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Usinas Hidrelétricas

Energia Hidrelétrica no Mundo


Fonte: International Hydropower Association | 2017 Hydropower
Status Report
Fonte: IHA, EIA
Energia Hidrelétrica no Brasil

Empreendimentos em Usinas previstas


Operação
0,3%
1,2% 3,1% 0%
14%
29%
26,4%
17%

6,5%
13%
62,5% 12%
0,0%
15%

CGH PCH UHE UFV EOL UTE UTN CGH EOL PCH UFV UHE UTE UTN

Fonte: ANEEL, 2017


Classificação

• Central Geradora de Hidrelétrica (CGH): Empreendimentos


com potência instalada menor ou igual a 3 MW.
• Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH): centrais com
potência mínima de 3 MW e máxima de 30 MW. Área
máxima de reservatório 13,00 km², excluindo a calha do rio.
Empreendimentos com reservatório maior que 13,00 km²
podem ser enquadrados como PCH, caso o reservatório
seja de regularização, no mínimo, semanal ou caso o
dimensionamento inicial seja sido, comprovadamente,
destinado a outros objetivos que não o de geração de
energia elétrica.
• Usinas Hidrelétricas (UHE): centrais com potência superior a
30 MW.
Elementos de uma UHE

Fonte: Eletrobrás FURNAS


“ ◦𝑃𝑒𝑙 = 𝑔 ∙ 𝜌 ∙ 10−3 ∙ η𝑡 ∙ η𝑔 ∙ 𝑄 ∙ 𝐻𝑙 [kW]
Regularização

Acumulação Fio d’água


Regulação anual e Regulação diária ou
plurianual semanal

Ciclos hidrológicos Ciclos de carga


Área alagada
Evolução da capacidade máxima de
armazenamento de energia no SIN

Fonte: Adaptado de CCEE (2013) por FALCETTA & ZAMBON (2013)


Evolução da proporção entre as capacidades
de armazenamento e de geração de energia

Fonte: Adaptado de CCEE (2013) por FALCETTA & ZAMBON (2013)


Estudos
Hidrológicos e
Energéticos
Levantamento e Disponibilidade de
dados

• Postos fluviométricos
▫Hidroweb
▫Levantamento de postos próximos
▫Batimetria e curva-chave (hxQ)
Complementação de série

• Preenchimento de falhas
▫Regressão linear entre postos fluviométricos
▫Média mensal
Transposição de Vazões
Curva de Permanência
600
Vazão média
Ordem Permanência
mensal (m³/s)

Vazão média mensal (m³/s)


500
1 546 0%
400 2 539 8%
3 485 12%
300 4 278 16%
5 230 20%
200 6 160 24%
7 144 28%
100
8 108 32%
9 108 36%
0
10 106 40%
... ... ...
24 21 98%

600
Vazões médias mensais [m³/s]

500

400

300
Qmédia = 141,4 m³/s
200 Q50 = 73 m³/s
Q95 = 23,7 m³/s
100

0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Probabilidade de ocorrência [%]

Curva de Permanência Q95 Q50 Qmédia


Vazão de Projeto

• Vazão firme
• Método Expedito
• Método do Máximo Benefício Líquido
Pot

Método Expedito
BLanual  E.TM .8760  ( Pinst .Cun .FRC  CO &M )

Método do Máximo Benefício Líquido


Regularização de Vazões

• Diagrama de massas ou Rippl


Método de Conti-Varlet ou do fio distendido
Vazões Extremas

• Máximas e Mínimas
Seleção da Distribuição de Probabilidades

160000,0

140000,0

120000,0
Vazão (m³/s)

100000,0

80000,0

60000,0

40000,0

20000,0

0,0
1,00 10,00 100,00 1000,00 10000,00
Tempo de Retorno (anos)
Empírica Log-Normal Log-Pearson III Gumbel
Tempo de recorrência
Desvio do Rio durante a Construção

Tempo de Duração da Obra Risco


Recorrência Caso
( n – anos) (r - %)
(T – anos)
10 1 10 Geral
20 2 10 Geral
25 1 4 Perigo de danos sérios a
jusante
50 2 4 Perigo de danos sérios a
n jusante

Projeto das Estruturas EXTRAVASORAS

Tempo de Vida Útil da Risco


recorrência Usina Caso
(r - %)
(T – anos) ( n – anos)

500 50 9,5 Geral

1.000 50 4,9 Perigo de sérios danos materiais a


jusante
10.000 50 0,5 Perigo de danos humanos a jusante.

Fonte: Diretrizes de Projetos PCH – Eletrobrás


Precipitação Máxima Provavél (PMP)

• Dimensionamento de órgãos de descarga


(vertedouro);
• Maior precipitação fisicamente possível de
ocorrer em uma determinada área por certa
duração;
• A duração da precipitação que causa o PMF
é chamada de duração crítica e, em geral,
essa duração não deve ser menor que o
tempo de concentração da bacia.
Arranjos típicos
Arranjo típico de uma Central Hidrelétrica de Represamento (Souza
et al., 2009)
Fonte: Eletrobrás - Furnas
Arranjo típico de uma CHD (Souza et al, 2009).
Foto : Emilio Carlos Goular
PCH – Ninho da águia (Delfim Moreira – MG)
Arranjo típico de uma CHVD (Souza et al. 2009).
Principais
elementos de
uma UHE
Barragem

• Fatores geológicos
• Fatores econômicos
• Usos múltiplos
• Concreto e Aterro (Terra e Enrocamento)
Esforços Horizontais

• Pressão d’água no reservatório.


• Pressão d’água a jusante.
• Esforços decorrentes de ondas no
reservatório.
• Esforços decorrentes de camada de gelo no
reservatório (quando possível).
• Empuxo do Iodo decantado.
• Esforços provenientes de atrito.
• Esforços decorrentes de terremotos.
Esforços Verticais

• Peso do corpo da barragem.


• Peso da água atuando sobre os planos
inclinados da barragem;
• Pressão intersticial d’água.
• Pressão d’água no plano de fundação,
sendo esta em direção contrária a dos
esforços a e b.
• Esforços provenientes de terremotos.
Barragem de Concreto

Barragem Castelo do Bonde - Portugal


Barragem de Terra –
UHE Chavantes
Esforços em barragens de terra

• Esforços internos que dependem das


características do solo, como: atrito interno,
coesão, resistência ao cisalhamento, peso
específico aparente, natural e compactado
na umidade ótima, permeabilidade e outros.
• Sujeita a uma percolação que, depois da
saturação, implicará em uma saída de água
no talude de jusante, numa altura acima do
terreno, correspondente a
aproximadamente um terço da altura
d´água da represa.
det. 2
borda livre a
pavimento flexível

proteção com grama


NA máx. m2
1 det. 3
m1
H aterro
h 1
compactado
0,3h

det. 1

5,00 m1H a m2H 5,00


0,3hm2

BARRAGEM HOMOGÊNEA (H10m)


borda livre a
pavimento flexível

NA máx. m2
1 proteção com grama
m1 aterro
H 1
h compactado filtro vertical aterro
compactado dreno de pé

tapete drenante det. 3

5,00 m1H a m2H 5,00


0,3hm2

BARRAGEM HOMOGÊNEA (H10m)


Barragem de Enrocamento

• UHE Serra da Mesa


Vista aérea de Itaipu

Fonte: Itaipu
Vertedouros
Vertedouro soleira livre
Vertedores do tipo
Tulipa
Barragem de Monticello Dam - Portugal
Outros tipo de Vertedouros

Vertedouro tipo Labirinto (Engecon).


Volumes e cotas do reservatório
Dimensionamento do vertedouro de
soleira livre

𝑄 = 𝑐 ∙ 𝐿 ∙ ℎ1,5

Perfil Greager: c = 2,20


Crista fina: c = 1,84
Crista espessa: c = 1,51
Turbinas

• Turbinas de Ação: escoamento através do


rotor ocorre sem variação da pressão
estática (Pressão atmosférica);

• Turbinas de Reação: rotor é completamente


submergido na água, com o escoamento da
água ocorre uma diminuição de pressão e
de velocidade entre a entrada e a saída do
rotor.
Turbinas Pelton

• Altas quedas e baixas vazão


Turbinas Francis
• As turbinas Francis são usadas principalmente em quedas
médias, de até 600 m, e vazões elevadas. Suas
características hidráulicas especiais permitem fabrica
unidades compactas de alta velocidade, até as potências
mais elevadas.
Turbinas Kaplan

• Quedas inferiores a 50 m e com vazões


elevadas.
Turbinas Bulbo

• A maior eficiência em cargas máximas, além


da maior capacidade de vazão das turbinas
bulbo e poço proporcionam maiores
vantagens em comparação com as turbinas
Kaplan verticais. Na avaliação geral de um
projeto de baixa queda (até 30 m), a
aplicação de uma turbina bulbo/poço
permite alcançar uma maior produção
anual de energia, além de custos relativos
de fabricação mais baixos.
Turbina-Bomba

• Operada tanto na função de turbina, para a


geração de energia, como na função de
bomba, quando operada no sentido
contrário.
Campo de aplicação das turbinas
Exemplo

• Considerando uma vazão de 2 m³/s, uma


queda líquida de 50 metros e um gerador
síncrono de 8 polos. Selecione a turbina mais
adequada.

• Resposta: nqa = 271,4 ≈ 270


Turbina do tipo Francis
◦𝑃𝑒𝑙 = 𝑔 ∙ 𝜌 ∙ 10−3 ∙ η𝑡 ∙ η𝑔 ∙ 𝑄 ∙ 𝐻𝑙 [kW]

PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA:

◦𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝐻𝑎𝑧𝑒𝑛 − 𝑊𝑖𝑙𝑙𝑖𝑎𝑚𝑠


𝑄 1,85
J = 10,65 ∙ [m/m]
“ 𝐶 1,85 ∙𝐷4,87

◦𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 𝑈𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
𝑓 𝑉2
J= ∙
𝐷 2𝑔
[m/m]
Valores do coeficiente C
◦𝑃𝑒𝑙 = 𝑔 ∙ 𝜌 ∙ 10−3 ∙ η𝑡 ∙ η𝑔 ∙ 𝑄 ∙ 𝐻𝑙 [kW]

PERDA DE CARGA LOCALIZADA:

𝑉2
◦Δh = 𝐾 ∙ [m]
“ 2𝑔

PERDA DE CARGA TOTAL:

◦ 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑎𝑠 + 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎𝑠
Valores para o coeficiente de perda de carga
localizada (K)
Exercício

• Numa tubulação de 300 mm de diâmetro,


água escoa em uma extensão de 300 m,
ligando um ponto A na cota topográfica de
90,0 m, no qual a pressão interna é de 275
kN/m², a um ponto B na cota topográfica de
75,0 m, no qual a pressão interna é de 345
kN/m². Calcule a perda de carga distribuída
e localizada entre A e B, sendo a vazão igual
a 0,14 m³/s e a tubulação revestida de aço
soldado usado.
Resposta
• Diâmetro constante, escoamento permanente, logo a carga
cinética em qualquer seção é a mesma. Logo, a linha de
energia é paralela a linha piezométrica e a perda de carga
total pode ser calculada como a diferença entre as cotas
piezométricas.

CPA = (275*10³/9,8*10³) + 90 m = 118,06 m


CPB = (345*10³/9,8*10³) + 75 m = 110,20 m
ΔH = 118,06 – 110,20 = 7,86 m
ΔHd = 10,65*(0,14^1,85)/(110*(0,3^4,87)) x 300 m = 4,95 m
ΔHL = 7,86 – 4,95 = 2,91 m
• Calcule a perda de carga localizada na tubulação da
usina, sendo a vazão igual a 0,10 m³/s e o diâmetro
da tubulação igual a 0,35 m (Comporta aberta: K =
0,20, Junta de dilatação: K = 0,15, grade: K = 10,
válvula borboleta aberta: K = 0,15)
Referências

• https://www.hydropower.org/sites
/default/files/publications-
docs/2017%20Hydropower%20Stat
us%20Report.pdf
• https://www.worldenergy.org/wp-
content/uploads/2017/03/WEReso
urces_Hydropower_2016.pdf
• https://www.worldenergy.org/data
/resources/resource/hydropower/

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