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AUTORA

Teolinda Gersäo nasceu em Coimbra no ano de 1940, estudou em Portugal e


na Alemanha, viveu dois anos no Brasil e conheceu Moçambique, sobretudo
Lourenço Marques (hoje Maputo), que é o lugar onde decorre este A àrvore
das palavras. Foi professora universitária na Alemanha e em Portugal, mas a
partir de 1995 passou a dedicar-se exclusivamente à literatura. É autora de
nove livros e ganhou os principais prémios literários portugueses. A sua obra
foi traduzida para o inglês, holandés, espanhol e romeno. Teve livros que foram
adaptados ao teatro e encenados em Portugal, na Alemanha e Roménia.

RESUMO
Esta obra é um romance onde uma rapariga chamada Gita e os pais mudam-se
para a cidade de Lourenço Marques (Maputo), capital de Moçambique. Está
dividida em 3 partes com narradores diferentes na primeira Gita narra a sua
infância (narrador autodiegética) enquanto criança, na segunda um narrador na
terceira pessoa (narrador heterodiegético) narra a história de Amélia, mãe de
Gita e na terceira volta a ser Gita a narrar mas desta vez narra a passagem da
sua vida de adolescente para a vida adulta.
Amélia conheceu Laureano, pai de Gita, através de um anuncio de jornal onde
ele pedia uma esposa portuguesa para viver com ele no continente africano,
como Amélia estava muito triste por ter terminado um relacionamento
recentemente decidiu aceitar a proposta. Gita sempre se identificou mais com o
pai do que com a mãe, o pai era mais sonhador e a mãe orgulhosa que vive a
reclamar da vida.
+Na primeira parte Gita narra as suas impressões sobre o seu mundo infantil,
que sonha e inventa. Tambem evidência uma oposição entre Amélia e Lóia, a
sua ama-de-leite que era negra com quem se identificava mais. Amélia não
gosta de África nem dos nativos e por isso fazia questão de deixar bem
separado o que era, na sua opinião, ser branco e ser negro, ser pobre e ser
rico e ser africano e português. Lóia é a figura da mulher que tem paciência
que segue o ritmo do mundo natural enquanto Amélia quer mudar tudo “E logo
ali a casa se dividia em duas, a Casa Branca e a Casa Preta. A Casa Branca
era a de Amélia, a Casa Preta a de Lóia. O quintal era em redor da Casa Preta.
Eu pertencia à Casa Preta e ao quintal.”.
++Na segunda parte ficamos a conhecer melhor Amélia. Amélia também vive a
imaginar, fantasiar e sonhar com outro mundo, como Gita, um universo cheio
de mentiras que não revela a ninguém. Um certo dia Amélia resolve partir
criando uma personagem chamada Patricia Hart para falar com um portugues
que vivia na Australia tambem com um anuncio no jornal à procura de uma
esposa como Laureano. Amélia gostava da brincadeira de se disfarçar de
Patricia Hart e ir ao correio buscar as respostas de Bob Pereira. Por estas
razões Amélia passa a ser uma miragem para Gita, viaja sem levar quase nada
deixando tudo para trás. Gita percebe que Amélia repete a mesma história,
com armagura deixa uma vida para ir viver apenas uma aventura. “Se pensar
nela vejo-a andar em roda, em roda, como se estivesse enfeitiçada. Amélia,
que tinha tanto medo de feitiços.”
+++Na última parte Gita volta a ser a narradora e nesta vez conta a sua
adolescencia quando a ausencia de Lóia que havia falecido e a de Amélia se
fazem sentir em casa, cujo abandono reflete o estado de espirito de Laureano
que não se recupera da partida da esposa. Em meio dessa situação vivencia o
pirmeiro amor e Moçambique entra em guerra colonial. A sua passagem para a
vida adulta é marcada pela dor onde há rompimento do amor e tanto o contexto
do pais e domestico pareciam empurra-la para longe e então lá foi Gita para
Lisboa viver em casa do seu tio.

Apreciação critica
Esta obra tem uma escrita que se organiza em torno de flashes de memória e
da alternância de foco narrativo delicados ao longo do romance, por meio do
olhar narrativo lançado pelos personagens em relação ao ambiente. Apesar da
leitura um bocado confusa eu recomendo vivamente este livro que nos mostra
a vida dificil de adolescente onde temos que ter algumas escolhas.

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