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A base do taoísmo está no próprio idioma. Falantes de uma língua em que uma mesma
palavra, com pequenas diferenças de pronúncia (som ascendente, neutro ou
descendente; vogal aberta ou fechada, consoante bucal ou gutural), pode ganhar
significados diferentes, e cujo alfabeto não se dá por códigos grafo-fonéticos, mas por
desenhos que expressam conceitos que, associados, remetem a palavras, os chineses
crescem aprendendo que uma coisa são muitas coisas, ao mesmo tempo que muitas
podem ser uma. Acredita-se que esta é uma das origens dos conceitos complementares
de Yin (o feminino, a noite, a lua, a passividade e a absorção) e Yang (o masculino, o
dia, o sol, a atividade e a luz).
O confucionismo, por sua vez, aproveita os conceitos de eterno devir e busca pelo vazio
para sair da cosmologia e adentrar o terreno da ontologia, propondo os valores morais
que o ser humano deve buscar para o bem-viver em sociedade. Conhecido como o
“Sócrates” do Oriente, Confúcio tinha em seu pensamento também algo de Platão, ao
propor o caráter dos seres humanos como imprescindível à organização social (tal como
Sócrates) e o preparo intelectual como fundamento da governança (como defendeu
Platão em “A República”). Para Confúcio, a perfeita integração à transformação eterna
do Tao se dá pelo cultivo de valores morais que aproximam o ser humano da perfeição
do universo, tais como humanidade, justiça, perdão, sinceridade, temperança e uma
série de outros mais sobre os quais ele versa nos Analetos, sua obra magna.