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Montes Claros - MG
11 de março de 2020
Determinação da difusividade de gases
via experiência de Stefan.
Montes Claros - MG
11 de março de 2020
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SUMÁRIO
1 - Introdução 4
2 - Objetivos 4
4 - Materiais e Métodos 8
4.1 Materiais 8
4.2 Métodos 9
5 - Resultados 9
6- Discussão 14
7- Conclusão 15
8- Referências 16
9- Anexos 16
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1- INTRODUÇÃO
O efeito da difusão ocorre devido a gradientes de concentração, sendo este
efeito caracterizado pelo movimento de moléculas. Este efeito pode ser observado
através de líquidos, gases e sólidos. Em 1880, Adolf Fick mostrou que a difusividade
de uma substância está ligada ao seu coeficiente de difusão e ao gradiente de
concentração entre suas moléculas. Desta forma a sua primeira lei pode ser expressa
por:
ΔC s
N s =− D s · Δx
2- OBJETIVOS
A prática tem como objetivo a realização da conhecida Experiência de Stefan.
Desta forma deve-se realizar a determinação da difusividade em sistemas gasosos
binários.
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3 - REVISÃO DA LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
O fenômeno de transferência de massa é um dos mais importantes objetos de
estudos de fenômenos de transporte, ele pode ser definido como uma tendência
natural em que há uma diferença de concentração entre dois ou mais compostos,
podendo também, ser o meio em que algum componente está inserido, independente
de fases químicas. O transporte de massa, pode ser estabelecido por dois diferentes
tipos, a difusão e a convecção.
A difusão molecular está presente em diversos processos, sejam eles
químicos, bioquímicos,dentre outros processos físicos e químicos, em que exista
transferência de massa. Assim como rege a segunda lei da termodinâmica em que se
determina que sistemas que não estão em equilíbrio tendem ao equilíbrio ao longo do
tempo, quando se trata da difusão, as diferenças das concentrações entre os
compostos são a força motriz para que o processo tenha início, ocorrendo um
gradiente de concentrações entre o meio com concentração mais elevada para o meio
com concentrações mais baixas, tendendo ao equilíbrio (WELTY et al., 2013).
Através da Lei de Fick, observou-se uma proporcionalidade entre a difusão em
misturas entre dois compostos, que pode ser chamada de mistura binária. Essa
proporcionalidade é definida por uma constante conhecida como coeficiente de
difusão, DAB, que é definida equacionalmente como:
−N AB
DAB = ∂C A /∂z (1)
Onde,
NAB → é a densidade do fluxo de massa do componente A para o B;
CA → a concentração do componente A.
A difusibilidade depende da temperatura e da pressão dos componentes, ou
seja, com a variação desses parâmetros pode ocorrer também, uma variação do
coeficiente, devido isto, é importante mantê-las constante durante o estudo. Tendo
como conhecimento sobre a cinética das moléculas no espaço, assim como se
espera, o coeficiente de difusão dos gases está em uma faixa mais alta de valores,
quando se compara com o valor da constante referente a líquidos e sólidos.
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Para determinação do coeficiente de difusão, foi então utilizada para estudo a
Experiência de Stefan, que consiste na determinação experimental do coeficiente de
difusão em misturas binária em gases, onde um dos componentes permeia o
recipiente tubular através da ação de evaporação (Cremasco, 2002).
Para determinarmos a taxa de difusão utilizou-se a equação de difusão
pseudo-estacionária através de um gás estagnado.
∂C A
∇N A =− RA + ∂t (2)
Onde,
NA → é o fluxo molar dos componentes A;
RA → é o termo geração química da espécie A;
CA → é a concentração do mesmo componente A.
Foi utilizada a lei de Fick para a difusão molecular de A em B, representada
pela equação:
N A = CD AB ∇y A + y A (N A + N B ) (3)
Onde,
C → é a concentração da mistura.
DAB → é o coeficiente de difusividade molecular do componente A em B;
yA → é a fração molar do componente A;
NB → é o fluxo molar do componente B.
Foram feita as seguintes considerações para adequação da Lei de Fick,
considera-se estado estacionário, sem a presença de reação, pois o fenômeno
ocorrido foi apenas de difusão; fluxo unidirecional em relação ao eixo Z, devido ao
diâmetro do tubo utilizado ser muito pequeno em relação a altura; ar estagnado,
mistura gasosa ideal.
Devido a utilização de uma mistura de gases ideais, a concentração pode ser
encontrada manipulando a equação de Clapeyron, onde se divide o número de mols
pelo volume do sistema, chegando na equação:
P
C= RT (4)
Onde,
R → é a constante dos gases;
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P → é a pressão;
T → é a temperatura.
Aplicando as considerações acima obtém-se a seguinte equação:
∂y A
N Az =− C D AB · ∂z
+yA·N Az (5)
Separando as variações e integrando entre condições de contorno nos limites
de altura e fração molar, considerando concentração e difusão da mistura constante,
chega-se na seguinte equação:
y
N AB(z2−z1) =− C D AB · ln( y B2 ) (6)
B1
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Através da equação de Antoine, calculou-se a pressão de vapor do etanol
a partir dos dados de Abbott, Smith e Van Ness(2011) para a temperatura de
25°C.Calcula-se pela seguinte equação
B
log P A =A− C+T (13)
4 - MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
● Clorofórmio;
● Acetona;
● Éter Etílico;
● Buretas;
● Béquer;
● Termômetro;
● Elástico de látex;
● Suporte de isopor;
● Tubos plásticos;
● Pipeta de Pasteur;
● Papel milimetrado;
● Ventilador.
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4.2 Métodos
O módulo foi montado conforme a figura abaixo:
5 - RESULTADOS
Durante três dias foi realizado algumas medidas de altura nas células de
Stefan-Arnold que estavam preenchidas com acetona, clorofórmio e éter etílico. Os
resultados obtidos podem ser vistos na tabela.
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Acetona Clorofórmio Etílico (cm) (%) (mmHg) (h) (ºC)
(cm) (cm)
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Como é notório, no gráfico 1, que representa os valores para a acetona, temos
a equação y = 0, 8653x − 4, 5441 e coeficiente de determinação (R2) igual a 0,9572.
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como observado no gráfico. O termo β encontrado para o éter etílico foi igual a
1,9629.
A utilização de uma regressão linear gera uma reta e com isso uma equação do
tipo y=a*x+b.
Utilizando a equação 13, foram calculadas também, as pressões de vapor de
cada substância utilizada.
No cálculo de pressão de vapor dos líquidos do experimento foi utilizado a
equação de Antoine, na qual já se tem tabelado os valores para suas constantes. Para
a acetona, as constantes de Antoine, A, B e C, foram 16,6513, 2940,46 e -35,93,
respectivamente. Para o clorofórmio, as constantes A, B e C foram, 15,9732, 2696,8,
-46,16, respectivamente e por último as constantes para o éter são 16,0828, 2511,29,
-41,95, para A, B e C respectivamente. Os dados são representados a seguir:
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Equação 9. O fator α , por sua vez foi usado para o cálculo do coeficiente de difusão,
DAB, uma vez que se calculou o β pela regressão linear dos pontos dos gráficos.
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1035,33 581,39 196,31
993,15 558,84 182,47
987,99 556,08 180,75
962,55 542,49 172,13
Tabela 4: Coeficiente de difusividade de cada amostra obtido experimentalmente
6 - DISCUSSÃO
Dentro da engenharia, é muito importante a análise de diversos tipos de
transferência de massa, calor e momento. Neste trabalho, em especial a transferência
de massa, visto que vários dos processos estudados, estão ligados a este tipo de
transporte, que é também é fundamental no âmbito industrial.
Neste experimento, tivemos claramente um exemplo da difusão molecular entre
misturas binárias. Os componentes tiveram como finalidade arrastar as partículas de
soluto acima do ar (já estagnado).
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Foram observados diferentes volatilidades para cada um dos líquidos. A maior
redução de nível em uma menor quantidade de tempo foi aferido pelo experimento no
éter etílico, se comparada com as outras substâncias, o que pode ter acontecido
devido a menor pressão de vapor e às interações intermoleculares desta.
Observou-se também, que a pressão de vapor de cada líquido está diretamente
relacionada à temperatura, como é explanado pela equação de Antoine, ou seja,
quanto mais elevada a temperatura, maior é a energia fornecida às moléculas e,
portanto, maior a tendência para a mudança de fase, líquido para gás. Logo, ao se
aumentar a temperatura, a pressão de vapor também é ampliada.
Observou-se que para a acetona, o coeficiente de difusividade foi destoante da
literatura. A difusividade do éter etílico não se distanciou tanto do teórico
apresentando um desvio relativo de 0,36. Já para o clorofórmio o desvio relativo foi
0,85, devido possíveis erros.
Os prováveis erros apresentaram-se muito mais influentes na acetona e
clorofórmio, que para o éter, quando comparado os erros relativos. Alguns dos
fenômenos que podem ter influenciado para os valores serem relativamente distantes
do valor tabelado foram, o erro do operador na medição, considerar as densidades
das substâncias constantes, quando esta varia com a temperatura e devido à
quantidade de pessoas manipulando os mesmos equipamentos, várias vezes em
horários próximos.
O experimento poderia ser melhor conduzido, adicionando alguns outros
materiais de ventilação e com termômetros mais precisos, visto que a temperatura é
um parâmetro importante neste processo. A prática também poderia ser avaliada em
um período de tempo menor, ou com aferições de temperatura e de nível de altura da
substância em um intervalo de tempo menor, assim, a variação de temperatura e
pressão em longos tempos não poderia trazer tantos erros à prática.
7- CONCLUSÃO
Com a realização do experimento foi possível realizar o cálculo dos coeficientes
de difusividade para todas as substâncias analisadas.
Ressalta-se que, utilizando de aparelhagem mais sofisticada e maior cuidado
ao se fazer a coleta das medições, potencialmente, haverá um aumento da
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significância dos resultados.
Os valores de difusividade encontrados para a acetona, clorofórmio e éter
foram: 1068,04 cm²/h, 589,89 cm²/h e 206,77 cm²/h respectivamente. O desvio relativo
para o valor tabelado em relação ao valor calculado foi de 1,40 para acetona, 0,85
para o clorofórmio e 0,36 para o éter.
8- REFERÊNCIAS
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C AL y BM l
α= C · (y A2 −y A1 )
ρ
C Al = M
y B2 −y B1
y BM l = y B2
ln y B1
YA1 = 0
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de forma que:
P*
Y A2 = P
YB1 = 1
P*
Y B2 = 1 − Y A2 → Y B2 = 1 − P
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L 1 −L 0
β= θ
Visto que possui-se valores tanto para alfa e beta, é possível realizar os
cálculos de difusividade para cada substância. Define-se o coeficiente de difusividade
pela equação 12:
,
β·α
D AB = 2
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gás-coluna podem ser usados para z2 −z1,. Suponha ainda que a
mistura éter-ar é ideal e que a difusão pode ser considerada como binária.
ρ=0,712 g/cm³ P *=480 mmHg
M=74,12 R=0,082 atm.L/mol.K
P=747 mmHg
Y A1 = 0 Considerando a extremidade do tubo, a qual teoricamente, está isenta de
éter.
P*
Y A2 = P Y B2 =1−Y A2 ⇒ 0, 36
y B2 −y B1
Y BM l = y B2
ln y B1
C= P
RT = 4, 05x10 −5
C AL y BM l
α= C · (y A2 −y A1 ) = 233, 57
Calculou-se β a partir do coeficiente angular da equação da reta do gráfico
gerado z12 versus tempo.
y=0,017x-0,139 R²=0,999
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Logo β equivale a 0,017 mm2/s
Enfim, calcula-se DAB.
β·α
D AB = 2 = 1, 98mm²/s
2) Estime o DAB para o sistema CO−CO2 a 296,1 K e uma pressão total de 1 atm.
Para o sistema solicitado, podemos calcular a difusividade pela seguinte equação:
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Na qual:
A C E G
ΩAB = (T )B
+ exp(DT )
+ exp(F T ) + exp(HT )
T
T = 0,77(T CA T CB )1/2
cm2
DAB,1 = 0, 134 s
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