Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
LEITURA E
INTERPRETAÇÃO
DE DESENHO
Série Energia – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO
LEITURA E
INTERPRETAÇÃO
DE DESENHO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE
DESENHO
© 2017. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491l
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Leitura e interpretação de desenho / Serviço Nacional de Aprendiza-
gem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia.
- Brasília: SENAI/DN, 2017.
124 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição).
ISBN 978-85-505-0238-0
CDU: 741
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Qualidade do convívio em equipe..........................................................................................................18
Figura 2 - Trabalho em grupo.......................................................................................................................................18
Figura 3 - Importância das relações interpessoais................................................................................................20
Figura 4 - Ética nas decisões ........................................................................................................................................26
Figura 5 - Fiscalização da ética profissional.............................................................................................................27
Figura 6 - Organização dos dados .............................................................................................................................31
Figura 7 - Interferência entre projetos .....................................................................................................................34
Figura 8 - Instrumentos de medidas..........................................................................................................................38
Figura 9 - Margens da folha...........................................................................................................................................40
Figura 10 - Organização de prancha de desenho.................................................................................................41
Figura 11 - Primeira definição da medida do metro.............................................................................................50
Figura 12 - Representação da jarda............................................................................................................................53
Figura 13 - Transformação de m² para cm²..............................................................................................................62
Figura 14 - Régua graduada..........................................................................................................................................64
Figura 15 - Metro articulado.........................................................................................................................................65
Figura 16 - Escalímetro....................................................................................................................................................67
Figura 17 - Torre Eiffel (Paris - França)........................................................................................................................71
Figura 18 - Apontador em escala de redução.........................................................................................................72
Figura 19 - Apontador em escala natural.................................................................................................................73
Figura 20 - Apontador em escala de ampliação....................................................................................................73
Figura 21 - Propriedade fundamental da proporção...........................................................................................76
Figura 22 - Regra de três simples................................................................................................................................76
Figura 23 - Cubo representado nas três perspectivas.........................................................................................80
Figura 24 - Gerando as vistas de uma edificação..................................................................................................82
Figura 25 - Representação das vistas de uma edificação...................................................................................82
Figura 26 - Plano de corte da planta baixa..............................................................................................................83
Figura 27 - Prancha da planta baixa da edificação em estudo.........................................................................84
Figura 28 - Representação parede..............................................................................................................................86
Figura 29 - Janela cortada pelo plano de corte......................................................................................................88
Figura 30 - Janela acima do plano de corte.............................................................................................................88
Figura 31 - Planta com detalhes dos mobiliários..................................................................................................89
Figura 32 - Componentes de uma cota.....................................................................................................................90
Figura 33 - Simbologia cota nível................................................................................................................................91
Figura 34 - Cotagem do projeto em estudo............................................................................................................92
Figura 35 - Destaque dos nomes e áreas dos ambientes...................................................................................92
Figura 36 - Planta de leiaute..........................................................................................................................................94
Figura 37 - Planta de situação......................................................................................................................................95
Figura 38 - Planta de locação e de cobertura.........................................................................................................96
Figura 39 - Fachada principal........................................................................................................................................97
Figura 40 - Fachada lateral direita...............................................................................................................................98
Figura 41 - Plano de corte longitudinal e transversal..........................................................................................98
Figura 42 - Corte A-A (corte longitudinal)................................................................................................................99
Figura 43 - Corte B-B (corte transversal)...................................................................................................................99
Figura 44 - Diagrama funcional................................................................................................................................. 105
Figura 45 - Diagrama multifilar................................................................................................................................. 105
Figura 46 - Diagrama unifilar..................................................................................................................................... 106
Figura 47 - Planta baixa .............................................................................................................................................. 108
Figura 48 - Disposição dos pontos elétricos......................................................................................................... 111
Figura 49 - Disposição dos eletrodutos.................................................................................................................. 112
Figura 50 - Identificação dos condutores.............................................................................................................. 113
Figura 51 - Prancha projeto elétrico completo................................................................................................... 114
2 Equipes de trabalho.......................................................................................................................................................17
2.1 Trabalho em grupo......................................................................................................................................18
2.2 Relações interpessoais................................................................................................................................20
3 Ética.....................................................................................................................................................................................25
3.1 Postura ética na coleta de dados e informações...............................................................................26
6 Unidade de medida.......................................................................................................................................................49
6.1 Sistema internacional.................................................................................................................................51
6.2 Sistema inglês................................................................................................................................................53
6.3 Múltiplos e submúltiplos...........................................................................................................................54
8 Escala...................................................................................................................................................................................71
8.1 Definição e aplicação..................................................................................................................................72
8.2 Razão, proporção e regra de três............................................................................................................75
Referências......................................................................................................................................................................... 117
Índice................................................................................................................................................................................... 121
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Leitura e Interpretação de Desenho.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver fundamentos técnicos e científi-
cos relativos às simbologias, aos croquis, aos esquemas e aos diagramas elétricos, bem como
desenvolver capacidades sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do
técnico no mundo do trabalho.
Nos capítulos a seguir, veremos as normas técnicas e práticas mais comuns que norteiam a
apresentação de um desenho técnico, tendo em vista os procedimentos utilizados pelo mer-
cado, tão necessários ao desenvolvimento das competências específicas para formação do téc-
nico em eletrotécnica, uma vez que as ações de um profissional mal qualificado podem gerar
impactos negativos aos negócios da empresa.
Você vai se deparar com assuntos que ressaltam a importância do conhecimento das sim-
bologias e técnicas mais utilizadas pelos projetistas no mercado de trabalho.
Por fim, esta unidade curricular servirá para você desenvolver as habilidades necessárias
para tornar-se apto a enfrentar os desafios que são encontrados no dia a dia de quem precisa
lidar com leitura e interpretação de projetos. Queremos que você se preocupe com os resulta-
dos que uma boa leitura e interpretação do desenho técnico trarão para sua vida profissional.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
14
CAPACIDADES TÉCNICAS
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você realmente cumpra;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Bons estudos!
Equipes de trabalho
Este capítulo traz uma breve descrição sobre o conceito de equipes de trabalho, o seu fun-
cionamento e como as diferentes aptidões dos indivíduos de um grupo podem trazer resulta-
dos significativos no desempenho de uma organização. O estudo também discorre sobre as
características mais relevantes dentro de um grupo ou equipe de trabalho e sobre como obter
a melhor combinação de fatores que contribuam para atingir metas e objetivos.
Ainda neste capítulo, será realizada uma breve contextualização, destacando a origem do
conceito do trabalho em grupo no cenário industrial, ou seja, quando essa filosofia passou a ser
aplicada com a finalidade de buscar excelência das indústrias de produção em massa. O novo
paradigma substituiu o reconhecimento individual e passou a focar no desenvolvimento cole-
tivo em todos os níveis hierárquicos de uma organização, desde o operário do chão de fábrica
aos CEO1 da alta gerência executiva.
Levando em consideração que o ser humano é dotado de um sistema de decisões autôno-
mo, uma vez que não se pode programá-lo como se fosse um computador, percebe-se que a
complexidade em determinar padrões comportamentais vai além das características exclusi-
vas de cada indivíduo.
Estudos recentes sugerem que as relações interpessoais devem ser estudadas de forma que
se possa conhecer melhor as reações dos indivíduos em um ambiente organizacional, já que
a qualidade do convívio de uma equipe de trabalho interfere diretamente na sua capacidade
produtiva – uma equipe bem entrosada produz mais e obtém melhores resultados, pois cada
um atua objetivando o sucesso coletivo e não o individual.
No próximo item abordaremos um pouco sobre o trabalho em grupo, pois, como profissional, você
deverá desenvolver essa capacidade de trabalho cooperativo. Apresentaremos a filosofia do trabalho em
grupo baseado no Sistema Toyota de produção e a sua importância para o atual sistema organizacional
das empresas.
Grupo é, basicamente, a conexão entre indivíduos, com valores semelhantes, que se reúnem para atin-
gir fins comuns. Geralmente, os grupos se colocam numa posição superior ao indivíduo, ou seja, se algum
integrante, porventura, vier a sair do grupo, ele não acaba por causa disso.
Um grupo de indivíduos com diferentes aptidões, determinado a desenvolver um trabalho, certamen-
te, leva vantagem sobre o trabalho desenvolvido individualmente, pois cada pessoa contribui com aquilo
que tem mais experiência, aumentando a agilidade na solução de problemas e na formação de ideias.
A alta competitividade no mercado obrigou as organizações a se preocuparem com melhorias nos pro-
cessos de produção. Nesse contexto, a filosofia baseada em grupos passou a ser adotada como alternativa
para solucionar o problema dos baixos rendimentos que algumas organizações apresentavam. Essa solu-
ção passou a apresentar resultados muito satisfatórios no sistema produtivo.
Um grande exemplo da aplicação da filosofia baseada em grupos foi a concepção do Sistema Toyota de
Produção, em que cada funcionário é inserido em um grupo que tem seu papel bem definido dentro da
engrenagem empresarial (figura anterior), de forma que todos tenham a noção do trabalho conjunto em
um propósito comum (CORREA, 2011). Esse processo já se mostrou ser eficiente, já que a Toyota é conside-
rada uma das maiores montadoras do mundo.
SAIBA Quer saber mais sobre sistema de produção da Toyota? Acesse o site da revista Exame
MAIS e leia a matéria “Dentro da Maior Montadora do Mundo”.
No processo produtivo atual, o trabalho em grupo é algo comum e indispensável. Porém, deve-se ob-
servar que ele surge da relação entre as pessoas envolvidas no processo, por isso, há a necessidade de ana-
lisar o trabalho em grupo a partir dessas relações interpessoais e como elas acontecem. No item a seguir,
falaremos sobre as relações interpessoais e como elas são fatores determinantes em um grupo.
Uma relação interpessoal é o relacionamento entre indivíduos, definido pela circunstância em que se
encontram, podendo ser em diversos contextos do cotidiano, como religião, trabalho, família, dentre vá-
rias outras situações.
Cada indivíduo já desenvolveu noções básicas sobre a conduta das demais pessoas, sendo possível
lidar com as ações e reações dos demais dentro do seu convívio. Porém, essas noções nem sempre são as
melhores respostas dentro de uma organização.
Nas organizações, a relação interpessoal se dá em dois níveis. O da tarefa é o mais explícito, podendo
ser observado na execução das tarefas; já o nível socioemocional implica nos sentimentos e sensações que
surgem no convívio (MOSCOVICI, 1996). Vejamos os dois níveis mais detalhadamente:
a) Tarefa: os sentimentos otimistas geram melhores índices de produtividade. Já sentimentos ne-
gativos influenciam na diminuição da produtividade, causando desconforto entre as pessoas en-
volvidas;
b) Socioemocional: contribui para um bom desenvolvimento das relações e tem impacto nos re-
sultados positivos das tarefas se as relações forem construtivas; do contrário, o grupo perde har-
monia, diminuindo sua produtividade devido os conflitos internos.
Para que uma determinada tarefa se desenvolva bem em grupo, os indivíduos envolvidos devem ter
eficiência técnica e, também, emotiva, para obter melhores resultados num sistema produtivo, pois, sem
essas características, há ineficiência da equipe, que leva à diminuição dos índices produtivos, gerando des-
conforto e insatisfação, o que vai de encontro com a filosofia do trabalho em grupo.
As relações interpessoais também são dinamizadas pelos conflitos que nelas existem. Lidar com situ-
ações conflituosas, muitas vezes, exige um grau elevado de maturidade e destreza emocional. Em linhas
2 Equipes de trabalho
21
gerais, o que pode ser um desafio para os indivíduos menos experientes, passa a ser uma oportunidade
de crescimento coletivo para um grupo ou equipe de trabalho. Os conflitos, necessariamente, sempre vão
existir e são situações fundamentais para o desenvolvimento e amadurecimento socioemocional dos indi-
víduos, o que caracteriza sua suma importância.
CASOS E RELATOS
A palavra conflito utilizada não deve ser entendida de forma negativa, nem deve ser relacionada a com-
bates, violência, guerras e destruição. É importante a presença de um líder com destreza, maturidade e
estabilidade emocional para guiar a equipe através dos conflitos até que ela atinja os objetivos previstos
pelo grupo e que resultarão no desenvolvimento da organização.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
22
RECAPITULANDO
Neste capítulo vimos que, com o desenvolvimento do mercado, filosofias de produção foram criadas
como forma de maximizar a eficiência da produção das organizações, o que trouxe vários conceitos
e novas descobertas para as indústrias, como o conceito de equipes de trabalho.
Aprendemos também que a relação interpessoal é composta por dois níveis, o da tarefa e o socio-
emocional, e que se não houver o devido equilíbrio entre esses níveis a produtividade da equipe e,
consequentemente, da organização, pode ser afetada diretamente.
Pudemos observar durante os assuntos discutidos que o trabalho em grupo é composto de um
conjunto de relações interpessoais, que acabam gerando conflitos, que são de grande importância
para o desenvolvimento pessoal e do grupo, que objetivam o crescimento da organização de forma
saudável e satisfatória para todas as partes envolvidas no processo criativo e produtivo.
Neste sentido, um líder emocionalmente inteligente é de grande importância para o desenvolvi-
mento da equipe, pois ele será capaz de lidar com os conflitos da melhor maneira possível, elevando
os índices produtivos do grupo.
2 Equipes de trabalho
23
Ética
Neste capítulo, serão abordados alguns tópicos referentes à postura ética do profissional,
necessária em algumas situações enfrentadas durante o exercício da profissão, além de refle-
xões sobre como proceder durante uma ação e como se deve chegar à decisão mais adequada,
de forma que não comprometa a integridade moral2 do indivíduo dentro do contexto em que
ele estará inserido.
O conceito de ética é amplo. Pode-se observar que cada grupo social tem seu respectivo
código de ética, como a ética profissional, ética médica, ética ambiental e muitos outros exem-
plos, que dão uma orientação sobre como agir diante de determinado grupo social, sempre
buscando o equilíbrio.
Você sabia que ética e moral não são a mesma coisa? A ética
se relaciona ao estudo dos valores morais que orientam o
comportamento humano em sociedade. Já a moral são os
CURIOSIDADES próprios costumes, regras e convenções que cada sociedade
estabelece.
(Fonte: SIGNIFICADOS, [20--]).
No mercado de trabalho, o profissional irá se deparar com situações que irão precisar de
reflexões sobre como proceder (conforme mostra a figura a seguir), se há alguma implicação
em uma decisão tomada e, principalmente, se haverá consequências negativas ou positivas,
se existirão prejudicados, sendo ele mesmo, seu grupo ou outros envolvidos. Esse profissional
deverá buscar a melhor solução, através dos conceitos técnicos e das noções éticas da sua
profissão.
2 Moral: são princípios, costumes, regras, padrões e tudo o que tem relação ao agir ético do indivíduo.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
26
CERTO
ERRADO
No próximo item, abordaremos sobre a postura ética na coleta de dados e informações e apresentare-
mos um caso sobre a importância da ética profissional.
Nos tempos atuais, há uma facilidade de acesso à informação e várias fontes de pesquisa com uma
infinidade de dados disponíveis, a principal delas é a internet. A grande maioria da população tem acesso
às informações através dela, porém, é necessário tomarmos alguns cuidados quanto ao conteúdo pesqui-
sado e aos dados que serão estudados e utilizados.
FIQUE Cuidado na hora de extrair informações dos projetos. Informações coletadas de ma-
neira errada podem acarretar problemas legais ao profissional, que correrá o risco de
ALERTA ser autuado, multado e até perder a licença para exercer a profissão.
Toda informação coletada deve ser criteriosamente analisada para que se confirme a existência de co-
erência entre o seu conteúdo e sua fonte. Todos os dados devem ter origem confiável e segura, de forma
que seus resultados tenham credibilidade.
SAIBA Para saber mais sobre ética na coleta de informações, leia os artigos contidos na revista
PUC VIVA - Ética em Pesquisa, disponível no site da Associação dos Professores da PUC
MAIS - SP (APROPUC).
3 Ética
27
Na execução de um projeto, por exemplo, espera-se que todos os procedimentos utilizados pelo pro-
jetista sejam baseados nas normas técnicas, logo, essas informações têm respaldo legal e atendem aos
critérios técnicos preestabelecidos por órgão de competência, como a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).
Ao alterar qualquer informação contida no projeto, fere-se a ética profissional, já que apenas o autor
pode avaliar e modificar os dados contidos nele sem que haja grandes consequências. Vale lembrar que
todos os profissionais, independentemente da área de atuação, estão sujeitos a ser fiscalizados por seus
órgãos de fiscalização, tanto no que se refere à ética profissional quanto ao correto desempenho das suas
funções.
Grandes e pequenas decisões fazem parte da vida dos profissionais das áreas técnicas, já que são eles
que assumem a responsabilidade da execução de um trabalho dentro de uma organização, e é justamente
essa capacidade de tomar decisões, de forma ética e segura, que definirá a carreira do profissional.
CASOS E RELATOS
Esse fato não foi informado ao projetista, o responsável pela obra apenas retirou o pilar sem qual-
quer adequação do projeto ou novo cálculo referente à capacidade de suporte da estrutura da cons-
trução sem aquele pilar.
Com essa alteração, ocorreu uma sobrecarga na estrutura da garagem e, assim, o rompimento das
vigas e pilares e consequente destruição parcial da construção, sendo autuados pelos órgãos de
fiscalização o proprietário, o responsável pela obra e o projetista, este devido a sua omissão, já que
é papel de todo projetista a fiscalização da construção para garantir que ela está sendo executada
como foi projetada.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, pudemos observar e estudar assuntos relacionados à postura ética do profissional
com relação à coleta de dados importantes, trazendo conceitos básicos e reflexões sobre qual o
melhor caminho para o desenvolvimento ético das atividades desenvolvidas num ambiente de tra-
balho de forma a não prejudicar os outros e nem a si mesmo.
Tivemos ainda uma situação real no “Casos e Relatos”, segundo a qual um profissional não agiu de
forma ética no desenvolvimento de suas atividades no trabalho e, como consequência dessa de-
cisão, atingiu o desenvolvimento das atividades produtivas, como também prejudicou a todos os
responsáveis envolvidos no processo da construção da edificação, que sofreram processos legais
junto aos órgãos fiscalizadores.
Observamos que a ética existe em diversos grupos sociais, sendo assim, cada um define como pro-
ceder de forma responsável, considerando as pessoas envolvidas, criando suas regras e órgão fisca-
lizadores como forma de vigilância.
Organização dos dados e informações
Uma grande consequência da falta de organização dos dados e informações contidos nos
desenhos técnicos é o retrabalho3, que causa desperdício de tempo, perda na qualidade do
produto, diminuição da produção e, consequentemente, insatisfação e perda de clientes, des-
gastando a imagem da organização no mercado.
3 Retrabalho: é a repetição de uma atividade que já foi executada, a fim de corrigir erros.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
32
Por isso, deve-se utilizar muito tempo no estudo dos desenhos. Dessa forma, é fundamental que a co-
leta, seleção, organização e análise dos dados e informações sejam feitos de forma a não gerar retrabalho.
A seguir, aprenderemos um pouco sobre cada uma dessas etapas.
4.1 COLETA
No momento da coleta dos dados contidos nos desenhos técnicos, o profissional deve conhecer bem
a linguagem utilizada neles – simbologias e termos técnicos, geralmente empregados nos projetos pelos
profissionais especializados. Sem esse conhecimento essencial, a possibilidade da obtenção de dados ser
bem-sucedida é muito pequena, deixando margem para a ocorrência de erros de leitura.
É no momento da coleta de informações que ocorrem os erros de leitura, que são informações equivo-
cadas, retiradas do projeto por profissionais sem o devido domínio da linguagem utilizada nos desenhos.
A leitura executada sem a devida revisão leva a erros executivos e gera o retrabalho. Por esse motivo, tal
situação deve ser evitada ao máximo.
A eficiência na coleta de informações dos desenhos técnicos está diretamente relacionada ao trabalho
em equipe. Um profissional realizando essa tarefa individualmente tende a ser menos eficiente do que tra-
balhando em equipe, pois serão várias opiniões sobre um mesmo objeto, aumentando a produtividade na
seleção dos dados, diminuindo as chances de erros de leitura e evitando os problemas decorrentes desse
descuido.
CASOS E RELATOS
4.2 Seleção
Um desenho técnico contém várias informações relevantes para a fase de execução, sendo assim, o
profissional responsável pela leitura deve, após a coleta dos dados, selecioná-los de acordo com a sua im-
portância em relação ao andamento das atividades.
É nessa fase que há seleção de dados com as características e significados técnicos semelhantes de
acordo com a sua importância. Esse passo é fundamental para as decisões que serão tomadas de acordo
com o desenvolvimento das tarefas.
Após todas as informações serem devidamente selecionadas, elas devem ser organizadas de acordo
com as etapas referentes à fase de execução, que veremos no item a seguir.
4.3 ORGANIZAÇÃO
Na etapa de organização, o profissional deve ficar atento à ordem lógica das atividades que serão de-
senvolvidas, agrupando as informações de maneira organizada, evitando interferências de fases executi-
vas referentes a uma tarefa.
Manter a ordem lógica das atividades quer dizer que o profissional, por exemplo, não deve colocar a
fase de passagem dos fios condutores de eletricidade antes da passagem dos eletrodutos na parede, ou
colocar a fase da passagem de eletrodutos antes da fase de rasgo da parede, ou seja, a organização dessas
informações, se bem feita, evita uma série de problemas executivos, principalmente o retrabalho.
Informações bem organizadas, seguindo uma ordem lógica das atividades, além de ajudarem a evitar
problemas de execução, auxiliam, e muito, no momento da análise desses dados em outras fases das ativi-
dades, permitindo encontrar soluções para problemas mais facilmente.
Vejamos a seguir a importância da análise das informações de um desenho técnico.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
34
4.4 ANÁLISE
Depois da coleta, seleção e organização das informações, elas precisam ser analisadas para definir pon-
tos importantes com relação ao desenho técnico. Pontuar os locais onde há dificuldades de execução,
possíveis interferências com outros projetos e sequência ideal de execução das atividades são passos es-
senciais da leitura e o profissional deve ser capaz de executá-la da melhor maneira possível.
Interferências entre projetos são situações que devem ser analisadas de maneira criteriosa pelo profis-
sional. Um bom exemplo é o profissional do projeto de instalações elétricas determinar como local da caixa
para interruptor o mesmo local onde o profissional do projeto de arquitetura colocou uma porta ou uma
janela (ver imagem a seguir). Certamente, essa situação vai gerar problemas, se não for bem analisada no
momento da leitura dos desenhos.
SAIBA Para saber mais sobre interferências entre projetos, leia o artigo Compatibilização de
projeto arquitetônico, estrutural e sanitário: uma abordagem teórica e estudo de caso,
MAIS disponível no site da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
As etapas de coleta, seleção, organização e análise dos dados são muito importantes para a obtenção
de informações relacionadas aos desenhos técnicos, pois erros e interferências sempre existirão, mas com
um olhar atencioso e crítico de um bom profissional, que conhece bem as normas técnicas, sempre haverá
soluções cabíveis para os problemas.
4 Organização dos dados e informações
35
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, vimos quatro fases que devem ser seguidas durante a leitura dos desenhos técni-
cos, que são a coleta, seleção, organização e análise dos dados. Se elas não forem bem executadas,
podem ocasionar problemas graves, como a ocorrência de erros de interpretação e retrabalho, que
dificultam o bom andamento das fases executivas.
Vimos também que o profissional precisa ter um bom conhecimento da simbologia utilizada para
representar objetos nos desenhos, pois ele precisa interpretá-los e transmitir essa informação para
a fase de execução.
Pudemos observar que a leitura de desenhos técnicos tem mais eficiência quando realizada em
equipe, pois, os erros cometidos por um integrante podem ser observados pelos outros e resolvidos
no mesmo momento, sem que haja a necessidade de revisões ou de retrabalho.
Quando não há problemas de organização das informações, problemas relacionados às fases exe-
cutivas não acontecem, pois as interferências entre projetos são detectadas mais facilmente durante
a análise dos dados, melhorando a produtividade, evitando retrabalhos e encurtando prazos na fase
executiva.
Normas técnicas do desenho técnico
Num determinado tempo histórico, surgiu a necessidade de reprodução de objetos que antes eram
produzidos apenas por conveniência de um grupo ou sociedade. Tão logo, as técnicas produtivas precisa-
vam de alguma forma vencer as barreiras do espaço e do tempo, pois muitas outras pessoas deveriam ser
capazes de reproduzi-las, estando elas em lugares diferentes ou em tempos diferentes.
A partir da necessidade de reprodução das técnicas, as sociedades começaram a criar instrumentos
de medidas calibrados com padrões pré-estabelecidos, especificações e desenhos capazes de garantir a
reprodução dos objetos com as mesmas características. Esse conhecimento passou a ser de grande impor-
tância para a reprodução e até mesmo para o melhoramento de sistemas produtivos, já que o conheci-
mento começou a ganhar forma e passou a ser catalogado e guardado, podendo ser consultado e utilizado
por qualquer pessoa.
Essa transformação da sociedade levou ao surgimento da norma técnica. Os principais agentes cau-
sadores desse surgimento foram as crescentes exigências da indústria moderna e o próprio Estado, que
comandava a relações econômicas e sociais da época, possibilitando a produção em série e, assim, ofere-
cendo maior confiança na compra de produtos industrializados.
Com o avanço da tecnologia, novas técnicas de produção foram surgindo, paralelamente com a expan-
são do mercado mundial. Com isso, veio junto a necessidade de revisar as anotações das técnicas de pro-
dução, que ficavam obsoletas. Foi dentro desse contexto que surgiu a necessidade de se criar instituições
que seriam as responsáveis pela elaboração e revisão das normas técnicas. No Brasil, a instituição respon-
sável é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
5 Normas técnicas do desenho técnico
39
Com relação à normatização dos desenhos técnicos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas apre-
senta diversas normas que devem ser seguidas para uma boa compreensão e interpretação dos desenhos
por parte dos profissionais. A seguir, veremos um pouco das normas mais importantes para o desenho
técnico, apresentando os pontos mais relevantes para os seus estudos.
Norma que apresenta as definições dos termos empregados em desenho técnico, objetivando padroni-
zar a linguagem empregada em desenhos técnicos. Ela divide os desenhos, quanto ao aspecto geométrico,
em dois grupos:
a) Projetivo: vistas ortográficas e perspectivas;
b) Não projetivo: diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas e gráficos.
Quanto ao grau de elaboração, temos os esboços, desenhos preliminares, croqui e desenho definitivo.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
40
Esta norma define as características dimensionais das folhas a serem utilizadas em todos os desenhos
técnicos. Os formatos padrão definidos por ela são os formatos da série “A” e estão apresentados no qua-
dro a seguir, juntamente com suas dimensões:
A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
As folhas podem ser utilizadas tanto na horizontal (medidas apresentadas na tabela acima) quanto na
posição vertical, isso dependerá das dimensões do elemento desenhado e de qual a melhor forma para
dispor na folha.
Outra coisa importante são as margens da folha (figura a seguir), pois são elas que limitam o espaço do
desenho.
Espaço para
desenho Margem
Quadro
Limite do papel
Cada formato de folha tem uma largura de margem específica, conforme quadro a seguir:
A0 25 10 1,4
A1 25 10 1,0
A2 25 7 0,7
A3 25 7 0,5
A4 25 7 0,5
Esta norma determina as condições para organização e localização dos espaços na prancha, definindo
os espaços para o desenho, espaços para texto, espaço para legenda. Define também as informações que
devem conter em cada um desses espaços.
A seguir, veremos dois exemplos para organização da prancha, o da esquerda apresenta o espaço para
o texto na vertical à direita da folha; já a prancha da direita, apresenta o espaço para o texto na horizontal,
na parte inferior da prancha. Em ambos, o espaço para a legenda não se altera.
Legenda
Legenda
Esta norma define as regras para que seja feito o dobramento das folhas dos desenhos, tendo como
objetivo, ao final do dobramento, que as folhas A0, A1, A2, e A3 fiquem no formato A4. Elas devem ser
dobradas de modo que fique visível a legenda (conforme vistos na figura anterior os locais padronizados
para as legendas), além de possibilitar o arquivamento das folhas em pastas.
A seguir, veremos um quadro com dobramento de cada folha (as dimensões representadas estão em
mm):
Formato A0 Formato A1
Formato A2 Formato A3
As medidas representadas no desenho das pranchas do quadro anterior, além de apresentarem as di-
mensões da folha, mostram as medidas que devem ser seguidas para as dobras, de modo que, ao final,
tenham o formato da folha A4.
5 Normas técnicas do desenho técnico
43
Esta norma estabelece as condições exigíveis para a escrita utilizada em um desenho técnico. Ela con-
templa as exigências mínimas para a compreensão e uniformidade da caligrafia. As letras, números e
símbolos devem ser reconhecíveis, não existindo margens para interpretações erradas ou falsas leituras,
podendo ser escritos na vertical ou inclinados em um ângulo de 15° para a direita com relação à vertical,
conforme pode ser visto no quadro a seguir:
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii ABCDEFGHIJLMNOPQRSTUVXZ
Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr 1,0
abcdefghijlmnopqrstuvxz 3,0
Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz 75º 1,0
0123456789 ½
0123456789
5.2.6 NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das
linhas
Esta norma define os tipos de linhas que devem ser utilizadas em desenhos técnicos, sendo a espessura
a sua principal característica e as mais utilizadas são as 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm.
As espessuras costumam variar de acordo com a profundidade do objeto que se deseja representar,
assim, quanto mais próximo do observador estiver o objeto, mais grossa é a linha e quanto mais longe o
objeto estiver do observador, mais fina é a linha.
Além das espessuras, as linhas representam outras informações, a depender da sua forma. No quadro a
seguir, serão mostrados alguns exemplos:
As linhas seguem uma ordem prioritária num desenho técnico, portanto, se houver alguma coincidên-
cia entre elas, essa ordem deve ser observada. Esse critério está relacionado com o significado das linhas,
podendo ser observado logo a seguir:
a) 1º - Linha contínua larga: arestas e contornos visíveis;
b) 2º - Linha tracejada: arestas e contornos não visíveis;
c) 3º - Traço e ponto estreitos: superfícies de cortes e seções;
d) 4º - Traço e ponto estreito: linhas de centro;
e) 5º - Traço e dois pontos: linhas de centro de gravidade;
f) 6º - Linha contínua estreita: linhas de cota e auxiliares.
FIQUE Existe um pequeno limite entre o que é obrigatório e o que é apenas uma recomen-
dação quando se trata das normas técnicas, cabendo ao profissional a observação
ALERTA desses casos específicos.
Norma que define as regras para o emprego das escalas no desenho técnico, mostrando os tipos de
escalas existentes e como as mesmas devem ser apresentadas no desenho. Esse conteúdo será visto mais
à frente, no capítulo sobre escalas.
Norma que estabelece os critérios exigíveis para a representação de projetos arquitetônicos, a fim de
que haja uma perfeita compreensão destes. Ela apresenta as definições de cada projeto, descrevendo o
que deve conter em cada um deles, exemplificando como devem ser representadas as legendas, escalas,
caligrafias, indicações, cotas, numerações e títulos dos desenhos, entre outras informações. Utilizaremos
essa norma quando estivermos estudando o capítulo sobre leitura e interpretação de desenho.
5 Normas técnicas do desenho técnico
45
Norma que estabelece as formas de representação utilizadas em desenho técnico, definindo as posi-
ções e os nomes das vistas relativas ao plano, a quantidade de vistas a serem executadas, além de definir
os critérios para representar os cortes e seções dos elementos.
Esta norma técnica foi cancelada e não possui norma substituta, mas a recomendação da ABNT é o
uso das normas internacionais IEC 60417 – Graphical Symbols for Use on Equipmen e IEC 60617 – Graphical
Symbols for Diagram, no entanto, a literatura técnica e muitos setores da área elétrica ainda utilizam a NBR
5444. Por essa razão, utilizaremos essa norma em nossos estudos.
A NBR 5444 estabelece as simbologias padrão a serem adotadas nos projetos de instalações elétricas
prediais. Os padrões de desenhos técnicos elaborados por profissionais especializados são baseados nes-
tas normas técnicas, podendo sofrer pequenas adequações, mas sem perder o princípio mostrado nelas.
Como se pode perceber, o desenho técnico segue padrões e normas necessárias para o bom entendi-
mento por parte dos profissionais. O formato do papel, os tipos de linha e espessura e também a caligrafia
são alguns exemplos que constam nas regras, que são usadas por muitos países, seguindo sempre um
padrão pré-estabelecido.
CASOS E RELATOS
Com o projeto já definido, partiu-se para a execução da obra, que foi feita seguindo todas as especi-
ficações e orientações definidas no projeto.
Após concluída e entregue a obra, houve um incêndio, felizmente, sem vítimas. Depois de averi-
guada as causas do incêndio, constatou-se falha no dimensionamento e especificações técnicas das
instalações elétricas.
A perícia analisou os projetos e as instalações e observou que tudo havia sido executado conforme
as especificações do projeto, no entanto, identificou-se que o projeto possuía muitas incoerências e
que, inclusive, estava subdimensionado, o que ocasionou o incêndio nas instalações elétricas.
Ao ser indiciado, o profissional responsável pela elaboração do projeto confessou que, a fim de ter a
proposta mais vantajosa, abriu mão de itens cruciais da norma. Com essa atitude, o profissional foi
preso e ainda perdeu o direito de exercer a profissão.
Os assuntos discutidos nos tópicos anteriores trazem detalhes que devem ser observados cuidadosa-
mente pelo profissional especializado antes da execução dos desenhos técnicos. Já os outros assuntos,
relacionados à elaboração dos desenhos técnicos propriamente ditos, serão abordados nos capítulos que
se seguem.
5 Normas técnicas do desenho técnico
47
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, vimos um pouco do processo histórico da normatização, os fatores que influencia-
ram diretamente no desenvolvimento dela, como o surgimento de um mercado globalizado e a
necessidade de padronizar a produção de objetos e produtos para atender a um mercado exigente,
cada vez mais tecnológico e competitivo.
Vimos também as normas mais utilizadas pelos projetistas na elaboração de desenhos técnicos. Es-
sas normas fazem parte de grande parte dos elementos que compõem um projeto, desde fases
anteriores ao traçado do desenho até os elementos que integram os desenhos. Os critérios dessas
normas não são exclusivos de um país, eles são utilizados por vários países ao redor do mundo.
Por fim, foram citados alguns critérios com relação à fase de preparação para a elaboração dos dese-
nhos técnicos, como as folhas mais utilizadas e os espaços dentro delas, as linhas mais utilizadas, os
seus significados e os graus de importância, a caligrafia técnica, as escalas, entre outras.
Unidade de medida
Polo Norte
Apesar da convenção, existem países que não adotaram o sistema métrico proposto pelos franceses,
como os Estados Unidos, Mianmar e Libéria, que até os dias de hoje usam o sistema inglês. Já o Reino Unido
passou a utilizar o sistema métrico, porém, ainda emprega o sistema inglês como unidade de medida em
algumas situações específicas, mas, ainda assim, é considerado um país métrico4.
Veremos na sequência como foi criado o sistema internacional de medidas, que padronizou as medidas
que conhecemos hoje e cujo sistema é adotado em nosso país.
4 País métrico: país que possui o sistema métrico como sistema oficial de medidas.
6 Unidade de medida
51
No ano de 1960, aconteceu a 11ª Conferência Internacional de Pesos e Medidas, quando se legitimou
o Sistema Internacional de Unidades (SI), no qual foram aperfeiçoadas medidas que já haviam sido deter-
minadas e criaram-se padrões para medidas que ainda não existiam, como foi o caso da eletricidade. É
importante salientar que todo esse acontecimento só foi possível com o incessante avanço dos processos
tecnológicos.
Após essa conferência, houve outras com igual importância, como a nova determinação do metro, que
passou a ser representado como a distância percorrida pela luz no vácuo num intervalo de tempo igual a
1/299.792.458 segundos. Também foi estabelecido que a unidade de massa seria o quilograma, represen-
tado por um bloco de platina e irídio com massa semelhante a 1 litro de água a 4°C. E, para representar a
unidade de tempo, o segundo, relativo a 1/86.400 de um dia de 24 horas.
Todos esses padrões estabelecidos foram documentados e suas cópias encaminhadas a vários países
para que fossem legalizados. Dessa forma, estabeleceu-se em vários países o Sistema Internacional de
Unidades (SI) como o padrão, sendo deixado em segundo plano apenas por três países, os Estados Unidos,
Mianmar e Libéria, como já foi mencionado anteriormente.
CASOS E RELATOS
Os Estados Unidos e o SI
Após o acordo entre vários países, que oficializou o Sistema Internacional de Unidades (SI) como
padrão, esse acordo precisava passar pelo congresso nacional de cada país para, só então, ter legi-
timidade e se tornar lei. Isso aconteceu em praticamente todos os países do mundo, mas não nos
Estados Unidos.
Houve algumas tentativas para possibilitar a utilização do SI em seu território, como a tentativa de
transformar em lei o sistema SI, em 1975, pelo então presidente Gerald Ford.
Porém, a tentativa fracassou já que não se tratou de uma lei imposta, mas, sim, voluntária. Com isso,
não houve interesse dos cidadãos americanos em seguir o padrão que estava sendo adotado em
todo o mundo.
Existiu, na verdade, um posto de gasolina que passou usar a unidade de litro, no entanto, os concor-
rentes chegaram a pedir ao governo a interdição do estabelecimento, alegando que estaria iludindo
os fregueses, pois o preço do litro acabava sendo menor que o do galão, que representa 3,79 litros.
Logo, os americanos não se sentiram à vontade com a troca para o SI.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
52
Existem sete unidades de base do SI e delas temos várias unidades derivadas, que são definidas a partir
das unidades de base, acrescidos os símbolos de multiplicação e/ou divisão.
Veja no quadro a seguir as grandezas de base que compõem o SI, juntamente com as suas respectivas
unidades.
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
As grandezas derivadas são utilizadas nas mais diversas áreas tecnológicas e científicas, sendo de gran-
de importância para a padronização de valores de medidas importantes nos mais diversos campos do
conhecimento. Como existem muitas grandezas derivadas no SI, selecionamos apenas algumas.
Força Newton N
A seguir conheceremos o Sistema Inglês de medidas, sistema adotado pelos Estados Unidos.
6 Unidade de medida
53
Apesar do sistema adotado no Brasil ser o Sistema Internacional de Unidades (SI), ainda assim, pode-se
encontrar o sistema inglês de medidas em uso, como a polegada (in), muito usada na mecânica; e o diâme-
tro, usado na medida das barras de aço dos mais variados tipos e finalidades.
No sistema inglês, a unidade de medida base é a jarda, que vem da palavra inglesa yard, e quer dizer
vara. O termo jarda nada mais é que uma referência à utilização de varas nas medições, muito comum na-
quela época, principalmente no ramo da alfaiataria. Esse padrão seria oficializado pelo rei Henrique I, sen-
do, então, estabelecida como a distância entre o polegar do rei e o seu nariz quando o seu braço estivesse
esticado, como mostra a figura seguir.
1 Jarda
Alguns exemplos de unidades utilizadas no sistema inglês são mostrados no quadro a seguir, não con-
templando todas, pois, o sistema tem diversas unidades para cada grandeza.
ABRE-
GRANDEZAS BASE UNIDADE DE MEDIDA VIAÇÃO RELAÇÃO COM O SI
pé (foot) ft 30,48 cm
Comprimento
jarda (yard) yd 91,44 cm
Como se pode perceber, as grandezas pertencentes ao sistema inglês eram baseadas nas medidas do
corpo humano ou de objetos usados no cotidiano da sociedade, o que tornava o sistema bastante criativo
e de fácil utilização.
FIQUE Existem medidas no sistema inglês americano que não correspondem à medida do
sistema inglês da Inglaterra. Por exemplo, na Inglaterra, o galão representa 4,54 li-
ALERTA tros, enquanto o galão americano representa 3,78 litros.
O sistema inglês é um sistema que carrega consigo valores diferenciados para as diferentes grandezas,
por isso, deve-se ter cuidado ao interpretar as unidades, pois, a depender do país ou região, as informações
podem divergir umas das outras.
A seguir veremos os múltiplos e submúltiplos adotados no sistema SI.
A partir das unidades padrão de medida de comprimento, área ou volume, por exemplo, podem surgir
outras unidades efetuando-se a multiplicação da unidade padrão por um fator de potência5.
A seguir, veremos um quadro de prefixos do SI em que consta uma relação de prefixos utilizados nos
múltiplos e submúltiplos das mais diversas unidades de medida. O fator utilizado nessa tabela é a potência
de 10, sendo escrito em notação cientifica6.
deca da 101 = 10
- - 100 = 1
deca da 101 = 10
- - 100 = 1
FATOR PELO QUAL A
NOME SÍMBOLO
deci d UNIDADE10
É -1MULTIPLICADA
= 0,1
tera
centi Tc 1012 = 1000
10-2 =000
0,01000 000
giga
mili G
m 109 =
101000
-3 000 000
= 0,001
mega
micro M
µ 10-66 = 0,000
10 1000 000
001
quilo
nano K
n 10-9 =100,000
3
= 1000
000 001
hecto
pico h
p 102 =000
10-12 = 0,000 100000 001
deca da 101 = 10
Quadro 9 - Prefixos do SI
- Fonte:
- SENAI DR BA, 2017. 100 = 1
Metro m 100 = 1 m
Tendo como base os prefixos do SI, é possível determinar a relação de múltiplos e submúltiplos de
qualquer unidade de medida. Eles não se aplicam apenas em unidades de comprimento, são aplicados,
também, em unidades de área, como o quilômetro quadrado (km²), que é um múltiplo do metro quadrado
(m²); em unidades de volume, como o decímetro cúbico (dm³, que é equivalente a um litro), que nada mais
é que o submúltiplo do m³. Sendo assim, os múltiplos e submúltiplos podem ser utilizados em diversas
situações.
SAIBA Para saber mais sobre múltiplos e submúltiplos das unidades de comprimento e qual a
MAIS relação entre eles, acesse o conteúdo no site InfoEscola.
Lembre-se que os múltiplos e submúltiplos podem ser usados tanto no sistema métrico quanto no sis-
tema inglês de medidas seguindo os mesmos critérios abordados anteriormente, representando unidades
de comprimento, área, volume e muitos outros.
6 Unidade de medida
57
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, foi possível aprender sobre os fatos históricos que levaram ao surgimento de al-
gumas unidades de medida e ao padrão utilizado para dar valores a essas grandezas, bem como à
importância desses fatos para o desenvolvimento de um mundo mais globalizado, já que passou a
ser possível a uniformização das medidas.
Pudemos estudar também sobre o surgimento do Sistema Internacional de Unidades (SI) na 11ª
Conferência Internacional de Pesos e Medidas em 1960, na qual foram padronizados vários critérios
de medidas de grandezas adotados e legalizados em vários países.
Vimos que essas conferências também serviram para a revisão de critérios que envolvem a formação
das grandezas base do SI.
E, por fim, pudemos observar que ainda existem três países que não adotaram o SI como seu sistema
padrão de medidas, que são os Estados Unidos, a Libéria e o Mianmar, que ainda utilizam o sistema
inglês de medidas, enquanto a Inglaterra o utiliza parcialmente, apesar de já ter adotado o SI.
Medidas lineares e de área
Em desenho técnico são utilizadas algumas unidades de medidas lineares e de área para re-
presentação das dimensões das arestas7 e superfícies8 de objetos. Por esse motivo, nesse capí-
tulo, estudaremos as unidades mais utilizadas nos desenhos para o devido dimensionamento
dos elementos horizontais e verticais, bem como das áreas de cada cômodo.
Conforme vimos no capítulo sobre unidade de medida, no Brasil é utilizado o Sistema Inter-
nacional de Unidades (SI), que tem o metro como a unidade para representar o comprimento.
No entanto, em alguns desenhos, é necessária a utilização dos seus múltiplos ou submúltiplos
para facilitar a leitura de grandes ou pequenas dimensões. Já para a determinação das áreas,
utiliza-se uma grandeza derivada do metro, que é o metro quadrado (m²).
Para manter o controle dessas dimensões, tanto em relação aos desenhos quanto em rela-
ção às medidas reais dos objetos, utilizam-se instrumentos graduados com as medidas base
essenciais. Esse procedimento é necessário para que se possa verificar e definir as medidas
para desenvolver o traçado ou apenas para o controle das distâncias que estão sendo execu-
tadas.
Veremos nos próximos itens como é feito o cálculo de área, perímetro e volume, aprende-
remos sobre a conversão de unidades no sistema internacional de unidades (SI). Logo após,
conheceremos algumas ferramentas e instrumentos utilizados para determinar as medidas.
Até agora, já aprendemos o que são unidades de medidas, seus múltiplos e submúltiplos, mas como uti-
lizaremos essas informações em nossos estudos? Bom, sabemos que das grandezas base (o comprimento,
por exemplo) surgem as grandezas derivadas, a exemplo da área e do volume, que definem, respectiva-
mente, a medida de uma superfície plana e o espaço ocupado por um sólido. Agora, aprenderemos como
calcular o perímetro, a área de figuras geométricas planas9 e o volume de sólidos geométricos10.
cálculo do Perímetro
Perímetro é a medida do comprimento do contorno de uma figura, ou seja, é a soma de todos os seus
lados. No quadro a seguir veremos o cálculo do perímetro de algumas figuras geométricas, sendo o perí-
metro representado pela letra P.
a b
a b R a
h c h
b a c B
P=2*h+2*b P=4*a P=a+b+c P=2*π*R P=a+b+c+B
calculo da área
Podemos definir área como sendo a medida de uma dada superfície plana, que consiste, no caso do re-
tângulo, na multiplicação da base (b) pela altura (h). A seguir, veremos um quadro com as áreas de algumas
figuras geométricas, sendo a área representada pela letra A.
Cálculo de volume
O volume pode ser definido como espaço que é ocupado por um sólido. Para calcular o volume, preci-
samos conhecer todas as suas medidas (comprimento, altura, largura), que devem estar em uma mesma
unidade. O quadro a seguir apresenta o cálculo do volume de alguns sólidos geométricos, sendo o volume
representado pela letra V.
a r
c
h
b a
a a
V=a*b*c V= a * a * a = a 3 V = π . R2 * h
SAIBA Para saber mais sobre cálculo de perímetro, área e volume, acesse o site Brasil Escola.
MAIS
Aprendemos neste item a calcular o perímetro, área e volume mais usuais em sua área de estudo. A
seguir, aprenderemos como efetuar a conversão de unidades de medida.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
62
Um bom profissional deve estar sempre atento em relação ao sistema de unidades e saber qual unidade
está sendo utilizada no desenho técnico, pois, em algumas situações, é necessário converter essa unidade
de medida para outra que ofereça um melhor entendimento do objeto em estudo.
Conforme já estudamos, a conversão de unidades lineares, como de metro para centímetro, pode ocor-
rer através da multiplicação por cem, já que o centímetro é a centésima parte do metro. Já na unidade
de área, a conversão ocorre em uma potência ao quadrado, ou seja, do metro quadrado para o centíme-
tro quadrado, basta multiplicar o mesmo número por cem, porém, elevado ao quadrado, como mostra o
exemplo da figura a seguir.
x1002
m2 cm2
/1002
As transformações dentro de um mesmo sistema de medidas é um processo muito mais simples, po-
rém, as transformações de medidas de um sistema para o outro exige um conhecimento mais apurado,
pois, como já foi mostrado no capítulo sobre Unidade de Medida, existem equivalências entre as unidades,
sendo necessário conhecer esses valores para, só então, poder transformá-las. Algumas equivalências en-
tre medidas do sistema inglês e o sistema internacional já foram mostradas no capítulo anterior.
SAIBA Para saber mais sobre a conversão de unidades de diversas grandezas base, tanto do
MAIS sistema internacional quanto do sistema inglês, acesse a ferramenta CONVERTWORLD.
Existem instrumentos e ferramentas que poupam tempo na hora de transformar as unidades, tornando
o processo mais rápido e automático. Algumas dessas ferramentas estão acessíveis para os mais diversos
públicos, podendo ser encontradas em sites na internet.
7 Medidas lineares e de área
63
CASOS E RELATOS
A transformação de unidades deve ser executada de forma bem precisa e minuciosa, já que qualquer
erro cometido, a depender da atividade que o profissional está executando, pode causar problemas irre-
paráveis.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
64
Atualmente, existem diversos instrumentos para medir distâncias, alguns muito antigos, porém, que
funcionam tão bem quanto a régua e outros um pouco mais sofisticados, como a trena digital. Cada um
tem seu ponto negativo e positivo, a depender da situação em que será efetuada a medição.
Régua graduada
A régua é um instrumento de medida linear, utilizado para medir pequenas distâncias, na ordem de
centímetros. As mais comuns são de lâmina de aço ou de aço inoxidável, onde são gravadas as medidas
em centímetros (cm) e milímetros (mm), de acordo com o sistema métrico, podendo conter também a gra-
duação em polegadas, de acordo com o sistema inglês, que, geralmente, se fraciona em 2, 4, 8 e 16 partes
iguais. Essas marcações são mostradas na figura a seguir.
As réguas podem apresentar as seguintes dimensões 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 e
3000 mm.
FIQUE As réguas apresentam um erro de medida admissível na mesma ordem que a metade
da sua menor divisão, ou seja, se a menor graduação da régua for em milímetros, seu
ALERTA erro será de 0,5 milímetros.
7 Medidas lineares e de área
65
metro articulado
trenas
Para medidas lineares maiores, é utilizada a trena, ela pode ser de fita de aço, tecido ou de fibra. Existem
diversos modelos no mercado e de diversos tamanhos. A trena pode ser utilizada para vários fins. As trenas
de fibra de vidro são bastante utilizadas em levantamentos topográficos, seu comprimento varia entre 10
m e 150 m. Já as trenas de aço, também conhecidas como trenas de bolso, possuem comprimento que
varia de 1 a 8,50 m (as mais comuns são as de 5 metros).
Existem também as trenas digitais, que podem ser utilizadas para medir distâncias de até 30 m, são
utilizadas em ambientes internos sem grandes problemas, porém, não funcionam bem em ambientes ex-
ternos, principalmente sob a luz do sol, pois a luminosidade intensa influencia nos valores das dimensões
encontrados durante o seu uso, o que pode causar problemas no valor real dos comprimentos.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
66
escalímetros
Outro instrumento de medida muito utilizado nas medições em desenhos técnicos é o escalímetro, ele
tem três lados e em cada um desses lados tem duas escalas diferentes, sendo que a sua graduação varia
de acordo com a escala que o desenhista está utilizando. Ele é muito prático, pois, o projetista não precisa
efetuar cálculos de conversão de escalas na hora de elaborar ou medir comprimentos em desenhos.
Figura 16 - Escalímetro
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
68
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, vimos que a determinação das medidas de comprimento das arestas dos desenhos é
de grande importância para a leitura e reprodução dos objetos ou edificações, pois, é necessário que
informações como profundidade, largura e altura estejam bem colocadas para que sejam mantidos
os critérios que envolvem o desenho técnico.
Pudemos estudar um pouco sobre o processo de conversão de unidades, que, quando ocorre dentro
de um mesmo sistema de unidades, acaba sendo muito mais simples do que quando é necessário
transformar uma unidade que pertence ao SI para uma unidade que pertence ao sistema inglês,
pois, para esse último caso, é necessário conhecer os valores de equivalência entre tais unidades.
Por fim, pudemos discutir e estudar sobre alguns instrumentos de medida, como a régua, que é gra-
duada tanto no sistema internacional quanto no sistema inglês. Também vimos que, para distâncias
maiores, podemos utilizar as trenas de fita ou a trena digital, que oferece uma grande facilidade de
utilização em ambientes internos de edificações.
7 Medidas lineares e de área
69
Escala
O desenho vem sendo utilizado há muito tempo para representar o que vemos, e na área
técnica não é diferente, ele é utilizado para representar desde pequenas peças de equipamen-
tos até edifícios e cidades inteiras. Mas, para que tais desenhos sejam compreendidos, eles
nem sempre podem ser representados em seus tamanhos reais.
Já imaginou como ficaria o desenho da Torre Eiffel (figura a seguir) em seu tamanho real?
Em qual folha poderíamos desenhá-la? Como faríamos?
Não seria nada fácil representar elementos grandes em sua escala real, tampouco repre-
sentar os elementos muito pequenos. Assim, para que seja possível desenhar objetos muito
grandes precisamos representá-los com suas dimensões reduzidas e para desenhar objetos
muito pequenos precisamos representá-los com suas dimensões ampliadas.
A essa relação de ampliação e redução do desenho comparado ao objeto real damos o
nome de escala, ela é uma relação de proporcionalidade entre as dimensões do desenho e as
dimensões do elemento real. Essa relação é feita obedecendo a uma razão entre as dimensões
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
72
do desenho e as dimensões do elemento a ser representado, de modo que não haja distorção entre as
medidas lineares e angulares.
Nos próximos itens veremos mais a fundo o que é escala e sua classificação. Aprenderemos também as
relações da matemática básica: razão proporção e regra de três, conhecimentos essenciais para trabalhar-
mos com escalas.
Escala, como já foi mencionado, é a razão entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do ob-
jeto representado e essa razão é representada pela indicação abaixo, onde Esc. é a abreviação da palavra
escala, d é a medida do desenho e R é a medida real do objeto. Esse tipo de escala é chamado de escala
numérica, é importante observar que as medidas devem estar sempre em uma mesma unidade:
d
Esc: ou Esc d: D
R
Usando essa relação, um determinado elemento representado em desenho pode ser executado sem
que haja distorções em suas medidas lineares e angulares, já que esta última se mantém inalterada, pois os
formatos reais do objeto são mantidos na representação em escala.
As escalas podem ser classificadas como: escalas naturais, escalas de redução e escalas de ampliação. A
seguir, veremos um pouco sobre cada uma delas:
a) Escalas de redução: é a escala em que as medidas do desenho (d) são menores que as medidas
reais (R) do objeto, conforme exemplo abaixo:
-- Escala 1:2 (lê se escala 1 por/pra 2) - 1 cm no desenho equivale a 2 cm do objeto real. A figura
a seguir mostra um apontador de lápis representado na escala 1:2.
esc 1:2
Figura 18 - Apontador em escala de redução
Fonte: Fonte: SENAI DR BA, 2017.
8 Escala
73
b) Escala natural: é a escala em que as medidas no desenho (d) são iguais às medidas reais (R) do
objeto, conforme exemplo abaixo:
-- Escala 1:1 (lê se escala 1 por/pra 1) - 1 cm no desenho equivale a 1 cm do objeto real, a figura a
seguir mostra um apontador de lápis representado na escala 1:1.
esc 1:1
c) Escala de ampliação: é a escala em que as medidas do desenho (d) são maiores que as medidas
reais (R) do objeto, conforme exemplo abaixo:
-- Escala 1.5:1 (lê se escala 1.5 por/pra 1): 1.5 cm no desenho equivale a 1 cm do objeto real, a
figura a seguir mostra um apontador de lápis representado na escala 1.5:1.
esc 1.5:1
SAIBA Para saber um pouco mais sobre escalas: tipos e como utiliza-lá, consulte o site Brasil
MAIS Escola e pesquise sobre escala cartográfica.
Vamos ver se você entendeu! Sabendo que as dimensões reais de um terreno é 10 m de comprimento
por 8 m de largura, se o comprimento for representado no desenho como sendo 50 cm, podemos afirmar
que o desenho foi feito em qual escala?
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
74
Como sabemos, o comprimento real (R) do terreno é 10 m (1.000 cm) e o comprimento no desenho (d)
é 50 cm, sendo assim, temos:
d 50
Esc = =
R 1000
1
Esc =
20
Com isso, temos que a escala utilizada foi a escala 1:20, onde 1 cm no desenho corresponde a 20 cm do
comprimento real do terreno.
CASOS E RELATOS
Conhecemos as escalas natural, de redução e de ampliação, mas como saber qual escala utilizar em um
desenho? Bom, essa escolha é feita analisando quais informações devem ser destacadas no desenho, quais
as dimensões do papel que será utilizado, qual o tamanho do objeto a ser representado, entre outros.
É importante analisar esses itens para que não seja utilizada, por exemplo, uma escala pequena de-
mais, que não possibilite a interpretação do desenho, ou, então, uma folha grande demais, de forma que
8 Escala
75
o desenho representado fique pequeno, se comparado à folha. Ou seja, a escala adequada é aquela que
harmoniza todas as informações e possibilita a correta leitura e interpretação do desenho.
A seguir veremos os conceitos de razão, proporção e regra de três, conceitos fundamentais para reali-
zarmos os cálculos e conversões de escalas.
Para entender melhor o conceito de escala, devem-se entender os conceitos matemáticos básicos de
razão, proporção e regra de três e como esse conhecimento deve ser utilizado na interpretação dos dese-
nhos técnicos.
Os conceitos de razão e proporção estão intimamente relacionados. Razão é o resultado da divisão
entre dois números, a esse resultado dá-se o nome de quociente. Assim, sendo um número a dividido por
um número b, terá como resultado a/b, que é o quociente ou razão, sendo essa divisão diferente de zero.
Mas quando se dá a proporção?
a
(lê se a está para b)
b
A proporção é a igualdade entre duas razões. Dizemos, por exemplo, que os números a, b, c, e d estão
em proporção se a razão a:b for igual a razão c:d (sendo b e d diferentes de zero). Dessa forma, consideran-
do a = 1, b = 3, c = 5 e d = 15, vamos analisar se são proporções:
a 1
= = 0,3333
b 3
c 5
= = 0,3333
d 15
1 5
=
3 15
FIQUE Para que a proporção seja válida, é necessário observar se as grandezas envolvidas
são diretamente proporcionais11 , a fim de se conservar a igualdade. Caso sejam in-
ALERTA versamente proporcionais12 , uma das razões deve ser invertida.
11 Diretamente proporcionais: quando se aumenta uma grandeza, ocorre o aumento da outra na mesma razão.
12 Inversamente proporcionais: quando se aumenta uma grandeza, ocorre a diminuição da outra na mesma razão.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
76
Em uma proporção, temos que o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, essa é a pro-
priedade fundamental das proporções, conforme explica a figura a seguir:
a c
= a:b=c:d b*c=a*d
b d
b*c
a*d
1 5
= ,assim 5*3 = 1*15 15 = 15
3 15
Essa propriedade é utilizada na regra de três, uma regra matemática que calcula um valor desconhe-
cido (incógnita) de uma proporção, ou seja, conhecendo-se três elementos de uma proporção, é possível
determinar o quarto elemento (incógnita).
No exemplo contido na figura a seguir, queremos determinar qual a medida de uma porta de 80 cm, se
ela for desenhada na escala 1:20:
Com isso concluímos que a porta terá 4 cm no desenho, utilizando a escala 1:20.
O exemplo dado refere-se à regra de três simples, quando há igualdade entre duas proporções, porém,
quando se tem mais de duas proporções envolvidas no problema, utiliza-se a regra de três composta, que
envolve artifícios matemáticos um pouco mais trabalhosos, entretanto, para ser capaz de trabalhar com
escalas, você não precisará desse conhecimento.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, aprendemos que, ao representar um objeto em desenho, é preciso manter uma pro-
porcionalidade entre as suas dimensões reais e as que estão contidas nos desenhos, sendo esse um
processo muito importante para os profissionais especializados na construção e execução das peças
ou edificações, pois são reproduzidas com base nos desenhos técnicos.
Vimos também que existem três tipos de escala: a escala natural, que conserva as medidas originais
na hora de representar em desenho; a escala de ampliação, que é utilizada quando se deseja repre-
sentar graficamente objetos com dimensões muito pequenas; e a escala de redução, que é utilizada
para representar objetos com dimensões muito grandes.
Por fim, estudamos alguns processos matemáticos que envolvem a utilização de escalas, como a
razão, que é o resultado da divisão entre dois números, também podendo chamar o resultado dessa
divisão de quociente; a proporção, que é a igualdade entre duas razões; e a regra de três simples, que
é utilizada para encontrar valores desconhecidos na igualdade entre proporções.
Leitura e interpretação de desenho
Quando vemos um objeto, conseguimos identificar as suas três dimensões: comprimento, largura e
altura. Para representar essas dimensões em um desenho, fazemos o uso das perspectivas, que nada mais
são do que uma representação gráfica das três dimensões de um elemento em um plano, ou seja, é a re-
presentação de um elemento na forma como ele é visto. Existem diferentes tipos de perspectivas: cônica,
cavaleira e isométrica, por exemplo, sendo que cada uma representa o objeto de um modo diferente. A
figura a seguir representa um cubo nessas três perspectivas:
a) Perspectiva cônica: é a que apresenta o objeto mais deformado, e se assemelha à forma que
vemos os objetos;
b) Perspectiva cavaleira: representa os objetos com suas dimensões reais;
c) Perspectiva isométrica: mantém as mesmas proporções nas dimensões do comprimento, lar-
gura e altura; a representação do objeto nessa perspectiva apresenta o objeto menos “deforma-
do”. Esse é o sistema de representação mais utilizado em desenho técnico.
Como vimos, as perspectivas possibilitam a representação de um elemento em seu formato mais real
possível, pois permite a compreensão dele em suas três dimensões. Conhecendo o elemento em perspec-
tiva podemos gerar a projeção de suas variadas faces em um plano ortogonal13, essa é a ideia da geração
das vistas de um elemento. Tomando como exemplo um prisma retangular, podemos representar sua
projeção ortográfica14 em mais de um plano de projeção, o plano horizontal (PH), o plano vertical (PV) e o
plano lateral (PL).
Para entendermos como é feita essa representação nos planos de projeção, veremos a seguir um passo
a passo, bem como o quadro, da projeção ortográfica de um prisma retangular nos planos vertical, hori-
zontal e lateral:
a) 1º passo: considerando o prisma no centro dos planos, projetamos linhas auxiliares perpendicu-
lares aos planos horizontal, vertical e lateral;
b) 2º passo: retirando-se o prisma do centro dos planos, vemos a projeção das faces dele nos pla-
nos de projeção PL, PV e PH;
13 Plano ortogonal: quando um plano é perpendicular a outro plano, ou seja, os planos formam entre si um ângulo de 90º.
14 Projeção ortográfica: forma de representar elementos tridimensionais em superfícies planas.
9 Leitura e interpretação de desenho
81
c) 3º e 4º passo: mantendo-se fixa a vista do plano vertical PV e rebatendo a vista do plano horizon-
tal PH, temos a vista planificada do plano horizontal;
d) 5º e 6º passo: mantendo-se fixas as vistas dos planos vertical PV e horizontal PH e rebatendo a
vista do plano lateral PL, temos a vista planificada do plano lateral;
e) 7º e 8º passo: por fim, temos a representação das três vistas do elemento em um único plano, ou
as vistas planificadas do elemento.
PH PH
PH
PH
PV PL PV
A C
PH B
PH PH
A representação presente nos três planos vistos anteriormente são exatamente as representações das
vistas do prisma retangular, que podem ser chamadas da seguinte forma:
a) Projeção A: projeção vertical ou vista frontal;
b) Projeção B: projeção horizontal ou vista superior;
c) Projeção C: projeção lateral ou vista lateral esquerda (representada no lado direito - vista reba-
tida).
Utilizando a mesma ideia do prisma retangular projetado nos planos ortogonais, veremos a seguir a re-
presentação das vistas de uma pequena edificação nos planos. Nesse caso, consideramos que a edificação
está envolvida por um cubo, e que ela é projetada em cada uma das faces do cubo, dando origem às vistas
de cima, de frente, do lado direito, do lado esquerdo e por trás.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
82
Vista de
cima
Vista por
trás
Vista do
lado direito
Vista do
lado esquerdo
Vista de
frente
Planificando as faces do cubo (como se abríssemos o cubo), teremos a representação de todas as seis
vistas da edificação, cuja sequência de posicionamento está representada na figura a seguir. Essa organi-
zação das vistas nem sempre se aplica nos desenhos arquitetônicos, pois eles costumam ser apresentados
em folhas separadas.
Vista inferior
(raramente usada)
Fachada Fachada
lateral direita posterior
Aprendemos como são geradas as vistas de um objeto e também de uma edificação, mas, muitas das
vezes, elas não são suficientes para explicar os elementos como um todo, pois ela representa apenas a
parte externa do elemento. Detalhes internos, por exemplo, não podem ser compreendidos a partir das
vistas. Nesse caso, é feito um corte no elemento. Esse é um recurso utilizado justamente para fazer o deta-
lhamento interno dos elementos.
9 Leitura e interpretação de desenho
83
Os cortes podem ser parciais, quando se corta apenas parte do elemento, detalhando-o parcialmente;
ou totais, quando é feito um corte no elemento detalhando toda a área que foi cortada. Nos projetos arqui-
tetônicos, utilizam-se cortes totais e, a partir deles, são geradas as plantas baixa e plantas de corte.
Nas plantas baixas, por exemplo, um plano horizontal imaginário corta a edificação em uma altura de
1,20 a 1,50 m do piso (conforme figura a seguir); retirando-se a parte de cima e observando a edificação de
cima para baixo, vemos os elementos que representamos na planta baixa.
Quando feitos por planos verticais, os cortes nos projetos arquitetônicos dão origem às plantas de corte
e têm a função de detalhar as partes internas da edificação, a exemplo do telhado e de desníveis, de forma
que seja possível compreender detalhes mais específicos da edificação.
Veremos nos próximos itens cada uma das vistas e cortes de uma edificação, assim como todos os ele-
mentos que os compõem.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
84
A planta baixa é um dos desenhos que compõem o projeto arquitetônico, ela é a representação gráfica
de uma edificação gerada a partir de um corte horizontal imaginário a uma altura aproximada de 1,20 a
1,50 m (em relação ao piso), considerando que o observador esteja olhando de cima para baixo, conforme
vimos anteriormente.
Na planta baixa são indicados os seguintes elementos: nome da planta e carimbo, elementos cons-
trutivos (paredes, portas, janelas, mobiliários, aparelhos sanitários, aparelhos elétricos, entre outros), bem
como a representação das informações (nome dos ambientes, áreas dos ambientes, níveis, posição dos
planos de corte verticais, indicação do norte, dimensões das portas e janelas, cotas gerais), entre outros
elementos.
Para facilitar seu entendimento, estudaremos os projetos arquitetônicos de uma edificação residencial
térrea composta por sala de estar/jantar, cozinha, dois dormitórios, sanitário, área de serviço, jardim e área
livre, conforme veremos a prancha a seguir:
FACHADA LATERAL
ESQUERDA
Muro h=2,30 m
0.80x0.40/1.70
Jardim Sanit.
3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
+0.19
+0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
RUA +0.20
0.00 1.50x1.60/ 0.50
Dormit. 01 Circulação
5,33 m²
FACHADA FRONTAL
9,90 m²
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Área livre
17,85 m²
Projeção da Cobertura
+0.12
Hall
19,70 m²
+0.12
A A
Estar/ jantar
Porta de Correr
1.60x2.10
9,80 m² 7,14 m²
12,46 m²
2.00x2.10
+0.19
+0.20
+0.20
Muro h=2,30 m
PLANTA BAIXA
esc 1:50 B
PROJETO RESIDENCIAL
PROJETO ARQUITETÔNICO
Planta Baixa
Cliente: xxxxxxxxxxx
Endereço: xxxxxxxxxxxx
ESCALA: Responsável Técnico DATA: FOLHA: FORMATO:
1:50 xxxxxxxxxxx xxxx 01 A3
As plantas baixas podem ser desenhadas nas escalas 1:50, 1:75, 1:100, a escolha da escala depende das
dimensões da edificação, do tamanho da folha e o que se deseja detalhar. No nosso projeto utilizamos a
escala 1:50.
9 Leitura e interpretação de desenho
85
A seguir, analisaremos detalhadamente cada elemento que compõe a planta baixa em estudo.
Os projetos devem conter as informações referentes aos elementos construtivos, são eles: as paredes,
elementos estruturais, aberturas (portas, portões, janelas), pisos, degraus, escadas, rampas, equipamentos
de construção (aparelhos sanitários), aparelhos elétricos (fogão, geladeira, máquina de lavar), entre outros.
Veremos a seguir alguns elementos que compõem a arquitetura, a exemplo das paredes, portas, jane-
las, mobiliários, equipamentos hidráulicos de construção e abordaremos um pouco sobre cada um destes
elementos, presentes em nosso projeto.
Paredes
Geralmente, são desenhadas com uma largura de 15 cm, considerando a espessura do bloco e o reves-
timento (reboco); são representadas com traço grosso, quando são cortadas pelo plano de corte, e com
traço mais fino, quando não são cortadas, mas são vistas. Na imagem a seguir, observamos que é feita a
indicação da parede cortada pelo plano de corte, da parede que não é cortada, mas é vista, nesse caso, o
peitoril15 e a janela cortada.
15 Peitoril: é a altura entre a parte inferior da janela e o piso acabado, nome dado também à pedra utilizada para dar
acabamento antes de instalar a janela.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
86
Dormit. 01
9,90 m²
+0.20
0.80x2.10
Para facilitar a visualização das paredes em escalas pequenas como 1:100 ou 1:200, utiliza-se a hachura,
que nada mais é do que preencher o espaço cortado (a parede por exemplo), com linhas, traços ou pintar,
de forma que destaque o elemento.
Portas
As portas são os elementos que interligam dois ambientes. Podem ser internas (não possui desnível
entre os ambientes) ou externas (quando há diferença de nível entre o ambiente interno e o externo). Sua
representação na planta baixa deve especificar as dimensões de largura e altura (largura x altura).
No quadro a seguir, veremos como é a representação de uma porta interna e externa em planta baixa
e corte vertical:
9 Leitura e interpretação de desenho
87
80x210
Porta interna
Planta
Corte
80x210
Porta externa
Planta
Corte
Nos banheiros, geralmente, o nível é mais baixo 1 a 2 cm, de forma que impeça a passagem de água
para o ambiente vizinho; dessa forma, a representação da porta do banheiro é feita como se fossem as
portas externas.
Janelas
São elementos utilizados para assegurar iluminação e/ou ventilação natural. Sua representação na
planta baixa deve especificar as dimensões largura, altura e peitoril (largura x altura/peitoril). A figura a
seguir mostra a representação em planta de uma janela cortada pelo plano de corte.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
88
a
gur tal
Lar i zon
ho r ela
no Jan
Pla e de
Par
ixo ntal
e aba orizo
ed h
Par plano
Altura
tal
izon do
o hor
n
Pla Parede abaixo do
Peitoril
largura x altura
peitoril
Quando a janela a ser representada estiver acima da linha de plano de corte (1,50 m), ela deve ser repre-
sentada com linhas tracejadas, o que significa que, embora não seja cortada pelo plano de corte, a janela
existe em um nível acima, conforme podemos ver na figura a seguir.
70 Laje (10cm)
Verga
80 Janela
Peitoril
Viga baldrame
80x70
230
Podem ser representados no projeto os mobiliários (sofás, mesas, cama, por exemplo), os equipamen-
tos hidráulicos (pias, lavatórios, tanque, vaso sanitário) e os eletrodomésticos (geladeira, máquina de lavar,
fogão).
Podemos ver na figura a seguir o projeto em estudo com todos os elementos descritos anteriormente.
0.80x0.40/1.70
Chuveiro Guarda roupas
Jardim Lavatório Sanit.
Vaso 3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
Sanitário +0.19
Guarda roupas +0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
+0.20
1.50x1.60/ 0.50
Cama
Dormit. 01 Circulação
Cama Porta
9,90 m² 5,33 m²
Projeção da Cobertura
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
Indicação de nível Indicação
0.80x2.10 0.80x2.10
Linha de
Corte
Bancada
Mesa
Hall
19,70 m²
+0.12
Estante
Área Serviço
Cozinha 7,14 m²
Porta correr
Estar/ jantar
1.60x2.10
Porta de Correr
+0.19
Porta de correr 12,46 m² 9,80 m²
2.00x2.10
+0.20
Sofá +0.20 Geladeira
Fogão Máquina
Pia Tanque de lavar
Cotas gerais
É um elemento fundamental que compõe as plantas, pois representam as dimensões dos elementos.
Elas são compostas por linha de chamada, linha de cota, traço, seta ou ponto, que são utilizados para deli-
mitar as cotas e o valor numérico (nos projetos arquitetônicos costuma-se utilizar o metro como unidade
de medida de comprimento), conforme imagem a seguir.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
90
Linha de cota
1.50x1.00/ 1.10
Valor da cota indica o
tamanho real do objeto
Dormit. 01
9,90 m²
Projeção da Cobertura
Os traços indicam o
limite da linha de cota
Indicação de nível
A
Hall
19,70 m²
Porta de Correr
RUA +0.12
2.00x2.10
0.00
A cotagem (ato de cotar) deve ser feita atendendo a alguns critérios, descritos a seguir:
a) As cotas devem ser utilizadas na planta e/ou no corte, de forma clara;
b) Todos os elementos e paredes devem ser cotados;
c) Deve haver um afastamento entre a cota e o elemento cotado;
d) Indicar as cotas parciais e totais dos elementos;
e) As linhas de cota devem ser posicionadas fora do desenho (quando possível), para facilitar a sua
leitura;
f) Nos cortes devem conter apenas as cotas verticais;
g) Não cotar um mesmo elemento mais de uma vez;
h) Evitar o cruzamento das linhas de cota;
i) Colocar as cotas prevendo sua utilização futura.
9 Leitura e interpretação de desenho
91
Cota de nível
São as cotas que indicam a diferença de nível dos pisos, a partir de uma referência de nível 0 (zero),
definida previamente pelo projetista. A seguir, veja alguns critérios que devem ser atendidos na colocação
das cotas de nível:
a) Devem ser sempre em metros, escritos na horizontal;
b) Indicar sinal de + ou - antes da cota (indica se cresce ou decresce o nível com base na referência
de nível 0 (zero);
c) Indicar os níveis dos dois lados de uma diferença de nível;
d) Evitar a repetição de cotas de nível próximas;
e) Simbologia usual em planta e em corte, conforme figura a seguir.
+ 0.20 + 0.20
Representação em Representação em
planta corte
Todas as portas, portões e janelas (ou esquadrias) devem ser cotados, de modo a indicar sua altura,
largura e peitoril (no caso das janelas).
A seguir, veremos algumas regras para colocação das cotas das portas, portões e janelas:
a) No caso de portas e portões a indicação é feita l x h (largura x altura);
b) No caso das janelas a indicação é feita l x h / p (largura x altura / peitoril);
c) A indicação l x h ou l x h / p, pode ser posicionada próxima às portas, portões ou janelas (interna-
mente ou externamente à construção);
d) Outra forma de representarmos as cotas de portas e janelas é elaborando um quadro de esqua-
drias em que cada esquadria possui um nome (P1 - porta 1) e no quadro é feita a discriminação de
todas as suas medidas e ainda podem ser inseridas outras características, como o tipo (madeira,
alumino, vidro).
A planta a seguir apresenta as cotas gerais, cotas de nível e as cotas das portas e janelas do nosso pro-
jeto em estudo:
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
92
Muro h=2,30 m
0.80x0.40/1.70
Jardim Sanit.
3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
+0.19
+0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
RUA +0.20
0.00 1.50x1.60/ 0.50
Dormit. 01 Circulação
9,90 m² 5,33 m²
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Área livre
17,85 m²
Projeção da Cobertura
+0.12
Hall
19,70 m²
+0.12
Porta correr
Estar/ jantar
Porta de Correr
1.60x2.10
9,80 m² 7,14 m²
12,46 m²
2.00x2.10
+0.19
+0.20
+0.20
Muro h=2,30 m
Devem constar nos projetos as indicações dos nomes de cada ambiente, eles são definidos em função
da sua utilização.
No caso da nossa edificação, temos dormitórios, sala de estar/jantar, cozinha, circulação, área de servi-
ço, sanitário, jardim, área livre e hall, conforme vemos a seguir:
Muro h=2,30 m
0.80x0.40/1.70
Jardim Sanit.
3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
+0.19
+0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
+0.20
1.50x1.60/ 0.50
Dormit. 01 Circulação
9,90 m² 5,33 m²
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Área livre
17,85 m²
Projeção da Cobertura
+0.12
Hall
19,70 m²
+0.12
Estar/ jantar
Porta de Correr
1.60x2.10
9,80 m² 7,14 m²
12,46 m²
2.00x2.10
+0.19
+0.20
+0.20
Muro h=2,30 m
PLANTA BAIXA
Figura 35 - Destaque dos nomes e áreas dos ambientes
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
9 Leitura e interpretação de desenho
93
Consta também na planta baixa a área de cada ambiente. Seu cálculo é feito com base nas dimensões
lineares dos ambientes (comprimento x largura), conforme aprendemos no capítulo Medidas Lineares e
de Área.
A seguir veremos o cálculo da área de alguns cômodos:
a) Área dormitório 01: 3,45 x 3,00 = 9,90 m²
b) Área sala estar/jantar: 2,80 x 4,45 = 12,46 m²
c) Área cozinha: 2,80 x 3,50 = 9,80 m²
Aprendemos até agora todos os elementos que compõem uma planta baixa. Veremos no próximo item
os elementos que compõem uma planta de leiaute.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
94
A planta de leiaute (ou layout, em inglês) é a planta utilizada para dimensionar e organizar os ambien-
tes. Nela estão dispostos os mobiliários e organizados os espaços em função da sua utilização, conforme
veremos na figura a seguir.
Muro h=2,30 m
0.80x0.40/1.70
Jardim Sanit.
3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
+0.19
+0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
+0.20
1.50x1.60/ 0.50
Dormit. 01 Circulação
5,33 m²
Projeção da Cobertura
9,90 m²
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Área livre
RUA 17,85 m²
0.00 +0.12
Hall
19,70 m²
+0.12
A A
Porta correr
Estar/ jantar
Porta de Correr
1.60x2.10
9,80 m² 7,14 m²
12,46 m²
2.00x2.10
+0.19
+0.20
+0.20
Muro h=2,30 m
PLANTA LEIAUTE
esc 1:50
Geralmente, são feitas nas escalas 1:50 ou 1:100 e nela deve constar a disposição dos móveis em suas
dimensões reais, as cotas das aberturas, detalhes dos mobiliários, informações referentes à organização
dos ambientes.
A planta de leiaute é a planta utilizada como base para a elaboração dos projetos de instalações elétri-
cas, instalações hidrossanitárias16, instalações de incêndio, entre outras. Como ela contém a disposição dos
mobiliários, facilita a locação dos pontos elétricos, hidráulicos e de incêndio, por exemplo.
A seguir aprenderemos sobre a planta de situação.
A planta de situação é uma das plantas que compõem o projeto arquitetônico da edificação e tem a
finalidade de situar o lote em relação às ruas e aos demais lotes de uma determinada área.
Nessa planta devem conter as seguintes informações: as dimensões do lote, nomes das ruas, indicação
do norte (orientação geográfica), pontos de referência, entre outros. Geralmente, são representadas nas
escalas 1:500, 1:1000 ou 1:2000.
Essa planta não se limita a representar apenas a edificação, devendo abranger uma área maior, incluin-
do as ruas e outros lotes.
RUA A
RUA C RUA D
43
RUA B
QUADRO DE ÁREAS
PLANTA DE SITUAÇÃO ÁREA DO TERRENO 107,81 m²
esc 1:500 80,94 m²
ÁREA OCUPADA
Outra informação que deve conter na planta de situação é o quadro de áreas. Nele consta a área do
terreno, a área ocupada (no terreno pela construção) e a área total construída (somas de todas as áreas -
no caso de edificação com mais de um pavimento é a soma das áreas de todos os pavimentos). Com base
nessas áreas, calculam-se os índices de ocupação I.O. (área construída dividida pela área total do terreno) e
o índice de utilização ou aproveitamento (área total construída dividida pela área total do terreno).
A seguir veremos os elementos que compõem a planta de locação e cobertura.
A planta de locação e de cobertura é uma vista superior da edificação e tem a finalidade de indicar a
posição da edificação dentro do terreno, assim como detalhar a cobertura. Ela apresenta os seguintes ele-
mentos: muros, portão, as cotas para locação da edificação, passeio, calçada, rua e casas vizinhas (quando
houver). Ela detalha também a cobertura da edificação, destacando elementos como a quantidade de água
do telhado17, tipo de telhado, sentido de inclinação, aberturas (poço de ventilação), projeção da edificação
(contorno das paredes), indicação do norte, entre outras informações. As escalas comumente utilizada são
as escalas 1:75, 1:100 e 1:200. Essa planta serve como ponto de partida na locação da edificação no terreno.
Indicação do norte
TELHA CERÂMICA
Projeção da Edificação
INC=35%
A B
Indicação de corte B Tipo de telha>> cerâmica
longitudinal A-A inclinação do telhado>> 35%
Indicação de corte
transversal B-B Linha tracejada - indica a
projeção da edificação
Poço
Projeção da Edificação
Projeção da Edificação
Ventilação
TELHA CERÂMICA
TELHA CERÂMICA
INC=35%
INC=35%
CALÇADA
Projeção da Edificação
A A
Projeção da Edificação
Em nossa planta em estudo, o telhado possui telha cerâmica com duas águas (planos de inclinação),
possui uma inclinação de 35% e uma abertura na área de ventilação (poço de ventilação) do jardim.
Em alguns casos, a planta de locação e de cobertura é representada separada, ou seja, uma prancha
com a planta de locação e outra prancha com a planta de cobertura, isso acontece quando há a necessi-
dade de maior detalhamento na planta de cobertura, por exemplo. No próximo item veremos as fachadas
do nosso projeto.
9.6 fachadas
As plantas de fachada são as vistas representadas nos planos verticais e laterais. Nos projetos arquitetô-
nicos, geralmente, são apresentadas as quatro fachadas: frontal (ou principal), posterior (vista de trás), late-
ral direita e lateral esquerda. Elas têm a finalidade de mostrar como ficará a futura a edificação, apresentam
os detalhes das fachadas, janelas, portas, revestimentos (quando houver), entre outros.
É importante saber que as fachadas, normalmente, não são cotadas, sendo que a escala utilizada é a
mesma da planta baixa (no caso do projeto em estudo a escala é 1:50).
A seguir, veremos duas fachadas do projeto, a principal e a lateral direita.
FACHADA PRINCIPAL
esc 1:50
Em regra, as plantas baixas e fachadas não são suficientes para detalhar as informações contidas no
projeto, pois, a planta baixa, por ser um corte horizontal, não consegue, por exemplo, detalhar elementos
na vertical e as fachadas apresentam apenas elementos externos à edificação, sem detalhar os elementos
estruturais, como lajes e vigas. Para isso, faz-se o uso dos cortes.
A seguir, veremos como são gerados os cortes do nosso projeto.
9.7 Cortes
O corte é uma representação da vista ortográfica que é gerada quando um plano de corte vertical ima-
ginário passa pela edificação. Geralmente, paralelo às paredes, tem a finalidade mostrar alguns elementos
que a planta baixa e as fachadas não deixam muito claro. Os cortes verticais podem ser transversais (no
sentido da menor dimensão da edificação) ou longitudinais (no sentido da maior dimensão da edificação),
conforme veremos na figura a seguir.
A quantidade de cortes que podem ser feitos em um projeto varia em função das informações que são
necessárias detalhar. Essa quantidade é definida pelo projetista, mas devem ser feitos, no mínimo, dois: um
transversal e um longitudinal.
Os cortes são posicionados em regiões onde é necessário destacar, por exemplo, o desnível entre am-
bientes, detalhes no acabamento, destacar a altura do pé direito (altura do piso ao forro ou laje), detalhar
esquadrias especiais (janelas e portas), detalhar escadas, elevadores, elementos estruturais, entre outros.
Os cortes devem ser indicados nas plantas e sua simbologia, além de indicar a localização do corte, in-
dica também o sentido de visualização (o sentido da seta).
No nosso projeto foram feitos dois cortes, o corte longitudinal A-A e o corte transversal B-B, a indicação
desses cortes estão representadas nas plantas baixas e de cobertura (apresentadas nos itens anteriores). A
seguir, veremos os cortes do projeto em estudo.
+3.32
Laje pré-fabricada
CORTE A-A
esc 1:50
+3.32
Laje pré-fabricada
+0.20 +0.19
Sala estar/jantar Jardim
CORTE B-B
esc 1:50
Como foi possível observar, são indicadas nos cortes todas as cotas verticais, cotas de altura das portas
e janelas, altura do pé direito, assim como os nomes dos ambientes e as cotas de nível (conforme mostram
as figuras anteriores).
No item a seguir, aprenderemos como realizar a leitura e interpretação de um projeto elétrico. Com base
no projeto estudado até aqui, faremos o lançamento dos pontos, eletrodutos e condutores no projeto.
Aprendemos até agora um pouco sobre a leitura e interpretação de desenhos, mais especificamente os
desenhos que constam nos projetos arquitetônicos. Abordaremos, agora, um pouco do universo das ins-
talações elétricas, falaremos sobre as simbologias utilizadas nos projetos elétricos, veremos alguns diagra-
mas elétricos e, por fim, aprenderemos a interpretar um projeto elétrico. Como base no projeto em estudo,
faremos a disposição dos elementos que compõem as instalações elétricas.
9.8.1 simbologias
FIQUE Os projetistas podem usar simbologias diferentes das especificadas pelas normas,
desde que constem na legenda dos projetos seu significado. Por isso, você deve con-
ALERTA sultar sempre as legendas e informações descritas no projeto.
A seguir, falaremos um pouco dos componentes mais usuais e apresentaremos as suas simbologias,
conforme aparecem no projeto, e seu significado.
eletrodutos e distribuição
Os eletrodutos são os componentes da instalação que servem como via de passagem para os condu-
tores elétricos; eles são os protetores físicos dos cabos. Podem ser embutidos no teto, parede ou piso, são
9 Leitura e interpretação de desenho
101
Eletroduto
embutido no
Ø 25
teto ou parede. Indicar as
dimensões
Eletroduto
em mm.
embutido no piso.
Ø 25
Os quadros de distribuição são os elementos responsáveis pela distribuição dos circuitos. Eles são di-
mensionados em função da quantidade de circuitos da edificação e contém os elementos de proteção,
como, por exemplo, os disjuntores, instalados dentro da edificação em uma área de fácil acesso.
Já o quadro de medição, é instalado no limite da edificação e contém o medidor. Sua instalação é de
responsabilidade da concessionária de energia elétrica.
A seguir, veja a simbologias dos quadros de distribuição e medição.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
102
interruptores
Interruptor
a
simples de
uma seção.
Interruptor
a b
simples de
duas seções.
A letra
Interruptor minúscula
a b
simples de indica o ponto
c
três seções. comandado.
Interruptor
a paralelo ou
three-way.
Interruptor
a
intermediário
ou four-way.
tomadaS
As tomadas são os dispositivos que possibilitam a ligação dos equipamentos elétricos, elas podem ser
no piso, baixas, médias ou altas e, para cada uma, teremos uma simbologia diferente, conforme veremos
a seguir.
SÍMBOLO SÍMBOLO
COMPONENTE (UNIFILAR) (MULTIFILAR) SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES
Tomada baixa
300VA (30cm do piso
-3- acabado)
Tomada média
300VA (130cm do piso
-3- acabado)
Indica o
Tomada alta circuito e a
300VA (200cm do potência
-5- piso acabado) quando
diferente de
Te 100 VA.
Tomada embutida
no piso
A simbologia de tomada alta nem sempre representa uma tomada física. Por exem-
FIQUE plo, o ponto do chuveiro elétrico é indicado por um ponto de tomada alta, mas não
ALERTA deve ser instalada fisicamente, pois a potência do chuveiro é elevada e derreteria a
tomada. Por isso, o chuveiro deve ser instalado usando conectores apropriados.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
104
luminárias e lâmpadas
A luminárias são os elementos ornamentais que conectam as lâmpadas, essas, por sua vez, têm a finali-
dade de iluminar um dado ambiente; sua representação é apresentada na sequência.
Os diagramas elétricos são uma forma de representarmos uma instalação elétrica ou parte dela por
meio de símbolos gráficos. Existem três tipos de diagramas: funcional, multifilar e unifilar, conforme vere-
mos a seguir:
a) Diagrama funcional: representa o sistema elétrico como um todo, sem que haja preocupação
com a disposição dos componentes elétricos, mas, sim, permitir um rápido entendimento sobre o
seu funcionamento. A seguir, veremos um diagrama funcional para acionamento de uma lâmpa-
da com interruptor simples de uma tecla.
9 Leitura e interpretação de desenho
105
Neutro
Fase
Retorno
b) Diagrama multifilar: bastante utilizado para explicar circuitos básicos das instalações elétricas,
é de fácil interpretação, pois apresenta cada elemento da instalação, incluindo os condutores
(fase, neutro, terra e retorno). A seguir, veremos o diagrama multifilar para acionamento de duas
lâmpadas com interruptor simples de uma tecla.
F
N
PE
c) Diagrama unifilar: é o diagrama mais utilizado, pois apresenta as partes principais de uma insta-
lação elétrica, identificando os elementos mais importantes. Ele é representado em apenas uma
linha, onde são representados todos os elementos que passam por ele, a exemplo dos condutores
fase, neutro, terra e retorno. A seguir, veremos o diagrama unifilar para acionamento de duas lâm-
padas com interruptor simples de uma tecla.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
106
-1-
2#1,5
a
-1-
A seguir, veremos alguns componentes das instalações elétricas representados por meio dos três dia-
gramas vistos anteriormente.
F
Neutro
Fase Proteção N -1-
-1-
PE
Tomada 3#1,5
300W
Neutro
F
-1- a -1- -1- b
Interruptor Fase N b -1-
a
-1-
Retorno b
Lâmpada F
-1-
1x100w
-1- b c 1x100w -1- c 1x10
N a
com Neutro
Fase PE 3#1,5
-1- 3#1,5 b -1- 2#1,5 c
interruptor Retorno a
b
c
-1-
4#1,5
simples a -1-
b
três teclas Retorno
c
9 Leitura e interpretação de desenho
107
Neutro
F
-1- a -1- -1- b
Interruptor Fase N b -1-
a
-1-
Retorno b
F
Neutro
Fase Proteção N
Lâmpada F -1-
1x100w
-1- b c 1x100w -1- c -1-
NPE -1- a 1x10
com
Tomada
Neutro
Fase PE 3#1,5
-1- 3#1,5 b -1- 300Wc
2#1,5
3#1,5
interruptor Retorno a
-1-
b
c 4#1,5
simples a -1-
b
três teclas Retorno
c
Neutro
Fase
F
F -1- 1x100w -1- a
Lâmpada Neutro
Fase N
N -1- a -1- b b -1-
Interruptor
com PE
PE
3#1,5 -1- -1-a
1x100w 2#1,5
-1-
1x100w
Retorno 3#1,5
simples
interruptor Retorno a -1-
duas teclas
paralelo
b
a
3#1,5
-1-
3#1,5
a
-1-
Retorno ba
-1-
Retorno
Lâmpada F
-1-
1x100w
-1- b c 1x100w -1- c 1x10
N a
com Neutro
Fase PE 3#1,5
-1- 3#1,5 b -1- 2#1,5 c
interruptor Retorno a
b
c
-1-
4#1,5
simples a -1-
b
três teclas
CASOS E RELATOS Retorno
c
UmLâmpada N
dos eletricistas, tendo como base seus conhecimentos e sua vivência prática
3#1,5 não se
-1- atentou
a à -1-
com
legenda e às informações contidas
PE
no projeto e, rapidamente, começou a recortar as paredes para
interruptor Retorno
embutir os eletrodutos.
paralelo -1-
a 3#1,5
Quando o projetista responsável pelo projeto elétrico foi visitar a obra, levou um susto ao observar
a
-1-
que as tomadas baixas, as tomadas médias, as tomadas altas, os interruptores e os quadros foram
Retorno
recortados e posicionados de forma incorreta.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
108
Isso aconteceu, pois, o padrão de símbolos adotado no projeto era diferente do padrão que o eletri-
cista estava acostumado e, como ele não se atentou às legendas, não notou que algumas alturas dos
componentes presentes no projeto eram diferentes dos comumente adotados por ele.
O eletricista só se deu conta quando o projetista mostrou que tudo estava corretamente discrimina-
do no projeto.
Por causa desse descuido, foi necessário corrigir os pontos locados de forma equivocada, o que ge-
rou retrabalho e atraso nos serviços.
Fazendo uso do diagrama unifilar, visto anteriormente, aprenderemos como elaborar o projeto elétrico
em estudo. Para iniciarmos, vamos utilizar a planta de leiaute do projeto e com base nela vamos definir os
pontos elétricos da edificação. Para isso, vamos precisar utilizar os conceitos adquiridos até aqui e consul-
taremos a norma ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão.
Muro h=2,30 m
0.80x0.40/1.70
Jardim Sanit.
3,45 m²
0.70x2.10
2,25 m²
1.50x1.00/ 1.10
+0.19
+0.19 Dormit. 02
1.50x1.00/1.10
8,10 m²
+0.20
0.00 1.50x1.60/ 0.50
Dormit. 01 Circulação
9,90 m² 5,33 m²
Projeção da Cobertura
+0.20 +0.20
0.80x2.10 0.80x2.10
Área livre
17,85 m²
Projeção da Cobertura
+0.12
Hall
19,70 m²
+0.12
Estar/ jantar
Porta de Correr
1.60x2.10
9,80 m² 7,14 m²
12,46 m²
2.00x2.10
+0.19
+0.20
+0.20
Muro h=2,30 m
PLANTA BAIXA
Figura 47 - Planta baixa
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Para prevermos a quantidade de pontos de tomada e de iluminação que existirão na edificação, vamos
utilizar as regras a seguir, retiradas da norma ABNT NBR 5410.
A quantidade dos pontos de iluminação é determinada com base nas áreas dos cômodos:
a) Para os cômodos ou dependências com área igual ou inferior 6 m² deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA;
9 Leitura e interpretação de desenho
109
b) Para os cômodos ou dependências com área superior 6 m² deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescidos 60 VA para cada 4 m² inteiros de aumento.
A quantidade dos pontos de tomada é determinada em função do local e dos equipamentos elétricos,
devendo ser atendidos os seguintes critérios:
a) Banheiros: deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada (próximo ao lavatório);
b) Cozinhas e áreas de serviço: deve ser previsto, no mínimo, um ponto a cada 3,50 m de perímetro
ou fração, sendo que, acima da bancada da pia, devem ser previstas, no mínimo, duas tomadas;
c) Varandas: dever ter pelo menos um ponto de tomada;
d) Sala e dormitórios: deve ser previsto, no mínimo, um ponto de tomada a cada 5,0 m de períme-
tro ou fração.
No quadro a seguir, apresentaremos a dimensão de cada cômodo com as medidas de perímetro e área
(caso tenha dúvidas reveja o capítulo Medidas Lineares e de Áreas).
Conhecendo as áreas e perímetros dos ambientes apresentados na tabela anterior, vamos verificar a
quantidade de pontos de iluminação e tomada com base nos critérios vistos anteriormente.
Pontos de iluminação
Sabemos que, para cômodos com até 6 m², devem ser previstos pontos de luz com potência mínima de
100 VA, com acréscimos de 60 VA para cada 4 m² inteiros excedentes, sendo assim temos:
a) Sala de estar/jantar: A=12,46 m² é superior a 6m², assim temos 100 VA para os primeiros 6 m² e
do restante (6,46 m²) 60 VA para os 4 m² inteiros, totalizando 160 VA;
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
110
b) Dormitório 01: A=9,90 m² é superior a 6 m², assim temos 100 VA para os primeiros 6 m² e do
restante (3,90 m²) não há acréscimos, pois não são 4,0 m² inteiros;
c) Dormitório 02: A=8,10 m² é superior a 6m², assim temos 100 VA para os primeiros 6 m² e do
restante (2,10 m²) não há acréscimos, pois não são 4,0 m² inteiros;
d) Cozinha: A=9,80 m² é superior a 6m², assim temos 100 VA para os primeiros 6 m² e do restante
(3,80 m²) não há acréscimos, pois não são 4,0 m² inteiros;
e) Área de serviço: A=4,46 m² é inferior a 6m², assim, temos 100 VA;
f) Sanitário: A=3,45 m² é inferior a 6m², assim, temos 100 VA.
Pontos de tomadas
Os pontos de tomadas são definidos com base no uso de cada cômodo: salas e dormitórios, um ponto
a cada 5 m ou fração de perímetro; cozinha e área de serviço, um ponto cada 3,5 m ou fração de perímetro;
banheiros e varanda, pelo menos um ponto.
a) Sala de estar/jantar: Perim = 14,50 m, dividindo por 5 m, temos 2,90, isso equivale a três pontos
de tomada;
b) Dormitório 01: Perim = 12,60 m, dividindo por 5 m, temos 2,52, isso equivale a três pontos de
tomada;
c) Dormitório 02: Perim = 11,40 m dividindo, por 5 m, temos 2,28, isso equivale a três pontos de
tomada;
d) Cozinha: Perim = 12,60 m, dividindo por 3,50 m, temos 3,60 isso, equivale a quatro pontos de
tomada;
e) Área de serviço: Perim = 8,90 m dividindo por 3,50 m, temos 2,54, isso equivale a três pontos
de tomada;
f) Sanitário: pelo menos um ponto próximo ao lavatório.
SAIBA Para saber mais como prever os pontos de iluminação e os pontos de tomada, consul-
te: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de
MAIS baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. Versão corrigida 2008.
Com esses conhecimentos, faremos a representação gráfica das instalações elétricas no projeto em es-
tudo. Inicialmente, vamos distribuir os pontos de lâmpadas, tomadas, interruptores e quadros, conforme
veremos a seguir. Depois disso, faremos a distribuição dos eletrodutos e, por fim, a identificação de todos
os circuitos.
9 Leitura e interpretação de desenho
111
É importante se atentar aos seguintes itens antes de definir os pontos de tomadas, interruptores, lumi-
nárias e quadros.
a) Os pontos de iluminação devem ser distribuídos de forma equidistante nos ambientes. Quando
existir apenas um ponto, ele dever estar centralizado;
b) Os pontos de tomadas devem ser distribuídos conforme leiaute do projeto. Devem-se locar os
pontos próximos a equipamento elétricos ou a mobiliários que os comportarão;
c) As tomadas em áreas consideradas molhadas (sanitários, cozinhas e áreas de serviço, por exem-
plo), são, preferencialmente, médias;
d) Nas demais áreas, a altura das tomadas é feita considerando a sua utilização. Por exemplo, toma-
das para ventiladores devem ser altas;
e) O quadro de distribuição deve ser posicionado em um local de fácil acesso, centralizado e de
grande circulação;
f) Os pontos de interruptores devem ser localizados em pontos de fácil acionamento.
Após ser feita a disposição dos pontos de iluminação e tomadas, deve ser feita a identificação dos cir-
cuitos, potência das luminárias e/ou tomadas específicas (como, por exemplo, a do chuveiro). Os circuitos
podem ser distribuídos de forma bem simples:
a) Circuito 1: Iluminação geral;
b) Circuito 2: Tomadas - sala estar/jantar, dormitórios e sanitário;
c) Circuito 3: Tomada - cozinha;
d) Circuito 4: Tomada - área de serviço;
e) Circuito 5: Chuveiro elétrico.
A seguir, veremos todas as informações descritas anteriormente já dispostas na planta em estudo.
CHG
2
2
100
b1 2
2
1
1 a 1c 1
l
2 100 100
j
a c
Luminária de parede Interruptor simples
h=2,00 m comanda luminária b
100
f 1
2
comanda luminárias f/ l / e
l
f
e
d
j
g
e
4
2
h
Quadro de
Interruptor 1 tecla simples 1 paralela distribuição
QD1 Interruptor simples duas teclas
comanda luminárias d / e embutido
comanda luminária b e j
Ponto de luz no teto
Circuito alimentação- 1
100 100 60 100 100
d 1 e 1 e 1 g 1 h1 ligada ao interruptor H
Potência máxima 100 VA
Tomada média- 1,30 m do piso
Circuito alimentação- 3
Potência 100 VA (quando não identificado)
2
2
4
3
Quadro de
QM1 medição
600W
embutido
MED
O próximo passo é realizar o traçado dos eletrodutos e depois indicar os circuitos que passam por ele.
Para isso, atente-se aos seguintes itens:
a) O quadro de distribuição é alimentado pelo quadro de medição (medidor instalado pela conces-
sionária de energia que fica no limite da edificação);
b) Todos os circuitos devem sair do quadro de distribuição;
c) Cada circuito deve ter seu próprio condutor neutro;
d) O condutor terra pode ser comum a mais de um circuito, desde que em um mesmo eletroduto;
e) Evitar cruzamento de eletrodutos no teto, parede ou piso, pois dificulta a interpretação do pro-
jeto;
f) Evitar sair mais de uma vez do quadro de distribuição com o mesmo circuito;
g) Iniciar a distribuição dos eletroduto a partir do quadro de distribuição em direção a um ponto de
luz e desse para o interruptor (lembrando dos diagramas) e assim por diante;
h) Não faça distribuição aleatória dos eletrodutos, tenha em mente que o traçado elaborado será o
caminho para a passagem dos condutores. Dessa forma, o encaminhamento dos eletrodutos de-
vem seguir a lógica de funcionamento dos dispositivos (tomadas, interruptores, lâmpadas etc.);
i) Interligue as caixas de passagem instaladas em uma mesma parede com eletrodutos interligados
entre si;
j) Quando as caixas de passagem estiverem em paredes próximas, evite os cantos e as interligue
pelo piso;
k) Lembre-se que todas as tomadas possuem o condutor terra.
Com base nas dicas anteriores, é possível realizamos a passagem dos eletrodutos, conforme figura a
seguir:
4000W
CHG
2
2
100
b1 2
2
1
1 a 1c 1
2 100 100
l
j
c
100
f 1
l
f
e
d
j
g
e
Eletroduto embutido no teto
4
2
h
diâmetro quando não
especificado é 25 mm ou 3/4"
QD1
2
4
2
4
3
QM1
600W
600W
MED
Eletroduto embutido na
parede diâmetro quando não
PLANTA BAIXA especificado é 25 mm ou 3/4"
esc 1:50
Feita a passagem dos eletrodutos, é necessário indicar em cada trecho dos eletrodutos os condutores
que estão passando, devendo ser indicados os números dos circuitos pertencentes a cada componente,
assim como indicar o comando de cada luminária.
Utilizando as simbologias e com base na explicação sobre diagramas, veremos, a seguir, o projeto elé-
trico completo da edificação em estudo.
2
Condutor fase
4000W
CHG
2.5
2 5
5
2
2
2 2.5 10
2
100
2.5
2.5 b1 2
2 2
1
1
b
b
2
2.5
2.5
1 a 1c 1
2 100 1 1 100
l
2.5
2
c j
1 2.5
a 1 c
a 2
5
l
10
1 2
2.5
100
2
2.5
f 1
2.5
e fl
1
2
2
Condutor retorno
Condutor neutro
j
1
2
1 l
1 2
2
f
2.5
1
2.5
2.5 e
e
d d
j
g
e
4
2
comando "d" do h
interruptor 1
2
4
g
2.5
j
1
QD1
h
de
2.5
1
2
3
1 1 2 1 2 4 1 4
2.5
100 100 60 100 100
d 1 d e 1 e e 1 g 1 hj h1
2.5 2.5 2.5
QD1
ø1"
2
16
2.5
3
2
4
2.5
2
4
2
2.5
3
4
3
3
QM1 2.5
600W
600W
4
3 3 3
MED
2.5
2.5 2.5 2.5
PLANTA BAIXA
esc 1:50
Deve constar no projeto elétrico o diagrama unifilar e o quadro de cargas. O diagrama unifilar é um es-
quema da ligação do quadro de distribuição com medidor, ele detalha a seção dos condutores e a capaci-
dade dos disjuntores. O quadro de cargas resume as cargas de iluminação, tomadas e circuitos específicos
do projeto elétrico.
Além desses dois elementos, não devemos esquecer a legenda, com todas as simbologias utilizadas no
projeto, assim como o carimbo (elementos que vimos no início do capitulo). A seguir, veremos a prancha
com o projeto elétrico completo.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO
114
Legenda
Eletroduto embutido no piso
4000W
Int. de 02 teclas simples a 1,30m do piso
CHG
2.5
h
2 5
d
Int. de 01 teclas simples e 01 tecla paralela a 1,30m do piso
2
2
5
2 2.5 10
2
100
2.5
2 l
b1
2.5
f Int. de 02 teclas simples e 01 tecla paralela a 1,30m do piso
e
2
2
2
1
1
Tomada baixa (NBR 14136) - 2P+T 10 A a 0,30m do piso
b
b
2
2.5
2.5
1 a 1c 1
2 100 1 1 100 3
l
2
Tomada média (NBR 14136) - 2P+T 10 A a 1,30m do piso
2.5
2
c j
1 2.5
a
a 1 2 c 3 Tomada alta (NBR 14136) - 2P+T 10 A a 2,20m do piso
5
l
10
1 2
2.5
100
5
2
2.5
f 1
2.5
CHG
1
2
j
1
2
l
1 2
2
f 100
Ponto de luz no teto, com potência prevista de 100 W
5
1
2.5
2.
2.5 e g 1
e
d
j
g
e
60
4
Ponto de luz no teto, com potência prevista de 60 W
2
h e 1
1
2
4
g 1
2.5
hj
1
QD1
de
2.5
1 j
2
3 QM1
4
100
1
100
1 2
60
1 2 2.
5 100
1 4
100
MED Quadro de medição - embutir a 1,50m do piso
d 1 d e 1 e e 1 g 1 hj h1
2.5 2.5 2.5
Ilum. Iluminação
QD1
16
ø1"
2 TUG's Tomadas de uso geral
2.5 2
3
TUE's Tomadas de uso específico
4
2.5
2
2
2.5
4
3
3
QM1
600W
2.5
3 3 3 4
MED
2.5 2.5 2.5 2.5
NOTAS:
6 - O projeto foi desenvolvido conforme layout arquitetônico com a diposição dos móveis.
QD1 (Tipo)
(6460 W)
16 A 5 kA (980 W)
1 (Ilum. geral)
T
2.5
20 A 5 kA (1100 W)
QM1 T
2 (TUG's dormitório e sala estar / jantar)
63 A 5 kA 2.5
kW.h
16 20 A 5 kA (900 W)
3 (TUG's cozinha)
T
2.5
20 A 5 kA (300 W)
4 (TUG's área serviço)
T
2.5
50 A 5 kA (4000 W)
5 (TUE's chuveiro)
T
10
Chegamos ao final de mais um capítulo e com ele finalizamos também os nossos estudos da Unidade
Curricular Leitura e Interpretação de Desenho. Espero que tenha assimilado os conteúdos aqui apresenta-
dos e que prossiga nessa caminhada rumo ao seu sucesso profissional.
Até mais! E continue estudando.
9 Leitura e interpretação de desenho
115
RECAPITULANDO
Neste capítulo, aprendemos a ler e interpretar os desenhos relacionados aos projetos arquitetônicos
e aos projetos elétricos.
Aprendemos, inicialmente, sobre a representação do desenho em perspectiva. Aplicamos esse con-
ceito quando estudamos os desenhos que compõem um projeto arquitetônico, onde vimos os ele-
mentos que compõem uma planta baixa, planta de situação, planta de locação e de cobertura, os
cortes e fachadas.
Estudamos também as simbologias dos principais componentes, utilizadas na representação dos
projetos elétricos. Vimos que existem três formas de representar graficamente os projetos elétricos,
são eles os diagramas funcionais, multifilar e unifilar.
Utilizando esse último tipo de diagrama e, seguindo algumas orientações básicas, aprendemos
como são locados os pontos elétricos, como são elaborados os traçados dos eletrodutos e, por fim,
como são dispostos os circuitos em cada um deles. Aprendemos, também, que a prancha do projeto
elétrico deve conter a legenda com as simbologias utilizadas, assim como o diagrama unifilar e o
quadro de cargas.
REFERÊNCIAS
A
água do telhado 96
arestas 59
C
CEO 17
D
diretamente proporcionais 75
F
fator de potência 54
figuras geométricas planas 60
I
instalações hidrossanitárias 94
inversamente proporcionais 75
M
moral 25
N
notação cientifica 54
P
país métrico 50
peitoril 85, 87, 91
plano ortogonal 80
projeção ortográfica 80
R
retrabalho 31, 32, 33
S
sólidos geométricos 60, 61
superfícies 59
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
Daiane Amancio
Revisão Ortográfica e Gramatical
i-Comunicação
Projeto Gráfico