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GEOGRAFIA HUMANA DE PORTUGAL 2010/2011

Sessão 2:

1. Dinâmicas de ocupação e de desenvolvimento do


território

1.1. Tendências demográficas

José Manuel Simões


IGOT-UL - Licenciatura em PGT
IPT – 2010/2011

1
1.1. Tendências
demográficas

2
A População e o
Território

Parte 1

Evolução Demográfica
Assimetrias Espaciais
3
Uma ocupação
progressivamente
mais intensa do
território nacional:

A ocupação do
solo em 1867
4
Evolução da População
1864 - 2001
Anos Total Continente Açores Madeira
1864 4286995 3927392 249135 110468
1878 4698984 4303664 263305 132015
1890 5102891 4713319 255487 134085
1900 5446760 5039744 256673 150343
1911 5999146 5586053 243002 170091
1920 6080135 5668232 231543 180360
1930 6802429 6334507 255464 212458
1940 7755423 7218882 287091 249450
1950 8510240 7921913 318558 269769
1960 8889392 8292975 327480 268937
1970 8611125 8074591 289096 247438
1981 9833014 9336760 243410 252844
1991 9867147 9375926 237795 253426
2001 10356117 9869343 241763 245011
5
Evolução da População
1864 - 2001
Millions
11
10
9
8
População

Total
7 Continente
6
5
4
3
1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020

Anos

6
Evolução da População do Continente
1961 - 2003

7
Principais características

1,60
• Crescimento sustentado 1,40
até aos anos sessenta 1,20

• Quebras importantes: 1,00


0,80
• Guerra e pneumónica;

( % )
0,60
• emigração
0,40
• Diminuição da taxa de 0,20
crescimento 0,00
1864 18 19 19 19 19 19
• Período de transição -0,20 / 187 90 / 190 11 / 192 30 / 194 50 / 196 70 / 198 91 / 200
8 0 0 0 0 1 1
demográfica -0,40

8
A transição demográfica -1

• 1º período (até aos anos trinta):


– Natalidade entre 30 e 35%o.
– Mortalidade a cerca de 20/22 %o.
Intenso crescimento populacional

• 2º período (anos trinta a sessenta):


– Natalidade desce para cerca de 25%o.
– Mortalidade desce para um pouco mais que
10 %o.
Crescimento populacional ainda um pouco
maior
9
A transição demográfica -2

• 3º período (até meados dos anos noventa):


– Natalidade passa de 25 para cerca de 10%o.
– Mortalidade estável a 10 %o.
– Movimentos migratórios complexos
Tendência para decréscimo da população

• 4º período (actualidade):
– Natalidade e mortalidade a cerca de 10%o.
– Início da imigração
Forte tendência para envelhecimento e
decréscimo da população

10
A transição demográfica -3

11
O Novo Portugal Demográfico
• Completada a transição demográfica:
– Tendência para a diminuição da população
– Forte envelhecimento, no topo e na base
– Aumento da esperança de vida;
• Diminuição das mortes acidentais:
– Final da guerra colonial;
– Mais cuidado em casa; no trabalho e na
estrada.
• Muito baixa mortalidade infantil
12
As estruturas etárias (1900/1960)

13
As estruturas etárias (1960/2001)

14
Comparação entre pirâmides
1900 – 1960 - 2001

15
Índice sintético de fecundidade
É o número de filhos por mulher
durante toda a sua idade fértil, de
acordo com a estrutura da
população.

Valores de 2,1 garantem a


manutenção dos quantitativos
populacionais.
16
Índice sintético de fecundidade

17
Esperança de vida à nascença
O número de anos que se espera que
um indivíduo nascido num dado ano
venha a viver.

Baseia-se numa população fictícia: É a


média das idades de todos os mortos
nesse ano.

18
Esperança de vida à nascença

19
Esperança de vida à nascença
Portugal e UE15

1960 1980 2000

Esperança de vida Portugal 60,7 69,1 73,5

(homens) UE15 67,4 70,5 75,3

Esperança de vida Portugal 66,4 76,7 80,3

(mulheres) UE15 72,9 77,2 81,4


20
Taxa de mortalidade infantil

21
Mas....

.... Portugal não é


homogéneo !
22
Densidade Populacional
Evolução e distribuição

23
24
Variação da População

25
Fonte: PNPOT,V: 3,16

26
Ano do censo em
que se verificou a
população
máxima

27
Mortalidade Infantil
Evolução e distribuição

28
Jovens (% com menos de 15 anos)

29
Idosos (% com 65 e mais anos)

30
Tipologia da transição
demográfica (J. Ferrão)
1-Forte crescimento
2-Crescimento moderado e
envelhecimento relativo
3-Envelhecimento moderado
4-Envelhecimento com
despovoamento tardio
5-Grande envelhecimento e
despovoamento precoces

31
A População e o
Território

Parte 2

Dinâmicas Migratórias

32
33
Períodos de migração
• Anos sessenta
– Muito forte emigração (agora para a Europa)
• Anos setenta
– Retorno das ex-colónias (cerca de meio
milhão)
• Anos oitenta
– Tendência para continuação da emigração
• Anos noventa
– Começo da imigração significativa

34
EMIGRAÇÃO

35
36
Áreas de
origem de
emigrantes

37
Áreas de
origem de
emigrantes:
USA
38
Portugueses e luso-descendentes, (2002)

39
IMIGRAÇÃO

40
EMIGRANTES

41
Ásia
América C/S
América N
África
Europa

42
Estrangeiros com autorização de
residência em Portugal
1981 1991 2001
Total 54414 113978 223602
Total (%) 100,0 100,0 100,0
União Europeia 29,4 27,5 27,5
Resto da Europa 0,8 1,5 2,5
Africa - PALOP 45,1 40,2 45,2
Resto da África 0,6 1,7 2,6
Brasil 8,0 11,1 10,5
Resto da Am. Latina 4,7 5,3 2,4
Am. do Norte 8,5 8,1 4,6
China 0,5 1,2 1,7
Índia 0,2 0,6 0,6
Paquistão 0,6 0,6 0,5
Outros 1,6 2,2 1,9

43
Quociente Locativo
r
V j
n
r
V j
QL j = r
V
n
V

Compara o peso da parte no local


com o peso da parte no todo
44
Quocientes
locativos dos
residentes dos
PALOP
2001
45
Quocientes
locativos dos
residentes da
Europa de
Leste
2001
46
Quocientes
locativos dos
residentes
brasileiros
2001
47
Quocientes
locativos dos
residentes da
União Europeia
2001
48
Estrutura etária de imigração

49
Importância económica das
migrações

50
Migrações Internas
• Recomposição das áreas metropolitanas:
• Os centros repulsivos, expansão da mancha peri-urbana
• Faixa litoral atractiva
• Desenvolvimento urbano, industrial e do turismo
• Consolidação dos eixos estruturantes
• Porto/Caminha; Aveiro/Vilar Formoso; Lisboa/Elvas
• Algarve
• Substituição de migrantes internos por imigrantes
• Alargamento e diversificação das cidades médias
• Bragança, Viseu, Castelo Branco/Guarda...

51
Saldos migratórios internos
1985/1991 e 1995/2001

52
A População e o
Território
Parte 3

Estruturas Familiares
Condições de Vida
53
ESTRUTURAS
FAMILIARES

54
55
Evolução da dimensão da família

56
Evolução da dimensão da família
• Quebra das natalidades (já visto):
– Valores culturais;
– Métodos contraceptivos
• Aumento do número total das famílias;
• Maior número de isolados
– Jovens, viúvos e divorciados
• Mais famílias monoparentais
– Mãe e filho; pai e filho
• Diminuição do número de famílias grandes;

57
Mudanças na sexualidade
“A difusão massiva de contraceptivos
eficazes, comercializados a partir dos anos
60, foi decisiva para a mudança substantiva
de valores, representações e práticas no
âmbito da sexualidade, desencadeando uma
redefinição da feminilidade, da masculinidade
e das relações de género.“

(Ana Nunes de Almeida, 2002, citada por Isabel André, G.P.)

58
Desinstitucionalização da conjugalidade

A vermelho:
Casamento
não católico,

de 19% a 37%

A azul:
Divórcios,

de quase 0%
para 35%

59
EDUCAÇÃO

60
EDUCAÇÃO

a) População residente com 10 e mais anos que não sabe ler


b) População residente com 10 e mais anos que não sabe ler nem
escrever
c) População residente com ensino superior

61
62
Taxa de
analfabetismo
(%)

2001

Portugal 9%

63
População c/
ensino médio
ou superior

(%)

2001

Portugal
45,3%
64
65
ACTIVIDADE

66
67
População activa (%)

População c/
activa
(%)

2001

Portugal
48,2%

68
População
dos grupos
1 e 2:
Quadros
superiores
públicos e de
empresas e
especialistas
científicos e
intelectuais
(%)
2001

Portugal
15,5%
69
População
dos grupos
6 a 9:
Agricultores,
operários e
trabalhadores
não
qualificados

(%)
2001

Portugal
49,1%
70
Fluxos
dominantes
casa-
trabalho
2001

71
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• Carlos Alberto MEDEIROS (ed.) (2005) –Geografia de Portugal,


vol. 2, Sociedade, Paisagens e Cidades, Lisboa, Círculo de
Leitores. p. 49 a 150;

• Suzanne DAVEAU (1995) – Portugal Geográfico, Porto, Livraria


Figueirinhas, p. 10-17, 32-40;

• Medeiros FERREIRA (1988) - Portugal os Próximos Vinte Anos -


A Posição de Portugal no Mundo, Lisboa, Fundação C.
Gulbenkian.

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