1 INTRODUÇÃO
Valendo-se da pesquisa bibliográfica, este trabalho busca caracterizar a
Síndrome de Savant e as possibilidades educacionais para as crianças que a apresentam.
Justifica-se pela importância de expandir a produção acerca das possibilidades
educacionais relacionadas a indivíduos com Transtornos do Espectro do Autismo.
Para conceituar a Síndrome de Savant, inicialmente é apresentada uma revisão
acerca do Autismo e síndromes correlatas. Após as definições de terminologia, são
destacadas as possibilidades educacionais para indivíduos com Síndrome de
Savant/Autismo em uma perspectiva inclusiva.
2 AUTISMO
3 SÍNDROME DE SAVANT
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Pring (2005) cita três teorias que tentam explicar o Savantismo: treino
extendido, hábito de memorização e coerência fraca. De acordo com Howe et al (como
citado em Pring, 2005), ele ocorre devido a uma obsessão e muita prática. Obviamente,
este modelo, denominado treino extendido (extended practice), não dá conta de explicar
como estas manifestações de talento ocorrem na pessoa muito nova e/ou sem
treinamento algum.
Pelo viés do hábito de memorização (rote memory), a prática acrescida da
memorização pode levar a ao aprendizado implícito de redes de assuntos complexos, o
pode dar espaço para a criatividade. Por exemplo, o foco é na excelente memória e
capacidade de produções complexas dos artistas Savants (Pring, 2005).
Por fim, a terceira teoria é da coerência fraca (weak coherence), pressupõe que o
funcionamento cognitivo dessas pessoas, em termos de processamento perceptual e
conceitual, se dá de forma fragmentada, focando a atenção nas partes e não no todo
(Pring, 2005). A autora (Pring, 2005) vê a coerência fraca como um meio de adaptação
importante ao desenvolvimento do talento, que é definido de acordo com o contexto e
cultura. Logo “Talento, então, pode ser ligado ao meio de pensar que retém segmentos
ou elementos de conhecimentos de domínios específicos os protegendo da coerência
normal e processos integrativos” (Pring, 2005, p. 503).
A síndrome ocorre mais em homens do que mulheres, e pode ser congênita
(primeiros sintomas aparecem na infância) ou adquirida devido à lesão no sistema
nervoso central (Traffert, 2009).
Vale destacar que os trabalhos encontrados sobre esta condição foram em sua
maioria de cunho neurológico, apresentando aspectos biológicos inerentes ao
funcionamento cerebral e descrições e classificação dos tipos de habilidades. A
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Partir das habilidades do aluno autista pode ser uma forma de iniciar o trabalho
pedagógico, isto porque, ao valorizar e promover algo reforçador, a atenção do
estudante com necessidades educativas especiais, tende a se manter por um tempo maior
nas atividades educacionais propostas.
O talento deste indivíduo autista pode ser utilizado como uma forma de
expressão (Traffert, 2009). Escolas americanas começaram a incluir alunos Savant em
classes avançadas, promovendo assim sua socialização (Traffert, online).
Clark (2001, como citado em Traffert, 2009) criou um currículo para alunos
Savant combinando estratégias utilizadas com alunos com altas habilidades e com
alunos autistas, a saber: enriquecimento curricular, aceleração, monitoria, apoio visual,
histórias sociais. Os resultados foram, por exemplo, desenvolvimento das habilidades,
diminuição de alguns comportamentos caracteristicamente autísticos, e melhora no
desempenho acadêmico de muitos participantes do estudo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MELLO, A. M. S R. de (2007). Autismo: guia prático (5a ed). São Paulo: AMA.
PRING, L. (2005). Savant Talent. Developmental Medicine & Child Neurology, 47,
500-5003. Recuperado 1 maio 2011, em
http://journals.cambridge.org/action/displayFulltext?type=1&fid=313208&jid=DMC&volumeId
=47&issueId=07&aid=313207
YOUNG, R. (2001) Current research in the area of autism and Savant syndrome.
International Education Journal, 2 (4), 329-333.Recuperad em 5 setembro 2010, de
http://ehlt.flinders.edu.au/education/iej/articles/v2n4/YOUNG/PAPER.PDF