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​MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS
CAMPUS ​MONTES CLAROS-MG

Prática 01 - Determinação da difusividade de gases


via experiência de Stefan.

​Rodrigo Lopes Costa


Sérgio Oliveira Guimarães

Montes Claros - MG

11 de março de 2020
Determinação da difusividade de gases
via experiência de Stefan.

Relatório da prática experimental nº 01, apresentado


como requisito parcial para obtenção de aprovação
na disciplina Laboratório de Engenharia Química II do
curso de Engenharia Química Bacharelado do IFNMG
- ​Campus​ Montes Claros.

Prof. João Carlos Gonçalves

Montes Claros - MG

11 de março de 2020

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SUMÁRIO

1 - Introdução 4

2 - Objetivos 4

3 - Revisão da literatura com formulação matemática 5

4 - Materiais e Métodos 8

4.1 Materiais 8

4.2 Métodos 9

5 - Resultados 9

6- Discussão 14

7- Conclusão 15

8- Referências 16

9- Anexos 16

​ 9.1 Memória de cálculo 16

​9.2 Questões propostas 19

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1- INTRODUÇÃO
O efeito da difusão ocorre devido a gradientes de concentração, sendo este
efeito caracterizado pelo movimento de moléculas. Este efeito pode ser observado
através de líquidos, gases e sólidos. Em 1880, Adolf Fick mostrou que a difusividade
de uma substância está ligada ao seu coeficiente de difusão e ao gradiente de
concentração entre suas moléculas. Desta forma a sua primeira lei pode ser expressa
por:
ΔC s
N s =− D s · Δx

Onde: Ns= densidade de fluxo (mol.m-2.s-1);


Ds = coeficiente de difusão;
∆Cs = diferença de concentração entre dois pontos;
∆x = distância entre dois pontos.
Decorrente da alta influência do espaçamento molecular, a difusão irá ser mais
notória em gases do que em líquidos e então em sólidos. Estas diferenças são
explicadas pelo mobilidade de moléculas.
Em processos industriais, a difusividade tem altíssima importância visto que a
difusividade térmica pode prever processos de aquecimento e resfriamento além da
simulação de campos de temperatura.
A experiência de Stefan consiste em uma prática comum que tem como
objetivo a determinação da difusividade em sistemas binários gasosos. Utiliza-se um
tubo fino em que é posto um líquido volátil que deve evaporar e seu nível deve ser
medido periodicamente sendo mantido monitorado a temperatura e renovação
constante do ar.

2- OBJETIVOS
A prática tem como objetivo a realização da conhecida Experiência de Stefan.
Desta forma deve-se realizar a determinação da difusividade em sistemas gasosos
binários.

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3 - REVISÃO DA LITERATURA COM FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
O fenômeno de transferência de massa é um dos mais importantes objetos de
estudos de fenômenos de transporte, ele pode ser definido como uma tendência
natural em que há uma diferença de concentração entre dois ou mais compostos,
podendo também, ser o meio em que algum componente está inserido, independente
de fases químicas. O transporte de massa, pode ser estabelecido por dois diferentes
tipos, a difusão e a convecção.
A difusão molecular está presente em diversos processos, sejam eles
químicos, bioquímicos,dentre outros processos físicos e químicos, em que exista
transferência de massa. Assim como rege a segunda lei da termodinâmica em que se
determina que sistemas que não estão em equilíbrio tendem ao equilíbrio ao longo do
tempo, quando se trata da difusão, as diferenças das concentrações entre os
compostos são a força motriz para que o processo tenha início, ocorrendo um
gradiente de concentrações entre o meio com concentração mais elevada para o meio
com concentrações mais baixas, tendendo ao equilíbrio (WELTY et al., 2013).
Através da Lei de Fick, observou-se uma proporcionalidade entre a difusão em
misturas entre dois compostos, que pode ser chamada de mistura binária. Essa
proporcionalidade é definida por uma constante conhecida como coeficiente de
difusão, D​AB​, que é definida equacionalmente como:
−N AB
DAB = ∂C A /∂z ​(1)
Onde,
N​AB​ → é a densidade do fluxo de massa do componente A para o B;
C​A​ → a concentração do componente A.
A difusibilidade depende da temperatura e da pressão dos componentes, ou
seja, com a variação desses parâmetros pode ocorrer também, uma variação do
coeficiente, devido isto, é importante mantê-las constante durante o estudo. Tendo
como conhecimento sobre a cinética das moléculas no espaço, assim como se
espera, o coeficiente de difusão dos gases está em uma faixa mais alta de valores,
quando se compara com o valor da constante referente a líquidos e sólidos.

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Para determinação do coeficiente de difusão, foi então utilizada para estudo a
Experiência de Stefan, que consiste na determinação experimental do coeficiente de
difusão em misturas binária em gases, onde um dos componentes permeia o
recipiente tubular através da ação de evaporação (Cremasco, 2002).
Para determinarmos a taxa de difusão utilizou-se a equação de difusão
pseudo-estacionária através de um gás estagnado.
∂C A
∇N A =− RA + ∂t ​(2)
Onde,
N​A → é o fluxo molar dos componentes A;
R​A​ → é o termo geração química da espécie A;
C​A​ → é a concentração do mesmo componente A.
Foi utilizada a lei de Fick para a difusão molecular de A em B, representada
pela equação:

N A = CD AB ∇y A + y A (N A + N B ) (3)
Onde,
C → é a concentração da mistura.
D​AB → é o coeficiente de difusividade molecular do componente A em B;
y​A → é a fração molar do componente A;
N​B → é o fluxo molar do componente B.
Foram feita as seguintes considerações para adequação da Lei de Fick,
considera-se estado estacionário, sem a presença de reação, pois o fenômeno
ocorrido foi apenas de difusão; fluxo unidirecional em relação ao eixo Z, devido ao
diâmetro do tubo utilizado ser muito pequeno em relação a altura; ar estagnado,
mistura gasosa ideal.
Devido a utilização de uma mistura de gases ideais, a concentração pode ser
encontrada manipulando a equação de Clapeyron, onde se divide o número de mols
pelo volume do sistema, chegando na equação:
P
C= RT ​(4)
Onde,
R → é a constante dos gases;

6
P → é a pressão;
T → é a temperatura.
Aplicando as considerações acima obtém-se a seguinte equação:
∂y A
N Az =− C D AB · ∂z
+yA·N Az ​(5)
Separando as variações e integrando entre condições de contorno nos limites
de altura e fração molar, considerando concentração e difusão da mistura constante,
chega-se na seguinte equação:
y
N AB(z2−z1) =− C D AB · ln( y B2 ) ​(6)
B1

Com a utilização da igualdade (y​A1​− y​A2 ​= y​B2​− y​B1​), chega-se na equação:


CD AB y A1 −y A2
N A = z2−z1 · y BM l ​(7)
Na área de interação entre o gás e o líquido, admite-se que as concentrações,
tanto da fase líquida como da fase gás, estão em equilíbrio. Então:
∂z
N Az =− C AL · ∂t ​(8)
Onde,
C​AL → Concentração de A na fase líquida;
dz/dt → Variação de altura com o passar do tempo.

A concentração média logarítmica do componente B pode ser calculada a partir


da seguinte equação:
y B2 −y B1
y BM l = y B2 ​(9)
ln y B1

Igualando as Equações, temos:


C AL y BM l
α= C · (y A2 −y A1 ) ​(10)
E por fim o coeficiente de difusão pode ser relacionado com outra constante
conhecida por beta, β , que equivale a diferença entre as distâncias ao quadrado, em
que L​1​=z​1​ e L​0​=z​0​, dividido sobre θ ,que equivale à diferença dos tempos t​1​ e t​0​:
2 2
L 1 −L 0
β= θ
​(11)
Determina-se assim então, o coeficiente de difusibilidade como:
β·α
D AB = 2 ​(12)

7
Através da equação de Antoine, calculou-se a pressão de vapor do etanol
a partir dos dados de Abbott, Smith e Van Ness(2011) para a temperatura de
25°C.Calcula-se pela seguinte equação

B
log P A =A− C+T ​(13)

4 - MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
● Clorofórmio;
● Acetona;
● Éter Etílico;
● Buretas;
● Béquer;
● Termômetro;
● Elástico de látex;
● Suporte de isopor;
● Tubos plásticos;
● Pipeta de Pasteur;
● Papel milimetrado;
● Ventilador.

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4.2 Métodos
O módulo foi montado conforme a figura abaixo:

Figura 1: Módulo de difusibilidade.


Colocou-se os líquidos nas buretas e então foram vedadas com a utilização dos
tubos plásticos. As buretas, preenchidas até o menisco de referência, foram presas ao
suporte com os elásticos e posicionadas em frente ao ventilador. Periodicamente foi
aferida os valores de perda de volume em cada bureta.

5 - RESULTADOS
Durante três dias foi realizado algumas medidas de altura nas células de
Stefan-Arnold que estavam preenchidas com acetona, clorofórmio e éter etílico. Os
resultados obtidos podem ser vistos na tabela.

Ponto Altura Altura Altura Éter Umidade Pressão Tempo Temperatura

9
Acetona Clorofórmio Etílico (cm) (%) (mmHg) (h) (ºC)
(cm) (cm)

1 24 24 24 49 763,562 0,0 24,7

2 23,8 23,8 23,7 50 763,562 1,0 23,5

3 23,3 23,5 22,8 54 763,562 4,5 27,4

4 23 23,3 22,1 52 763,562 6,4 28,2

5 21 22 18,4 57 763,562 22,5 27,2

6 20,4 21,6 17,7 47 763,562 25,5 25,3

7 20 21,5 17,2 49 763,562 28,2 23,2

8 19,9 21,3 17 49 763,562 30,0 27,4

9 18 20,2 15,8 57 763,562 46,6 27,8

10 17,8 20 14,4 60 763,562 48,4 28

11 17,7 19,9 14,2 58 763,562 49,9 28,8

12 17,6 19,8 14 56 763,562 50,9 28,9

13 17,2 19,5 13,8 56 763,562 52,1 29,4


Tabela 1: Dados experimentais das amostras.

Com os dados coletados, plotou-se os gráficos e as regressões lineares foram


feitas utilizando valores de L² e tempo.

Gráfico 1: L​2​ em função do tempo para dados da acetona.

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Como é notório, no gráfico 1, que representa os valores para a acetona, temos
a equação y = 0, 8653x − 4, 5441 e coeficiente de determinação (R​2​) igual a 0,9572.

Gráfico 2: L​2​ em função do tempo para dados do clorofórmio.

No segundo gráfico foi plotado a relação L² x tempo do clorofórmio e se obteve


a equação y = 0, 366x − 1, 9019 , em que o coeficiente angular representa o termo β . O
coeficiente de determinação, neste caso, foi R²= 0,9515.

Gráfico 3: L​2​ em função do tempo para dados do éter etílico.


Por fim, foi plotado o gráfico com os parâmetros de altura ao quadrado (L²) e
tempo para o éter etílico, cuja equação obtida foi y = 1, 9629x − 6, 7323 e R²=0,9691,

11
como observado no gráfico. O termo β encontrado para o éter etílico foi igual a
1,9629.
A utilização de uma regressão linear gera uma reta e com isso uma equação do
tipo ​y=a*x+b.​
Utilizando a equação 13, foram calculadas também, as pressões de vapor de
cada substância utilizada.
No cálculo de pressão de vapor dos líquidos do experimento foi utilizado a
equação de Antoine, na qual já se tem tabelado os valores para suas constantes. Para
a acetona, as constantes de Antoine, A, B e C, foram ​16,6513, 2940,46 e -35,93,
respectivamente​. Para o clorofórmio, as constantes A, B e C foram, 15,9732, 2696,8,
-46,16, respectivamente e por último as constantes para o éter são 16,0828, 2511,29,
-41,95, para A, B e C respectivamente.​ Os dados são representados a seguir:

T (K) P​*​ acetona P​*​ clorofórmio P​*​ éter etílico


(mmHg) (mmHg) (mmHg)
297,85 226,95 192,18 528,08
296,65 215,52 182,56 504,22
300,55 254,50 215,33 585,05
301,35 263,17 222,60 602,84
300,35 252,37 213,54 580,67
298,45 232,85 197,14 540,34
296,35 212,74 180,22 498,39
300,55 254,50 215,33 585,05
300,95 258,80 218,94 593,89
301,15 260,98 220,77 598,35
301,95 269,82 228,19 616,46
302,05 270,95 229,13 618,75
302,55 276,62 233,89 630,32
Tabela 2: Pressão de vapor de cada componente e suas respectivas temperaturas​.

Os valores de pressões de vapor foram empregadas no cálculo do fator α , que


é calculado em função das frações molares e concentrações, como é mostrado na

12
Equação 9. O fator α , por sua vez foi usado para o cálculo do coeficiente de difusão,
D​AB​, uma vez que se calculou o β pela regressão linear dos pontos dos gráficos.

α (Acetona) α (Clorofórmio) α (Éter Etílico)


2837,40 3739,40 260,29
3017,70 3967,79 283,55
2468,60 3272,63 210,68
2368,28 3145,76 196,49
2494,29 3305,13 214,25
2751,18 3630,23 248,97
3064,49 4027,07 289,51
2468,60 3272,63 210,68
2417,96 3208,58 203,56
2393,00 3177,02 200,02
2295,51 3053,78 185,92
2283,58 3038,70 184,16
2224,79 2964,40 175,38
Tabela 3: Valores do fator α para cada amostra.
Em seguida, foi feito o cálculo de D​AB​, com a utilização da Equação 12, relacionando
então, os valores do coeficiente de difusividade com o fator α obtido individualmente em cada
ponto e os valores de β baseado no coeficiente angular de cada regressão. Com isso, os
valores de D​AB​ no diferentes dados coletados foram:

D​AB​ (Acetona) D​AB​ (Clorofórmio) D​AB​ (Éter Etílico)


1227,60 684,31 255,46
1305,61 726,10 278,29
1068,04 598,89 206,77
1024,64 575,67 192,84
1079,16 604,84 210,28
1190,30 664,33 244,35
1325,85 736,95 284,14
1068,04 598,89 206,77
1046,13 587,17 199,79

13
1035,33 581,39 196,31
993,15 558,84 182,47
987,99 556,08 180,75
962,55 542,49 172,13
Tabela 4: Coeficiente de difusividade de cada amostra obtido experimentalmente

Para estatística dos valores obtidos, foram executados os cálculos para o


desvio padrão, desvio médio, e desvio provável (incerteza). Os valores obtidos são
mostrados na tabela abaixo:

Acetona Clorofórmio Éter Etílico


D​AB ​ médio (cm²/h) 1068,04 598,89 206,77
Desvio Padrão 121,04 64,79 37,15
Desvio médio 99,22 53,12 30,39
Desvio provável 33,57 17,97 10,30
Tabela 5: Parâmetros estatísticos obtidos
Por fim, calculou-se o desvio relativo, para comparação dos valores
experimentais, com os valores tabelados, como apresenta a tabela:

Substância Dab calculado (cm²/h) D​AB​ tabelado (cm²/h) Desvio relativo


Acetona 1068,04 446,4 1,40
Clorofórmio 598,89 324,00 0,85
Éter Etílico 206,77 322,56 0,36
Tabela 6: Desvios relativos

6 - DISCUSSÃO
Dentro da engenharia, é muito importante a análise de diversos tipos de
transferência de massa, calor e momento. Neste trabalho, em especial a transferência
de massa, visto que vários dos processos estudados, estão ligados a este tipo de
transporte, que é também é fundamental no âmbito industrial.
Neste experimento, tivemos claramente um exemplo da difusão molecular entre
misturas binárias. Os componentes tiveram como finalidade arrastar as partículas de
soluto acima do ar (já estagnado).

14
Foram observados diferentes volatilidades para cada um dos líquidos. A maior
redução de nível em uma menor quantidade de tempo foi aferido pelo experimento no
éter etílico, se comparada com as outras substâncias, o que pode ter acontecido
devido a menor pressão de vapor e às interações intermoleculares desta.
Observou-se também, que a pressão de vapor de cada líquido está diretamente
relacionada à temperatura, como é explanado pela equação de Antoine, ou seja,
quanto mais elevada a temperatura, maior é a energia fornecida às moléculas e,
portanto, maior a tendência para a mudança de fase, líquido para gás. Logo, ao se
aumentar a temperatura, a pressão de vapor também é ampliada.
Observou-se que para a acetona, o coeficiente de difusividade foi destoante da
literatura. A difusividade do éter etílico não se distanciou tanto do teórico
apresentando um desvio relativo de 0,36. Já para o clorofórmio o desvio relativo foi
0,85, devido possíveis erros.
Os prováveis erros apresentaram-se muito mais influentes na acetona e
clorofórmio, que para o éter, quando comparado os erros relativos. Alguns dos
fenômenos que podem ter influenciado para os valores serem relativamente distantes
do valor tabelado foram, o erro do operador na medição, considerar as densidades
das substâncias constantes, quando esta varia com a temperatura e devido à
quantidade de pessoas manipulando os mesmos equipamentos, várias vezes em
horários próximos.
O experimento poderia ser melhor conduzido, adicionando alguns outros
materiais de ventilação e com termômetros mais precisos, visto que a temperatura é
um parâmetro importante neste processo. A prática também poderia ser avaliada em
um período de tempo menor, ou com aferições de temperatura e de nível de altura da
substância em um intervalo de tempo menor, assim, a variação de temperatura e
pressão em longos tempos não poderia trazer tantos erros à prática.

7- CONCLUSÃO
Com a realização do experimento foi possível realizar o cálculo dos coeficientes
de difusividade para todas as substâncias analisadas.
Ressalta-se que, utilizando de aparelhagem mais sofisticada e maior cuidado
ao se fazer a coleta das medições, potencialmente, haverá um aumento da

15
significância dos resultados.
Os valores de difusividade encontrados para a acetona, clorofórmio e éter
foram: ​1068,04 ​cm²/h​, 589,89 ​cm²/h e 206,77 ​cm²/h respectivamente. O desvio relativo
para o valor tabelado em relação ao valor calculado foi de 1,40 para acetona, 0,85
para o clorofórmio e 0,36 para o éter.

8- REFERÊNCIAS

COSTA, C da et al. ​MONTAGEM DE UMA CÉLULA DE ARNOLD PARA


DETERMINAÇÃO DA DIFUSIVIDADE MÁSSICA DE LÍQUIDOS EM AR
ESTAGNADO​. Abeq: COBEQ, Fortaleza, set. 2016.

CREMASCO, Marco Aurélio. ​Fundamentos de transferência de massa​. 2. ed.


Campinas: Unicamp, 2008.

WELTY, James et al. ​Fundamentals Of Momentum, Heat And Mass Transfer​. 6.


ed. Wiley, 2013. 768 p.

9- ANEXOS 1 (MEMÓRIA DE CÁLCULO)


9.1 - Cálculo da difusividade
Para cada análise feita, um valor de temperatura foi adquirido de forma que foi
feita uma tabela com valores e então a média. Os valores de média e dados
estatísticos são representados abaixo.

Temperatura média 300,6


Desvio Padrão 2,06
Desvio médio 1,68
Desvio provável 0,57
Tabela 3: Valor médio de temperatura e dados estatísticos.
Sabe-se que o coeficiente de difusibilidade é função das variáveis alfa e beta,
segundo a equação 12, desta forma, é necessário calculá-las.
Define-se alfa pela equação 10:

16
C AL y BM l
α= C · (y A2 −y A1 )

Na qual C​Al é a concentração de A na fase líquida e C a concentração da


mistura.
Para calcular C​Al é necessário a densidade de A e sua massa molecular. A
equação que rege este cálculo é a seguinte:

ρ
C Al = M

C deve ser calculado por:


Pm
C= RT m

Na qual Pm é a pressão média, Tm é a temperatura média e R é a constante


dos gases.
Na tabela 3 e 4 abaixo, o valor de cada substância de C e C​Al​ é expresso:

C​Al​ acetona C​Al​ clorofórmio C​Al​ éter etílico


0,014 0,012 0,010
Tabela 4: Concentração de A na fase líquida de cada substância.

C acetona C clorofórmio C éter etílico


1,36E-5 1,15E-5 3,13E-5
Tabela 5: Concentração total de cada substância.

A concentração logarítmica de B, Y​BMl​, pode ser calculada pela equação 9:

y B2 −y B1
y BM l = y B2
ln y B1

Para tal, sabe que:

Y​A1​ = 0

17
de forma que:
P*
Y A2 = P

Além disso, considera-se que:

Y​B1​ = 1
P*
Y B2 = 1 − Y A2 → Y B2 = 1 − P

Desta forma o cálculo de Y​BMl é feito para cada componente e expresso na


tabela a seguir.

Y​BMl​ acetona Y​BMl​ clorofórmio Y​BMl​ éter


0,843 0,868 0,588
0,851 0,875 0,612
0,822 0,851 0,527
0,816 0,846 0,507
0,824 0,853 0,532
0,838 0,864 0,575
0,853 0,877 0,617
0,822 0,851 0,527
0,819 0,849 0,517
0,817 0,847 0,512
0,811 0,842 0,490
0,810 0,841 0,487
0,805 0,838 0,473
Tabela 6: Y​BMl​ calculado para cada substância.

Com os valores em mãos, torna-se possível realizar os cálculos da variável


alfa. Para cada valor de pressão de vapor referente à temperatura analisada, foi
calculado um valor de alfa.
A variável beta depende diretamente dos valores de altura e tempo, sendo
estes valores os inicias e finais de cada medida. Desta forma, devemos utilizar a
equação 11:

18
2 2
L 1 −L 0
β= θ

Na tabela 7 é representado cada valor encontrado de beta.

β acetona β clorofórmio β éter etílico


0,865 0,366 1,963
Tabela 7: Beta calculado para cada substância.

Visto que possui-se valores tanto para alfa e beta, é possível realizar os
cálculos de difusividade para cada substância. Define-se o coeficiente de difusividade
pela equação 12:
,
β·α
D AB = 2

9.2 Respostas do Questionário


1) Determinação da difusividade para o sistema éter-ar. Os seguintes dados sobre a
evaporação de éter etílico, com densidade líquida de 0,712 g/cm³, foram tabulados a
partir de testes experimentais. Os dados são para um tubo de 6,16 m de diâmetro, a
uma pressão total de 747 mmHg e uma temperatura de 22°C.

O peso molecular do éter etílico é 74,12g/mol e a sua pressão de vapor a 22º C


é 480 mmHg. Podendo assumir que a concentração de éter na extremidade aberta do
​ , para o sistema éter-ar igual a
tubo seja zero. Jost apresenta um dado valor de DAB
0,0786 cm² /s a 0 ºC e 760 mmHg.
a) Utilize os dados de % de evaporação para encontrar D​AB​, a 747 mmHg
e 22 ◦C, assumindo que a média aritmética dos comprimentos médios de

19
gás-coluna podem ser usados para z​2​ −z​1​,. Suponha ainda que a
mistura éter-ar é ideal e que a difusão pode ser considerada como binária.
ρ=0,712 g/cm³ P *=480 mmHg
M=74,12 R=0,082 atm.L/mol.K
P=747 mmHg
Y A1 = 0 Considerando a extremidade do tubo, a qual teoricamente, está isenta de

éter.
P*
Y A2 = P Y B2 =1−Y A2 ⇒ 0, 36
y B2 −y B1
Y BM l = y B2
ln y B1

É necessário o cálculo das concentrações, na interface(C​AL​ ) e global(C)​.


ρAL −3
C AL = Ma
= 9, 61x10 mol/cm³

C= P
RT = 4, 05x10 −5
C AL y BM l
α= C · (y A2 −y A1 ) = 233, 57
Calculou-se β a partir do coeficiente angular da equação da reta do gráfico
gerado z​1​2​ versus tempo.
y=0,017x-0,139 R²=0,999

20
Logo β equivale a 0,017 mm​2​/s
Enfim, calcula-se D​AB​.
β·α
D AB = 2 = 1, 98mm²/s

b) Converta o resultado para DAB, a 760 mm Hg e 0 ◦C, usando a Eq. 17-2-1


Bird et al. [2007].

DAB,1 P 2 T 1 3/2 ΩAB,1


DAB,2 = ( ) Ω
1 T2 AB,2

Com base na equação acima, obtém um valor de D​AB equivalente a


0,14mm²/s.

2) Estime o DAB para o sistema CO−CO2 a 296,1 K e uma pressão total de 1 atm.
Para o sistema solicitado, podemos calcular a difusividade pela seguinte equação:

DAB,1 P 2 T 1 3/2 ΩAB,1


DAB,2 = P1(T2 ) ΩAB,2

21
Na qual:

A C E G
ΩAB = (T )B
+ exp(DT )
+ exp(F T ) + exp(HT )

Para qual A=1,0636; B=0,1561; C=0,193; D=0,47635; E=1,03587; G=1,76474;


F=1,52996; H=3,89411.
Calcula-se T por:

T
T = 0,77(T CA T CB )1/2

Para o dióxido de carbono é 304,2 K e para monóxido de carbono é 132,9 K.


Sabendo que para o mesmo sistema, com 0 °C e pressão 1 atm, o coeficiente de
difusividade tem valor de 0,137 cm²/s. Desta forma, calcula-se.

273 3/2 1,35


DAB,2 = 0, 137 * 1( 296,1 ) 1,22

cm2
DAB,1 = 0, 134 s

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