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1º Escalão – alunos do 1º e 2º ano

1º Classificado: Carlos Rafael de Jesus Pinto, aluno do 1ºA, da EB1/JI de Miratejo.


Um Presente de Natal Diferente

Eu sou um menino de seis anos, nem muito grande, nem muito pequeno, nem muito
magro nem muito gordo… A mamã gosta de mim assim, como eu sou…
Desde que me lembro, todos os anos eu e a minha mãe festejamos o Natal. Armamos
os dois a árvore sintética… eu cá preferia uma verdadeira, a cheirar a pinhal e
a resina, mas a mamã diz que os pinheiros são seres vivos e que depois
morria… e eu não quero que o meu pinheiro morra…
Depois de armar a tal árvore, enfeitámo-la com bolas, sinos, anjos e
estrelas de muitas cores, fitas e muitas luzinhas a piscar, tal e qual
como as estrelas lá no céu.
Na noite de Natal, não sei bem como… aparecem lá alguns presentes,
que eu gosto muito de receber. A mãe diz que é o Pai-Natal, um tal velhinho de barbas,
que carrega os presentes para todos os meninos do mundo, que se portam bem… como
eu claro…
A mãe diz que entra pela chaminé, mas eu já andei à procura de
uma lá em casa e nunca a consegui encontrar! Só vejo o
exaustor…. Bom, mas como lá aparecem uns presentinhos, é
porque o Pai-Natal entra… talvez pela porta… quem sabe?
O ano passado foi igual a todos os outros, lá estava a nossa árvore
de Natal, imponente à espera de uns presentes que alguém se lembrasse
de lá pôr. Só que o ano passado houve algo diferente…
A minha mãe costuma ler-me muitas histórias, à noite… Já eu estou na caminha
quentinho, quando ela me conta histórias de fadas, bruxas boas, heróis, reis e rainhas,
príncipes e princesas… um infindável rol de personagens boas que só praticam o bem.
Algumas são fantasia, mas outras são verdadeiras, é o que a mamã diz…
Ainda faltavam alguns dias para o Natal, quando a minha mãe me repetiu uma
história que já havia contado nas férias grandes… a dos animais abandonados… é que
como eles não sabem viver na rua, acabam por sofrer… A mãe explicou que, como
estavam a vir as férias de Natal e tal como no Verão, ia acontecer a mesma coisa…
deitam os animais fora… como se fossem lixo… ou porque já são velhos, ou porque
para onde vão não os podem levar…
Eu então fiquei muito triste e disse à mãe:
- Mãe, podemos ir procurar um animal abandonado e trazê-lo para casa? É a prenda
de Natal que eu quero este ano… salvar e fazer feliz um animal abandonado…
A minha mãe concordou, mas disse que não podíamos correr as ruas à procura de um
animal abandonado…
Então ficou decidido que iríamos à Associação Protectora dos Animais adoptar um.
Mas qual? Depois de muita indecisão da minha parte… lá me resolvi quanto ao
animal… Um gato! Ou uma gata…
No dia seguinte, lá fomos, eu e a mamã, à dita Associação… Nunca vi tantos
animais… e segundo a Senhora da Associação, todos com uma história bem triste…
Então, não sei como, talvez fosse o destino, como a mãe disse, os nossos olhares
cruzaram-se… Não, não foi o meu e o da
mamã… Foi o de uma linda gatinha branca,
com os meus. Os seus olhos tristes pediam-me
para eu a levar… E eu fiquei logo a gostar
dela… E gritei:
- Mamã, mamã… Quero esta… E apontei
para ela.
Adoptámos a gatinha, a mãe assinou os papéis e lá veio ela viver connosco. Pus-lhe
o nome de Mimi, tal como a Bruxa Mimi, uma história que a mãe conta e eu gosto
muito… Tem uma casinha, uma caminha de peluche, o seu caixote e muitos
brinquedos…
Embora a caminha dela seja muito
confortável e quentinha, nós preferimos dormir
os dois juntinhos. Assim, todas as noites a Mimi
se aninha junto de mim e eu abraço-a.
Apesar da Mimi ter ficado com marcas da rua, é
coxa… penso que já não as tem no coração,
porque hoje há alguém que a ama e nunca a vai
abandonar…

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