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MÁRIO ALBERTO CAMPOS ADVOGADO

e-mail: mario_alberto_campos@hotmail.com

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA


COMARCA DE PARANÃ –TO

Processo originário físico nº 2007.0003.1147-0/0


Processo em 2º Grau nº 5003829-91.2011.827.0000

SÉRGIO DE CASTRO FONSECA, brasileiro, divorciado,


fazendeiro, residente e domiciliado à Rua 9 nº 130, aptº 1.503, Ed. West
House, Setor Oeste, Município de Goiânia/GO, CEP 74110-100, vem,
respeitosamente, por seu procurador e advogado que a esta subscrita
(doc. 01), à presença de Vossa Excelência, para requerer Cumprimento
da sentença, com relação a descumprimento de ORDEM JUDICIAL
E APLICAÇÃO DE ASTREINTES por parte de PAULINO DA
CONCEIÇÃO SANTOS,brasileiro, pecuarista, inscrito no CPF/MF sob o
n°. 362.000.426-91, residente e domiciliado à Av. Tocantins, nº 36,
Centro, Município de Minaçu, Estado de Goiás,face ao trânsito em
julgado da r. sentença proferida nos presentes autos, vem, inicialmente,
requerer o desarquivamento do processo de origem que é físico
para que seja digitalizado e as presentes peças dele passem a fazer
parte.

Após este pleito acolhido e cumprido, passa a expor:

Rua Seis nº 1.102 – Telefax: 62.3379-1513 – Minaçu/GO – CEP: 76450-000


Como se vê, trata-se de AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE cumulada com pedido liminar e de cominação de pena para
o caso de novo esbulho, protocolizada nos idos de 2007 tendo em vista
que o Autor era, e ainda é, senhor e legítimo possuidor da propriedade
dos Imóveis Rurais lote 1, já georreferenciado e lote 12, ambos do
Loteamento denominado Fazenda Ceringela, Custódio ou Mata do
Carmo, Gleba 1-2ª etapa, o primeiro com área total de1
1.762.90.57 ha.
(hum mil setecentos e sessenta e dois hectares, noventa ares e cinqüenta
e sete centiares) e o segundo com área total de 1.192,50 ha (hum mil
cento e noventa e dois hectares, cinquenta ares) situados no município
do Paranã, conforme certidões atualizadas em 2014, emitidas pelo CRI
desta Comarca de Paranã/TO, que se juntam (docs.11 e 12).

O Réu, Paulino da Conceição Santos, é titular do


imóvel designado lote nº 02, do Loteamento denominado
Fazenda Ceringela, Custódio ou Mata do Carmo, Gleba 1-2ª
etapa, limitando-se com o lote 1 e 12 com a denominação
Fazenda Estrela do Norte, com 2.506.00.04 ha (Dois mil,
quinhentos e seis hectares, zero ares, quatro centiares), situado
no município do Paranã (doc. 07, fls. 28, penúltima linha,
adentrando às fls 29 até à sexta linha, incluso na peça inicial)

Com o intuito de facilitar Vossa Excelência,


transcrevem-se os dados do citado imóvel de titularidade da
sociedade do Requerido, cujo MEMORIAL DESCRITIVO já se
encontra na peça de entrada:

2
“Começa no marco n°. 1, cravado na margem esquerda do
Rio Custódio; daí, segue confrontando com o lote nº 3, no rumo de
15º11´12´´ SW e distância de 7.325,00 metros, até o marco nº 2;
daí, segue confrontando com os lotes nºs 14 e 12, no rumo de
80°48´48´´ NW e distância de 3.670,00 metros até o marco nº 3;
daí, segue confrontando com o lote nº 1, no rumo de 19°11´20´´ NE,
e distância de 7.332,15 metros até o marco nº 4, cravado na
margem, esquerda do Rio Custódio; daí, segue por este Rio acima
confrontando com a Fazenda LARGA OU LARGA DO ZÉ JANUÁRIO
até o marco nº 1, ponto de partida.”

Consoante alinhavado na exordial, o Requerido era


useiro e vezeiro em invadir terras alheias. E continua sendo!

De salientar que o Réu teve contra si ações de interdito


proibitório, ou coisa semelhante, conforme se vê pela juntada de cópia
dos autos nº 2007.0001.9354-0, que tramitou nesta comarca e que
coincidentemente, tem como autores familiares deste Requerente (doc.
08).

E assim começou a sina deste Requerente, para a qual


pedimos vênia para repetir o texto a seguir que se encontra na peça de
entrada.

No início do ano de 2005, o Autor tomou conhecimento de


que o Sr. Paulino estava tentando invadir ilegalmente parte das suas
propriedades anteriormente referidas, com o fito de demarcar a área
como sua fosse, para posteriormente levantar uma cerca divisória.

Tal atitude foi prontamente repelida pelo Requerente.

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Todavia, outras vezes ainda foram tentadas, sem, contudo,
tenha o Requerido chegado a seu desonesto intento.

Tantas foram as tentativas que certa vez, aproveitando-


se da ausência do Autor, o Sr. Paulino da Conceição iniciou a
construção de cerca de arame liso por um perímetro que, em suma,
circulava aproximadamente 60 alqueires no lote 1, e 19 alqueires no
lote 12, totalizando, pasme, Excelência, 79 alqueires invadidos.

Tal atitude redundou com o ajuizamento da presente ação


que teve na sentença proferida em 18 de fevereiro de 2010 – cópia
constante do processo principal - o reconhecimento por parte de Sua
Excelência da época, Dr. Fabiano Ribeiro, da procedência do pedido e a
condenação do Réu, na hipótese de novo esbulho ou turbação, a uma
pena diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).Recurso houve (fls.
238/257), mas inexitoso (eventos 11, 13 e 15 - 2º grau), transitando
em julgado a decisão em 18/04/2014 (evento 24 – espelho em anexo
– doc. 13).

Entretanto, apesar da decisão supra mencionada o


Requerido mais uma vez invadiu a fazenda do Autor, (lote 1 pertencente
a Sérgio, que divide com o lote 02 pertencente ao Requerido/Invasor),
consoante B.O. registrado na DELEGACIA DE POLICIA CIVIL desta
Comarca sob o nº 67118 E / 2017, em 19/10/2017 (doc. 14), onde
registra que o fato vinha ocorrendo desde 01/09/2017, e B.O. nº
4556019, emitido em 01/11/2017 pela SECRETARIA DE SEGURANÇA
PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO DE
GOIÁS(doc. 15), sendo a unidade de registro a 4ª DELEGACIA
DISTRITAL DE POLICIA DE GOIÂNIA. Neste B.O., o Requerente narra
que o Requerido invade suas terras e era acompanhado por um
agrimensor, e ainda por de alguns funcionários que estariam portando
armas de fogo. Que o fato teria ocorrido em 30/10/2017.

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Para se ter idéia de quem é o Requerido, este responde a
inquérito policial por DENÚNCIA CALUNIOSA (Processo nº 0000895-
27.2016.827.2732 - Data de autuação: 25/10/2016 10:06:15h. -

Situação: MOVIMENTO - Órgão Julgador: Juízo da 1ª Escrivania Criminal


de Paranã Juiz(a): MARCIO SOARES DA CUNHA), porém ressalte-se que,
mesmo tendo sido autuado em 25/10/2016, isto é, há mais de um
ano, até à presente data não foi citado, e por PROCESSO DE PORTE
IRREGULAR DE ARMA DE FOGO (Lei 10826/2003, art. 12), tombado
sob o nº 0000957-33.2017.827.2732, dentro de sua própria fazenda,
ambos processos, lógico, em trâmite nesta Comarca de Paranã.

Não é sem motivo que o Autor está correndo grave risco


de vida, posto que é hábito o Requerido andar armado, e possui a
arma há mais de 10 anos, conforme declarou quando lhe foi perguntado
na instrução do referido inquérito.

Porém, Excelência, também são interessantes as


contradições existentes dentro dos autos do processo destacado no
parágrafo anterior e nos autos do processo nº 0000957-
33.2017.827.2732, por ele próprio fornecidas na Delegacia de Policia
também desta comarca.

Senão, vejamos. O Sr. Paulino aduz como sendo seu o


endereço de exercício de suas funções à Rua 14 nº 626, Centro,
Minaçu/GO. e como endereço residencial a Fazenda Cerigela, Gleba 1,
1ª Etapa, lotes 2 e 3, neste Município de Paranã/TO., declinando ainda
que sua profissão é agropecuarista (evento 1 – INQ1, fls. 08).

Nos autos de Denunciação Caluniosa (0000895), o Sr.


Oficial de Justiça da Comarca de Minaçu certifica, às fls. 34 do
evento 40, que naquele endereço (Rua 14 nº 626) não é ele quem lá
reside e que ninguém na vizinhança o conhece.
5
Ademais, como um agropecuarista reside em sua fazenda
em Paranã mas exerce suas funções (agropecuarista) à Rua 14 nº
626, na cidade de Minaçu, distante aproximadamente 200km de
Paranã?

Para aumentar o “curriculum” do Requerido, este,


juntamente com seu cunhado Edson, entrou/invadiu os Lotes 1 e 12,
de propriedade do Autor, bem como o Lote 1 da 2ª ETAPA, de
propriedade de Sérgio de Castro Fonseca Filho, em usufruto deste
Requerente, para refazer e construir uma estrada, mas que grande
parte não existia.

Veja, Excelência, que no TERMO DE INTERROGATÓRIO


realizado na DP de Paranã (doc. 16), face à possibilidade de haver
cometido crime de Dano Ambiental, o Sr. Paulino EXPRESSA que “...
tomou a iniciativa de restaurar a estrada juntamente com Edson,
seu cunhado;” (11ª e 12ª linhas da primeira página do Interrogatório.

Já na segunda página, na oitava linha, AFIRMA: “...não


ligou para Sérgio para pedir autorização para entrar nas terras e
refazer a estrada;”

Ora, Excelência, é muito atrevimento do Requerido pensar


que pode tudo: invadir fazendas colocando cercas, andar armado, abrir
estradas que só a ele beneficia, muito embora já existissem outras
estradas que interligavam sua propriedade, e mais, ser réu em
denúncia caluniosa. E sabe-se lá o que ainda não virá pela frente.

Excelência, para demonstrar a destruição ambiental que foi


feita nessa “reconstrução” da estrada, é de se analisar o LAUDO
PERICIAL realizado pelo Sr. Celso Carlos Batista Júnior, Perito Oficial
pertencente ao 9º Núcleo de Perícias Criminais de Arraias/TO., que
ora se junta (doc. 23), composto por 16 laudas, criteriosamente
confeccionado, com clara riqueza de detalhes.
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Como exemplo da devastação que foi deixada pela “obra”
do Requerido, leia-se a pág. 4 do referido laudo (doc. 23), e analisem-se
as fotos e suas referências das págs. 5, 6,7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e
15.

E aí, MM. Juiz, confirma-se o crime ambiental que foi


cometido pelo Requerido e por quem da “obra” participou. E mostra o
que é possível a ganância fazer!

Voltando ao mérito do presente Cumprimento de Sentença,


juntam-se 12 fotos (docs. 17 a 22) que retratam a erguida de mourões
com os arames, fazendo uma cerca afastada da divisa constante na
Certidão original do Cartório de Registro de Imóveis e Tabelionato 1º de
Notas de Paranã/TO., adentrando na propriedade do Autor.

Anexa-se, ainda, o mapa com as divisas da fazenda de


Sérgio bem como a indicação onde está levantada a cerca, com 1.107
metros lineares, tendo ainda registrados os pontos de GPS da
localização da cerca (doc. 24). Mas, a intenção do Réu não para aí.

O serviço de medição topográfica que está sendo realizado


pelo Réu tem a roupagem de georreferenciamento, mas nos parece que
tem a finalidade de grilagem. Como ele está ultrapassando o limite
original de sua propriedade, presume-se que quer anexar parte do lote
12 e do lote 1 a ela. Porém, tendo em vista que o lote 1 já é
georreferenciado, não há a menor possibilidade de qualquer tentativa de
mudar os limites originais, e ser aprovada pelo INCRA, posto que,
consoante já dito acima, o lote 1 é georreferenciado.

Porém, como o lote 12 ainda não tem o


georreferenciamento, há a possibilidade do INCRA vir a aprovar o geo
irregular. Entretanto o Requerido não conseguirá registrar o imóvel com
a irregularidade no Cartório de Registro de Imóveis sem a devida
anuência dos confrontes.
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E estes, tem-se certeza, NÃO CONCORDARÃO COM O
POSSIVEL GEORREFERENCIAMENTO A SER FUTURAMENTE
APRESENTADO PELO Sr. PAULINO, FORA DOS DEVIDOS MARCOS!

Marcos estes que continuam não sendo respeitados pelo


Réu, já que, em setembro passado, novamente aproveitando-se da
ausência do Requerente, iniciou a construção de uma nova cerca, que
já se encontra com 1.107 metros lineares, segundo já dito alhures.

Para confirmar a presunção acima declinada, anexam-se os


e-mails que serviram de comunicação entre este Autor e o Sr.
Agrimensor (docs. 26 e 27 e ainda os docs. 31 e 32).

Neste último e-mail, o sr. Agrimensor solicita que este


Requerente traga um oficial de justiça de Paranã para acompanhar as
medições.

Ora, Excelência, as corretas medições já se encontram


devidamente registradas no INCRA, onde ele poderá se valer para seu
trabalho. Ademais, já estão anexadas aos autos as certidões que
poderão servir de orientação segura para aquele profissional.

E ainda. O Requerente não tem legitimidade para levar um


oficial de justiça sem que haja uma ordem judicial.

Repita-se que, embora não haja cerca levantada


demarcando os lotes 1 e 12 do Autor com o lote 2 do Requerido, os
limites são assinalados por marcos.

Após tudo que acima informado, fica sobejamente


comprovada a invasão promovida pelo Requerido, devendo ser
condenado ao pagamento diário das astreintes no valor de R$ 500,00
(quinhentos reais), quantia esta que deve ser atualizada até o dia de
hoje.

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DAS ASTREINTES FIXADAS E O PEDIDO DO AUMENTO DE SEUS
VALORES

Natureza Jurídica da astreinte

A doutrina não é unânime no que diz respeito à natureza


jurídica da astreinte, porém prevalece a idéia de que consiste numa
medida coercitiva.

Em outras palavras, “... a multa não possui caráter


indenizatório, nem mesmo sancionatório. Sua natureza jurídica está no
caráter intimidatório, capaz de persuadir o executado à prática (ou
abstenção) de um comportamento específico, pleiteado pelo autor e
determinado pelo magistrado.” BUENO, CÁSSIO SCARPINELLA. “Código
de Processo Civil Interpretado”: coordenação de Antonio Carlos
Marcato. São Paulo: Atlas, 2008. p. 1474-1477.

Trata-se de medida coercitiva que atua sobre a vontade do


executado, com o intuito de coagi-lo moralmente e de forma indireta ao
adimplemento da obrigação determinada pelo juiz.

O enfoque principal da astreinte, portanto, está em compelir


o executado ao cumprimento da obrigação e não em indenizar o
exeqüente pelo descumprimento desta.

Em razão de sua natureza coercitiva, a astreinte é


autônoma, de modo que está totalmente desvinculada da obrigação
principal ou de eventual indenização por perdas e danos, e nesse
aspecto, sendo desprovida de função reparatória, a multa pode
perfeitamente ser cumulada à indenização (tutela substitutiva).
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Ainda, como instrumento destinado a induzir o executado
ao cumprimento da obrigação, é perfeitamente plausível que supere o
valor da causa, desde que estabeleça montante que verdadeiramente
influencie no comportamento do executado. No que diz respeito à
legitimidade, cabe somente ao juiz fixá-la, ex-oficio ou a requerimento
da parte.

Fixação do valor da astreinte

Assim estipula o Código de Processo Civil em vigor:

Art. 537. A multa independe de requerimento da


parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na
sentença, ou na fase de execução, desde que seja
suficiente e compatível com a obrigação e que se
determine prazo razoável para cumprimento do
preceito.

§ 1º - O juiz poderá, de ofício ou a requerimento,


modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda
ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial
superveniente da obrigação ou justa causa para o
descumprimento.
§ 2º - O valor da multa será devido ao exequente.

Ora, o valor fixado na sentença proferida em


2010, foi de R$ 500,00 (quinhentos reais) dia por nova
invasão ou esbulho.

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O valor fixado poderá ser majorado ou reduzido pelo
magistrado, em decisão motivada, mesmo sem requerimento das partes,
desde que observado o contraditório e o devido processo legal.

Dois são os fatores que devem ser considerados pelo


magistrado quando da dosimetria do valor da multa: a situação
financeira do executado e o grau de resistência do mesmo ao
cumprimento da obrigação.

O valor fixado, nas palavras de Cassio Scarpinella: “não


pode ser insuficiente a ponto de não criar no obrigado qualquer receio
quanto às conseqüências de seu não-acatamento.” BUENO, CÁSSIO

SCARPINELLA. op. cit. p. 1474.

Por outro lado, não pode atingir valores desproporcionais e


extremamente elevados, a ponto de caracterizar enriquecimento sem
causa do exeqüente.

Araken de Assis entende que “seu valor deverá ser


exorbitante, desproporcional ao conteúdo econômico da causa, mas
adequado à pessoa do executado.” ASSIS, ARAKEN DE. Cumprimento

de sentença. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 224.

Bem, Excelência, se na primeira invasão foi fixado o valor


de R$ 500,00 (quinhentos reais)/dia para o caso de novo esbulho ou
turbação, e o Invasor, sem estar nem aí – perdão, MM. Juiz pela
expressão - novamente praticou a invasão. Assim, tem-se que a quantia
anteriormente fixada não foi suficiente para que, definitivamente,
deixasse de invadir o que não é seu, tentando fazer como se seu fosse.

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Veja, MM. Juiz, que além de invasor, o Requerido foi
acusado pelo Sr. Carlos Hiroshi Silva Kuramoto de furto de postes de
madeira que estavam enfincados demarcando sua divisa com outra
propriedade há cerca de três anos, e que o Sr. Paulino da Conceição
Santos, entre os meses de dezembro/2016 e janeiro/2017 as furtou. Tal
cerca, Excelência, tinha três quilômetros!!!(doc. 28 e 29).

De se salientar ainda, Excelência, o conteúdo do Termo de


Depoimento em um B.O. da testemunha, Sr. Milton Gomes, sobre uma
ocorrência em 2013, entre o Sr.Clemente e o Requerido. Estranhamente
combina com o ocorrido com o Carlos Hiroshi (doc. 30).

Excelência, tendo em vista a contumaz desobediência à


ordem judicial, requer o Autor seja elevada a astreinte para o valor de
R$ 3.000,00 (três mil reais) por dia para o ato já ocorrido, que se iniciou
em setembro p.p., dando ao Réu 03 (três) dias para a retirada da cerca,
e arbitrando em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para cada dia que
ultrapassar os 03 (três) dias determinados para tirar a cerca onde ela
está colocada.

Este pedido se faz fundamentado no entendimento do


Mestre Araken de Assis, acima citado, posto que o Réu tem uma
propriedade com 2.506.00.04 ha (dois mil, quinhentos e seis
hectares, zero ares, quatro centiares), o que faz com que se presuma
que tem poder econômico para realizar o pagamento do valor, pois
tal multa não possui caráter indenizatório, nem mesmo sancionatório.
Sua natureza jurídica está no caráter intimidatório, e que seja capaz
de persuadir o executado à prática (ou abstenção) de um
comportamento específico, pleiteado pelo autor e determinado pelo
magistrado. Assim, não restou ao Autor outra alternativa senão a via
judicial para ver não só restabelecidas as áreas novamente invadidas e
suas propriedades nas medidas originais, bem como para executar as
astreintes já previstas na sentença proferida em 18/02/2010,
transitada, em julgado em 18/04/2013, ratificando o pleito de reajuste
anteriormente feito.
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DOS REQUERIMENTOS

Ante todo o exposto e presentes os requisitos exigidos pelo


artigo 927 do CPC, a Autora REQUER com o devido respeito, digne-se
Vossa Excelência, em recebendo a presente, para:

a) determinar a expedição de NOVO MANDADO DE


REMOÇÃO DA CERCA CONSTRUIDA DE FORMA IREGULAR PELO
REQUERIDO, CONFORME DEMONSTRADO NAS FOTOS que
compõem os docs17 a 23),inaudita altera parte, nos termos do art.
536 e seus parágrafos c/c com o § 4º do art. 537, ambos do NCPC,
ordenando a total desocupação do local onde foi instalada a cerca, com
total remoção da mesma, na área onde foi instalada, em um prazo não
superior a 03 (três) dias, porquanto esta exordial se apresenta
devidamente instruída;

b) em caso de inércia do Requerido, seja imediatamente


expedido mandado de extração/demolição das cercas existentes na
área objeto do litígio pelo Autor, às expensas do Réu;

c) Determinar o imediato pagamento do valor dado à causa


tendo em vista que é a quantia referente à multa prevista na sentença
de primeiro grau.

d) em caso de resistência, seja oficiada a Policia Militar


para que imponha ordem e ofereça segurança ao Requerente de forma a
permitir a efetiva desocupação e demolição da cerca;

e)requer também, seja fixada pena pecuniária, caso se


repitam novos esbulhos ou mesmo turbações, no valor de R$ 5.000,00
(cinco milreais) por dia (art. 537, do CPC);

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f) requer ainda, caso Vossa Excelência entenda seja
necessária audiência de justificação, digne-se designar data para a
mesma. Informa-se, desde já, o rol das testemunhas deste Requerente,
que comparecerão independentemente de intimação: Valtinho Martins
Calaça, Milton Gomes, Moizés Gomes Pitaluga, Emanoel de Souza
Carvalho.

g) determinar a intimação advogado do Réu, consoante


art. 513, do CPC para, querendo, responder os termos da presente, sob
pena de revelia e de se presumirem aceitos como verdadeiros todos os
fatos narrados pelo Autor;

h) julgar procedente o feito para determinar que a


propriedade do Autor se mantenha com suas divisas e limites com os
marcos que a delimitam consoante Certidões que se encontram nos
autos, de acordo com a sentença já transitado em julgado.

i) finalmente, condenar o Réu ao pagamento das despesas


processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, os quais serão
fixados por Vossa Excelência.

DAS PROVAS

O Autor requer provar o que aqui alega através da produção


de todos os meios de prova em direito admitidos e que se fizerem
necessários ao deslinde do feito.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 66.875,13 (sessenta e seis mil


oitocentos e setenta cinco reais e treze centavos) para efeitos fiscais.

14
Pede deferimento.

Paranã, TO, 12 de dezembro de 2017.

Mário Alberto Campos


OAB/GO 2.392

Obs.: Planilha de cálculos conforme TJDFT inserida na


página abaixo

15
PLANILHA DE CÁLCULOS

 Poder Judiciário da UniãoTribunal de Justiça do Distrito Federal


e dos Territórios

 ASTREINTES

Resultado do Cálculo (em Real)

Correção Monetária - Atualizada até 30/11/2017

C. Monetária: do(s) Valor(es) Devido(s), a partir do Trânsito em Julgado


(18/04/2013) =

Percentual de Juros: 0,00%

Período de incidência: 01/09/2017 a 11/12/2017 = 101 dias.

Valores Devidos caso sejam pagos dentro do prazo previsto no


art. 523, § 1º do CPC

Data Trans. Valor Valor Juros


Astreinte Fator CM
Julgado Corrigido %
18/04/2013 500,00 1,60677712 662,13 0,00%
Total Geral : R$ 66.875,13 (sessenta e seis mil oitocentos e
setenta cinco reais e treze centavos)

- Na falta de pagamento na data prevista, será aplicada a multa de


10% mais 10% de honor. advocatícios sucumbenciais - art. 523, §
1º do CPC:

Total geral passa a ser: ............ R$ 66.875,13 + R$ 6.687,51 =


R$ 73.566,64

Honor. Sucumb. s/descumprimento de sentença relativo às


astreintes - 10% sobre o valor da multa acima 17: . R$ 7.356,64
Total geral ......................................................... R$ 81.123,28

16
17

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