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Análise Bimestral

Análise Macroeconómica
Mercado Cambial
Monetário
Mercadorias
Análise Técnica
Julho 2010
Índice
Análise Macroeconómica 3
 Economia mundial
 Indicadores avançados
 Tabelas
 Portugal

Mercado Monetário e Obrigações 14

Commodities 16
 Energia
 Algodão
 Metais
 Alimentares

Análise Técnica 22

Quadro de Variações 29

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Análise Macroeconómica
As Três Tendências Estruturais
As grandes alterações raramente se notam no dia-a-dia, sendo necessário um olhar mais abrangente e
retrospectivo para aceitar mudanças de paradigma. O processo de globalização trouxe-nos um mundo
multipolar que continua em construção. A evolução técnica, nomeadamente ao nível das tecnologias
de informação, provocou uma verdadeira revolução que só agora começa a ser compreendida. A crise
financeira mostra que um modelo de crescimento baseado em dívida é insustentável.

Neste relatório bimestral propusemo-nos ao desafio de detectar quais as principais tendências em


vigor, cujo impacto transcende em grande medida o “mundo económico”. Não pretendemos fazer
exercícios complicados de futurologia, mas antes destacar tendências já em curso, que nos parecem
estar a ganhar cada vez maior importância e que nos acompanharão por mais algum tempo.

Trata-se de uma reflexão prospectiva, efectuada internamente pela IMF. Logicamente, utilizamos
materiais recolhidos ao longo dos últimos meses entre researchs, notícias, seminários, documentários
e inclusivamente conversas com clientes e outras entidades. O nosso objectivo é ajudar no processo
de reflexão sobre as transformações que já ocorrem neste preciso momento.

DESALAVANCAGEM
Por “desalavancagem” entende-se o processo pelo qual se reduz o excesso de endividamento. Não se
trata apenas das famílias ou das empresas, mas também (e sobretudo) dos países e outras entidades
públicas.

Ao longo das últimas décadas os sistemas financeiros dos países ocidentais foram permitindo mais e
mais endividamento, com cada vez menos colateral. Abandonaram-se as “reservas mínimas” que
obrigavam os bancos a guardar uma percentagem considerável dos depósitos, tendo essas regras sido
substituídas por rácios de capital pró-cíclicos e muito mais permissivos. Por outro lado, os países
ocidentais foram sentindo a disponibilidade do resto do mundo financiar as suas economias, que
aparentemente seriam capazes de suportar todo e qualquer endividamento ou choque.

E, deste modo, chegamos a estes números: A dívida externa


Dívida/PIB
mundial total é de 98% do PIB mundial (há tanta dívida como  Irlanda 1005%
produto). Os quatro BRIC representam hoje apenas 2,1% da dívida  Holanda 470%
externa mundial. Os quatro 4 maiores devedores dos anos 80’s eram  Reino Unido 416%
o Brasil, Argentina, Venezuela e México, com mais de 70% da  Suíça 269%
dívida externa mundial, mas hoje representam somente 0.95% das  Bélgica 266%
dívidas. A União Europeia é responsável por 61.5% da dívida  Portugal 225%
externa mundial, 44% da qual na zona euro. Se consideramos o  Média EU 216%
rácio “Dívida vs PIB” ao lado, pensamos que os números falam por  EUA 93%
si quanto ao “exagero” da situação de dívida.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Do ponto de vista orçamental, a situação


impressiona. Como se pode ver no gráfico ao
lado, as despesas do Estado americano (que
utilizamos como mero exemplo do
paradigma) têm subido de forma parabólica
e, com elas, a dívida. Um dos argumentos
mais arrojados e cada vez mais plausível,
sustenta que o crescimento económico
“sustentado” das economias ocidentais deve-
se quase exclusivamente à dívida e que estamos perante um sistema que necessita de cada vez mais
dívida para produzir as mesmas taxas de crescimento. Ora um sistema desse tipo não é mais do que
um esquema “Ponzi”, em pirâmide.

Analisando a produtividade marginal da


dívida no longo prazo nos EUA, ou seja o
acréscimo de produto que resulta do
acréscimo de dívida, verifica-se uma
tendência claramente negativa desde a
década de 60. A recente crise financeira
encarregou-se de tornar essa produtividade
negativa! É certo que em 2010 esse rácio terá
voltado a ser positivo, mas cada vez mais
perto de zero.

O que já parece claro para todos é que já se percebeu que o “rei vai nu” e que os credores,
essencialmente de fora do espaço ocidental, já não estão disponíveis para continuar a financiar.

O recente orçamento britânico, agressivo em


termos de cortes na despesa e também o
plano anunciado pela Alemanha mostra que
já se caminha no sentido da consolidação
orçamental. A tendência para a redução do
endividamento, ou pelo menos do ritmo
desse endividamento, já está em curso.

Já se pode observar uma contracção nos


agregados monetários, que é pertinente até
mesmo se olharmos para o longo prazo.

É um processo doloroso, demorado, em que


o PIB contrai antes de recuperar. Se for mal
gerido, pode levar à ruptura financeira de
agentes económicos e até países, com
consequências sociopolíticas muito
relevantes.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

NIVELAMENTO
É talvez a mais intuitiva das três tendências que apresentamos, mas simultaneamente a que mais
desafia a concepção ocidental do mundo. Há a consciência que existem outras áreas do globo a
crescer mais do que o ocidente, mas estaremos preparados para ser ultrapassados? Para deixar de ser o
centro do mundo económico? Peso no PIB mundial por região (PPP)
No gráfico ao lado, construído com base em
dados da Silk Invest, observa-se a importância
de cada área económica nos últimos mil anos.
Desde 1950 que se verifica a tendência para
uma maior importância da Ásia, África e
Médio Oriente, em detrimento dos EUA e
Europa Ocidental. Ou seja, não se trata de uma
novidade, nem de uma conjuntura passageira.
A OCDE corrobora esta perspectiva, através de
um relatório de 16 de Junho, em que se prevê
uma importante alteração no peso das economias. No ano 2000, 60% do PIB mundial tinha origem
em países OCDE. Em 2010 esse rácio já é de 51% e prevê-se que em 2030 os países que não são da
OCDE já sejam responsáveis por 57% do PIB à escala mundial.

A mesma tendência, vista de outra forma,


mostra-nos as alterações no rendimento das
famílias. Estamos já a presenciar o momento em
que o número de famílias com rendimento
disponível acima dos $US 10 000 já é superior
nos BRIC do que na zona euro ou nos EUA, o
que altera substancialmente o focus das
empresas, sobretudo produtoras de bens
transaccionáveis ou de serviços nas economias
domésticas dos BRIC.

Naturalmente, este “nivelamento” não é


apenas económico. As populações dos países
que estão a crescer mais (e que têm também
melhor saúde financeira) estão a conquistar
direitos laborais, humanos, legais e
económicos. Os seus Estados já oferecem graus
adicionais de protecção social. Notar que este
nivelamento é relativamente sincronizado a
nível global. Ou seja, à medida que alguns
países estão a avançar, outros recuam. Os
melhores exemplos podem ser encontrados nos
direitos laborais e na protecção social.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Enquanto na China os gastos com a saúde e a defesa dos trabalhadores vão aumentando, regista-se o
inverso no mundo ocidental, na Europa em particular.

Em resumo, é uma tendência em curso, em que se deixa de falar de G8 para falar de G20, há um
nivelamento de direitos, riqueza e valores, oportunidades nas economias domésticas e eventual
inversão fluxos migratórios.

REGULAÇÃO
A tendência da “regulação” é, porventura, a que poderá suscitar mais dúvidas. No entanto, a cada dia
que passa testemunhamos cada vez mais provas da sua existência e importância. Ao falarmos em
regulação referimo-nos à cada vez maior intervenção do Estado e das entidades públicas em todos os
aspectos da vida dos mercados, cidadãos e agentes económicos em geral. Impostos, proibições,
obrigatoriedades, regulamentos, limitações à actividade, acesso a informação, entre outros.

As explicações para esta tendência podem explicar-se no quadro abaixo. No essencial, pode dizer
que, ao contrário dos anos 90 - que sempre tenderam para uma maior liberalização e
desregulamentação - os Estados tentam assumir uma influência cada vez maior. As causas são a
pressão da opinião pública, o comportamento volátil dos mercados, o medo de não conseguir
perceber e dominar a realidade e a necessidade de receitas.

Um aspecto muito particular, mas de crucial importância é o novo acordo de supervisão bancária
“Basileia III”. Decorrem ainda as negociações do que se diz ser a maior transformação em décadas no
sistema financeiro. Em princípio, haverá forte limitação da actividade e riscos assumidos pelos bancos,
rácios de capital mais “apertados” e introdução de um “rácio de alavancagem” máximo.

Os estudos publicados pelo Institute of Internacional Finance estimam que a implementação do


“Basileia III”, tal qual está, implicaria uma redução do PIB mundial em 3%, sendo essa contracção de
4.3% na zona euro até 2015. Diz-se no mercado que para Portugal, que será particularmente
afectado, essa queda no PIB pode ser do dobro. É um assunto a acompanhar de perto, já que terá
impacto directo na relação entre a banca e os seus clientes. (IMF)

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

INDICADORES AVANÇADOS APONTAM PARA CONTINUAÇÃO DA EXPANSÃO ECONÓMICA


Os CLIs para Abril de 2010, publicados em 11 de Junho, sinalizam uma redução do ritmo expansão
da actividade económica para a maioria dos países da OCDE. O CLI para a zona da OCDE aumentou
0.4 pontos em Abril de 2010, ligeiramente mais baixo que o aumento de 0.5 pontos em Março. Abril
foi o nono mês que o ritmo de crescimento diminuiu.

Sinais preliminares de potenciais picos surgiram no Brasil e com forte evidência em França, Itália, e
especialmente na China. Os CLIs para o Japão, EUA e Alemanha continuam a indicar continua
expansão da actividade económica, sendo possível que esta se mantenha, no entanto, a um menor
ritmo.

Composite Leading Indicators

O CLI da OCDE é calculado para fornecer precocemente sinais dos pontos de viragem dos ciclos
económicos. Quatro fases cíclicas constituem a base desta abordagem qualitativa: Expansão – CLI
crescente e acima dos 100; Desaceleração – CLI decrescente e acima dos 100; Abrandamento – CLI
decrescente e inferior a 100; Recuperação – CLI crescente e abaixo dos 100.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Composite Leading Indicators


Variação Outlook para
Rácio de tendência, amplitude ajustada (Média de
Variação face ao último mês (pontos) year-on-year o clico
longo prazo = 100)
(pontos) económico2
2009 2010 2009 2010
Último mês
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
OCDE 101.7 102.4 103.0 103.6 104.0 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 11.3 Expansão
Zona Euro 103.0 103.6 104.0 104.4 104.7 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 11.2 Expansão
5 Maiores
Potencial
economias 102.0 102.3 102.4 102.5 102.5 0.4 0.3 0.1 0.1 0.0 6.2
pico
da Ásia1
G7 101.6 102.4 103.1 103.7 104.2 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 12.4 Expansão

Canadá 102.8 103.5 104.0 104.4 104.6 0.9 0.7 0.5 0.4 0.2 12.8 Expansão
Potencial
França 104.7 104.8 104.8 104.6 104.3 0.4 0.2 -0.1 -0.2 -0.3 7.8
pico
Japão 100.5 101.6 102.4 103.1 103.7 1.2 1.1 0.9 0.7 0.5 12.2 Expansão
Alemanha 102.2 103.2 104.3 105.3 106.3 1.1 1.1 1.1 1.1 1.0 16.8 Expansão
Potencial
Itália 105.1 105.2 105.1 104.9 104.6 0.4 0.1 -0.1 -0.2 -0.3 9.0
pico
Reino
103.7 104.2 104.5 104.7 104.8 0.6 0.4 0.3 0.2 0.1 10.1 Expansão
Unido
EUA 100.4 101.3 102.2 103.0 103.6 1.0 1.0 0.9 0.8 0.7 12.9 Expansão

Potencial
Brasil 99.7 100.1 100.4 100.5 100.6 0.5 0.4 0.3 0.1 0.0 12.4
pico
Potencial
China 102.9 102.7 102.4 102.0 101.6 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.4 2.7
pico
Índia 100.0 100.4 100.8 101.1 101.4 0.5 0.4 0.4 0.3 0.3 5.8 Expansão
Rússia 100.5 101.1 101.6 102.1 102.7 0.7 0.6 0.5 0.5 0.5 14.6 Expansão

1. China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia


2. As fases cíclicas do CLI são definidas da seguinte forma: expansão (crescente acima dos 100 pontos); desaceleração (decrescente
acima dos 100 pontos); abrandamento (decrescente abaixo dos 100 pontos), recuperação (crescente abaixo dos 100 pontos)
Fonte: OCDE

Performance histórica do CLI e pontos recentes de viragem cíclica


Performance histórica CLI Pontos de viragem confirmados nas séries de referência
Ano de Desvio
Mediana Topo Fundo Topo Fundo Topo Fundo
início Padrão
OCDE 1961 6 3.5 Agosto 00 Janeiro 02 Fevereiro 08 P Maio 09 P
Zona Euro 1963 7 3.1 Novembro 00 Julho 03 Março 08 P Maio 09 P
5 Maiores
economias da 1982 6 6.0 Agosto 00 Dezembro 01 Maio 04 P Junho 05 P Fevereiro 08 P Março 09 P
Ásia1
G7 1959 6 3.7 Agosto 00 Janeiro 02 Março 08 P Maio 09 P

Canadá 1956 8 3.7 Agosto 00 Novembro 01 Agosto 07 P Junho 09 P


França 1962 7 4.9 Dezembro 00 Julho 03 Fevereiro 08 P Abril 09 P
Japão 1959 6 4.5 Setembro 00 Dezembro 01 Março 08 P Abril 09 P
Alemanha 1961 5 4.0 Novembro 00 Julho 03 Março 08 P Maio 09 P
Itália 1973 7 5.8 Dezembro 00 Fevereiro 05 P Março 08 P Maio 09 P
Reino Unido 1958 7 5.2 Setembro 00 Abril 03 Abril 04 Agosto 05 P Fevereiro 08 P Junho 09 P
EUA 1955 5 3.4 Maio 00 Dezembro 01 Fevereiro 08 P Maio 09 P

Brasil 1989 5 2.3 Janeiro 01 Junho 03 Outubro 04 Agosto 06 P Maio 08 P Abril 09 P


China 1983 5 5.3 Julho 00 Janeiro 02 Dezembro 07 P Fevereiro 09 P
Índia 1994 5 5.6 Maio 00 Abril 03 Abril 07 P Janeiro 09 P
Rússia 1993 3 2.7 Junho 00 Julho 02 Junho 04 Setembro 05 P Abril 08 P Maio 09 P

1. China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia


P – Provisório
Fonte: OCDE

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

PIB
(Variação % face ao ano anterior)
Projecções
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austrália 4.0 1.9 3.8 3.2 4.0 3.2 3.5 2.4 4.9 2.2 1.4 3.2 3.7
Áustria 3.3 3.7 0.5 1.6 0.8 2.6 2.9 3.4 3.4 1.8 -3.4 1.4 2.3
Bélgica 3.4 3.7 0.8 1.5 1.0 3.1 2.0 2.8 2.8 0.8 -3.0 1.4 1.9
Canadá 5.5 5.2 1.8 2.9 1.9 3.1 3.0 2.9 2.5 0.4 -2.7 3.6 3.2
Rép. Checa 1.3 3.6 2.5 1.9 3.6 4.3 6.4 7.0 6.1 2.3 -4.1 2.0 3.0
Dinamarca 2.6 3.5 0.7 0.5 0.4 2.3 2.4 3.4 1.7 -0.9 -4.9 1.2 2.0
Finlândia 3.9 5.1 2.7 1.6 1.8 4.1 3.1 4.4 4.8 1.2 -7.8 1.7 2.5
França 3.3 3.9 1.9 1.0 1.1 2.3 1.9 2.4 2.3 0.3 -2.5 1.7 2.1
Alemanha 2.0 3.2 1.2 0.0 -0.2 0.7 0.9 3.4 2.6 1.0 -4.9 1.9 2.1
Grécia 3.4 4.5 4.2 3.4 5.9 4.6 2.2 4.5 4.5 2.0 -2.0 -3.7 -2.5
Hungria 4.2 4.9 4.1 4.4 4.3 4.6 3.7 4.1 1.0 0.4 -5.7 1.2 3.1
Rússia 6.4 10.0 5.1 4.7 7.3 7.2 6.4 7.7 8.1 5.6 -7.9 4.0 3.3
Islândia 4.1 4.3 3.9 0.1 2.4 7.7 7.5 4.6 6.0 1.0 -6.5 -2.2 2.3
Irlanda 10.7 9.4 5.7 6.5 4.4 4.6 6.2 5.4 6.0 -3.0 -7.1 -0.7 3.0
Itália 1.5 3.7 1.8 0.5 0.0 1.4 0.8 2.1 1.4 -1.3 -5.1 1.1 1.5
Japão -0.1 2.9 0.2 0.3 1.4 2.7 1.9 2.0 2.4 -1.2 -5.2 3.0 2.0
Coreia 9.5 8.5 4.0 7.2 2.8 4.6 4.0 5.2 5.1 2.3 0.2 5.8 4.7
China 7.6 8.4 8.3 9.1 10.0 10.1 10.4 11.6 13.0 9.6 8.7 10.0 9.9
Luxemburgo 8.4 8.4 2.5 4.1 1.5 4.4 5.4 5.6 6.5 0.0 -3.4 2.7 3.1
Brasil 0.3 4.3 1.3 2.7 1.1 5.7 3.2 4.0 6.1 5.1 -0.2 5.5 4.1
México 3.8 6.6 0.0 0.8 1.4 4.0 3.2 4.9 3.3 1.5 -6.6 4.5 4.0
Holanda 4.7 3.9 1.9 0.1 0.3 2.2 2.0 3.4 3.6 2.0 -4.0 1.2 2.0
Nova Zelândia 5.3 2.4 3.6 4.9 4.3 4.0 3.1 2.3 3.1 -0.5 -0.5 2.5 3.9
Noruega 2.0 3.3 2.0 1.5 1.0 3.9 2.7 2.3 2.7 1.8 -1.5 1.2 2.0
Polónia 4.5 4.3 1.2 1.4 3.9 5.3 3.6 6.2 6.8 5.0 1.8 3.1 3.9
Portugal 3.8 3.9 2.0 0.8 -0.8 1.5 0.9 1.4 1.9 0.0 -2.7 1.0 0.8
Rép. Eslovaca 0.0 1.4 3.4 4.8 4.7 5.0 6.7 8.5 10.6 6.2 -4.7 3.6 3.9
Espanha 4.7 5.0 3.6 2.7 3.1 3.3 3.6 4.0 3.6 0.9 -3.6 -0.2 0.9
Suécia 4.6 4.4 1.1 2.4 1.9 3.7 3.1 4.6 3.5 -0.6 -5.1 1.6 3.2
Suíça 1.3 3.6 1.2 0.4 -0.2 2.5 2.6 3.6 3.6 1.8 -1.5 1.8 2.2
Turquia -3.4 6.8 -5.7 6.2 5.3 9.4 8.4 6.9 4.7 0.7 -4.9 6.8 4.5
Reino Unido 3.5 3.9 2.5 2.1 2.8 3.0 2.2 2.9 2.6 0.5 -4.9 1.3 2.5
EUA 4.9 4.2 1.1 1.8 2.5 3.6 3.1 2.7 2.1 0.4 -2.4 3.2 3.2
Zona Euro 2.9 3.9 1.9 0.9 0.8 1.9 1.8 3.1 2.7 0.5 -4.1 1.2 1.8
OCDE 3.5 4.2 1.3 1.7 2.0 3.2 2.7 3.1 2.8 0.5 -3.3 2.7 2.8
Fonte: OCDE, FMI – Os valores para 2009 são finais

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Conta Corrente
(Variação % face ao ano anterior)
Projecções
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austrália -5.3 -3.7 -2.0 -3.6 -5.2 -6.0 -5.6 -5.2 -6.1 -4.4 -4.1 -3.2 -2.8
Áustria -1.6 -0.7 -0.8 2.7 1.7 2.2 2.2 2.8 3.6 3.3 2.3 3.0 3.4
Bélgica 5.1 4.0 3.4 4.6 4.1 3.5 2.6 2.0 1.6 -2.9 0.5 2.0 2.1
Canadá 0.3 2.7 2.3 1.7 1.2 2.3 1.9 1.4 1.0 0.5 -2.7 -1.6 -1.6
Rép. Checa -2.3 -4.6 -5.3 -5.5 -6.2 -5.2 -1.3 -2.4 -3.2 -0.6 -1.0 0.1 -0.4
Dinamarca 1.9 1.6 2.6 2.9 3.4 2.3 4.3 3.0 1.5 2.2 4.0 3.2 2.7
Finlândia 5.8 8.0 8.6 8.9 5.2 6.6 3.6 4.6 4.2 3.0 1.3 2.4 3.1
França 3.1 1.7 2.0 1.3 0.9 0.6 -0.4 -0.5 -1.0 -2.3 -2.2 -1.9 -1.9
Alemanha -1.3 -1.8 0.0 2.0 1.9 4.6 5.1 6.4 7.7 6.7 5.0 6.0 7.2
Grécia -5.6 -7.8 -7.3 -6.8 -6.5 -5.8 -7.3 -11.3 -14.4 -14.6 -11.2 -8.9 -6.7
Hungria -7.5 -8.8 -6.0 -6.9 -7.9 -8.3 -7.2 -7.1 -6.5 -7.1 0.2 0.8 -0.4
Rússia 12.6 18.0 11.1 8.4 8.2 10.1 11.0 9.5 6.0 6.2 3.9 5.1 4.6
Islândia -6.7 -10.1 -4.3 1.5 -4.8 -9.8 -16.1 -24.4 -16.3 -18.5 -3.3 -0.2 -1.8
Irlanda 0.2 -0.4 -0.6 -1.0 0.0 -0.6 -3.5 -3.6 -5.3 -5.2 -2.9 -0.4 1.4
Itália 0.7 -0.6 -0.1 -0.8 -1.3 -1.0 -1.6 -2.6 -2.4 -3.5 -3.1 -3.6 -3.5
Japão 2.6 2.5 2.2 2.9 3.2 3.7 3.6 3.9 4.9 3.3 2.8 3.3 3.5
Coreia 5.3 2.3 1.6 0.9 1.8 3.9 1.8 0.6 0.6 -0.5 5.2 1.7 1.6
China 1.9 1.7 1.3 2.4 2.8 3.6 7.2 9.5 11.0 9.4 5.8 6.2 6.5
Luxemburgo 8.4 13.2 8.8 10.5 8.1 11.9 11.0 10.3 9.7 5.3 5.6 6.3 6.0
Brasil -4.7 -3.8 -4.2 -1.5 0.8 1.8 1.6 1.3 0.1 -1.7 -1.5 -2.9 -2.9
México -2.6 -2.9 -2.6 -2.0 -1.0 -0.7 -0.5 -0.5 -0.8 -1.5 -0.6 -0.7 -1.2
Holanda 3.8 2.0 2.4 2.5 5.5 7.5 7.3 9.3 8.7 4.8 5.4 5.3 5.9
Nova Zelândia -6.2 -5.1 -2.8 -3.9 -4.2 -6.2 -8.3 -8.4 -8.0 -8.6 -3.0 2.5 2.2
Noruega 5.7 14.8 16.1 12.6 12.3 12.7 16.3 17.3 14.1 18.6 13.8 16.0 16.2
Polónia -7.5 -6.0 -3.1 -2.8 -2.5 -4.0 -1.2 -2.7 -4.7 -5.0 -1.6 -1.6 -2.7
Portugal -8.5 -10.2 -9.8 -8.0 -6.0 -7.5 -9.4 -9.9 -9.4 -12.0 -10.3 -10.2 -10.3
Rép. Eslovaca -4.8 -3.5 -8.3 -7.9 -5.9 -7.8 -8.5 -7.8 -5.3 -6.5 -1.3 -0.9 -3.0
Espanha -2.9 -4.0 -3.9 -3.3 -3.5 -5.3 -7.4 -9.0 -10.0 -9.7 -5.4 -4.1 -3.3
Suécia 4.2 3.8 3.7 4.0 7.1 6.6 6.8 7.8 8.2 9.3 7.2 6.3 7.1
Suíça 10.8 12.1 8.2 8.8 13.3 13.3 13.9 15.2 9.1 1.8 8.4 9.9 10.2
Turquia -0.6 -3.7 2.1 -0.4 -2.8 -3.8 -4.6 -6.1 -5.9 -5.5 -2.2 -4.5 -5.9
Reino Unido -2.4 -2.6 -2.1 -1.7 -1.6 -2.1 -2.6 -3.3 -2.7 -1.5 -1.3 -1.6 -1.0
EUA -3.2 -4.2 -3.7 -4.3 -4.7 -5.3 -5.9 -6.0 -5.2 -4.9 -2.9 0.3 0.8
Zona Euro 0.3 -0.6 0.1 0.7 0.5 1.2 0.5 0.5 0.4 -0.8 -0.3 0.3 0.8
OCDE -0.7 -1.3 -1.0 -1.1 -1.0 -0.9 -1.4 -1.6 -1.3 -1.6 -0.7 -0.8 -0.7
Fonte: OCDE, FMI – Os valores para 2009 são finais

11 11
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

PORTUGAL

INDICADORES POSITIVOS, MAS HÁ AMEAÇAS...

Em Maio, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu ligeiramente na Área Euro (AE) e na
União Europeia (UE27), suspendendo os movimentos ascendentes anteriores. No mesmo mês, os
preços das matérias-primas e o preço do petróleo voltaram a apresentar fortes crescimentos
homólogos.

Em Portugal, o indicador de clima económico, disponível até Maio, aumentou nos últimos três meses,
retomando o perfil ascendente iniciado em Maio de 2009. O indicador de actividade económica
recuperou em Abril, mantendo o movimento ascendente observado desde Agosto. O indicador de
consumo privado voltou a aumentar em Abril, atingindo o valor mais elevado desde Março de 2000,
em resultado do contributo positivo de ambas as componentes, consumo corrente e consumo
duradouro. No mesmo mês, o indicador de FBCF recuperou, reflectindo sobretudo a evolução da
componente de material de transporte. Contudo, considerando valores mensais efectivos e não médias
móveis de três meses, alguns dos Indicadores de Consumo Privado registaram abrandamentos em
Abril. (fonte INE).

Apesar se o indicador de clima económico apresentar um


registo positivo, estamos algo receosos quanto ao
desempenho futuro. O comportamento do consumidor
não nos parece sustentável, em face das perspectivas do
emprego, subida da carga fiscal e eventual subida das
taxas de juro. Por outro lado, os desenvolvimentos nos
mercados de crédito internacionais podem levar a uma
deterioração das condições de financiamento de famílias e
empresas, deprimindo o crescimento.

Gostaríamos ainda de salientar, numa perspectiva mais de


médio prazo, que o transporte de mercadorias em
Portugal regista uma tendência negativa, pelo menos desde 2005 e acentuada a partir de 2007,
segundo dados do INE. (IMF)

12
Meta os mercados no bolso!

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proceder para estar sempre em contacto com a IMF.
Esta ferramenta será particularmente útil já que:
• Facilitará o contacto directo e seguro entre o Cliente, a
IMF, bancos e outras entidades.
•Terá um arquivo certificado pela Reuters, podendo as
mensagens ser consultadas sem possibilidade de
modificação.
Não se trata de um “messenger” aberto. Apenas pode ser
usado por profissionais e após autorização da Reuters.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Mercado Monetário

As incertezas crescentes quanto à saúde de muitas instituições financeiras levam a que cada vez
menos liquidez esteja a circular no sistema. Esta situação levará certamente a que menos montante
seja depositado diariamente a 0.25% junto do BCE, devendo resultar numa gradual subida da Eonia.

Neste cenário será de esperar as Euribor mantenham a sua recente tendência de subida, apesar de não
ser expectável que o Banco Central suba as taxas de referência nos próximos 12 meses. A próxima
grande data a ter em conta no respeitante a liquidez será 30 de Setembro, dia em que não só vencerá
o montante cedido a 30 de Junho, como cedências passadas a 12 e 6 meses num total de €225 mil
milhões.

Foi dado por terminado o programa implementado há um ano, através do qual o BCE adquiriu um
total de €60 mil milhões de títulos com base empréstimos hipotecários ou ligados ao sector público.
Este programa permitiu que muitos bancos conseguissem usar parte da sua carteira de crédito para se
refinanciar junto do BCE. O Banco Central confirmou que deverá manter tais títulos até à maturidade.

Numa altura em que os países europeus são forçados a tomar medidas para combater o défice, os
riscos de inflação diminuem. Com a expectativa de um crescimento económico reduzido, dadas as
implicações negativas que tais medidas terão no consumo interno, não se espera que o BCE suba as
taxas nos próximos 9 meses.

Os EUA continuam a optar por uma política de estímulos orçamentais. A subida das Libor, numa
altura em que não há quaisquer sinais de movimentações por parte da Fed, pressupõe que também
neste caso o mercado interbancário não estará a funcionar na perfeição. Os dados económicos
continuam a sair erráticos, não dando para já qualquer margem para que a Fed considere subir as
taxas de referência.

ESTIMATIVA IMF PARA TAXAS DE JURO EM 2010/2011

BCE Euribor Fed BoE BoJ


3m
Taxas Actuais 1.00% 0.74% 0% 0.50% 0.10%
3º Trim. 2010 1.00% 0.85% 0% 0.50% 0.10%
4º Trim. 2010 1.00% 1.10% 0% 0.50% 0.10%
1º Trim. 2011 1.00% 1.20% 0.25% 0.50% 0.10%
2º Trim. 2011 1.25% 1.40% 1.00% 0.75% 0.10%

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Mercado de Obrigações e de Taxa Fixa


A questão associada aos elevados défices dos países periféricos continuou a dominar as atenções na
Zona Euro. Esta situação, associada à subida do dólar e à queda dos mercados accionistas, levou a que
os títulos de dívida pública alemães voltassem a ser alvo de forte procura. Os rendimentos dos títulos
deste país estão abaixo de 1% para maturidades até 4 anos. Esta situação só é possível por uma
questão de “segurança”, apesar de também ajudar a ideia de que o BCE manterá as taxas de referência
baixas durante um período prolongado de tempo.

O diferencial entre os 2 e 10 anos tem-se


vindo a estreitar, ficando os prazos mais
curtos sem espaço para cair, mas ainda está
acima dos 2.0%.

Passando para os países mais problemáticos,


o semestre acaba com a Grécia a pagar
cerca de 8% acima da Alemanha, 3% para
Portugal, 2% para a Espanha. Mesmo a
França já se distanciou um pouco, pagando
agora mais 0.40%. Esta situação só não está
pior porque o Banco Central Europeu tem intervindo, comprando dívida destes países em mercado
secundário. Até ao momento, o BCE já despendeu cerca de €55 mil milhões nestas compras, não
dando qualquer indicação de limite temporal ou de montante para tais operações.

No que diz respeito aos títulos alemães, é de


esperar que a tendência de alisamento da
curva se mantenha, enquanto a percepção de
risco não se alterar. Os rendimentos dos
títulos até 5 anos estão de tal forma baixos
que forçam os investidores a aumentarem a
duração das suas aplicações. A situação
poderá alterar-se a partir do ponto em que os
investidores sentirem que o prémio de risco
aplicado a outros países da Zona Euro está
exagerado. No entanto, não é expectável que
tal venha a suceder durante este Verão, dadas as muitas dúvidas que se colocam quanto à
aplicabilidade das políticas de austeridade, e dos seus efeitos práticos nos défices dos países em causa.
Acreditamos que o BCE irá manter-se por mais uns meses como garante da liquidez dos títulos destes
países. A dívida pública dos EUA continuará a beneficiar da subida do dólar e da instabilidade dos
mercados accionistas. A longo prazo, a actual política de estímulos económicos contínuos poderá
inverter a situação, e forçar os EUA a pagar muito mais que no presente pela colocação da sua
crescente dívida.

15 15
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Commodities
MATÉRIAS - PRIMAS

 PETRÓLEO
O preço do petróleo tem vindo a recuperar desde meados de
Maio, altura em que atingiram um mínimo próximo dos
$64/barril. A evidência de aumento de procura e consequente
redução de stocks, que ainda assim estão em níveis confortáveis,
a expectativa de uma estação muito activa de tempestades no
Golfo do México e o desastre da BP nesta região que conduziu a
uma das maiores catástrofes ambientais do sector, levou o preço
a aproximar-se dos $80/barril. O derramamento da BP resultou numa moratória da administração
Obama para interromper a prospecção em águas profundas na região. Se esta situação for estendida a
outras regiões do globo, poderemos ver o petróleo a subir novamente para a área dos $100/barril.

Por outro lado, os preços da energia continuam sensíveis às projecções para o crescimento
económico, que têm vindo a ser revistas em baixa no actual clima de grande incerteza com a
economia global. Ainda que os fluxos de investimento continuem a ser sustentadores, a reforma de
legislação financeira e uma maior regulação poderá levar à imposição de limites, restrigindo assim a
acção de especuladores. O mercado de petróleo permanece bem fornecido, prevendo-se que
continue a compensar o crescimento da procura durante os próximos tempos. Uma subida dos preços
acima do normal poderá levar a novos cortes do consumo, dado que em muitos países a situação
económica não permite um aumento significativo com gastos de energia.

 GÁS NATURAL
Apesar de stocks nos EUA em máximos para esta altura do ano,
e do número de plataformas em actividade continuar elevado,
os preços do gás nos EUA subiram quase 20% para perto dos
$5 MMBtu. O aumento do consumo industrial, a ideia de um
Verão quente que leve a uma elevada utilização de ar
condicionado e receios de uma intensa época de furacões que
poderá colocar em risco parte da produção no Golfo do
México, foram os factores que mais contribuíram para a subida. Também na Europa os preços têm
vindo a subir, aproximando-se cada vez mais dos preços calculados através da média semestral do
petróleo. O mês de Maio foi mais frio que o normal, levando a um consumo de gás residencial
superior ao habitual. A Noruega, um dos principais fornecedores do Reino Unido, teve uma série de
problemas que levou a que o abastecimento não fosse muito regular. No Qatar, o maior produtor
mundial de GNL, entrou em manutenção grande parte da capacidade produtiva, levando a um
decréscimo pontual de gás para exportação. A conjugação destas situações levou a que os preços spot
na Europa se aproximassem dos €20 Eur/Mwh.

16
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Com estes valores aumentou ainda mais o diferencial entre Europa e EUA, levando a que os
exportadores de GNL tenham todo o interesse em trazer o maior número de cargas possível para a
Europa.

Os preços acabaram por subir numa altura em que sazonalmente costumam cair. Nos EUA o consumo
industrial e os potenciais estragos dos furacões poderão levar a que os preços se mantenham pelos
actuais valores. Caso se continue a verificar um aumento de stocks os preços tenderão novamente a
recuar para perto dos $4 MMBtu, podendo então levar ao fecho de algumas plataformas e a um maior
equilíbrio da oferta. Na Europa, não é expectável subida de preços. Em primeiro lugar porque a estes
níveis se continua a atrair grande parte do GNL disponível. Em segundo lugar com a implementação
dos cortes de despesa e de planos de austeridade, é pouco provável que o consumo venha a subir, em
especial nos países do Norte da Europa onde se esperam temperaturas abaixo do normal para este
Verão.

 ALGODÃO
O preço do algodão tem-se mantido relativamente estável na ordem dos
80 cents/lb em NY. A melhoria das condições económicas conduziu a
uma recuperação na procura pela fibra. Outro factor sustentador é o
reduzido nível de algodão disponível no mercado. Para além das
qualidades norte-americanas, só o Uzbequistão tem algodão para
exportação. Um aumento de quase 13% na produção global de algodão
no próximo ano, pode não ser suficiente para acompanhar a recuperação da procura, pelo que os
stocks globais devem permanecer em níveis reduzidos durante 2010/11. Mesmo com uma expectativa
de uma produção global superior em 11,4 MMf face ao ano passado, a próxima campanha irá ser
deficitária em 5,2 MMf caso as previsões de consumo global do USDA se confirmem. A produção
poderá ainda ser revista em alta, e o consumo descer dada a crise nalgumas regiões do globo, mas
dificilmente se passará para uma situação de abundância. À medida que avançarmos no tempo,
menos algodão haverá disponível para entrega, o que leva a crer que em NY os preços possam subir.

No entanto, o contrato de Dezembro, actual referência para a nova colheita, pode ter dificuldade em
ultrapassar os 85 cents/lb, uma vez que muitos produtores estão satisfeitos por garantir vendas a este
valor. Os produtores com a perspectiva de uma grande colheita tenderão a vender o contrato de
Dezembro, assegurando desde já preços de venda apetecíveis para o seu produto. No sentido
contrário, serão poucas as fábricas com vontade de fixar a um prazo tão longo, sabendo que quando
chegar perto do fim do ano, haverá abundância de algodão. A capacidade das fábricas conseguirem
aguentar pela próxima colheita, será determinante nos próximos meses.

METAIS
No geral, os preços dos metais industriais recuaram durante o segundo semestre do ano, afectados
pelo clima de instabilidade que se viveu nos mercados financeiros e a incerteza com o ritmo do
crescimento económico global, ainda que os stocks venham a recuar lentamente sinalizando o
aumento da procura, apesar de permanecerem em níveis muito elevados.

17 17
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 COBRE
O cobre iniciou uma tendência de baixa no início do primeiro trimestre deste
ano, encontrando forte resistência em ultrapassar os $8000. Dados do
International Copper Study Group (ICSG) mostram que o consumo global de
cobre ultrapassou a produção em 1.000 tons entre Janeiro e Março deste ano,
que compara com um excedente de 139.000 tons no mesmo período de 2009.

Depois de um aumento significativo nas importações chinesas de cobre no


princípio do ano, em Maio os volumes de importação caíram 9.7% face ao mês anterior na sua
segunda descida mensal consecutiva. Os investidores estão preocupados com a diminuição sazonal
da procura durante o período de Verão, a situação da dívida soberana na Europa, fracos dados
económicos nos Estados Unidos para o sector imobiliário e o possível abrandamento da economia
chinesa. Existe também a ideia que as medidas de austeridade vão afectar o crescimento global. Estas
situações levaram o cobre a aproximar-se dos $6000. A incerteza acerca da sustentabilidade da
procura por matérias-primas pode levar o cobre a consolidar entre os $6300 e os $7000.

 ALUMÍNIO
O alumínio tem acompanhando a evolução noutros metais, tendo atingido
um mínimo de $1850 no princípio de Junho, o mais baixo desde Outubro
de 2009. No que respeita a stocks tem-se assistido a saídas diárias regulares
interrompidas de tempos a tempos com uma entrada significativa, levando a
que o metal depositado nos armazéns do LME (4.55 milhões de toneladas), afastando-se do recorde de
4.60 milhões atingido este ano. Para além da situação macroeconómica, o seu preço foi pressionado
por sinais de menor procura apesar da continuação de redução de níveis de stocks. O International
Aluminium Institute (IAI), reportou que a produção diária chinesa de alumínio em Maio caiu para
45.700 tons contra 46.400 tons em Abril. No entanto, se compararmos com Maio de 2009, a
produção total do mês passou de 984.000 tons para 1.418.000 tons.

As importações de alumínio provenientes da China, o maior consumidor e produtor mundial do


metal, caíram 3.2% em Maio face ao mês anterior devido a atrasos e cancelamento de cargas depois
da queda de preços no LME.

O alumínio segue pressionado por excesso de oferta, mas depois da recente queda de preço, o seu
potencial de descida é limitado, dado que a procura é prevista aumentar e os custos de produção têm
vindo a crescer, sendo provável uma consolidação de preços entre os $1900 e os $2100.

 ZINCO
A ausência de novidades no que diz respeito a fundamentais, fez com o que zinco tenha recuado em
linha com o restante complexo de metais, de mais de $2400 em Abril para perto dos $1600 em
Junho, onde encontrou suporte e iniciou um movimento de recuperação para ultrapassar os $1800.
Os seus stocks têm vindo a subir consistentemente, totalizando mais de 615.000 tons, um valor
elevado, principalmente para a procura actual.

18
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Apesar de se ter observado um aumento da procura nos últimos meses, o facto de as perspectivas de
crescimento económico serem agora menores devido às medidas de austeridade, juntamente com
elevados níveis de stocks limitam o potencial de uma subida significativa de preço, encontrando
resistência em ultrapassar os $2000.

 NÍQUEL
Desde o final do primeiro trimestre que o preço do níquel tem vindo a cair, recuando dos $27.500
para atingir um mínimo perto de $17.500. Entretanto em Junho, o seu preço tem vindo a recuperar
para se aproximar dos $20.000. Durante o primeiro trimestre o metal beneficiou do aumento da
procura por aço inoxidável, impulsionando o seu preço apesar de stocks no LME estarem em níveis
recorde. Entretanto estes têm vindo a recuar lentamente, para totalizar cerca de 126.000 tons, já longe
do recorde histórico de 166.000 tons atingido no primeiro trimestre. Estes valores são ainda assim
elevados, se comparados com as cerca de 50.000 tons registados pela mesma altura em 2009.

A fraqueza no restante complexo de metais, juntamente com o sentimento de incerteza e a ideia que
o ritmo de crescimento da economia global vai ser mais lento que o esperado, limitam o potencial de
subida. As medidas de austeridade, que resultam no cancelamento de muitos projectos de
investimento, colocam pressão no preço do metal, sendo de esperar que continue a consolidar.

 AÇO
Após a forte subida de preços registada no primeiro trimestre, nos últimos
tempos o preço do aço tem vindo a recuar, consolidando à medida que se
torna cada vez mais difícil passar o aumento de custo de produção resultante
da subida de preço do minério de ferro e da energia para os clientes. Ainda
que a procura por aço continue positiva no segundo trimestre, esta deverá ser
inferior no segundo semestre do ano, maioritariamente por razões sazonais.

Os clientes estão a adoptar uma postura de espera neste clima de incerteza acerca do ritmo da
recuperação económica, após terem reposto stocks. Ao mesmo tempo, os níveis destes stocks ainda
são baixos. Armazenistas e consumidores finais compram para prazos mais curtos quanto possível,
dado a expectativa de descidas maiores. Por outro lado, a China cancelou descontos de exportação,
ou seja um benefício de 9% em certos produtos de aço, que representam entre 55%-65% dos
produtos exportados pelo país. Esta redução de benefício fiscal de 9% vai conduzir a margens muito
pequenas, ou possivelmente ao desaparecimento da mesma.

ALIMENTARES
As matérias-primas agrícolas tiveram um fraco desempenho nos últimos tempos. Os preços continuam
sensíveis às projecções para o crescimento económico, apesar de se manterem atentos às condições
meteorológicas. Os fluxos de investimento continuam a ser sustentadores, mas a reforma de legislação
financeira e uma maior regulação pode levar a uma redução nas posições, nomeadamente através da
imposição de limites.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 SOJA
A soja tem vindo a consolidar depois dos ganhos no primeiro trimestre. Apesar
de uma colheita recorde no Brasil e Argentina e expectativas de grande
produção nos EUA pressionarem os preços em baixa, o enorme interesse
comprador da China tem suportado o mercado, evitando perdas maiores.

A China tem continuado a comprar aos EUA numa altura em que já sobra pouca soja do ano passado,
isto devido a disputas comerciais com a Argentina e problemas logísticos no Brasil. As importações de
soja por parte deste país deverão entretanto abrandar nos próximos tempos, tendo em conta a chegada
prevista de uma enorme quantidade em Junho e Julho contratadas nos últimos meses, havendo já
muitos portos a queixarem-se de falta de espaço para armazenar tanto produto, situação que está a
criar uma grande fila de espera para descarregar navios. Nas últimas semanas, o mercado tem vindo a
adicionar um prémio de risco devido a uma deterioração das condições meteorológicas no Hemisfério
Norte, que pode afectar a quantidade e qualidade das produções. Contudo, espera-se que os stocks
globais continuem a aumentar.

Continuamos a pensar que com a enorme colheita da América do Sul e com os chineses a confirmar
uma redução das compras nos próximos tempos, há pouco por onde justificar subidas nas cotações,
sendo provável que estas recuem para voltar a testar os mínimos de 2010 em $9.

 ÓLEOS VEGETAIS
Os óleos vegetais continuam suportados quer pelo elevado preço do
petróleo, tornando mais actrativo o fabrico de biodiesel, quer pelos
problemas que as condições de tempo têm provocado nas plantações no
Hemisfério Norte. Outro factor sustentador tem sido o forte interesse chinês
pela soja de origem norte-americana devido a disputas com a Argentina,
maior exportador mundial de óleo de soja. Desde Março que a China bloqueou a importação de óleo
de soja da Argentina. No entanto, a verificar-se um aumento de preço significativo, os compradores
tradicionais dos EUA podem virar-se para a América do Sul, nomeadamente para a Argentina. Estima-
se que os stocks chineses de óleo a 1 de Junho sejam 50% inferiores aos registados a 1 de Janeiro,
dada a sua incapacidade de aumentar o processamento doméstico de grão, o suficiente para
compensar a redução da importação. Se esta estimativa estiver correcta, deverá haver mais compras
chinesas nos próximos meses.

 MILHO
O tempo no Midwest manteve-se favorável para as culturas de milho, levando a que na última
observação o USDA tivesse classificado 77% do total como estando em boas ou excelentes
condições. Os preços em Chicago mantiveram-se por volta dos $3.50/bushel, suportados por algumas
importações chinesas, mas pressionados pela imensa quantidade de cereal que segundo o IGC atingirá
um recorde de 822 milhões de toneladas. Apesar desta estimativa de produção, o USDA reviu em
baixa os stocks de milho nos EUA de 2010/11 em 13%, antecipando um maior consumo para
produção de etanol.

20
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Na Europa, os preços continuaram a beneficiar da queda do euro face ao dólar, subindo até perto dos
€160/ton. No entanto há dificuldades de subir, dada a expectativa de uma boa colheita. Segundo a
Coceral a UE produzirá em 2010/11 um total de 56.55 MMT de milho, muito perto das 57.07 MMT
produzidas no ano passado.

Nos próximos meses a evolução dos preços do milho dependerão quer da


evolução das culturas no Hemisfério Norte, uma vez que os meses de Julho e
Agosto são críticos para este cereal. Também será importante a evolução do
preço do petróleo e a decisão final do departamento do ambiente dos EUA
quanto à proposta de aumentar a percentagem de etanol na gasolina daquele
país dos actuais 10% para 15%. Tendo em conta os baixos preços a que se negoceia, parece-nos que
o risco de subida é superior ao de queda.

 TRIGO
Os últimos dados quer do IGC quer do USDA continuam a apontar para mais uma grande campanha
de trigo mundial, com as opiniões de produção a oscilar entre as 660-668 MMT. Nos últimos
relatórios houve uma revisão em baixa das colheitas da UE da Rússia e Ucrânia, mas em termos gerais
aponta-se para mais um ano de fortes excedentes, com os stocks a poderem atingir um novo máximo
de nove anos de 200 MMT. Com esta situação os preços mantiveram-se abaixo dos $5.00/bushel nos
EUA chegando a cair aos $4.20/bushel.

Na Europa, os preços mantiveram-se acima dos €140/ton mas não passaram muito este valor na Bolsa
de Paris. A Coceral aponta para mais uma colheita de 132.2 MMT na UE que passa em 2 MMT a de
2009/10, implicando um ano de stocks muito elevados. No entanto, a longo prazo a probabilidade de
subida é superior à de queda, tendo em conta o baixo valor a que o produto já transacciona.

 AÇÚCAR
Depois de em Fevereiro os preços do açúcar em NY terem batido no valor mais alto dos últimos 29
anos a 30.40 cents/lb, e de terem estabelecido recorde absoluto em Londres nos $760/ton, os preços
caíram 50% nos últimos meses, fechando o mês de Abril a pouco mais de
15 cents/lb em NY e $460/ton em Londres. Grande parte da subida foi
conseguida com tomada de posições especulativas, suportadas pela
inevitabilidade de importações da Índia, numa altura em que a capacidade
de exportação do Brasil estava mais reduzida. Sucede que o Brasil começou a produzir mais cedo que
o habitual e a Índia acabou por ter uma produção superior ao previsto, devido a condições favoráveis
nos últimos meses de colheita.

As perspectivas de uma boa colheita na Índia e no Brasil apontam para uma produção excedentária,
importante para recuperar 2 anos de redução significativa de stocks globais. As perspectivas de
monções regulares na Índia continuam a pressionar os preços, sendo possível que antes do Verão
vejamos cotações abaixo dos 13 cents/lb. Caso se volte a repetir o cenário do ano passado, com atraso
de chuvas e reduções graduais das estimativas de colheita, o mercado poderá recuperar para perto dos
18 cents/lb.

21 21
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Análise Técnica
CENÁRIO TÉCNICO CAMBIAL – JULHO DE 2010

 EURO/DÓLAR (EUR/USD)
O Euro mostra no gráfico de longo prazo uma
tendência descendente clássica, balizada por um
canal que nos últimos dois meses mostrou uma
aceleração da queda além do limite inferior do canal.
Estes movimentos são normalmente seguidos de uma
correcção técnica, que poderá levar o euro a visitar o
limite superior do mesmo canal, de momento situado
nos 1.2860 dólares. Do ponto de vista de tendência
de médio prazo, nada indica ainda a inversão do cenário técnico do euro, mantendo-se um
sentimento negativo para a moeda europeia.

 DÓLAR/IENE (USD/JPY)
Pouco se alterou no cenário de médio prazo do
Usd/Jpy, mesmo com o canal descendente de longo
prazo a ser invalidado. O dólar não conseguiu
estabelecer qualquer tendência com a quebra do
limite superior do canal de longo prazo, tendo
iniciado uma consolidação com os 90 ienes por dólar
como valor de equilíbrio. De momento torna-se
impossível estabelecer um cenário meramente técnico
para o Usd/Jpy, pelo que temos de colocar o Usd/Jpy num cenário neutral para o médio/curto prazo.

 EURO/IENE (EUR/JPY)
Após acelerar a tendência de queda de curto prazo
para mínimos de 2008, o Euro tem vindo a consolidar
abaixo dos 113.50 ienes, movimento de congestão
que já ultrapassa as 8 semanas. O facto de o Euro não
conseguir recuperar terreno face ao iene após a
acentuada depreciação de Maio confirma que o
“momentum” actual ainda aponta para valores no
Euro/Iene mais baixos.

22
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 EURO/LIBRA (EUR/GBP)
O padrão técnico de triângulo simétrico foi finalmente
quebrado no sentido descendente e de imediato o
Euro cedeu terreno para o suporte de longo na casa
das 0.82 libras por euro. Este é um movimento
considerável para o Euro/Libra, pelo que esperamos
alguma consolidação entre as 0.80 e 0.84 libras para
o curto prazo. Contudo, do ponto de vista de médio
prazo o cenário é negativo e os objectivos encontram-se no suporte psicológico das 0.80 libras por
euro.

 EURO/REAL (EUR/BRL)
O Eur/Brl mantém a tendência de queda dos últimos
15 meses, aproximando-se lenta mas ordeiramente do
suporte de muito longo prazo na casa dos 2.00 reais
por euro. Apesar de suportes relevantes na casa dos
2.18 reais e resistência nos 2.40 reais por euro,
consideramos que o actual padrão técnico do gráfico
dificilmente irá mostrar uma rápida inversão de
tendência. Desta forma o nosso objectivo encontra-se
nos 2.00 reais para o médio/longo prazo.

 DÓLAR/KWANZA (USD/AOA)
Após o teste a novos máximos de 10 anos nos 95
kwanzas, o câmbio recuou marginalmente, mas
transacciona ainda acima dos máximos de 2005 nas
90 kwanzas, nível que representa agora suporte
principal suporte de médio prazo. O cenário técnico
de longo prazo permanece desta forma inalterado,
com a barreira psicológica das 100 kwanzas por euro
a representarem ainda o nosso objectivo.

23 23
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 EURO/RAND – ÁFRICA DO SUL (EUR/ZAR)


A zona de suporte dos 10 euros não conseguiu resistir
à pressão vendedora do Eur/Zar, o que resultou em
um novo ajuste praticamente imediato da moeda para
o suporte seguinte na zona dos 9.26 rands por euro.
Este é um dos poucos níveis de suporte possíveis de
identificar recorrendo ao gráfico semana, pelo que
abaixo deste valor apenas níveis psicológicos são
relevantes. Do ponto de vista de tendência, nada se
alterou no Euro/Rand continuando a prevalecer o actual cenário negativo.

 EURO/FRANCO SUÍÇO – (EUR/CHF)


Em certa medida o cenário que tínhamos traçado para
o Eur/Chf concretizou-se. No entanto a velocidade e
amplitude do movimento do último mês acaba por ser
algo fora do comum. O suporte dos 1.40 francos
suíços não conseguiu suportar a pressão vendedora e
representa agora uma importante resistência
psicológica. Consideramos que apenas na casa dos
1.30 francos suíços se deverá considerar o Eur/Chf
como “oversold”, o que mantém o actual cenário técnico como negativo. Resistência nos 1.40,
seguidos dos 1.44 francos suíços.

 EURO/COROA NORUEGUESA – (EUR/NOK)


O Eur/Nok obteve um forte incremento na sua
volatilidade após a quebra da linha de tendência
ascendente de longo prazo, encontrando-se de
momento balizado entre as 7.77 e 8.17 coroas.
Mantemos um cenário negativo para o Eur/Nok,
embora no curto prazo seja provável uma
consolidação de preços com 7.9/8.0 coroas a
representar um ponto de equilíbrio.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 EURO/COROA SUECA – (EUR/SEK)


De forma semelhante ao Eur/Nok, a volatilidade no
Eur/Sek sofreu um incremento significativo. De
momento o Euro está balizado entre duas linhas de
longo prazo: como suporte existe a zona das 9.5
coroas, linha de tendência ascendente de muito longo
prazo; no sentido contrário, a linha de tendência
descendente que liga os máximos desde 2009 tem
vindo a comportar-se como uma importante
resistência. Desta forma fica claro, graficamente que o Eur/Sek terá de “decidir-se” em breve. No nosso
entender a direcção será a descendente, com as 9.00 coroas a representarem o objectivo de longo
prazo.

 EURO/ZLOTY – (EUR/PLN)
O Eur/Pln quebrou em alta o canal descendente que
balizou as variações de preços ao longo de 2009,
neutralizando desta forma o cenário negativo de
médio prazo. Contudo do ponto de vista técnico o
Eur/Pln mostra-se “preso” entre dois valores muito
relevantes, mantendo para já um cenário técnico
neutral. Em alta, a apenas a quebra dos 4.25 zlotys
inicia uma tendência de alta com objectivos nos 4.60
zlotys. No sentido descendente, e embora seja um cenário menos provável, a quebra dos 3.84 zlotys
abre espaço a uma queda acentuada do Eur/Pln até aos mínimos de 2008 nos 3.20 zlotys.

 EURO/DÓLAR CANADIANO – (EUR/CAD)


Nos últimos meses o Eur/Cad acentuou ainda mais a
tendência de queda, mostrando o quão relevante era
o suporte dos 1.52 dólares canadianos por euro. De
momento o Eur/Cad encontra suporte nos 1.26
dólares canadianos, nível que remonta a 2000. Dada
a magnitude do movimento de queda do Eur/Cad,
movimentos de recuperação técnica até aos 1.3475
dólares são prováveis, contudo fica a claro que o
“momentum” ainda aponta para novos testes abaixo do importante suporte acima referido. Mesmo
que o movimento de recuperação suceda, o cenário técnico de médio prazo permanece negativo.

25 25
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 CRUDE OIL ($)


A zona dos 85/90$ conseguiu travar o movimento de
alta do crude, esta zona de preços é significativa pois
representa sensivelmente 50% de toda a queda de
2008. Do ponto de vista técnico o crude encontra-se
numa zona neutral, na qual apenas o
desenvolvimento dos preços no futuro poderá validar
um dos dois cenários pendentes. Um recuo abaixo
dos 65$ coloca a tendência de queda de muito longo
prazo de novo em controlo, projectando recuos no crude para valores abaixo dos 50$. Por outro lado,
uma recuperação acima dos 86$ projecta para o curto prazo uma visita aos 100/110 dólares. Desta
forma, o actual cenário do crude é neutral.

 OURO ($) – GRÁFICO MENSAL


A tendência do ouro continua a ser de alta, não tendo
nos últimos meses colocado qualquer risco de
inversão da mesma. Mantemos desta forma o mesmo
cenário positivo para os preços do ouro, baseando
ainda os nossos objectivos em projecções “fibonacci”,
que apontam com um potencial nível a zona dos
1300/1310$ por onça para o médio prazo.

 PSI 20
O Psi-20 mostra de momento, se comparado com os
índices europeus, o gráfico com o cenário técnico
mais negativo. Apesar de enumeras tentativas de
recuperar valores acima dos 7500 pontos todas estas
acabaram por ser rejeitadas. Fica também claro o
desenvolvimento de um canal descendente, que na
nossa opinião irá continuar a controlar a evolução dos
preços no Psi-20. Mantendo desta forma um cenário
técnico negativo para o Psi-20, consideramos que uma visita a valores abaixo dos 6800 pontos será o
objectivo mais provável no curto prazo. Apenas a quebra do topo do canal descendente invalida este
cenário de queda, mesmo que tal não signifique a inversão do cenário de negativo, para positivo.

26
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 DAX 30
Ao contrário do que sucedeu em outros índices
europeus, o canal ascendente que balizou o
movimento de alta do Dax nos últimos dois anos não
foi invalidado. Em termos relativos o índice alemão
mostra um forte “momentum” ascendente o que nos
leva a manter um cenário positivo para o médio
prazo, algo que é uma clara excepção nos mercados
accionistas. Acreditamos desta forma que valores
acima dos 6600 pontos são os objectivos para o médio/curto prazo e apenas a quebra dos 5600
pontos, nível que invalida também o canal ascendente acima referido, invalida este o cenário de alta
do Dax.

 DOW JONES
O canal ascendente que suportava a tendência de alta
do Dow Jones foi quebrado, neutralizando desta
forma o cenário técnico de médio prazo do índice.

Graficamente fica claro que enquanto abaixo dos


10800 pontos e acima dos 9795 pontos o Dow Jones
não mostra qualquer padrão técnico relevante, pelo
que estes valores irão ser os níveis a monitorar nas
próximas semanas. Apesar da retoma do movimento
de alta seja provável, com a quebra da resistência acima referida, consideramos que uma expansão do
movimento de correcção até junto dos 9000 pontos mostra maiores probabilidades.

 GRÃO DE SOJA
A soja encontra-se de momento num ponto
tecnicamente crítico. As duas linhas de tendência que
tem vindo a delimitar os movimentos dos preços ao
longo dos últimos 4 anos acabaram de se cruzar,
mostrando que a Soja terá mostrar uma evolução no
cenário técnico a curto prazo. É nossa opinião que a
barreira dos 10$ deverá travar qualquer tentativa de
estabelecimento de uma tendência de alta, pelo que
atribuímos maiores probabilidades à retoma da tendência de queda de longo prazo, para objectivos
na casa dos 7.6/7.5$.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

 ÓLEO DE SOJA
O óleo de soja transacciona há mais de 15 meses no
interior de um triângulo assimétrico, onde a linha de
tendência que suporta os mínimos tem vindo a travar
todas as tentativas de queda de preços.

De momento o triângulo acima referido mostra como


limites os 40.8 cents/lb em alta como resistência e
suporte junto dos 37 cents/lb como suporte. O
cenário técnico permanece neutral para o médio/curto
prazo e este só será alterado no caso da quebra do padrão técnico acima referido.

 TRIGO
O Trigo mantêm a luta com o suporte de longo prazo
nos $4.24, valor que tem vindo a suportar os preços
ao longo dos últimos seis meses. Graficamente o
espaço disponível para variação de preços no interior
do triângulo assimétrico foi praticamente esgotado.
Contudo, enquanto os limites deste padrão técnico
não forem ultrapassados, o cenário técnico do Trigo
para o médio prazo permanece neutro. Apenas a
quebra dos 4.24$ deverá ter relevância técnica a prazo, podendo reiniciar a tendência de queda. Em
alta barreiras imediatas nos $5.00 seguidos da dos $5.75.

 MILHO
Tal como o Trigo, o cenário técnico do Milho para o
médio prazo é neutro. Os preços estão claramente
balizados por duas importantes barreiras: acima os
$4.00 enquanto abaixo o suporte se encontra nos
$3.00. Enquanto nenhuma destas barreiras for
ultrapassada esperamos que os preços do milho
mantenham um movimento lateral com preços de
equilíbrio na casa dos $3.50.

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Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Quadro Variações
Índices
Variação % 52 Semanas
30-Jun-10
1 Mês 3 Meses 6 Meses Minimo Máximo
PSI 20 7065.7 0.15 -13.68 -17.86 6624.3 8882.7
XETRA DAX 5965.5 -0.26 -4.33 -1.37 4572.7 6332.1
IBEX 35 9263.4 -0.05 -16.30 -23.73 8669.8 12222.5
CAC 40 3442.9 -1.67 -14.66 -14.23 2983.1 4065.7
ATHENS GENERAL 1434.2 -6.74 -31.54 -34.50 1403.9 2896.9
DOW JONES 9879.9 -3.61 -9.58 -6.65 8146.5 11205.0
S&P 500 1045.0 -4.86 -11.30 -7.77 879.1 1217.3
BOVESPA INDEX 62300.6 -1.02 -12.42 -11.06 48872.6 71784.8
NIKKEI 9382.6 -2.30 -16.56 -11.94 9050.3 11339.3
ASX 200 4301.5 -1.82 -12.35 -11.79 3737.5 5001.9
SHANGHAI SE COMPOSITE 2398.4 -6.73 -23.80 -26.06 2398.4 3471.4

Mercado Cambial
Variação % 52 Semanas
30-Jun-10
1 Mês 3 Meses 6 Meses Minimo Máximo
EUR/USD 1.2271 0.43 -8.89 -14.72 1.1942 1.5120
EUR/CHF 1.3283 -6.11 -6.32 -10.69 1.3258 1.5345
EUR/JPY 108.79 -3.18 -13.85 -18.58 108.31 138.09
EUR/GBP 0.8175 -1.92 -7.62 -8.30 0.8104 0.9408
EUR/SEK 9.5259 -0.43 -2.09 -6.54 9.5120 11.0600
EUR/NOK 7.9725 0.64 -0.55 -3.12 7.7220 9.0840
EUR/CAD 1.2890 0.33 -5.37 -13.80 1.2486 1.6239
EUR/BRL 2.2082 -1.82 -7.81 -11.38 2.1749 2.8084
EUR/AUD 1.4403 -1.63 -1.92 -9.33 1.4006 1.8010
EUR/CNY 8.3215 -0.28 -9.49 -15.29 8.1558 10.3224
EUR/PLN 4.1470 1.13 7.83 1.07 3.8349 4.4338
USD/CNY 6.7909 -0.54 -0.52 -0.54 6.7890 6.8352

Commodities
Variação % 52 Semanas
30-Jun-10
1 Mês 3 Meses 6 Meses Minimo Máximo
Petróleo 74.73 2.57 -11.95 -8.32 59.52 86.84
Gás natural 4.57 3.25 11.80 -22.37 2.51 6.01
Algodão 83.17 6.08 2.05 9.43 54.71 84.72
Soja 951.00 1.98 0.96 -9.39 885.00 1258.50
Óleo de Soja 36.11 -3.50 -7.36 -11.71 32.08 40.90
Milho 351.25 0.79 1.96 -16.07 300.50 423.00
Trigo 459.50 3.84 1.04 -17.62 428.00 574.75
Açúcar 17.22 23.53 3.11 -37.65 13.67 29.90
Cobre 6500.00 -2.52 -17.56 -13.33 4725.00 7990.00
Alumínio 1975.00 -0.45 -16.03 -12.88 1550.00 2472.00
Zinco 1780.00 -1.22 -25.93 -30.85 1440.00 2718.00
Níquel 19645.00 -0.03 -21.58 3.42 14490.00 27290.00
Aço 30.78 10.56 11.36 25.99 14.59 32.76

Taxas de Juro - Euro


Variação (Pontos percentuais) 52 Semanas
30-Jun-10
1 Mês 3 Meses 6 Meses Minimo Máximo
Euribor 3 meses 0.767 0.063 0.132 0.067 0.634 1.085
Euribor 6 meses 1.041 0.047 0.096 0.045 0.944 1.303
Euribor 1 ano 1.306 0.040 0.092 0.058 1.211 1.497

Taxas de Juro - Dólar


Variação (Pontos percentuais) 52 Semanas
30-Jun-10
1 Mês 3 Meses 6 Meses Minimo Máximo
Libor 3 meses 0.534 -0.004 0.242 0.280 0.249 0.588
Libor 6 meses 0.753 -0.001 0.311 0.318 0.383 1.091
Libor 1 ano 1.173 -0.033 0.258 0.179 0.834 1.590

29 29
Análise Bimestral p IMF p Julho de 2010

Mercados IMF e Contactos

Equipa IMF MERCADOS IMF


Carlos Balula Cambial
Filipe Garcia Spot, Forward, Opções, Swaps
Gil Araújo Apoio à Auditoria
Hugo Lima Valorimetria de Derivados e Testes de Eficácia
Ricardo Marques
Taxas de Juro e Monetário
Sónia Mota
FRA, IRS, Cap, Floor, Papel Comercial

Metais
Cobre, Alumínio, Níquel, Zinco, Aço, Estanho,
Chumbo
Contactos
Agrícolas
Tlf. Porto: +351 226 095 888 Algodão, Soja, Óleos Vegetais, Trigo forrageiro
Tlf. Lisboa: + 351 213 241 204 e panificável, Milho, Açúcar, Cevada, Corn
Glúten, Farinha de colza, Palmiste, Polpa de
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