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ESCOLA SECUNDÁRIA DE PINHEIRO E ROSA


FILOSOFIA – 10ºANO
2º TESTE DE AVALIAÇÃO
Duração: 90 minutos Ano lectivo: 2010/2011
Versão A
GRUPO I

1. No texto da alegoria da caverna, Platão relata de modo metafórico situações que podemos
vivenciar. Esclareça, de forma articulada e a partir da sua reflexão pessoal, o significado
filosófico dos seguintes conceitos: “prisioneiros”, “correntes” e “sombras”.

2. Considere o seguinte texto:

«O homem que não tem a mais pequena capacidade filosófica, vive preso aos
preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais da sua época ou da sua
nação, e das convicções que se formaram na sua mente sem a cooperação ou o
consentimento reflectido da sua razão. Para um tal homem o mundo tende a tornar-se
definido, finito, óbvio; os objectos vulgares não levantam quaisquer questões e as
possibilidades invulgares são desdenhosamente rejeitadas. Assim que começamos a
filosofar, pelo contrário, verificamos que mesmo os objectos mais comuns levam a
problemas a que apenas podemos dar respostas muito incompletas. Embora a filosofia
seja incapaz de nos dizer com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que
levanta, é capaz de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e
nos libertam da tirania do costume.»
Bertrand Russell, “Os problemas da Filosofia”.

2.1. O autor do texto estabelece a oposição entre duas atitudes que podemos adoptar face à
realidade. Indique quais são.

2.2. Identifique os exemplos de manifestações do senso comum referidos no texto.

2.3. Explique as características do senso comum presentes no texto.

3. Indique se as frases a seguir apresentadas são verdadeiras (V) ou falsas (F).

A. O senso comum, contrariamente à ciência, tem como característica a subjectividade.


.
B. A ciência explica os mesmos fenómenos que o senso comum.

C. O senso comum é um saber empírico porque é aprendido através das vivências quotidianas, sem
estudos teóricos.

D. O senso comum é um conhecimento superficial, pois permite compreender, de forma correcta, as


causas dos fenómenos.

E. O ponto de ebulição da água é 100º graus, este é um exemplo de conhecimento vulgar.


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GRUPO II
1. Considere a seguinte banda desenhada:

1.1. Identifique a tese filosófica defendida pelo Hobbes (o tigre da BD) em relação ao problema
do livre-arbítrio, indicando qual a teoria ou teorias que a consideram verdadeira.

1.2. Qual seria a posição de um defensor do determinismo radical em relação à tese do Hobbes?
Justifique, referindo-se aos argumentos apresentados por esta teoria acerca do livre-arbítrio e
da responsabilidade.
GRUPO III
1. Estabeleça as correspondências adequadas entre as duas colunas. Escreva apenas à frente de
cada letra o número correspondente.

A. Os actos de matar e roubar passariam a ser justificáveis.

1. Objecção ou objecções à B. O homem não é livre


tese
C. Determinismo radical.
2. Problema filosófico
D. As verdadeiras causas das nossas acções são factores exteriores,
3. Tese defendida pela teoria não escolhidos por nós, que nos dirigem, tirando-nos qualquer
margem de manobra.
4. Conceito de liberdade
implícito na teoria E. Não seria possível distinguir o bem do mal.
5. Designação da F. “Liberdade” significa autodeterminação, isto é agirmos sem estar
teoria sujeitos a quaisquer condicionantes.
6. Razão ou razões a favor da G. Se cada um é o resultado de influências que não domina, não
tese poderemos elogiar ou culpar alguém pelos seus actos.

H. Teremos livre-arbítrio?

2. Indique a(s) teoria(s) filosófica(s), sobre o problema do livre-arbítrio, que podem defender as ideias
presentes em cada uma das alíneas. Escreva apenas a alínea e as letras seguintes:
L= Libertismo; DR= Determinismo radical; DM= Determinismo moderado.

A. As escolhas morais são livres (não causadas por factores anteriores), visto que podemos escolher fazer
ou não o mal.

B. A liberdade que julgamos ter (ao agir) é uma ilusão produzida pelo facto de desconhecermos as
verdadeiras causas das nossas acções. Por isso, pensamos que estas resultam da nossa vontade.

C. A crença no livre-arbítrio é verdadeira.


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D. Podemos refutar o ponto de vista dos defensores do livre-arbítrio argumentando do seguinte modo: muitas
das nossas sensações são enganadoras e falíveis. Logo, nada nos garante que pelo facto das pessoas se
sentirem livres, elas o sejam na realidade.

E. A liberdade de escolha depende da ausência de compulsão e não da ausência de causa.

F. As acções humanas são o efeito necessário de causas, por exemplo: factores biológicos ou sociais, que o
sujeito não controla e que o manipulam.

G. Há acções livres e, por isso, podemos ser moralmente responsabilizados pelo que fazemos.

H. O livre-arbítrio e o determinismo não são conciliáveis.

I. Uma acção é livre quando depende das crenças e os desejos do agente e não resulta de uma compulsão
interna ou externa.

J. Teoria ou teorias que se podem designar como incompatibilistas.

K. Podemos argumentar que a capacidade de deliberar implica que nos sejam apresentadas várias
possibilidades ao nível da acção e, portanto, não sejamos constrangidos a seguir apenas por um caminho.

L. Se, na realidade, responsabilizamos moralmente as pessoas pelos actos que praticam, então temos de
pressupor que o livre-arbítrio existe.

M. A sensação que temos das nossas escolhas dependerem da nossa vontade é enganadora, pois não
estamos apenas condicionados por factores exteriores, mas totalmente determinados.

N. À semelhança dos fenómenos do mundo físico - como a queda dos corpos e a existência de força
gravítica na Terra - as acções humanas são explicáveis a partir de um nexo causal entre diferentes
acontecimentos, o que as torna inevitáveis.

O. As causas da acção estão fora do controlo do agente.

GRUPO IV
Considere o seguinte texto:

«Suponha que o raptam e o obrigam a cometer uma série de crimes terríveis. O raptor fá-
lo disparar sobre a primeira vítima forçando-o a premir o gatilho de uma arma,
hipnotizando-o para que envenene uma segunda e depois empurrra-o de um avião
fazendo-o esmagar uma terceira. Milagrosamente sobrevive à queda. A situação deixa-o
atordoado, aliviado por ter chegado ao fim da dolorosa experiência. Mas então, para sua
surpresa, é detido pela polícia, que o algema e o acusa de homícidio. Os pais das vítimas
gritam-lhe obscenidades enquanto a polícia o leva, humilhado.
Estarão os pais e a polícia a ser justos ao culpá-lo pelas mortes?»
Theodore Sider, Livre arbítrio e determinismo, (capítulo 6), pág. 145.

1. Responda à questão formulada no texto de acordo com a perspectiva defendida por um


libertista ou por um determinista moderado.
Explique, detalhadamente, os argumentos de uma destas teorias.

Cotações:
Grupo I: 1. 40 Pontos; 2. 2.1 6 Pontos; 2.2. 9 Pontos;2.3. 15 Pontos; 3. 10 Pontos;

Grupo II: 1. 1.1. 12 Pontos; 1.2. 22 Pontos;

Grupo III: 1. 16 Pontos; 2. 30 Pontos;

Grupo IV: 1. 40 Pontos

Total: 200 Pontos (= 20 valores) Bom Trabalho! A professora: Sara Raposo.

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