeza adimensional que faz parte da formula que
exprime a permeabilidade magnética absoluta, em H/m:

µa = µo.µ

Onde :
µo é a constante magnética igual a 1,256637.10^-6 H/m
Definição

A permeabilidade magnética é uma grandeza que determina a


susceptibilidade de um dado material de ser magnetizado.

Quanto maior for o valor de µ, mais susceptível de magnetização


é o material, e vice-versa, quanto menor for o valor de µ, menos
susceptível ele é. A permeabilidade magnética depende
consideravelmente da intensidade do campo “H” que actua no
material.
Portanto para avaliar a susceptibilidade do material se magnetizar
é necessário ter em consideração a permeabilidade magnética

inicial µin e permeabilidade magnética máxima µmax.

Quanto maiores forem os valores destas características de um

dado material, mais susceptível este é de ser magnetizado .


Todo material magnético possui propriedades magnéticas apenas
até certo valor da temperatura (dita temperatura de Curie θc), a
partir da qual o dado material perde suas propriedades magnéticas,
isto é torna-se insusceptível da magnetização, fenómeno que se
deve à desorientação dos domínios internos de magnetização
causada pelo movimento térmico intensivo dos seus átomos e
moléculas.
Exemplo:

Algumas ferrites perdem as suas propriedades magnéticas com


θc= 45 °C.

Mas existem, em contrapartida, alguns materiais em que a


temperatura de Curie é θc= 1131 °C, como o cobalto.
Indução de saturação (Bs)

O comportamento de dado um material magnético no seio de um


campo magnético é determinado pela curva de magnetização inicial
(fig.2) que põe em evidência a variação da indução magnética B no
interior de um dado material magnético em função da intensidade H.

Figura 2.- Ciclo de Histerese


A análise da curva permite tirar a conclusão de que :

• A indução magnética num, período inicial, aumenta, mas depois,


este aumento é retardado e, a partir de indução Bs , o seu valor
permanece constante. Neste caso, diz-se que o material magnético
atingiu a saturação;

• Quanto maior for o valor da grandeza Bs, melhores são as


características do material magnético;

A indução magnética é avaliada em teslas (T).


Indução magnética residual (Br ) e força coerciva (Hc)

Se magnetizarmos uma amostra de material magnético, fazendo


aumentar continuamente a intensidade do campo magnético dado
H, a indução magnética B também crescerá continuamente segundo
a curva de magnetização que tem a sua origem no ponto 0 (fig 1) e
termina num ponto que corresponde a indução de saturação Bs.

Com a diminuição da intensidade H a indução magnética diminui


também.
No entanto, a partir de um determinado valor de Bm , os valores
de indução deixaram de coincidir com os valores desta
característica na curva de magnetização inicial, e , quando a
intensidade do campo magnético for nula, no seio do material
magnético verificar-se-á uma certa indução magnética residual Br.

Para se poder desmagnetizar o material magnetizado, é necessario


que a intensidade do campo magnético adquira o sinal contrario (-
H).

A intensidade do campo Hc que torna a intensidade nula tem o


nome de força coerciva.
Se depois disto, magnetizarmos a amostra de material magnético
no sentido oposto, o material voltará a atingir a indução de
saturação (-Bs).

Diminuindo depois a intensidade do campo magnético até ao valor


H=0 e procedendo a uma nova magnetização no sentido original, a
indução continuará a crescer sem interrupção até ao valor da
indução de saturação Bs.

Daqui resulta um ciclo fechado que se chama ciclo limite ou ciclo


estático, ou ainda, ciclo de histerese
Coeficiente de rectangularidade

Indica até que ponto é rectangular o ciclo limite de histerese sendo


calculado por meio da seguinte forma:

αr = Br /Bm
Quanto maior for o valor de αr mais rectangular é o ciclo de
histerese.
Se submetermos um dado material ao efeito dum campo
magnético variável, obtemos uma curva de magnetização dinâmica
e um ciclo de histerese dinâmico.

O ciclo de histerese dinâmico abrange uma superfície um tanto


maior do que a superfície correspondente a ciclo de histerese
estático.
Pois que no material, quando sujeito a um campo magnético
variável, se verificam, além das perdas causadas pela histerese, as
perdas produzidas pelas correntes de Foucault e devido a
magnetização residual.
Classificação do Materiais Magnéticos

Todos materiais magnéticos, conforme o seu comportamento no

seio do campo magnético, dividem-se nos dois seguinte grupos


fundamentais:

- Materiais Magnéticos Macios ;

- Materiais Magnéticos Duros ;


Materiais Magnéticos Macios

São grandes os valores da permeabilidade magnética inicial e


máxima e pequenos os valores da força coerciva (Hc < 40 A/m).

Trata-se de materiais susceptíveis tanto de magnetização como de


desmagnetização e pouco afectados pela histerese, isto é,
corresponde-lhes um ciclo de histerese estreito.
Os valores característicos de materiais magnéticos macios
dependem da pureza química e do grau de distorção da sua
estrutura cristalina.

Os materiais magnéticos macios empregam-se no fabrico de


núcleos de maquinas eléctricas, transformadores, relés e outros
aparelhos eléctricos.
Materiais Magnéticos Duros

Possuem grande força coerciva (Hc > 40 A/m), e elevada indução


residual .Correspondendo-lhes um ciclo de histerese amplo.

São materiais pouco susceptíveis de magnetização, mas, depois


de magnetizados, podem conservar durante muitos anos a sua
energia magnética, isto é, servir de campo magnético constante.

Usam-se, amplamente, no fabrico de ímans permanente


Materiais Magnéticos Duros

Usam-se, amplamente, no fabrico de ímans permanente


FIM

MUITO OBRIGADO

Você também pode gostar