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6. Os princípios, que correspondem na terminologia de Dworkin, a “argumentos a
favor de direitos fundamentais”, são absolutamente necessários numa ordem constitucional
livre e democrática. Correspondem a uma “força categórica”, no sentido que lhe dá Kant, já
que a ordem jurídica não se justifica por si própria. Necessita do recurso aos princípios
jurídicos.
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“direito em ação”, o direito criado e aplicado pelo juiz, mas também aplicado pela
administração e autoridades administrativas.
15. O sistema é:
• um mecanismo de redução da complexidade do real, ou
• uma ordem de conhecimento segundo um ponto de vista unitário
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Exemplificando: capítulo I, as fontes clássicas de produção jurídica, capítulo II, as
decisões judiciais (: standards jurisprudenciais), capítulo III, os princípios jurídicos, e assim
sucessivamente, como “obra de um único autor”, a “comunidade jurídica personificada”,
isto é, a República (: todos nós).
19. Nisto consiste o “direito como integridade”: a busca de uma conceção coerente e
racional de Justiça, o que nos remete para um “direito em acção”, vivente, quando aplicado
aos casos práticos e reais da vida vivida. Um “case law” ou “Fallnorm”. Mais do que um
“direito da regra”, um “direito do caso”.
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Assim sendo, qual é para Dworkin a “melhor teoria jurídica” (the soundest theory of
law)?
Aquela que dá “directivas” ou “pontos de apoio” (guidelines) e a “resposta correcta” (right
answer) ao juiz para a resolução dos “casos difíceis” (hard cases) é a que permite passar da
ordem para o sistema jurídico, segundo um modelo composto não apenas de regras, mas
também de princípios jurídicos.
O que compreende Dworkin por “princípios jurídicos”?
Os “argumentos a favor dos Direitos Fundamentais”.
Como é que não deve ser vista a dinâmica do modelo de regras e princípios
jurídicos?
Não deve ser vista em abstrato. Compreende-se melhor em caso de conflito ou colisão
prática.
Assim:
- Conflito de regras
as regras apelam a uma vinculação jurídica geral; correspondem a um mandato definitivo,
casos de aplicação de tudo ou nada (all or nothing fashion);
Como se resolve o conflito entre duas regras jurídicas?
Resolve-se pela declaração de validade/invalidade jurídica.
E se uma regra legal se mostrar desconforme com uma norma constitucional?
Prevalece a NORMA CONSTITUCIONAL e a regra legal é declarada inválida.
Aplicam-se aqui que critérios de resolução do conflito de regras?
Os gerais: critério hierárquico, critério da especialidade, critério temporal.
O método de aplicação geral das regras é a subsunção segundo o esquema RxF=D.
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A solução do conflito entre princípios jurídicos, que correspondem a direitos
fundamentais, implica não um “mandato definitivo”, de vinculação jurídica geral, mas um
“mandato de optimização”, isto é uma “diferente dimensão de peso” no caso prático a
decidir.
Em consequência, a solução no caso de conflito entre princípios jurídicos apela não
a um método subsuntivo, mas a uma ponderação (ou diferente dimensão de peso) entre os
princípios em conflito e que jogam em sentido contrário.
Por exemplo, entre a liberdade de imprensa e o direito geral de reserva de
privacidade. Nenhum pode ser anulado e esvaziado de conteúdo. Devem é ser
contrapesados, isto é, ponderados no caso prático a decidir de forma a obter-se uma
“optimização” de resultados.
Nenhum princípio pode ser invalidado, mas reconhece-se, em alguns casos, o
estabelecimento de sistemas de “precedência prima facie”. Por exemplo, o recurso ao
princípio “in dubio pro libertate” ou “direito preferente” (preferred freedoms approach).
Em caso de conflito prático os direitos de liberdade devem prevalecer sobre os bens
colectivos gerais.
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2. Para muitos é também um modelo não democrático porque não se abre a outro
tipo de argumentos (v.g., os princípios e valores do sistema jurídico tomado como um todo),
sujeitando-se a controle da publicidade crítica.
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justiciabilidade, isto é, a sua capacidade de ser feitos valer em Justiça mediante reclamação
ou queixa junto dos tribunais,