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Luciana Letícia de jesus santos

Turma 2020/1 EAD


Disciplina: ANATOMIA
Prof.ª: NAYLINE
Trabalho referente a segunda unidade

VARICOCELE

INTRODUÇÃO
As doenças do cordão espermático são relativamente frequentes na rotina do urologista.
Representam, em sua grande maioria, entidades benignas de evolução lenta. Devem, porém, ser
diferenciadas das tumorações do epidídimo e especialmente do testículo (esta última devido à alta
probabilidade de malignidade).
Dentre estas, recebem destaque especial a varicocele.
Varicocele é a dilatação das veias do plexo pampiniforme do testículo. A varicocele é uma
anomalia vascular do escroto, consistindo na presença de veias espermáticas delongadas, dilatadas,
tortuosas dentro do plexo pampiniforme. Essa condição também é conhecida como varizes do
testículo ou varizes do escroto, pois a dilatação das veias é muito parecida com a que acontece nas
pernas, no caso das famosas varizes.
Representa doença bastante freqüente, acometendo 15% a 20% dos homens pós puberais. É
rara antes da puberdade, atingindo preferentemente a faixa etária dos adolescentes e adultos jovens.
Em adolescentes a incidência pode chegar a 25% em estudos baseados em exame clínico apenas.

1. ANATOMIA DOS TESTICULOS


Os testículos encontram-se suspensos, presos ao cordão/funículo espermático, e são cobertos
externamente por pele frouxa, enrugada e pigmentada, conhecida como escroto.
Logo no interior do escroto existem três camadas mais distintas que protegem o tecido
testicular. A camada mais interna é conhecida como túnica albugínea, e é uma cápsula fibrosa rígida.
As camadas média e mais externa são na verdade uma só, conhecida como túnica vaginal (túnica
vaginalis), que se dividem em uma camada visceral e outra parietal. Elas são derivadas da reflexão
peritoneal que ocorre durante o desenvolvimento embriológico. As camadas são separadas por
um fluido seroso que permite que os testículos se movam na bolsa escrota
Um orifício posterior é visível, e serve para a transmissão do epidídimo e dos vasos sanguíneos.
A camada visceral está no meio, e é uma camada serosa que cobre os testículos, epidídimos e a parte
distal do cordão/funículo espermático. A camada mais interna é a camada parietal da túnica vaginal.
Os testículos são envolvidos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, denominada
de túnica albugínea. Na região dorsal, essa túnica apresenta-se mais espessada e forma
o mediastino, de onde partem septos fibrosos que dividem o testículo em vários compartimentos
chamados de lóbulos do testículo.
No interior dos lóbulos do testículo estão os túbulos seminíferos, que são responsáveis pela
produção de espermatozoide. Podem ser encontrados até quatro túbulos seminíferos, que ficam
dispostos como novelos em um tecido conjuntivo frouxo. Nesse tecido conjuntivo, são encontrados
vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células intersticiais de Leydig, responsáveis por secretar
testosterona
A drenagem venosa do testículo (plexo pampiniforme) faz-se através das veias cremastéricas,
pudenda externa, diferencial e especialmente as veias testiculares. Existem ramos entre os dois lados.
A artéria testicular é a principal forma com que o sangue flui para a área, da qual é drenado
pelo plexo pampiniforme. Os vasos linfáticos sobem juntamente com os vasos testiculares, e drenam
para os linfonodos/gânglios linfáticos lombares
Abaixo segue a posição anatômica dos testículos:

Figura 1.
Figura 2.
O plexo venoso no escroto dilata e produz uma plenitude mínima que na manobra de
Valsalva amplia para uma grande massa macia escrotal ("bolsa de vermes") que descompacta e
desaparece no decúbito.

2. FISIOLOGIA DOS TESTÍCULOS


Os testículos produzem hormônios e também as células reprodutivas denominadas
de espermatozoides. Estima-se que em cada testículo sejam encontrados 400 túbulos seminíferos,
que produzem de 50 a 150 milhões de espermatozoides por dia.
O principal hormônio sintetizado pelos testículos é a testosterona, mas eles também
produzem a diidrotestosterona, o metabólito mais ativo da testosterona. A testosterona é um
hormônio que atua na espermatogênese e é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais
masculinos, pelo impulso sexual e pela libido. Com baixas nesse hormônio, o homem pode, por
exemplo, apresentar aumento das mamas, dificuldade de ereção, diminuição do desejo sexual e baixa
contagem de espermatozoides.

3. INTRODUÇÃO A PATOLOGIA
Macroscopicamente pode ser observada a redução do volume testicular associada ao aumento
no calibre das veias do plexo pampiniforme.
A histologia pode mostrar alterações estruturais das células Sertoli, espessamento da
membrana basal, atrofia / hiperplasia das células de Leydig, parada na maturação das células
germinativas e espessamento luminal de vênulas / capilares. Estas alterações podem levar à
repercussão nos parâmetros seminais, caracterizando o padrão de estresse (oligospermia,
astenospermia e espermatozóides fusiformes). Esse padrão não é exclusivo de pacientes com
varicocele, visto que ocorre em pacientes oligospérmicos na sua ausência.
Por outro lado, apenas 20% dos homens com varicocele são inférteis, demonstrando a grande
variabilidade de apresentação.
O grau de varicocele não se correlaciona bem com a análise do sêmen anormal ou
infertilidade em adultos. Estudos em adolescentes correlacionando grau de varicocele e tamanho
testicular tiveram resultados conflitantes.
São vários os fatores que podem estar associados com a alteração da fertilidade nos casos de
varicocele.

4. SINAIS E SINTOMAS
A maioria dos pacientes com varicocele é assintomático, mas também podem apresentar
alguns ou todos dos seguintes sintomas:
 Dor na bola escrotal esquerda, geralmente perceptível quando em pé e aliviada pelo
decúbito. A dor é descrita como "surda", suave e de intensidade constante.
 Sensação de plenitude do escroto na posição de pé.
 Percepção da existência de uma "massa" em torno do testículo, geralmente do
esquerdo.
 Atrofia testicular.
 Problemas de fertilidade.
Homens com varicocele geralmente não manifestam sinais ou sintomas. Raramente há
ocorrência de dor, que pode:
 Variar de intensidade, sendo desde um leve desconforto a uma dor intensa
 Aumentar com a prática de exercícios físicos
 Piorar ao longo do dia
 Melhorar se o homem deitar de costas.
Com o tempo, varicoceles podem aumentar de tamanho e tornar-se mais visíveis. Pode haver
também atrofia testicular ou sinais de infertilidade.

5. DIAGNÓSTICO
Como a maioria dos pacientes é assintomática, geralmente o diagnóstico é feito por ocasião
do exame da genitália em um exame de rotina. Daí a fundamental importância dos médicos que
atendem adolescentes e adultos incluírem na sua rotina de exame clínico a palpação da bolsa
escrotal. Caso perceba alguma alteração do fluxo venoso do plexo pampiniforme ou no volume dos
testículos o médico deverá investigar mais detalhadamente.
Em havendo alguma queixa clínica ou suspeita de alguma alteração na bolsa escrotal a
metodologia de investigação deve seguir as seguintes etapas:
 Inspeção
 Palpação
 Exame de imagem
 Análise do conteúdo ejaculado
 Dosagens hormonais
O Exame Físico
Apesar de todo o avanço nos métodos por imagem, a grande maioria das varicoceles é
diagnosticada pelo exame físico através da inspeção e palpação do cordão espermático. O exame
físico requer um ambiente climatizado e um paciente cooperativo e deve ser realizado com o
paciente em pé, com e sem manobra de valsava (acentuando os achados) e com o paciente deitado
(existe reversão total ou parcial dos achados.
O exame deve iniciar pela inspeção da bolsa escrotal que deve ser feita inicialmente com o
paciente de pé. Busca-se identificar a existência de qualquer distensão visível das veias do plexo
pampiniforme ao redor do cordão espermático (indicativo de um grau III varicocele).
Feita a inspeção segue-se a avaliação através de uma suave palpação da bolsa escrotal
buscando identificar as veias do plexo na busca de alguma turgência anormal ou diferença entre os
dois lados da bolsa. A percepção de turgência da veia espermática na palpação sem que tenha se
observado aumento do volume venoso apenas na inspeção é indicativo de um grau II de varicocele.
Em não se localizando qualquer alteração na palpação em repouso segue-se com a observação
visual com o paciente realizando uma manobra de Valsava.
A visualização e a sensação obtida na palpação de uma varicocele de grau III são semelhantes
à textura de um "saco de vermes".
O paciente também deve ser examinado em posição supina. Esta manobra irá ajudar a
diferenciar idiopática da varicocele secundária. A varicocele idiopática geralmente é mais
proeminente na posição vertical e desaparece em decúbito dorsal, enquanto que a varicocele
secundária geralmente não fica muito menor, com a mudança de posição de vertical para supina.
Exercício prolongado e de pé também pode demonstrar uma varicocele. O escroto contraído e
as paredes espessas da pele escrotal dificultam a palpação do plexo pampiniforme.
O examinador deve avaliar o epidídimo e patologia testicular e deve também avaliar o
volume testicular porque varicoceles estão associadas com atrofia testicular.
As dimensões do testículo (medida do volume testicular) devem ser tomadas considerando-se
que existe variabilidade com a idade e a fase de desenvolvimento sexual, lateralidade e raça.
O volume normal pré-puberal é de 1-3 ml, passando de 3 para 16 ml entre as idades de 11 e
16 anos. O testículo esquerdo é um pouco menor que o direito, sem diferença significativa. A raça
amarela tem testículos menores se comparada à branca e à negra.
Dentre os métodos de medida (palpação, orquidômetros e ultra-sonografia – US), sabe-se que
a ultrassonografia é o método mais acurado. Diferenças maiores que 2 ml sugerem forte
probabilidade de lesão testicular, servindo como parâmetro de indicação cirúrgica em adolescentes.
A ultrassonografia está indicada também no diagnóstico diferencia com tumorações testiculares do
epidídimo e do cordão.
Varicoceles foram arbitrariamente divididos em três classes com base nos achados do exame
físico. Alguns autores incluem a apresentação subclínica como grau 0 criando então quatro
subdivisões. Veja o quadro a seguir.
Quadro 1 – Classificação por graus de varicocele.
As varicoceles subclínicas são lesões não detectadas pelo exame físico de rotina e sim por
exames radiológicos ou por outros métodos de imagem. Tais lesões são geralmente menores que
varicoceles clínicas, e o valor de se corrigir estas varicoceles é desconhecido.
Frente à existência de alteração detectável ao exame clínico ou a sintomas referidos sem a
devida correlação com os achados do exame, deve se seguir a investigação através de exames de
imagem. Para tanto se pode lançar mão do ultra-som, termografia, cintilografia e tomografia
computadorizada ou ressonância magnética. Entre estas técnicas a venografia, é considerado o
melhor teste diagnóstico, mas é invasivo. Convenientemente, a venografia pode ser combinada com a
embolização com balões ou bobinas para ablação da lesão após a detecção.
A classificação quanto ao grau de apresentação visa à correlação com os resultados após
tratamento. Não existe consenso de que o grau esteja diretamente correlacionado ao padrão do sêmen
e taxas de gravidez em pacientes inférteis.
A análise do esperma será de grande utilidade, não só para determinar a existência ou não de
alteração da fertilidade, mas para acompanhar a evolução clínica e o resultado pós intervenção
cirúrgica.
Varicoceles subclínicas são geralmente descobertos como parte de uma avaliação de
infertilidade, demonstrando fluxo retrógrado para a bolsa escrotal por Doppler colorido ultra-
sonografia.
Processos que causam obstrução da veia cava devem ser descartados com ultrassonografia
com Doppler, se a varicocele persistir quando o paciente estiver na posição de decúbito, for de início
agudo, ou seja do lado direito. Esses processos incluem trombose da veia cava inferior, trombose da
veia renal direita com a propagação do coágulo para a veia cava inferior, e massa abdominal (por
exemplo, tumores retroperitoneais, tumores renais, ou linfadenopatia).

6. TRATAMENTO
Por varicocele geralmente não causar sintomas, muitas vezes ela não requer tratamento.
Varicoceles podem ser descobertas somente durante um exame de fertilidade ou durante um exame
físico de rotina.
No entanto, se você sentir dor ou inchaço no seu escroto ou se estiver tendo problemas de
fertilidade, procure assistência médica. Uma série de condições podem causar uma dor testicular ou
escrotal, alguns dos quais requerem tratamento imediato.
Marque uma consulta com um urologista. No consultório, descreva seus sintomas
detalhadamente e tire todas suas dúvidas sobre fertilidade e sobre possíveis causas de eventuais
sintomas que você esteja sentindo.
Muitas vezes o tratamento para varicocele pode ser dispensado. No entanto, se o paciente
estiver com dor e apresentar outros sintomas, como atrofia testicular ou infertilidade, ou se estiver
pensando em técnicas de reprodução assistida, o paciente pode precisar ser submetido à reparação
cirúrgica das varicoceles. O objetivo da cirurgia é lacrar as veias afetadas para redirecionar o fluxo
de sangue para as veias normais. Em casos de infertilidade masculina, o tratamento de varicocele
pode melhorar ou até mesmo sanar o problema, pois ajuda a melhorar a qualidade dos
espermatozoides e aumenta sua produção também.
A reparação de varicoceles apresenta relativamente poucos riscos para o homem, os quais
podem incluir:
 Acúmulo de líquido em torno dos testículos (hidrocele)
 Recorrência da varicocele
 Danos a uma artéria.
Existem basicamente três tipos de reparo cirúrgico de varicocele. Veja:
 Cirurgia aberta
 Laparoscopia
 Embolização percutânea.
Se você manifestar sintomas decorrentes da varicocele, você pode fazer uso de medicamentos
analgésicos para aliviar o desconforto e a dor.
Varicocele pode levar a alguns outros problemas, como atrofia testicular
e infertilidade permanente.
A varicocele é normalmente inofensiva e não exige tratamento. Se a cirurgia for necessária, a
contagem de espermatozoides no esperma provavelmente melhorará, o que pode ajudar a sanar o
problema da infertilidade. Na maioria dos casos, a atrofia testicular não melhora, a menos que a
cirurgia seja feita no começo da adolescência – quando a varicocele é mais comum. Não há como
prevenir a ocorrência de varicocele.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
https://lume-re-demonstracao.ufrgs.br/varicocele/bibliografia.html. ACESSADO EM
19/05/2020, 20:00 h.
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.kenhub.com%2Fpt
%2Flibrary%2Fanatomia%2Fsistema-reprodutor. ACESSADO EM 20/05/2020, 14:00h.
https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-genital/sistema-genital-
masculino/testiculos/. ACESSADO EM 20/05/2020, 17:00h.

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