Módulo I – Pequeno Histórico da ABA e Antropologia Brasileira – Rômulo Rebelatto

1) Roberto Cardoso de Oliveira define quatro etapas: heroica, carismática, burocrática e

consolidação. Quais são as principais características delas?

 Fase heroica – ocorre a introdução de grandes nomes nos estudos antropológicos, na

década de 1920-1930, como Gilberto Freire.
 Fase carismática – surgem nomes como Darcy Ribeiro e Florestan, responsáveis por
agregar prestígio e novos cientistas interessados nos estudos antropológicos.
 Fase burocrática – diz acontecer nos anos de 1960, com a institucionalização da
antropologia nos programas de pós-graduação que abrem nas faculdades de Humanas.
 Consolidação – o período atual da antropologia, com uma ruptura com os modelos
germânicos e franceses de culturalismo-estruturalista em voga até os anos 1970.

2) A institucionalização da antropologia no Brasil teve um momento importante que foi a

criação da ABA. Como Roque Laraia define o modelo de associação estabelecido? Que
possíveis implicações isso tem na atuação profissional? Qual era a importância dos encontros
da ABA no regime militar?

Sobre a criação da ABA, Laraia é assertivo ao fato que muitos dos antropólogos de renome na
década de 50 haviam estudado nos Estados Unidos, que já possuía uma seção muito antiga de
Antropologia com reuniões próprias. Então estes, com a criação de uma associação, esperavam
uma consolidação e convergência da Antropologia.

O papel da ABA foi relevante na época de Ditadura Militar, pois era um ponto de encontro de
pessoas com um forte apelo crítico aos direitos humanos e minorias.

3) No período pós 1974, quais os novos temas que surgem na antropologia? Como isso se
tornou importante? Qual a importância da relação entre a população negra e indígena com a
democracia?"

Após o abarcamento no meio acadêmico de novos antropólogos, advindos dos cursos de pós-
graduação do chamado ‘período burocrático’ da antropologia – definição de Roberto Cardoso
de Oliveira -, e reiterando a transdisciplinaridade na formação destes, a reunião de 1974
promove uma renovação de pensamento na ABA, incluindo muitos novos estudos sobre as
minorias presentes na sociedade brasileira. E é através da inclusão destes estudos sobre as
minorias que se ascende um debate na sociedade civil sobre o trato e a proteção destas
minorias, algo que não aconteceria somente pelo cumprimento de leis impostas pelo Estado.