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2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Soraia Daiane Kraisch Daniel
338.4791
D184s Daniel, Soraia Daiane Kraisch
Sociologia do turismo / Soraia Daiane Kraisch Daniel.
Indaial : Uniasselvi, 2011. 211 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-503-1
1. Turismo - Sociologia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
Vamos ao estudo não somente das viagens, mas acima de tudo das
relações da sociedade e suas formas de lazer. Bons estudos!
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO ................................................ 1
VII
4 O TURISMO E A CULTURA .............................................................................................................. 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 64
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 65
VIII
UNIDADE 3 - TURISMO E SOCIEDADE .......................................................................................... 141
IX
X
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
DO TURISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um
deles você encontrará atividades que contribuirão para a reflexão e análise
dos conteúdos explorados.
TÓPICO 2 – O TURISMO
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iremos entender o processo histórico da sociologia, bem como
sua definição, tipologias e outras discussões importantes acerca do tema.
2 ENTENDENDO A SOCIOLOGIA
Você, acadêmico(a), pode estar se fazendo algumas perguntas a respeito do
estudo da sociologia. Por exemplo: Por que estudar a sociedade em que vivemos?
Não basta vivê-la? A sociologia serve para quê? Ao longo deste tópico e dos que
seguirem procuraremos responder a esses questionamentos.
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
TUROS
ESTUDOS FU
4
TÓPICO 1 | O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
2.2 DEFINIÇÃO
Após entendermos o processo histórico e o surgimento da sociologia
podemos iniciar a discussão sobre o que é a sociologia. Embora talvez você já saiba
o que é, faremos algumas considerações importantes sobre o tema, inclusive a
existência de algumas tipologias de sociologia.
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
realidade seria aquilo que nós vemos, apalpamos, no que existe aí. Pergunte a
você mesmo(a): o que é realidade? Veja se sua resposta é parecida com a definição
apresentada.
Outro nome dado a essa teoria foi “funcionalista”: acrescenta algo à teoria
anterior, mas não a modifica fundamentalmente. O funcionalismo acrescenta à
primeira teoria que a realidade, e, principalmente, a sociedade, é o que está aí
também, mas tudo o que existe tem sua função. Para os seguidores dessa teoria
o mundo é organizado, por isso também recebe o nome de funcionalismo, pois,
assim como na natureza, na sociedade todos também têm sua função, em um
organismo social equilibrado.
Você deve estar se questionando: a quem e para que serve essa teoria?
Obviamente ela interessa a quem está por cima, está muito bem e não precisa nem
quer qualquer mudança. Prefere que tudo continue como está. Não é interessante
que alguém tente imaginar uma realidade diferente da atual. Podemos dizer que
quem domina as teorias domina a sociedade, pois estas são as possibilidades de
pensar (ou não) de forma diferente.
Essa teoria histórica nos leva a refletir sobre o lado negativo das coisas: tudo
é precário, vazio e precisa ser preenchido. Essa postura histórica deixa as pessoas
bem mais atentas e alertas. Por exemplo, em um discurso político, são citadas
tantas coisas boas, porém, por mais ações positivas que haja, ainda há algumas
ações que precisam ser realizadas, mas os problemas geralmente não são citados.
Essa teoria explica que por mais absoluto que algo seja não será totalmente.
6
TÓPICO 1 | O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
O nome de teoria crítica vem do grego kritein, que significa julgar. A pessoa
que tem uma visão crítica é aquela que, antes de ver, ouvir ou ler qualquer coisa,
sabe que tudo tem dois lados. Essa teoria também recebe o nome de utópica.
Utópico é algo que ainda não existiu em lugar algum, mas que poderá existir. O
conceito de realidade para esta teoria é bem mais amplo que o da teoria positivista-
funcionalista, pois incorpora o projeto, o futuro. Levando em consideração esse
conceito, as pessoas são mais transformadoras, diferentes da teoria anterior em
que as pessoas são fechadas no presente. Já na teoria histórico-crítica as pessoas
acreditam nas mudanças, pois as coisas nunca estão prontas, acabadas.
7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
TUROS
ESTUDOS FU
TUROS
ESTUDOS FU
Como esta discussão é bastante complexa, já que podem existir vários tipos
e graus de socialismo, não nos aprofundaremos, pois o importante é que façamos
alguns questionamentos sobre o tema:
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
c) Comunismo: é preciso tomar cuidado para não confundir socialismo com comunismo.
O comunismo refere-se a uma teoria revolucionária de Karl Marx, enquanto que o
socialismo trata-se de uma corrente histórica reformista, que ficou mais conhecida
com a Revolução Russa e a experiência da União Soviética. A razão ideal do
comunismo é de não haver mais exploradores e explorados, ou seja, não existiriam
mais classes sociais dominantes ou separadas, e a figura do Estado desapareceria.
Teoricamente, com a realização do comunismo, o poder não estaria mais nas mãos
de alguma classe dominante específica, o que resultaria numa sociedade ideal, sem
classes, sem injustiças e livre de todo tipo de opressão. Dessa maneira, poderíamos
considerar que, até agora, nenhum país fora realmente comunista.
Para esclarecer melhor, vamos ver o que se entende por classe social. Para
Marx, existem duas classes: aquela que detém os meios de produção (o capital) e
aquela que só tem o seu trabalho. De um modo geral, o comunismo busca fazer com
que os meios de produção passem a ser de todos, comuns. Então, se não houver
mais meios de produção, não haverá mais classes. O Estado, no sistema comunista,
é controlado e só faz o que os donos dos meios de produção querem. Mas isso não
acontece de forma rápida: existem algumas etapas como a conquista do Estado
pela classe operária, instalação da ditadura do proletariado, término da burguesia
e por fim o desaparecimento do Estado. Observamos que este comunismo puro, na
prática, não existe em nenhuma sociedade atual.
NOTA
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Obviamente que quem quer manter as coisas como elas estão com mudanças
somente para os trabalhadores adotará a primeira ou a segunda teoria de classe
social, porém, quem quer mudar as estruturas da sociedade, com certeza adotará
a última teoria.
DICAS
12
TÓPICO 1 | O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
LEITURA COMPLEMENTAR
13
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Pelo lado dos cientistas sociais foi aceito o paradigma que definiu o indivíduo
como um ser sócio-histórico, livre em certo sentido, ou seja, até o ponto em que
o exercício dessa liberdade não afetasse a ordem estabelecida pelo alto para a
coletividade.
FONTE: PAULINI, Iramar Ricardo; SILVA, Everaldo da. Cadernos de Sociologia: módulo 1. Indaial:
ASSELVI, 2004. p. 16.
14
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• A classe social pode ser explicada por três principais teorias: a) renda, trabalho
e profissão; b) padrão de vida e de cultura; c) causas dos fenômenos (crítica).
15
AUTOATIVIDADE
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
O TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Há diferentes versões sobre a origem da palavra turismo. Alguns estudiosos
acreditam que sua origem seja francesa, devido à ocupação francesa na Inglaterra
durante o século X até o século XIV, obrigando os ingleses a falar o francês. Outros
afirmam que a palavra deriva de tour, da língua inglesa, que quer dizer volta. Já
o pesquisador suíço Arthur Haulot acredita que a origem é hebraica da palavra
tur que aparece na Bíblia com o significado de viagem de reconhecimento. Antes
de estudarmos o turismo sob um âmbito social, é importante relembrarmos
alguns conceitos básicos. Por isso, neste tópico estudaremos a história, definição e
considerações sobre o desenvolvimento da atividade turística.
2 O TURISMO
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
E
IMPORTANT
Você sabe o que foi o Grand Tour? Este foi um dos marcos da história do
turismo, famoso em todo o mundo, pela forma organizada de se viajar e que deu
origem às agências de viagens. A OMT (2003) explica que o grand tour começou em
meados de 1600 e era um giro pela Europa, destino na época obrigatório aos jovens.
Os participantes do grand tour tinham como objetivo obter novos conhecimentos
e experiências, que, na época, eram forma de status das classes sociais superiores,
e tinham caráter principalmente educacional e cultural. Estas visitas às ruínas e
sítios arqueológicos também incluíam o estudo de arte, arquitetura e história.
18
TÓPICO 2 | O TURISMO
TUROS
ESTUDOS FU
19
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
TUROS
ESTUDOS FU
2.2 CONCEITOS
Apesar de a maioria das pessoas conseguir vincular a atividade turística à
outra atividade, você sabe responder à pergunta: o que é o turismo? Mesmo que
pareça óbvio, muitas vezes esta pergunta nos deixa sem saber por onde começar!
Então buscaremos alguns conceitos de autores para obter uma definição mais
completa sobre o tema.
Algumas das primeiras coisas que nos vêm à mente são férias, passeio,
diversão, família, amigos. Com certeza se você fizer uma pesquisa em livros,
revistas e na internet, vai encontrar vários conceitos. Aqui, porém, começaremos
com aquele da OMT que considera o turismo um “[...] fenômeno que ocorre
das relações quando um ou mais indivíduos se transladam a um ou mais locais
diferentes de sua residência habitual, por um período maior que 24 horas e
menor que 180 dias, sem participar dos mercados de trabalho e capital dos locais
visitados.” (OLIVEIRA, 2000, p. 31).
20
TÓPICO 2 | O TURISMO
2.3 DESENVOLVIMENTO
Já estudamos o surgimento e conceito de turismo, porém fica o desafio:
como esta atividade deve ser ou é desenvolvida? Logicamente não há uma fórmula
pronta e que garanta o sucesso integral da atividade, mas iremos considerar alguns
aspectos importantes a respeito desse tema.
21
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
22
TÓPICO 2 | O TURISMO
NOTA
23
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
Mario Petrocchi
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• O Grand Tour foi a primeira viagem organizada que tem registro e deu início às
agências de viagens.
25
AUTOATIVIDADE
26
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Será que a história do turismo possui uma relação com a própria história da
humanidade? Sim, pois esta atividade está inteiramente ligada às pessoas. Apesar
de depender de uma série de fatores condicionantes para que possa desenvolver-
se, o turismo caracteriza-se ao longo do tempo na realidade de cada geração e
local em que está concentrado. Neste tópico estudaremos a relação entre turismo e
sociedade, bem como seus impactos socioculturais.
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 3 | O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL
NOTA
29
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
E
IMPORTANT
30
TÓPICO 3 | O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL
31
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Mas será que isso realmente acontece? Em muitos casos, observamos uma
situação bem diferente, pois o turismo de massa dificulta o contato entre os turistas
e a população local. Isso ocorre porque poucos se dão conta de que é preciso buscar
alternativas para minimizar os impactos negativos do turismo sobre o cotidiano
da comunidade receptora que, muitas vezes, é chamada de autóctone muda por
ficar calada, sem poder reagir aos efeitos ocasionados pela atividade turística. É
preciso que a comunidade se manifeste e participe ativamente de todo o processo
de desenvolvimento turístico.
32
TÓPICO 3 | O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL
DICAS
As duas primeiras relações são mais frequentes, principalmente no que diz respeito
ao turismo de massa.
Para que o turismo possa ser desenvolvido com qualidade, não são
somente os atrativos turísticos locais que devem ser considerados, mas também a
infraestrutura básica, de acesso e turística. Por isso, a atividade turística geralmente
traz algumas melhorias que podem ser usufruídas também pela comunidade local.
33
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Você sabe como o turismo pode ser forma de inclusão social? Isto pode
ocorrer por meio da valorização humana, da qualidade de vida e da igualdade
social. Esta inclusão no turismo pode acontecer com oportunidades a todas as
pessoas envolvidas direta e indiretamente, inclusive as menos favorecidas, isto por
meio da geração de emprego e complementação de renda; redução da pobreza;
melhorias nas áreas de educação, saúde, infraestrutura; e melhores condições de
vida.
34
TÓPICO 3 | O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
O objetivo do turismo não é modificar o hábito de vida dos seres vivos que
habitam nos destinos, mas sim melhorar a sua qualidade de vida. Por isso é preciso
muito cuidado para que a atividade turística não seja uma mera encenação e faz
de conta.
Agora que você já viu alguns impactos negativos do turismo, você sabe como
podemos evitar ou amenizar alguns desses problemas? Com o desenvolvimento
do turismo é fundamental a participação dos sujeitos na definição dos limites
de exploração, visando garantir sua sustentabilidade. Por isso estamos fazendo
essa reflexão e discussão juntos, pois pretendemos alertar sobre os impactos do
desenvolvimento de uma atividade que possui lugar de destaque no cenário
econômico mundial e que necessita de prevenção quanto às propostas realizadas.
E
IMPORTANT
LEITURA COMPLEMENTAR
O TURISMO NA SOCIEDADE
Pode-se perceber que vários autores já estão atentos aos danos que o turismo
clássico traz. Além de usar completamente o espaço físico e social da localidade, a
mão de obra, os serviços e equipamentos se isolam em seu mundo de “fantasias”
não interagindo com a população, deixando-a fora da atividade e cada vez mais
acarretando danos a ela. O turismo de massa é uma ilusão que destrói os mesmos
lugares que são visitados, isso também porque o espaço geográfico é limitado não
comportando a capacidade de carga que a ele se atribui. Visa também ao uso intenso
da localidade sem se preocupar com o turismo sustentável, fazendo com que haja a
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
saturação dos bens naturais e culturais. Isto pode ser percebido através dos impactos
mais visíveis que são: a poluição das águas de lagos (onde os esgotos de muitos
hotéis são soltos), a poluição visual, o desmatamento sem medidas de áreas naturais
para liberação de maiores espaços para comportar um maior número de turistas,
a venda de espécie de flores raras de forma intensa e desvalorizada etc. Tudo isso
começa a atingir o ambiente natural e rapidamente chega à civilização social. No
final das contas, o prejuízo é tão grande que a localidade não possuirá atrativos
para continuar atraindo os turistas de outra hora, e não haverá, a um “curto” prazo,
medidas favoráveis para assegurar a geração da renda local.
Outro fator que se pode abordar nesta interação entre sociedade e turismo
são os conflitos de interesses, em que disputam aqueles que lutam por um lucro
38
TÓPICO 3 | O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL
39
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
FONTE: XAVIER, Adriana Cristina. O papel social do turismo. Caderno Virtual de Turismo, Rio de
Janeiro, v. 6, n. 1, p. 9-15, 2006.
40
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
41
AUTOATIVIDADE
2 O que você entende por sustentabilidade social? Qual a sua ligação com o
turismo?
42
UNIDADE 1
TÓPICO 4
SOCIOLOGIA DO TURISMO
1 INTRODUÇÃO
Faremos aqui algumas reflexões sobre o conhecimento do turismo a partir
do olhar da sociologia, reconhecendo a especialidade “Sociologia do Turismo”.
ATENCAO
43
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Seguindo esta linha do tempo existe um livro ainda mais polêmico que o
mencionado anteriormente, Los Mitos del Turismo, no qual é feita uma denúncia
do modelo de turismo espanhol, classificado como a venda de terra aos estrangeiros
e a renúncia à soberania nacional, afirmando que os turistas são invasores sem
exército. Na década de 1979 também aparece o primeiro livro teórico sobre
sociologia dedicado ao turismo, Sociologia do Turismo, Knebel, 1974. Mas para a
surpresa de muitos, o livro mais aceito pelos cursos de turismo não foi escrito por
um sociólogo, mas, sim, por um doutor em ciências econômicas, pesquisador e
assessor de organismos internacionais de turismo. Trata-se da obra Sociologia do
Turismo: para uma Nova Compreensão do Lazer e das Viagens, escrito na década
de 1980, por Jost Krippendorf.
DICAS
44
TÓPICO 4 | SOCIOLOGIA DO TURISMO
Todas as obras relacionadas deram sua contribuição para a visão que temos
hoje da sociologia do turismo, porém Barretto (2003) alerta para o fato de a maioria
dos estudos do turismo, tanto no Brasil quanto no exterior, estarem focalizados nos
impactos da cultura, nos processos de aculturação e na questão da autenticidade.
Menos atenção têm recebido temas como: alteridade, constituição da diferença,
relações de gênero, relações interétnicas no trabalho, modos de produção e
representações sociais. Como no turismo encontramos alguns problemas tais como
emprego de muita mão de obra feminina e de minorias étnicas excluídas, sendo
uma atividade emblemática do capitalismo, os temas anteriormente elencados
encontram um rico campo de pesquisa para esses grandes temas das ciências
sociais.
45
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
A partir disso, o caminho que iremos percorrer envolve uma sociologia que
está entre o global e o local, mas o local não significa a ideia de uma comunidade
específica. Também envolve as emoções, que têm se constituído em objeto de estudo
sociológico, dimensão esta que se encontra no centro da experiência turística,
configurando-se um conjunto de relações específicas entre corpo e espaço. O
global, por outro lado, representa condicionantes estruturais que, para o turismo,
compreendem novas mobilidades espaço-temporais. (GUIMARÃES, 2008).
46
TÓPICO 4 | SOCIOLOGIA DO TURISMO
Com essas reflexões você pode questionar, mas o turismo não é um negócio?
Obviamente que sim, porém, com essa discussão, estamos buscando alertar para
o cuidado que a sociedade capitalista deve ter em não tratar o turismo somente
sob os paradigmas econômicos. Você deve se lembrar da discussão no tópico
anterior sobre as dimensões da sustentabilidade. Analisar o turismo apenas como
um negócio é esquecer a dimensão social, ou seja, “enxergar os turistas não como
pessoas, mas como simples portadores de dinheiro.” (BARRETTO, 2003, p. 21).
47
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
O objetivo deste tópico não foi aprofundar a literatura que trata da relação
entre sociologia e turismo, mas apenas partir de alguns pontos que instiguem você
para a discussão da contribuição da sociologia para o estudo do turismo.
DICAS
Cabe a você aprofundar este estudo, por isso recomendo a leitura da obra: DANN,
Graham; COHEN, Eric. Sociology and tourism. Annals of Tourism Research. USA: Pergamon
Press, 1991. p. 155-169. v. 18.
48
TÓPICO 4 | SOCIOLOGIA DO TURISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
49
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
FONTE: PÉREZ, Xerardo Pereiro. Turismo Cultural: uma visão antropológica. Tenerife: Aca
y Pasos, 2009. (Colección PASOS Edita, número 2). Disponível em: <http://www.
pasosonline.org>. Acesso em: 14 set. 2011.
50
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
• Os estudos em turismo têm recebido mais importância por parte dos antropólogos
e geógrafos que dos sociólogos, constituindo-se um rico campo de pesquisas na
relação turismo e sociologia.
• O turismo não deve ser tratado somente como negócio e esquecer a dimensão
social, ou seja, das pessoas envolvidas.
51
AUTOATIVIDADE
52
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Além da grande importância do turismo sob um aspecto socioeconômico,
ele se tornou também uma das forças transformadoras do mundo pós-industrial.
O turismo, juntamente com as novas tecnologias, vem redesenhando as estruturas
mundiais, influenciando a globalização, os novos blocos econômicos e a nova ordem
social. Houve uma ruptura com o passado, seja com as sociedades industrializadas,
com a modernidade, marcando os séculos XIX e XX, ou com antigas formações
sociais, culturais e econômicas. (TRIGO, 2000).
2 CONCEITO DE SOCIEDADE
A palavra sociedade está presente em nosso vocabulário e discussões
diárias, mas você é capaz de definir sociedade? Por ser um tema complexo e amplo,
muitas vezes esta resposta torna-se difícil. Então buscaremos algumas discussões a
respeito do conceito de sociedade.
53
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
NOTA
Como esta é uma discussão muito complexa, podemos considerar que, para
se integrar e formar suas comunidades, os sujeitos participam voluntariamente, ou
não, do ambiente social. Souza (1990) chama atenção para a confusão decorrente
da participação em alguns processos de dominação, caracterizando o que o
autor chama de contraparticipação. Por causa dessas intitulações falsas, alguns
processos se encontram desgastados como, por exemplo, aqueles relacionados ao
poder público. Cordioli (2001, p. 23) destaca que a participação não é somente estar
presente em algum lugar, é, sobretudo, “[...] emitir opinião, analisar, questionar,
concordar, discordar, propor, decidir, avaliar, enfim ser elemento integrante”.
54
TÓPICO 5 | O TURISMO NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
podem trazer soluções para muitos problemas. Nesse processo de integração, não
se pode esquecer de que a comunidade local tem um profundo conhecimento do
espaço em que reside, por isso pode contribuir significativamente para que as
decisões governamentais correspondam às expectativas locais.
O homem, definido pelo poeta clássico grego Píndaro como "aquele que
esquece", "o esquecedor", pensou que a máquina poderia ajudá-lo a lembrar. Mas
a máquina multiplicou o número de informações com que o homem lida a cada
dia, chegando a níveis absurdos. Hoje uma pessoa pode ter acesso num só dia
a um número equivalente de informações que um sujeito teria a vida inteira na
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Idade Média. De acordo com uma pesquisa recente feita pela Price Waterhouse,
o volume de conhecimento necessário para se manter atualizado no mundo dos
negócios dobra a cada ano. [...] Os cérebros se tornam verdadeiras esponjas,
onde a informação entra num momento e, já descartável, é atirada ao lixo da
memória, logo em seguida. As pessoas se expõem ao estresse informativo,
recebendo esse bombardeio desordenado, sem ter controle sobre isso e sem
saber como se proteger, ou pelo menos, como selecionar de maneira correta.
(LUCCI, 2011, [s.p.]).
Obviamente que isto não quer dizer que o setor secundário (indústria) tenha
se tornado insignificante. É que, neste novo período, a economia internacional está
ampliando seus espaços para o setor terciário, que abrange comércio, finanças,
transporte, saúde, educação, publicidade e propaganda, administração pública e
privada, comunicações, artes e cultura, lazer e turismo etc. (TRIGO, 2000).
TUROS
ESTUDOS FU
Apesar de os temas lazer e turismo estarem interligados, iremos nos ater neste
momento somente à importância do turismo na sociedade pós-industrial. O lazer será
discutido na próxima unidade.
56
TÓPICO 5 | O TURISMO NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
ATENCAO
57
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Mas você acredita que trabalhar com o turismo seja mais divertido,
tranquilo e fácil que em outras áreas, como, por exemplo, na indústria? No início
das atividades turísticas, provavelmente a grande maioria das pessoas tivesse este
pensamento, porém, ao longo do tempo, observamos que cada vez mais o turismo
necessita de mão de obra especializada. Não basta simplesmente ter boa aparência
e saber se relacionar com as pessoas, embora estes sejam requisitos importantes.
58
TÓPICO 5 | O TURISMO NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
4 O TURISMO E A CULTURA
Antes de falarmos sobre a relação entre turismo e cultura, é importante
relacionarmos as motivações dos turistas e viajantes. Para que, afinal, as pessoas
viajam?
Quem sai de sua cidade e chega a outro país para se internar nos
shopping centers, comer fast food e ler seu jornal preferido ou assistir a
seu canal predileto viajou espacialmente e não saiu de “casa”, continua
sempre no mesmo lugar existencial e cultural, com uma mesma atitude
perante o mundo.
59
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
Você consegue definir cultura? Não é uma resposta tão fácil, porém Da
Matta (1981) afirma que a cultura é um conceito chave para a interpretação social,
a maneira de viver de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Considerando a
realidade vivida atualmente, em uma sociedade globalizada e constituída por
princípios capitalistas, o conceito de cultura modificou-se, acompanhando os
demais avanços. Segundo Ortiz (1996), a cultura contemporânea e a tecnologia
fazem parte de uma mesma realidade, possuindo várias implicações. Exemplos
dessas manifestações técnicas e culturais são o cinema, a televisão, o vídeo, a
fotografia e o rádio.
Coriolano (2003b, p. 28) afirma que “[...] o que globaliza separa” e, portanto,
“[...] só é possível humanizar a partir do local”. Contudo, o desenvolvimento para
a escala humana e o turismo voltado ao local necessitam de políticas condizentes,
ou seja, “[...] implementar atividades de revalorização do lugar e das pessoas.” (p.
30).
60
TÓPICO 5 | O TURISMO NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
NOTA
61
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TURISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
62
TÓPICO 5 | O TURISMO NA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
Há pessoas com boas condições financeiras, que viajam por prazer, mas elas
correspondem à minoria da população brasileira.
O turismo e o lazer existem hoje por causa dos valores aderidos em nossa
sociedade. Através dessas atividades nós relaxamos e nos descontraímos. Mas,
mesmo que seja um momento de descanso, não podemos nos esquecer de que temos
de tomar conta do local em que estamos, seja em uma cidade turística, como Paris,
Sidney ou Natal, ou no meio ambiente, fazendo ecoturismo pelo Sertão Veredas,
Fernando de Noronha. Só que não se pode esquecer de que o local em que está é
um patrimônio. Se este for destruído, os animais, as árvores, o passado e a história
de diversas culturas se dissolverão no tempo e se perderão para sempre.
63
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você estudou que:
• A história pós-Segunda Guerra Mundial foi marcada por conflitos e clima tenso,
que também teve repercussão no turismo. No entanto houve aspectos positivos:
o desenvolvimento e a disseminação das novas tecnologias, a globalização dos
mercados internacionais e a abertura de novas áreas ao turismo.
65
66
UNIDADE 2
O LAZER E A SOCIEDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que contribuirão para a reflexão e análise dos conteú-
dos explorados.
TÓPICO 4 – LAZER
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
1 INTRODUÇÃO
Como já vimos na unidade anterior, as revoluções francesa e industrial
provocaram uma série de transformações na sociedade. Novas situações, como o
aumento da urbanização, do número de suicídios, das epidemias, não conseguiam
ser explicadas pelos filósofos da época. Os que eram bem conservadores não
admitiam que a sociedade moderna não priorizasse valores como a família, religião
ou grupo social.
E
IMPORTANT
2 ÉMILE DURKHEIM
Antes de falarmos sobre as principais ideias de Émile Durkeim, vamos
conhecer um pouco de sua vida. Nasceu em 15 de agosto de 1858, em Epinal, França,
e era filho de judeus. Formou-se em Direito e Economia, mas todas suas obras são
dedicadas à sociologia. Acredita-se que sua morte, ocorrida em 15 de dezembro de
1917, tenha relação com a tristeza pela perda do filho na guerra no ano anterior. Foi
com Durkheim que, na segunda metade do século XIX, a sociologia passa a existir
com objeto, método e objetivos claros e definidos. (PAULINI; SILVA, 2004).
69
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
70
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
Generalidade: todo fato social deve ser geral, ou seja, se repetir em todos os
indivíduos ou na sua maioria. Neste sentido referem-se a um estado comum de
um grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a
moral.
71
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E
IMPORTANT
Suas principais obras são: Da Divisão do Trabalho Social (1893); Regras do Método
Sociológico (1895); O Suicídio (1897); As Formas Elementares de Vida Religiosa (1912). Fundou
também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo
inteiro.
Segundo Émile Durkheim, todo fervor no final do século XIX causado pela
relação capital x trabalho era uma questão moral, pois o surgimento de tantos
conflitos era fruto da falta de instituições e normas integradoras. Esta seria a razão
para a não produção de solidariedade na divisão do trabalho.
3 KARL MARX
E sobre Marx, qual será sua história e seus princípios? Primeiramente
é interessante saber que Karl Marx nasceu no dia 5 de maio de 1818, em Tríer,
província alemã do Reno. Foi economista, historiador, sociólogo e socialista
alemão. Perdeu a razão de viver após a morte de sua esposa em 1881 e de sua filha
mais velha em 1882, vindo a falecer em 14 de março de 1883. Venerado por milhões
de operários de vários países, em sua lápide está escrito: “Operários de todos os
países, uni-vos!” (PAULINI; SILVA, 2004, p. 34).
72
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
Dias (2000) relata um fato interessante ocorrido com Marx aos 17 anos: seu
professor pede para que faça uma dissertação sobre o seguinte tema: reflexões de
um jovem a propósito da escolha de uma profissão. Na dissertação desenvolveu
ideias que o acompanharam durante toda sua vida. Primeiramente menciona que
o homem feliz é aquele que faz os outros felizes, sendo a melhor profissão aquela
que consegue proporcionar a felicidade ao maior número de pessoas. Também
escreve que na vida das pessoas sempre haverá obstáculos e dificuldades, pois
são estes que fazem suas vidas se desenvolverem, mesmo sem ter condições para
resolvê-las.
73
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
Uma de suas primeiras obras foi O Manifesto Comunista, em 1848, porém seu
trabalho mais importante foi O Capital, que teve seu primeiro volume publicado
em vida, mas os demais volumes foram publicados por Engels após sua morte, seu
parceiro de vários trabalhos. Embora Marx não tenha vivido para ver a aplicação de
suas ideias na prática, seu trabalho influenciou a formação dos regimes comunistas
no início do século XX. Sobre o comunismo já comentamos na Unidade 1.
E
IMPORTANT
Conforme Paulini e Silva (2004), Karl Marx foi financiado pelo amigo
Friedrich Engels, pois o único emprego remunerado que teve foi de secretário de
ferrovia, mas foi demitido porque sua caligrafia era péssima. Tinha um grande
domínio sobre os assuntos relacionados à Ciência Econômica, contribuindo muito
para o campo da economia. Seus trabalhos mais importantes são anteriores aos de
Durkheim, mas, ao contrário deste, era discreto quanto à ideia de que a sociologia
pudesse englobar leis gerais e externas como as das ciências naturais. “Para Marx,
cada época histórica é construída em torno de um tipo específico de produção
econômica, organização de trabalho e controle de propriedade, criando sua própria
dinâmica”. (p. 36).
Mesmo que as obras de Marx não tenham relação direta com os estudos
das ciências sociais, ele proporcionou uma grande contribuição para a sociologia.
Trouxe para a teoria o método dialético, definido por Engels como aquele que “[...]
considera as coisas e os conceitos no seu encadeamento, suas relações mútuas,
sua ação recíproca e as decorrentes modificações mútuas, seu nascimento, seu
desenvolvimento, sua decadência”. (DIAS, 2000, p. 38). O método dialético de Karl
Marx possui quatro características fundamentais:
• a mudança qualitativa;
74
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
Mas afinal você sabe o que é marxismo? Para que consiga entender
melhor vamos compará-lo com o positivismo, movimento já estudado na unidade
anterior. Enquanto o positivismo preocupa-se principalmente com a manutenção
e a preservação da nova sociedade capitalista, o marxismo irá criticar este tipo de
ordem social, destacando seus antagonismos e contradições.
75
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E
IMPORTANT
4 MAX WEBER
Max Weber, você sabe quem foi? Nasceu em Erfurt, Turíngia, no dia 21 de abril
de 1864. Casou-se em 1893 e um ano mais tarde tornou-se professor de economia na
Universidade de Freiburg, transferindo-se para Heidelberg em 1896. Dois anos
depois teve que se afastar da docência devido a algumas perturbações nervosas,
voltando à atividade somente em 1903. Neste período somente lecionou aulas
particulares e raramente proferiu conferências. Faleceu em 14 de junho de 1920,
em Munique. (PAULINI; SILVA, 2004).
76
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
Max Weber foi um dos mais importantes pensadores do século XX. Além
de professor participou da comissão que redigiu a Constituição da República de
Weimar, sendo também diretor da revista Arquivo de Ciências Sociais e Política Social
e colaborador do Jornal de Frankfurt. (DIAS, 2000).
77
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E
IMPORTANT
78
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
NOTA
Embora o Brasil tenha tido vários cientistas sociais que se destacaram na elaboração
teórica, destaco Florestan Fernandes (1920-1995), por ser o fundador e principal representante
da Sociologia crítica do Brasil. Nasceu em São Paulo e seu trabalho de professor é reconhecido
internacionalmente. Entre seus alunos mais conhecidos estão: Fernando Henrique Cardoso,
Octavio Ianni, Paul Singer e Eunice Durham.
79
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
EXÉQUIAS
– Coitadinho.
De Rodopião:
– Como ele está corado!
80
TÓPICO 1 | OS PENSAMENTOS CLÁSSICOS
Judite sacudia a cabeça, sem muita convicção. A capela onde estava sendo velado
Rodopião lotara e as pessoas começavam a invadir o velório de Dozinho, olhando
com interesse para o morto desconhecido, mas sem tomar intimidades. Magarra quis
saber quem era o figurão da capela ao lado. Estava ressentido com aquela afluência.
Dozinho é que merecia uma despedida assim. Um homem grisalho explicou para
Magarra quem era Rodopião. Deu todos os seus títulos. Magarra ficou ainda mais
revoltado. Não era homem de aceitar o destino e as suas ironias sem uma briga.
Apontou com o queixo para Dozinho e disse:
Em pouco tempo a notícia se espalhou. Estavam sendo velados ali não um,
mas dois notáveis da nação. A frequência na capela de Dozinho aumentou. Magarra
circulava entre os grupos enriquecendo a biografia de Cardoso.
Também revelou que Cardoso fora um dos inventores do raio laser, só que
um americano roubara a sua parte. E tivera um caso com a Maria Callas na Europa.
Algumas pessoas até se lembravam.
– Grande perda.
– Nem me fale – respondia Magarra.
81
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E chorou, sinceramente.
FONTE: PAULINI, Iramar Ricardo; SILVA, Everaldo da. Cadernos de Sociologia: Módulo 2. 2. ed.
Indaial: ASSELVI, 2004. p. 55-58.
82
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber contribuíram muito para a sociologia.
• Foi a partir de Durkheim que a sociologia passou a ser vista como ciência.
• Com Marx a sociologia assume uma visão mais crítica, buscando substituir o
sistema capitalista. Busca unir a teoria com a prática, abordando assuntos bem
variados como filosofia, política, história, religião e economia.
• Para Weber a sociologia era construída como objetos dos problemas sociais e
culturais mediados de alguma maneira pela economia.
• Weber discordava de Marx, pois para ele o surgimento do capitalismo não era
somente ocasionado pelas transformações econômicas, mas ideias e valores
culturais também ajudavam a constituir a sociedade, influenciada por ações
individuais.
83
AUTOATIVIDADE
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2
OS MOVIMENTOS SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Os movimentos sociais são, em geral, a reunião de pessoas em forma de
movimento lutando pela conquista de algum ideal em comum. Em uma concepção
política, são compostos pelo povo, que normalmente é excluído de algum direito,
como, por exemplo, os sem-teto e o MST (Movimento dos Sem-Terra). Iremos ao
longo deste tópico estudar outros conceitos, discussões e exemplos a respeito deste
tema.
2 OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Primeiramente, vamos conhecer e definir os agrupamentos sociais, para
posteriormente relacioná-los com os movimentos sociais. Grupo, multidão,
público, massa. Quais são as características de cada tipo de agrupamento social?
Para a sociologia “[...] grupo social é toda reunião mais ou menos estável
de duas ou mais pessoas associadas pela interação. Devido à interação social, os
grupos têm de manter alguma forma de organização, no sentido de realizar ações
conjuntas de interesse comum a todos os seus membros”. (OLIVEIRA, 2004, p. 65).
85
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
• interação social: é preciso que os indivíduos interajam uns com os outros no interior
do grupo;
86
TÓPICO 2 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
87
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
TUROS
ESTUDOS FU
No texto complementar deste tópico você verá mais explicações sobre o carisma
e o sentido da liderança.
88
TÓPICO 2 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
89
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
• contra ações do poder público que sejam consideradas prejudiciais aos interesses
da população, como, por exemplo, determinada política econômica ou uma
legislação que possa prejudicar os trabalhadores;
E
IMPORTANT
Quando falamos dos movimentos sociais discutimos também a luta pelo poder,
pois nos grupos sociais pode haver pessoas que querem ter um papel de destaque. Alguns
líderes às vezes se aproveitam da situação, esquecendo-se da causa coletiva e acabam lutando
por causas pessoais. Neste contexto temos como conceito geral de poder a capacidade
ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode se referir a indivíduos e a grupos
humanos como a objetos ou a fenômenos naturais. Na questão social muitas vezes o poder
pode relacionar-se com a capacidade do homem em determinar o comportamento do outro.
90
TÓPICO 2 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
91
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
92
TÓPICO 2 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Para Vita (1994) apesar da repressão do regime militar nos anos 70, buscando
confirmar o mito da passividade das classes dominantes brasileiras, a população
urbana começou a ressurgir em duas frentes principais: nos movimentos grevistas
e de uma renovação no movimento social; e nos movimentos sociais que surgiram
para garantir melhores condições de vida nas cidades.
NOTA
93
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E
IMPORTANT
94
TÓPICO 2 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
O SENTIDO DA LIDERANÇA
Costuma-se dizer que a liderança faz o mundo andar. O amor, sem dúvida,
facilita o caminho. Mas o amor é um compromisso privado entre duas pessoas
conscientes, enquanto a liderança é um compromisso público com a História.
95
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
Entretanto, mesmo líderes mais respeitados devem ser vistos com certa
cautela. Líderes não são semideuses: eles comem e se vestem como qualquer outro
ser humano. Nenhum líder é infalível, e cada líder dever ser lembrado disso o
tempo todo.
FONTE: Adaptado de: SCHLESINGER, Arthur M. Júnior. O sentido da liderança. In: VAIL, John J.
Fidel Castro. Boston: Houghton-Mifflin, 1978. p. 7-11.
96
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
97
AUTOATIVIDADE
a) multidão;
b) público;
c) massa.
98
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, entre vários outros asuntos, abordaremos a relação entre
a estrutura social e a estratificação: as castas, os estamentos e as classes sociais.
Também veremos as várias formas de desigualdade social e a diversidade das
explicações teóricas.
99
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
do que para ser carteiro, logo, a sociedade determina como justo o salário de um
ser maior que o do outro).
E
IMPORTANT
101
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
- classes sociais: mais comum que as anteriores, pois ocorre nas sociedades
capitalistas. Somente lembrando o que vimos no tópico anterior: para Marx
a história da humanidade é “a história da luta de classes”. Para ele há duas
grandes classes no capitalismo: a burguesia (proprietários do meio de produção)
e o proletariado ou classe operária (a força de trabalho). No entanto as classes
102
TÓPICO 3 | SISTEMAS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
NOTA
103
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
104
TÓPICO 3 | SISTEMAS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
105
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Dimas Floriani
106
TÓPICO 3 | SISTEMAS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
• a liberdade de ir e vir;
107
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
108
AUTOATIVIDADE
109
110
UNIDADE 2
TÓPICO 4
LAZER
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos as questões mais conceituais relativas ao lazer,
relacionando e diferenciando o tema com conceitos de trabalho, ócio e tempo livre.
Como estes temas estão interligados, é muito comum ocorrer uma confusão de
compreensão, daí a importância deste estudo. Vamos lá!
2 TRABALHO
Não podemos deixar de estudar lazer sem falar primeiramente em trabalho,
pois, em geral, falamos que estamos fazendo alguma atividade de lazer quando
não estamos trabalhando. Veremos a evolução dessa discussão e alguns conceitos
sobre o tema.
111
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
Conforme Magalhães (2011), o lazer pode ser uma das opções de atividades
que realizamos no tempo libertado do trabalho, pois temos outras tarefas ditas
obrigatórias. Os trabalhos domésticos e as atividades de manutenção são exemplos
dessas tarefas.
112
TÓPICO 4 | LAZER
A figura anterior faz parte do filme Tempos Modernos, último filme mudo
de Charles Chaplin. Tenta ilustrar a realidade dos Estados Unidos após a crise
de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando
grande parte da população ao desemprego e à fome. O filme focaliza a vida na
sociedade industrial caracterizada pela produção, com base no sistema de linha
de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à modernidade e ao
capitalismo representado pelo modelo de industrialização, no qual o operário é
engolido pelo poder do capital e perseguido por suas ideias perturbadoras.
113
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
3 ÓCIO
Muitas vezes a palavra lazer é confundida com tempo livre e ócio. Pode-
se gastar o tempo livre sem executar nenhuma ação, é o tempo de puro ócio, de
contemplação. Já lazer consiste em ações desenvolvidas durante o tempo livre,
mas este conceito veremos mais adiante. (RODRIGUES, 1998).
Por outro lado, o ócio representa algo mais do que essas categorias, ele
está no âmbito do liberatório, do gratuito, do hedonismo e do pessoal, sendo estes
fatores não condicionados inteiramente pelo social e, sim, pelo modo de viver de
cada um, relacionado com o prazer da experiência.
114
TÓPICO 4 | LAZER
Antes de partirmos para outros temas, podemos afirmar que uma das
características dos estudos de ócio é a carência de consenso generalizado em suas
abordagens básicas. No entendimento de Cuenca (2003), tal fato não representa
um problema, pois o ócio por si representa um objeto numa realidade complexa e
mutável com vínculos no social, no subjetivo e no tradicional.
4 TEMPO LIVRE
Você já deve ter ouvido a expressão: “Tempo é dinheiro”. Pois bem, cada
vez mais o tempo torna-se algo escasso para o homem urbano.
O tempo não é mais definido pelo indivíduo, mas sim pela sociedade.
O tempo de lazer é aquele dedicado quando já foram desempenhadas todas as
demais obrigações: profissionais, familiares, socioespirituais e sociopolíticas.
115
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
NOTA
5 LAZER
Continuando nosso estudo sobre o conceito dos termos, o que é o lazer?
Para responder a esta pergunta, precisamos entender um pouco da história
sobre o lazer. Primeiramente devemos lembrar que antes da era industrial as
pessoas moravam e trabalhavam na área rural, sendo o trabalho orientado pelas
estações do ano. Com isto surgiam períodos de pausa que, na época, davam vez
a manifestações religiosas (cantos, celebrações e cerimoniais) que ainda não eram
vistas como lazer.
116
TÓPICO 4 | LAZER
A palavra lazer deriva do latim licere e significa ser lícito, ser permitido. Você
consegue definir lazer? Num primeiro momento posso dizer que lazer é a forma de utilizar
meu tempo com alguma atividade que eu gosto de fazer, podendo esta atividade
variar conforme vários fatores como: meu estado emocional, o clima, o tempo
disponível, o lugar etc.
117
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
Existe hoje uma classificação que divide o lazer em cinco tipos que,
conforme Sá e Cabral (2011), são:
• lazer recreativo: é o tipo de lazer que faz uso da terapia ocupacional das pessoas.
Para as crianças, seriam os parquinhos, o playground, as praças, e, para os mais
velhos, os locais com bancos fixos e mesas para jogos de cartas, dominós, xadrez,
conversas etc.;
118
TÓPICO 4 | LAZER
• lazer cultural: envolve a cultura de alguma forma, seja por meio de apresentação,
de ensinamento ou de conhecimento. É o tipo de lazer que, além de satisfazer
o desejo de diversão e entretenimento, é indispensável para a produção de
conhecimentos que contribuam até para a solução dos graves problemas que
comprometem o desenvolvimento do país. Este tipo de lazer necessita de espaços
bem projetados para a realização de manifestações culturais, apresentações
teatrais, musicais, entre outros;
• lazer esportivo: é uma realidade que propõe benefícios à saúde física e mental
dos frequentadores. Esse tipo de lazer necessita de espaços como campo de
futebol, quadras poliesportivas, pistas de Cooper, área para ginástica, piscinas
e/ou qualquer equipamento para a realização da prática esportiva;
DICAS
Uma discussão mais ampla sobre o lazer e sua ligação com outras áreas faremos
no Tópico 5 desta unidade.
119
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
E
IMPORTANT
Conforme nossa discussão sobre trabalho, ócio, tempo livre e lazer, podemos
relembrar:
- atualmente as pessoas separam o tempo de trabalho e o tempo dedicado às atividades fora
dele, ou seja, tempo “preso” e tempo livre;
- pode-se gastar o tempo livre sem executar nenhuma ação, é o tempo de puro ócio, de
contemplação. Já lazer consiste em ações desenvolvidas durante o tempo livre.
LEITURA COMPLEMENTAR
LAZER E TRABALHO
Norberto Santos
Durante muito tempo, o tempo livre foi entendido apenas como o tempo
necessário para o trabalhador operário retemperar forças e descansar, de forma a
que, nos períodos de emprego que se seguissem, pudesse atingir o máximo da sua
prestação. Legado da revolução burguesa, esta relação entre tempo de trabalho e
tempo livre levou o proletário a lutar pelo trabalho e o burguês ao ócio continuado
e criou uma situação caricata: os donos do dinheiro eram poucos e tinham quase
tudo (tempo incluído), enquanto os proletários, que nada tinham a não ser a sua
força de trabalho, não conseguiam dinheiro para comprar o que produziam e não
tinham tempo para comprar ou consumir. Ficou-se à beira de uma superprodução
que não tinha como ser escoada, porque o mercado não funcionava devidamente.
A oferta excessiva não encontrava uma procura ajustada.
120
TÓPICO 4 | LAZER
121
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
• O ócio é desenvolvido no tempo livre com atividades que não tenham nenhum
compromisso social, somente de relaxamento e distração consigo mesmo. Em
termos populares, é o “não fazer nada”.
• Outro fator importante do tempo livre é que nele podemos exercer nosso papel
de sujeitos livres, pois no modelo industrial, no tempo dedicado às atividades
laborais, muitas vezes precisamos assumir o papel de dominados.
122
AUTOATIVIDADE
2 Levando em consideração que o lazer pode ser realizado por várias faixas
etárias, faça uma pesquisa sobre possibilidades de atividades para:
a) crianças;
b) jovens;
c) adultos;
d) idosos.
a) A variedade é suficiente?
b) A quantidade é suficiente?
c) A qualidade é adequada?
d) A divisão por bairros/regiões é justa?
e) Aponte sugestões.
123
124
UNIDADE 2
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, o lazer é uma fuga das obrigações diárias
e as viagens podem ser uma das alternativas. Outra consideração importante a ser
feita é que lazer em áreas urbanas e em áreas rurais são coisas distintas. Apesar de
reconhecermos a importância de ambos, iremos focar a discussão na área urbana
por ser esta a realidade da maioria da população brasileira.
2 AS VIAGENS E O LAZER
Você sabe diferenciar lazer e turismo? Há uma relação grande entre estes
dois temas, mas devemos ressaltar que a maioria das pessoas que estão realizando
turismo tem o intuito de lazer. Não iremos aqui entrar na discussão sobre a
categoria aceita por alguns autores do “turismo de negócios”, que, com certeza,
muda esta discussão.
Para Rodrigues (1998, p. 12), “Lazer difere de turismo, porque para sua
prática não há necessidade de deslocamentos que excedam o período fixado em 24
horas e, portanto, incluam um pernoite, enquadrados na categoria de turismo pela
Organização Mundial de Turismo (OMT)”.
Devemos sempre lembrar que o lazer é algo mais amplo, ou seja, o turismo
pode ser uma forma de lazer, mas não é a única.
125
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
Em resumo, a motivação das viagens está mais ligada ao ego de quem viaja:
“[...] a viagem é muito mais motivada pelo desejo de deixar alguma coisa do que
pelo de ir para alguma coisa; o fato de escapar da vida cotidiana desempenha um
papel muito mais importante que o interesse pelas regiões e populações visitadas”.
(KRIPPENDORF, 2000, p. 50).
NOTA
126
TÓPICO 5 | AS VIAGENS COMO FORMA DE LAZER
Como escreve Krippendorf (2000, p. 94), “[...] a viagem poderia nos levar
a tomar consciência de nossa própria realidade, a relativizar as normas culturais
que assimiláramos, a descobrir que existem outras formas de vida comunitária
e a questionar nossas próprias condições de vida”. Porém, enquanto o turismo
for um artigo comercial, típico da sociedade industrial, este será um objetivo
exclusivamente teórico e longe de nossa realidade.
3 HUMANIZAÇÃO DO LAZER
Em tempos de mudança e inovação tecnológica reorganizam-se as relações
de trabalho, as relações familiares, as relações de amor e de amizade e também os
lazeres. Vive-se um momento de enclausuramento diário.
127
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
• Orientação para o presente: dar mais valor ao “aqui e agora” e menos ao futuro.
128
TÓPICO 5 | AS VIAGENS COMO FORMA DE LAZER
129
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
130
TÓPICO 5 | AS VIAGENS COMO FORMA DE LAZER
As pistas de skate são muito comuns nas praças urbanas, servindo como
forma de lazer a adolescentes e crianças de variadas classes sociais.
DICAS
131
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
O lazer direcionado às pessoas idosas emerge como aquilo que Debert (1999a)
chama de “reprivatização do envelhecimento”, em que os indivíduos são convencidos
a assumir a responsabilidade pelo seu envelhecimento e, consequentemente, pela
sua saúde, pela sua aparência e pelo seu isolamento:
132
TÓPICO 5 | AS VIAGENS COMO FORMA DE LAZER
[...] este segundo modelo, também sem pretender, acaba fazendo coro
com os discursos interessados em transformar o envelhecimento em
um novo mercado de consumo, prometendo que a velhice pode ser
eternamente adiada através da adoção de estilos de vida e formas de
consumo adequadas.
133
UNIDADE 2 | O LAZER E A SOCIEDADE
134
TÓPICO 5 | AS VIAGENS COMO FORMA DE LAZER
O acesso aos espaços de lazer é outro fator limitante. Ainda que o lazer, a
partir da Constituição de 1988, passou a ser direito de todos os cidadãos brasileiros e
uma das obrigações do Estado, o acesso da população aos diversos interesses do lazer
ainda está muito longe do ideal. Com isso surgem, com força total, os mais diversos
empreendimentos privados na área que, mesmo não satisfazendo as necessidades
humanas, criam novas. Conforme Marcellino (1996), no caso dos equipamentos de
lazer, dos espaços de convívio, parece haver uma tendência à privatização, na qual, os
espaços, inclusive as áreas verdes e o lazer propriamente dito tornaram-se produtos
do mercado. "Quem não pode pagar pelo estádio, pela piscina, pela montanha, pelo
ar puro, pela água, fica excluído do gozo desses bens que deveriam ser públicos
porque essenciais”. (SANTOS apud MARCELLINO, 1996, p. 32).
Grande parte das pessoas idosas não tem acesso aos espaços de lazer,
desconhecendo a importância e os benefícios que estes podem lhe oferecer. Abrir
possibilidades de acesso é fundamental, uma vez que, por meio das experiências
de lazer, o idoso aprenderá a gostar tanto do lazer como de si mesmo. Desta forma,
faz-se necessário minimizar para o idoso as barreiras de acesso ao lazer, buscando,
neste trabalho, uma participação de todas as camadas da sociedade de diferentes
sexos, idades, etnias etc. Ações concretas são imprescindíveis para que a população
idosa sinta os benefícios do lazer.
135
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você estudou que:
• O turismo é uma das alternativas de lazer, sendo este último algo mais amplo.
136
AUTOATIVIDADE
Leia o texto: AMPLIANDO PRÁTICAS DE LAZER EM
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS, da professora Monica Monteiro.
138
Assim, em médio prazo, seria possível vivenciarmos impactos
resultantes da ampliação do entendimento de cidadania pelo cidadão,
aumentando o acesso a bens sociais e o compromisso com a manutenção e a
construção do ambiente urbano (em todas as dimensões possíveis). No entanto,
seria questionável acreditar que por si sós as atividades de lazer tenham um
potencial suficiente para promover uma mudança da estrutura social, mas
podemos argumentar que o lazer pode ser uma boa alternativa de intervenção
para contrapor a forma de gestão (poder) e os usos dos equipamentos que, sem
uma mediação orientada, num primeiro momento, acabam por contribuir para
o esvaziamento dos espaços públicos pela maioria da população.
139
140
UNIDADE 3
TURISMO E SOCIEDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta última unidade possui quatro tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que contribuirão para a reflexão e análise dos conteú-
dos explorados.
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
143
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
E
IMPORTANT
Vale lembrar que esta não é mais a realidade hoje, pois em épocas de globalização
a crise mundial acarreta efeitos em todo o mundo capitalista.
144
TÓPICO 1 | TURISMO, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
145
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
NOTA
E
IMPORTANT
146
TÓPICO 1 | TURISMO, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
NOTA
147
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
TUROS
ESTUDOS FU
148
TÓPICO 1 | TURISMO, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
Uma mudança na cultura turística atual por parte dos turistas seria uma
alternativa para essa situação, mas, para Krippendorf (2000, p. 102), isto exigiria
“tempo, experiência e educação”. Infelizmente isto ainda está longe de ocorrer
na prática, pois a maioria dos turistas ainda é “passiva e ingênua” e apenas uma
minoria “ativa e consciente”.
LEITURA COMPLEMENTAR
Christiane Barlera
149
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
150
RESUMO DO TÓPICO 1
• O turismo foi uma das alternativas encontradas por algumas sociedades diante
de problemas econômicos e sociais.
151
AUTOATIVIDADE
152
UNIDADE 3
TÓPICO 2
TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 GLOBALIZAÇÃO
A globalização é definida como um processo de integração de mercados
domésticos no processo de formação de um mercado mundial, trazendo várias
consequências para a economia e a sociedade, como analisaremos a seguir.
(PINHO, 2011).
153
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
A nova ordem mundial após 1945 foi centrada e organizada nos Estados
Unidos, iniciando uma nova fase de reprodução da economia mundial capitalista.
Podemos considerar que no período de 1940 até 1970 a economia mundial passou
por um rápido crescimento, lembrando que geralmente nas regiões centrais do
capitalismo.
Mas todas estas transformações aqui discutidas não foram somente mérito
dos Estados, mas, sobretudo, das empresas que contribuíram no desenvolvimento
econômico e tecnológico. Nesse contexto as multinacionais tiverem uma grande
contribuição.
NOTA
E
IMPORTANT
Características da globalização:
• abertura político-econômica dos países;
• aumento das empresas multinacionais;
• intenso comércio global: através de exportações e importações entre países;
• aumento e intensa concorrência entre empresas e países;
• intensas transações financeiras;
• desregulamentação dos mercados;
• reestruturação econômica;
• aumento da riqueza mundial.
155
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
156
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
157
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
Para Silva (2004) a nova ordem mundial estava alicerçada numa base
tríplice:
- Político: criação da Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em Nova
Iorque.
158
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
NOTA
• aumento de lucro;
• reestruturação econômica.
• aumento do empobrecimento;
159
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
160
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
DICAS
Para Beni (2003, p. 15), o setor de turismo só perde para o setor de serviços
financeiros, quando se trata de globalização. Para ele isto se deve principalmente
aos seguintes fatores:
161
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
Além destes avanços, Pinho (2011) também destaca outros fatores que
influenciaram o crescimento do turismo: maior disponibilidade e acessibilidade
de serviços, instalações e produtos, liberação comercial, entre outros.
162
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
Não veremos muitos dados e nem detalharemos a posição do Brasil e dos demais
países no desenvolvimento turístico porque abordaremos este assunto no Tópico 3 desta
unidade.
163
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
E o Brasil, como está nesse processo todo? Pois bem, mesmo possuindo
tantas belezas naturais e culturais e com o fortalecimento da economia, o Brasil
não consegue ter uma boa posição no ranking do turismo internacional, pois ocupa
a posição 52 entre 139 países avaliados.
164
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Isto posto, cabe mencionar que o planejamento tem classificações próprias, e estas
interessam particularmente a esta reflexão sobre a regionalização do turismo: sabe-se
que pode ser classificado em vários tipos, dependendo da abordagem. Para tal, Barretto
(1991, p. 17-21) lista: aspecto temporal; aspecto geográfico, corresponde às seguintes
classificações: mundial; continental; nacional; estadual; regional; multirregional;
microrregional; municipal (ou local), e ainda duas subclassificações: rural e urbano;
aspecto econômico; aspecto administrativo; aspecto intencional ou teleológico; e aspecto
agregativo.
Barretto (1991, p. 21) ainda ensina que o planejamento turístico está elencado
em três níveis: 1º nível: federal; 2º nível: estadual; e 3º nível: municipal.
No que tange às dimensões do planejamento, Barretto (1991 p. 16) diz que são
quatro, a saber: racional; política (ou institucional) que se refere ao poder decisório;
técnico-administrativa que se evidencia no estabelecimento de um sistema de trabalho,
com definição de função e delegação de autoridade; e valorativa sendo a dimensão que
pesa os benefícios e os prejuízos que o planejamento pode ter.
165
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
166
TÓPICO 2 | TURISMO E GLOBALIZAÇÃO
• diagnóstico; e
167
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
FONTE: CARDOZO, Poliana Fabíula. Planejamento Turístico Regional. Revista Virtual Partes,
Carapicuíba, 2004. Disponível em:<http://www.partes.com.br/turismo/poliana/
planejamentoregional.asp>. Acesso em: 23 nov. 2011.
168
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• A nova ordem mundial após 1945 foi centrada e organizada nos Estados Unidos.
• O Brasil ainda caminha para uma posição justa dentro do cenário turístico
internacional, mas depende de serviços essenciais como saúde, educação e
segurança pública.
169
AUTOATIVIDADE
1 Leia o trecho do artigo de Prado a seguir e escreva sua opinião sobre a perda
do poder político dos países devido à globalização.
FONTE: PRADO, Luiz Carlos Delorme. Globalização: notas sobre um conceito controverso.
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em:
<www.ie.ufrj.br/prebisch/pdfs/17.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2011.
170
UNIDADE 3
TÓPICO 3
TURISMO INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, o mundo está globalizado e o que
acontece em qualquer parte do mundo pode ser sentido por todos. Com o
turismo não é diferente. As viagens internacionais aumentaram nos últimos anos
consideravelmente e isto tem impulsionado o setor de turismo.
2 A INTERNACIONALIZAÇÃO DO TURISMO
Antes de discutirmos detalhes sobre o turismo internacional, é importante
voltarmos a mencionar a importância da atividade atualmente no cenário
econômico mundial. O turismo deixou de ser uma atividade coadjuvante, para,
juntamente com novas tecnologias (telecomunicações, engenharia, genética etc.),
ajudar a redesenhar as estruturas mundiais, influenciando a globalização, os novos
blocos econômicos e a nova ordem internacional.
Como o turismo está organizado pelo mundo? Será que difere muito das
demais atividades econômicas? Infelizmente acontece com o turismo o mesmo que
com o restante do cenário econômico e político mundial, onde os viajantes são
considerados acima de tudo consumidores.
171
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
da linha da pobreza. O que quer dizer que estas pessoas estão excluídas
da possibilidade de consumo, inaptas às condições de produção e
sobrevivência exigidas pela vida moderna. As perspectivas eram ainda
mais assustadoras, pois naquela década, 1994, as projeções para a
próxima década, que é a atual, o crescimento populacional se daria acima
de 80%, principalmente em áreas urbanas de países subdesenvolvidos,
o que nos leva à triste conclusão, que, apesar de o capitalismo massificar
o consumo, a maioria da população do planeta, da aldeia global, jamais
conhecerá outros países, jamais participará do fluxo interno e mundial
de pessoas através do turismo. (SILVA, 2004, p. 5).
172
TÓPICO 3 | TURISMO INTERNACIONAL
NOTA
• turismo internacional: quando residentes de dado país viajam para outro país
diferente de seu país de origem;
• turismo receptivo: é realizado por visitantes não residentes para nosso país;
Para entender melhor como funciona essa relação observe a figura a seguir
com as formas ou tipos de turismo.
173
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
NOTA
DICAS
Há várias obras que detalham essa análise dos efeitos do turismo internacional
sobre a balança de pagamentos. Por isso sugiro uma leitura mais aprofundada do assunto no
livro de Chris Cooper, “Turismo: princípios e práticas”, que consta nas referências do caderno.
174
TÓPICO 3 | TURISMO INTERNACIONAL
175
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
Mas você deve estar se perguntando, como o Brasil ainda não despontou
para o turismo internacional?
176
TÓPICO 3 | TURISMO INTERNACIONAL
E
IMPORTANT
177
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
178
TÓPICO 3 | TURISMO INTERNACIONAL
179
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
O Rio de Janeiro lidera a lista das cidades mais visitadas no Brasil, tendo
uma diferença considerável para as demais. Isto se deve, além dos atrativos
naturais e culturais, também aos investimentos em divulgação.
TUROS
ESTUDOS FU
LEITURA COMPLEMENTAR
181
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
FONTE: ESTENDER, Antônio Carlos; VOLPI, Almir; FITTIPALDI, Marco Aurélio. O Legado da Copa
do Mundo em 2014. In: SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO LOGÍSTICA
E OPERAÇÕES INTERNACIONAIS, 14., 2011, São Paulo. Anais... São Paulo: Fundação
Getúlio Vargas, 2011.
182
RESUMO DO TÓPICO 3
• A Europa ainda possui destaque no turismo internacional, mas nos últimos anos
países do Oriente Médio e da Ásia têm crescido consideravelmente neste setor.
183
AUTOATIVIDADE
184
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade complexa, pois está ligado a vários outros
segmentos. Apesar de os fatores econômicos na sociedade capitalista se
sobressaírem aos demais, não podemos nos esquecer do fator humano, ou seja, as
pessoas envolvidas com o turismo.
185
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
DICAS
Neste contexto o lazer também passou a ser visto pelos grandes investidores
como uma mercadoria. A cidade deixou de ser um espaço público, neutro, sem
querer chamar a atenção. A própria cidade é um produto a ser vendido para o
desenvolvimento de atividades lucrativas, como o turismo. (STOKOWSKI, 2000).
186
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
Com estes dados podemos observar que a definição sobre turismo, vista na
primeira unidade deste estudo, está se modificando, pois apesar de lazer e férias
representarem um pouco mais da metade das motivações das viagens, outros
fatores estão levando as pessoas a viajar. Isto não pode ser ignorado pelos autores
quando buscam conceituar o turismo, por isso a questão profissional tão rejeitada
nos primeiros estudos passa a ter papel importante para o segmento turístico atual.
187
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
188
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
189
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
- Consumidor: todas essas transformações que vêm ocorrendo nos últimos anos
podem ser percebidas no comportamento do consumidor, ou seja, nos turistas.
Estão bem mais informados, exigentes, experientes, sabem o que querem,
conhecem e lutam por seus direitos e são bem menos fiéis.
- assim como há uma procura crescente por uma experiência autêntica dos destinos,
existe igualmente uma procura crescente de experiências e conhecimento da
cultural local, que representem para os turistas uma possibilidade de aumentar
e expandir os seus conhecimentos;
191
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
NOTA
Wellness é uma filosofia de vida que abrange sete dimensões: corporal, emocional,
ocupacional, intelectual, ambiental, familiar e espiritual.
Como mostra a figura, o Brasil foi um dos países onde o turismo teve um
crescimento expressivo em 2010, com 5,5%. O Oriente Médio com a China e Índia
se destacaram, pois obtiveram 9,7% e 7,7%, respectivamente. Podemos observar
que os países que cresceram economicamente e sentiram menos os efeitos da crise
econômica, cujo auge foi em 2009, também foram os que tiveram destaque no
turismo.
192
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
NOTA
193
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
194
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
Os empregos ligados ao turismo irão crescer, mas estima-se que para cada
emprego formal existirá mais de um emprego informal (1,3). Isto também será
resultado dos eventos internacionais que acontecerão no Brasil.
195
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
196
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
197
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
• torcedores que seguem seus times e farão turismo na própria cidade dos jogos
e irão visitar lugares do Brasil segundo a classificação e os intervalos entre os
jogos;
198
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
A atuação do Brasil no exterior para o período da Copa será por meio das
vendas dos operadores oficiais da FIFA, no sentido de apoiar a comercialização dos
produtos turísticos do Brasil e as possibilidades de roteiros que serão apresentadas.
Convido você, acadêmico(a), a ler mais sobre o assunto e discutir com seus
colegas, professores e demais pessoas sobre o assunto, pois é de interesse de todos.
Isto nos traz consequências diretas e indiretas, independentemente da região do
país em que estejamos.
199
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
E
IMPORTANT
LEITURA COMPLEMENTAR
200
TÓPICO 4 | TENDÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
- guia receptivo, local, nacional ou internacional, desde que tenha feito curso
específico reconhecido pela Embratur (não é necessário ser bacharel em turismo
para ser guia, bastando a carteira da Embratur, porém, sem dúvida, um curso
superior capacita ainda mais o guia);
201
UNIDADE 3 | TURISMO E SOCIEDADE
Não importa onde o profissional vai trabalhar, ele sempre encontrará novas
realidades em um mercado que se transforma rapidamente. As mudanças se referem
especialmente às novas tecnologias e à importância crescente do setor terciário na
economia.
202
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
• Nos destinos do Oriente Médio, África e Ásia o turismo crescerá acima da média
mundial. Já a Europa e a América do Norte terão um crescimento abaixo da
média mundial.
203
AUTOATIVIDADE
204
REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, Joaquim A.; FROEHLICH, José M.; RIEDL, Mário (Orgs.). Turismo
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206
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comunitário. In: CORIOLANO, Luzia Neide Menezes Teixeira; LIMA, Luiz Cruz
(Orgs.). Turismo comunitário e responsabilidade socioambiental. Fortaleza:
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