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REVISÃO DE HISTÓRIA DO DESIGN

Capítulo 1:
1. Quais fatores contribuíram para a industrialização da Inglaterra no final do
século 18?
 Considera-se uma conjunção de fatores, demográficos e sociais,
tecnológicos e geográficos, culturais e ideológicos. Com a fabricação de
tecidos de algodão ouve o primeiro grande surto industrial, o que pressupõe
um mercado suficientemente grande para absorver todo esse volume e um
retorno crescente que justifica a expansão rápida da oferta, ambos fatores
que existiam na época. Além disso, a Grã Bretanha deteve um quase
monopólio do comércio exterior europeu de 1789 a 1815, em função de seu
domínio naval e do bloqueio continental.

2. Segundo Hobsbawn, o que caracteriza o mercado na revolução industrial?


 Segundo Hobsbawn, o mercado na revolução industrial passa a gerar
demanda em vez de só suprir aquela existente.

3. Porque o autor afirma que a indústria é uma invenção estatal?


 Porque desde a consolidação dos estados nacionais na Europa, organizados
não mais de uma forma feudal mas a partir de uma política centralizada e
voltada para a competição com outras nações, sobretudo no que diz
respeito à colonização do resto do mundo, o Estado investia diretamente na
produção de bens de consumo por conta do sistema mercantilista, em que
cada nação buscava defender os seus interesses comerciais pelo domínio de
mercados estrangeiros.

4. Que aspectos da fábrica de Gobelins, fundada em 1667 na França,  são


interessantes para o design?
 Foi a partir da fábrica de Gobelins que passou a haver uma separação plena
entre o projeto e a execução.

5. Qual o papel do desenhista John Flaxman no sistema produtivo da fábrica de


Josiah Wedgwood?
 Wedgewood, ao perceber que o maior fator de diferenciação nas peças
neoclássicas estava nos motivos ornamentais que ostentassem, contratou
Flaxman, que trabalhou como free-lance por quase duas décadas,
produzindo desenhos a serem executados em Etrúria.

6. Quais as quatro transformações fundamentais na forma de organização


industrial ao longo do século 18 destacadas pelo autor?
 1. A escala de produção começava a aumentar de modo significativo,
atendendo a mercados maiores e cada vez mais distantes do centro fabril.
2. Aumentava o tamanho das oficinas e das fábricas, as quais reuniam um
número maior de trabalhadores e passavam a concentrar um investimento
maciço de capital em instalações e equipamentos.
3. A produção se tornava mais seriada através do uso de recursos técnicos
como moldes, tornos e até uma incipiente mecanização de alguns processos,
todos contribuindo para reduzir a variação individual entre produtos.
4. Crescia a divisão de tarefas com uma especialização cada vez maior de
funções, inclusive na separação entre as fases de planejamento e execução.

7. Na análise do autor, de quais aspectos dependeram as transformações no século


18?
 Embora tenham dependido de novas maquinarias, os principais aspectos
foram as mudanças na organização do trabalho, da produção e da
distruibuição, ou seja, mudanças de ordem mais social do que tecnológica. O
declínio do poder político das antigas guildas de artesãos (ou corporações de
ofícios) foi um fator imprescindível, pois a extrema divisão de tarefas
característica do trabalho industrial só foi possível devido ao
desmantelamento sistemático das tradicionais habilitações e privilégios que
protegiam o artesão livre.

8. Segundo Adam Smith, quais as vantagens da divisão do trabalho?


 Ela permitia acelerar a produção através de uma economia do tempo gasto
em cada etapa. Ela franqueava ainda ao fabricante um maior controle sobre
a mão de obra, além de que eliminava-se a necessidade de empregar
trabalhadores com um alto grau de capacitação técnica, de forma a
economizar também dinheiro. (menos tempo e dinheiro, mais controle)

9. De que maneira a mecanização favoreceu o lucro dos designers?


 Com a mecanização, bastava um bom designer para gerar o projeto, um
bom gerente para supervisionar a produção e um grande número de
operários sem qualificação alguma para executar as etapas, de preferência
como meros operadores de máquinas, recebendo apenas os dois primeiros
uma alta remuneração.

10. Quais as vantagens da padronização das peças intercambiáveis para armas de


fogo no século 19?
 Dessa forma, seria possível utilizar as peças de uma arma para consertar
outra, sem necessidade de subtituir a arma inteira a cada revés.
11. Como foi o incentivo estatal à produção industrial no Brasil imperial?
 No Brasil imperial, apesar dos esforços de organizações como a Sociedade
Auxiliadora da Indústria Nacional e de industriais como o Visconde de Mauá,
as classes dominantes e portanto o governo continuaram atrelados a uma
noção de 'vocação agrária' do país e fizeram pouco ou nada para criar
condições favoráveis para o desenvolvimento da indústria.
12. De que maneira a padronização auxiliou a indústria de máquinas de costura?
 O sucesso dessa indústria se deve diretamente à apropriação de métodos de
produção oriundos das fábricas de armas de fogo. Afinal, os processos e
aparatos utilizados para perfurar e tornear peças metálicas são bastante
próximos, em se tratando de diversos tipos de aparelhos mecânicos.

13. Que aspectos permitiram a fábrica da Singer o êxito comercial adotando apenas
a padronização das peças e não uma mecanização completa?
 A qualidade de suas má.quinas e uma estratégia mercadológica agressiva e
perspicaz, a qual incluía um sistema de vendas a prestação, expansão
internacional e muita publicidade.
14. Que motivos levam o autor a afirmar que a experiência da indústria das fábricas
de máquinas de costura é mais característica da produção industrial do século 19
do que da indústria têxtil?
 A indústria de máquinas de costura se assemelha à produção industrial do
século 19 do que à indústria têxtil pois nesta última a mecanização
trasformou abruptamente toda a produção, o que na realidade foi uma
anomalia na paisagem industrial da época.

15. Que aspectos contribuíram para o aumento da produção de móveis no século


19?
 Os aumentos obtidos no volume produzido durante o século 19 devem-se tanto
– senão mais – à reorganização e racionalização dos métodos de fabricação e de
distribuição quanto à introdução de novas tecnologias.

Capítulo 2 – Design e comunicação no novo cenário urbano, século 19:

1. De acordo com o poeta Charles Baudelaire, quais são as sensações que


caracterizam a “modernidade”?
 O fervilhamento no meio do grande fluxo de pessoas e paisagens. o delicioso
mas deprimente anonimato no seio da multidão. a impossibilidade de assimilar
todas as imagens e todas as informações, a afetação de tédio diante do
desconhecido ou inesperado.

2. Quais fatores tecnológicos contribuíram para a formação de um público leitor


nas grandes metrópoles europeias?
 1. Uso da polpa de madeira para fabricar papel;
2. Introdução de máquinas no processo de fabricação, de modo a torná-lo um
material abundante e barato;
3. Aperfeiçoamento da fundição mecânica de tipos metá licos facilitou a
produção de letras de maiores dimensões e variedade, além de propiciar a
criação de fontes novas.

3. Ao comparar o desenvolvimento da litografia no Brasil e nos Estados Unidos, que


motivos o autor entende que influenciaram a estagnação e o declínio no caso
brasileiro, mesmo apesar de um início promissor?
 O governo dos EUA protegeu a indústria litográfica nacional durante todo o
século 19, impondo altas tarifas sobre a importação de litografias
estrangeiras, ao mesmo tempo que liberava de qualquer imposto a
importação de pedras litográficas, a mais importante matéria-prima,
enquanto a política alfandegária brasileira nesse mesmo período foi tudo
menos sistemática. Fator mais decisivo ainda foi, sem dúvida, a expansão
industrial generalizada dos EUA, a qual correspondeu a um crescimento
contínuo da prosperidade que beneficiou, por tabelo, cada indústria
individual. Além disso, a evolução desse campo depende essencialmente da
existência de público leitor urbano, com nível de renda e instrução
condizentes com o consumo regular de impressos. Enquanto na Europa e
nos EUA esse público esteve em plena ascensão durante todo o século 19,
no Brasil ele permaneceu restrito a uma pequena elite.
4. Além dos avanços tecnológicos quais aspectos contribuíram para que em
determinados países os cartazes se desenvolvessem e se tornassem populares
enquanto em outros países isso não ocorreria?
 O cartaz - bem como o seu sucedâneo, o outdoor - teve uma aplicação
principalmente urbana, fator que retardou a sua difusão fora das áreas de
população concentrada. Igualmente, como peça de divulgação, o uso do cartaz
só faz sentido em contextos em que há o que divulgar, o que tanto explica a
existência de reclames e avisos afixados a muros desde muito antes da
popularização do cartaz, como também justifica a sua relativa escassez em
contextos de pouca atividade comercial muitos anos depois da vulgarização das
tecnologias citadas acima.

5. Porque o autor afirma que a invenção da fotografia não impactou


imediatamente o design?
 A fotografia permaneceu durante muitos anos uma curiosidade tecnológica e
um privilégio exclusivo de poucos usuários. Além de ser relativamente
demorada, difícil e cara, a daguerreotipia produzia imagens únicas, não
passíveis de reprodução.

6. “Se por um lado a fotografia tornou as imagens mais abundantes, por outro lado
esvaziou parte de seu poder simbólico”. Porque o autor afirma isso?
 Quanto maior o valor atribuído ao universo total de imagens, menor o valor que
se imputa a qualquer uma delas individualmente. Nesse paradoxo apenas
aparente reside uma característica fundamental da lógica da circulação de
informações e signos na modernidade e, mais ainda, na pós-modernidade: o
esvaziamento do sentido não pela sua supressão mas pela sua propagação
ilimitada.

7. Quais os motivos que o autor aponta ao afirmar que “jornais socialistas, revistas
femininas, livros infantis e reproduções de arte são produtos que dificilmente
teriam existido antes de 1850”?
 Essa maior diversidade de títulos, imagens e de outras mercadorias voltadas
para segmentos específicos da sociedade foi possibilitada com o
barateamento dos custos de produção dos mesmos e com o surgimento das
classes médias na Europa e nos EUA e também de uma certa elite urbana no
Brasil, que trouxe uma relativa democratização da noção de individualidade, ou
seja, uma nova disposição de diferenciar e expressar a identidade de cada um
ou do grupo através de opções de leitura, de vestuário, de decoração, enfim, de
consumo.

8. Segundo o autor, onde se encontram um dos primeiros focos históricos da


personalização do design? Porque?
 Na Grã Bretanha. A preocupação com a aparência primeiramente, da própria
pessoa e, por extensão, da moradia - como indicador do status individual, serviu
de estímulo para a formação de códigos complexos de significação em termos
de riqueza, estilo e acabamento de materiais e objetos. Para atingir os padrões
convencionados, fazia-se cada vez mais necessária a intervenção de um
profissional voltado para esses aspectos do projeto.
9. Quais motivos contribuíram para a rapidez de mudança nas modas em relação ao
vestuário na segunda metade do século 19?
 No tempo em que as divisões hierárquicas haviam sido claras, não existia tanta
necessidade de policiar os limites entre uma classe e outra, mas a relativização
dessa separação acarretava a possibilidade de cometer enganos e de deparar-se
com surpresas desagradáveis; assim, a vestimenta buscou simbolizar essas
divisões.

10. O que levou Charles Kingsley a publicar o panfleto Cheap clothes and nasty, em
1850 e que motivou o boicote da associação de alfaiates de Londres?

11. Que aspectos influenciaram a ordenação do espaço público em diversas cidades


do mundo e qual delas foi a mais emblemática?
 Os aspectos que influenciaram foram a preocupação com a higiene, a
segurança e o progesso, sendo a ordenação executada em Paris pelo Barão
Haussmann a mais emblemática.

12. Qual a relação entre o Visconde de Mauá e a atividade de design no Brasil?


 É em relação à empresa da Ponta de Areia, primeira indústria siderúrgica
brasileira de porte, que se encontra um dos primeiros registros brasileiros do
emprego de 'desenhadores' em uma capacidade industrial: Mauá havia
importado dois profissionais, um inglês e o outro português, para exercer essa
importante função técnica, intermediando as relações entre os engenheiros que
geravam projetos e os mestres que os faziam executar.

13. Além do surgimento de instalações hidráulicas e de produtos para cozinhas e 


banheiros, o que mais contribui para reforçar a mensagem sanitarista no século
19?
 Acompanhando a evolução de tais produtos, inúmeras propagandas de sabão,
de desinfetantes e de utilidades domésticas vieram reforçar a mensagem
sanitarista, trazendo definitivamente para dentro do lar e da própria
consciência da dona de casa as ameaças que até então haviam ficado restritas
às ruas.

14. Que fatores contribuíram para o declínio dos escreventes e a ascensão das
secretárias no final do século 19?
 O declínio do escrevente e a ascensão da secretária é um fenômeno sociológico
que se reflete claramente na configuração física e espacial do escritório
moderno.

15. O que contribuiu para a consagração do designer como profissional no século


XIX?
 O trabalho do designer pode ter surgido organicamente do processo produtivo
e da divisão de tarefas, mas a sua consagração como profissional viria não do
lado da produção mas do consumo. Foi o reconhecimento proporcionado pelo
consumidor moderno que projetou o designer para a linha de frente das
considerações industriais.

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