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Curso Online

Licenciamento
Ambiental para
Mineração

1
Professor

Luciano Cota
Biólogo, Bacharel em Ecologia pela UFMG.
Especialista em Gerenciamento de Recursos Hídricos
pela UFMG. Especialista em Gestão de Projetos pela
Fundação Dom Cabral. Sócio Diretor da Azurit
Engenharia e Meio Ambiente, atuando na gestão de
projetos ambientais com vistas ao licenciamento de
empreendimentos de infraestrutura, mineração, energia
e indústrias. Palestrante de temas como Licenciamento
Ambiental, Impactos Ambientais, Avaliação Ambiental
Integrada, Avaliação Ambiental Estratégica e Gestão
Ambiental.

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Objetivos
• Conhecer o processo de licenciamento ambiental.

• Conhecer e saber quando usar cada estudo técnico elegível ao processo de


licenciamento ambiental.

• Identificar os órgãos intervenientes e suas demandas, as instâncias de processos, os


principais atores e o público alvo.

• Compartilhar experiências.

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O Meio Ambiente
A natureza sempre foi e continuará sendo a principal fonte de recursos para a
sobrevivência e bem-estar humano. Contudo, a sociedade comporta-se como se
esses recursos fossem inesgotáveis, como se a forma de explorá-los fosse livre de
trazer ônus ao Planeta ou se ainda a gestão de interesses e interessados sobre
esses recursos fosse igualitária.

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O Meio Ambiente

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Histórico do Licenciamento
“No caso do Brasil, a política ambiental brasileira nasceu e se desenvolveu nos últimos
quarenta anos como resultado da ação de movimentos sociais locais e de pressões
vindas de fora do país. Do pós-guerra até 1972 – ano da Conferencia de Estocolmo –,
não havia propriamente uma política ambiental, mas sim, políticas que acabaram
resultando nela. Os temas predominantes eram o fomento à exploração dos recursos
naturais, o desbravamento do território, o saneamento rural, a educação sanitária e os
embates entre os interesses econômicos internos e externos. A legislação que dava base a
essa política era formada pelos seguintes códigos: de águas (1934), florestal (1965) e de
caça e pesca (1967). Não havia, no entanto, uma ação coordenada de governo ou uma
entidade gestora da questão.”

BREDARIOL, Celso. 2001. Conflito ambiental e negociação para uma política local de meio ambiente. Tese

6 de doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ; COPPE, p. 16


Histórico do Licenciamento
“Em 1973, pouco depois da Conferência de Estocolmo, foi criada no Brasil a Secretaria
Especial de Meio Ambiente (Sema), órgão especializado no trato de assuntos ambientais
sob a coordenação do Ministério do Interior. A Sema se dedicava ao avanço da legislação e
aos assuntos que demandavam negociação em nível nacional, tais como a produção de
detergentes biodegradáveis, a poluição por veículos, a demarcação de áreas críticas de
poluição e a criação de unidades nacionais de conservação. De fato, as medidas de
Governo se concentravam na agenda de comando e controle, normalmente em resposta
a denúncias de poluição industrial e rural.”

BREDARIOL, Celso. 2001. Conflito ambiental e negociação para uma política local de meio ambiente. Tese
de doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ; COPPE, p. 16
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Histórico do Licenciamento
• 1981 - Lei Federal n° 6.938/81: licenciamento ambiental como um instrumento da
Política Nacional do Meio Ambiente; princípios e os objetivos que norteiam a gestão
ambiental.

• Instituiu o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA e elaborou um


conjunto de instrumentos os quais vêm sendo desenvolvidos e atualizados por meio
de resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, órgão
também criado pela Lei Federal nº 6.938/81 com poder para estabelecer normas e
regulamentos.

• IBAMA (Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989) e ICMBIO (Lei nº 12.856, de 2 de


setembro de 2013).

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Histórico do Licenciamento
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA): estabelecer as normas e critérios para a implantação, acompanhamento e
fiscalização do licenciamento ambiental, destinado aos empreendimentos e atividades
que pudessem provocar a poluição ou degradação ambiental e qualquer alteração das
qualidades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente e que resultassem nas
ações apresentadas a seguir.

➢ Prejuízo à saúde humana ou bem-estar da população.

➢ Condições adversas às atividades sociais e econômicas.

➢ Danos relevantes à flora, à fauna e a qualquer recurso natural.

➢ Danos relevantes aos acervos histórico, cultural e paisagístico.


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Histórico do Licenciamento
• Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) - Resolução CONAMA n° 01, de
23 de janeiro de 1986: estabelecer as condições, responsabilidades, critérios básicos e
diretrizes para o uso e implantação da Avaliação de Impacto Ambiental, sendo este
outro instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente.

• Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA):


documentos necessários para o licenciamento ambiental, sendo que os estudos
técnicos básicos e suas diretrizes gerais estão listados na Resolução CONAMA n°
01/86, bem como as atividades que apresentam obrigatoriedade em elaborá-los.

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Histórico do Licenciamento
• A consagração da Lei Federal nº 6.938/81 e de seus
respectivos instrumentos deu-se com a Constituição de 1988,
por meio do artigo 225, no capítulo referente à Proteção do
Meio Ambiente.

• Resolução CONAMA n° 237/97: regulamentou os aspectos


referentes ao processo de licenciamento ambiental, definindo
as competências da União, dos Estados e Distrito Federal e
dos Municípios, os tipos de licença a serem expedidas
conforme a fase do licenciamento, os prazos das licenças
ambientais bem como as suas etapas.

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Histórico do Licenciamento
• Lei Complementar nº 140/11: fixa normas para a cooperação entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum
relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de
31 de agosto de 1981.

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Histórico do Licenciamento
• Novo Código Florestal (Lei federal 12.651/12): dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001; e dá outras providências.

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Histórico do Licenciamento
• Fase transitória (1992 a 1997) - processo de diálogo e negociação entre empresariado
e órgãos governamentais em busca de estratégias mais realistas para a iniciativa
privada adequar-se à questão ambiental.

• Fase da integração voluntária (1997 em diante) - predomina a tendência das normas


ambientais voluntárias para a empresa assumir a pauta ambiental.

• Fase de integração compulsória (reativa) - internalização da pauta ambiental no meio


empresarial por meio de processos externos à lógica do mercado, como a rigorosa
legislação ambiental, a influência das entidades ambientalistas e das comunidades
residentes no entorno das unidades produtivas agindo como grupos de pressão.

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Histórico do Licenciamento
• Fase de integração voluntária (pró-ativa) - processos internos ao mercado, como o
papel desempenhado pelo consumidor verde, pelos acionistas, pelas seguradoras, e
evidentemente, pela própria competitividade empresarial numa era onde a produção
limpa se torna politicamente correta, além de ser um diferencial de mercado.

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O Licenciamento Ambiental
• De acordo com a Resolução CONAMA n° 237/1997, o licenciamento
ambiental é definido como:

procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
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O Licenciamento Ambiental
Ferramenta de Gestão dentro de um suposto desenvolvimento sustentável.

• Complexidade das informações.

• Envolvimento de instituições intervenientes em dissonância com o licenciamento


ambiental.

• Gerenciamento dos principais atores interessados e a sociedade organizada.

• OEMAs e as agências governamentais.

• Geração de informações preciosas, para onde vão???

• Falta de informações regionais e a necessidade de inserção da atividade ou


empreendimento.

17 • Falta de parâmetros pré-estabelecidos.


Licenças
Ambientais

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Licenças Ambientais
Resolução CONAMA n° 237/1997:

• Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou


atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de
sua implementação. VALIDADE: 5 anos.

• Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo


com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
VALIDADE: 6 anos.

• Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a


verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de

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controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. VALIDADE: 10 anos.
Licenças Ambientais
Art 18º Resolução CONAMA n° 237/1997:

• § 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os


prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos
máximos estabelecidos nos incisos I e II

• § 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de


validade específicos para a Licença de Operação (LO) de
empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades,
estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores.

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Licenças Ambientais
Art 18º Resolução CONAMA n° 237/1997:
• § 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada,
aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho
ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados
os limites estabelecidos no inciso III.

• § 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou empreendimento


deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração
de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

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Licenças Ambientais
Licença Social para Operar (Social License to Operate – SLO)

• Necessidade complementar de as atividades produtivas potencialmente


impactantes receberem uma licença 'emitida' por toda a sociedade,
incluindo o governo, as organizações não-governamentais e, sobretudo,
as comunidades afetadas por suas atividades.

• Reconhecimento das atividades das empresas como legítimas aos olhos


da sociedade. O atrelamento ao setor minerário pode ser explicado pelo
elevado potencial de impacto socioambiental e econômico relacionado às
operações de extração mineral.
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Licenças Ambientais
Licença Social para Operar (Social License to Operate – SLO)

• A abordagem da SLO é utilizada comumente no caso de uma possível


reprovação social das atividades econômicas, quando tal desaprovação possa
resultar em conflitos com as partes interessadas e, também, interferir em seus
interesses comerciais, considerando que a questão social, assim como a
ambiental, tornou-se fator que incide diretamente sobre os negócios. De fato,
essa expressão, relativamente nova, implica consentimento tácito por parte da
sociedade em direção às atividades dos negócios. Na medida em que este
consentimento seja unânime, requerendo, nesse caso, ampla coesão social,
constitui fundamento para a legitimidade dessas atividades.
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Licenças Ambientais
Licença Social para Operar (Social License to Operate – SLO)

• Principais fatores utilizados comumente para a “obtenção” de uma Licença Social para
Operar

✓ Manutenção de uma reputação positiva da corporação.

✓ Compreensão e valorização da cultura e vocação local.

✓ Necessidade de contribuir com o engajamento e formação dos atores locais para


uma tomada de decisão mais qualificada.

✓ Estabelecimento de comunicação aberta e transparente entre empresa e os


stakeholders.

✓ Fomento à participação pública.


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Licenças Ambientais
Licença Social para Operar (Social License to Operate – SLO)

• Principais fatores utilizados comumente para a “obtenção” de uma Licença Social para
Operar

✓ Identificação de oportunidades de interaprendizagem com as comunidades.

✓ Criação de soluções para investimento na comunidade local, considerando as suas


demandas e vocações.

✓ Estratégias de relacionamento e comunicação social mais efetivas.

✓ Sustentabilidade como uma preocupação dominante com a comunidade

✓ Adaptabilidade para lidar com a complexidade (social, ambiental, cultural,


econômica, espacial).
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Estudos
Técnicos

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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• O EIA é um documento técnico que apresenta as principais
características do empreendimento ou atividade objeto do licenciamento
ambiental. O seu principal objetivo é demonstrar a viabilidade ambiental
desse empreendimento ou atividade.

1) Informações técnicas sobre o projeto.


2) Informações contextuais.

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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
1) Informações técnicas sobre o projeto.

• Localização detalhada.

• Configuração e concepção física.

• Métodos e cronograma de construção.

• Formas de operação / funcionamento.

• Descrição das obras e serviços de apoio, áreas de empréstimo de materiais


naturais de construção.

• Custos do empreendimento.

• Geração de empregos diretos e indiretos conforme as fases da obra.


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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
2) Informações contextuais.

• Justificativa da escolha do projeto e do local de implantação, inclusive da


necessidade de sua execução, indicando os benefícios econômicos, sociais,
ambientais que possam existir em decorrência do projeto.

• Análise do custo-benefício mais apurada.

• Definição dos limites das áreas de influência do projeto (AII, AID, ADA).

• Diagnósticos dos meios físico, biótico e socioeconômico para cada uma das áreas
de estudo delimitadas.

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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
2) Informações contextuais.

• Realizar o prognóstico das áreas de estudo, considerando a implantação e a não


implantação do empreendimento.

• Avaliação dos impactos decorrentes do empreendimento, por fase sua fase do


projeto (planejamento, implantação e operação).

• Proposição de programas e ações para prevenir, mitigar ou compensar os


impactos negativos.

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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• Principais diretrizes que compõem o EIA: Art. 5º da Resolução CONAMA n° 01/1986.

I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,


confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases


de implantação e operação da atividade;

III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrográfica na qual se localiza; e,

lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em


implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• Atividades técnicas que compõe o EIA: Art. 6º da Resolução CONAMA n° 01/1986:

I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto deve completar descrição e


análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a
caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a


topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as
correntes marinhas e as correntes atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as


espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e
ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; e,

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Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• Atividades técnicas que compõe o EIA: Art. 6º da Resolução CONAMA n° 01/1986:

c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a


socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais
da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e a potencial utilização futura desses recursos;

II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas a partir de


identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas;
33 a distribuição dos ônus e benefícios sociais;
Estudos Técnicos
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• Atividades técnicas que compõe o EIA: Art. 6º da Resolução CONAMA n° 01/1986:

III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas; e,

lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos


positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados).

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Estudos Técnicos
EIA – Localização

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Estudos Técnicos
EIA – Caracterização do Empreendimento
• Implantação

• Estruturas da fase de implantação.

• Mão de obra.

• Suprimento de água para abastecimento humano.

• Coleta de Esgoto.

• Energia Elétrica.

• Sistema de combate a incêndio.

• Terraplanagem e sistema de drenagem.

• Sequência construtiva.

• Supressão de Vegetação.
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Estudos Técnicos
EIA – Caracterização do Empreendimento
• Operação

• Estruturas da fase de operação.

• Gerenciamento de operação.

• Monitoramento do empreendimento.

• Monitoramento e controle das tubulações de rejeitos.

• Monitoramento e controle da recirculação da água.

• Monitoramento da barragem.

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Estudos Técnicos
EIA – Caracterização do Empreendimento

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Áreas de Intervenção

c c

c
c

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Estudos Técnicos
EIA – Áreas de Estudos
• Área Diretamente Afetada (ADA): área direta de inserção do empreendimento.

• Área de Influência Direta (AID): área de entorno imediato do empreendimento


onde poderão incidir, principalmente, os impactos significativos, não excluindo a
possibilidade de incidência de impactos não-significativos.

• Área de Influência Indireta (AII): área onde incidirão, principalmente, os


impactos não-significativos, decorrentes da implantação e operação do
empreendimento.

• Para cada uma dessas áreas, há metodologias de diagnósticos distintas a

40 serem empregadas.
Estudos Técnicos
EIA – Áreas de Estudos
• Diagnóstico da AI: é normalmente composto por dados secundários, retirados de estudos
realizados em nível mais amplo, como por exemplo, mapas geológicos, pedológicos e
climáticos de uma determinada bacia hidrográfica; levantamentos da fauna e flora de
unidades de conservação; dados socioeconômicos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e informações diversas disponibilizadas em instituições de
pesquisa e órgãos/institutos públicos, tais como: Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (CPRM), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Fundação
Biodiversitas, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Sistema Único de Saúde
(SUS), portais das Prefeituras entre outros.

• Diagnóstico da ADA: os dados são primários, coletados em campo, por meio de equipes

41 multidisciplinares.
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Clima: a partir de dados secundários das estações climatológicas mais próximas ao
empreendimento, as quais possuírem dados disponíveis, contemplando as normais
climatológicas.

• Geologia, Geotecnia: contextualização mais ampla das áreas de inserção dos


empreendimentos, tendo como base a literatura especializada e os perfis de sondagem, os
produtos cartográficos e os dados secundários disponíveis até o momento.

• Geomorfologia: levantamento de dados secundários, consulta ao material bibliográfico existente


e cartografia disponível para a região; interpretação de cartas topográficas disponibilizadas pelo
IBGE e de possíveis imagens de satélite e/ou fotografias aéreas disponíveis. Cruzamento dos
dados secundários com os produtos cartográficos gerados (hipsométrico e de declividade)
complementado com as informações levantadas em campo.
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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Pedologia e Aptidão Agrícola: dados bibliográficos acerca dos solos da região, tanto no que se
refere à classificação pedológica quanto à aptidão agrícola. Mapas tratados como diferentes
planos de informação que, quando sobrepostos, resultam em manchas com características
ambientais distintas.

• Uso e Ocupação do Solo: levantamento em escritório de dados secundários e históricos sobre o


uso e ocupação da região de inserção do empreendimento; mapeamentos feitos a partir de
imagens de satélite e/ou fotografias aéreas, visando identificar os diferentes tipos de vegetação, o
uso atual das terras, a presença de núcleos urbanos, de áreas de pastagem, áreas de plantio,
bem como os cursos d’água e estradas vicinais que não estão cartografadas nos mapas oficiais.

Todos estes dados devem ser confrontados e/ou atualizados com a realidade identificada em
campo, especialmente no que diz respeito ao uso dado à terra.
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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Recursos Hídricos: caracterização da bacia e sub-bacias hidrográficas envolvidas, a partir de
levantamentos de dados em campo, análise de dados secundários e análise de documentos
disponíveis.

• Qualidade da Água: análise de parâmetros físico químicos e da comunidade hidrobiológica


(fitoplâncton, zooplâncton, zoobentos e macrófitas aquáticas.

PARÂMETROS DESCRIÇÃO
Acidez, alcalinidade total, cloretos, condutividade elétrica,
DBO, DQO, dureza total, fenóis, ferro solúvel, fósforo solúvel, • Diretrizes recomendadas pela ABNT,
fósforo total, manganês total, nitrogênio amoniacal, nitrogênio
Físico-químicos total, nitratos, óleos e graxas, oxigênio dissolvido, pH, sólidos previstas na NBR 9.898, que trata da
totais dissolvidos, sólidos em suspensão, sólidos
sedimentáveis, sólidos totais, temperatura da água, preservação e técnicas de amostragem
temperatura do ar e turbidez.
de efluentes líquidos e corpos receptores.
Bacteriológicos Escherichia coli , coliformes totais e estreptococos fecais.

44 Hidrobiológicos Fitoplâncton, zooplâncton e zoobênton.


Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Qualidade da Água: coleta da comunidade hidrobiológica.

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Qualidade do Ar

• Partículas Totais em Suspensão (PTS) e Partículas Inaláveis (PI).

• PTS: amostrador de grandes volumes (HI-VOL).

• Norma Brasileira (NBR) 9.547:1997 – Material Particulado em Suspensão no Ar Ambiente -


Determinação da Concentração Total pelo Método Amostrador de Grande Volume.

• PI: amostrador de grande volume, acoplado a um separador inercial de partículas (PM10).

• NBR 13.412:1995 – Material Particulado em Suspensão na Atmosfera - Determinação da


Concentração de Partículas Inaláveis pelo Método Amostrador de Grande Volume Acoplado
a um Separador Inercial de Partículas.
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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico

• Qualidade do Ar

• Para a comparação dos resultados deve ser utilizada a Resolução


CONAMA n° 03, de 28 de junho de 1990, a qual estabelece os padrões
de qualidade do ar e as concentrações de poluentes atmosféricos que,
se ultrapassados, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem estar
da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos
materiais e ao meio ambiente em geral.

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Qualidade do Ar

HI-VOL PM10
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HI-VOL PM10
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Ruídos
• Avaliação de níveis de pressão sonora em medições diurnas e noturnas.

• Medidor Solo SLM/01 dB, tipo 2, com calibrador de nível sonoro CAL02/01 dB – tipo 2.

• NBR 10.151:2003 – Acústica - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o


conforto da comunidade.

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• Constituição Federal, Art. 20°- São bens da União:

“X - As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos.”

• Decreto n° 6.640, de 7 de novembro de 2008, Art. 1º

“Entende-se por cavidade natural subterrânea todo e qualquer espaço subterrâneo


acessível pelo ser humano, com ou sem abertura identificada, popularmente conhecido
como caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna ou buraco, incluindo seu ambiente, conteúdo
mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo rochoso onde os mesmos se
inserem, desde que tenham sido formados por processos naturais, independentemente de
suas dimensões ou tipo de rocha encaixante.”
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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• Resolução CONAMA n° 347, de 10 de setembro de 2004, Art. 4º

“A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de


empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou
degradadores do patrimônio espeleológico ou de sua área de influência dependerão
de prévio licenciamento pelo órgão ambiental competente, nos termos da legislação
vigente.”

• A Resolução 347/2004 institui o Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE).

• A proposta do CANIE é o compilamento de informações espeleológicas originadas de diferentes


fontes de informação.
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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• Principais legislações

➢ Decretos 4.340/2002 (SNUC), 6.640/2008 (Cavidades Naturais)

➢ Instrução Normativa MMA No 02/2017 (Grau de Relevância)

➢ Lei 3.924/1691 (Monumentos Arqueológicos e Pré-históricos)

➢ Portaria MMA 358/2009 (Programa Nacional de Conservação do Patrimônio


Espeleológico)

➢ Portaria IBAMA 887/1990 (Diagnóstico Espeleológico Nacional)

➢ Resolução CONAMA 347/2004 (Proteção ao Patrimônio Espeleológico)


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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia
• Em 5 de junho de 1997 foi instituído o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Cavernas (CECAV).
• O CECAV tem como objetivo realizar pesquisas científicas e ações de manejo para a
conservação dos ambientes cavernícolas e espécies associadas a eles, assim como
auxiliar no manejo das Unidades e Conservação (UCs) federais com ambientes
cavernícolas.
• Em 2007, com a criação do Instituto Chico Mendes (ICMBio), o CECAV é incorporado a
ele.
• Não é da competência do ICMBio ou do CECAV representar atividades de
licenciamento ambiental fora de Ucs e sim do órgão ambiental competente.
• O órgão ambiental competente pelo licenciamento do empreendimento é responsável
por realizar a análise dos estudos espeleológicos e avaliar o grau de relevância da
56 cavidade natural subterrânea.
Módulo 1 – O Licenciamento Ambiental

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• 1ª Etapa: Prospecção Espeleológica.

• Levantamento bibliográfico das pesquisas geológicas, geomorfológicas e


espeleológicas realizadas na área, incluindo buscas em bancos de dados oficiais
(CANIE/CECAV) e relatórios técnicos da área.

• Análise documental e cartográfica da área de estudo, buscando reconhecer


indicadores geológicos (litologias e estruturas) e geomorfológicos (afloramentos,
escarpas, sumidouros, ressurgências, dolinas, escarpas, etc.) favoráveis à
existência de cavernas.

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Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• 1ª Etapa: Prospecção Espeleológica.

• Potencial espeleológico: mobilização dos profissionais e elaboração de mapas


temáticos, balizada pela análise documental, que visa avaliar o potencial espeleológico
local. Desta forma, ao serem reconhecidas as zonas de maior potencial
espeleológico, é possível melhor coordenar os esforços da prospecção e traçar as
estratégias para a execução do caminhamento espeleológico no local a ser
trabalhado.

• Caminhamento de campo realizado por meio de caminhamento sistemático balizado


pela análise documental e cartográfica e registrado por meio de equipamento específico
60 (GPS)
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico
• Espeleologia

• 1ª Etapa: Prospecção Espeleológica.

• Durante o caminhamento é frequente a existência de zonas que não permitem o


caminhamento. Estes trechos compreendem geralmente locais alagados, trechos de alta
declividade ou zonas não pertencentes à empresa contratante, onde não se possui a
permissão de entrada. Estas zonas, denominadas zonas de sombra, deverão ser avaliadas
e justificadas quando do relatório final.

• Relatório Final contendo os resultados dos dados gerados durante a campanha de campo,
incluindo mapa contendo os caminhamentos geoespacializados e, quando localizadas
cavernas, tabela de listagem, ficha descritiva, principais atributos encontrados e mapa de
distribuição, além de inventário fotográfico.
61
62
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico

• Espeleologia

• 2ª Etapa: Classificação do Grau de Relevância

• Instrução Normativa MMA No 02/2017


➢Define a metodologia para a classificação do grau de relevância
das cavidades naturais subterrâneas, conforme previsto no art. 5º
do Decreto no 99.556, de 1º de outubro de 1990.

63
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa MMA No 02/2017 - Grau de Relevância Máximo, pelo menos um dos
atributos listados abaixo:

I – gênese única ou rara; VII – habitat essencial para preservação de


populações geneticamente viáveis de espécies
II – morfologia única;
de troglóbios endêmicos ou relictos;
III – dimensões notáveis em extensão, área ou
VIII – habitat de troglóbio raro;
volume;
IX – interações ecológicas únicas;
IV – espeleotemas únicos;
X – cavidade testemunho; ou
V – isolamento geográfico;
XI – destacada relevância histórico-cultural ou
VI – abrigo essencial para a preservação de
religiosa.
populações geneticamente viáveis de espécies
animais em risco de extinção, constantes de
listas oficiais;

64
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa MMA No 02/2017

“Art. 12. As cavidades naturais subterrâneas com menos de cinco metros de


desenvolvimento linear serão classificadas com baixo grau de relevância, desde que
demonstrada a inexistência de:

I – zona afótica;

II – destacada relevância histórico-cultural ou religiosa;

III – presença de depósitos químicos, clásticos ou biogênicos de significativo valor


científico, cênico ou ecológico; ou

IV – função hidrológica expressiva para o sistema cárstico.”


65
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa MMA No 02/2017

“Art. 14. Os estudos espeleológicos devem ser realizados por equipes interdisciplinares
contendo, pelo menos:

I – levantamento bibliográfico e cartográfico;

II – coleta e análise de dados de campo multitemporais;

III – análise de laboratório;

IV – processamento e integração de dados e informações; e

V – consulta a especialistas, comunidades locais, comunidade espeleológica e instituições


de ensino e pesquisa.”

66
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa MMA No 02/2017

“Art. 20. A preservação de 2 (duas) cavidades testemunho, ou outras formas de


compensação previstas no § 3º , art. 4º , do Decreto no 99.556, de 1990, definidas em procedimento
de licenciamento ambiental, será condicionante para o licenciamento de empreendimentos que
causem impactos a outras cavidades naturais subterrâneas de alta relevância.

§ 1º As cavidades testemunho preservadas deverão apresentar configurações similares de


quaisquer elementos que compõem os grupos de atributos que determinaram a classificação de alta
relevância para a cavidade alvo de impactos negativos irreversíveis.

§ 2º As cavidades testemunho definidas no processo de licenciamento têm grau de


relevância máximo, ficando vedado o licenciamento de atividades que lhes causem impactos negativos
irreversíveis.”
67
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa ICMBIO No 01/2017

“Estabelece procedimentos para definição de outras formas de compensação ao


impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância
alto, conforme previsto no art. 4º, § 3º do Decreto nº 99.556, de 1º outubro de 1990.”

“Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa, consideram-se:

I - outras formas de compensação espeleológica: medidas e ações voltadas a contribuir


para o conhecimento e a conservação do patrimônio espeleológico brasileiro a serem
implementadas pelo empreendedor, de acordo com o previsto no art. 4º, § 3º do Decreto
nº 99.556, de 1º outubro de 1990;”
68
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução Normativa ICMBIO No 01/2017

“Art. 3º As outras formas de compensação espeleológica compreenderão:

I - a realização de ações que garantam a preservação de cavidades naturais subterrâneas; e,

II - a implementação de ações do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio


Espeleológico, instituído pela Portaria nº 358, de 30 de setembro de 2009, do Ministério do
Meio Ambiente.”

“Art. 5º O montante de investimentos no Programa Nacional de Conservação do


Patrimônio Espeleológico, será definido conforme o grau de impacto ao patrimônio
espeleológico promovido pelo empreendimento.”

69
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia
• Instrução de Serviço SISEMA 08/2017

“A elaboração e a análise dos estudos de prospecção, de definição da área de


influência, da classificação do grau relevância e da proposta de compensação por
impactos em cavidades devem ser compatibilizadas com as diversas fases do
procedimento de licenciamento ambiental, incluindo as modalidades concomitante e
trifásica, o licenciamento em caráter corretivo e a renovação de licenças, sempre que se
tratar de empreendimentos ou de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras ou
degradadoras das cavidades naturais subterrâneas ou de sua área de influência.”

70
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Físico – Espeleologia

71
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico
• Flora

• Análises fitofisionômicas, florísticas e fitossociológicas por meio da caracterização


de fragmentos representativos dos remanescentes de vegetação existentes na ADA e
seu entorno.

• Classificação fitogeográfica, (ex.: Classificação da Vegetação Brasileira, Adaptada a


um Sistema Universal – Veloso et al., 1991).

• Levantamento florístico (campo) das espécies arbóreas, arbustivas, subarbustivas,


herbáceas, epífitas e lianas.

• Mapas com imagens de satélite ou de drone com levantamento prévio da vegetação


e fitofisionomias de ocorrência na área de estudo.

72
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico
• Flora

• Avaliações

• Status de conservação: Portaria MMA n° 443/2014; International Union for


Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN, 2016); espécies listadas pela
Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens
em Perigo de Extinção (CITES); espécies endêmicas, bem como aquelas que são de
interesse medicinal ou que possuem valor comercia.

• Índices biológicos (diversidade, riqueza, similaridade entre pontos) e curva de


acumulação de espécies.

• Grau de conservação da vegetação e/ou o seu estágio de sucessão ecológica,


fragmentação de hábitats e efeito de borda.
73
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico
• Fauna Terrestre

• 1ª Etapa: Elaboração de Projeto Técnico para solicitação de Autorização Ambiental


para Captura, Coleta, Transporte e Destinação de Fauna Silvestre.

• 2ª Etapa: Levantamento de dados primários da fauna.

➢ Instrução Normativa IBAMA 146/2007

“Art. 1º Estabelecer os critérios para procedimentos relativos ao manejo de


fauna silvestre (levantamento, monitoramento, salvamento, resgate e
destinação) em áreas de influencia de empreendimentos e atividades
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna
sujeitas ao licenciamento ambiental...”
74
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico
• Fauna Terrestre

➢ Instrução Normativa IBAMA 146/2007

• Lista de espécies (índices de abundância, riqueza e diversidade, análises


estatísticas, curva do coletor, espécies ameaçadas, raras e endêmicas).

• Metodologia (esforço amostral conforme o grupo e a fitofisionomia).

• Sazonalidade (chuva, seca e períodos intermediários).

• Dados brutos.

• Métodos de marcação, recaptura e soltura.

• Áreas de controle e soltura.

• Cronograma das campanhas e planos de monitoramento.


75
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico – Fauna Terrestre – Grupos de Interesse

ENTOMOFAUNA

HERPETOFAUNA

76
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico – Fauna Terrestre – Grupos de Interesse

AVIFAUNA

MASTOFAUNA
(PEQUENOS E
MÉDIOS)

77
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico – Fauna Terrestre – Grupos de Interesse

Lobo Guará Onça Parda Paca

MASTOFAUNA
(GRANDES)

Cachorro do Mato Tatu Galinha Jaguatirica


78
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Biótico – Fauna Terrestre – Grupos de Interesse

MASTOFAUNA
VOADORA

ICTIOFAUNA

79
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Socioeconômico
• A análise socioeconômica tem, em muitos casos, um peso diferenciado quando comparado aos
demais estudos, por se tratar de relações humanas.

• Caracterização das áreas de estudo segundo aspectos sociais e econômicos relevantes para
se retratar as condições atuais e permitir a avaliação das prováveis condições futuras
decorrentes da implantação e operação do empreendimento.

• Duas etapas distintas e complementares.

➢ Levantamento e análise de dados secundários oficiais disponíveis em entidades,


organizações e órgãos federais e estaduais.

➢ Campanhas de amostragem em campo junto às prefeituras envolvidas, propriedades


atingidas e munícipes.
80
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Socioeconômico
• Dados Secundários

• Formação histórica geral, bem como os indutores que propiciaram o povoamento e a


estruturação da base econômica dos municípios.

• Dinâmica demográfica, por meio da análise dos indicadores que determinam a estrutura da
população.

• Infraestrutura, serviços e condições de vida: saneamento básico; energia elétrica;


comunicação; infraestrutura viária e de transportes; habitação; educação; saúde; assistência
social; segurança pública; e, qualidade de vida.

• Caracterização econômica: Produto Interno Bruto (PIB); renda; emprego; contextualização


cultural, turística e patrimonial; e, comunidades e populações tradicionais.
81
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Socioeconômico
• Dados Primários

• Entrevistas e aplicação de questionários semiestruturados.

➢ Caracterização da propriedade e seus moradores.

➢ Caracterização das atividades produtivas da propriedade.

➢ Percepção ambiental da região sem e com o empreendimento.

Caracterizar a percepção ambiental dos moradores e trabalhadores quanto à área de estudo


dos empreendimentos, bem como as demandas e expectativas dos entrevistados e as
atividades produtivas realizadas em suas propriedades.

82
Estudos Técnicos
EIA – Diagnóstico do Meio Socioeconômico
• Dados Primários

83
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

• “estudos realizados para identificar, prever, interpretar e prevenir os efeitos


ambientais que determinadas ações, planos, programas ou projetos podem causar
à saúde, ao bem-estar humano e ao ambiente, incluindo alternativas ao projeto ou
ação, e pressuposto a participação do público” (Bolea, 1984).

• O objetivo principal da AIA é obter informações sobre os impactos ambientais, por


meio de exame sistemático para submetê-las às autoridades e à opinião pública, com o
fim primordial de prevenir os impactos ambientais negativos decorrentes da ação
proposta e suas alternativas, bem como maximizar os eventuais benefícios.

84
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

• Mecanismos estruturados para coletar, analisar, comparar e organizar


informações e dados sobre impactos ambientais de uma proposta,
incluindo os meios de comunicação para a apresentação escrita e
visual dessas informações.

• Envolvem o tratamento do conjunto dos aspectos ambientais.

• Os métodos de avaliação de impactos são instrumentos formais e


predefinidos, especificamente relacionados com as diferentes
disciplinas envolvidas no processo de avaliação.
85
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
• Dentre os métodos para a fase de identificação e sumarização de
impactos tem-se:

• métodos ad-hoc;

• checklists;

• matrizes;

• redes;

• diagramas; e,

• método de superposição de cartas.


86
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Método Ad-hoc

• É elaborado para cada projeto


específico.

• Os impactos são identificados por


meio de brainstorming
(“tempestade cerebral”/reunião
de ideias) caracterizados e
sumarizados por meio de tabelas
e matrizes.
87
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Checklists, ou Listagens de Controle

• São listas padronizadas dos fatores


ambientais associadas a projetos
específicos, nas quais se identificam os
impactos prováveis.

• Algumas incluem informações sobre técnicas


de previsão de impacto. Outras incluem
descrição dos impactos ou, ainda,
incorporam escalas de valor e índices de
ponderação dos fatores.
88
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Matrizes

• São utilizadas para relacionar as diversas ações do projeto aos fatores


ambientais.

• As quadrículas definidas pela interseção das linhas e colunas representam o impacto


de cada ação sobre cada fator ambiental.

• Podem também ser introduzidas variáveis temporais e parâmetros que permitam a


valoração dos impactos.

• São associados aos impactos julgamentos de valor (magnitude e importância) numa


escala de 0 a 10, identificando-se se são positivos ou negativos.
89
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

✓Redes de Interação

• Surgiram como um avanço, por estabelecerem relações do tipo causa-


condições-efeitos, permitindo retratar, a partir do impacto inicial, o
conjunto de ações que desencadeou direta ou indiretamente.

• Podem ser associados parâmetros de valor (magnitude, importância e


probabilidade), visando-se obter um índice global de impacto.

90
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Método Superposição de Cartas

• Consiste na confecção de uma série de cartas temáticas, uma para cada fator
ambiental, nas quais se apresentam os dados organizados em categoria.

• Estas cartas são superpostas para reproduzir a síntese da situação ambiental de


uma área geográfica.

• É útil para estudos que envolvem alternativas de localização e outras questões de


dimensão espacial.

• Muito utilizado para avaliação de impactos ambientais de projetos lineares já que


favorece a representação visual e a identificação da extensão dos efeitos.
91
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Modelo de Simulação
• É constituído por modelos matemáticos.

• Destinado a representar a estrutura e o funcionamento dos sistemas


ambientais por meio de relações complexas entre componentes
quantitativos ou qualitativos, físicos, biológicos ou socioeconômicos, a
partir de um conjunto de hipóteses ou pressupostos.

92
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

A seleção do método dependerá dos objetivos que se quer alcançar;


da disponibilidade de dados; das características do projeto e
especificidades da localização, bem como do tempo e recursos
financeiros e técnicos disponíveis.

93
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

94
95
96
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

✓Fatores Geradores de Impacto

• Correlacionam-se às ações que poderão desencadear impactos diretos


e/ou indiretos, seja para a fase de planejamento, ou de implantação ou ainda
de operação do empreendimento.

✓Mensuração e Avaliação de Impactos

• A partir da identificação dos impactos em cada componente ambiental dos


meios físico, biótico e socioeconômico, são desenvolvidas análises
interdisciplinares objetivando sua avaliação no contexto da dinâmica
97 ambiental vigente.
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Sanchez (2006) define:

• Fase - corresponde à etapa de implementação do


empreendimento em que o impacto ocorrerá, podendo ser
classificado em: planejamento, implantação ou operação.

• Efeito - influência do impacto sobre a qualidade ambiental,


podendo ser classificado em:

➢ positivo: quando resultar em melhoria da qualidade


socioambiental; ou,

➢ negativo: quando resultar em dano ou perda


socioambiental.
98
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

✓Sanchez (2006) define:

• Forma - relação de causa e efeito da ação geradora do impacto,


podendo ser classificada em:

➢direto: quando o impacto resulta diretamente de ação geradora,


resultante de uma simples relação de causa e efeito; ou,

➢indireto: quando o impacto resulta de outro impacto, resultante de


uma reação secundária.

99
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓Sanchez (2006) define:

• Duração - escala temporal de permanência do impacto, podendo ser


classificada como:

➢temporária: quando o impacto ocorre em período de tempo claramente


definido;

➢intermitente: quando o impacto ocorre de forma cíclica ou sazonal, uma


vez iniciada a ação geradora desse impacto; ou,

➢permanente: quando o impacto ocorre de forma contínua, uma vez iniciada


a ação geradora desse impacto.
100
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓Sanchez (2006) define:

• Temporalidade - tempo de decorrência do impacto em relação à


implementação das atividades causadoras, sendo classificada em:

➢imediata: quando o impacto ocorre simultaneamente à ação geradora;

➢médio prazo: quando o impacto perdura por poucos anos após a


implementação da atividade causadora; ou,

➢longo prazo: quando o impacto perdura por uma década ou mais, após a
implementação ação desencadeadora.

101
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Sanchez (2006) define:

• Espacialização - refere-se à forma de difusão do impacto, sendo classificada em:

➢ localizada: quando a propagação do impacto se dá concentradamente e de forma


determinada; ou,

➢ dispersa: quando a propagação do impacto ocorre de forma difusa e indeterminada.

• Abrangência - refere-se à escala espacial da abrangência do impacto sobre os aspectos


ambientais, sendo classificada em:

➢ pontual: quando o impacto possui abrangência espacial restrita;

➢ local: quando o impacto ocorre de forma disseminada espacialmente; ou,

➢ regional: quando o impacto ocorre de forma amplamente disseminada.


102
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Sanchez (2006) define:

• Ocorrência - probabilidade de ocorrência do impacto em função da atividade causadora,


sendo classificada em:

➢ certa; provável; ou, improvável.

• Reversibilidade - capacidade da anulação ou minimização do impacto ambiental uma vez


implementada a atividade causadora, sendo classificada em:

➢ reversível: quando a alteração causada pelo impacto pode ser alvo de ações que
restaurem o equilíbrio ambiental próximo ao pré-existente; ou,

➢ irreversível: quando a alteração causada pelo impacto não pode ser revertida por
ações de intervenção.
103
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Sanchez (2006) define:

• Magnitude - grandeza das alterações dos aspectos ambientais gerados por um determinado
impacto, sendo classificada em:

➢ pequena; média; ou, grande.

MAGNITUDE DESCRIÇÃO
Quando a variação no valor dos indicadores for inexpressiva, inalterando ou alterando de
Insignificante 1
forma inexpressiva o fator ambiental considerado.
Quando a variação no valor dos indicadores for pequena, alterando de forma pouco
Pequena 2
expressiva o fator ambiental considerado.
Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, porém sem alcance para levar à
Média 3
descaracterização do fator ambiental considerado.
Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva,produzindo alguma
Moderada 4
descaracterização do fator ambiental considerado.
Quando a variação no valor dos indicadores for de tal ordem que possa levar à
Grande 5
descaracterização do fator ambiental considerado.
104
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
✓ Sanchez (2006) define:

• Importância - nível de relevância do impacto sobre os aspectos ambientais, sendo classificada


em:

➢ baixa; média; ou, alta.

IMPORTÂNCIA DESCRIÇÃO
Desprezível 1 Sem danos ou com danos mínimos ao meio ambiente
Marginal 2 Danos devido a situações ou valores considerados toleráveis entreo o nível ínimo e médio
Moderada 3 Danos considerados de valor tolerável entre o nível médio e máximo
Alta 4 Danos devido a situações ou valores considerados acima dos limites legais na região
Crítica 5 Danos devidos a situações ou valores considerados acima dos níveis máximos

105
Estudos Técnicos
EIA – Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)

✓ Sanchez (2006) define:

• Sinergismo - capacidade do impacto interagir e potencializar os efeitos de outros


impactos, sendo classificado em:

➢ sim, quando sinérgico; ou,

➢ não, quando não sinérgico.

• Cumulatividade - capacidade de interagir sem potencializar outro impacto no espaço


ou no tempo, sendo classificada em:

➢ sim, quando cumulativo; ou,

➢ não, quando não cumulativo.


106
Matriz de Avaliação de Impactos
Atributos

Grande Magnitude
Média Magnitude
Permanente
Meio Impacto Medidas de Controle

Temporário

Irreversível
Localizado

Reversível

Magnitude
Pequena
Disperso
Negativo

Provável
Positivo

Indireto

Cíclico
Direto

Certo
Fase de Planejamento
Sócio-econômico Insegurança e ansiedade da população local N I P L T R M Programa de Comunicação Social
Fase de Instalação
Biótico Programa de Recomposição da Vegetação; e
Supressão da vegetação ciliar N D C L T R M
Flora Formação/Fortalecimento de Corredores Ecológicos
Biótico Programa de Educação Ambiental; e
Pressão de caça e coleta de animais silvestres N I P D T R P
Fauna Programa de Monitoramento da Fauna Local
Programa de Gerenciamento Ambiental; e
Ocorrência de ruídos e vibrações N D C L T R P
Físico Programa de Controle Ambiental do Canteiro de Obras
Melhoria dos acessos locais existentes P D C L P I M Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
Programa de Gerenciamento Ambiental;
Instabilidade do mercado imobiliário N I P L T I M Programa de Comunicação Social; e
Programa de Negociação
Sócio-econômico Programa de Mobilização de Mão-de-obra;
Programa de Gerenciamento Ambiental;
Geração de empregos diretos e indiretos P D/I C L/D T I M
Programa de Comunicação Social; e
Programa de Assistência Social
Fase de Operação
Biótico Programa de Recomposição da Vegetação; e
Aumento da densidade e riqueza de espécies vegetais P D C L P I G
Flora Formação/Fortalecimento de Corredores Ecológicos
Biótico Alteração da qualidade da água pelo despejo de Programa de Monitoramento Limnológico e da
N D P L T R M
Limnologia efluentes no curso do d'água Qualidade das Águas
Restrição do uso do solo na faixa de APP a ser criada no Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de
Físico N I C L P I M
entorno do reservatório Reservatório Artificial (PACUERA)
Programa de Gerenciamento Ambiental,
Desmobilização de mão-de-obra N D C L T I G Programa de Assistência Social; e
Sócio-econômico Programa de Mobilização de Mão-de-obra
Programa de Gerenciamento Ambiental; e
107 Impactos nas receitas fiscais P D C L P I G
Programa de Monitoramento Socioeconômico
Estudos Técnicos
EIA – Prognósticos

• O prognóstico ambiental procura prever e caracterizar os potenciais


impactos sobre seus diversos ângulos, analisando suas magnitudes através de
técnicas específicas, com o objetivo de interpretar, estabelecendo a importância
de cada um dos potenciais impactos em relação aos fatores ambientais
afetados e, avaliar, por meio da importância relativa de cada impacto quando
comparado aos demais, propondo medidas mitigadoras, compensatórias e
programas de monitoramento ambiental.

• Consiste em uma avaliação evolutiva de qualidade ambiental considerando


a implantação ou não do empreendimento.
108
Estudos Técnicos
EIA – Prognósticos

109
Estudos Técnicos
EIA – Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
• A partir da previsão, análise e avaliação dos impactos ambientais, será,
então, possível elaborar o escopo dos programas ambientais. Os
programas propostos deverão ser discutidos com a equipe
multidisciplinar, em conformidade com o diagnóstico e avaliação de
impactos ambientais, assim como aderentes aos planos e
programas de governo em desenvolvimento na região de inserção do
empreendimento.

110
Estudos Técnicos
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• O RIMA é composto por um documento de linguagem acessível ao público,
ilustrado com mapas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação
visual.

• Resolução CONAMA 01/1986, Art 9º

“O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de


impacto ambiental e conterá, no mínimo:

I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade


com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;

111
Estudos Técnicos
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• Resolução CONAMA 01/1986, Art 9º

II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para


cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e
mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis
efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;

III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do
projeto;

IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da


atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos
impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação,
quantificação e interpretação;
112
Estudos Técnicos
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• Resolução CONAMA 01/1986, Art 9º

V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,


comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem
como com a hipótese de sua não realização;

VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação


aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o
grau de alteração esperado;

VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários


de ordem geral).
113
Estudos Técnicos
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• Resolução CONAMA 01/1986, Art 9º

“Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e


adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas
em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros,
gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se
possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem
como todas as conseqüências ambientais de sua implementação.”

114
Estudos Técnicos
Audiência Pública
• Posicionamento contrário e mobilização da sociedade organizada.

➢ Mapeamento dos atores envolvidos.

➢ Monitoramento e comunicação constantes.

• Deficiência na condução e registro dos eventos.

➢ Intervenção do Ministério Público.

➢ Prejuízo ao licenciamento ambiental.

• Devem trazer contribuições reais ao processo e não somente os sentimentos da


comunidade.

115
Estudos Técnicos
Audiência Pública
• Divulgue com antecedência o edital de abertura de solicitação da AP.
• Divulgue com antecedência a data, local e hora da realização da AP.
• Convide toda a população, órgãos e instituições interessadas e autoridades.
Disponibilize transporte adequado, se for o caso.
• Prepare o local adequadamente com mesas e cadeiras para todos os participantes.
• Invista em equipamentos de áudio e vídeo de qualidade, tanto para a apresentação
quanto para a gravação e posterior transcrição.
• Monte uma equipe de apoio no dia da AP para registros fotográficos e interação com a
população participante.
• Forneça alimentação adequada.
• Apresente ao órgão ambiental um Relatório Consolidado da AP.

116
Estudos Técnicos
Audiência Pública

117
Estudos Técnicos
Relatório de Controle Ambiental (RCA)
• Documento técnico multidisciplinar voltado para a área de inserção do empreendimento
ou atividade foco do licenciamento ambiental. O RCA é solicitado em caso de
dispensa do EIA/RIMA.

• No RCA devem constar as áreas de estudos, assim como os diagnósticos dos meios
físico, biótico e socioeconômico.

• O prognóstico da área deve ser realizado considerando dois cenários distintos.

• Os impactos, positivos e negativos, identificados ao longo desses estudos, devem ser


avaliados e analisados.

• Proposição de planos e programas necessários para a prevenção, mitigação ou

118 potencialização desses impactos.


Estudos Técnicos
Plano de Controle Ambiental (PCA) ou Plano Básico Ambiental (PBA)
• Documento que lista todos os planos e programas propostos para o empreendimento,
contemplando todos os impactos, negativos ou positivos, decorrentes de sua
implantação/ampliação e operação.
1. Introdução. 10.Recursos necessários.
2. Descrição. 11.Equipe técnica.
3. Justificativas. 12.Interface com outros Planos/Programas.
4. Objetivos e metas. 13.Atendimento a requisitos legais e
5. Indicadores ambientais. normativos.
6. Público-alvo. 14.Cronograma.
7. Metodologia. 15.Referências bibliográficas.
8. Acompanhamento e avaliação.
9. Produtos.
119
Estudos Técnicos
Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental ou Relatório de
Renovação da LO
• Documento que tem a finalidade de subsidiar a análise do requerimento
de revalidação da Licença de Operação (LO).
1. Caracterização do Empreendimento e Empreendedor.
2. Descrição do processo de licenciamento ambiental.
3. Autorizações, anuências e outras licenças.
4. Atualização de dados da operação.
5. Planta de localização e fluxograma produtivo.

120
Estudos Técnicos
Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental ou Relatório de
Renovação da LO

• Documento que tem a finalidade de subsidiar a análise do requerimento de revalidação


da Licença de Operação (LO).
6. Principais insumos e resíduos.
7. Monitoramentos, passivos ambientais e áreas degradadas/contaminadas.
8. Avaliação de desempenho dos sistemas de controle ambiental.
9. Avaliação de riscos.
10.Medidas de avaliação do desempenho ambiental e indicadores.
11.Plano de Fechamento de Mina.
12.Cumprimento das condicionantes da LO.

121
Estudos Técnicos
Solicitação de Supressão de Vegetação
• Inventário Florestal

• Dois componentes: o mapeamento da extensão territorial das diversas formações


florestais por meio de técnicas de sensoriamento remoto e o levantamento terrestre,
usualmente realizado por meio de amostragem sistemática de variáveis que
caracterizam a composição e a estrutura das florestas.

• Plano de Utilização Pretendida (PUP) ou Plano de Supressão

• Para supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, em áreas iguais
ou superiores a 10 ha, incluindo inventário florestal qualitativo e quantitativo.

• PUP Simplificado: abaixo de 10 ha.

122
Estudos Técnicos
Solicitação de Supressão de Vegetação
• Plano de Utilização Pretendida (PUP) ou Plano de Supressão
1. Informações Gerais.
2. Identificação do Empreendimento e da Propriedade
3. Justificativas e Objetivos do Desmatamento
4. Caracterização Socioambiental do Projeto
5. Características da Supressão Vegetal
6. Inventário ou Censo Florestal
7. Sistema de Exploração
8. Análise dos Impactos Ambientais
9. Medidas Mitigadoras

123
Estudos Técnicos
Cadastro Ambiental Rural - CAR
• Lei nº 12.651/2012, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio
Ambiente - SINIMA, regulamentado pela Instrução Normativa MMA nº 2, de 5 de maio
de 2014.

• É um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os


imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das
propriedades e posses rurais referentes às Áreas de Preservação Permanente - APP,
de uso restrito, de Reserva Legal, de remanescentes de florestas e demais formas de
vegetação nativa, e das áreas consolidadas, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento.
124
Estudos Técnicos
Certidões e Anuências de Órgãos Intervenientes
• Art. 10º da Resolução CONAMA 237/1997

“§1º – No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar,


obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o
tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação
aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para
supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos
competentes. “

CERTIDÃO NÃO É ANUÊNCIA!!!

É OBRIGAÇÃO DO PODER PÚBLICO CONCEDER


125
Estudos Técnicos
Certidões e Anuências de Órgãos Intervenientes
• INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – IPHAN

• FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI

• FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES – FCP

• INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO – IEPHA

• CONCESSIONÁRIAS (Rodovias, Energia, Água e Esgoto, etc)

• CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE – CODEMA

• AGÊNCIAS REGULADORAS (ANEEL, ANA, ANM, etc)

• UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
126
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

POR QUE COMPENSAR?

COMPENSAR (verbo transitivo direto)

• Equilibrar; balancear o efeito de uma coisa com outra;


anular a perda com o ganho; neutralizar o mal com o bem.

• Corrigir; acabar com algo prejudicial através de uma coisa


positiva.

127
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

POR QUE COMPENSAR?

Impactos negativos irreversíveis


Em muitos casos, exige-se a aprovação da compensação ambiental
para atestar a viabilidade do empreendimento, ou seja, critério para
obtenção da Licença Prévia.

Se não há como compensar, não há


viabilidade!
128
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• SNUC (Lei 9.985/200) – Financeira

• Intervenção em APP do rio (Resolução Conama 369/2006) – Área 1:1

➢ Projeto Técnico de Recomposição da Flora – PTRF

• Intervenção em Mata Atlântica (Lei 11.428/2006) (Decreto Estadual MG – Área 2:1)

➢ Projeto Executivo de Compensação Florestal – PECF

• Supressão de indivíduos isolados, imunes ao corte ou protegidos por lei – Plantio


até 30:1 (Decretos estaduais)

• Supressão de vegetação – Área ou plantio, definido no licenciamento

• Reserva Legal – Área, 20% do total do empreendimento


129
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• Tipos de Compensações Ambientais

➢ FLORESTAL: intervenções em APPs e Mata Atlântica primária e em estágios médio


e avançado, supressão de indivíduos isolados e de espécies protegidas por lei,
outras supressões.

➢ AMBIENTAL (FINANCEIRA): Lei Federal 9.985/2000 (SNUC).

130
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

➢ INTERVENÇÃO MINERÁRIA

131
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA

• Lei Federal 11.428/2006 - DO REGIME JURÍDICO GERAL DO BIOMA MATA


ATLÂNTICA

• “Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de


regeneração somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo
que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração poderá ser
suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, em todos os casos
devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio,
quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto,
ressalvado o disposto no inciso I do art. 30 e nos §§ 1o e 2o do art. 31 desta Lei.”
132
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA

• A supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio ou avançado de


regeneração do bioma da Mata Atlântica fica condicionada à compensação ambiental,
conforme Art. 17 da Lei Federal n° 11.428/2006.

• “Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios


médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta Lei,
ficam condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área
equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características ecológicas,
na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica,
e, nos casos previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta Lei, em áreas localizadas no
133 mesmo Município ou região metropolitana.”
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA

• A compensação tem como objetivo proteger os remanescentes de vegetação nativa do


bioma da Mata Atlântica, em suas mais diversas fitofisionomias, visto que este é um dos
biomas mais ameaçados do Brasil, restando apenas 12,4% de sua cobertura original
(SOS Mata Atlântica, 2020).

134
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA

COMPENSAÇÃO FLORESTAL

SERVIDÃO RECUPERAÇÃO REGULARIZAÇÃO


AMBIENTAL AMBIENTAL FUNDIÁRIA EM UC
PERPÉTUA

MANUTENÇÃO EM MÉDIO E LONGO PRAZO


Áreas legalmente protegidas complementares às UCs, menos
burocracia.
135
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA EM
UC

Área das UCs federais pendente de regularização (2013):


10.000.000 ha
Custo para regularizar as UCs federais (2013):
R$ 12.000.000.000,00

UCs com situação fundiária regularizada têm maior sucesso


contra o desmatamento em relação àquelas em que ainda há
conflitos de terra ou ocupação irregular
NOLTE, C.; AGRAWAL, A.; BARRETO, P., 2003. Setting priorities to avoid deforestation in Amazon protected
areas: are we choosing the right indicators?
136
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM MATA ATLÂNTICA

• A compensação ambiental por supressão de vegetação do bioma da Mata Atlântica, em


decorrência da implantação de empreendimentos minerários, somente será admitida
por meio da reposição florestal, conforme inciso II do Art. 32 da Lei Federal n°
11.428/2004.

• “Art. 32° - A supressão de vegetação secundária em estágio avançado e médio de


regeneração para fins de atividades minerárias somente será admitida mediante:

• II - Adoção de medida compensatória que inclua a recuperação de área equivalente à


área do empreendimento, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia
hidrográfica e sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica,
137 independentemente do disposto no art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000.”
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

• A intervenção ambiental em APP admitida conforme determinado na Lei Federal n°


12.651/2014.

• “Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação


Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.”

138
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

• Compensação ambiental determinada pela Resolução CONAMA n° 369/2006.

• “Art. 5º O órgão ambiental competente estabelecerá, previamente à emissão da autorização


para a intervenção ou supressão de vegetação em APP, as medidas ecológicas, de caráter
mitigador e compensatório, previstas no § 4º, do art. 4º, da Lei nº 4.771, de 1965, que
deverão ser adotadas pelo requerente.

• § 2º As medidas de caráter compensatório de que trata este artigo consistem na efetiva


recuperação ou recomposição de APP e deverão ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica, e
prioritariamente:

• I - na área de influência do empreendimento, ou

139 • II - nas cabeceiras dos rios.”


Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

INTERVENÇÃO EM APP

COMPENSAÇÃO FLORESTAL

RECUPERAÇÃO EM APP

MANUTENÇÃO EM MÉDIO E LONGO PRAZO


Cursos d’água, nascentes, topos de morro, encostas, chapadas,
etc.
140
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais

INTERVENÇÃO EM INTERVENÇÃO EM
MATA ATLÂNTICA APP

ÁREA EFETIVA DE ÁREA DE


SUPRESSÃO INTERVENÇÃO

141
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO MINERÁRIA

• Em Minas Gerais, a Lei Estadual n° 20.922/2013 (Código Florestal Mineiro) determina a


obrigatoriedade de empreendimentos desta natureza realizarem compensação
ambiental específica.

• “Art. 75. O empreendimento minerário que dependa de supressão de vegetação


nativa fica condicionado à adoção, pelo empreendedor, de medida compensatória
florestal que inclua a regularização fundiária e a implantação de Unidade de
Conservação de Proteção Integral, independentemente das demais compensações
previstas em lei.”

142
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO MINERÁRIA

• Em Minas Gerais, a Lei Estadual n° 20.922/2013 (Código Florestal Mineiro) determina a


obrigatoriedade de empreendimentos desta natureza realizarem compensação
ambiental específica.

• “Art. 75.

• § 1º A área utilizada como medida compensatória nos termos do caput não será
inferior àquela que tiver vegetação nativa suprimida pelo empreendimento para
extração do bem mineral, construção de estradas, construções diversas,
beneficiamento ou estocagem, embarque e outras finalidades.”

143
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO MINERÁRIA

• Em Minas Gerais, a Lei Estadual n° 20.922/2013 (Código Florestal Mineiro) determina a


obrigatoriedade de empreendimentos desta natureza realizarem compensação
ambiental específica.

• “Art. 75.

• § 2º O empreendimento minerário em processo de regularização ambiental ou já


regularizado que ainda não tenha cumprido, até a data de publicação desta Lei, a
medida compensatória instituída pelo art. 36 da Lei nº 14.309, de 19 de junho de
2002, continuará sujeito ao cumprimento das obrigações estabelecidas no artigo
citado.”
144
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO MINERÁRIA

• EM MINAS GERAIS....

• Ao que pese o desenvolvimento socioeconômico do Estado, a legislação mineira


apresenta algumas novidades em relação ao arcabouço legal federal, como a
Compensação Minerária.

• DN COPAM n° 73/2004, determina a compensação pela supressão de Mata Atlântica


em uma proporção mínima, de duas vezes a área suprimida.

145
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• INTERVENÇÃO MINERÁRIA

• EM MINAS GERAIS....

• DN COPAM n° 73/2004.

• “Art. 4º [...]

• § 4º - O IEF determinará, nos processos autorizativos e de licenciamento ambiental,


medidas compensatórias e mitigadoras, relativas à supressão de vegetação, que
contemplem a implantação e manutenção de vegetação nativa característica do
ecossistema, na proporção de, no mínimo, duas vezes a área suprimida, a ser feita,
preferencialmente, na mesma bacia hidrográfica e Município, e, obrigatoriamente,

146 no mesmo ecossistema.”


Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• EM MINAS GERAIS....

• Exemplo de um empreendimento minerário a ser instalado em área de Mata Atlântica


em estágio médio ou avançado.

• Supressão da vegetação: 100 ha

• Compensação ambiental (Mata Atlântica): 200 ha

• Compensação minerária: 100 ha

• Total de Área compensada (protegida): 300 ha (seja por meio da servidão


ambiental, regularização fundiária de UC ou criação de UC de Proteção Integral)

147
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• CASE – Principais características

• Mineradora de grande porte, multinacional

• Passivos e projetos futuros (5 anos)

• Aproximadamente 500 ha para recuperação e servidão em duas bacias


hidrográficas em MG

• Contrato guarda-chuva (36 meses)

✓ Intervenção em APP

✓ Intervenção em Mata Atlântica em estágio médio e avançado

✓ Compensação Minerária
148 ✓ SNUC
Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• CASE – Etapas do processo
1. Identificação de áreas à venda (equipe de fundiário da Contratante)
2. Envio dos limites da propriedade para avaliação prévia de áreas disponíveis para
compensação
3. Avaliação fundiária e financeira da propriedade X capacidade de receber processos de
compensação
4. Aquisição da propriedade
5. Mapeamento detalhado do uso e ocupação do solo
a. Estudos fitossociológicos
b. Estudo de equivalência ecológica
c. Identificação de áreas especiais (candeia, canga, campos rupestres, mata seca...)
d. Delimitação das APPs e da Reserva Legal
6. Alocação dos processos de compensação
a. Formação de corredores ecológicos
b. Proteção de nascentes e outras APPs
c. Formação de maciços protegidos
149 d. Criação de RPPNs
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Estudos Técnicos
Compensações e Obrigações Ambientais
• CASE – Prospecção de Áreas e Compensação Ambiental

Prospecção de Áreas
Áreas de compensação ambiental
Área Total APP
(ha) (ha) Servidão ambiental Recuperação ambiental Recuperação ambiental
(ha) em APP (ha) em MA (ha)
24.323,94 1.917,53 3.253,55 (13,38%) 183,29 (0,75%) 1.809,44 (7,44%)

Compensação Ambiental
Servidão ambiental Recuperação ambiental Recuperação ambiental
(ha) em APP (ha) em MA (ha)
223,80 (6,88%) 19,17 (10,46%) 190,19 (10,51%)

• Investimento até o momento: R$ 6.500.000,00

• Investimento total estimado: R$ 10.000.000,00


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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

165
Estudos Técnicos
Patrimônio Arqueológico e Bens Materiais

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

• QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA???

• A FALTA DE INFRAESTRUTURA DO SISTEMA AMBIENTAL NACIONAL?

• A FALTA DE PLANEJAMENTO DO SETOR PRIVADO?

• A GRANDE COMPLEXIDADE E SUBJETIVIDADE DE LEIS E REGULAMENTOS?

• OS CONFLITOS AMBIENTAIS?

• A BUROCRACIA, LENTIDÃO E FALTA DE VONTADE DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS?

• AS INCERTEZAS DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO?

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais
Os crescentes e complexos desafios sobre o gerenciamento são resultados de condições
ambientais que existiam antes, mas não com o grau existente hoje (Souza et al, 2010).

• Desenvolvimento do conhecimento e aprofundamento das pesquisas.

• Formação de especialistas (arqueólogos, paleontólogos, espeleólogos).

• Desenvolvimento de bancos de dados e ferramentas de geoprocessamento.

• Desenvolvimento tecnológico.

• Atualização e desenvolvimento de novos dispositivos legais.

169
Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

• Descompasso entre o desenvolvimento do conhecimento e a estruturação do setor


privado.

• Demora na atualização da estrutura do sistema de meio ambiente

• Capacitação

• Tecnologia

• Retenção de pessoas (conhecimento)

• Relação Demanda X Controle

• Fiscalização

• Monitoramento
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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais
• Declaração de reserva de Disponibilidade Hídrica e Comitês de Bacias Hidrográficas
• Ambiente de discussão de temas não pertinentes aos Comitês.
• Moeda de troca.
• Estudos de Patrimônio Arqueológico e Espeleológico
• Instituições Intervenientes
• Audiências Públicas
• Ministério Público
• ACPs, ADINs, Inquéritos, Avaliações Ambientais Integradas, etc...
• Compensações e Obrigações Ambientais
• Complexidade legal.
• Impacto financeiro significativo ao projeto se não tiver sido contemplada.

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

“O licenciamento ambiental, atualmente, é uma caixa de Pandora"

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

Prometeu, o criador da humanidade.

Epimeteu, seu irmão, tinha a missão de distribuir aos seres qualidades para que pudessem
sobreviver.

Epimeteu não deixou nenhuma qualidade aos seres humanos, pois distribuiu todas aos
animais.

Prometeu então, voltou ao Olimpo e trouxe para os humanos o fogo.

Zeus, vingativo, encomendou a Hefestos que criasse Pandora para que se casasse com
Epimeteu. Pandora levou consigo um presente de Zeus, um jarro (a caixa), o qual continha
todos os males da humanidade.

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

Pandora abriu o vaso, libertando todo o mal da humanidade, mas fechando-o a tempo, para

que a esperança permanecesse lá dentro.

QUEM É PANDORA?

QUEM É O JARRO (OU CAIXA)?

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

177
Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

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Estudos Técnicos
Licenciamento Ambiental – Considerações Finais

179 https://cebds.org/publicacoes/contribuicoes-para-o-debate-sobre-a-melhoria-da-gestao-do-licenciamento-ambiental-federal/#.XRSiBehKg2z
Obrigado!

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