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JAMES HILLMAN
A ALMA DO MUNDO
RIZZOLI
Fazer alma
1
Il suicídio e l‟anima (1964) trad. it, Roma, Astrolabio, 1972; 2ª edz. riveduta e corretta, 1999.
2
Il codice dell‟anima (1996), trad. it. Milano, Adelphi, 1997.
3
Cfr. Il pensiero del cuore (1979), trad. it. in L‟anima del mondo e il pensiero del cuore, Milano, Garzanti,
1993.
4
Antes do nascimento, você quer dizer? Pode nos esclarecer essa ideia?
5
Cfr. Il códice dell‟anima, pp. 241-266 (Il destino).
6
6
Cfr. Re-visione della psicologia (1975), trad. it. Milano, Adelphi, 19722.
7
Il mito dell‟analise (1972), trad. it. Milano, Adelphi, 1979.
8
Lettera da John Keats Del 19 março 1819 (in The Letters of Keats, a cura di H. B. Forman, London, 1895).
Cfr. Il mito dell‟analisi, p. 13 e n. I.
7
deseja, e é por isso que o Daimon entrou nas nossas vidas desde o
início: necessita realizar o seu destino na terra. Portanto, não é budista
e não é cristão, porque pede o envolvimento em vez de desapego, ou
serenidade, ou liberdade transcendente. O Daimon é muito psicológico.
Porém, todo esse caos em que nos encontramos imersos com nossa
mulher e nossa família, nosso marido e nossos filhos, nossas finanças,
bem, é o lugar em que a alma é feita. Aqui. Não na transcendência.
Assim, no Vale do Fazer Alma, você vê o mundo como vida cotidiana, caos
cotidiano que, a partir de herbáceas e arbustos, não podemos desenredar, mas
nessa luta formamo-nos como alma e encontramos e realizamos, assim, nosso
Daimon, nosso destino psicológico individual.
Você que já escreveu em 1964, O suicídio e a morte,11 tem uma ideia do por que
a geração futura parece estar tentando se destruir?
E a droga?
Significa que o contato com a morte procurado pelos jovens é um ato vital
e, ao contrário, distanciar-se dela é um ato de negação, um ato, para usar suas
palavras, saturnino?
11
Vd. sopra, n. I.
12
Cfr. Senex e Puer. Un aspetto del presente storico e psicológico (1967), trad. it. in Puer aeternus, Milano,
Adelphi, 1999. pp. 51-111.
11
13
Il suicídio e l‟anima, p. 47, com rif a Spinosa, Etica IV 67: “Proposição 67. O homem livre não pensa em
outra coisa, senão na morte: a sua sabedoria é meditação não da morte, mas da vida. Demonstração. O
homem livre isto é, que vive somente segundo o ditado da razão, não é guiado pelo medo da morte, mas
deseja diretamente o bem, isto é, agir, viver, conservar o próprio ser embasado na busca de seu próprio
proveito e, portanto, não pensa em nada menos do que a morte, mas sua sabedoria é a meditação da vida.”.
(B. de Spinoza. Etica dimostrata secondo l‟ordine geométrico. Torino, Bollati Boringhieri, 19788. pp. 276-
77).
12
Mas, no passado ainda recente, essa proximidade com a morte não foi
incorporada por outras figuras da sociedade, por exemplo, aquela do soldado?
O sentimento kafkiano, a voz interior que nos diz: “eu devo sair daqui”, nós
a sentimos, frequentemente, na vida. Não somente quando entramos nos
departamentos públicos, você não acredita?
16
Podemos sentir a voz “eu devo sair daqui” também em uma siderurgia,
em uma fábrica qualquer com seus ruídos demoníacos, seus
maquinários enormes e monstruosos. Há morte em uma plataforma de
petróleo, em um barco de pesca, em uma usina elétrica. Mas a morte
de hoje atacada pelos terroristas é a que se dá onde a morte é
suprimida: o palácio do governo, a escola, os correios, até mesmo o
Mcdonalds. Lugares sem risco. Hefesto ainda vive na oficina mecânica,
mas nem ele, nem qualquer outro deus senão o deus da economia, o
deus-dinheiro - vive nos sistemas seculares de seguro e proteção
coletiva, ao qual o terrorista ataca. Porém, tememos o terrorista,
porque submete a nossa segurança ao desafio do risco. Isso traz a
morte de volta à consciência. E também o mito.
Mas como se faz para não tomar uma religião ao pé da letra? Por
definição, é um ato de fé. Talvez seja esse o seu lado perigoso.
14
Sulla paranoia (1985), trad. it. in La vana fuga degli dei. Milano, Adelphi, 1991, pp. 13-88.
15
In inglese „delusion‟, dal latino „de-lusio‟, „inganno‟.
19
O Marxismo Psíquico
16
Entrevista de Stephen Capen, gravada junto ao Instituto Esalen di Big Sur, Califórnia, em 25 de outubro de
1995, transmitida então pela Futuris Radio Hour na área da Baía de São Francisco e em seguida difundida na
internet na série da Worldguide Interviews.
20
Estado deve ser reorganizado, não a ideologia laica de Karl Marx, não
o seu materialismo histórico – não”.
Não somente a isso. Veja. Pela palavra guerra eu posso substituir por
um termo mais amplo: Produção de História. Temos milhares de carros
armados e de navios, milhares de aviões que são desarmados,
desmantelados, destruídos no momento em que são construídos novos
e bem mais caros. A maior parte do armamento bélico nunca é usada.
É acumulada por dez anos e depois jogada na lata de lixo. Técnica
obsoleta. E é essa Produção de História que serve para fazer funcionar
todo o sistema. Mas os extremos da questão nunca são realmente
colocados em discussão no interior do Congresso. Os números do
orçamento militar são, de fato, inacessíveis ao público, podendo-se
dizer, removidos do inconsciente coletivo. Marx, por assim dizer, já
tinha previsto esse absurdo.
Então, você pensa em um papel que o marxismo poderia ter ainda hoje?
A Grécia psíquica
Em suma, você tem uma posição secular sobre a ideologia, assim como
sobre a religião.
18
Diels-Krans. Fragmente der Vorsokratiker, II. A 22 (Testimonianza das De anima di Aristotele, 411a. cfr.
II. A 23.
19
Saggio su Pan, pp. 13-15.
25
Não quero idealizar os Gregos. Todos nós sabemos que eles não eram
tão bons para com as mulheres, tinham escravos, faziam guerras, os
velhos tinham crianças como amantes: sabemos de tudo isso. Mas
também faziam outra coisa, além disso, que era pensar de maneira
diferente do que pensamos hoje. Podemos voltar àquele modo de
pensar todas as vezes que abandonamos as nossas recentes ideias
ocidentais, ideias malucas, a nos deixar loucos. Como: "Este é apenas
o mundo secular" e, portanto, "isso não importa" e "as belezas
verdadeiras estão em outro Mundo".
O que se entende por psique diferenciada, uma vez que cada grande
sistema ocidental, desde Aristóteles até Hegel, tem sua própria psicologia?
Vou repetir. Não é o budismo que me deixa com raiva, mas a maneira
pela qual nossa psique usa o budismo, para fugir do dever de aprender
nossa tradição e o poder de nossa tradição, o dever de perceber que
Descartes é responsável por boa parte do caos da nossa sociedade
ocidental, e não somente Descartes, mas o próprio São Paulo, a
filosofia medieval e o cristianismo, quando declarou que "o mundo
pertence a César". É claro que também temos os desastres ecológicos,
porque não importa o que acontece nesse mundo. Podemos ter perdas
de petróleo no mar, podemos queimar as florestas, porque é somente
matéria. Res extensa. Lixo. Lixo.
Como eles vivem lá, visto que está faltando, como você diz, uma teologia
espiritual?
21
Cfr. Re-visione della psicologia, pp. 131-135; Picchi e valli. La distinzione tra anima e spirito come
fondamento delle differenze fra psicoterapia e disciplina spirituale (1976) in Saggi sul Puer, Milano,
Cortina2, pp.88 sgg.: Sale: um capitolo della psicologia e alchemica (1981), in J. Stroud e G. Thomas,
L‟intotta Archetipi e psicologia della verginità femminile, trad. it. Red. Como, 1987, pp. 132-164. trad.
parciale in Fuochi Blu (1989), a cura di Thomas Moore, trad. it., Milano, Adelphi, 1989, pp. 169-194 (Il sale
dell‟anima, lo soffo dello spirito).
22
Paganus (da pagus, „vila rural) em latim significa originariamente „rústico‟, „agricultor‟.
30
23
Cfr. Wars, Arms, Rums, Man. On the Love of War, in The Awakened Warrior, New York, Tarcher, 1994.
24
Pink Madness, or why does Aphrodite Drives Mad with Pornography, “Spring” 57 (1995).
31
Se Marte mora hoje na televisão ligada e Vênus nas grandes lojas, onde
mora Hermes? Você falou sobre ele em uma conferência em Santa Barbara25,
sobre o que chamou de intoxicação hermética, excesso de informação.
25
Hermetic Intoxication‟s Obssession for Instant Information. Joseph Campbell and Marija Gimbuitas
Library, Pacifica Graduate Institute, Santa Barbara, 12 dicembre 1996.
26
Hermetic Intoxication: Archetypol Psycology looks into electronic Media, Università degli Studi di Torino,
Dipartimento di Psicologia, 6 maggio 1996.
32
Sentado no computador, você pode ficar nu, comer pizza o dia todo,
nunca se lavar, não varrer o chão, não conhecer ninguém, andar sem
batom, sem falar, fora da moda, descalço, cabelo despenteado, e tudo
isso continuando conectado via Internet. Então, perdemos nosso corpo,
nosso estilo, nossa cultura. Essa é a Intoxicação Hermética. Hermes
tinha a mente rápida, os pés rápidos, os pensamentos invisíveis e,
além disso, era notoriamente fálico. Não é de surpreender, portanto,
que a Net nos ataca com pornografia, ou que é vítima de jovens piratas
que fazem piadas, ou vírus, que apagam a memória. Lembre-se de que
Hermes é o deus tanto da descoberta quanto da perda.
Como você avalia o mito de Bill Gates, da nova era eletrônica, que de
acordo com as expectativas de muitos deve mudar o mundo?
E o que você pode nos dizer sobre o mito de Hera? Em tudo isso, onde
Hera foi parar?
Você questiona o instinto. Mas o que os deuses têm a ver com o instinto
humano ou animal?
Veja. Os deuses também são instintos que operam nos nossos corpos.
Trabalham com o desejo, com a fúria, com a depressão e usam
qualquer caminho físico. Então, esse impulso de fuga - pânico - serve
para nos dar um choque, para nos fazer fugir e salvar nossas vidas. Na
história de Eros e Psique, Pan salva a vida de Psique quando ela está
prestes a cometer suicídio. Há um momento em que ela quer se afogar
e ele a salva, como se dissesse que o momento de pânico também é o
momento que salva a vida. É mais do que possível pensar o pânico
não como destruição, mas como uma sequência instantânea de
paralisia e fuga. Pan devolve a psique à sua raiz, inerente ao instinto
natural, semi-animal, causando uma mudança radical de consciência,
um distanciamento total de onde estava antes.
28
Esse deus tem muito a ver com a vida adolescente. Em que
circunstâncias, o momento de puro instinto representado por Pan, irrompe na vida
de um jovem?
Pelo modo como você o descreve, Pan parece ser o deus da maior
ambiguidade.
Eu lhe disse antes de começar que esta não seria uma pesquisa sem
obstáculos. Eu tinha minhas dúvidas de que uma pesquisa sobre Pan,
poderia dar resultados homogêneos e abrangentes. Depende do fato
de que Pan é uma experiência selvagem e natural. Pertence à
natureza, escapa de qualquer esquema lógico. De fato, Pan é um
grande constrangimento para a nossa consciência civilizada moderna -
assim como D. H. Lawrence, o grande escritor de pânico do século XX.
29
Plut., Marc., 419 c-d (De defecto oraculorum. 17: “Il grande Pan è morto).
36
30
prisioneiro para Cristo". Ele quis dizer que todo o pensamento
concernente à terra, às rochas, às flores, à manhã, ao amanhecer, e
tudo o que tem a ver com a vida, deve ser entendido através do mito
cristão. O mito cristão afirma que existe apenas um Deus e que Deus
tem um Filho e que esse Filho morreu pelos nossos pecados. Os
outros deuses devem desaparecer e, de fato, desapareceram. Porque
foram removidos, eles se esconderam no subsolo e, como Jung
afirmou, só ressurgiram nas nossas doenças e, segundo Freud, o
removido sempre retorna.
quem pense assim, que o pecado passa pela natureza e devemos ser
redimidos, batizados, ou de qualquer forma, porém, redimidos. É uma
condição difícil de viver, mesmo que seja elaborada com a teologia
mais sofisticada.
É a essa condição que você aludiu antes, então, quando disse que, em
algum momento na história do pensamento ocidental, o mundo se dividiu, e havia
algo para dar a César e algo para dar a Deus. Distinguiu-se entre a religiosidade e
o mundo, entre a redenção ideal e a vida vivida?
Eu não sou o teólogo, mas todos nós sabemos que a história ocidental
testemunhou muitas tentativas para sanar essa divisão: São Francisco;
o culto de Maria, cuja beleza recuperou o mundo; Nossa Senhora
Negra; alguns Místicos Criativos... Contudo, mesmo que a dicotomia
não é sempre e nem necessariamente absoluta, a ideia básica
segundo a qual, de qualquer forma, a pessoa natural é inferior, ainda
está operando na nossa psique ocidental. E essa ideia de inspiração
cristã continua a remover Pan. E é por essa razão que muitos artistas
como Shubert, se pudermos citar um músico, ou D. H. Lawrence, ou
Heinrich Heine, na Alemanha, ou Shelley e Keats - os Românticos, os
Neoclássicos - se voltaram para a Grécia e ao paganismo para libertar
sua imaginação e seu instinto. Eles procuraram se libertar dessa
opressão, que degradou sua natureza, limitando-a e a aprisionando.
Tome um pai e um filho. O pai gostaria de ajudar seu filho, mas toda
vez que a criança dá um passo no mundo, o pai encontra algo errado
com ele. É mais forte do que ele. Então ambos, o pai e o filho, vão ao
terapeuta para conversar e fazem um amplo reconhecimento por toda
parte. Descobre-se que o pai não estava muito conectado ao seu
próprio pai. Que o pai e o filho têm o mesmo tipo de traços. Ou que, ao
contrário, apresentavam características e tipologias diferentes. Ou que
o pai nunca conseguiu confiar no filho porque nunca confiou em si
mesmo. A terapia pode abrir infinitas vias de compreensão. A
rivalidade, o ciúme, a homossexualidade reprimida e assim por diante.
Mas se estivermos cientes do mito de Cronos e soubermos que o pai
ainda devorará seu filho - sempre - a coisa se torna basilar, é adquirida.
O pai é capaz de pensar: não posso não devorar meu filho, mas posso
não fazê-lo literalmente. Eu vou saber que isso acontece, vou esperar
que isso aconteça, vou prestar atenção a esse fenômeno, não vou
tentar reprimi-lo e direi ao meu filho: "Sabe, sempre me comportarei
assim contigo, assim como sempre queres me matar, como Zeus
matou Cronos. Você vai tentar me matar e eu vou tentar devorar você e
isso é um fato em nossas vidas. Agora, vamos ver o que podemos
fazer sobre isso". Então as coisas mudam, essa história se torna outra
história. Em vez de lutar um contra o outro, os dois têm um mito, um
enredo que lhes diz por que eles estão lutando entre si. Eles estão
ligados reciprocamente pelo mito e solidários no mito. Eu acredito que
os Gregos viveram assim, porque conheciam essas histórias. Nós não
40
31
Intervista su anima e Psiche, a cura di marina Beer, Bari, Laterza, 1984, p. 130.
41
O bestiário dos sonhos, sem o qual, de fato, não haveria uma boa metade
da arte literária ou figurativa, tem, portanto, de grande importância.
32
Cfr. FurtherNotes on Images. “Spring” 1978, p. 164. Intervista su amore, anima e psyche, pp. 90-107.
33
Dram animals (com Margot McLean), San Francisco, Chronicle Books, 1998. Cfr. Il regno animale nel
sogno (1982), trad. it. in animali del sogno, Milano, Cortina, 1991.
34
Re-visione della psicologia, p. 17.
35
Vd. Enciclopedia Del Novecento, V, V. s. Psicologia Archetipica, Roma, Istituto della Enciclopedia
Italiana, 1981, pp. 814 ss.
43
Quanto ao amor, cito uma frase sua: "O amor é mais importante que a
consciência, porque força a imaginação a pesar sobre nós, tanto quanto a
realidade”. Portanto, mesmo na esfera amorosa, como na fantástica do puer, é
desejável perder o sentido da realidade?
36
Cfr. Re-visione della psicologia, pp. 131-135.
37
Cfr.V. Turner The Forest of Symbols, Ithaca, N. Y., Cornell University Press, 1987, pp. 88-91.
45
pai diz: por que você usa seu cabelo assim? A mãe diz: não a critique.
O casal se torna um triângulo. Emoção. Imaginação. Excitação. O
terceiro, o outro deve estar presente para que a vida esteja viva. É por
isso que o ciúme é tão terrível. É tão destruidor da vida porque insiste
em querer eliminar o outro. Porém, o ciúme é o primeiro passo fora do
casal, o primeiro passo, para o reconhecimento do triângulo.
Sim, desde que o triângulo edípico seja visto apenas como um dos
possíveis tipos de triangulo.
Um novo Nietzsche
Além do bem e do mal, em suma. Alguém fala sobre você como um novo
Nietzsche – também ele um defensor do triângulo – e, realmente, o seu
47
Eu acho que ele estava certo. É muito mais chato tentar se divertir.
Mas há uma parte da jornada que não tem nem diversão e nem
trabalho, e que na América chamamos de downtime, ou seja, tempo de
inatividade, em que não fazemos nada. É um conceito que me
interessa muito. O que as pessoas fazem durante o seu downtime?
Assistem televisão? Vão às compras? Ou não fazem nada? Uma vez
as pessoas costumavam sair e conversar fiado nos cafés. Na América
não temos a instituição dos cafés onde se vai conversar fiado, e temos
um problema de downtime. A televisão se tornou hoje a principal
atividade de downtime, porque não é nem diversão, nem trabalho. É o
49
O que você faz com o seu vazio? Consegue não ficar deprimido?
Você tem um diário? Você usa cadernos para escrever? Caso contrário,
onde você anota seus pensamentos?
E quando você não trabalha, certamente terá uma música favorita, que
particularmente gosta, ou pelo menos te faz lembrar algo, provoca uma emoção.
As áreas femininas. A voz da alma? Nada mal, como trilha sonora de seu
pensamento.
39
Psicologia archetipica, p. 817.
40
“Chiamate, vi prego, Il mondo „la Valle der fare anima‟. Allora scoprirete a che cosa serve Il mondo”. Cfr.
sopra, p. 18. n. 8.
41
Il suicídio dell‟anima, vd. in part. pp. 46 sgg.
42
Cfr. Il sogno e Il mondo ínfero, pp. 32 sgg.
43
Psicologia archetipica, p. 818.
44
Re-visione della psicologia, pp. 66 sgg.
53
Descida ao inferno
45
Psicologia monoteísta o politeista? (1971). trad. it. in Il nuovo politeísmo: Lo scisma come espressione di
visioni differenti (1971), trad. it. in Trame perdute.
46
Psicologia archetipica, p. 814.
47
Cfr.Francesco Donfrancesco, Nelli specchio di Psiche, Bergamo, Moretti & Vitali, 1996, III, pp. 37-38: “o
baixo contínuo que acompanha a reflexão de Hillman e lhe confere a cor específica é a conexão íntima da
54
alma com a morte - e não com o "crescimento" - através de seus múltiplos sofrimentos, tomando forma na
desintegração e na patologização”.
48
R. Avens, L‟immaginazione è realtà, trad. it., Milano, Edizioni di Comuntà, 1985.
49 Diels-Kranz, 22 B
45.
55
53
Blu alchemico, p. 35 – Fouchi blu (La patologizzazuone: la ferita e l‟occhio) pp. 230-231.
54
Ivi. p. 38 – Fuochi blu, p. 231.
55
Cfr. sopra, p. 28, n. 13.
56
Re-visione della psicologia, p. 180.
57
Visão em transparência
62
Blu alchemico, p. 40-41 = Fuochi blu (La patologizzazione: La ferite e l‟occhio), p. 231.
63
Ibidem.
64
Donfrancesco, Nello specchio di Psiche, p. 61.
65
Ivi, pp. 194-195.
66
Donfrancesco, Nello specchio di Psiche, cit., p. 152, n. 33.
67
Insearch: Piccology and Religion, London, 1967, pp. 35 sgg.
59
"Veja! Eles voltam", escreveu Ezra Pound sobre os deuses gregos, "um por
um, com medo, apenas meio acordados".73 Eles vêm do que seu sistema chama
"trabalhar com a imagem", e que lhe é parte fundamental, a familiaridade, às
vezes até alienante, de Hillman com os deuses e não com seus mitos. A volta que
Hillman propõe é os deuses como modelos de psicopatologia, os deuses como
vetores de consciência do destino próprio de cada alma e de cada aspecto seu,
os deuses como formas arquetípicas nas quais reconhecer-se. As imagens, as
fantasias e os símbolos nos quais Hillman vê incansavelmente tecer a alma, são
em parte, as realidades a que Jung tinha dado o nome de arquétipos, mas são
também os "fantásticos universais", dos quais Vico já antecipara a recuperação,74
a partir da noção, substancialmente estóica, de fantasia. Sem imaginar, não pode
existir nenhuma consciência. Já a filosofia grega clássica considerou a phantasia
como atitude essencial e função primária daquela vida da alma, cujo contexto é o
mundo das imagens. Primeiro, e mais pontualmente do que por Jung, a ligação
entre a tradição antiga ou antiguidade tardia e a psicologia moderna fora criada
pela erudição histórico-religiosa alemã do século passado. A ligação entre mythos
70
Donfrancesco, Nello specchio di Psiche, cit., p. 62.
71
Psicologia archetipica, pp. 820 e 816.
72
Além das reflexões contidas em Il suicídio e l‟anima, Re-visione della psicologia, Fallimento e analise,
cfr., sobre teoria e prática da terapia arquetípica. Ananke e Atena. La necessita della psicologia anormale, pp.
93 sgg., in La vana fuga degli dei, e Ricerche sull‟immagine, pp. 41 sgg.
73
E. Pound. Ritorno, VV. 5-6, in Opere scelte, a cura si Mary de Rachewitz, Milano, Mondadori, 1970, p. 79.
74
C. B. Vico, Scienza nuova seconda, vol. I, Bari, 1953, p. 91.
61
75
S. Freud. Lettere a Wilhlm Fliess, 1887-1904. Torino, Boliati Boringhieri, 1986, pp. 306-7: “Compreende-
se o poder constrangedor de Édipo Rei. A saga grega se refaz em uma a uma restrição que todos reconhecem
por ter sentido a existência em si" (15 ottobre 1897).
76
Il suicídio e l‟anima, vd. in part, p. 49: Saggio su Pan, capp. I-IV, pp. 17 sgg (o ensaio de Hillman sobre
Roscher na versão filologicamente mais íntegra como introdução à edição americana do Ephialtes: W. H.
Roscher, Pan and the Nightmore, New York, Spring Publicazione, 1972).
77
“Os deuses se tornaram doenças e Zeus não governa mais o Olimpo, mas mais o plexo solar, e é motivo de
interesse pelos médicos”, C. G. Jung, Commento al “Segreto Del fiore D‟Oro”, in Opere, vol. XIII, Torino,
Bollati-Boringhieri, 1988, p. 47.
78
Malianconia e una soluzione rinascimentale, pp. 255 sgg., in Trame perdute.
79
Sulla creatività psicológica, pp. 73 sgg., in Il mito dell‟analisi.
80
Sulla femminilità psicológica, pp. 269 sgg., in Il mito dell‟analisi.
81
Ananke e Atena. La necessita della psicologia anormale, in La vana fuga degli dei.
82
Senex et Puer, pp. 51 sgg., in Puer aeternus: Saggi sul Puer.
83
Ananke e Atena. La necessutà della psicologia anormale, pp. 91 sgg., in La vana fuga degli dei.
62
84
Fallimento e analisi, p. 45, in Trame perdute.
85
Psicologia archetipica, p. 816.
63
86
Iv. p. 822.
87
Re-visione della psicologia, p. 289.
88
Ivi, p. 290.
64
oferecer 'asilo e altar', tudo pode ser ordenado e todos os fenômenos são salvos,
dando-lhes um lugar. Hillman afirma: "Se sabemos o lugar de pertencimento de
um evento e a qual deus podemos nos referir, somos capazes de prosseguir".
Como ele diz na conversa: "Se eu sei a que mito eu pertenço, compreendo a
necessidade da minha perturbação, e minha luta cessa, se dilui em visão e
escuta". A capacidade de viver a própria vida em companhia de fantasmas, de
demônios familiares, de avós, de espíritos-guias, é objetivo de uma terapia
arquetípica, e é isso, se quisermos, o lado terapêutico, que faz com que Hillman
seja o filósofo mais amado pelas franjas mais conscientes do movimento da Nova
Era.
89
Il suicidio e l‟anima, p. 35.
65
A alma do mundo
90
Re-visione della psicologia, pp. 14-15.
91
Psicologia archetípica, p. 821.
92
Re-visione della psicologia, pp.131-5: Picchi e vali, pp. 88 sgg. in Saggi su Puer: Il Pandemonio delle
immagini, in Le storie che curano.
93
Psicologia archetipica, pp. 816-17.
94
W. Stevens, Risposta a Papini, cfr. Picchi e valli, p. 83, in Saggi sul Puer.
66
95
Psicologia archetipica, p. 819.
96
Ibidem.
97
Cfr. Il pandemonio delle immagini, pp. 72 sgg.
67
104
Cfr. R. J. Sardello e altri, Enslouling lenguage, in dragonflies I/1, Dallas, 1978, P. Kugler, The Alchemy
of Discourse: an Archetypal Approach to language, Zurich, 1979.
105
Re-visione della psicologia, p. 114.
106
Psicologia archetipica, p. 818: cfr., avéns, L‟immaginazione e realtà, cit., pp. 37-55 e 108-118.
107
Disturbi cronici e cultura, p. 55, in Trame perdute.