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TEOLOGIA FUNDAMENTAL
“estando sempre pronto a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede” (1Pd 3,15)
Descrição: A Teologia fundamental é a disciplina que tem o objetivo de estabelecer as primeiras bases
racionais do estudo teológico, em outras palavras, os pontos de partidas da Teologia. Assim, neste minicurso
será apresentado os principais elementos para se compor o saber teológico.
O que é Teologia?
Composta de duas palavras gregas (Theos e logos), a teologia, etimologicamente, é um tratado sobre Deus.
Neste sentido, antes de ter sido usada pelos autores cristãos, foi usada pelos escritores gregos, o que significa
que se pode e se deve distinguir entre uma teologia natural (teodiceia) e uma teologia sobrenatural. Outro
sinônimo seu, em uso desde o tempo da Escolástica, é o de "doutrina sagrada".
Refletir um Encontro
A Razão Atenta
No fundo, a teologia é a tentativa de pôr ordem e unidade no conjunto do plano de salvação de Deus,
manifestado e comunicado aos homens no decorrer da história. É Deus e o seu mundo submetidos à atenção
da razão humana, a fim de Lhe captamos as suas pulsações interiores e assim podemos dar uma solução aos
problemas fundamentais do homem.
Componentes Essenciais
A teologia, além de ler no passado, tem também o encargo de atualizar as verdades da fé para os homens de
cada época, respondendo às suas perguntas, inquietações e esperanças, com a linguagem que lhes é própria.
Para tal, é preciso um olho retrospectivo, que olha para a revelação e a fé; e um prospectivo, que se lança
para o presente e o futuro, a fim de os iluminar com a luz da fé. Duas tarefas que, unidas, formam a chamada
hermenêutica e que exigem do teólogo o difícil e arriscado empenho de conjugar a fidelidade e a
criatividade.
Contínua Atualização
Não nos podemos limitar a dizer que a teologia é a fé que procura compreender. Ela é também o esforço
permanentemente renovado de atualização.
Nesta sua função, ela sente a necessidade da ajuda que lhe podem oferecer as ciências humanas, em especial
a filosofia. Na verdade, a teologia exerce uma função de mediadora entre a Igreja e o mundo e a cultura do
momento.
Fontes da Teologia
O projeto divino da Revelação realiza-se ao mesmo tempo "por ações e por palavras ligadas entre si e que se
iluminam mutuamente". Por etapas Deus vai se revelando e pedagogicamente conduz seu povo a acolher
esta sua auto-revelação que culmina na pessoa e missão de Jesus de Nazaré, seu Verbo encarnado.
Mediar e Interpretar
A revelação, que é a automanifestação de Deus pela comunhão, não se realiza em estado puro. Ela exige
sempre uma mediação, uma interpretação, uma aceitação por parte da pessoa (ou da comunidade) que a
recebe. Esta recepção é hoje considerada como elemento constitutivo da própria revelação. Assim, por
exemplo, o Novo Testamento não é só palavra que cai do alto, mas também um eco vivo da Igreja primitiva
que a recebeu, viveu e transmitiu. a Tradição não é senão o modo concreto como a comunidade crente
escutou, em cada época, a revelação.
Tradição Apostólica
A Sagrada Escritura não é uma cristalização direta da comunidade apostólica, realizada sob o carisma da
inspiração e a vigilância dos apóstolos. Por conseguinte, não podemos estar seguros de encontrar nela, total
e explicitamente, o pensamento e a prática da Igreja Apostólica... É aqui que se torna necessário recorrer à
tradição eclesiástica, a fim de nos esclarecermos sobre as fontes escriturísticas.
Tradição Pós-Apostólica
A tradição pós-apostólica (ou eclesiástica) é o modo como a Igreja compreendeu a revelação ao longo dos
séculos, em função dos novos problemas da Humanidade: uma atualização contínua, sob a bandeira da
fidelidade e da criatividade. Se, quanto à sua etapa constitutiva, a revelação ficou encerrada para sempre
com a morte do último apóstolo, a sua atualização, no seio da Igreja, nunca termina. A fidelidade ao passado
jamais pode eliminar o dever para com o presente.
O dogma é em si mesmo imutável, embora se possa falar de evolução do dogma, no sentido em que este não
se considera como uma fórmula estática e absolutizada, mas aberta ao progresso e que pode, por isso
mesmo, ser integrada, aprofundada ou ainda, em último termo, substituída por uma expressão melhor e mais
compreensível.
Cristo é o centro, o objetivo e a plenitude da Os grandes teólogos são pessoas de intensa vida
Revelação. A fé da Igreja confessa e anuncia que a espiritual. A fé vivida é a alma da teologia e, por
autocomunicação de Deus se deu em plenitude na isso, esta deve ser feita “de joelhos”, orando. De
pessoa histórica de Jesus Cristo, mediador entre o fato, só uma teologia genuflexa (Han Urs von
Pai e a Humanidade, pois o “Verbo se fez carne”. Balthasar) pode obter do Espírito o dom de uma
É por isso que, na perspectiva cristã, toda a Bíblia mente iluminada.
deve ser lida à luz de Cristo, de sua palavra e de
sua vida.