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Panorama histórico da filosofia política, da

antigüidade ao período pós-revolucionário

SUMÁRIO: Introdução – 1. A Filosofia Política na Antiga Grécia. – 2. A filosofia política


na Idade Média. – 3. A filosofia política renascentista. – 4. Maquiavel: um capítulo à parte. – 5.
A filosofia política contratualista. – 6. A gênese da Ciência Moderna. – Conclusão. – Referências
Bibliográficas.

INTRODUÇÃO

É verdadeira praxe, no universo acadêmico brasileiro, tratar-se a Ciência


Política ora como uma série de reflexões de cunho especulativo acerca do sistema de governo
ideal, ora como um dado, embora ambas as abordagens sejam equivocadas, do ponto de vista
técnico e mesmo epistemológico. A primeira, porque confunde a Ciência Política com a Filosofia
Política; a segunda, por apresentar conceitos acabados, como se todo o arcabouço teórico da
Ciência Política fosse fruto de uma sistemática constatação, e não de uma construção.

Daí, cremos, a grande dificuldade apresentada pelo aluno de graduação, ao


cursar as matérias de introdução à Ciência Política ou outras afins.

Este ensaio pretende, em breves linhas, apresentar ao estudante de


graduação, recém-saído do Ensino Médio, os conhecimentos e conceitos fundamentais para
compreender o processo de formação das idéias políticas contemporâneas, através de uma
análise histórica do pensamento acerca dessa temática – a política, desde os antigos gregos até
a atualidade. Evidentemente, devido à própria simplicidade a que se propõe, este trabalho se
não aterá às minudências do pensamento dos pensadores citados, tampouco preocupar-se-á
em apresentar todos os pensadores, a fim de não tornar a leitura complexa e cansativa. Assim,
nossa preocupação, ao contrário de formar experts em Filosofia Política, será a de facilitar ao
estudante a compreensão dos textos com que deparar-se-á na Faculdade, no sentido de tornar
sua leitura mais dinâmica e proveitosa.

1. A FILOSOFIA POLÍTICA NA ANTIGA GRÉCIA

1.1. O período mítico na Grécia Antiga

Quando uma sociedade é demasiadamente simples e o grau de racionalidade


de seus membros é pequeno, os indivíduos buscam as respostas acerca do mundo e da
natureza em entidades sobrenaturais e metafísicas. Essas explicações vão se reunindo ao longo
do tempo, e dessa maneira vão surgindo os Mitos, segundo os quais o governo da humanidade
está ligado à vontade dos deuses.

O discurso do mito se estende a todas as atividades desempenhadas pelo


indivíduo, desde o seu nascimento, até a sua morte. Nesse mundo mítico, nada é natural: ao
contrário, tudo é sagrado, e independe da vontade do ser, já que todo o seu destino é
previamente traçado pelos deuses, e deles depende. Cabe, portanto, a esse estado de
sacralização determinar quais ritos, leis e princípios normativos todos devem acatar, se
quiserem estar em conformidade com a vontade dos deuses.
O mito é, assim, determinista e trágico, absolutamente pessimista, uma vez
que os indivíduos não têm controle sobre seu próprio destino: a determinação deste, cabe aos
deuses.

Foi nessa ordem de idéias que o mito foi o primeiro modelo de construção da
realidade, na Antiga Grécia. Ele teve como função precípua, além de explicar a própria
realidade, acomodar, tranqüilizar, apaziguar o indivíduo diante de um mundo tão assustador.

1.2. A transição para a Democracia Ateniense

Com o passar do tempo, entretanto, as sociedades gregas começaram a se


desenvolver, e suas relações tornara-me mais complexas. Os gregos conquistaram os mares e
expandiram seu comércio para outros locais, sendo remontado a esse período a criação
da moeda. O contato com sociedades e culturas diferentes, levou os gregos à observação de
que, em cada local, os indivíduos apreendiam e explicavam a realidade de formas diferentes. O
mito, nesse momento, já não explica a realidade satisfatoriamente.

Aliado a isso, o progresso tecnológico alcançado pelos gregos os levou a


superar algumas das limitações que outrora lhe impunha a natureza, fazendo com que os
indivíduos fossem, aos poucos, perdendo o "medo" dos deuses.

Além disso, a crescente complexidade da organização social, trouxe em seu


bojo uma série de conflitos interpessoais, para os quais a lei dos deuses já não apresentava
solução. Surgiram, assim, as primeiras leis que visavam a regulamentação das relações na
cidade, e deu-se o início do processo de substituição das leis divinas pelas leis humanas.

O grego inventou, assim, a sua própria cidade, em detrimento da cidade dos


deuses: surgia a polis.

(...) O pensamento racional actua como material explosivo já neste


primeiro estádio. As mais antigas autoridades perdem o seu valor. Só é verdade
o que "eu" posso explicar por razões concludentes, aquilo que o "meu"
pensamento consegue justificar perante si próprio. (...) Sem embargo, realiza-
se com o aparecimento do

eu racional a superação do individualismo mais rica de consequências: surge o conceito de


verdade, o novo conceito duma validade universal no fluir dos fenómenos, perante a qual se
tem de curvar todo o arbitrário.

1.3. A Democracia Ateniense

A "invenção" da polis foi uma conseqüência direta da "descoberta" da


racionalidade pelos gregos. À medida em que os indivíduos a foram dominando, os deuses
foram saindo do centro do poder, entrando em seu lugar as Leis, convencionadas pelos
cidadãos.

A partir daquele momento, a condução das ações dos governantes passaram


a ser debatidas na agora (mercado, localizado no centro da cidade). O poder de mando,
portanto, não se concentrava mais na força; detinha o poder não quem tivesse armas, e sim
quem possuísse o domínio da palavra.

O que implica o sistema da


polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos de poder. Torna-se o instrumento por excelência, a chave de toda autoridade no
Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem.
(...)

Uma segunda característica da polis é o cunho de plena publicidade dada às


manifestações mais importantes da vida social. (...) Tornando-se elementos de uma cultura
comum, os conhecimentos, os valores, as técnicas mentais são levadas à praça pública, sujeitos
à crítica e à controvérsia. Não são mais conservados, como garantia de poder, no recesso de
tradições familiares; sua publicação motivará exegeses, interpretações diversas, oposições,
debates apaixonados. Doravante, a discussão, a argumentação, a polêmica tornam-se as regras
do jogo intelectual, assim como do jogo político.

No bojo dessas transformações, uma outra movimentação ocorreu, dessa vez


em termos migratórios. No intuito de ter liberdade para expor suas idéias, os grandes
matemáticos, arquitetos, artistas e pensadores dirigiram-se para Atenas, que se tornava um
grande centro de cultura, fundado na liberdade de expressão e na condução coletiva dos
negócios públicos. Dentre esses pensadores, estava um grupo de "professores de oratória", que
eram pagos pelos atenienses mais abastados para ensiná-los a apresentar e defender suas
idéias na Assembléia. Esses professores foram chamados de sofistas.

(...) Como todos os pensadores gregos, os sofistas procuram


comunicar algo que tivesse utilidade para a vida. Ensinavam a sabedoria
prática; prometiam transmitir o conhecimento da arte de governar os estados e
administrar as famílias adequadamente.

(...)

Por outro lado, as condições políticas prevalecentes em Atenas, e a sua


condição de estrangeiros se combinaram para criar-lhes dificuldades e para
distorcer o sentido do que ensinavam. Em sua maior parte, os sofistas eram
estrangeiros que residiam em Atenas, como metecos, sob regime de ampla
igualdade social, mas privados de privilégios políticos. (...) Todos se tinham
instalado em Atenas porque a cidade era o centro intelectual da Grécia, graças
à expansão do Império; mas os alunos que tinham em Atenas eram,
naturalmente, filhos de famílias ricas, e os ricos naturalmente não eram
simpáticos às instituições democráticas que Péricles havia estabelecido. (...)
Quando pensamos que os sofistas, ainda que involuntariamente, devem Ter
exercido esse tipo de influência política, e quando nos lembramos de que eram
estrangeiros, estabelecidos em Atenas sem muita segurança, percebemos
imediatamente as dificuldades da sua posição, e o ódio que deviam atrair.

Percebe-se, portanto, que freqüentar as aulas dos sofistas era um grande


privilégio: seus ensinamentos custavam muito dinheiro, e apenas os abastados filhos da
oligarquia ateniense podiam pagar.

Vários são os caracteres dos ensinamentos dos sofistas, e inúmeras foram as


conseqüências daqueles para o regime político ateniense. Entretanto, para os fins a que se
propõe este trabalho, poder-se-ia eleger algumas dentre as principais características desses
ensinamentos, que tiveram uma repercussão maior e mais sensível sobre a democracia
vivenciada em Atenas:

a) os sofistas procuravam demonstrar que o importante não era conhecer a


verdade, e sim convencer o outro de que o orados estava com ela;
b) o bom orador, em sua concepção, era aquele indivíduo que sabia
persuadir qualquer um, sobre qualquer coisa;
c) os sofistas apresentavam uma técnica de convencimento que impunha
conseqüências gravíssimas ao desenvolvimento da política;
d) sua principal tese era: "todo conhecimento é relativo; não existe um
conhecimento verdadeiro, e se existe, é impossível ao homem Ter acesso
a ele".

1.4. A decadência da Democracia Ateniense

Vários motivos concorreram para a decadência da democracia ateniense,


dentre os quais, citamos:

a) a superficialidade do discurso sofístico;


b) a relatividade como condição do exercício político;
c) a construção de um saber fundamentado na opinião;
d) a participação política dos herdeiros da velha oligarquia ateniense;
e) a aliança entre a velha oligarquia ateniense e a oligarquia militar de
Esparta;
f) a derrota militar de Atenas para Esparta.

A História demonstra que, quando um sistema entra em crise, algum tipo de


revolução acontece. É nesse exato momento, quando ocorre o enfrentamento do homem com
ele mesmo, através do questionamento, que se busca e galgam novas respostas.

A decadência da democracia ateniense se estendeu a uma decadência


religiosa, moral, ética, social e política, instalando na sociedade uma crise que a Grécia jamais
superou.

1.4.1. Sócrates

Foi nesse contexto que Sócrates (469-399 a.C.) se eternizou, pelo seu
questionamento acerca do pensamento disseminado pelos sofistas.

Sócrates é o santo e o mártir da filosofia. Nenhum outro grande


filósofo foi tão obcecado com o viver corretamente. Como muitos mártires,
Sócrates escolheu não tentar salvar a própria vida, quando provavelmente o
poderia Ter feito mudando suas atitudes. (...) E, diferentemente dos santos de
toda e qualquer religião, sua fé consistia não em uma confiança na revelação
ou em uma esperança cega, mas em uma devoção à razão argumentativa.
Nada além disso, segundo a maioria, seria capaz de movê-lo.

O pensamento de Sócrates, em si, não tem grande relevo para o pensamento


político. Nesse sentido, sua maior contribuição foi legar sua forma de questionar a Platão, seu
discípulo.

1.4.2. Platão e "A República"

Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro a estudar a política sob uma perspectiva
"científica". Ele percebia que a polis estava "contaminada" pelas idéias dos sofistas, e buscou
uma maneira de "curá-la" desse mal, através da racionalidade.

Em seu livro A República, Platão desenvolveu seu pensamento político,


através da descrição do que seria, em sua concepção, a forma ideal de governo. Para Platão,
a educação era a base da vida social, e sua importância era tão grande, que deveria ser
assumida exclusivamente pelo Estado. Através da educação, cada homem poderia desenvolver
suas aptidões, e os que chegassem a se tornar filósofos (esse seria o mais alto grau de
racionalidade atingível), seriam incumbidos do governo do Estado.

Platão não desejava restaurar nenhum sistema político. A experiência havia


mostrado que, nem a oligarquia, nem a monarquia, nem a teocracia, nem a democracia
funcionavam bem ("funcionar bem", para Platão, significava "ser justo"). O que Platão
pretendia era, em verdade, criar uma forma de governo perfeita, baseada exclusivamente
na racionalidade. O grande equívoco de Platão foi imaginar que os filósofos, por supostamente
terem o domínio da razão, não fossem capazes de cometer injustiças. Seu projeto político
jamais foi posta em prática.

1.4.3. A "Política" segundo Aristóteles

Aristóteles (384-322 a.C.), é tido como o mais erudito e sábio dos filósofos
gregos. Familiarizou-se com todo o desenvolvimento do pensamento grego anterior a ele.

Em seu livro Política, Aristóteles intentou reaproximar o exercício da política


ao exercício da ética, na busca de restaurar a moral política grega, conspurcada pela sofística,
ainda em voga naquele momento.

Para Aristóteles, o grande objetivo da vida do homem era ser feliz; para isso,
deveria desenvolver suas aptidões. A natureza, tal qual era, não permitia que um homem
isolado se desenvolvesse plenamente. Por essa razão, os homens se uniam para a realização de
um bem maior e mais importante: a constituição e manutenção da polis.

Esse fenômeno, segundo Aristóteles, acontecia naturalmente, e o homem


seria assim, naturalmente um "animal da cidade" (em grego, como visto acima, polis), ou seja,
o homem seria, por natureza, um animal político. Assim, para Aristóteles, o interesse coletivo
deveria necessariamente ser mais importante que o interesse particular. Assim conclui, verbis:

Fica evidente, portanto, que a cidade participa das coisas da natureza,


que o homem é um animal político, por natureza, que deve viver em sociedade,
e que aquele que, por instinto (...) deixa de participar de uma cidade, (...) é
merecedor, segundo Homero, da cruel censura de um sem-família, sem leis,
sem lar (...).

Aristóteles, que fora discípulo de Platão, viu Atenas e a Grécia serem


subjugadas por Alexandre, o Grande. Ruía, assim, a civilização grega, outrora símbolo de
grandeza e prosperidade.

2. A FILOSOFIA POLÍTICA NA IDADE MÉDIA

A civilização romana foi, sem qualquer sombra de dúvida, de imensurável


importância para a configuração das sociedades atuais, notadamente as do Ocidente, uma vez
que a grande maioria dos institutos jurídicos e instituições políticas e até mesmo culturais que
conhecemos e cultivamos hodiernamente, têm suas raízes na antiga sociedade romana.

Entretanto, como a finalidade deste trabalho é expor, em linhas gerais, um


panorama histórico das teorias filosóficas acerca da política, deixaremos o estudo da antiga
civilização romana para outra oportunidade, e passaremos a relatar algumas teorias filosófico-
políticas que se desenvolveram na Idade Média.

2.1. O modo feudal de produção


Uma das características fundamentais do feudalismo é a reclusão e a auto-
suficiência dos feudos. As invasões bárbaras criavam um grande clima de insegurança, e as
pessoas buscavam a segurança dos muros feudais.

O trabalho, naquele período, era predominantemente agrícola, e a terra tinha


um valor tão alto que era fator de prestígio econômico e social, determinante do poder político.

Para utilizar a terra, os camponeses pagavam ao senhor feudal com parte de


sua produção, além de cultivar as terras deste e prestar-lhe serviços militares, em caso de
invasões ou ataques externos. As famílias camponesas produziam seus próprios móveis, roupas,
alimentos e, eventualmente, trocavam o excedente entre si.

Oprimidos pela estrutura do sistema feudal, os camponeses eram facilmente


manipulados pela Igreja Católica, que através da cobrança do dízimo, de doações de terras e de
jogadas políticas, tornou-se o maior e mais poderoso "senhor feudal" do período. A Igreja
controlava toda a produção teórica e filosófica do período clássico, e manipulava a produção
científica daquele tempo, publicando o que convinha, e excomungando, julgando e queimando
os pensadores divergentes. A Igreja era, em verdade, quem mais lutava para conservar o modo
de produção feudal, na perspectiva de manter o seu poder político indefinidamente.

2.2. O papel da Igreja Católica no pensamento político medieval

Ao longo de quase toda a idade média, todo o pensamento político do mundo


ocidental esteve cerceado pela ideologia moralista da Igreja Católica. Dessa forma, toda a
produção teórica acerca da política buscava a formulação de um sistema de governo calcado na
moral cristã.

Santo Agostinho (354-430), escreveu o livro A Cidade de Deus, em que


afirmava que a cidade humana era essencialmente imperfeita, e que aqueles que vivessem em
conformidade com os preceitos cristãos habitariam, após a morte, na Cidade de Deus, onde
tudo era justo e perfeito.

São Thomas Morus (1477-1535), em seu livro Utopia (1516), apresentou um


modelo de sociedade ideal, onde havia justiça e igualdade para todos os cidadãos, uma vez que
viviam, naquela sociedade, de acordo com a "Santa Fé Católica". Morus, católico, foi contra a
instalação da Igreja Anglicana por Henrique VIII, o que diminuiria na Inglaterra, como de fato
diminuiu, o poder do Papa.

3. A FILOSOFIA POLÍTICA RENASCENTISTA

3.1. As Cruzadas

Com o advento das Cruzadas, um grande contingente de camponeses se


dirigiu para o Oriente, em busca de novas oportunidades de vida. Como deixaram de produzir
para se dedicar às lutas, precisaram de alguém que lhes fornecesse os produtos que outrora
produziam. Começava a renascer, assim, lenta e progressivamente, a atividade comercial, e
começaram a surgir pessoas que se dedicavam somente à sua prática, especializando-se cada
vez mais e criando e aprimorando técnicas e instrumentos comerciais.

Com o passar do tempo e o desenvolvimento da atividade comercial, esses


primeiros comerciantes e seus descendentes começaram a acumular capital, o que possibilitaria
a quebra de alguns privilégios políticos dos senhores feudais, tempos depois. Além disso, a
diminuição do contingente de trabalhadores rurais fez com que os remanescentes passassem a
exigir melhores condições de vida e mais liberdade. A classe média que emergia, então, com o
intuito de desenvolver suas atividades, fez alianças com os reis, no sentido de enfraquecer os
senhores feudais e promover a expansão de suas atividades comerciais.

3.2. O Renascimento

Concomitantemente, os artistas e pensadores começaram a resgatar os


valores estéticos da Antigüidade Clássica, fazendo com que o homem olhasse mais para si
mesmo, esquecendo-se um pouco de Deus, afastando-se um pouco da visão teocêntrica
pregada pela Igreja Católica.

Ademais, os pensadores começaram a buscar uma nova forma de


conhecimento, que se despojasse dos dogmas escolásticos, e que fosse pautado unicamente na
razão.

Começou a surgir, assim, lentamente, uma nova Ciência independente da


dogmática cristã, que se desenvolveu paulatinamente, até culminar, no século XIX, com a
consolidação da Ciência Moderna.

4. MAQUIAVEL: UM CAPÍTULO À PARTE

Nicolau Maquiavel (1469-1527), é um dos mais importantes pensadores de


todos os tempos, especialmente para o campo da política, por um motivo bastante simples: ele
foi o primeiro a dissociar a política da moral.

A característica mais marcante da obra maquiaveliana reside justamente no


fato de que Maquiavel, ao pensar e escrever sobre política, rejeitou completamente o idealismo
dos clássicos e rompeu definitivamente com a velha moral católica.

Enquanto Platão, Aristóteles, Santo Agostinho e Thomas Morus, por exemplo,


procuraram estabelecer as características de um Estado ideal, Maquiavel seguiu no sentido
oposto: ao invés de se preocupar com o que o Estado deveria ser, procurou desenvolver uma
teoria a partir do que o Estado era de fato.

O pensamento maquiaveliano se baseia na análise da história, uma vez que


Maquiavel procurou aprender com as ações dos grandes homens nos grandes momentos da
história, bem como na psicologia, já que quis compreender a natureza do homem na história, e
como este se comportou ao longo dela.

Essa "análise retrospectiva" dos fatos históricos levou Maquiavel à


constatação de que, ao longo de toda ela, os homens mostraram-se sempre os mesmos:
ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos por lucro. Por essa razão, um governante
("príncipe", na terminologia maquiaveliana) que pretendesse comandar o Estado deveria
possuir duas características imprescindíveis: força e inteligência. A primeira, para conquistar o
poder; a Segunda, para mantê-lo.

Os expedientes utilizados pelo príncipe para a manutenção da ordem no


Estado, ao contrário do que haviam preconizado todos os pensadores anteriores a Maquiavel,
não deveriam ser previstos em nenhuma lei ou norma moral; ao contrário, era cada situação
que determinaria o que seria certo ou errado, moral ou imoral, bom ou mal. Maquiavel
inaugura, assim, a "moral de circunstância", que era completamente avessa à velha moral
católica.
Por conta disso, usa até mesmo hodiernamente, o termo "maquiavélico" para
designar as pessoas malevolentes, astutas e impiedosas: a própria Igreja incumbiu-se de
conspurcar a imagem de Maquiavel, pelo fato deste ir de encontro a seus interesses.

Para Maquiavel, toda sociedade poderia passar por três estados ("estado"
com letra minúscula, querendo significar "situação"): anarquia, principado e república. A Itália,
naquele momento, estava gravada pela anarquia; precisava de um príncipe virtuoso, que
reorganizasse e unificasse o Estado Italiano, e depois deixasse o governo e instaurasse a
República.

Pelo fato de ter atribuído ao estudo da política um caráter de independência,


Maquiavel é considerado por muitos o "Pai da Ciência Política", embora esta somente tenha se
firmado efetivamente como a concebemos hoje, a partir do século XIX.

5. A FILOSOFIA POLÍTICA CONTRATUALISTA

O desenvolvimento das idéias acerca da origem do mundo e das coisas,


advindas do distanciamento entre a produção do conhecimento e a moral católica, engendrou a
procura por novas explicações acerca do surgimento da sociedade civil. Como surgiram as
primeiras sociedades? Foram famílias que cresceram e formaram os primeiros agrupamentos
humanos, que mais tarde deram origem às vilas e, posteriormente às cidades? E o Estado?
Como surgiu? O Estado antecedeu a sociedade, ou a sociedade veio antes do Estado? Qual o
fundamento que explica o surgimento do Estado e, conseqüentemente, por quê as pessoas
devem obedecer às ordens emanadas no âmbito do Estado? Como poder-se-ia justificar e
legitimar o poder do Estado sobre os indivíduos?

A doutrina contratualista procurou responder a algumas dessas perguntas.


Apesar das divergências existentes entre cada autor contratualista, há um liame que "amarra"
suas teorias, e que por fim, acaba por caracterizá-los como tal, como contratualistas.

Para os contratualistas, a sociedade antecedeu o Estado. Primeiramente, os


indivíduos se uniram em grupos, que eram a princípio desorganizados do ponto de vista do
poder político, e onde imperava, diante da ausência de uma autoridade geral e de regras de
convivência, a lei do mais forte. Nesse momento, ao surgir um conflito de interesses entre dois
ou mais indivíduos, satisfaria sua pretensão aquele que fosse forte o suficiente para subjugar os
demais. A esse estágio, os contratualistas chamam de estado de natureza. Vive aí, o homem,
em estado de absoluta natureza, em que predomina a força, e a violência é a única forma de
solução de conflitos. O estado de natureza caracteriza-se pela insegurança, pela incerteza e
pelo medo.

Os contratualistas pregavam que, em determinado momento, desejando os


homens instaurar a segurança e a paz social, reuniram-se todos e celebraram um contrato, a
que chamaram de contrato social, ou pacto social. Através desse contrato, todos concordaram
em abrir mão de parte ou de toda sua liberdade, transferindo-a para um soberano, que teria
por incumbência organizar a sociedade e manter a paz, solucionando os conflitos, diminuindo
assim as desigualdades relacionadas à força física.

É a partir desse ponto que os autores começam a divergir: cada um acredita


em uma forma de governo, e defende um projeto político, com as conseqüências advindas de
sua eventual instauração. Dentre os contratualistas, três merecem destaque, embora não sejam
os únicos autores importantes: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.

5.1. Thomas Hobbes


Para Thomas Hobbes (1588-1679), o homem era naturalmente mau,
mesquinho, invejoso e egoísta. Seu grande objetivo na vida era obter mais vantagens do que
os outros.

Assim, segundo Hobbes, vivendo no estado de natureza, a humanidade


tendia a viver sempre em conflito, guerras e disputas entre si. Dessa forma, seria difícil para o
homem preservar seu bem maior – a vida, uma vez que, por exemplo, mesmo os mais fortes
são vulneráveis quando dormem.

Para acabar com esse clima de "guerra eterna", os homens se reuniram e


celebraram um pacto social, através do qual abdicavam de parte de sua liberdade, em favor do
soberano, que passaria a ter plenos poderes para organizar a sociedade e dirimir os conflitos,
impondo aos indivíduos a sua decisão.

Hobbes foi, dessa forma, um ferrenho defensor do absolutismo. Para ele,


apenas dispondo de plenos poderes (já que fora o único a não participar do pacto), o soberano
poderia manter a paz e a ordem na sociedade. Poderia, se julgasse necessário, matar, mentir,
não manter a palavra empenhada, etc., sem dever quaisquer satisfações a quem quer que
fosse.

5.2. John Locke

A importância de John Locke (1632-1704) para o desenvolvimento do


pensamento político ocidental parece não ter, à primeira vista, tanto relevo. O que chama a
atenção, em verdade, é o fato de Locke haver representado, talvez pela primeira vez, o ideal
político de uma classe, naquele momento em franca ascensão no cenário político e econômico
europeu: a burguesia.

Locke, avesso ao ideal político hobbesiano, foi o defensor por excelência da


manutenção do poder político do Parlamento inglês, em contraposição ao absolutismo do rei.

À semelhança de Hobbes, Locke foi um contratualista. Este, porém,


preconizava que o pacto social tinha por fim a proteção da propriedade privada pelo Estado.

Locke acreditava que cabia ao Estado proteger a propriedade privada, a


ordem e a paz, e que, na medida em que não o estivesse fazendo a contento, seria
perfeitamente possível e lícito desfazer o pacto, já que o mesmo não cumpria sua finalidade.

5.3. Jean-Jacques Rousseau

Rousseau (1712-1778) foi um iluminista. Seu pensamento influenciou toda a


geração posterior de poetas, romancistas e contistas. Seu ideal político serviu de mote para a
Revolução Francesa de 1789.

Rousseau também foi um contratualista. Porém, ao contrário de Hobbes,


acreditava que o homem era essencialmente bom: vivendo no "estado de natureza", não era
capaz de fazer o mal, exceto para se defender; sendo tudo acessível a todos, não havia motivo
para disputas interpessoais.

Tudo começou a dar errado, segundo Rousseau, quando surgiu a propriedade


privada. Sobre como isso se deu, afirma ele:

O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado


um terreno, lembrou-se de dizer
isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos
crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que,
arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: "Defendei-vos
de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a
terra não pertence a ninguém!"

Portanto, para Rousseau, os homens seriam naturalmente bons, e seria a


sociedade a lhes corromper. Para o iluminista suíço, o estado de natureza seria, portanto,
melhor do que a sociedade civil. Não sendo, entretanto, possível voltar ao estado de natureza,
busca desenvolver um sistema político que minore as diferenças entre os homens, criadas pela
sociedade civil. Rousseau se referia, principalmente, ao falar em "diferenças", da propriedade
privada, para ele, a mãe e rainha de todas as misérias humanas.

Os homens, assim, na concepção rousseauniana, firmaram um pacto,


o contrato social, segundo o qual todos governariam juntos, em prol do bem comum. Rousseau
pregava, portanto, que o Estado existia não para defender interesses particulares, e sim para
defender a "vontade geral". Isso foi tão enfatizado por Rousseau, que ele chamou a vontade
geral, ou seja, a opinião comum de todos os cidadãos de "soberano". Ao contrário de Hobbes,
por exemplo, para quem soberano era o rei.

6. A GÊNESE DA CIÊNCIA MODERNA

6.1. Contexto histórico do surgimento da Ciência Moderna

No século XIX, os pensadores enfrentaram um grande desafio: compreender


e explicar as mudanças pelas quais passava a sociedade européia, desde as revoluções
burguesas na Inglaterra e na França.

Surgiu uma nova classe social – a burguesia – que foi ao longo do tempo
acumulando capital e poder, levando à derrocada da ordem social reinante (que Marx chamaria
mais adiante de "modo de produção);

o contato com outras culturas fez com que as explicações acerca dos
fenômenos naturais e sociais proferidas pela Igreja perdessem a credibilidade, suscitando no
homem o desejo de buscar o conhecimento por meios puramente racionais;

a) Igreja Católica perdeu parte de seu poder devido ao protestantismo;


b) Revolução Industrial trouxe como conseqüências o êxodo rural, a miséria,
a fome, e o aumento da criminalidade, prostituição, etc.

Num período de oitenta anos, entre 1780 e 1860, a Inglaterra havia mudado
de forma marcante a sua fisionomia. País com pequenas cidades, com uma população rural
dispersa, passou a comportar enormes cidades, nas quais se concentravam suas nascentes
indústrias, que espalhavam produtos para o mundo inteiro.

Tais modificações não poderiam deixar de produzir novas realidades para os


homens dessa época.

6.2. Auguste Comte e o Positivismo

Auguste Comte (1798-1857), analisando todos esses aspectos, concluiu que


as ciências que existiam não conseguiam explicar as mudanças que ocorriam na sociedade: era
preciso surgir uma nova ciência, que sistematizasse os estudos dos fenômenos sociais, no
intuito de descobrir as leis que os regiam. Criou, assim, a Sociologia.

Comte explicou o conturbado contexto social que a Europa vivia naquele


momento da seguinte maneira:

Ao lado de um regime feudal em franca decadência, comandado por uma


lógica teológico-militar, surgia uma nova ordem social, comandada por uma lógica científico-
industrial; assim, para Comte, a Europa estava em crise porque, naquele momento, as duas
ordens sociais coexistiam. A partir do momento em que o regime feudal fosse totalmente
eliminado, a crise seria solucionada pela Ciência.

Comte concluiu que a sociedade passaria por três estágios ( Lei dos Três
Estados):

a) Teológico: O homem buscava as explicações para os fenômenos em


agentes sobrenaturais, através da mitologia ou da religião;
b) Metafísico: O homem buscava o sentido de algo em uma energia abstrata,
inerente e exterior a esse objeto;
c) Positivo: O homem deixaria de se preocupar com a origem dos
fenômenos, limitando-se a qualificá-los e quantificá-los, estabelecendo
conceitos gerais a respeito do mesmo.

E, após apresentar os três "estágios evolutivos" das sociedades, Comte


conclui: (...) a primeira é o ponto de partida necessário da inteligência humana, a terceira, seu
estado fixo e definitivo; a segunda está destinada unicamente a servir de transição (...).

(...) A sociologia sintética de Auguste Comte sugere, aliás, tal competência:


ciência do todo histórico, ela determina não só o que foi e o que é, mas também o que será, no
sentido da necessidade do determinismo

Comte acreditava no caráter redentor da Ciência: através dela, a humanidade


teria acesso à cura de todos os males, de todos os problemas, de todos os desvios.

6.3. Karl Marx

Ao contrário de Comte, Karl Marx (1818-1883) percebia que a sociedade


estava dividida em duas classes sociais, essencialmente antagônicas, e em ininterrupto conflito
entre si: o proletariado, de um lado, e a burguesia, de outro.

Enquanto no positivismo os conflitos entre trabalhadores e empresários são


fenômenos marginais, imperfeições da sociedade industrial cuja correção é relativamente fácil,
para Marx esses conflitos entre os operários e os empresários, (...) são o fato mais importante
das sociedades modernas, o que revela a natureza essencial dessas sociedades, ao mesmo
tempo que permite prever o desenvolvimento histórico

Para Marx, as eventuais classes intermediárias tendiam a desaparecer, ou


ascendendo para a burguesa ou caindo para a proletária.

Marx reconhecia na burguesia uma classe que era, segundo ele,


revolucionária por excelência. Primeiramente, por provocar a substituição do modo de produção
feudal pelo capitalista; em segundo lugar, por haver destituído os proprietários de terras de seu
papel de dominadores exclusivos do poder político e econômico, assumindo seu lugar;
finalmente, ao plantar as bases de sua própria destruição, no futuro.

A doutrina política de Marx é revolucionária (...) pelo fato de que ela passa
pela expulsão de uma classe possuidora e sua substituição por outra. E este é um processo que
pode claramente requerer um grande espaço de tempo para ser levado a efeito. Podemos
observar aqui a característica peculiar do socialismo: o fato de que ele envolve a chegada ao
poder da classe trabalhadora, que ao fazer isso cria as condições para a abolição de todas as
classes.

Quando isso acontecesse, segundo Marx, não haveria mais a necessidade de


existir o Estado, pois este só existia para garantir a dominação de uma classe favorecida diante
das outras.

CONCLUSÃO

A partir da exposição que fizemos de um breve panorama histórico das


principais teorias políticas, desde a Antigüidade até o período pós-revolucionário, algumas
observações têm de ser feitas.

Em primeiro lugar, ao se falar em "Política", e mais especificamente em


"Teoria Política" ou "Ciência Política", deve-se fazer uma distinção muito clara das diferenças
entre Ciência e Filosofia Política; esta, como vimos até o momento, não se caracteriza como
conhecimento científico, como se concebe o termo científico hodiernamente. O conhecimento
científico tem pressupostos metodológicos muito peculiares, cuja ausência acarreta a sua
classificação como conhecimento filosófico ou, em último caso, faltando mesmo os requisitos
caracterizadores do conhecimento filosófico, como senso comum. Portanto, essa busca
incessante por um sistema de governo ou um modelo de Estado ideal, nada mais é do
que filosofia, e não Ciência Política.

A Ciência Política, enquanto espécie do gênero "ciência social", caracteriza-se


precisamente por utilizar-se dos métodos e metodologia próprios das ciências sociais, dentre as
quais a sociologia, por exemplo. Possui um caráter muito mais descritivo dos fenômenos
políticos, do que propriamente especulativo. Daí a razão do presente estudo terminar com a
sucinta apresentação da teoria de Karl Marx. Evidentemente, muitos outros autores seguiram os
estudos acerca do fenômeno político após Comte e Marx; entretanto, todos com um caráter e
uma metodologia própria da Ciência Moderna criada por aquele. Os próprios autores citados
aqui, Comte e Marx, não deveriam, pelo objetivo almejado por este breve estudo panorâmico,
constar deste texto. Entretanto, julgamos que, para que o estudante recém-ingressado na
Universidade, impossível seria compreender o alcance das teorias do Estado estudadas nas
disciplinas introdutórias, sem ter ao menos uma mínima noção do pensamento desses autores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2002.

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ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins


Fontes, 2000.
BARKER, Sir Ernest. Teoria política grega. 2.ed. Brasília: UnB, [s.d].

BOBBIO, Norberto. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant. 3.ed.


São Paulo: Mandarim, 2000.

____________. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos


clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

COMTE, Auguste. Cours de philosophie positive. t I.

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GRAZIA, Sebastian de. Maquiavel no inferno. São Paulo: Companhia das


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1969.

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1999. Coleção "Os
Pensadores": Maquiavel.

MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982.

PROCACCI, Giuliano. Prefazione. In.: "MACHIAVELLI, Nicollò. Il príncipe.


2.ed. Roma: Editori Riuniti, 1998.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da


desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1999. Coleção "Os Pensadores":
Rousseau, v. 2.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 2. ed. São Paulo:


Difel, 1982. p.54-6.

NOTAS

Preferimos o termo panorama a outros comumente empregados, como


desenvolvimento ou evolução, por considerar que estes denotam ontologicamente um juízo de
valor.

01

JAEGER, Werner. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo: Herder, 1969.
p.181.

02

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 2. ed. São Paulo: Difel,


1982. p.54-6.

03
BARKER, Sir Ernest. Teoria política grega. 2.ed. Brasília: UnB, [s.d]. p. 66-7.

04

GOTTLIEB, Anthony. Sócrates: o mártir da filosofia. São Paulo: Unesp, 1999. p. 7.

05

Evidentemente, o termo "ciência" está aqui empregado de maneira figurada,


pretendendo significar que deve-se a Platão o mérito de haver sido o primeiro a analisar o
fenômeno político de forma sistemática e lógica, em contraposição às divagações míticas e/ou
sofísticas de seus precursores. O termo, portanto, não está empregado no mesmo sentido que
tem hodiernamente.

06

ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martin Claret, 2001. p. 14.

07

O movimento artístico-literário conhecido por romantismo foi inspirado em sua obra.

08

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da


desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1991. Coleção "Os Pensadores":
Rousseau, v. 2. p. 87.

09

MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982. p.12.

10

COMTE, Auguste. Cours de philosophie positive. t I, pp.2-3.

11

ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. 5.ed. São Paulo: Martins


Fontes, 2000.

11

ARON, Raymond. op cit, p.129.

12

EAGLETTON, Terry. Marx e a liberdade. São Paulo: Unesp, 1999. p.47.

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