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SeuS Bons
Espirituais
Você será uma nova pessoa, quando
descobrir seus dons espirituais e
como usá-fos plenamente na expansão
do Reino de Deus.
Edição no Brasil
Abril de 1994
2^ Edição no Brasii
Setembro de 1995
Originalmente publicado em
inglês por Regai Books
sob 0 título: Your Spiritual Gifts
Can Help Your Churoh Grow
© 1979 C. Peter Wagner
Computação Gráfica
Cida Paião
Beth Fernandes
Coordenação Editoriai
Oswaldo Paião Jr.
Marketing e Vendas
Nerê Cavalcante
Maria Meleschoo
Fotoiito
Refran Studio Gráfico
M.J. Serv. de Composição
Impressão
Imprensada Fé
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AbKa
Rua do Mar, 20
CEP 04654-060 - São Paulo-SP
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Dedico este livro a
Esforços Anteriores
Comecei a ensinar a respeito dos dons espirituais há
mais de trinta anos. Uma boa parte daquilo que tenho en
sinado já foi escrito e publicado. A primeira tentativa veio
como parte de uma série de artigos sobre 1 Coríntios,
publicada pela revista Etemity, em 1967 e 1968. Mais tar
de, o material foi revisado e publicado em livro - Our
Corínthian Contemporaries. Isso permitiu-me criar um ali
cerce bíblico para meus pensamentos, naqueles dias, quan
do não havia ainda muito material disponível sobre o as
sunto.
Abordei o assunto da educação teológica em um li
vro, cujo título em inglês é An Extension Seminary Primer
(William Carey Library), escrito juntamente com meu bom
amigo, Ralph Covell. Escrevi ali um capítulo, chamado
“Como Deus FaaUfinistros”, onde argumento que os semi
nários deveríam ocupar-se na tarefa de treinar pessoas que
já estivessem demonstrando dons de ministério pastoral,
em lugar de treinar, quase exclusivamente, pessoas que
ainda não descobriram os seus dons espirituais.
No livro Frontier in Missionaqj Strategy (Moody Press),
incluí um capítulo, “O Ingrediente Humano: Dons e Cha
mada”. E no livro Stop the World, I Want to Get On (Regai
Books), há um capítulo chamado “Nem Todo Crente é um
Missionário”. Esses dois capítulos sugerem que existe tal
coisa como um dom especial de missionário, mostrando
como esse dom, juntamente com outros, estão vinculados
às missões.
Quando estudei o movimento pentecostal na América
Latina, descobrí que a dinâmica dos dons espirituais, que
operam naquelas igrejas, é uma das chaves de seu cresci
mento fenomenal. Meu primeiro livro sobre o assunto cha
mou-se Por que crescem os Pentecostais? (Ed. Vida). E o
capítulo sobre os dons espirituais intitula-se “A Vida do
Corpo Edifica Igrejas Fortes”.
14 Descubra Seus Dons Espirituais
De Onde Venho?
Sempre que leio algum livro que trata dos dons espi
rituais, procuro saber qual a origem de seu autor. Quando
ele diz que procede da tradição reformada, que é um Aves-
leyano, um dispensacionalista, um pentecostal clássico, um
carismático episcopal ou de qualquer outra origem, sinto-
me mcds ã vontade. Apesar de saber que muitos fazem ob
jeção a essa classificação minuciosa, eu mesmo não penso
dessa maneira, porque, para mim, é difícil compreender o
que um homem escreve ã parte de sua própria história.
Prefácio do A u to r 15
Pasadena, Califórnia
Introdução:
A R edescoberta dos
D ons E spirituais
Notas
1. Quanto a um conciso sumário dos principais detalhes do desenvolvimento histórico desses "três ramos,”
ver Charles E. Hummel, Fire in the I^eplczce: Contemporary CJiarismatic Renewal (Downers Grove: Inter-
Varsity Press, 1978).
2. John F. Walvoord, 77ie Holy Spirit (Grand Rapids; Zondervan Publishing House, 1954), págs. 173-187.
3. Merrill F. Unger, The Baptism and Gifts qfÜie Holy Spirit (Chicago: Mood Press, 1974), pág. 139.
4. Benjamin B. Warfield, MiraclesYesterdayandToday Real and Coiinterfeit [Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans
Publishing Co., 1965, orig. 1918), pág. 6.
5. James Gordon Klng, Jr., “A Brief OverView of Historie Beliefsin Gifts of the Spirit” . Estudo não publicado,
1977. Esse estudo é uma compilação de notas preliminares, em preparação para dissertação de Doutorado
em Filosofia, na Universidade de Nova Iorque. Uma boa parte das informações dessa seção foi extraída do
estudo de King. O livro de Hummel, Fire in tíie P^eplace, também contém uma útil discussão sobre as
evidências históricas acerca dos dons (págs. 164-168).
6. Ver Theodore Jungkuntz, “Secularization Theology, Charismatic Renewal, and Luther's Theology o f the
Cross", CoficordiaTIieoíogicaí Aíoní/ily (Janeiro de 1971), pá. 72.
7. Ver King, “A Brief OverView. . pág. 8.
8. King. “A Brief OverView. . pág. 14.
9. Donald Gee, Concemuig Spirilual Gifts (Springfield, Mo: Gospel Publishing House, 1972, orig. 128; Harold
Horton, The Gills ojtf\e Spirit (Springfield, Mo: Gospel Publishing House, 1975, orig. 1934); Myer Pearlman,
Kjiowking Ow Doctrines oJ the Bible (Springfield, Mo: Gospel Publishing House, 1937); B. E. Underwood, T7ie
Gifts o f the Spirit (Franklin Springs, Ga: Advocate Press, 1967).
1
Ignorância N ão £ F elicidade
1. Você é^fc^^rente.
2. Você confia que Jesus é o seu Senhor, e você
quer amá-Lx) e segui-Lo da melhor maneira
possível.
3. Você quer que a sua igreja seja um grupo sau
dável, atrativo e crescente em número de pes
soas, que demonstrem o amor de Deus em
sua comunidade.
ferentes dons segundo a graça que nos foi dada” (Rm 12.6)^.
Em seguida, ele iniciou uma lista de dons específicos.
Minha conclusão, com base nesse trecho das Escritu
ras: portanto, é que a “teologia dos dons” parece mais útil
para se saber qual a vontade de Deus, de maneira prática,
do que a “teologia da consagração”. Para você cumprir “a
boa, agradável e perféita vontade de Deus”, deve pensar
moderamente acerca de si mesmo. Para pensar moderada
mente, você precisa ser realista, quanto à medida de sua
fé. Sua fé consiste no dom espiritual que lhe foi determina
do, como membro do Corpo místico de Cristo, bem como
pela tarefa especial que Deus lhe deu para cumprir.
saber, com certeza, que está fazendo aquilo que Deus lhe
designou.
Gostaria de não ter de salientar o que passo a dizer,
mas infelizmente assim acontece. Quando Paulo diz que o
Espírito distribuiu os dons a cada um, “visando a um fim
proveitoso” (1 Co 12.7), ele obviamente quis dizer a cada
crente. As mulheres crentes, tanto quanto os homens cren
tes, são membros do Corpo e recebem dons espirituais.
Senti-me um tanto transtornado, hã algum tempo,
quando li um artigo, escrito por Nancy Hardesty, no qual
ela argumenta, com uma boa dose de vigor feminino, que
as mulheres também possuem dons espirituais. Senti-me
mal, não por causa do artigo, propriamente dito, que é ex
celente; mas, porque tal artigo precisou ser escrito. Em seu
artigo, aquela irmã lamenta que ãs mulheres tem sido dado
pouco destaque, por parte das igrejas em geral; e eu creio
que essa observação é exata.
Se ao menos as mulheres, que constituem mais de
cinquenta p o l^ m to dos membros de Igreja, nos Estados
Unidos da A m é r í^ pudessem ser encorajadas e se lhes
fosse permitido usar seus dons espirituais, uma tremenda
força dinâmica seria liberada em prol do crescimento das
igrejas, força essa que atualmente vive contida. E não so
mente isso, mas Nancy Hardesty salientou uma outra coi
sa que talvez seja até mais importante. “Em última análise,
a recusa de permitir que as mulheres usem seus dons na
igreja e no mundo é uma forma de blasfêmia contra o Espí
rito Santo”.E s s a s são palavras vigorosas, mas, quando
meditamos acerca delas do ponto-de-vista teológico, pro
vavelmente elas ferem um ponto decisivo e vital.
Notas
1. Doravante, os trechos bíblicos citados em itálicos seráo adicionados pelo autor para efeito de ênfase.
2. John MacArthür, Jr., The Om rch — the Body o f Christ (Grand Rapids: Zondervan Publishlng House,
1973), pág. 136.
3. W. T. Purkiser, The Gí/ls o f tiie Spirit (Kansas City: Beacon HÜl Press, 1975), pág. 21.
4. Nancy Hardesty, “Gifts,” 77ie OtíierSide (julho-agosto de 1977), pág. 40.
5. JackW . MacGorman, The GiftsqftJie Spírií (Nashville, Broadman Press, 1974), pág. 31.
6. Elizabeth 0 ’Connor, EighÜi Day o f Criation: Gifts and CreativiLy (Waco, Word Books, 1371), pág. 15.
7. Gene A. Getz desenvolveu esse ponto em suas obras. A primeira delas é SJv^rpening tlie Focus on the
C/iurch. {Chicago: Moody Press, 1974), págs. 112-117; e, mais recentemente, em BuÜding Up One AnoOwr
(Wheaton: Vlctor Books, 1976), págs. 9-16.
8. Getz, Buildii^ Up OnAnother, pág. 9.
9. Kenneth Cain Kinghom, Gifts o f the Spirit (Nashville: Abingdon F*ress, 1976), pág. 95.
10. Charles E. Hummel, Fire in the Fireplace (Downers Grove, Inter-Varsity Press, 1978), pág. 246.
11. Basii Miller, George Muller: The Man o f Faith (Grand Rapids, Zondervan Publíshing House. 1941), pág.
58).
2
Q ue São os D ons?
U ma A bordagem I limitada
As Três Listas-Chaves
A grande maioria dos dons espirituais mencionados
na Bíblia encontra-se em três capítulos principais: Roma
nos 12; 1 Coríntios 12 e Efésios 4. Faríamos bem em me
morizar esses trechos para referências futuras, porquanto
são básicos. Também há diversos capítulos secundários,
pois suas informações preenchem outros importantes de
talhes. Esses capítulos secundários são 1 Coríntios 13 -
14; 1 Pedro 4; 1 Coríntios 7 e Efésios 3.
Começaremos a reunir a lista fundamental, usando
os três capítulo^ básicos. As palavras entre parênteses são
traduções vál^^^^s de uma mesma palavra grega.
dom do celibato.
É razoável concluirmos talvez que algo menos de cin-
qüenta por cento do Corpo deve esperar receber qualquer
dom particular. Minha opinião é de que qualquer dos dons
espirituais é dado a muito menos do que a cinqüenta por
cento dos crentes. Tenho feito alguma pesquisa no que
concerne ao dom ministerial do evangelismo, e tenho des
coberto que a proporção gira em tomo de dez por cento dos
crentes. Muito maiores pesquisas precisam ser realizadas
para tentar descobrir qual segmento do Corpo de Cristo
possui os outros dons, a fim de podermos compreender
melhor o perfil de uma congregação evangélica saudável e
espiritual.
Homens e mulheres crentes que tenham recebido o
dom do celibato desfmtam de tremendas vantagens. Paulo
ressaltou as mesmas no sétimo capítulo de 1 Corintlos. Ali
ele mencionou, por exemplo, que os crentes dotados do
dom do celibato podem servir ao Senhor melhor que aque
les que não oj^ eb era m , visto que não precisam preocu-
par-se em a^!Süi|||a sua mulher, ao seu marido ou à famí
lia. (Ver 1 Corintib^J.32-34). Jã descobri isso em minha
própria experiência. E tomou-se uma experiência mais vi
vida ainda, desde que fiz^^mizade com John Stott, um dos
mais respeitados mestres, autores e estadistas evangéli
cos. Somos ambos membros da comissão executiva da Co
missão de Lausanne para Evangellzação Mundial, pelo que
nos reunimos com freqüência em várias partes do mundo,
desfmtando de comunhão um com o outro e compartilhan
do de muitas áreas de interesse mútuo.
John Stott tem o dom do celibato e, por causa disso,
ele se reveste de interesse especial para mim. Tenho nota
do as vantagens que ele tem sobre aqueles que não possu
em essa habilidade, como eu mesmo. Antes de tudo, tenho
por hábito telefonar com freqüência para casa, quando es
tou em viagem. Quando assim faço, usualmente converso
com minhas duas filhas, que ainda moravam em casa, e,
então, com minha esposa, Dóris. Se eu passar tempo de
mais viajando, ouvirei sobre isso da parte delas, de forma
66 Descubra Seus Dons Espirituais
Dons Hifenados
Alguns livros escritos sobre os dons espirituais insis
tem que, em Efésios 4.11, os dons alistados como “pasto
res” e “mestres” deveríam ser grafados como “pastores-
mestres.” William McRae, por exemplo, diz: “Esse dom é o
nico dom dual em todo o Novo Testamento. Não temos
aqui dois dons, mas um só. Trata-se de um nico dom com
duas dimensões distintas”. E provavelmente ele está corre
to, pelo menos numa tradução que queira refletir melhor o
sentido do texto grego.
Em uma abordagem ilimitada dos dons espirituais,
entretanto, é melhor não pensarmos que esse é o nico
dom hifenado que opera no Corpo de Cristo. Visto que pas-
tor-mestre é, na verdade, uma bem (^mum combinação de
dons, ela a p re c e como nosso protó^tipo. A maioria dos eru
ditos admití/^Kl^^^o dom ministerial de mestre destaca-se
sozinho em algui^., outros catalogados. Mas temos em
Efésios a nica lista menciona pastor e é combinado
com o dom de mestre, i^^emais, em um certo sentido, um
pastor precisa ser “apto para ensinar” (1 Tm 3.2). Mas, se
tudo isso significa que todo pastor precisa do dom de ensi
no, operante juntamente com seu dom pastoral, é algo
questionável.
Enquanto discutimos os dons no contexto, mencio
narei outros dons hifenados, como intercessão-curas, lín-
guas-interpretação, e assim por diante. Por enquanto, pre
cisamos somente nos familiarizar com esse conceito.
Classificando os Dons
Há diferentes maneiras de classificar os dons. Alguns
mestres pentecostals clássicos falam sobre os nove dons
do Espírito Santo, e usam a lista em 1 Coríntlos 12.8-10.
Blll Gothard dividiu os dons em motivos, ministérios e
manifestações. David Hocking usa a classificação de dons
falados, dons de serviço e dons sobrenaturais.^® (N.E.: Re
comendamos a leitura de As Sete Leis da Liderança Cris
tã de David Hocking). Alguns dos teólogos reformados do
passado separavam dons ordinários de dons extraordiná
rios. Kenneth Kinghom reconhece dons capacitadores, dons
de prestação de serviços e línguas/interpretação.^® William
Balrd gosta de falar em dons pedagógicos, dons sobrena
turais e dons de comunicação especial.^® Jack MacGorman
prefere uma divisão em declarações inteligíveis, poder,
discernimento espiritual e declarações estáticas.^* Várias
outras classificações poderíam ser aqui mencionadas.
Alguns dos crentes acima mencionados têm obtido
notável s u c ^ ^ ^ ao ensinarem os crentes a descobrir, de-
senvolver^íítl^^^s seus dons espirituais. Aplaudo qual
quer classiíicaçãò'\...e funcione. Ê perfeitamente óbvio que
não existe nenhuma ®i^são de dons que seja divinamente
inspirada. Portanto, afíís^o, se uma classificação funciona
para você e sua gente, use-a. Em meu próprio ensino, que
se reflete neste livro, prefiro uma abordagem ilimitada,
quando se trata de classificar os dons espirituais. A razão
pela qual tenho escolhido essa classificação não é porque
eu sinto que ela é mais bíblica do que outras, mas porque
tenho descoberto que ela é a abordagem mais til para o
meu próprio estilo particular de ensino. Para mim, essa
classificação funciona, também pode funcionar para ou
tros crentes.
Notas
1. Lawrence J. Peter e Ra3miond Hull, The Peter Principie (Nova York: Bantam Books, 1969), pág. 7.
2. Festo Kivengere, IL o v cId iA m in (Old Tappan, Nova Jersey: Fleming H. Revell Co.. 1977).
3. Jean Dye Johnson. God Planted Five Seeds (Nova York: Harper and Row, Publishers, Inc., 1966).
4. Contei essa história, de modo breve, no prefácio da primeira edição do DefeaL q/l/ie Bird God (Grand
Rapids: Zondervan Publishing House, 1967), mas o prefácio não foi reimpresso quando a edição da William
Carey Library foi impressa mais tarde.
5. Leslie B. Flynn, Ninetcen Gi/ls o f t/ie Spirit (Wheaton: Victor Books, 1974), pág. 10.
6. David Mains, FuU Circle (Waco; Word Books, 1971).
7. Karen Mains. Opcn Heart. Open Home (Elgin: David C. Cook, Publishing Co., 1976).
8. Karen Mains, "Hospitality Means More Thain a Party," Moody Monthly (dezembro de 1976), pág. 38. Um
outro artigo de Karen Mains foi escrito por Ron Wilson, “Open Hearted Living,” Clvistian Life (julho de 1976),
págs. 26 ss.
9. Edilh Schaeffer, “Hospitality: Optlonal of Commanded?" ClvisUanity Today (17 de dezembro de 1976),
págs. 28 e 29.
10. Um estudo cuidadoso do uso da hospitalidade pelos cristãos primitivos foi feito por Donald Wayne
Riddie, “Early ChrisLian Hospitality: A Factor in the Gospel Transmission,” Journal ofBiblical Liierature (vol.
57, 1938), págs. 141-154.
11. “A Man With a Vision,” C/uIsíían Life (março de 1978), págs. 21.
12. Elizabeth 0 ’Connor, E^hth Day qfCrealion (Waco, Word Books, 1971), pág. 32.
13. Bryan Pollock, "Have You Ever Tried to Pray (For Eight Hours a Day?” Worldwide Challenge (janeiro de
1978), págs. 12-14.
14. Wanda Dugan, “She May Have Prayed for You,” Worldwide Challenge (outubro de 1977), págs. 26-29.
15. Norman Grubb, Rces Howclls: Intercessor (Fort Washington, PA: Christian Literature Crusade, 1973),
pág. 86.
16. William J. McRae, The Dynamics q f Spiritual Cifls (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1976),
pág. 59.
17. Ray C. Sledman, Body Life (Glandale: Regai Books. 1972), págs. 40,41.
18. David L. Hocklng, Spiritual Gifls: Their Necesslty and Use in the Local Church (Long Beach, CA: Sounds of
Grace, n.d.), págs. 52,53. * __ ^
19. Kenneth Cain Klnghom, Cí/ls 0/"í/ie Spirit (Nashville: Abingdon Press, ^41.
20. JackW . MacGorman, The Gifls q f lhe Spirit (Nashvllle: Broadman P r e | | ^ ^ 34,35.
21. Idem.
22. Merrill F. Unger. The Baplism and Gifls q f the Holy Spirit (Chicafi^.tióody Press, 1974), pág. 139.
23. John F. Walvood, The Holy Spirit (Grand Rapids: Zondervan Puí^shlng House, 1954), págs. 173-188.
24. John R. W. Stott, OnePeople (Downers Grove: Inter-Varsity Bi^ss, 1968), págs. 2. Ver também a obra de
Stott, fíapíLsm a;id Rtllness; The Work q f lhe Holy Spirit Todaj^^owners Grove: Inter-Varsity Press, 1976),
págs. 94-102.
25. John MacArtliur, Jr., The Church — T7ie Body o f Christ (Grand Rapids: Zondervan Publishing House,
1973), pág. 150.
26. David Hocking, Spiritual Gifls, pág. 51.
27. Michael GriíTiths, Cííiderdia's fíeíJiroí/ial Gi/Ls (Robesonla, PA: OMF Books, 1978), pág. 8.
28. J. Rodman Williams, T7ie Era q f the Spirit (Plalnfield, JJ: Logos International, 1971), pág. 28.
29. Arixona Baplist, “Charismatics in a Baptist Church”, março de 1978, pág. 4.
3
Q uatro C oisas Q ue
os D ons N ão São
enhuma confusão existe em certas áreas que pa
recem induzir algumas pessoas a desviarem-se da
trüÇ^jjill^rta. Em minha própria experiência, tenho
g^onu-í^o quatro dessas áreas que requerem nos
sa atençáò"i:;special. Os dons espirituais por mui
tas vezes são confunoK^os com talentos naturais e até cer
to ponto, com simulaçãb* de dons.
Vamos examinar cada uma dessas áreas por sua vez.
Dom 5: Con
A que os papéis cristãos operam, parale
lamente aos don^fe,_pirituais, é vividamente ilustrada me
diante o dom da contribuição.
Não há dúvida de que todo crente deve entregar uma
décima parte de seus rendimentos ao Senhor. De acordo
com a Bíblia, cada crente deve estabelecer alvos definidos
em suas dádivas, contribuindo com bom ânimo (ver 2
Corintios 9.7). Esse é um papel cristão, e não há exceções.
Devem contribuir tanto os crentes ricos quanto os crentes
pobres. Os jovens casados, que ganham pouco mas gas
tam muito, deveriam dar a mesma proporção que os cren
tes mais maduros e financeiramente seguros: dez por cen
to. Aos crentes recém-convertidos deveriamos ensinar a
contribuírem, assim que começam a crescer em sua fé.
E com quanto um crente deveria contribuir?
Ao estudar a Bíblia, tive que concluir que uma déci
ma parte, ou seja, dez por cento dos rendimentos, é o míni
mo por melo do qual podemos começar o nosso papel de
doar. Não sou ordinariamente legalista em minhas Idéias
94 Descubra Seus Dons Espirituais
longo do caminho.
Ao mesmo tempo, alguns dons podem jazer dormen-
tes, contra a vontade de Deus. Talvez você tenha um dom
espiritual que deveria estar usando, mas que, na verdade,
não o está fazendo. Parece que era isso que Paulo tinha em
mente, quando exortou reiteradamente a Timóteo; “Não te
faças negligente para com o dom que há em ti” (1 Tm 4.14),
“te admoesto que reavives o dom Deus” (2 Tm 1.6), “faze o
trabalho de evangelista” (2 Tm 4.5). Neste caso, supondo-
se que Timóteo recebera o dom ministerial de evangelista.
Permitir que nossos dons jazam dormentes, quando deve-
riam ser mantidos ativos, é uma das maneiras pelas quais
podemos “abafar o Espirito”, e isso deve ser evitado a todo
custo. (N.E.: Recomendamos a leitura de Plantar Igrejas
Para a Grande Colheita do Dr. Peter Wagner).
Como ilustração, quero usar uma fábula atribuída ao
paston Charles Swindoll, da dinâmica Evangelical Free
Church, de Fullerton, na Califórnia:
Notas
1. Ronald J. Síder, Rich CivisLian inan Age ofHw igcr [Downers Grove: Inter-Varsity Press. 1977), págs. 175-
178.
2. R. G. LeTourneau, Mover o f Men and Mounlains ^Chicago: Moody Press, 1972), pág. 280.
3. Stanley Tam, God Ou)us My Business (Waco: Word Books, 1969), pág. 62.
4. Idem, pág. 3.
5. Publicado em Straighljrom íhc Slwulder. News BulleUn of Haggal InsUtute (abril-maio de 1976). pág. 4.
6. Donald Bridge e David Phypers, SpiriLual Gifis and í/ic Church (Downers Grove: Inter-Varsity Press,
1973) , págs. 78-81.
7. Basil Miller, George Muller: The Man ofFaith (Grand Rapids: Zondervan Publishlng House, 1941), págs.
126,127.
8. Idem.
9. Tam, God Owns My Busitiess, pág. 50.
10. Idem, pág. 47.
11. Robert G. TutUe, The Partakcrs: Holy Spirit Powerfo r Pcrsevering Chrislíans (NashviWe. Ahindgoit Press,
1974) , pág. 61. ^
12. Raphael Gasson, The Challengmg Counlerfeil (Plalnfleld, NJ; Logos Boo^^k|ri, pág. 90.
13. Idem, págs. 105 e 106. ^
14. Kurt E. Koch, Charismatic Gi/is (Quebec: Association for Christian Bl^ngelism, 1975), págs. 42,43.
15. Estou usando a palavra “exorcismo" não em sentido técnico. Alguns, cujo ministério envolve esse dom,
gostam de frisar a disUnçáo técnica entre as palavras gregas exorkixo, “exorcizar," e ekballo, expelir." Ver,
por exemplo, Kent Philpott e R. L. Hymers, The Deliveranca Book fVan Nuys, CA: Bible Voice, Inc.), págs. 19
e 20.
16. Ralph W. Neighbour, Jr. This Gifl Is Mine (Nashville: Broadman Press, 1974), pág. 55.
17. Tuttle, The Partakers, pág. 61.
18. O detalhado testemunho de Ruibal pode ser encontrado na liwo de Nicky Cruz, Saíaa on lhe Ijx>se (Old
Tappan: Fleming H. Revell Co., 1973), págs. 134-143.
19. O ministério de Ruiball na Bolívia foi noticiado na revista ChrisUanily Today (16 de março de 1973), pág.
40.
20. Daííiy Bread (1“ de setembro de 1976).
4
C omo A chei M eus D ons,
E C omo V ocê P ode A char os S eus
sava que podería ser. Deus tem algo muito melhor — para
mim. E Ele tem algo igualmente excitante e realizador, em
Sua mente, para você.
Uma seqüela da história acima, que pode ter efeitos a
longo prazo para o futuro crescimento da Igreja, dentro da
Igreja Metodista Unida, é que o homem que, finalmente,
veio preencher a posição em Nashville, o Dr. George Hunter
III, possui a nlistura especial de dons que Joe Harding sa
bia que não tinha. Hunter não é o tipo de pastor quieto e
acomodado que se sentiría realizado por pregar para a
mesma congregação domingo após domingo. Antes, ele é
um tipo de líder agressivo, resoluto, de decisões rãpidas,
que pode liderar um programa de evangelismo e cresci
mento eclesiãstico, levando-o avante, sem detxar-se inti
midar pelas forças de oposição que continuam fazendo ouvir
a sua voz dentro daquela denominação. Tudo isso sucedeu
porque Deus é aquele que distribui os dons espirituais; e,
nesse caso, tanto os indivíduos envolvidos quanto o corpo
como um todo estavam sintonizados com ^ u ilo que Deus
estava querendo fazer.
Quando você e seu segmento particular do Corpo de
Cristo fizerem algo similar, então será despertado um po
der, em prol do crescimento de sua igreja, que não poderá
ficar oculto, visando ã glória de Deus. E assim será porque
esse é o desígnio de Deus.
Notas
1. RayC. SLedman, Sody Lí/è (Glendale: Regai Books, 1972), pág. 54.
2. Idem.
3. Kenneth Cadn Kinghorn, Gijls qfThe Spirit (Nashville: Abingdon Press, 1976), pág. 110.
4. FlndleyB. Edge, T/ie Creeniíiyo/ Tlie C/iurch(Waco: Word Books, 1971), pág. 141.
5. Idem, pág. 142.
6. Michael GrílTiths. Cii\derella’s BeÜvotlxal Gifls (Robesonia, PA: OMF Books, 1978), pág. 36.
7. ElizabeLh 0 ’Connor, Eighth Day o f Creation (Waco: Word Books, 1971), págs. 42 e 43.
5
O P astor
E S eu C onjunto de D ons
Célula-Congregação-Celebração
É conveniente pensar no dom ministerial de pastor
como um dom essencialmente congregacional. E estou
usando aqui a palavra “congregação” em termos da estru
tura de célula-congregação-celebração, que foi descrito
como um dos sete sinais vitais de uma igreja saudável (es
trutura e funcionamento integrado).® A celebração, usual
mente em um culto matinal de domingo, e que reúne todos
aqueles que pertencem ao círculo dos membros, não é li
mitada em suas dimensões, exceto mediante considerações
secundárias. A congregação, que reúne pessoas pertencen
tes a círculos de comunhão, tem como dimensões ótimas
quarenta a cenft) e vinte membros. A célula, onde têm lu
gar a intimidade pessoal e a prestação de contas em um
nível mais profundo, deveria ser formada por oito a doze
pessoas. As células assumem várias formas. Por exemplo,
na maioria das igrejas batistas do sul, as classes de Escola
Dominical funcionam como células.
Se a pessoa com o ojicio de pastor, ou o ministro prin
cipal, usualmente lidera a celebração, ela não precisa ter
recebido o dom pastoral a fim de ocupar essa função. No
outro lado do espectro, o grupo que faz parte da célula,
quando está operando devidamente, atrai cada um dos
membros para um cuidado mútuo dinâmico que requer
somente o papel de pastor por parte de cada um dos mem
bros, e não, necessariamente, o dom pastoral. O dom espi
ritual de pastor não é muito relevante, pois, nem para o
caso da celebração e nem para o caso da célula.
Entretanto, é nessa estrutura intermediária, a con
gregação, que o dom pastoral toma-se mais relevante, e
acha sua mais plena expressão. As Igrejas que têm cem a
148 Descubra Seus Dons Espirituais
Pastores e Células
Os exemplos hipotéticos que usamos até este ponto,
onde cada pastor fica tomando conta de doze a quinze fa
mílias, pressupõe uma célula funcional ou sistema de pe
queno grupo na igreja. Nessas células os cuidados pasto
rais estão tendo lugar espontaneamente, sem que ninguém
tenha recebido, necessariamente, o dom pastoral. Nesse
caso, as necessidades dos membros da igreja por um cui
dado pastoral especial serão menores do que se as células
não estivessem operando. Isso quer dizer que quando as
células estão realizando parte da obra pastoral, cada pes
soa dotada do dom pastoral pode receber a responsabilida
de por um maior número de famílias.
Eis aqui uma regra básica: Se cerca da metade dos
membros ativos de uma igreja estiver envolvida em célu
las, pode-se esperar que cerca de três a quatro por cento
dos membros devem ter recebido o dom pastoral. Isso sig
nifica que cada pessoa dotada do dom pastoral recebe de
doze a quinze famílias para cuidar. Mas se não existem
grupos celulares, será mister maior atenção pessoal por
parte de cada pessoa dotada com o dom pastoral, o que
significa que cada um deles deve ficar encarregada somen
te de oito a dez famílias. Em termos de porcentagem, isso
fica entre cinco e seis por cento.
Um exemplo de como essa última possibilidade está
funcionando ocorre em nível ótimo na Garden Grove
Community Church. Ali, o pastor Robert Schuller, tal como
a maior parte de outros super-pastores, não possui o dom
pastoral. Se ele tivesse a tendência de perder ovelhas, devi
do aos cuidados pelo bem-estar espiritual de seus mais de
nove mil membros, desde há muito ele deveria ter sido co
locado em uma cela acolchoada. Ele então não podería vol
ver sua atenção para grandes sonhos, como construir ca
tedrais de cristal ou dirigir programas de televisão ou diri
5 O Pastor e Seu Conjunto de Dons 153
Dom 4: Exortação
O dom da exortação, tal como o dom pastoral, é um
dom centrado sobre a pessoa humana. Um crente pode
manifestar esse dom de duas maneiras diversas: (1) em
uma situação de pregação ou de ensino, ou em um encon
tro de grupo; ou (2) em uma situação particular de pessoa
para pessoa, para satisfazer ã necessidade específica de
um momento especial.
Entretanto, o dom de exortação difere do dom pasto
ral porque um rebanho ou um grupo de pessoas não se vê
envolvido em uma base de longa duração. O crente dotado ^
do dom de exortação preocupa-se com o bem-estar espiri
tual de um irmão ou irmã na fé, pelo período de tempo que
for preciso; o dom da exortação pode funcionar bem mes
mo no caso de pessoas relativamente estranhas; mas o dom
pastoral não funciona assim. Naturalmen^e o dom pasto
ral e o dom da exortação podem fazer parte do mesmo con
junto de dons de um único homem, e talvez isso seja de
ocorrência freqüente. Todavia, não disponho de dados es
tatísticos quanto a essa questão.
O dom da exortação é aquela qualidade especial que
Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para minis
trar palavras de consolo, encorajamento, ânimo e conselho
a outros membros do Corpo, de tal modo que estes se sen
tem ajudados e curados.
O mais eminente exemplo bíblico do dom da exorta
ção foi o companheiro de Paulo, Bamabé, que foi chamado
de “filho de exortação”, em Atos 4.36. Foi Bamabé quem
tomou Paulo sob as suas asas, quando os demais apósto
los mostravam-se céticos no tocante ã validade da conver
são deste. Também foi Bamabé quem percebeu o potencial
espiritual de João Marcos e o escolheu, embora Paulo o
tivesse rejeitado. É conforme salientou Leslie Flynn: “Damo-
nos conta de que se Bamabé não fosse dotado de dom de
5 O Pastor e Seu Conjunto de Dons 155
Dom 10: Fé
Se existem vinte e cinco dons espirituais de que um
bem sucedido pastor de uma igreja grande e crescente não
precisa, os dois dons restantes são indispensãveis para ele.
E esses são o dom da fé e o dom da liderança.
O dom da fé é aquela capacidade especial que Deus
dá a alguns dos membros do Corpo de Cristo para poderem
discernir, com extraordinária confiança a vontade e os pro
pósitos de Deus, quanto ao futuro de Sua obra.
As pessoas dotadas do dom da fé usualmente estão
mais interessadas pelo futuro do que pela história. Essas
pessoas são pensadoras que se concentram nas possibili
dades, sem se deixarem desencorajar pelas circunstânci
as, pelos sofrimentos ou pelos obstáculos. São capazes de
confiar em Deus quanto ã remoção de montanhas, confor
me verificamos em 1 Corintios 13.2. À semelhança de Noé,
elas se dispõem a construir uma arca em seco, mesmo di
ante do ridículo e da critica, sem jamais tolerarem qual
quer dúvida de que Deus realmente enviará um dilúvio.
As pessoaS dotadas do dom da fé com freqüência se
irritam muito diante das criticas; muito mais, por exem
plo, do que aqueles dotados do dom do ensino. Não conse
guem compreender quando alguém as critica, visto que são
possuidoras de tão completa certeza de que estão cum
prindo a vontade de Deus. Interpretam as criticas contra
elas como se fossem criticas lançadas contra Deus; e, as
sim sendo, a miúde mostram-se impacientes com seus ir
mãos na fé que não os acompanham em seu senso de con
fiança em Deus. Muito tipicamente, esses crentes têm difi
culdades para compreender o “sistema”, insurgindo-se con
tra a forma como esse sistema funciona. Usualmente, os
crentes dotados do dom da fé têm muita coragem, porquanto
sentem profundamente que estão em sociedade com Deus,
e que “se Deus é por nós, quem será eontra nós?” (Rm
8.31).
Os pastores de super-igrejas que conheço têm todos
esse notável dom espiritual. Alguns chamam-nos de visio
nários, sonhadores ou promotores. Percebem onde Deus
160 Descubra Seus Dons Espirituais
Projetando o Dom da Fé
As pessoas possuidoras do dom da fê têm uma tenta
ção particular de que elas mesmas, e outras pessoas à sua
volta, precisam tomar consciência. É que facilmente po
dem tornar-se vítimas da síndrome da projeção de dons.
Kenneth Kinghom, do Asbury Seminaiy, adverte que “o
indivíduo que tem o dom da fê não deve menosprezar ou
tras pessoas portausa da falta de fê. Afinal, nem todo crente
é possuidor dessa fé”.®
Jã mencionei o quanto eu costumava sentir-me mal,
depois de ler a biografia de George Muller, até que entendi
algo a respeito dos dons. Algumas vezes, quando eu ouvia
Bob Schuller, obtinha uma mensagem similar. Essa men
sagem soa como isto: “Se você fizer o que eu faço, então
realizará o que eu realizo. É fácil.” Ora, devido aos muitos
anos de associação, jã aprendi muita coisa, da parte de
Bob Schuller, sobre como pensar em possibilidades; e isso
se tem mostrado valioso em muitos aspectos da minha vida.
Mas de modo nenhum eu passarei meu tempo tentando
sonhar os sonhos que ele sonha e que lhe parecem tão
fáceis e naturais. Davi, o salmista, recusou-se a usar a
armadura de Saul. E assim também faço eu. Não me consi
dero um “pensador de impossibilidades”. Antes, dentro de
minhas limitações, procuro ser um pensador de possibili
dades, em meu papel diário de fé cristã, sem sentir um
grama de remorso de que Deus fará, por meu intermédio.
162 Descubra Seus Dons Espirituais
Dom 6: Liderança
O dom da fé permite que o pastor de uma igreja cres
cente saiba aonde quer chegar. E o dom da liderança per
mite que ele saiba como poderá chegar.
5 O Pastor e Seu Conjunto de Dons 163
As Funções de um Pastor
Ao aceitar a posição de pastor de uma igreja evangéli
ca, um homem se comprometeu a uma vida de trabalho
árduo. Não somente um pastor deve descobrir, desenvol
ver e usar ser^ próprios dons espirituais, mas também,
nas mais favoráveis situações, deve estar preparado para
exercer suas funções cristãs em um grau muito mais alto
do que o fazem os crentes não-ordenados. Isso é algo inevi
tável e esperado.
Se o pastor não desenvolver uma “dinâmica de dons
espirituais”, entre os membros de sua congregação, as exi
gências de suas funções facilmente podem tomar-se ex
cessivas. Ray Stedman lamentou que aos pastores foi atri
buída a tarefa de “evangelizar o mundo, aconselhar os de
sinteressados e desanimados, ministrar aos pobres e ne
cessitados, aliviar os oprimidos e aflitos, expor as Escritu
ras e desafiar as forças entrincheiradas do mal, em um
mundo cada vez mais entenebrecido”. E então salientou
que os pastores nunca foram levantados para fazer tudo
isso, e que a própria tentativa de fazer isso tudo leva o
pastor a sentir-se frustrado, estressado e emocionalmente
exaurido”.E s t a r ia ele descrevendo o seu pastor ou você?
Poucas coisas tomam a tarefa pastoral mais satis
fatória do que uma congregação em que os dons espiritu
166 Descubra Seus Dons Espirituais
Notas
1. Warren H. Hartman, Membersh^ Trends: A Study o f Decline and Growtii in The United Methodist Church
1949-1975 (Nashville: Discipleship Resources, 1976), pág. 44.
2. United Presbyterian Church, A Sununary Report o fT lie Committee on Membership Trends (Nova York,
1976), pág. 19.
3. Dan Martin, “The Church Growth Questions," Home Missioits (dezembro de 1977, pág. 12.
4. David A. Roozen, Church Membership and Participation: Trerids, Determinants and Implications Jor Policy
ajuiPlannü^g (Hartford: Hartford Seminary Foundation, 1978), pág. 58.
5. Quanto a uma discussão mais completa sobre o conceito da célula-congregação-celebraçào, ver C. Peter
Wagner, yburC/iurc/iCa/iGroiu(Glendale: Regai Books, 1976), págs. 97-109; e de uma perspectiva levemen
te diferente, ver Lyle E. Shaller, Assirmíaíín^ New Memhers (Nashville: Abingdon Press, 1978), págs. 69-96.
6. Lcslie B. Flynn, Nineteen Gifls o fTlie Spirit (Wheaton: Victor Books, 1974), pág. 88.
7. Hartman, Membership Trends, pág. 44.
8. Kenneth Cain Kinghom, Gi/is o f The Spirit (Nashville: Abindgon Press, 1976), pág. 67.
9. Schaller, AssimÜating New Members, pág. 53.
10. Ray C. Stedman, Body Life (Glendale: Regai Books, 1972), pág. 79.
11. United Presbyterian Church, A Swrunary Report. pág. 19.
12. Quanto a uma elaboração desse conceito, ver C. Peter Wagner, “Seminaries Ought to Be Asking Who
as Well as How," Ttveologiciil Education (verão de 1974), págs. 266-279.
6
O E vangelista:
O rgão P rimário do C rescimento
Notas
1. LeighLon Ford, Good News Is For Sharing (Elgin, II.: David C. Cook Publishlng Co., 1977), pág. 83.
2. Idem.
3. Rick Yohn, Discover Your Spirilual Gijl and Use It (Wheaton: Tyndale House Publishers, 1974), pág. 64.
4. A discussão sobre presença-proclamação-persuasão é mais desenvolvida ainda no livro deC. Peter Wagner,
Froniiers ãi Missionary Siralegy {Chicago: Moody Press, 1971), págs. 124-134.
5. Yohn. Discover Your Spirilual C ijt . . pág. 64.
6. Ford, Good News Is For Sliaríng. pág. 83.
7. David Allan Hubbard, “A Winsome Witness,” Today’s Christian (setembro de 1976), pág. 2.
8. Dean M. Kelley, Why Conservalive Churches Are Crowing (Nova York. Harper and Row, Publishers, Inc.,
1972), lançado recentemente em forma de brochura.
7
C ompreendendo o D om
DE M issionário
tação;
a) é a prioridade número um para quem quiser
completar a tarefa da evangelização do mundo.
b) depende unicamente do dom do missionário.
Porém, antes de entrarmos nesse terreno, há mais
um conjunto de conceitos que precisamos esclarecer.
Nem todo evangelismo é idêntico. No capítulo anteri
or pudemos mencionar tanto o dom do evangelismo quan
to as variações existentes dentro das quais esse dom pode
ser exercido. Eis algumas outras variações que podem põr
em foco o aspecto cultural:
E vangelism o E-1. Esse tipo de evan gelism o é
monocultural. Esse é o termo abreviado que se refere a
conquistar para Cristo aqueles que pertencem à nossa prõ-
piia cultura, supondo que se sentiráo á vontade em nosso
prõprio tipo de igreja local. Inclui tanto o crescimento por
expansáo como o crescimento por extensáo.
E vangelism o E-2 e E-3. Am bos esses tipos de
evangelismo são interculturais. Na verdade, são subdivi
sões do evangelismo por transplantação. O evangelismo E-
2 é a evangelização que se processa em culturas diferentes
da cultura do evangelista, embora apenas levemente dife
rentes. Jã o evangelismo E-3 é aquele que ocorre em cultu
ras muito diferentes. Notemos que as distâncias geográfi
cas nada têm a ver com isso. Pessoas distanciadas cultu
ralmente, às vezes, se encontram em uma mesma cidade.
Evangelismo E-0. Para completar o quadro, esse tipo
de evangelismo significa conquistar pessoas para Cristo,
as quais jã são membros de igreja. Algumas igrejas da
América do Norte contam com grandes números de mem
bros que não nasceram do alto e nem vivem dedicados a
Cristo, pessoas essas que, é óbvio, precisam ser evan-
gelizadas.
Os “Povos Não-Alcançãdos”
Este é um livro que versa sobre o desenvolvimento da
igreja. A maior parte de seu conteúdo trata do crescimento
por expansão através do uso dos dons espirituais (E-1).
/ 98 Descubra Seus Dons Espirituais
dárias na agenda.
O maior desafio para o evangelismo transcultural, é,
aquilo que usualmente pensamos acerca dos campos mis
sionários no estrangeiro. As massas dos povos não-alcan-
çados encontram-se entre os chineses, os indianos e os
islamitas, nessa ordem. (N.E.: A conhecida janela 10/40).
Mas isso não nos deveria cegar para a obra evangelística
tipo E-2 e E-3, aqui mesmo, nos Estados Unidos da Améri
ca do Norte ou no Brasil.
sentem bem”."^
Reconhecendo a necessidade de sensibilidade
intercultural entre os crentes, ele prossegue: “Para atingir
mos as pessoas, devemos tomar consciência das unidades
culturais e das diferenças culturais. Deve haver espaço para
que o evangelho penetre em um dado grupo, sem alterar,
necessariamente, o pano-de-fundo daquele grupo. Isso al
tera o seu senso de valores, mas, mesmo assim continua
mos mexendo com sub-culturas”.®
Os batistas do sul exibem a cura para a “cegueira
quanto a povos”. Eles reconhecem, franca e honestamente,
que as culturas dos muitos povos têm a sua própria inte
gridade, e que a comunicação do evangelho não requer que
sejam violadas essas importantes características humanas.
Essa é a principal razão pela qual os batistas do sul estão
tão adiantados de outras denominações evangêUcas de fun
do anglo-americano, em seus esforços evangelísticos tão
eficazes entre os não-anglos dos Estados Unidos da Améri
ca. Outras denominações que sentem que também deverí
am ministrar a gmpos de minoria precisarão aprender como
se pratica o evangelismo dos tipos E-2 e E-3. Muitos sen-
tem-se atualmente frustrados, porque estão tentando
evangelizar transculturalmente usando métodos que per
tencem ao tipo de evangelismo E-1. Seria mais fácil para os
tais tentarem nadar vestidos em alguma pesada armadura
medieval.
Apóstolos Contemporâneos
O pastor Chuck Smith, da Calvaiy Chapei, em Costa
Mesa, Estado da Califórnia, é um exemplo de apóstolo con
temporâneo. Ele é o pastor-presidente da Calvary Chapei,
a igreja-mãe que ele fundou (para todos os intuitos e pro
pósitos) durante o movimento do Povo de Jesus, nos fins
da década de 1960. Essa igreja local ministra a mais de
vinte e cinco mil pessoas a cada semana, e está crescendo
a uma taxa de cerca de quatro mil por cento a cada década
— provavelmente a maior igreja e de mais rápido cresci
mento na América do Norte.
Não somente Chuck Smith é o pastor da igreja-mãe.
7 Compreendendo O Dom de Missionário 2 1 !
Paulo e Pedro
Tanto Paulo quanto Pedro tinham o tom ministerial
do apostolado, e assim eram reconhecidos pelas igrejas.
Mas Paulo tamt)ém tinha o dom de missionãrio, o que já
não sucedia com Pedro. Paulo era um apóstolo transcul-
tural, ao passo que Pedro era um apóstolo monocultura!.
Pedro, é verdade, tinha alguma experiência transcultural.
Ele foi escolhido para apresentar o evangelho aos gentios,
na casa de Comélio, e isso foi uma experiência extrema
mente difícil pcira ele. Mais tarde, visitou as igrejas gentílicas
em Antioquia; mas quando se viu em situação embaraço
sa, Pedro recusou-se a comer com crentes gentios, e isso
deixou furioso a seu amigo Paulo. E Paulo precisou relatar,
na sua epístola aos Gálatas, como ele resistiu a Pedro na
face, em Antioquia (G1 2.11); e, de uma vez por todas ele
esclareceu que era enviado ã incircuncisão (os gentios),
enquanto Pedro era apóstolo da circuncisão (os judeus) (ver
G1 2.7,8). Pedro tinha dificuldade em situações transcul
turais, principalmente porque ele não tinha o mesmo dom
que fora dado a Paulo.
Não somente Pedro, mas também Tiago e João reco
nheceram que eles eram apóstolos que não tinham sido
214 Descubra Seus Dons Espirituais
Notas
1. Ralph D. Winter, “The Highest PrioriLy: Cross-Cultural Evangelism," Tfic EkirÜi Hear His VofceJ. D.
Douglas, editor (Minneapolis: World Wide Publications, 1975).
2. Os informes usados neste capítulo foram extraídos de um panfleto escrito por Ralph D. Winter, “Penetratlng
The Last Frontiers" (Pasadena: U. S. Center For World Misslons, 1978). E também foram incluídos como um
capítulo no livro de Edward R. Dayton e C. Peter Wagner, editores, Unreadxed Peoples, J979 (Elgin, Illinois:
David C. Cook. 1978).
3. Quanto a uma detalhada discussão sobre isso ver C. Peter Wagner, Our Kíítd o f People (Atlanta: John
Knox Press, 1978).
4. Romo foi citado por Dan Martin, “The Church-Growth Questions,” Home Missiotis (dezembro de 1977),
pág. 19.
5. Idem.
6 Aqueles que quiserem receber mais informações sobre a maré de missões da parte de igrejas asiáticas,
africanas e latino-americanas, deveríam ler os dois livros de Marlin L. Nelson, The How cuvi Why ofThird
World Missions e Rcading in Third World Missions (Pasadena: William Carey Library, 1976).
7. George Grey, "Calvary Chapeis SprouUng Like Mushrooms Over U. S.", The Register (26 de março de
1978). pág. 1.
8. Quanto a maiores informações sobre a Association of Church Missions Committees, escreva para Donald
A. Hamilton. Executive Secretary, 1021 E. Walnut Street. Suite 202, Pasadena. Califórnia, 91106.
9. Quanto a maiores informações sobre o Institute For International Studies, escreva para Ralph D. Winter,
Presidente, U. S. Center For World Mission, 1605, E. Elizabeth Street, Pasadena. Califórnia, 91104.
10. Informações sobre o cux*so por coiTespondéncia podem ser obtidas no endereço acima.
1 1 .0 endereço da Intercristo é Box 9323, Seattle, Washington, 98109.
8
O R esto do C orpo
■
té este ponto, dezesete dons espirituais já foram
discutidos e definidos. Dentre eles, o dom básico
para quem quiser evangelizar o mundo de modo
mais gíobal foi identificado como o dom de missio
nário. E o principal dom, relativo ao crescimento da igreja
local é o dom de evangelista. E o principal dom para a
saúde total da igreja local é o dom de pastor. Esses três
dons, o de pastor, o de evangelista e o de missionário são
tão significativos para o crescimento da igreja, que dedica
mos um capítulo inteiro a cada um deles. E os outros ca
torze dons foram ventilados conforme se relacionam àque
les três dentre os principais, ou naquilo em que ilustram
algum princípio geral dos dons espirituais.
Neste capítulo, serão definidos e discutidos os dez dons
restantes. Preciso reafirmar que eles não são dons secun
dários no que tange ã saúde do Corpo de Cristo, tal como
as orelhas, a língua, os pulmões ou a pele, que são órgãos
secundários para a saúde fisica em geral. No entanto, são
órgãos secundários no tocante à função reprodutora em
ambos os casos. Por conseguinte, visto que este livro con
centra sua atenção sobre o vinculo entre os dons espiritu
ais e o crescimento eclesiástico, esses dez dons serão dis
220 Descubra Seus Dons Espirituais
Dom 9: Conhecimento
Embora os dons gêmeos da sabedoria e do conheci
mento sejam mencionados nessa ordem, no capítulo doze
de 1 Coríntios, estou revertendo aqui a ordem de apresen
tação, porque quero discutir sobre os mesmos em certa
seqüência. O conhecimento tem a ver com a descoberta da
verdade, ao passo que a sabedoria tem a ver com a aplica
ção da verdade ã vida.
O dom de conhecimento ê aquela capacidade especial
que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que
descubram, acumulem, analisem e esclareçam informações
e idéias pertinentes ao crescimento e ao bem-estar dos mem
bros da Igreja.
Muitas vezes tem sido salientado que o termo grego
para esse dom compõe-se de duas palavras, algumas vezes
traduzidas por “palavra de conhecimento”. Também pode
riamos traduzi-las por “capacidade de falar com conheci
mento”. A pessoa dotada desse dom sabe aprender. Deve-
se esperar dela que obtenha a verdade antes de outras pes
soas, e também que origine novas idéias. Tal crente anela
por aprender, sua atenção concentra-se por muito tempo,
e é capaz de absorver e reter imensa quantidade de infor
mações. É um erudito, sempre à vontade com pesquisas, e
com freqüência pode ser encontrado no mundo acadêmico.
A menos que tenha recebido outros dons, que contraba
lancem o dom de conhecimento, o crente dotado do dom de
conhecimento sente pouca necessidade da companhia de
outras pessoas. Sente-se mais à vontade com idéias do que
com indivíduos. A maledicência não é uma das tentações
que atacam esse crente — de fato, a maledicência deixa-o
terrivelmente enfadado.
Algumas vezes, o dom do ensino é associado ao dom
de conhecimento. E daí resulta que o crente dotado dessa
8 O Resto do Corpo 221
Dom 8: Sabedoria
Gosto da analogia de Ralph Neighbour que se vale do
modelo médico para explicar a diferença entre o dom de
conhecimento e o dom de sabedoria.^ O crente dotado do
dom de conhecimento trata as coisas espirituais como um
pesquisador-médico que obtém novos discernimentos quan
to ã flsiologia a genética ou as vacinas. O crente dotado do
dom da sabedoria, por sua vez, é como o médico que tem a
capacidade de diagnosticar os sintomas do enfermo e apli
car os recursos da ciência médica ãquele caso particular.
O dom da sabedoria é aquela capacidade especial que
Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para sonda
rem a mente do Espírito Santo de modo a receberem
discernimento sobre como o conhecimento dado pode ser
melhor aplicado às necessidades específicas que vão sur
gindo no Corpo de Cristo.
Assim, a pessoa dotada do dom da sabedoria sabe
como chegar rapidamente ao âmago de um problema. Tal
crente é dotado de uma mente prática e é um solucionador
8 O Resto do Corpo 223
Dom 7: Misericórdia
O dom da misericórdia é aquela capacidade especial
que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que
sintam genuína empatia e compaixão pelas pessoas, tanto
crentes como incrédulas, que estejam sofrendo aflições fís i
cas, mentais ou emocionais, e para traduzirem essa com
paixão em atos feitos com alegria, que refletem o amor de
Cristo e aliviam o sofrimento humano.
Aqueles que receberam o dom da misericórdia ocu
pam-se das relações com uma pessoa de cada vez. Buscam
alguém que esteja precisando de ajuda e desenvolvem um
ministério pessoal com esse alguém. Eles exibem um amor
prático e cheio de compaixão. A bondade é algo que lhes
parece muito nstural, e isso sem esperar retomo. Se o dom
da exortação ajuda as pessoas prineipalmente com pala
vras de amor, o dom da misericórdia ajuda as pessoas prin
eipalmente por meio de atos de amor.
Os beneficiários do dom da misericórdia são os enfer
mos, os retardados, os prisioneiros, os cegos, os pobres, os
idosos, os deformados, os aleijados, os inválidos, os men
talmente perturbados. Esse dom beneficia tanto a crentes
quanto a incrédulos. Envolve até mesmo dar um copo de
água, no nome de Jesus.
De todo crente espera-se que seja misericordioso. Essa
é uma função que reflete o fruto do Espírito. Mas aqueles
que receberam o dom da misericórdia fazem da compaixão
e da bondade o seu estilo de vida. E não reagem simples
mente diante das emergências, conforme espera-se que fa
çam todos os crentes. Mas continuamente buscam oportu
nidades de mostrar misericórdia pelos miseráveis.
Embora eu não a tenha visitado já faz agora algum
tempo, a Primeira Igreja Batista de Hammond, Estado de
226 Descubra Seus Dons Espirituais
Dom 2: Serviço
Muitas versões traduzem o vocábulo grego por detrás
desse dom como “ministério”. Essa tradução está literal
mente correta. Mas visto que “ministério” é antes uma pa
lavra técnica no jargão religioso, penso que causa menos
confusão chamar esse dom de “serviço”. Mas na esmaga
dora maioria dos casos, esse dom pouco tem a ver com o
homem que funciona como ministro ou pastor de uma igreja
local.
Na verdade, a palavra grega diakonos (ministro ou
servo), que está por detrás deste dom, é a palavra que tam
bém foi traduzida por “diácono,” na maioria das traduções
e versões. Em algumas igrejas e denominações, entretan
to, a descrição do trabalho dos diáconos requer outros dons,
além do dom de serviço. Originalmente, todavia, um diácono
era simplesmente alguém que servia a outias pessoas.
O dom de serviço é a capacidade especial que Deus dá
a certos membros do Corpo de Cristo, afim de identificar as
necessidades não-satisfeitas envolvidas em alguma tarefa
relacionada à obra de Deus, e fazendo uso de recursos dis
poníveis para satisfazer àquelas necessidades de ajuda,
obtendo assim os alvos desejados.
O dom do serviço não opera de pessoa para pessoa,
centrado na pessoa, conforme se vê nos casos dos dons da
misericórdia e de socorros. Volve-se mais para as tarefas a
serem cumpridas. Um serviço usualmente é prestado mais
em favor de alguma instituição e seus alvos, e não tanto
em favor de alguém. Presta-se mais para qualquer tipo de
ajuda. E é um outro daqueles dons que usualmente não
criam manchetes.
Os três dons deste grupo — misericórdia, socorros e
serviço — são essenciais para uma boa saúde do Corpo.
Penso que podem ser achados em quase cada igreja local, e
em números relativamente altos, em comparação com al
8 O Resto do Corpo 229
Dom 1: Profecia
O dom da profecia é aquela capacidade especial que
Deus dá a certos membros do corpo de Cristo para recebe
rem e transmitirem alguma mensagem imediata de Deus ao
Seu povo, através de alguma declaração divinamente ungida.
Visto que a palavra “profecia”, hoje em dia, usual
8 O Resto do Corpo 231
Profecia e Conhecimento
Uma pequena área de desacordo que encontro entre
alguns autores que operam na tradição pentecostal clássi
ca diz respeito ã relação entre o dom de conhecimento e o
dom da profecia. Esses não concordam com a definição do
dom de conhecimento, que propus páginas atrás. Antes,
tendem a definir o dom da “palavra de conhecimento” como
se fosse o dom profético. Tenho estudado esse ponto-de-
vista com extremo cuidado. E uma das coisas que tenho
notado é que esses autores encontram muita dificuldade
para distinguir entre o dom de conhecimento, o dom da
sabedoria e o *hom da profecia. Nos escritos deles, esses
dons são quase sinônimos entre si.
Douglas Wead escreveu um excelente livro, Hear His
Voice, acerca da palavra de conhecimento. Mas conforme
fui lendo-o, chegava à conclusão de que, na verdade, ele
estava escrevendo sobre o dom da profecia, mas chaman
do-o por outro nome. E senti-me gratificado quando che-
guei a uma passagem onde ele admite que “alguns insisti
rão que esse dom deve ser categorizado como parte do dom
da profecia”.^ E eu me considero um desses. Todavia, con
cordo com a declaração seguinte, que diz que sem impor
tar como a chamemos, “essa capacidade de receber infor
mações, através de meios extrasensoriais, era um dom que
operava na Igreja do Novo Testamento, como um dom do
Espírito Santo”.®
Sinto-me aliviado por perceber que nem todos os
pentecostais clássicos pensam dessa maneira acerca do dom
de conhecimento. Donald Gee, para exemplificar, tende a
concordar comigo em que o dom de conhecimento relacio
234 Descubra Seus Dons Espirituais
Notas
1. Raiph W. Neighbour, Jr., This Giftis Mine {Nashville: Broadirian Press, 1740, pág. 72.
2. Michael Green I Believe úi The Holy Spirit (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publíshing Co., 1975), pág.
172.
3. Ver, por exemplo, Harold Horton, The Gifls o/The Spirit (Springfield: Gospel Publishing House, 1975),
capítulos 4 e 5; e Jim McNalr, Loue and Gifts (Minneapolls: Bethany Fellowship, 1976), pág. 26.
4. R. Douglas Wead, Hear His Voice (Carol Stream, II: Creation House, 1976), pág. 100.
5. Idem.
6. Donald Gee, Conceming Spirilual Gifls (Springfield: Gospel Publishing House, 1972), págs. 11 l - l 19.
7. Bruce Yocum, Prophecy (Ann Arbor, Mi.: Word o f Life, 1976).
8. Wead, Hear His Voice, pág. 120.
9. Robert G. TutUe, ThePartakers (Nashville: Abingdon Press, 1974), pág. 82.
10. Harald Bredesen, 'The Gift of Tongues," Logos Journal (março de 1978), págs. 19-24.
11. Green, I Belteve ín The Holy Spirit, pág. 167.
12. Gee, Concemú^ Spiriiual Gifls, pág. 97.
13. Kenneth O. Gangel, You and Your Spiriiual Gift (Chicago: Moody Press, 1975), pág. 59.
14. Isso foi expandido no livro deC. Peter Wagner, W?iaí Are We Afissüíg? (Carol Stream, II.: Creation House,
1978), nono capítulo.
15. Tuttle, The Partakers, pág. 70.
16. Aqueles que desejarem maiores informações sobre esse tipo de ministério deveríam escrever para o The
International Order of St. Luke The Physician, 1161 E. Jersey Street, Elizabeth, NJ 07201.
9
gou por meio dos dons que Ele tem conferido. Esses cinco
passos, tal como este livro em sua inteireza, foram dados
para instrução tanto dos ministros quanto dos leigos. Mas
preciso frisar aqui duas suposições que estou fazendo, como
medida preliminar aos cinco passos. Estou supondo, an
tes de mais nada, que o pastor de sua igreja está convenci
do de que descobrir, desenvolver e usar os dons espirituais
é a vontade de Deus para a sua congregação, e que ele estã
disposto a tomar uma liderança ativa nesse processo. Tam
bém estou supondo que seu pastor quer que a igreja que
ele dirige cresça e creia ser essa a vontade de Deus.
Essas duas suposições estão alicerçadas sobre tudo
quanto tentei dizer no quinto capítulo, o capítulo que fala a
respeito do pastor. O pastor é a pessoa-chave para o cres
cimento de uma igreja local; e, se por uma razão ou outra,
o pastor mostrar-se indiferente ou contrário ao crescimen
to eclesiástico ou aos dons espirituais, meu conselho é que
esses cinco passos sejam adiados, sob pena de abortarem.
Francamente, espero que este livro ajude a mudar a mente
de muitos pasUíores relutantes: mas se este livro, ou ou
tros, ou seminários ou exortações pessoais não consegui
rem este fim, continue o leitor a orar, esperando um tempo
mais oportuno, determinado por Deus.
Notas
1. Aqueles que desejam ajuda na formulação de uma filosoíla geral de ministério para suas igrejas, devem
escrever pedindo o PasLors Platmiiig Workbcxík, em quatro partes, disponível na Fuller Evangelisüc Associalion,
Box 989, Pasadena Califórnia 91102. A segunda parte aborda, especificamente, a questão da filosofia do
ministério.
2. Peter E. Gillquíst, IxiCs QuiL FigJilUxg About The Holij Spirit (Grand Rapids: Zondervan Publlshing House,
1974).
3. O único programa reconhecido de Doutor em Ministério de que tenho ciência concentra-se (em 70%)
sobre a questão do crescimento eclesiástico, publicado pelo Fuller Theological Seminary. Quanto a informa
ções sobre requerimentos tanto sobre crédito quanto sobre auditoria, escreva ao Diretor de Educação Con
tinua. Fuller Theological Seminary, 135 North Oakland Avenue, Pasadena, Califórnia 91101. Os seminários
sobre esse programa cobrem períodos de doze dias.
4. Informações sobre a Clínica de Diagnóstico podem ser obtidas na Fuller Evangelistic Association, Box
989, Pasadena. Califórnia 91102.
5. Muitas denominações têm dignosücadores de igrejas em sua liderança nac.onal e/ou regional. Entre
aqueles que ti*abalham entre as denominações, recomendo Lyle Schaller, Yokefellow Inslltute, 530 N. Bralnard,
Napemlle, Illinois 60540, bem como o pessoal do Departamento de Crescimento Eclesiástico da Fuller
Evangelistic Association, Box 989, Pasadena, Califórnia, 91102, sob a direção de CarI George.
6. Quanto a maiores informações escreva para o Institute for American Church Growth, 150 South Los
Robles Avenue, Suite 600, Pasadena. Califórnia 91101.
7. Ver, por exemplo, C. Peter Wagner, Your Church Can Crow (Glendale: Regai Books. 1976), pãgs. 61 -66.
8. Kent A. Tucker, "A Church Growth Study of The First BaptisL Church of Modesto" (Pasadena: Fuller
Seminaiy, um estudo não-publicado sobre Doutor em Ministério, 1978), pág. 37.
9. Idem, pág. 38.
10. Foi inicialmente publicado no livro de Donald A. McGavran e Win C. Arn, How lo Crow a Church (Glendale:
Regai Books. 1973), pàgs. 89-97.
1 1 , 0 manual The Worker Analysis faz parte da Clinica de Diagnóstico, mencionada acima, mas também
pode ser obtido separadamente da Fuller Evangelistic Association, Box 989, Pasadena, Califórnia 91102.
12. Não podendo obtê-lo em sua livraria evangélica local, escreva para David C. Cook Publishing Co., 850 N.
Grove Ave., Elgin, Illinois 60120.
13. Peça para a West Iridies Mission, Inc. Box 343038, Coral Gables, Florida 33134.
14. Disponível na Fuller Evangelistic Association. Box 989, Pasadena. Califórnia 91102.
15. Disponível na Nazarene Publishing House. 6401 The Paseo. Kansas City, Missouri 64131.
16. Tanto o guia do lider quanto o manual do estudante podem ser solicitados da Fuller Evangelistic
Association, Box 989, Pasadena, Califórnia 91102.
17. Esse “Inventário de Dons Espirituais" pode ser pedido da Western Baptist Seminaiy Bookstore, 5511 S.
E. Hawlhorne Boulevard., Portland, Oregon 97215.
18. Quanto a maiores informações sobre “Nexus," escreva para The Sunday School Board ofThe Southern
Baptist Convention, 127 Ninlh Avenue North, Nashvílle. Tennessee 37234.
A pêndice 1 :
Q ue S ã o os D ons ? — U m S umário
%
Diagnóstico dos Dons
Saudações!
C. P e t e r W a g n e r
%
Apêndice / 269
Passo 1
Passo 2
Quando terminar, dê notas ao seu desempenho no
questionário j^/r meio do gráfico do Questionário Modi
ficado de Wagner, à pág. 289.
Passo 3
Após ter dado notas a si mesmo, volte às págs. 270-
288 e transfira os nomes dos dons espirituais às suas
fileiras correspondentes no gráfico do Questionário
Modificado de Wagner, à pág. 289. A ordem, segundo a
qual os dons aparecem é idêntica á sua ordem no gráfico.
Você quererá estudar as definições dos dons e as
referências bíblicas.
Passo 4
Complete os exercícios da pág. 297 para obter uma
avaliação na tentativa de saber onde seus dons podem
estar para explorar as implicações em seu ministério no
corpo de Cristo.
1. T en h o o desejo de fa
m ensagens diretas da parte de
Deus que edifiquem, exortem 1
ou consolem a outras pessoas.
3 8 . Desfruto cuidar de ja n ta
res de igreja ou de eventos so
ciais.
iÊo
3 9 . Tenho cn do em Deus pelo
im possível e tenho visto isso
acontecer de m aneira tangível.
V
4 6 . Viver mediante um estilo
de vida simples é um desafio V
m otivador para mim.
4 9 . N a verdade, já ouvi um
'
d e m ô n io fa la n d o em voz
audível.
Apêndice / 277
^ 3 T (2) (V (0)
Às
Muito Pouco Vezes Nada
d
á algum grupo de crentes.
7 3 . A oração de intercessão é
um a das m inhas m aneiras fa
voritas de passar o tempo.
gem humana.
( 3) ( 1) ( 0)
Às
Muito Pouco Vezes Nada
y
94. Q uando apresento um a
mensagem pública em línguas,
espero que a m esm a seja inter
pretada.
284 Descubra Seus Dons Espirituais
s
r
abençoado a outras pessoas.
m aneiras tangíveis. V
de o p r e s s õ e s d em
quando tenho orado.
orador.
1 2 1 . A s p essoas pobres m e
aceitam porque prefiro viver no
nível delas.
288 Descubra Seus Dons Espirituais
A 1 26 2- 51 3 76 1 101 f '0
B 2 27 52 77 102J
C 3 28 3 53 78 :» 103
D 4 29 54 79 104 1
E 5 \ 30 55 3 80 3 105 3
F 6 31 56 81 1 106 3 '■'A
G 7 32 1 57 - 82 107 r lO
H 8 - 33 k 58 83 108 1
I 9 - 34 r 59 o 84 3 109 a •• ■ . <o
J 10 1 35 a, 60 i 85 110 ‘
K 11 36 V 61 86 111 ' 'I C\0.7- í,
L 12 37 62 87 112 ‘ ■
M 13 38 63 88 113
N 14 39 64 89 1 114 1 l
g 17 42 ! 67 92 117 \7
R 18 \ 43 68 1 93 1 118 i
s 19 V 44 69 • 94 119 3
T 20 45 70 95 120 T-
U 21 i 46 71 96 121 V \0
V 22 47 72 97 122 o
W 23 48 73 98 123 o
X 24 49 c 74 t 99 124
Y 25 50 75 100 125
■ X ' '____________
Dominantes; 1.
2.
3.
Subordinados: 1.
2.
3.
\
A pêndice 2:
A profundamento T eológico
DESCUBRA, DESENVOLVA
E USE O SEU DOM
1. C o n fu s ã o .
2. R a c io n a liz a ç ã o .
3. A u to -d e c e p ç ã o .
1
A R edescoberta dos
D ons E spirituais
A I gnorância
N ão E Felicidade
Aprofundamento Teológico
Q ue S ão o s D ons?
U ma A bordagem I limitada
Aprofundamento Teológico
Q uatro C oisas Q ue
os D ons N ão São
Aprofundamento Teológico
Aprofundamento Teológico
Aprofundamento Teológico
O Evangelista:
Ó rgão P rimário do C rescimento
Aprofundamento Teológico
C ompreendendo
o D om M issionário
Aprofundamento Teológico
O R esto do C orpo
Aprofundamento Teológico
10
Aprofundamento Teológico