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Capítulo 1
RELIGIÃO
1.1 – A respeito da religião
Como encarar a Religião.......................................................................11
Religião e mandamentos.......................................................................13
A lógica em religião..............................................................................14
A RESPEITO DA RELIGIÃO
RELIGIÃO E MANDAMENTOS
A LÓGICA EM RELIGIÃO
MISSÃO DA RELIGIÃO
EXCLUSÃO DO TEMOR
PAZ E SEGURANÇA
RELIGIÃO PROGRESSISTA
Observando atentamente a sociedade atual, constato que tudo progride
rapidamente; não há nada que não esteja acompanhando esse progresso.
Entretanto, por incrível que pareça, a Religião, entidade que tem a mais
profunda relação com a humanidade, continua da mesma forma, não
apresentando nenhum progresso. Pelo contrário. Como prova, as religiões
tradicionais nos ensinam a voltar ao início, ao ponto de partida dos seus
fundadores. Ora, se devemos voltar à origem, é porque saímos do caminho
certo; caso o fato se repita várias vezes, não progrediremos nada, ficando em
total desacordo com a cultura. Tais religiões nos mostram isso claramente na
medida em que perdem o poder de atrair pessoas e teimam em permanecer na
situação em que se encontram.
De fato, todas as religiões que existem, sofreram perseguições e pressões na
época de sua fundação. Podemos mesmo dizer que esse é o destino de toda
religião nova. Apesar disso, com fôlego renovado, expandiram-se
vigorosamente, passando por épocas maravilhosas. A verdade, porém, é que,
com o tempo, a maioria das religiões tende a estacionar. Vamos analisar por que
isso acontece.
Sem dúvida alguma, as religiões entram em decadência por não
acompanharem a marcha do tempo. Quando cumprem rigorosamente os
ensinamentos do seu fundador, considerando-os como as mais sublimes e
importantes determinações, mas não dão atenção a outros fatores, tornam-se
anacrônicas. Como a brecha vai ficando cada vez maior, passam a ser acusadas
de incapazes, conforme está ocorrendo atualmente.
Se todas as coisas estão sujeitas à Lei de Causa e Efeito, faz-se
absolutamente imprescindível que as religiões tradicionais reflitam muito sobre
o assunto, pois não há motivos para elas continuarem eternamente
transcendentais. Um dos princípios básicos de nossa religião é que tudo deve
progredir e acompanhar o tempo. Essa é a razão pela qual não damos atenção às
formalidades das religiões tradicionais, dispensando o tempo e os gastos que
elas requerem. Na realidade, as formalidades não trazem benefício algum.
Assim, não há motivo para as divindades ficarem contentes com elas.
Em face do que dissemos, a missão da verdadeira religião é dar orientações
no sentido de melhorar, cada vez mais, a vida do homem atual. Resumindo, só
uma religião progressista poderá realmente salvar a humanidade.
5 de novembro de 1950
A RELIGIÃO E O UNIVERSALISMO
A VERDADEIRA RELIGIÃO
Não adianta uma religião ter todas as condições; se não tiver base universal,
não será uma religião verdadeira. Caso ela se restrinja a uma nação ou povo,
ocorrerá aquilo que vemos no mundo atual: surgirão motivos para conflitos.
Cada qual se orgulhará da superioridade da sua religião e rebaixará as outras,
acabando por haver atritos. Pode acontecer, também, que as religiões sejam
utilizadas na política governamental. A exploração exagerada do xintoísmo pelo
exército japonês, durante a Segunda Guerra Mundial, e as Cruzadas da Europa
exemplificam o que estamos dizendo.
Os exemplos não são poucos, e a causa está no fato de que as religiões se
restringiam a determinados povos. Mas não havia outro recurso, pois, naquela
época em que a civilização ainda estava engatinhando, não existiam os rápidos
meios de transporte que existem atualmente, e as relações internacionais
estavam limitadas a pequenas áreas. Hoje, tudo se tornou mundial e
internacional, e as religiões também deveriam seguir esse caminho. É por isso
que passamos a chamar nossa Igreja de Igreja Messiânica Mundial, e não mais
de Igreja Japonesa, como antes.
11 de fevereiro de 1950
TIPOS DE RELIGIÃO
PRÁTICAS ASCÉTICAS
RELIGIÃO E SEITAS
FÉ E RELIGIÃO
INSENSIBILIDADE EM RELAÇÃO À FÉ
FÉ “SHOJO”
Falando sobre Religião, ouço muitas críticas a respeito dos líderes religiosos.
Dizem que eles deveriam viver com mais sobriedade, comer, beber e morar
pobremente, assim como andar de trem, de ônibus ou até mesmo a pé.
É fato que, antigamente, para fazerem suas pregações, os fundadores de
religiões calçavam sandálias de palha e usavam panos enrolados nas pernas,
como se fossem polainas, a fim de facilitar-lhes as longas caminhadas. Às vezes,
retiravam-se para as montanhas, faziam jejuns, tomavam banhos de cascata,
experimentavam todos os tipos de sofrimentos e sacrifícios; outras vezes, eram
jogados na prisão, ou exilados em ilhas longínquas. Ainda hoje sentimos
tristeza ao pensar nos sofrimentos que eles tiveram que passar. Entretanto,
apesar de tantos sacrifícios, só conseguiram estender suas doutrinas a um
território restrito; para que elas se expandissem mais amplamente, foram
necessárias dezenas de gerações. Comparadas aos dias atuais, as condições
precárias a que esses pregadores tiveram de se sujeitar a vida inteira vão muito
além de nossa imaginação.
A lembrança das práticas religiosas a que nos referimos permanece gravada
na mente das pessoas, e por isso é natural que elas tenham uma visão errada
sobre as religiões novas. As religiões caracterizadas por tais práticas
particularizam-se pela fé “Shojo”, que é anterior ao nascimento de Sakyamuni e
tem sua origem no bramanismo da Índia. Seus ensinamentos valorizam,
principalmente, a Iluminação através da ascese. Segundo dizem, ainda hoje
existe, naquele país, um pequeno número de bramanistas que conseguem fazer
milagres graças a um enorme esforço espiritual. O jejum praticado pelo famoso
Mahatma Gandhi talvez fosse uma decorrência do fato de ele ter professado o
bramanismo quando jovem.
Há uma história interessante sobre a origem dos oitenta e quatro mil sutras
budistas divulgados por Sakyamuni.
Naquele tempo, o bramanismo estava em grande expansão na Índia, e
acreditava-se que a Iluminação só podia ser alcançada por meio da ascese,
considerada o verdadeiro caminho da Fé. Vendo a expressão das esculturas e
pinturas representativas de ascetas brâmanes existentes em diversos locais do
Japão, podemos imaginar a situação deles naquela época. Não suportando
semelhante estado de coisas, Sakyamuni, com sua grande misericórdia,
descobriu uma forma para as pessoas obterem a Iluminação sem precisar
recorrer às práticas ascéticas: os sutras budistas. Segundo ele, a simples leitura
desses textos seria bastante. Obviamente o povo se alegrou com isso e passou a
considerá-lo o mais respeitável e benéfico de todos os santos. Foi assim que o
budismo se espalhou por toda a Índia. Podemos mesmo dizer que essa foi a
maior realização de Sakyamuni entre as suas atividades de salvação.
Diante do exposto, é fácil entender quão erradas estão as práticas ascéticas
da fé “Shojo”, que contrariam a vontade e a grande misericórdia de Sakyamuni,
aproximando-se do bramanismo, o qual foi alvo de sua atividade salvadora.
Creio que, do Paraíso, ele estará lamentando essa situação. Assim, podemos
concluir que a fé “Shojo”, além de errada, é inadequada ao nosso tempo.
Por outro lado, no que se refere à difusão religiosa, observamos que aquilo
que antigamente se levava dez anos para conseguir, hoje pode ser feito apenas
em um dia, graças ao progresso tecnológico da imprensa e dos meios de
transporte. O correto, por conseguinte, é nos adequarmos à época em que
vivemos, utilizando-nos de todos os recursos que a civilização moderna nos
oferece. Se a religião se basear unicamente nos métodos antigos, obviamente
não conseguirá atingir seus verdadeiros objetivos. Isso se evidencia na
tendência que as religiões tradicionais têm de se afastar da época atual.
Quando as pessoas de fé “Shojo” vêem as atividades religiosas que estamos
realizando, limitam-se a ficar admiradas e não tentam sequer compreender
aquilo que verdadeiramente objetivamos. Se elas se restringissem a isso, não
haveria nada de mau; algumas, porém, começam a espalhar boatos contra nós,
dizendo que levamos vida de nababos. Entretanto, nós dependemos apenas das
contribuições dos fiéis; não temos necessidade de dinheiro. Se dermos atenção
aos comentários, deixaremos que essas contribuições em gêneros alimentícios,
feitas com tanto sacrifício, apodreçam, obrigando-nos a jogá-las fora. Por outro
lado, não podemos vendê-las nem devolvê-las. Da mesma forma, não
poderíamos deixar de utilizar as casas que nos são oferecidas de boa vontade
pelos fiéis. Ao invés de dar ouvidos a comentários, devemos atentar para o
grande trabalho que essas doações nos estão possibilitando realizar: a salvação
da humanidade. Diante disso, poder-se-á entender o quanto é errado o
pensamento “Shojo”.
Como o ideal de nossa Igreja é construir um mundo sem doença, pobreza e
conflito, as pessoas que nela ingressam adquirem uma vida alegre e saudável,
cheia de harmonia e prosperidade. Todavia, para os que vivem no lamentável
inferno da sociedade atual, isso é algo inconcebível. Além de negarem a
concretização desse ideal, eles pensam, naturalmente, que tudo não passa de
uma boa isca para iludir o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, o
protótipo do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meros palacetes
luxuosos. O nosso objetivo, no entanto, é cultivar os nobres sentimentos dos
homens, possibilitando-lhes oportunidade para se distanciarem, de vez em
quando, da sociedade infernal de hoje em dia e visitarem terras paradisíacas,
que os envolvam nos ares celestiais de Verdade, Bem e Belo, fazendo-os sentir-
se no estado de suprema alegria. Assim, evidencia-se a grande necessidade da
construção do protótipo do Paraíso Terrestre para o homem contemporâneo.
Se a sociedade continuar como está, crescerá cada vez mais o número de
pessoas de baixo nível, de jovens degradados, e não haverá um lugar sequer que
não seja um viveiro para a maldade social. Por isso podemos afirmar que o
único “oásis” do mundo hodierno é este protótipo do Paraíso Terrestre. Se as
pessoas compreenderem realmente a grandiosidade do nosso sublime projeto,
ao invés de nos censurarem, o que elas deverão fazer é manifestar-se seu inteiro
apoio.
Ainda tenho algo importante a dizer. Os japoneses, por causa das invasões
bélicas que empreenderam há algum tempo, foram tão mal interpretados que
perderam a confiança do mundo. Sentimos que é preciso recuperar, o mais
breve possível, essa confiança. Justamente por esse motivo é que o protótipo do
Paraíso Terrestre constitui um patrimônio importantíssimo, para mostrar não só
a beleza natural do nosso país, como também o indiscutível pendor artístico dos
japoneses. Doravante, surge uma grande oportunidade para que os turistas nos
visitem cada vez mais e compreendam o nosso alto nível cultural, ao mesmo
tempo que desfrutam o prazer da viagem. Fico na expectativa da grande
admiração que o protótipo do Paraíso Terrestre despertará, quando ficar
concluído.
Com o que foi dito acima, fica explicado o que é fé “Shojo” e fé “Daijo”.
11 de março de 1950
RELIGIÃO E MILAGRE
BENEFÍCIOS MATERIAIS
MILAGRE E RELIGIÃO
RELIGIÃO É MILAGRE
RELIGIÃO É MILAGRE
11 de abril de 1951
ANÁLISE DO MILAGRE
PREFÁCIO
PREFÁCIO DO LIVRO
“O MUNDO ESPIRITUAL”
O PODER DA NATUREZA
5 de fevereiro de 1947
MUNDO ESPIRITUAL
O MUNDO DESCONHECIDO
5 de fevereiro de 1947
5 de fevereiro de 1947
ATUAÇÃO DO MAL
DERROTA DO DEMÔNIO
Assim como Cristo foi tentado por Satanás e Buda foi atormentado por seu
primo Daiba, no caso da nossa Igreja, Satanás e Daiba também nos espreitam
insistentemente. O interessante é que, com o passar do tempo, os demônios
estão cada vez mais desesperados; atualmente, eles agem com vigor e força
leonina. Todos poderão comprovar a veracidade das minhas palavras através
dos fatos que nos últimos tempos estão sendo freqüentemente publicados pelos
jornais. Por isso pode-se imaginar que a derrota do demônio está iminente, o
que significa que estamos atravessando a véspera do “Fim do Mundo”
profetizado por Cristo.
Falando-se em demônio, tem-se a impressão de que seja um só. Na verdade,
existem vários, de grande, médio e pequeno poder. Quanto mais máculas o ser
humano tiver, mais livremente será manipulado por eles, através de elos
espirituais maléficos. Dessa forma, inconscientemente, o homem tomará
atitudes que se opõem a Deus. Como os demônios vêm agindo à vontade há
milhares de anos, continuam com sua maldade e pensam que nada mudou,
porque desconhecem a transição do Mundo Espiritual. Entretanto, como essa
transição está se processando, é com razão que eles estão confusos e ainda não
despertaram.
À medida que o Mundo Espiritual vai clareando, a luz vai se tornando mais
intensa. Quer dizer que está chegando a época de terror para o demônio, pois
Luz é o que ele mais teme; diante dela, ele se encolhe e perde a força de ação. É
por isso que até nas experiências mediúnicas, se não apagarem a luz, esses
espíritos não podem atuar. Só ocorre o contrário quando se trata de um espírito
muito elevado. Por esse motivo, como os espíritos satânicos temem a Luz que
emana do Poder de Deus, fazem tudo para interromper-lhe o fluxo, procurando
criar obstáculos para nossa Igreja.
20 de novembro de 1949
RELIGIÃO E OBSTÁCULO
INCORPORAÇÃO
25 de agosto de 1949
DOENÇA E ESPÍRITO
AS DIVERSAS EXPRESSÕES
FACIAIS APÓS A MORTE
25 de agosto de 1949
DOENÇA E ESPÍRITO
5 de fevereiro de 1947
ELO ESPIRITUAL
ELO ESPIRITUAL
Até agora pouco se tem falado sobre elo espiritual, porque ainda se
desconhece a sua importância. Entretanto, embora os elos espirituais sejam
invisíveis e mais rarefeitos que a atmosfera, através deles todos os seres são
influenciados consideravelmente. No homem, eles tornam-se o veículo
transmissor da causa da felicidade e da infelicidade. Em sentido amplo,
exercem influência até sobre a História. Portanto, o homem deve conhecer o seu
significado.
Primeiramente desejo advertir que isso é Ciência, é Religião e também
preparação para o futuro. O princípio da relatividade, os raios cósmicos e os
problemas referentes à sociedade ou ao indivíduo, tudo se relaciona com os elos
espirituais. Vejamos a relação existente entre eles e o homem.
Tomemos como exemplo um homem qualquer: pode ser o próprio leitor. Ele
não sabe quantos elos espirituais estão ligados a ele; podem ser poucos,
dezenas, centenas ou milhares. Há elos espirituais grossos e finos, compridos e
curtos, bons e maus, e constantemente causam influência e transformação no
homem. Portanto, não é absurdo dizer que este se mantém vivo graças aos elos
espirituais. Entre estes, o mais forte é o que existe entre um casal; a seguir, o
que existe entre pais e filhos, entre irmãos, entre tios e sobrinhos, entre primos,
amigos, conhecidos, etc. Creio que as expressões “laços de afinidade” e “ter
afinidade com alguém”, usadas desde a antigüidade, referem-se aos elos
espirituais.
Os elos espirituais sempre se modificam, tornando-se grossos ou finos.
Quando há harmonia entre o casal, ele é grosso e brilhante; quando os cônjuges
estão em conflito, ele torna-se mais fino e perde o brilho. Entre pais e filhos,
entre irmãos, etc., dá-se a mesma coisa.
Também podem ser formados novos elos, quando uma pessoa trava
conhecimento com outra, quando inicia uma amizade e, principalmente, um
namoro. Chegando o namoro ao clímax, o elo torna-se infinitamente grosso e
transmite intensas vibrações de um para o outro. São trocadas não só sensações
agradáveis e sutis, mas também de tristeza e solidão. Por esse motivo, o elo
espiritual torna-se extremamente forte e é impossível a separação. Nesse caso,
mesmo que uma terceira pessoa tente interferir no romance, não só não obterá
nenhum resultado mas, ao contrário, fará aumentar ainda mais o grau da
paixão. Quando duas pessoas se amam, é como o pólo positivo e o pólo negativo
em eletricidade, que se tocam e geram a energia elétrica; nesse caso, o elo
espiritual trabalha como fio elétrico. Tempos atrás, extinguindo espiritualmente
o pólo positivo, salvei duas estudantes que, envolvidas num amor lésbico,
estavam a um passo de duplo suicídio. Consegui que a moça que representava o
pólo positivo voltasse à normalidade em cerca de uma semana. Esfriado o ardor
da paixão, foi rompido o elo espiritual, e a outra, automaticamente, também
voltou à normalidade.
O elo espiritual entre pessoas que não têm laços de consangüinidade pode
ser rompido, mas é impossível romper o que existe entre parentes
consangüíneos. No caso de pais e filhos, deve-se dar atenção a um ponto: como
eles sempre estão pensando uns nos outros, o caráter dos filhos sofre a
influência do caráter dos pais, através do elo espiritual. Portanto, se os pais
desejam melhorar os filhos, em primeiro lugar devem melhorar a si mesmos.
Freqüentemente eles fazem coisas erradas e vivem advertindo os filhos, porém
isso não dá muito resultado, e o motivo é o que acabamos de expor. Muitas
vezes, entretanto, admiramo-nos por ver pais maravilhosos com um filho
transviado. A verdade é que esses pais são boas pessoas por interesse e apenas
na aparência, mas seu espírito está maculado, e isso se reflete no filho. Pode
também acontecer que, entre dois irmãos, um seja bom e outro seja corrupto. A
causa está na vida anterior e nas máculas dos pais. Para que possam
compreendê-lo, falarei sobre o princípio da reencarnação.
Após a morte, o espírito vai para o Mundo Espiritual, isto é, nasce nesse
mundo. Referindo-se à morte, os budistas usam a expressão “Odyo”, que
significa “vir para nascer”. Analisando do ponto de vista do Mundo Espiritual, é
realmente o que acontece. Ali se efetua a purificação das máculas acumuladas
no Mundo Material, e os espíritos que atingiram certo grau de purificação
voltam a nascer neste mundo, ou melhor, reencarnam. Todavia, há pessoas
perversas que se arrependem ao morrer, seja por medo do castigo, seja por
outros motivos. Tendo compreendido que o homem nunca deve praticar o mal,
fazem o firme propósito de se tornarem virtuosas na próxima vida e, quando
reencarnam, praticam realmente o bem. Vemos, pois, que, embora alguém seja
muito bom nesta vida, na encarnação anterior pode ter sido um grande
perverso.
Muitos homens, enquanto estão vivos, não acreditam na vida após a morte
e, depois que morrem, não conseguem se integrar no Mundo Espiritual. Pelo
apego à vida, reencarnam antes de estarem suficientemente purificados e
sofrem várias purificações no Mundo Material, pelas máculas que ainda restam
em seu espírito. Como o sofrimento é uma ação purificadora, um homem pode
ser infeliz apesar de ter sido bom desde que nasceu. Os defeituosos de
nascença, como por exemplo cegos, mudos e aleijados, são pessoas que tiveram
morte violenta na encarnação anterior e reencarnaram antes de concluída a
purificação.
Um caso interessante e freqüente de reencarnação é o de crianças que
nascem com feições de velho. Isso acontece porque essas pessoas morreram
idosas na vida anterior, e reencarnaram precocemente; só dois ou três meses
após o nascimento é que tomam feições de bebê.
Ocorre, ainda, o caso do reflexo das más características dos pais sobre um
dos filhos, o qual se torna perverso, ao passo que num outro se reflete a
consciência, ou melhor, o lado bom dos pais, e por isso este filho se torna
bondoso. Acontece também com freqüência que, tendo os pais enriquecido
ilicitamente, um filho se torne esbanjador, gastando dinheiro como água, até
acabar com a fortuna da família. Como se trata de riqueza ilícita, os ancestrais
escolhem um descendente que, dilapidando essa riqueza, na verdade está
trabalhando para salvar a família. Desconhecendo essa verdade, as pessoas
acham que tal filho é desprezível; por isso, ele é digno de pena.
Estamos ligados por elos espirituais não só aos parentes e amigos vivos, mas
também àqueles que se encontram no Mundo Espiritual. Existe, ainda, o elo
espiritual que nos liga a Deus e também o que nos liga a Satanás. Deus nos
estimula para o bem, e Satanás para o mal. O homem é manejado
constantemente por uma força ou por outra. Assim, o espírito que foi purificado
até certo ponto no Mundo Espiritual, é escolhido como Espírito Guardião, o
qual protege a pessoa confiada à sua guarda, através do elo espiritual que os
une. Quando ela está sujeita a um perigo iminente, o Espírito Guardião
transmite-lhe um aviso e tenta salvá-la. Como exemplo disso, podemos citar o
caso de uma pessoa que vai pegar um trem mas que, por ter se atrasado ou por
algum outro problema, não o pega, tomando o trem seguinte. Aí, acontece um
desastre com o trem que ela não pegou, e muitos morrem ou ficam feridos. A
pessoa foi salva graças ao trabalho do Espírito Guardião, que conhece
antecipadamente o destino de quem lhe foi confiado no Mundo Material.
A quantidade de elos espirituais varia de acordo com a posição que o
homem ocupa. Numa família, quem os possui em maior número é o chefe,
ligando-o com os familiares, com os empregados, com os amigos, etc. Tratando-
se do presidente de uma firma, possui elos com todos os funcionários; se for
homem público, como prefeito de uma cidade, governador de estado, primeiro-
ministro, presidente, imperador, etc., tem elos espirituais com todos aqueles
que estão sob sua administração ou governo. Quanto mais elevada a posição do
homem, maior se torna o número de seus elos espirituais. Sendo assim, a
personalidade de um líder tem que ser nobre, porque, se no seu espírito houver
impurezas, isso se refletirá nocivamente sobre grande número de pessoas,
atuando sobre o pensamento delas. O primeiro-ministro de um país, por
exemplo, deve ser um homem de grande personalidade; além de muita
sabedoria, deve ter muita sinceridade. Caso contrário, o pensamento do povo se
deteriora, a moral relaxa, e o número de criminosos torna-se cada vez maior.
Principalmente os educadores, se soubessem que seu caráter se reflete sobre os
alunos através dos elos espirituais, deveriam tornar-se pessoas dignas de
exercerem essa profissão, procurando constantemente aperfeiçoar o próprio
espírito.
Os religiosos – especialmente os fundadores, presidentes ou ministros de
uma religião – sendo venerados por grande número de fiéis como deuses vivos,
devem ter muito cuidado, pois exercem uma influência notável. Se praticarem
atos condenáveis, aproveitando-se de sua posição, isso se refletirá no conjunto
dos fiéis, e essa religião acabará por se desmoronar, pois aqueles atos serão do
conhecimento de todos.
Mas não é só o homem que tem elos espirituais. Também Deus tem elos que
O ligam aos homens. A diferença é que os de Deus possuem uma luz intensa, e
os do homem, mesmo dos mais elevados, possuem luz tênue; em geral são como
linhas branco-acinzentadas. Quanto mais perversa for a pessoa, mais escuros
serão os seus elos espirituais. Comumente, ao escolhermos amigos, desejamos
que sejam pessoas boas, pois, misturando-se com o bem, o homem torna-se
bom, e misturando-se com o mal, torna-se mau, graças às influências
transmitidas pelos elos espirituais.
Mesmo entre as entidades há os justos e os satânicos. Se o homem sempre
venerar as divindades, seu espírito será purificado, porque elas têm elos
espirituais intensamente luminosos. Se venerar as entidades satânicas, ao invés
de luz, receberá fluidos maléficos que afetarão seu pensamento, e por isso se
tornará infeliz. Portanto, para seguir uma Fé, é essencial o homem discernir o
bem e o mal. A intensidade da luz varia conforme o nível da divindade. Quanto
mais elevada ela for, maior número de milagres promoverá, porque a luz dos
seus elos espirituais é muito mais forte.
Existe atividade dos elos espirituais não só no homem, mas em todas as
coisas. Por exemplo: a casa onde residimos, os objetos que sempre usamos,
entre os quais roupas e jóias, e principalmente as coisas de que mais gostamos,
possuem conosco um elo espiritual mais grosso. Numa antiga revista
espiritualista dos Estados Unidos, foi publicada uma reportagem sobre uma
senhora que tinha um poder misterioso: pelos objetos, ela identificava a
fisionomia, a idade e as atividades recentes do seu dono. Quando contemplava
atentamente um objeto, tinha a impressão de estar diante da fotografia da
pessoa. Isso ocorria por causa do elo espiritual existente entre a pessoa e o
objeto. Através desse exemplo podemos perceber como é sutil e profunda a
atuação dos elos espirituais.
Recentemente, começaram a fazer pesquisas científicas sobre os chamados
raios cósmicos, os quais, a meu ver, são os elos espirituais que unem a Terra aos
outros astros. Desde que foi criada, a Terra mantém o equilíbrio no espaço
graças aos elos espirituais dos astros ao seu redor, que a atraem. Esses elos, cujo
número é incalculável – milhões ou bilhões – penetram até o centro da Terra.
Aproveitando a oportunidade, vou explicar rapidamente a relação entre a Terra
e o Céu (espaço sideral).
Eles são como dois espelhos, um em frente ao outro. No espaço sideral há
dois tipos de astros: os luminosos e os opacos. Por não ter luz, o astro opaco não
se torna visível aos olhos humanos, mas, com o passar do tempo, vai se
transformando em astro luminoso, pelo endurecimento de matérias cósmicas;
ao atingir o máximo de endurecimento, começa a brilhar. É por esse motivo que
o mineral mais duro existente na Terra – o diamante – é o que mais brilha.
Na época da criação do nosso planeta, o número de astros visíveis era tão
pequeno como o das estrelas durante a madrugada. Esse número cresceu
proporcionalmente ao aumento da população; portanto, assim como é
impossível calcular o aumento da população humana no futuro, é impossível
calcular o aumento do número de astros. Freqüentemente os astrônomos
descobrem novos astros, mas o que realmente acontece é a transformação de um
astro opaco em astro luminoso, o qual passa a ser percebido pelos olhos
humanos. Quanto às estrelas cadentes, representam a ação de desintegração das
estrelas, e o meteoro é um fragmento delas.
Todos os astros exercem influência sobre a humanidade: não só os grandes
planetas, como Júpiter, Marte, Saturno, Vênus, Mercúrio e outros, mas também
as inumeráveis estrelas – grandes, médias e pequenas. Assim como se destacam
os cinco grandes planetas citados, em cada época existem cinco personalidades
mundiais. Também acho interessante compararem o homem às estrelas, e,
referindo-se a personalidades renomadas, falarem em “passagem de uma grande
estrela”, ou “queda de uma estrela”.
A História registra que inclusive no Ocidente houve uma época em que se
dava muita importância à Astrologia, e os mestres religiosos consultavam os
astros para ver a sorte ou o infortúnio, a felicidade ou a infelicidade do homem,
para analisar as doenças, etc. A Astrologia teve, pois, uma importância mundial.
Na China, a ciência da adivinhação também tomava por base os nove planetas.
Para mim, não é sem cabimento o interesse que os antigos tinham pelo estudo
dos astros.
25 de outubro de 1949
13 de agosto de 1949
A TEMPESTADE
É UMA CALAMIDADE HUMANA
Desde tempos remotos os tufões e as inundações são considerados
calamidades naturais. Todo mundo os aceita como fenômenos inevitáveis. No
meu ponto de vista, entretanto, são calamidades humanas. Vou explicar por
quê.
Atualmente, os cientistas objetivam a diminuição de tais ocorrências através
da pesquisa e do progresso da meteorologia. No Japão, são aplicadas
anualmente enormes quantias em instalações adequadas a esse fim. Vem se
desenvolvendo um esforço constante, e de fato se têm obtido alguns resultados,
mas parece que dificilmente se atingirá o objetivo final. Somente no Japão, os
prejuízos anuais causados por tufões e inundações elevam-se a uma soma
realmente alta. No recente tufão perderam-se 6.500.000 sacos de arroz, 4.229
casas ficaram danificadas ou foram carregadas pela água, 144 pessoas
desapareceram ou morreram, e o número de feridos atingiu vários milhares.
Além disso, os prejuízos com plantações e com estragos nas rodovias,
construções e instalações, segundo declaração do órgão competente, atingiram
mais de duzentos e cinqüenta milhões de dólares. Vemos, pois, a enormidade
dos prejuízos. Somando-se, também, os danos materiais e morais causados por
grandes e pequenos tufões, várias vezes ao ano, creio que o resultado será
gigantesco, difícil de calcular.
Em face de tal situação, mesmo que não haja possibilidade de exterminar
essas calamidades, é necessário fazer todo esforço para que os danos sejam os
menores possíveis. O Governo e o povo estão empregando todos os métodos
praticáveis, mas há falta de verbas e a aparelhagem não chega nem de longe ao
montante previsto. Se as deficiências persistirem, é claro que não se encontrará
solução para o problema.
Nas condições atuais, em que se depende apenas da pesquisa meteorológica,
é impossível prestar auxílio em casos de urgência. Dizemos impossível porque
as pesquisas científicas estão baseadas no materialismo, isto é, pesquisa-se
somente a parte superficial das coisas, sem se procurar descobrir o seu interior.
Para solucionar o problema, só há um recurso: apreender a essência desse
interior e providenciar a prevenção das calamidades. Mas aí surge a pergunta: É
possível conhecer as causas fundamentais do problema? Eu gostaria de provar
que sim.
Inicialmente direi que a tempestade é a ação purificadora do espaço acima
da Terra, isto é, daquilo que chamamos de Mundo Espiritual, pois até nele há
uma constante acumulação de impurezas. Materialmente falando, é como
acumular poeira numa cidade ou numa casa. Só que, como o Mundo Espiritual
é invisível, o homem não percebe o acúmulo de impurezas. Se até hoje essa
percepção não foi possível, é porque a educação está voltada apenas para a
matéria, negligenciando os estudos espirituais. Sempre falamos que essa é a
maior falha da humanidade. Se ela não reconhecer a existência do Mundo
Espiritual e não fizer pesquisas baseadas nesse conhecimento, não lhe será fácil
compreender o princípio da tempestade. Sendo assim, a missão original da
Religião é fazer reconhecer a existência do Mundo Espiritual, ignorado e negado
por quase todos. Entretanto, parece-me que as antigas religiões sempre se
mostraram desinteressadas em relação ao assunto, o que eu acho muito
estranho. Mas deixemos isso de lado.
Como já expliquei em outras oportunidades, quando se acumulam
impurezas no Mundo Espiritual, surge naturalmente uma ação purificadora. O
vento dispersa as impurezas e a água as lava: eis o que é a tempestade.
Realmente, não há nenhuma diferença entre ela e a limpeza que se faz
diariamente no Mundo Material. Portanto, identificar a causa dessas impurezas
é a única chave para solucionar o problema.
A impureza é a mácula criada pelo pensamento, pela palavra e pela ação do
homem. Isto é, os maus pensamentos, más palavras e más ações do ser humano
influenciam o Mundo Espiritual, gerando máculas. Por essa razão, em face da
freqüente ocorrência de grandes tufões, podemos compreender como os
pensamentos se tornaram maus, quantas más palavras são pronunciadas e
quantas más ações são praticadas. Direi, entretanto, que há uma maneira
extremamente fácil de eliminar as máculas: basta que a situação se inverta, ou
melhor, que os pensamentos, as palavras e as ações do homem se tornem bons.
Em outros termos: através do bem, purificar o Mundo Espiritual maculado pelo
mal. Nesse caso, o bem transforma-se em luz para eliminar as máculas. Os
hinos cristãos, os sutras budistas e as orações xintoístas são preces de Amor e
Louvor e por isso contribuem para a limpeza do Mundo Espiritual. Se elas não
existissem, os tufões seriam ainda mais violentos.
Diante do exposto, podemos afirmar que quem gera o tufão é o homem, e ele
próprio sofre com isso. Realmente, a natureza é perfeita. A tempestade é um
fenômeno semelhante ao processo de purificação conhecido como doença, o
qual surge no corpo humano quando nele se acumulam impurezas. Portanto,
como método para prevenir a tempestade, basta que compreendam esse
princípio e deixem de praticar o mal, passando a praticar o bem. É preciso
reconhecer que, além deste, não há outro método que apresente soluções
radicais.
24 de setembro de 1949
CONSIDERAÇÕES ESPIRITUAIS
SOBRE OS INCÊNDIOS
Todos sabem como surgem os incêndios. Os jornais estão sempre
publicando notícias de incêndios causados por fósforo, cigarro, aquecedor
elétrico, etc. Geralmente eles acontecem por descuido do homem, não vamos
negar que isso seja verdade. Mas creio que, na posição de religiosos, devemos
procurar descobrir a causa espiritual dos incêndios.
A doença, como sempre explicamos, é a ação purificadora do corpo
humano. Quando as toxinas que nele se acumulam atingem certa quantidade,
causam distúrbios à saúde, surgindo, então, a ação para eliminá-las, isto é, a
ação de limpeza. Sem ela, não é possível o homem manter a saúde; é uma Lei
Universal e, realmente, uma grande dádiva de Deus. Como a Ciência ainda não
conseguiu descobrir esse princípio, interpreta a doença de forma
completamente errada. Apesar de todo o progresso, o fato é que a humanidade
continua sofrendo, pois a Ciência mostra-se impotente ante o elevado número
de pessoas enfermas.
Talvez achem incoerência falar de doença para explicar as causas do
incêndio, mas, na verdade, a causa de ambos é a mesma, visto que o incêndio
também é uma ação purificadora. O mesmo podemos dizer em relação à
tempestade. Nesse caso, há um acúmulo de impurezas no Mundo Espiritual,
isto é, máculas motivadas pelos maus pensamentos, más palavras e más ações
do homem, e a tempestade sobrevém como ação purificadora dessas máculas.
Quer dizer, as impurezas dispersas pelo vento, são lavadas e carregadas pela
água e secas pelos raios solares. Assim se processa a purificação.
Como esclareci, a doença é a ação purificadora do corpo humano, e a
tempestade é a purificação do espaço acima da terra. Mas as casas, os edifícios e
outros tipos de construções, quando as máculas neles acumuladas atingem
certo ponto, também sofrem uma ação purificadora: o incêndio. A origem de
tais máculas é o dinheiro impuro que se empregou nessas construções ou o
acúmulo de más ações praticadas por aqueles que as utilizam.
Sobre isso, outrora ouvi um caso interessante, relatado por uma senhora
vidente. Alguns anos antes do grande terremoto que atingiu a Região Leste,
andando pelas ruas da cidade de Tóquio, ela viu rústicos barracões enfileirados,
em lugar dos altos prédios. Achou esquisito, mas, quando ocorreu o terremoto,
entendeu o significado do que vira. Como sempre falamos, tudo acontece
primeiro no Mundo Espiritual, isto é, pela Lei do Espírito Precede a Matéria a
purificação ocorre primeiro no Mundo Espiritual e depois se reflete no Mundo
Material.
Por ocasião do último incêndio de Atami, o edifício onde funcionava a sede
provisória da nossa Igreja foi salvo, apesar de ter sido envolvido pelas chamas.
Isso aconteceu, naturalmente, porque nele não havia impurezas. Assim, se
materialmente fizermos construções à prova de fogo e nos esforçarmos
espiritualmente para não maculá-las, elas não se incendiarão, deixando de
oferecer qualquer perigo.
A esse respeito, talvez surja uma dúvida: que não há razão para cidades à
prova de fogo, como as do Ocidente, virem a incendiar-se, mesmo havendo
impurezas. Entretanto, não existe outra explicação para o fato de muitas cidades
terem sido destruídas por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial, a
não ser o princípio que acabamos de expor. É preciso saber que realmente as
Leis do Universo são absolutamente invioláveis.
20 de maio de 1950
INCÊNDIO E JOHREI
São freqüentes as experiências de fé relatadas por pessoas que, por ocasião
de um incêndio, conseguiram fazer mudar a direção do vento ministrando
Johrei, quando as chamas já haviam atingido a casa do vizinho. Isso acontece
porque o incêndio é a ação purificadora através do fogo. Quando se acumulam
impurezas na matéria, o espírito também está impuro; conseqüentemente, o
fogo alastra-se com facilidade. Ao se ministrar Johrei, essas máculas
desaparecem; deixando de existir aquilo que deveria ser queimado, o fogo muda
de direção. Realmente a Natureza é perfeita. Portanto, para acabar com os
incêndios, é preciso, antes de tudo, evitar que o espírito da matéria se macule;
não há outro processo para exterminá-los radicalmente. Assim, em primeiro
lugar, devemos entronizar a Imagem da Luz Divina em nosso lar, para purificar
o mundo espiritual da família.
Nos últimos tempos tem havido incêndios em várias regiões. São muitas as
casas destruídas pelo fogo, numa época em que já há grande falta de
residências, de modo que, embora se esteja construindo muito, o problema
continua sem solução. E o incêndio não causa apenas danos materiais, mas
também grandes danos morais. Além disso, sabemos que não é pequena a mão-
de-obra necessária para reconstruir aquilo que foi destruído, nem são poucos os
prejuízos com a suspensão do trabalho, no caso de uma empresa. Diante de tal
situação, as autoridades competentes estão fazendo um esforço desesperado
para solucionar o problema, mas inutilmente, porque não compreendem as
bases espirituais acima explicadas.
Para terminar definitivamente com os incêndios no Japão, é preciso que a
grande maioria de seus habitantes se tornem fiéis da nossa Igreja. Todavia,
como creio que isso é impossível atualmente, não há outro recurso senão
utilizar métodos materiais contra os incêndios e esperar, dando tempo ao
tempo, pois acredito que, futuramente, Deus solucionará o problema.
20 de fevereiro de 1952