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SEGUNDA-FEIRA, JUNHO 08, 2009

Sócrates e os Sofistas
Quero brindar vocês com um dos meus melhores trabalhos na época da graduação. Claro que é uma coisa despretensiosa, mas pode ajudar
muito quem está começando a filosofar. De fato, faz parte do espírito deste blog, estender a mão para os que começam a labuta filosófica,
assim como eu comecei um dia. Então, aqui vai o texto:

1. Sócrates e os Sofistas

Sócrates revolucionou o mundo com seu mode de pensar. Sua filosofia se diferenciou dos pré-socráticos com um jeito novo de se chegar à
verdade. Esse jeito novo consiste em reconhecer primeira a própria ignorância para partir em busca do saber. Frase celebre que conhecemos
exemplifica isso: "Sei que nada sei".

Seu método parte da destruição daquilo que não é verdade. É através de perguntas que Sócrates leva muitas vezes o oponete a reconhecer
sua ignorância desmontando suas certezas.

Ao entrar no templo de Apolo Delfo, se deparou com um oráculo inscrito na porta que dizia: "Conhece-te a ti mesmo". Uma voz misteriosa em
seu interior, que ele chama de daímon, revelou que essa seria a sua missão. A partir daí, Sócrates se dedicou a filosofia.

Na política não se tornou muito atuante. Sempre que era convidado para presidir às assembléias de julgamento, cumpria com seu dever de
cidadão ateniense, mesmo que na maioria das vezes, vota-se contra a condenação de alguns prisioneiros injustamente condenados.

Como já foi dito, Sócrates destrói o saber por meio de perguntas para reconstruí-lo na procura da definião do conhecimento. E Platão ilustra
bem isso em seus diálogos. É bom lembrar também que Sócrates às vezes nunca chegava na resposta definitiva. Em busca do conceito, suas
discussões acabavam levando a nenhuma conclusão definitiva.

Sócrates está à procura do logos, o sentido do ser em si mesmo. O logos filosoficamente falando é a razão que se dá de algo, ou o que hoje
chamaríamos de conceito.

Os sofistas viveram em uma época áurea da cultura grega. O século de Péricles onde a democracia em Atenas desenvolveu intensa vida
cultural e artística.

Sofista etimologicamente significa dizer apenas "intelecutal que sabe falar". Posteriormente adquiriu um sentido pejorativo de "alguém que usa
de raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção de enganar".

Ao longo dos anos, os sofistas sempre foram mal interpretados devido a criticas feitas por Sócrates e Platão. Entretanto, vem se resgatando
desde o século XIX a importância de seu pensamento. Hegel reabilita os sofistas denominando a expressão Aufklärung grega para definir o
período iniciado por eles.

Sábios e pedagogos, os sofistas contribuíram muito para o ensino. Formaram um currículo de estudos que foi resgatado no período medieval.

Talvez o que mais escadalizava seus contemporâneos seja o fato de que eles cobravam pelas aulas e por isso Sócrates os acusava de
protituição. Por não serem suficientemente ricos para filosofarem descompromissadamente, faziam da aula seu oficio.

Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a cidadania numa democracia direta. Também davam aulas de
retórica, que consistia em defender e a atacar com argumentos de igual força o mesmo assunto. Isso dava impressão de serem mau caráter,
defendiam algo por interesse próprio.

Entretanto, os melhores sofistas buscavam aperfeiçoar os instrumentos da razão. Para ele não basta dizer o que se considera verdadeiro, mais
é preciso demostrá-lo pelo raciocínio.

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