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UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná- Campus Campo Mourão

Disciplina: História da Educação I – Curso Pedagogia – 1° ano (matutino)


Docente: Leonir Borges
Discente: Sônia P. Baracho

Síntese de livro:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense,
1995. (Coleção primeiros passos: 203)

Desenvolvimento textual

O autor Carlos Rodrigues Brandão inicia a obra referida, expondo que não existe
apenas uma forma, e nem único modelo de educação, e que “a escola não é o único
lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua
única prática e o professor profissional não é o seu único praticante”. O autor
reafirma posteriormente que a educação existe até mesmo onde não há a escola e
em todo o lugar podem haver redes e estruturas sociais transferindo o saber de uma
geração para outra.
Em diversas sociedades e grupos sociais a educação existe diferente, exemplo
disso é que em pequenas sociedades tribais de povos caçadores, agricultores ou
pastores nômades; camponeses, em países desenvolvidos e industrializados; em
mundos sociais sem classes, de classes, etc., “existe a educação de cada categoria
de sujeitos de um povo; havendo povos que submetem e dominam outros povos,
usando a educação como um recurso a mais de sua dominância”.
A educação pode existir livre ou imposta por um sistema centralizado de poder, que
passa a controlar o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os
homens. No entanto, ela ajuda a pensar tipos de homens. “Mais do que isso, ela
ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e
legitima”.
Nas aldeias dos grupos tribais mais simples, todas as relações entre a criança e a
natureza, ela vê, entende, imita e aprende com a sabedoria que existe no próprio
gesto de fazer a coisa. “O saber da comunidade, aquilo que todos conhecem de
algum modo; [...] envolve portanto situações pedagógicas interpessoais, [...], onde
ainda não surgiram técnicas pedagógicas escolares [...]”.
Por muito tempo, em muitas sociedades, a educação esteve atrelada às pessoas
nobres, militares ou ao clero, porém, em Atenas, por volta do VI século A.C., a
educação deixa de ser uma prática coletiva, de estilo militar, destinada apenas à
formação do cidadão nobre. Apenas quando a democratização da cultura e da
participação na vida pública colocam a necessidade da democratização do saber, é
que surge a escola aberta a qualquer menino livre da cidade estado.
O autor disserta que a escola primária surge em Atenas por volta do ano 600 A.C.
Em Roma, portanto, ao contrário do se viu acontecer em Atenas e principalmente
em Esparta, a família prolonga o poder de socializar o cidadão.
Foi necessário o advento de uma nobreza plenamente separada do trabalho
produtivo e até mesmo do trabalho político, para que surgisse uma classe de gente
capaz de representar o mundo quase fora dele, e hoje a educação passa a ser vista
como um dos principais meios de realização de mudança social ou, pelo menos, um
dos recursos de adaptação das pessoas a um "mundo em mudança".
Nas primeiras décadas deste século, políticos e educadores liberais trouxeram
ideias novas para a educação no país, como a respeito de uma escola mais dirigida
à vida cotidiana, direcionada a todas as pessoas, ricas ou pobres. Portanto, a "luta
pela democratização do ensino" resultou na escola pública, e no reconhecimento
político do direito de estudar para todas as pessoas, através de escolas gratuitas, de
ensino leigo, oferecido pelo governo.
Mas o autor ressalta que há uma rede de tipo PP, “primário-profissional”,
direcionando os estudos para os filhos do povo destinados, também por ela, aos
padrões do trabalho operário, bem como outra rede é a de tipo SS, “secundário
superior”, a qual é destinada aos filhos dos ricos, enviados, também por ela, às
pontes-de-comando do trabalho "superior". Então, esta educação, será a educação
que serve aos menos favorecidos?
O autor enfatiza também que de qualquer maneira, onde a educação se mostra
autoritária e classicista, sendo a expressão de um poder autoritário de uma
sociedade classista, “tanto mais ela procura apresentar-se como uma prática
humanamente legítima, exercida em nome de leis legítimas e ‘para o bem de todos’”.
O autor atenta para a ideologia que fala através das leis, decretos e projetos da
educação autoritária, os quais negam acima de tudo que ela seja uma pedagogia
contra o homem, contra a verdadeira liberdade do homem através do saber,
liberdade que existe através da verdadeira igualdade entre os homens.

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