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Histórico e conceito
Mecanismos de coagulação
Adsorção-desestabilização
Ocorre após a dispersão do coagulante na massa liquida. Dependendo do pH
do meio, há formação de diversas espécies hidrolisadas de carga positiva que podem
ser adsorvidas na superfície das partículas, desestabilizando-as. Em alguns casos
minúsculas partículas do coagulante, produtos da hidrolise do sal, são adsorvidas pela
superfície das partículas coloidais, podendo mesmo resultar na reversão da carga da
partícula e consequente restabilização da suspensão.
São esses produtos da hidrolise, e não os íons dos metais ferro e alumínio, os
principais agentes na coagulação. Desta forma, o pH - usualmente entre 4.5 e 6,5,
para coagulação com sulfato de alumínio - toma-se fator preponderante, pois
governara a formação das espécies predominantes e a eficiência do processo.
Varredura
Mecanismo definido como sweep coagulation, pela inexistência de uma relação
estequiométrica entre a dosagem de coagulante e a área superficial das partículas.
Em função das dosagens de coagulante e do pH do meio, as partículas coloidais são
adsorvidas e as suspensas envolvidas pelo precipitado de hidróxido de alumínio ou de
ferro.
Os flocos formados pelo mecanismo da varredura apresentam densidade
pouco superior a da água (1,01 a 1,05), favorecendo em muitas circunstancias a não
sedimentação e consequente arraste às unidades filtrantes.
Tipo de Coagulante
A característica fundamental para um coagulante ser empregado no
tratamento de água consiste na capacidade de produzir precipitados e espécies
hidrolisadas em dissociação no meio aquoso, capazes de desestabilizar ou envolver
as partículas suspensas e coloidais presentes nas águas naturais.
A definição do tipo de coagulante frequentemente deve fiar-se em fatores
relacionados a adequabilidade da água bruta, a tecnologia de tratamento, ao custo do
coagulante propriamente dito e dos produtos químicos porventura a ele associados -
alcalinizantes, ácidos ou auxiliares de coagulação - e ao custo e manutenção dos
tanques e dosadores.
Outro aspecto que vem sendo progressivamente considerado relevante para a
escolha do coagulante refere-se a quantidade e características do lodo gerado no
tratamento, as quais dependem das características da água bruta e dos produtos
químicos utilizados na coagulação. Consequentemente, as características químicas e
físicas dos resíduos gerados no tratamento de água serão influenciadas pela
composição do coagulante, e problemas relacionados ao manuseio e a disposição
podem ser minimizados ajustando-se o processo de coagulação, culminando em
alguns casos com a alteração do coagulante.
Alcalinidade e pH
Quando a coagulação se efetua com sais de ferro ou de alumínio,
independente do mecanismo predominante, o pH assume importante papel na
prevalência das espécies hidrolisadas do coagulante. Já a alcalinidade da água bruta,
natural ou artificial, funcionará como tampão, minimizando a queda muito acentuada
do pH de coagulação. Este fato adquire maior relevância no mecanismo da varredura
quando o coagulante empregado € o sulfato de alumínio, pois este apresenta espectro
de variação mais restrito do pH de coagulação para formação do hidróxido, comparado
ao cloreto férrico.
Em contrapartida, para estações de filtração direta, nas quais o mecanismo de
coagulação predominante inclina-se para adsorcao-desestabilizacao, alcalinidade mais
significativa da água bruta pode tomar-se fator de restrição ao êxito do processo, que
usualmente se sucede com valores mais baixos de pH. Neste mesmo contexto,
embora águas coloridas tendam a apresentar pH e alcalinidade baixos, pode haver
necessidade do emprego de acido como auxiliar de coagulação, concorrendo para
reduzir a dosagem do coagulante primário e a geração de lodo.