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PROGRAMA
1
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A1 E A2
Regulamento da Náutica de Recreio
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.º
Regulamento da Náutica de Recreio
É aprovado o Regulamento da Náutica de Recreio, anexo ao presente diploma, que dele faz parte integrante.
…..…….
Artigo 3.º
Norma revogatória
1 - São revogados os Decretos-Leis n.os 329/95, de 9 de Dezembro, e 567/99, de 23 de Dezembro.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, mantêm-se em vigor os seguintes diplomas regulamentares:
a) Portaria n.º 730/96, de 11 de Dezembro, que aprova o modelo do livrete de trânsito para as embarcações de
recreio estrangeiras que entrem em portos nacionais;
b) Portaria n.º 200/97, de 24 de Março, que regulamenta o processo de atribuição de cartas de navegador de
recreio, com dispensa de exame, aos oficiais da Marinha ou da marinha mercante, aos alunos da Escola Naval
ou da Escola Náutica Infante D. Henrique e a outros profissionais do mar;
c) Portaria n.º 783/98, de 19 de Setembro, que regulamenta a navegação de recreio em albufeiras;
d) Portaria n.º 551/97, de 25 de Julho, que fixa as regras técnicas do Registo Técnico Central de Embarcações
de Recreio (RETECER);
e) Portaria n.º 288/2000, de 25 de Maio, que estabelece os conteúdos programáticos, os critérios de avaliação
e a duração mínima dos cursos de Principiante, de Marinheiro, de Patrão Local, de Patrão de Costa e de Patrão
de Alto Mar e aprova o modelo da carta de navegador de recreio;
f) Portaria n.º 689/2001, de 10 de Julho, que estabelece as regras a observar na celebração dos contratos de
seguro de responsabilidade civil por danos causados a terceiros, em virtude da utilização de embarcações de
recreio;
g) Portaria n.º 1464/2002, de 14 de Novembro, que aprova os equipamentos das embarcações de recreio no
que diz respeito aos meios de salvação e de segurança, aos aparelhos e aos meios de radiocomunicações, aos
instrumentos náuticos, ao material de navegação, às publicações náuticas e aos primeiros socorros;
h) Portaria n.º 1491/2002, de 5 de Dezembro, que estabelece os requisitos de segurança relativos à
construção, à modificação e à classificação das embarcações de recreio.
3 - As referências feitas nas portarias mencionadas no número anterior aos Decretos-Leis n.os 329/95, de 9 de
Dezembro, e 567/99, de 23 de Dezembro, consideram-se reportadas ao presente diploma, com as necessárias
adaptações.
4 - As alterações às disposições regulamentares enumeradas no n.º 2 são aprovadas por portaria dos ministros
competentes em razão da matéria.
….
ANEXO
REGULAMENTO DA NÁUTICA DE RECREIO
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objecto e âmbito
1 - O presente Regulamento estabelece as normas reguladoras da actividade da náutica de recreio.
2 - O presente Regulamento aplica-se às embarcações de recreio, qualquer que seja a sua classificação, aos
respectivos equipamentos e materiais e aos seus utilizadores.
3 - Não são abrangidas pelo presente Regulamento:
a) As embarcações exclusivamente destinadas a competição, incluindo os barcos a remos de competição,
reconhecidas nessa qualidade pelas respectivas federações;
b) As canoas, caiaques, gaivotas, cocos e outras embarcações de praia desprovidas de motor ou vela, que
naveguem até à distância de 300 m da borda de água;
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O regulamento integral poderá ser encontrado na página do IPTM www.imarpor.pt
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c) As pranchas à vela;
d) As embarcações experimentais.
4 - A utilização de embarcações de recreio com fins lucrativos é regulada por legislação especial.
Artigo 2.º
Definições
Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:
a) «Embarcação de recreio (ER)» todo o engenho ou aparelho, de qualquer natureza, utilizado ou susceptível
de ser utilizado como meio de deslocação de superfície na água em desportos náuticos ou em simples lazer;
b) «Embarcação de recreio estrangeira» a que não arvore pavilhão nacional ou de um Estado membro da União
Europeia;
c) «Navegador de recreio estrangeiro» o navegador que não tenha residência em Portugal;
d) «Autoridade marítima» as capitanias dos portos;
e) «Porto de registo» o porto onde se efectuou o registo da ER;
f) «Porto de abrigo» o porto ou o local da costa, como tal indicado em edital pela autoridade marítima, onde
uma ER pode facilmente encontrar refúgio e as pessoas podem embarcar e desembarcar em segurança;
g) «Potência de propulsão expressa em kilowatts (kW)» a potência máxima do ou dos motores instalados numa
ER, utilizados como meio de propulsão principal ou auxiliar, que constar das especificações técnicas do
fabricante;
h) «Lotação» o número máximo de pessoas, incluindo a tripulação, que uma ER pode transportar em
segurança, na zona de navegação para a qual é classificada.
CAPÍTULO II
Classificação e arqueação das embarcações de recreio
Artigo 3.º
Classificação quanto à zona de navegação
As ER, quanto à zona de navegação, classificam-se em:
a) Tipo 1 - embarcações para navegação oceânica;
b) Tipo 2 - embarcações para navegação ao largo;
c) Tipo 3 - embarcações para navegação costeira;
d) Tipo 4 - embarcações para navegação costeira restrita;
e) Tipo 5 - embarcações para navegação em águas abrigadas.
Artigo 4.º
Embarcações para navegação oceânica
São consideradas embarcações para navegação oceânica, adiante designadas por ER do tipo 1, as concebidas e
adequadas para navegar sem limite de área.
Artigo 5.º
Embarcações para navegação ao largo
São consideradas embarcações para navegação ao largo, adiante designadas por ER do tipo 2, as concebidas e
adequadas para navegar ao largo até 200 milhas de um porto de abrigo.
Artigo 6.º
Embarcações para navegação costeira
São consideradas embarcações para navegação costeira, adiante designadas por ER do tipo 3, as concebidas e
adequadas para navegação costeira até uma distância não superior a 60 milhas de um porto de abrigo e 25
milhas da costa.
Artigo 7.º
Embarcações para navegação costeira restrita
São consideradas embarcações para navegação costeira restrita, adiante designadas por ER do tipo 4, as
concebidas e adequadas para navegação costeira até uma distância não superior a 20 milhas de um porto de
abrigo e 6 milhas da costa.
Artigo 8.º
Embarcações para navegação em águas abrigadas
1 - São consideradas embarcações para navegação em águas abrigadas, adiante designadas por ER do tipo 5,
as concebidas e adequadas para navegar em zonas de fraca agitação marítima, junto à costa e em águas
interiores.
2 - As ER do tipo 5, movidas à vela ou a motor, podem navegar num raio de 3 milhas de um porto de abrigo.
3 - As ER do tipo 5, movidas exclusivamente a remos, só podem navegar até 1 milha da costa.
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4 - As ER do tipo 5, designadas por motas de água e por pranchas motorizadas (jet-ski), só podem navegar até
1 milha da linha de baixa-mar, desde o nascer e até uma hora antes do pôr-do-sol.
5 - As ER do tipo 5 estão dispensadas de sinalização luminosa desde que naveguem entre o nascer e o pôr-do-
sol.
Artigo 9.º
Classificação quanto ao tipo de casco
As ER, quanto ao tipo de casco, classificam-se em:
a) Embarcações abertas - as de boca aberta;
b) Embarcações parcialmente abertas - as embarcações de boca aberta com cobertura parcial, fixa ou
amovível, da zona de vante;
c) Embarcações fechadas - as embarcações com cobertura estrutural completa que evite o embarque de água;
d) Embarcações com convés - as que dispõem de um pavimento estrutural completo com cobertura protegida
por superstruturas, rufos ou gaiutas.
Artigo 10.º
Classificação quanto ao sistema de propulsão
As ER, quanto ao sistema de propulsão, classificam-se em:
a) Embarcações a remos - embarcações cujo meio principal de propulsão são os remos;
b) Embarcações à vela - embarcações cujo meio principal de propulsão são as velas;
c) Embarcações a motor - embarcações cujo meio principal de propulsão são os motores;
d) Embarcações à vela e a motor - embarcações cujo meio de propulsão principal pode ser indistintamente a
vela e ou o motor.
Artigo 11.º
Competência para a classificação e arqueação das embarcações de recreio
1 - Ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) compete classificar e arquear as ER destinadas à
navegação oceânica, à navegação ao largo e à navegação costeira, bem como emitir a necessária informação
técnica, para efeito de registo destas embarcações.
2 - À autoridade marítima compete classificar e arquear as ER que se destinem à navegação costeira restrita e
à navegação em águas abrigadas, bem como emitir a necessária informação, para efeito destas embarcações.
3 - As regras relativas à classificação e à arqueação das ER constam da Portaria n.º 1491/2002, de 5 de
Dezembro.
Artigo 12.º
Reclassificação de embarcações de recreio quanto à zona de navegação
1 - As ER registadas e utilizadas antes da entrada em vigor do presente Regulamento devem ser reclassificadas
quanto à zona de navegação.
2 - Os proprietários das ER referidas no número anterior, aquando da realização da primeira vistoria de
manutenção a efectuar após a entrada em vigor do presente Regulamento, devem solicitar a sua
reclassificação, de acordo com o seguinte critério:
a) As ER registadas na área de navegação do alto mar ou como ER do tipo A passam a ER do tipo 1;
b) As ER registadas na área de navegação ao largo ou como ER do tipo B passam a ER do tipo 2;
c) As ER registadas na área de navegação costeira ou como ER do tipo C1 passam a ER do tipo 3;
d) As ER registadas na área de navegação costeira com restrições de navegação ou como ER do tipo C2 passam
a ER do tipo 4;
e) As ER registadas na área de navegação local ou de porto ou como ER do tipo D passam a ER do tipo 5.
3 - Para efeitos de reclassificação, os valores de arqueação, em toneladas moorsom, são automaticamente
considerados valores de unidade de arqueação, de acordo com as novas regras de arqueação, mantendo-se as
anteriores características dimensionais, ou seja, o comprimento, a boca e o pontal.
4 - São competentes para a reclassificação das ER as entidades previstas nos n.os 1 e 2 do artigo anterior.
CAPÍTULO III
Identificação das embarcações de recreio
Artigo 13.º
Identificação das embarcações de recreio
1 - As ER são identificadas pelo conjunto de identificação e pelo nome.
2 - O conjunto de identificação de uma ER deve ser expresso sem intervalos ou traços e compõe-se,
sequencialmente, por:
a) Número de registo;
b) Letras designativas do porto de registo, conforme quadro constante do anexo A do presente Regulamento,
do qual faz parte integrante;
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c) Algarismo designativo do tipo de embarcação quanto à zona de navegação, de acordo com o disposto nos
artigos 3.º a 8.º
Artigo 14.º
Nome da embarcação de recreio
1 - O nome de uma ER carece de aprovação da autoridade marítima competente para o registo.
2 - Não é permitida a atribuição do mesmo nome a ER registadas no mesmo porto de registo.
Artigo 15.º
Inscrições exteriores
1 - As ER devem ter inscrito à popa o seu nome e o do porto de registo, em caracteres bem visíveis, de cor
contrastante com a da embarcação e de altura não inferior a 6 cm ou a 10 cm, respectivamente, para as
embarcações do tipo 5 e para as restantes ER.
2 - Os caracteres do porto de registo devem ser de dimensão inferior aos do nome.
3 - As ER do tipo 5 devem ainda ter inscrito nas amuras o seu conjunto de identificação e, facultativamente, o
nome.
4 - As ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem ter inscrito no costado, em ambos os bordos ou em sanefas, de forma
bem visível, os respectivos nomes.
5 - As embarcações de apoio a uma ER devem ter inscrito, em local bem visível, o nome da embarcação
principal, seguido da abreviatura «AUX», em caracteres de altura não inferior a 6 cm.
6 - A existência de outras inscrições exteriores, nomeadamente as siglas de clubes, não pode prejudicar a boa
leitura e a identificação dos caracteres a que se referem os números anteriores.
7 - As motos de água e as pranchas motorizadas (jet-ski) estão apenas obrigadas à afixação do seu conjunto
de identificação.
Artigo 16.º
Uso da Bandeira Nacional
1 - As ER só podem usar a Bandeira Nacional depois de devidamente registadas.
2 - As ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 são obrigadas a usar a Bandeira Nacional nos seguintes casos:
a) Na entrada ou saída de qualquer porto nacional ou estrangeiro;
b) Em viagem, ao cruzar com navio de guerra de qualquer nacionalidade.
3 - As ER, quando em regata, estão dispensadas do cumprimento do disposto no número anterior.
4 - Os distintivos dos proprietários das ER, os galhardetes dos clubes e outras bandeiras só podem ser içados
quando a Bandeira Nacional esteja içada no topo do mastro principal ou no pau da bandeira existente à popa,
excepto quando em regata.
CAPÍTULO IV
Construção e modificação de embarcação de recreio
Artigo 17.º
Normas sobre construção e modificação de embarcação de recreio
1 - A construção e a modificação de ER, a registar ou registadas em Portugal, carece de licença, a emitir:
a) Pela autoridade marítima, nos casos de construção ou de modificação de ER do tipo 5 de comprimento
inferior a 5 m;
b) Pelo IPTM, relativamente às restantes ER.
2 - O disposto no número anterior não se aplica à construção e modificação de ER a registar ou registadas no
estrangeiro desde que não colocadas a flutuar em águas nacionais e às ER abrangidas pelo Decreto-Lei n.º
96/97, de 24 de Abril.
3 - Os requisitos relativos à construção e à modificação de ER e o regime das respectivas vistorias constam da
Portaria n.º 1491/2002, de 5 de Dezembro.
CAPÍTULO V
Segurança e equipamentos das embarcações de recreio
Artigo 18.º
Normas sobre segurança e certificação de equipamentos das embarcações de recreio
1 - As condições de segurança e de certificação da navegabilidade relativas aos equipamentos das ER
respeitantes aos meios de salvação e combate a incêndios válidos, aparelhos, meios de radiocomunicações,
instrumentos náuticos, material de navegação, publicações náuticas e primeiros socorros são reguladas pela
Portaria n.º 1464/2002, de 14 de Novembro.
2 - Às ER com declaração escrita de conformidade não se aplica o disposto na portaria referida no número
anterior no que respeita a meios de esgoto, de protecção contra quedas à água e de reembarque, de prevenção
e combate a incêndios e de instalações de gás.
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3 - A declaração escrita de conformidade, prevista no Decreto-Lei n.º 96/97, de 24 de Abril, é prova bastante
da satisfação das condições de segurança da construção das ER.
4 - Os equipamentos das ER devem respeitar as normas nacionais ou internacionais aplicáveis, podendo o IPTM
elaborar as necessárias especificações técnicas a publicar na 3.ª série do Diário da República, caso não existam
normas aplicáveis a determinado equipamento.
5 - Os requisitos de segurança a observar pelas ER com comprimento superior a 24 m são fixados, caso a caso,
pelo IPTM.
CAPÍTULO VI
Registo de embarcações de recreio e papéis de bordo
Artigo 19.º
Registo
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 22.º, as ER estão obrigatoriamente sujeitas a registo e só podem ser
utilizadas depois de devidamente registadas.
2 - O registo das ER é efectuado pela autoridade marítima.
3 - As ER são passíveis de registo provisório nos consulados, nas condições a fixar por portaria conjunta a
publicar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e das Obras Públicas,
Transportes e Habitação.
Artigo 20.º
Regras a aplicar ao processo de registo das embarcações de recreio
1 - O registo das ER é efectuado a pedido dos interessados, através de requerimento contendo os seguintes
elementos:
a) Identificação do requerente, da qual conste a seguinte informação:
i) Nome completo e residência;
ii) Denominação da firma e respectiva sede, no caso de pessoa colectiva;
b) Identificação do registo pretendido, da qual conste a seguinte informação:
i) Primeiro registo, com ou sem reserva de propriedade;
ii) Mudança de proprietário, com ou sem reserva de propriedade;
iii) Alteração das características principais da ER, da zona de navegação ou da lotação;
iv) Transferência de registo;
c) Assinatura do requerente, comprovada mediante apresentação do respectivo bilhete de identidade.
2 - O requerimento deve ainda ser acompanhado dos seguintes documentos:
a) Tratando-se de primeiro registo:
i) Pedido de registo da embarcação sem reserva de propriedade (modelo n.º 3 constante do anexo C do
presente Regulamento);
ii) Pedido de registo da embarcação com reserva de propriedade (modelo n.º 4 constante do anexo C do
presente Regulamento);
iii) Título de aquisição da embarcação a comprovar nomeadamente mediante exibição de contrato de compra e
venda, declaração de venda, certidão de decisão judicial ou certidão relativa a processo de sucessão ou doação;
iv) Apresentação de documento comprovativo do desalfandegamento [documento único (DU)] para as ER
adquiridas ou importadas directamente de países terceiros pelos seus proprietários;
v) Informação técnica para efeito de registo;
b) No caso de mudança de proprietário:
i) Pedido de alteração de registo (modelo n.º 5 constante do anexo C do presente Regulamento);
ii) Título de aquisição da embarcação;
c) No caso de alteração das características principais da ER ou da zona de navegação:
i) Pedido de alteração de registo (modelo n.º 5 constante do anexo C do presente Regulamento);
ii) Informação técnica para alteração de registo de ER, no caso de haver alteração às características técnicas da
ER;
d) No caso de transferência de registo para outro porto de registo:
i) Pedido de alteração de registo (modelo n.º 5 constante do anexo C do presente Regulamento);
ii) Pedido de registo na nova repartição de registo (modelo n.º 5 constante do anexo C do presente
Regulamento).
3 - Se as alterações das características técnicas implicarem a substituição de motores, deve ainda ser
apresentado documento comprovativo da compra desses motores, indicando expressamente a marca, o
modelo, a potência e o número de série.
4 - A reserva de propriedade é permitida em todas as transmissões e deve constar do pedido de registo da ER,
cessando mediante declaração apresentada, nesse sentido, pela pessoa a favor de quem tenha sido efectuada.
5 - A reserva de propriedade deve constar, obrigatoriamente, tanto do livrete da ER como da respectiva folha
do livro de registos, em ambos com a apostilha «com reserva de propriedade a favor de ...», sendo cancelada,
e emitido um novo livrete, a solicitação do proprietário da ER, mediante a apresentação da declaração referida
no número anterior.
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6 - A informação técnica, para efeitos de registo, é solicitada ao IPTM ou à autoridade marítima, consoante se
trate, respectivamente, de embarcações referidas no n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 11.º
7 - O pedido a que se refere o número anterior deve ser acompanhado de cópia da parte do manual de
instruções para o proprietário que contenha as características de embarcação e da declaração escrita de
conformidade, no caso de ER abrangidas pelo Decreto-Lei n.º 96/97, de 24 de Abril, ou do certificado do
construtor ou equivalente no caso das ER não abrangidas pelo referido diploma, devendo ainda conter a
seguinte informação:
a) Classificação da ER;
b) Características dimensionais (comprimento, boca e pontal);
c) Arqueação;
d) Lotação máxima;
e) Cor e material de construção do casco;
f) Cor da superstrutura;
g) Modelo, número e data de construção;
h) Características do motor;
i) Meios de radiocomunicações;
j) Meios de salvação;
l) Meios de combate a incêndio;
m) Meios de esgoto;
n) Declaração de que a ER possui as inscrições exteriores regulamentares e satisfaz as normas em vigor sobre
segurança e prevenção da poluição.
8 - Os elementos referidos no número anterior são transcritos do Manual de Instruções para o Proprietário,
previsto no anexo I da Portaria n.º 276/97, de 24 de Abril, quando aplicável, e são confirmados através de
verificação a bordo da ER, que inclui:
a) Uma inspecção a seco ao casco, à estrutura, ao veio, à manga, ao leme e à hélice, dispensável para as ER
construídas há menos de cinco anos, com limitação no prazo para a primeira vistoria de manutenção;
b) Uma inspecção, a flutuar, aos equipamentos a que se refere o n.º 1 do artigo 18.º;
c) A arqueação da ER;
d) As inscrições exteriores regulamentares e o cumprimento das normas em vigor sobre segurança e prevenção
da poluição.
9 - No primeiro registo é lavrado um auto de registo, em livro próprio, contendo as características da ER,
conforme o modelo n.º 2 constante do anexo B do presente Regulamento.
10 - Os registos são alterados por averbamento, devendo ser emitido um novo livrete nos departamentos de
registo, nos casos de mudança de residência do proprietário, mudança de nome da embarcação, transferência
de propriedade e alteração das características das ER.
11 - Os registos são cancelados a pedido dos interessados nos departamentos de registo, por motivo de
reforma, transferência ou de abate da ER, conforme o modelo n.º 6 constante do anexo C do presente
Regulamento.
12 - Em matéria de registo de ER, aplicam-se subsidiariamente as regras em vigor para o registo das
embarcações nacionais.
Artigo 21.º
Formalidades de registo e livrete de embarcação de recreio
1 - Do primeiro registo definitivo é lavrado um auto em livro próprio, segundo o modelo n.º 2 constante do
anexo B do presente Regulamento, do qual devem constar as características da embarcação, o conjunto de
identificação, o nome da ER e o distintivo do proprietário, se for o caso.
2 - Depois de concluídas as formalidades de registo, o livrete da embarcação é entregue ao seu proprietário,
conforme o modelo n.º 1 constante do anexo B do presente Regulamento, dele devendo constar os principais
elementos relativos ao auto referido no número anterior.
3 - O livrete da embarcação, onde são também anotadas as vistorias de manutenção, previstas no artigo 26.º,
corresponde, para todos os efeitos legais, ao certificado de navegabilidade.
Artigo 22.º
Utilização de embarcação de recreio com dispensa de registo
1 - As ER auxiliares, enquanto embarcações de apoio nas ligações da embarcação principal de e para terra, são
dispensadas de registo, desde que o seu comprimento seja inferior a um quinto do valor resultante da soma da
boca com 1,5 vezes o comprimento da ER principal.
2 - A requerimento dos interessados, nomeadamente dos construtores ou dos comerciantes, a autoridade
marítima pode autorizar a navegação de ER não registadas, em demonstrações para fins comerciais, devendo a
autorização ser precedida de parecer técnico do IPTM, no caso de ER dos tipos 1, 2 e 3.
3 - A autorização referida no número anterior deve ser concedida, para certa e determinada viagem ou por um
período de tempo que não exceda seis meses, devendo ser exibida sempre que solicitada pela autoridade
marítima.
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4 - As embarcações em experiência devem ter afixada na popa uma placa de cor vermelha com a indicação
«EXP» em letras brancas de tamanho não inferior a 10 cm e só podem ser comandadas por pessoas habilitadas
e devidamente autorizadas pelos proprietários.
5 - As embarcações em experiência devem possuir os meios de salvação e de combate a incêndios previstos no
presente Regulamento, não podendo navegar de noite nem fundear fora dos portos ou dos fundeadouros
habituais.
Artigo 23.º
Papéis de bordo e outros documentos
1 - Os utilizadores das ER devem apresentar, quando tal lhes seja exigido pela entidade fiscalizadora, os
seguintes documentos:
a) Livrete da ER;
b) Carta de desportista náutico, em conformidade com as características da embarcação e a zona de
navegação;
c) Apólice do seguro de responsabilidade civil.
2 - Os utilizadores devem ainda apresentar, quando exigível e consoante a classificação das ER, os seguintes
documentos:
a) Lista de pessoas embarcadas;
b) Rol de tripulação;
c) Licença de estação da embarcação;
d) Certificado de operador, nos termos previstos no artigo 46.º;
e) Documento comprovativo das inspecções efectuadas às jangadas pneumáticas.
3 - Na impossibilidade da apresentação imediata dos documentos referidos no n.º 1, podem os mesmos ser
apresentados, no prazo de quarenta e oito horas, à autoridade marítima ou na sede da entidade com jurisdição
no domínio hídrico, fluvial ou lacustre que mais convier ao utilizador e que este indicar à entidade fiscalizadora.
4 - No caso previsto no número anterior, o utilizador deve apresentar um documento comprovativo da sua
identidade ou declarar o seu nome e morada, confirmado por testemunho presencial de alguém que se
encontre a bordo.
5 - No caso de o utilizador não poder confirmar a sua identidade, nos termos do número anterior, a ER deve ser
mandada recolher a um porto de abrigo ou a outro local a indicar pela entidade fiscalizadora, ficando aí retida
até que o utilizador proceda à sua identificação.
CAPÍTULO VII
Registo Técnico Central de Embarcações de Recreio
Artigo 24.º
Registo técnico de embarcação de recreio
1 - O IPTM deve manter actualizado o Registo Técnico Central de Embarcações de Recreio (RETECER), com o
objectivo de centralizar os elementos relativos à segurança das ER.
2 - As regras técnicas a observar no RETECER constam da Portaria n.º 551/97, de 25 de Julho.
CAPÍTULO VIII
Lotação e vistoria das embarcações de recreio
Segurança da navegação
Artigo 25.º
Lotação e tripulação mínima de segurança
1 - Ao IPTM compete fixar a lotação das ER destinadas à navegação oceânica, à navegação ao largo e à
navegação costeira.
2 - À autoridade marítima compete fixar a lotação das ER que se destinem à navegação costeira restrita e à
navegação em águas abrigadas, tendo em conta a respectiva área de jurisdição.
3 - As ER com mais de 24 m estão obrigadas a tripulação mínima de segurança, a fixar pelo IPTM, composta
por navegadores de recreio ou por inscritos marítimos, de acordo com as características e a área de navegação
da ER.
4 - As regras relativas à fixação da lotação de ER constam da Portaria n.º 1491/2002, de 5 de Dezembro.
Artigo 26.º
Vistoria
1 - A vistoria de manutenção deve ser efectuada com intervalos de cinco anos, a partir da data do primeiro
registo, e destina-se a verificar o equipamento e o estado de manutenção da ER.
2 - A vistoria de manutenção inclui as seguintes inspecções:
a) Uma inspecção a seco ao casco, à estrutura, ao veio, à manga, ao leme e à hélice;
b) Uma inspecção, a flutuar, ao funcionamento do aparelho propulsor, aos motores auxiliares e à instalação
eléctrica;
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c) Uma inspecção ao equipamento previsto na portaria a que se refere o n.º 1 do artigo 18.º
3 - Se na data em que deve ser efectuada a vistoria de manutenção não houver condições para colocar a
embarcação a seco, a inspecção às obras vivas pode ser diferida, por um período de tempo até seis meses,
sendo os cinco anos de validade da vistoria contados a partir da data em que for efectuada a vistoria a flutuar.
4 - A vistoria referida no número anterior é efectuada e averbada pelo IPTM no caso das ER destinadas à
navegação oceânica, à navegação ao largo e à navegação costeira e pela autoridade marítima relativamente às
ER que se destinem à navegação costeira restrita e à navegação em águas abrigadas, tendo em conta a
respectiva área de jurisdição.
5 - No caso de ER surtas em porto estrangeiro, a vistoria de manutenção pode ser requerida à entidade
consular, que, para o efeito, solicita a intervenção da administração marítima local ou nomeia um perito, de
preferência ao serviço de uma sociedade classificadora.
Artigo 27.º
Segurança da navegação
1 - As ER devem navegar, fundear ou varar com respeito pelas cartas de navegação nacionais e pelos avisos e
ajudas à navegação.
2 - As ER estão sujeitas ao disposto no Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar.
CAPÍTULO IX
Habilitação legal e técnica para o comando de embarcação de recreio
Artigo 28.º
Comando de embarcação de recreio
1 - As ER só podem navegar sob o comando de titulares de carta de navegador de recreio ou de inscritos
marítimo no caso previsto no n.º 2 do artigo 25.º
2 - O disposto no número anterior não se aplica a ER com comprimento inferior a 5 m e potência inferior a 4,5
kW, quando em navegação diurna, dentro das barras dos portos.
Artigo 29.º
Carta de navegador de recreio
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, as cartas de navegador de recreio são emitidas pelo IPTM a
quem possua residência em território nacional e apresente documento comprovativo de ter obtido
aproveitamento em curso frequentado para o efeito dentro dos pressupostos previstos no artigo 35.º
2 - As cartas são emitidas nos termos do disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 478/99, de 9 de Novembro.
3 - As cartas de navegador de recreio são válidas para todo o território nacional e obrigam os seus titulares ao
cumprimento do disposto na legislação marítima nacional e nos regulamentos locais em vigor, devendo estes
informar-se sobre as normas relativas à segurança, aos fundeadouros e a restrições eventualmente existentes.
4 - O IPTM manterá um cadastro actualizado de todas as cartas.
5 - O modelo da carta de navegador de recreio consta da Portaria n.º 288/2000, de 25 de Maio.
Artigo 30.º
Cartas atribuídas ao abrigo do regime de equiparação
1 - Aos oficiais da marinha de guerra, da marinha mercante e a outros profissionais do mar, estando ou não em
efectividade de funções, e, bem assim, aos alunos da Escola Naval e da Escola Náutica Infante D. Henrique
(ENIDH) podem ser atribuídas, ao abrigo do regime de equiparação, cartas de navegador de recreio com
dispensa dos respectivos exames.
2 - As cartas de navegador de recreio atribuídas nos termos do número anterior são emitidas mediante a
comprovação pelos interessados da respectiva categoria profissional, bem como da posse de aptidão física e
mental para o exercício da navegação de recreio, comprovada esta por atestado médico obtido nos seis meses
anteriores aos respectivos pedidos.
3 - Podem também ser emitidas cartas com dispensa de exame quando solicitadas por titulares de cartas
emitidas por administrações de países estrangeiros desde que estas se encontrem no período de validade e seja
feita prova de que foram emitidas em condições análogas às previstas no presente Regulamento.
4 - O processo de atribuição de cartas de navegador de recreio ao abrigo do regime a que refere o presente
artigo consta da Portaria n.º 200/97, de 24 de Março.
Artigo 31.º
Categorias da carta de navegador de recreio
1 - A carta de navegador de recreio tem as seguintes categorias:
a) Patrão de alto mar - habilita o titular ao comando de ER a navegar sem limite de área;
b) Patrão de costa - habilita o titular ao comando de ER a navegar até uma distância da costa que não exceda
25 milhas;
c) Patrão local - habilita o titular ao comando de ER a navegar à vista da costa até uma distância máxima de 10
milhas de um porto de abrigo e de 5 milhas da costa;
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MANUAL DE MARINHEIRO
Artigo 32.º
Prazo para a emissão das cartas
1 - Os interessados devem requerer a emissão das cartas de navegador de recreio no prazo máximo de dois
anos contados a partir da data da aprovação nos respectivos exames.
2 - Decorrido o prazo previsto no número anterior, as cartas só podem ser emitidas se os interessados
efectuarem, com aproveitamento, um exame ad hoc, a ser requerido ao presidente do conselho de
administração do IPTM.
Artigo 33.º
Caducidade, renovação, reemissão e segundas vias das cartas
1 - As cartas de navegador de recreio caducam quando o seu titular atingir respectivamente 50 e 60 anos e, a
partir desta idade, de cinco em cinco anos, podendo, no entanto, ser renovadas.
2 - As cartas de navegador podem ser renovadas ou reemitidas consoante a apresentação do respectivo
requerimento ao IPTM ocorra antes ou depois de o seu titular atingir as idades previstas no número anterior.
3 - A renovação e rescisão das cartas e a emissão de segundas vias, por deterioração ou extravio, fazem-se
mediante requerimento do interessado ao IPTM, acompanhado dos seguintes documentos:
a) Carta a renovar, excepto quando extraviada;
b) Fotocópia do bilhete de identidade e do cartão de contribuinte;
c) Uma fotografia actual;
d) Atestado médico comprovativo da aptidão física e mental para o exercício da navegação de recreio, a que se
refere o n.º 4 do artigo 35.º, passado nos seis meses anteriores à data da admissão ao respectivo curso,
apenas exigível nos casos de renovação.
4 - A reemissão de carta só é permitida quando esta não tenha caducado há mais de cinco anos.
Artigo 34.º
Reconhecimento de cartas estrangeiras
1 - As cartas de navegador de recreio ou os documentos equivalentes emitidos pelas administrações dos países
membros da União Europeia são automaticamente reconhecidos em Portugal nos termos e para os efeitos do
presente Regulamento.
2 - As cartas de navegador de recreio ou os documentos equivalente emitidos pelas administrações de países
terceiros podem ser reconhecidos pelo IPTM desde que a sua emissão tenha como pressuposto o cumprimento
de requisitos análogos aos exigidos no presente Regulamento.
Artigo 35.º
Frequência de cursos e exames
1 - Os cursos e respectivos exames, com vista à obtenção de cartas de navegador de recreio, podem ser
realizados na ENIDH, na Escola de Pesca e da Marinha do Comércio (EPMC) ou através de outras entidades
formadoras, devidamente credenciadas pelo IPTM, nos termos do Decreto-Lei n.º 478/99, de 9 de Dezembro.
2 - Os conteúdos programáticos e a duração dos cursos a ministrar pelas entidades formadoras, bem como o
conteúdo dos exames ad hoc previstos no presente Regulamento, constam da Portaria n.º 288/2000, de 25 de
Maio.
3 - Para serem admitidos aos cursos de navegador de recreio, os candidatos devem satisfazer os seguintes
requisitos essenciais:
a) Ter, no mínimo, 8, 14 ou 18 anos de idade, conforme pretendam obter, respectivamente, as cartas de
principiante, de marinheiro ou de patrão, devendo para tal:
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MANUAL DE MARINHEIRO
i) Saber ler e escrever, para efeitos de admissão aos cursos de principiante ou de marinheiro;
ii) Ter a escolaridade mínima obrigatória reportada à data do seu nascimento, para admissão aos cursos de
patrão local, de patrão de costa ou de patrão de alto mar;
b) Fazer prova de saber nadar para o primeiro curso que frequentem (principiante, marinheiro ou patrão local);
c) Possuir, há mais de um ano, categoria imediatamente inferior, para admissão aos exames de patrão de costa
ou de patrão de alto mar;
d) Ter a respectiva autorização, de quem exerça o poder paternal, quando forem menores de 18 anos;
e) Possuir aptidão física e mental para o exercício da navegação de recreio, comprovada por atestado médico
passado nos seis meses anteriores à data da admissão ao respectivo curso.
4 - As regras a observar na avaliação da aptidão física e mental dos candidatos a navegadores de recreio e os
modelos respeitantes ao boletim de inspecção médico e ao atestado médico são fixados por portaria conjunta
dos Ministros da Saúde e das Obras Públicas, Transportes e Habitação.
Artigo 36.º
Licenças de aprendizagem
1 - Os alunos que frequentem os cursos iniciais de principiante e de marinheiro devem possuir uma licença de
aprendizagem que lhes permita obter formação prática, devendo ser assistidos por formadores habilitados pela
entidade que ministrar os cursos.
2 - A licença de aprendizagem é emitida pelas entidades formadoras credenciadas, às quais compete
igualmente efectuar o seguro de acidentes pessoais e de responsabilidade civil.
3 - Os seguros referidos no número anterior podem ser objecto de regulamentação por portaria, no âmbito das
alterações previstas no n.º 4 do artigo 3.º do diploma que aprova o presente Regulamento.
Artigo 37.º
Licenças provisórias
Os candidatos aprovados nos exames podem requerer ao IPTM ou às entidades por este credenciadas, nos
termos do n.º 1 do artigo 35.º, a emissão de licenças provisórias, válidas por 90 dias, para o comando de ER.
CAPÍTULO X
Tripulação, documento de largada e seguro obrigatório de embarcação de recreio
Artigo 38.º
Tripulantes profissionais
1 - O proprietário de uma ER pode contratar tripulantes profissionais, que devem constar do rol de tripulação,
assinado pelo proprietário da embarcação ou pelo seu representante legal.
2 - Ao rol de tripulação são apensas cópias dos contratos celebrados com os tripulantes profissionais.
3 - Sempre que haja alteração da situação contratual é emitido um novo rol de tripulação.
Artigo 39.º
Comandante de embarcação de recreio
O comandante de uma ER é o responsável pelo comando e pela segurança da ER, das pessoas e dos bens
embarcados, bem como pelo cumprimento das regras de navegação, competindo-lhe ainda, no caso de não ser
o proprietário da embarcação, representá-lo perante a autoridade marítima e demais entidades fiscalizadoras.
Artigo 40.º
Lista de embarque e documento de largada de embarcação de recreio
1 - As ER dos tipos 1, 2 e 3 em viagens de duração superior a setenta e duas horas devem manter a bordo
listas de embarque contendo a identificação de todas as pessoas embarcadas.
2 - Uma cópia da lista de embarque assinada pelo comandante da ER deve ser entregue à autoridade marítima
com jurisdição na área onde se iniciar a viagem e, logo que visada pela referida autoridade, constitui o
documento de largada da ER.
3 - As tripulações e as pessoas embarcadas em ER nacionais estão sujeitas aos controlos de fronteiras previstos
na legislação nacional.
Artigo 41.º
Responsabilidade por danos a terceiros
Os proprietários e os comandantes de ER são solidariamente responsáveis, independentemente da culpa, pelo
ressarcimento dos danos causados a terceiros pelas ER, salvo se o acidente se tiver ficado a dever a culpa
exclusiva do lesado.
Artigo 42.º
Obrigatoriedade de seguro
1 - Os proprietários de ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 e de ER do tipo 5 que possuam, no mínimo, um motor como
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MANUAL DE MARINHEIRO
meio de propulsão são obrigados a celebrar um contrato de seguro que garanta a responsabilidade civil por
danos causados a terceiros pelas ER.
2 - A obrigação estabelecida no número anterior aplica-se também aos proprietários de embarcações à vela de
comprimento superior a 7 m.
3 - Os termos do contrato de seguro a que se refere no n.º 1 constam da Portaria n.º 689/2001, de 10 de
Julho.
Artigo 47.º
Navegação junto às praias
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 27.º, a navegação junto às praias obedece ao regime
estabelecido para cada uma das seguintes zonas:
a) Zona de navegação livre é a zona distanciada da costa mais de 300 m, fora das áreas restritas e interditas,
onde é permitido fundear, navegar ou praticar desportos náuticos, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo
seguinte;
b) Zona de navegação restrita é a zona distanciada da costa até 300 m, fora das áreas interditas, onde só é
permitida a navegação a velocidade extremamente reduzida e suficiente para o governo da ER e unicamente
destinada para recolher ou largar passageiros, nas praias ou nos ancoradouros e onde não é permitido fundear
e praticar desportos náuticos;
c) Zona de navegação interdita é a zona distanciada da costa até 300 m destinada exclusivamente à prática de
banhos e de natação nos locais para o efeito concessionados.
2 - Nas zonas de navegação restrita, o governo das ER é obrigatoriamente exercido na posição de pé e o
trajecto nos dois sentidos é efectuado apenas na direcção perpendicular à linha da costa.
3 - Sem prejuízo do estabelecido nos planos de ordenamento da orla costeira, por razões de segurança ou de
conservação de ecossistemas sensíveis, a navegação em zonas costeiras ou junto a praias pode ser restringida
ou interditada por portaria conjunta a publicar pelos Ministros da Defesa Nacional, das Obras Públicas,
Transportes e Habitação e das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.
Artigo 48.º
Esqui aquático, actividades análogas e circulação de motas de água
1 - A prática de esqui aquático ou de actividades análogas e a circulação de motas de água são vedadas em
fundeadouros ou a uma distância inferior a 300 m das praias, podendo, em áreas sensíveis, ser aplicado o
disposto no n.º 3 do artigo anterior.
2 - Junto das zonas de banhos, a manobra de abicagem das ER deve processar-se através dos corredores de
acesso à praia, fixados pela autoridade marítima e convenientemente assinalados.
3 - Durante a prática de esqui aquático ou de actividades análogas, sendo o praticante rebocado, as ER
rebocadoras devem ter a bordo dois tripulantes, devendo um deles vigiar constantemente os praticantes.
4 - É obrigatório o uso pelos praticantes de colete de salvação ou de ajudas flutuantes apropriadas.
5 - O cabo de reboque deve ser fixado na ER, de modo a permitir a sua manobra em todas as circunstâncias.
Artigo 49.º
Pesca lúdica
A utilização de ER na pesca lúdica fica sujeita ao cumprimento da legislação que regula este tipo de actividade.
Artigo 50.º
Navegação em albufeiras
As regras relativas à navegação de ER em albufeiras constam da Portaria n.º 783/98, de 19 de Setembro.
Artigo 51.º
Assistência e salvamento
Às ER é aplicável, em matéria de assistência e salvamento, a legislação nacional específica e, também, a
legislação internacional a que Portugal se encontre vinculado.
Artigo 52.º
Protecção contra a poluição
Às ER é aplicável a legislação em vigor sobre prevenção da poluição.
Artigo 53.º
Competições desportivas
1 - Em competições desportivas, a nível nacional ou internacional, as ER podem ser dispensadas pelo IPTM do
cumprimento das normas previstas no presente Regulamento, sob proposta fundamentada da respectiva
federação ou das associações ou clubes federados organizadores das provas.
2 - Consideram-se incluídas no número anterior as ER que, solitárias ou em grupo, empreendam viagens com
finalidades especiais, devidamente reconhecidas pelas autoridades competentes.
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MANUAL DE MARINHEIRO
CAPÍTULO XIII
Contra-ordenações. Fiscalização. Taxas
Artigo 54.º
Responsabilidade contra-ordenacional
1 - As infracções às normas previstas no presente Regulamento constituem contra-ordenação punível com
coima, nos termos das alíneas seguintes:
a) Os proprietários das ER são punidos com coima cujo montante mínimo é de (euro) 250 e máximo de (euro)
2500 quando pratiquem as seguintes infracções:
i) Não tenham inscrito nas ER os elementos de identificação exteriores, violando o disposto no artigo 15.º;
ii) Não cumpram as regras sobre construção, modificação e respectivo regime de vistorias das ER, violando o
disposto no artigo 17.º;
iii) Não cumpram os requisitos estabelecidos em matéria de equipamentos e de segurança de ER, violando o
disposto no artigo 18.º;
iv) Utilizem ER sem terem efectuado o seu registo, violando o disposto no artigo 19.º;
v) Permitam o governo de ER a indivíduos não habilitados para o efeito, violando o disposto no artigo 28.º;
vi) Não possuam o contrato de seguro que garanta a responsabilidade civil por danos causados pelas ER,
violando o disposto no artigo 42.º;
vii) Não cumpram as regras relativas à navegação em albufeiras, de águas interiores, violando o disposto no
artigo 50.º;
b) Os comandantes das ER são punidos com coima cujo montante mínimo é de (euro) 250 e máximo de (euro)
2500 quando pratiquem as seguintes infracções:
i) Naveguem em zona de navegação que ultrapasse os limites estabelecidos em função da classificação da ER,
violando o disposto nos artigos 5.º, 6.º, 7.º e 8.º;
ii) Não observem o uso da Bandeira Nacional nas ER, violando o disposto no artigo 16.º;
iii) Naveguem sem os documentos obrigatórios ou não os apresentem à autoridade competente, violando o
disposto no artigo 23.º;
iv) Naveguem com excesso de lotação ou sem tripulação mínima de segurança, violando o disposto no artigo
25.º;
v) Não cumpram as regras de navegação, violando o disposto nos artigos 27.º, 47.º e 48.º;
vi) Naveguem em zona de navegação diferente daquela para que estejam habilitados, violando o disposto no
artigo 31.º;
vii) Não cumpram as regras de saída das ER do porto, violando o disposto no n.º 7 do artigo 44.º;
viii) Não cumpram as regras relativas à navegação em albufeiras, de águas interiores, violando o disposto no
artigo 50.º;
ix) Não cumpram as regras em matéria de assistência e salvamento, violando o disposto no artigo 51.º;
c) Os construtores ou comerciantes das ER são punidos com coima cujo montante mínimo é de (euro) 300 e
máximo de (euro) 3000 quando permitam a utilização de ER em demonstração para fins comerciais, em
violação do disposto nos n.os 2 a 5 do artigo 22.º
2 - A negligência e a tentativa são puníveis.
3 - Às contra-ordenações previstas neste Regulamento aplica-se subsidiariamente o regime geral das contra-
ordenações.
Artigo 55.º
Processamento das contra-ordenações
1 - A instrução das contra-ordenações e a aplicação das respectivas coimas e sanções acessórias competem à
autoridade marítima com jurisdição na área em que ocorrer o ilícito ou à do primeiro porto em que a
embarcação entrar.
2 - No caso de contra-ordenações praticadas fora da área de jurisdição da autoridade marítima, a instrução e o
processamento das contra-ordenações e a aplicação das respectivas coimas e sanções acessórias são da
competência das entidades com jurisdição no domínio hídrico, fluvial ou lacustre.
3 - O produto das coimas reverte:
a) Em 60% para o Estado;
b) Em 20% para a entidade autuante;
c) Em 20% para a entidade que aplica a coima.
Artigo 56.º
Fiscalização
1 - Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades, são competentes para a fiscalização do
cumprimento das normas previstas no presente Regulamento a autoridade marítima e os demais órgãos dos
serviços dos Ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna aos quais estejam atribuídas funções de
fiscalização na área de jurisdição marítima.
2 - Nas restantes áreas geográficas, a fiscalização é efectuada pelas entidades com jurisdição no domínio
hídrico, fluvial ou lacustre.
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MANUAL DE MARINHEIRO
3 - Para efeito do disposto nos números anteriores, as entidades referidas devem articular entre si as
respectivas acções de fiscalização.
Artigo 57.º
Taxas
Pelos serviços prestados pelo IPTM e pela autoridade marítima, em virtude da aplicação do presente
Regulamento, são devidas taxas a cobrar, respectivamente, nos termos do Decreto-Lei n.º 98/2001, de 28 de
Março, da Portaria n.º 308/2002, de 21 de Março, do Decreto-Lei n.º 273/2000, de 9 de Novembro, e da
Portaria n.º 385/2002, de 11 de Abril.
CAPÍTULO XIV
Regiões Autónomas
Artigo 58.º
Regiões Autónomas
1 - A aplicação do presente diploma às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem prejuízo das
competências cometidas aos respectivos órgãos de governo próprio para a sua execução administrativa através
dos respectivos serviços das administrações regionais autónomas e das adaptações que lhe venham a ser
introduzidas no diploma próprio das respectivas Assembleias Legislativas Regionais.
2 - O presente diploma não prejudica legislação regional que verse sobre náutica de recreio.
…
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MANUAL DE MARINHEIRO
Esta especificidade, que ganha expressão na existência, ao longo das suas costas, de uma multiplicidade de
zonas que oferecem abrigo, aliada aos disponíveis meios técnicos de ajuda à navegação e aos conhecimentos
do meio geofísico detidos pelos desportistas náuticos fruto das tradições existentes na Região em matéria de
recreio náutico faz com que não se mostre globalmente ajustado à situação insular regional o regime jurídico da
actividade da náutica de recreio, consubstanciado no Regulamento da Náutica de Recreio, aprovado pelo
Decreto-Lei nº 124/2004, de 25 de Maio. Aliás, corporizando esta evidência, o Regulamento da Náutica de
Recreio, nesta sua nova versão, não só contempla a possibilidade de os navegadores de recreio titulares de
carta de patrão de costa ou de patrão local viajarem entre as ilhas da Região, mesmo que ultrapassados os
limites de distância máxima estabelecidos para a categoria da carta respectiva, desde que autorizados pela
autoridade marítima competente, como explicitamente reconhece as particulares características regionais, ao
consignar que lhe possam vir a ser introduzidas adaptações por diploma próprio desta Assembleia Legislativa. A
alteração da lei fundamental e o decorrente aprofundamento da competência legislativa das Regiões
Autónomas, ocorrida já após a entrada em vigor do supracitado diploma, permitiria a aprovação de legislação
regional com maior grau de autonomia no âmbito do regime jurídico em causa. Porém, a bondade de muitas
das soluções consignadas nas normas em vigor justifica que se considere necessária, tão só, a adequação da
regulamentação nacional à realidade geográfica da Região Autónoma da Madeira, na parte respeitante aos
limites de distância que as cartas de navegador de recreio nas categorias de patrão local e de marinheiro
permitem percorrer e também quanto à zona de navegação das embarcações para navegação em áreas de
navegação costeira restrita e em áreas abrigadas. Importa ainda, na decorrência do disposto no artigo 108.o do
Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira e no artigo 58.o do Regulamento da Náutica
de Recreio, estabelecer o destino do produto das coimas e, bem assim, definir os serviços da Administração
Regional Autónoma que hão-de intervir na execução administrativa do diploma, designadamente fiscalizando o
seu cumprimento.
Assim:
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira decreta, ao abrigo do disposto, conjugadamente, na
alínea a) do nº 1 do artigo 227.o e no nº 1 do artigo 228.o da Constituição da República, no artigo 46.o da Lei
Constitucional nº 1/2004, de 24 de Julho, e nas alíneas s) e t) do artigo 40.o do Estatuto Político-Administrativo
da Região Autónoma da Madeira, aprovado pela Lei nº 13/91, de 5 de Junho, revisto e alterado pelas Leis n os
130/99, de 21 de Agosto, e 12/2000, de 21 de Junho, o seguinte:
Artigo 1º
Objecto
A aplicação na Região Autónoma da Madeira do Regulamento da Náutica de Recreio, aprovado pelo Decreto-Lei
nº 124/2004, de 25 de Maio, é feita de acordo com as adaptações constantes dos artigos seguintes.
Artigo 2º
Zona de navegação das cartas de navegador de recreio
Os navegadores de recreio titulares de carta de marinheiro e de carta de patrão local podem navegar até às
seguintes distâncias máximas, sem prejuízo do cumprimento das demais limitações legais:
a) Patrão local — navegação livre entre as ilhas da Madeira, do Porto Santo e Desertas;
b) Marinheiro — 6 milhas da costa e ao longo de toda a orla costeira de cada ilha.
Artigo 3º
Zona de navegação das embarcações de recreio
Sem prejuízo das demais limitações, designadamente as decorrentes das respectivas cartas de navegador de
recreio, na Região, podem navegar:
a) As consideradas embarcações para navegação em áreas abrigadas, designadas por ER do tipo 5, movidas à
vela ou a motor, excluindo as motas de água e pranchas motorizadas (jet ski), podem navegar ao longo de
toda a orla costeira de cada ilha e até 6 milhas da costa;
b) As embarcações de recreio para navegação costeira restrita, designadas por ER tipo 4, podem navegar
livremente entre as ilhas da Madeira, do Porto Santo e Desertas.
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MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A3 E A4
Nomenclatura e palamenta das pequenas embarcações
Comprimento – É o comprimento compreendido entre a intercepção da face externa da roda de proa e a face
externa do cadaste.
Boca - Largura máxima.
Pontal - Distância da parte superior da quilha ao convés.
Calado - Distância da linha de água ao ponto mais baixo da quilha.
Deslocamento - Peso do volume de água deslocada por uma embarcação, significando o próprio peso da
mesma. É normalmente expresso em toneladas métricas.
Proa - Parte da frente de uma embarcação.
Vante – Parte interior da frente de uma embarcação. “ Andar a Vante “
Popa - Parte de trás de uma embarcação.
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MANUAL DE MARINHEIRO
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MANUAL DE MARINHEIRO
A – Alfa - Mergulhador na água. Mantenha-se afastado (100 metros) e navegue em baixa velocidade.
C – Charlie - Sim
Cabeço - peça de ferro destinada a receber voltas de cabo para fixação de uma embarcação.
Cachola - parte superior do leme onde encaixa a cana do leme.
Caçar - alar a escota de uma vela.
Calado - distância da linha de água ao ponto mais baixo da quilha.
Cana do leme - barra fixa na cachola do leme para o manobrar.
Cambar - mudar de um bordo para o outro deixando o vento pela popa.
Carlinga - peça de madeira ligada à sobrequilha com um encaixe onde fixa o mastro.
Catita - pequena vela latina quadrangular que arma num mastro curto à popa.
Caturrar - oscilação de uma embarcação no sentido popa-proa por efeito da ondulação.
Cesto da Gávea - plataforma assente nos vaus dos mastros para espalhar os cabos da mastreação.
Coberta - qualquer dos pavimentos que correm da proa à popa.
Contra-estai - cabo que sustém um mastro em oposição ao estai.
Convés - pavimento da 1ª coberta.
Costado - parte lateral e exterior de uma embarcação.
Croque - vara com um gancho na extremidade para puxar cabos, ou outros objectos para bordo.
Cunho - peça de madeira ou ferro fixa no convés, com duas orelhas para nela se dar volta a cabos.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Estai - cabo que sustém desde a vante um mastro. Normalmente em aço. Também é corrente denominar de estai a
vela que enverga neste cabo.
Esteira - bordo inferior da vela. (ver testa e valuma)
Esticador - ou macaco esticador é uma peça aplicada ao chicote de certos cabos, como brandais, para os atestarem.
Estofo da maré - período de tempo em que não há corrente de maré.
Estropos - cabos ligados à embarcação por onde esta é içada.
Farol - construção notável num ponto da costa para aviso e prevenção à navegação.
Faróis de navegação - As luzes de navegação de uma embarcação. Visíveis de frente, vermelho a bombordo e verde
e estibordo. Branca vista da popa.
Ferro - o mesmo que âncora.
Folgar - aliviar (normalmente uma escota).
Forqueta - forquilha metálica onde se fixa o remo.
Fundear - largar para o fundo uma âncora de modo a embarcação ficar segura.
Gaio - cabo que aguenta o pau de palanque (ou de spi) de modo a este não subir.
Garrar - arrastar o ferro por este não segurar bem a embarcação.
Garruncho - peça de fixação de uma vela ao estai.
Gata - vela redonda que se arma por cima da mezena.
Gave-tope - vela latina que arma no mastaréu do mesmo nome.
Gávea - velas que se envergam nas vergas de gávea, as segundas a contar de baixo.
Genoa - vela de proa maior que um estai.
Giba - vela triangular que enverga ante a vante da bujarrona.
Gurupés - mastro que sai por fora da proa com uma inclinação de cerca de 35º relativamente ao plano horizontal.
Iole - embarcação de recreio de dois mastros. Ao contrário do ketch a roda de leme fica à frente da catita ou
mezena.
J – Juliet – Mantenha-se afastado. Tenho fogo a bordo e transporto carga perigosa ou derrame de carga perigosa.
Joanete - vela que fica por cima da gávea. Consoante o mastro, assim têm os nomes (de proa, grande e sobregata).
Ketch - embarcação de recreio de dois mastros em que a roda de leme fica atrás da mezena.
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MANUAL DE MARINHEIRO
N - Não
Nadir - ponto onde a vertical que passa por um lugar na terra encontra a esfera celeste no lado oposto ao zénite.
Nauta - navegador, marinheiro.
Nó - medida de velocidade correspondente a uma milha por hora (1.852 metros/hora).
O – Homem ao mar
Obras mortas - parte do casco de uma embarcação que não está submersa.
Obras vivas - parte submersa do casco de uma embarcação.
Orçar - aproximar a proa da direcção do vento.
Ovém - cabo que aguenta a mastreação para um e outro bordo. O conjunto de ovéns forma a enxárcia.
P – Dentro de porto, todas as pessoas devem regressar a bordo para saída da embarcação.
Patilhão - acrescento aplicado na quilha para aumentar a estabilidade e a resistência ao abatimento numa
embarcação à vela.
Pau de Palanque - vara onde amura o balão.
Pau de Spi - o mesmo que pau de palanque.
Piano - aparelho múltiplo que impede um conjunto de cabos de correr. Permite um esforço maior que um
mordedouro.
Poço - numa embarcação de recreio, o desnível no convés onde habitualmente se comanda o barco.
Polaca - vela latina triangular que se enverga à proa em ocasiões de mau tempo.
Poleame - conjunto de peças destinadas à passagem de cabos.
Pontal - distância que vai da parte superior da quilha ao convés da embarcação.
Popa - parte de trás de uma embarcação.
Porta do leme - parte inferior do leme que trabalha na água.
Proa - parte da frente de uma embarcação.
Punho da amura - canto da vela que fica inferiormente junto ao mastro ou ao estai.
Punho da boca - numa vela quadrangular, é o punho superior situado junto ao mastro.
Punho da escota - canto da vela onde fixa a escota.
Punho do gurutil - nas velas redondas fica nos extremos do gurutil.
Punho da pena - nas velas triangulares é o punho pelo qual é içada a vela. Nas quadrangulares é o punho superior e
exterior.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Testa - nas velas latinas é o bordo que encosta ao mastro e nas redondas os lados que ficam de cima para baixo.
(ver esteira e valuma)
Traquete - vela redonda que enverga no mastro de proa.
Través - cada um dos lados de uma embarcação.
V – Preciso de assistência.
Valuma - bordo de uma vela latina que fica para o lado da popa. (ver esteira e testa)
Vante - zona da frente de uma embarcação. (ver ré)
Vau - vigas horizontais que assentam no mastro, para bombordo e estibordo para suporte dos brandais.
Vela de Balão - vela triangular de grande superfície para ventos de popa. Normalmente de tecido leve e colorida.
Vela Grande - maior vela de uma embarcação. É envergada no mastro grande.
Velame - conjunto de velas.
Verdugo - régua de madeira ou de outro material em volta do casco para o proteger.
Verga - peça de madeira ou metal onde é ligada a parte superior da vela.
Vigia - abertura para dar luz e ar ao interior, que se pode ou não abrir.
Zénite - ponto, em qualquer lugar da Terra, onde a vertical prolongada acima do observador, vai aparentemente, encontrar a
esfera celeste.
21
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A5
Tipos de propulsão e de Governo
Manobra - é o conjunto das acções levadas a cabo pelo navegante por forma a, de maneira controlada, fazer
evoluir um navio ou embarcação, de uma posição inicial para uma posição pretendida relativamente a um
determinado ponto (cais, fundeadouro, outro navio. bóia. etc..).
Governo - é o conjunto das acções levadas a cabo pelo navegante para. de forma segura, conduzir um navio
ou embarcação, ao longo de um trajecto definido entre dois pontos previamente estabelecidos. Os factores que
intervêm no governo e manobra do navio são: Efeito do leme; Efeito propulsor dos hélices; Efeito lateral dos
hélices; Posição do centro de girarão; Velas; Factores externos.
Quando um hélice é desenhado, tem como objectivo principal fazer andar o navio para vante. No entanto,
rodando em sentido contrário, ele faz com que o navio se desloque para ré.
Passo do hélice
O passo de um hélice é definido pelo seu sentido de rotação em marcha a vante e pela distância por ele
percorrida numa volta completa, se não escorregasse no meio em que está imerso, a água.
Corrente do Hélice
Á medida que um hélice roda com o intuito de dar velocidade ao navio para vante, aspira a água de vante
criando uma corrente de sucção e descarrega-a para ré, dando origem a uma corrente de descarga em forma
helicoidal.
A propulsão do navio é o efeito conjunto destas duas correntes.
A corrente de descarga, quando em marcha a vante, provoca um aumento da velocidade da água junto ao
leme, pelo que aumenta o efeito do leme.
Adicionalmente à força de propulsão, há ainda a considerar uma outra força devido ao movimento dos hélices,
conhecida como pressão lateral. Esta força, motivada pela diferença de pressão sentida pelas pás de um hélice
no seu movimento, tem um efeito de deslocar a popa do navio no sentido da rotação.
Devido à pressão da água aumentar rapidamente com a profundidade as pás do hélice encontram resistência
diferente ao seu movimento de rotação no topo e na base do circuito por descrito. Esta diferença produz uma
força resultante que tem o nome de EFEITO LATERAL DO HÉLICE.
No caso de um navio de um só hélice, este rodando para a direita (hélice de passo direito) faz a popa guinar
para estibordo, ou seja, a proa para bombordo. Se o hélice rodar para a esquerda (hélice de passo esquerdo)
faz com que a proa guine para estibordo. É normal, quando o navio possui apenas um hélice, este ter passo
direito.
Nos navios com duas hélices, estes têm passos diferentes provocando assim efeitos laterais que se anulam,
navegando o navio a direito
22
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A6
Generalidades sobre marés correntes e ventos
1 - Maré
Chama-se maré à subida e descida periódica do nível das águas do mar devido à acção das forças
gravitacionais e centrífugas, existentes entre a
Terra e a Lua e, em menor importância o Sol.
Toda esta introdução é para explicar que a força
de atracção da lua e do sol, combinada com a
força centrífuga devido à rotação da terra irá
exercer influências na água do mar,
proporcionando enchentes numa região,
vazantes noutra e correntes de maré entre elas,
devido à movimentação das águas. A terra
desloca-se em redor do Sol e a Lua em redor da
Terra.
Assim a MARÉ é um fenómeno devido à consequência da acção atractiva do Sol e da Lua que provoca um
movimento periódico das águas que alternadamente se elevam e baixam um certo número de vezes em cada
dia, e que apresenta um movimento tão lento que mal nos apercebemos da movimentação das águas. Desta
movimentação resulta a Preia-Mar e Baixa-Mar, variando a altura das marés com a movimentação da terra e as
fases da lua.
2 – Movimentos Planetários
Como certamente já compreendeu a terra roda à volta do sol no seu movimento de translação demorando 365
dias e 6 horas a dar uma volta completa. A terra roda sobre si mesma em 24 horas (movimento de rotação da
terra) e a lua roda em volta da terra, dando uma volta completa em 28 dias. Já vimos que a lua no seu
movimento de translação à volta da terra, demora cerca de 28 dias para cada volta completa, passando em
cada volta pelas 4 fases, alternando assim a maré entre vivas ou mortas. Vejamos:
23
MANUAL DE MARINHEIRO
Tabela de Marés
As tabelas de marés publicadas pelo Instituto Hidrográfico estão estruturadas de modo a agrupar, em volumes
separados, as informações relativas aos portos localizados em território nacional e territórios sobre
administração portuguesa.
Em Portugal continental, Açores e Madeira entre a 1h TU de 26 de Março e a 1h TU de 29 de Outubro, deverão
os utilizadores adicionar 1 hora aos valores horários indicados nas tabelas de marés.
02h08 1,48m 2 07.17 2.8 19.55 2.6 00.51 1.5 13.36 1.4
Sex 08h40 2,70m
3 QUA 08.17 2.8 21.02 2.6 01.54 1.5 14.40 1.4
02 15h16 1,34m
21h42 2,47m 4 QUI 09.25 2.8 22.09 2.7 03.06 1.5 15.47 1.3
5 SEX 10.32 2.8 23.10 2.9 04.18 1.4 16.51 1.2
03h38 1,53m 6 SAB 11.34 3.0 - - 05.23 1.2 17.48 1.1
Sáb 10h05 2,69m 7 DOM 00.06 3.1 12.30 3.1 06.19 1.0 18.40 0.9
03 16h41 1,32m
8 SEG 00.57 3.3 13.22 3.3 07.11 0.8 19.29 0.8
22h58 2,55m
9 01.46 3.5 14.13 3.4 08.00 0.6 20.15 0.6
04h59 1,47m
Dom 11h13 2,76m 10 QUA 02.34 3.7 15.02 3.5 08.47 0.5 21.02 0.6
04 17h44 1,23m 11 QUI 03.21 3.8 15.51 3.5 09.35 0.4 21.48 0.6
23h54 2,67m 12 SEX 04.09 3.8 16.40 3.5 10.23 0.5 22.36 0.7
13 SAB 04.58 3.7 17.29 3.3 11.13 0.6 23.25 0.8
05h59 1,34m 14 DOM 05.48 3.5 18.21 3.2 - - 12.06 0.8
Seg
12h06 2,86m 15 SEG 06.42 3.3 19.18 3.0 00.19 1.0 13.04 1.0
05 18h30 1,13m
16 07.41 3.1 20.20 2.8 01.18 1.2 14.07 1.1
00h37 2,80m
Ter 06h43 1,21m
06 12h47 2,95m
19h07 1,05m
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MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A7 E A8
Ferros e Âncoras
Amarra - Ligação, que pode ser de corrente e ou cabo, entre a âncora e a embarcação.
Elos - Argolas que compõem as correntes e amarras.
Âncora - Peça normalmente de aço, em ferro forjado ou fundido, presa à amarra, servindo para aguentar uma
embarcação no seu ancoradouro. Poderá também ser fabricada em alumínio ou outros materiais.
Ancorete - Do feitio de uma âncora vulgar, mas de menor tamanho e peso.
Para manter a âncora numa posição ideal de modo a enterrar-se com pouca dificuldade, esta está ligada a uma
corrente que, com o seu peso, tem por função deitar o mais possível a haste. Além disso proporciona um efeito
de amortecedor perante a ondulação mantendo a âncora sem movimento por efeito daquela. O facto de ser o
símbolo que normalmente se associa à marinha demonstra a antiguidade e importância de que é alvo ao longo
dos tempos.
A - Anete
B - Cepo
C - Haste
D - Braço
E - Cruz
F - Pata
G - Unha
Manobra de fundear
Enquanto em terra qualquer problema que ponha em causa o andamento de, por exemplo, um automóvel no
mar se isso, ou qualquer outra coisa semelhante acontecer, não podemos pura e simplesmente encostar a
embarcação para "mais tarde" resolver a
situação. Por vezes a única solução é mesmo
fundear para podermos solucionar o problema ou
mesmo pedir por socorro de modo a que não
possamos, por exemplo, ir à deriva de encontro
às rochas. O Ferro é usado não só para
fundearmos para um descanso e uns banhos,
mas também numa emergência o que obriga a que esteja sempre em boas condições e disponível.
Descrevemos seguidamente os passos necessários para fundear em segurança que deverão estar sempre na
mente de cada um no momento da manobra. Só com a prática aperfeiçoamos a técnica que um dia nos poderá
salvar.
1º Estudar o local - Devemos conhecer ou pela prática ou por uma carta náutica o local onde pretendemos
fundear, ou seja, o tipo de fundo, altura da sonda, condições atmosféricas e de mar, a previsão da maré e se
existem outras embarcações já fundeadas. Convém ter sempre uma alternativa no caso da manobra falhar ou
não resultar. Deve escolher fundos de areia ou lodo e não muito altos.
2º Preparar o ferro - Um tripulante à proa com o ferro preparado para largar. Amarra sem "cocas" e convés
limpo de modo que não haja impedimentos à saída. Talvez seja necessário acrescentar a bóia de arinque.
3º Aproar ao mais forte - Quando se aproximar do local, aproado ao mais forte, vento ou corrente, retire
motor e arreie a vela de proa e a grande se aproar à corrente.
4º Arrear o ferro - À ordem do comandante, quando o barco começar a andar à ré, deve descer (não atirar!)
o ferro até tocar no fundo. Soltar devagar a amarra de maneira a facilitar, com o peso que o barco exerce, o
unhar no fundo. Normalmente larga-se 3 a 5 vezes de amarra em altura do fundo em condições normais. De 5
a 7 vezes de amarra se houver previsão de "tempo" rijo.
25
MANUAL DE MARINHEIRO
5º Verificar a posição Depois de amarrar o cabo num cunho é altura de verificar através de pontos de
referência fixos na costa se o barco não descai. Não se esqueça de prever a eventual rotação se o vento ou
maré virar.
Cada embarcação deverá usar o ferro apropriado e com as características indicadas para o tipo de casco e qualidade de fundo
onde irá fundear. Uma escolha errada poderá pôr em risco o barco e a própria tripulação. A âncora deverá estar
ligada a uma corrente, a amarra, de comprimento nunca inferior ao da embarcação, e aquela a um cabo próprio
com comprimento suficiente para os fundos onde normalmente se pensa ir fundear. De preferência deve-se
usar apenas corrente mas o seu peso e preço faz com que se junte corrente com cabo. O cabo, em vez da
corrente, também facilita o corte deste no desembaraço da âncora quando esta fica presa e irremediavelmente
perdida. O comprimento total deverá obedecer basicamente à seguinte regra:
Um comprimento total de 50 metros parece ser o mínimo razoável. Um segundo ferro, outro tanto de corrente,
e cabo pronto a ser ligado ao primário não são demais. Não será com certeza o primeiro a ter de cortar a
amarra por a âncora ter ficado presa e ser impossível a sua recuperação. É aqui que entra o cabo de arinque
que é preso à cruz, ou olhal próprio, e permite na maioria das vezes desengatar a âncora, sobretudo, em
fundos desconhecidos. Na outra extremidade deste cabo prender-se-á uma bóia que assinala a sua presença. A
corrente do segundo ferro tem outra utilidade. Em caso de previsão de relâmpagos deve-se prender à base do
mastro, quando metálico, ou aos brandais, de modo a fazer uma ligação à terra e afastar a hipótese de
acidentes com as descargas eléctricas. Para quem já viu e "ouviu" um relâmpago a cair próximo de um veleiro,
acreditem que é remédio santo!
As tabelas de diversas âncoras mais comuns aqui apresentadas servem apenas como referência e os valores
descritos assumem condições normais de mar e vento. Deve aconselhar-se quanto às características da âncora
e amarra junto do vendedor.
Almirantado ou Ordinária
O cepo com os extremos boleados e um deles recurvado em forma de cotovelo, é móvel, o que
facilita o transporte e a arrumação. Dá para todos os fundos mas a sua forma são o grande contra-
tempo nas embarcações de recreio.
Danforth
Comprimento do Diâmetro da
Peso do ferro
Para fundos de areia. É normalmente usado como 2º barco em metros corrente (mm.)
ferro. Tabela para âncoras em aço. 10 lbs. até 6 6
15 lbs. até 9 6
25 lbs. até 12 8
45 lbs. até 15 10
26
MANUAL DE MARINHEIRO
Britany
Comprimento do
Dos melhores ferros para fundos de areia. Parecido em termos de Peso do ferro
barco em metros
eficiência com o Danforth.
6 Kg até 5,5
8 Kg até 6,5
10 Kg até 7,5
12 Kg até 9,0
14 Kg até 10,5
16 Kg até 12,5
20 Kg até 16,0
25 Kg até 20,0
35 Kg até 25,0
CQR
Comprimento do
Dos ferros mais usados por unhar bem em qualquer fundo, Peso do ferro
barco em pés
seja areia, lodo ou mesmo rocha. Tem o inconveniente de ser 10 lbs. (4,5 Kg) até 18
relativamente pesado. É normalmente a âncora de primazia.
15 lbs. (6,8 Kg) até 21
20 lbs. (9 Kg) até 26
25 lbs. (11,5 Kg) até 30
35 lbs. (16 Kg) até 36
45 lbs. (20 Kg) até 43
60 lbs. (27 Kg) até 50
75 lbs. (34 Kg) até 54
Fateixa
Comprimento do Diâmetro da
Peso do ferro
barco em pés corrente (mm.)
Este ferro é normalmente usado por pescadores por 4 lbs. até 16 6
unhar bem em fundos de rocha. Usam-se também em
6 lbs. até 28 6
embarcações pequenas pelo facto de algumas poderem
7 lbs. até 33 8
encolher os braços. Tabela para âncoras de alumínio.
14 lbs. até 39 8
19 lbs. até 46 10
31 lbs. até 53 13
Outras Âncoras
Capacete ou Cogumelo - Não tem cepo e em vez de braços tem uma calote esférica na extremidade da haste.
É usada em amarrações fixas.
Flutuante - Ao contrário das outras não serve para fundear mas para diminuir o andamento de um barco que
no mar esteja à mercê das vagas e do vento. Ao fazer resistência na água, este aparelho, seguro ao barco por
um cabo suficientemente comprido, permite conservar uma embarcação aproada ao vento com mau tempo.
27
MANUAL DE MARINHEIRO
Tem o formato de um grande papagaio de lona com a armação em cruz a cujas extremidades dos braços se
ligam um estropo de quatro pernadas. Esse estropo deve ser o mais comprido possível para suavizar os
esticões. Mantém-se na vertical graças a umas bóias presas nas extremidades horizontais e a um lastro num
dos braços da cruz.
Martin - De haste muito reforçada e braços articulados que podem baixar ou levantar por estarem ligados a
um eixo que atravessa a cruz. O cepo é muito curto, fixo no plano dos braços e tem os extremos revirados para
o lado do anete.
Parafuso - Sem ser propriamente uma âncora, tem no prolongamento da haste um parafuso que enterra no
fundo. É usada apenas em amarrações fixas.
Smith - Não tem cepo e as patas giram independentemente uma da outra, num eixo que passa na cruz. É a
que normalmente se usa em navios de grande porte.
Trotman - Âncora com os braços móveis, como os de uma balança, e as patas de forma côncavas.
Alguns termos
A pé de galo - Quando além daquele ferro com que está fundeado, se larga outro de modo a tocar o fundo,
pronto a unhar, se faltar aquele pelo qual está amarrado.
Encepar - Colocar o cepo perpendicular à haste fixando-o por meio da chaveta, normalmente numa âncora do
tipo Almirantado.
Lambareiro - Gato (ou gancho) ligado a um cabo para suspender âncora pelas unhas.
Largar ferro - Soltar a âncora e deixá-la cair para o fundo ficando ligada ao barco pela amarra.
CABOS
Cabo – É o que você até agora chamava de “corda”. Ponta de terra que se projecta para o mar. Diz-se também
de um conjunto torcido de fibras sintéticas, vegetais ou de fios de arame, formando assim uma corda ou cabo,
que serve para conter, puxar, prender ou rebocar algo.
Bitola - Diâmetro de um cabo. Seio - A parte que fica entre os chicotes. Chicote - Extremidade de um
cabo.
Retenida - Cabo de espessura média, utilizado para içar da água ou aguentar um tripulante ou algo durante
um curto espaço de tempo.
Boça - Pequeno cabo de amarração geralmente preso à proa das pequenas embarcações.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Sarilho – É um tambor rotativo onde estão enrolados os cabos solteiros que não estão a ser utilizados.
Cunho - Peça de madeira ou ferro fixa no convés, com duas orelhas para nela se dar volta a cabos.
Cabeço - Peça de ferro destinada a receber voltas de cabo para fixação de uma embarcação.
Castanhas – São peças metálicas cavilhadas à borda, geralmente nas amuras e nas alhetas. Servem para
orientação dos cabos que saem do navio.
Cocas – São pequenas voltas que o cabo dá sobre si mesmo, devido a torções anormais a que é sujeito,
prejudicando a sua boa utilização.
Alar um cabo - Puxar cabos. Aguentar – Travar o folgar do cabo. Dar volta a um cabo – Prender o cabo a
um cabeço.
Colher um cabo – Enrolar um cabo em voltas largas de modo a não adquirir cocas e a ficar claro (não
embaraçado).
Folgar – Aliviar, deixar correr o cabo sem largar o seu chicote. (normalmente uma escota).
Lançante de proa - 1
Lançante de popa - 2
Través de proa – 3
Través de popa – 4
Regeira de proa - 5
Regeira de popa - 6
2 4 6 5 3 1
Os Lançantes têm por função apertar o navio ao cais. As regeiras ou springs, tem por função evitar os
movimentos para vante e/ ou para ré.
QUALIDADES NÁUTICAS
Estabilidade - Qualidade que qualquer embarcação tem de voltar à posição direita após inclinado.
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MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A9
(RIEAM)
REGRA 1
As presentes Regra aplicam-se a todos os navios no alto mar e em todas as águas que com ele tenham
comunicação e sejam praticáveis pela navegação marítima.
Para os fins das presentes Regras, excepto quando o contexto obriga a outro significado:
a. A palavra navio designa todo o veículo aquático de qualquer natureza, incluindo os veículos sem imersão e os
hidroaviões, utilizado ou susceptível de ser utilizado como meio de transporte sobre a água.
b. A expressão navio de propulsão mecânica designa todo o navio movido por máquina.
c. A expressão navio à Vela designa todo o navio navegando à Vela, desde que a máquina propulsora, se
existir, não esteja a ser utilizada.
d. A expressão navio em faina de pesca designa todo o navio que esteja a pescar com redes, linhas, arrasto ou
outras artes de pesca que reduzam a sua capacidade de manobra. Esta expressão não inclui os navios
pescando com linhas a reboque (corrico) ou outras artes de pesca, que não lhe reduzam a sua capacidade de
manobra.
e. A palavra hidroavião designa toda a aeronave concebida para manobrar sobre a água.
f. A expressão navio desgovernado designa todo o navio que, por circunstâncias excepcionais, não está em
condições de poder manobrar de acordo com as presentes Regras e não pode, portanto, afastar-se do
caminho doutro navio.
g. A expressão navio com capacidade de manobra reduzida designa todo o navio cuja capacidade de manobrar
em conformidade com as presentes Regras está limitada pela natureza dos seus trabalhos e que não pode,
por conseguinte, afastar-se do caminho doutro navio.
A expressão navio com capacidade de manobra reduzida compreende:
h. A expressão «navio condicionado pelo seu calado» designa todo o navio de propulsão que devido à
relação calado – profundidade - largura de água disponível tem severamente limitada a sua capacidade de
alterar o rumo em que navega.
...
l.. A expressão visibilidade reduzida designa toda a situação em que a visibilidade é diminuída em
consequência de nevoeiro, neblina, queda de neve, aguaceiros fortes, tempestades de areia ou por quaisquer
outras causas análogas.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Regra 5 - Vigia
Todo o navio deve assegurar permanentemente uma vigilância visual e auditiva apropriada, utilizando
igualmente todos os meios disponíveis adequados às circunstâncias e condições existentes, de modo a permitir
uma apreciação completa da situação e do risco de abalroamento.
Todo o navio deve manter sempre uma velocidade tal que lhe permita tomar as medidas apropriadas e eficazes
para evitar um abalroamento e para parar numa distância adequada às circunstâncias e condições existentes.
Para determinação da velocidade de segurança, devem, entre outros, ser tomados em consideração os
seguintes factores:
a) Todo o navio deve utilizar todos os meios disponíveis adequados às circunstâncias e condições existentes,
para determinar se existe risco de abalroamento;
a) Qualquer manobra para evitar um abalroamento deve, se as circunstâncias o permitirem, ser executada de
uma forma clara, com larga antecedência e de acordo com os usos e costumes marítimos.
b) Qualquer alteração de rumo e/ou velocidade, visando evitar um abalroamento, deve, se as circunstâncias o
permitirem, ser suficientemente ampla para ser imediatamente apercebida por outro navio que esteja a
observar visualmente ou no radar. Uma sucessão de pequenas alterações de rumo e/ou de velocidade deve ser
evitada.
c) Se houver espaço suficiente, a alteração de rumo, por si só, pode ser a manobra mais eficaz para se evitar
uma situação de aproximação excessiva, desde que esta manobra seja feita com bastante antecedência, seja
substancial e dela não resulte outra situação de aproximação excessiva.
d) As manobras executadas para evitar o abalroamento com outro navio devem ser tais que permitam passar a
uma distância segura. A eficácia das manobras deve ser atentamente controlada até que o outro navio esteja
definitivamente passado e safo.
e) Se for necessário, para evitar um abalroamento ou para dispor de mais tempo para apreciar a situação, o
navio deve diminuir a velocidade ou anular o seguimento, parando ou invertendo o seu aparelho propulsor.
f) Um navio a que, por qualquer destas regras, seja recomendado não interferir com a passagem ou deixar safa
a passagem a um outro navio deve, sempre que as circunstancias assim o exijam, manobrar com a devida
antecedência, a fim de conceder ao outro navio espaço suficiente para uma passagem safa.
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MANUAL DE MARINHEIRO
sinal sonoro prescrito na Regra 34d, se tiverem dúvidas sobre as intenções dum navio que atravessa o canal ou
via de acesso.
...
g) Qualquer navio deve, se as circunstâncias o permitirem, evitar fundear num canal estreito.
Secção II
Procedimento dos navios à vista uns dos outros
As regras desta secção aplicam-se aos navios que estão à vista de uns dos outros.
a) Quando dois navios à Vela se aproximam um do outro, com risco de abalroamento, um deles deve afastar-
se do caminho do outro da forma seguinte:
(i) quando os navios recebem o vento por bordos diferentes, aquele que o receber por bombordo deve
desviar-se do caminho do outro;
(ii) quando os dois navios recebem o vento pelo mesmo bordo, aquele que estiver a barlavento deve desviar-
se do caminho daquele que estiver a sotavento;
(iii) se um navio que recebe o vento por bombordo avista um outro navio a barlavento e não pode
determinar com segurança se este outro navio recebe o vento por bombordo ou estibordo, o primeiro deve
desviar-se do caminho do outro.
b) Para a aplicação desta Regra, o bordo de onde sopra o vento deve ser considerado como sendo o bordo
oposto àquele em que a Vela grande é caçada.
a) Não obstante o disposto nas Regras das Secções I e II da Parte B, qualquer navio que alcance outro deve
desviar-se do caminho deste último.
b) Deve considerar-se como navio que alcança o navio que se aproxima de um outro vindo de uma direcção
que fique mais de 22,5º para ré do través desse outro, isto é, que se encontra numa posição tal em relação ao
navio alcançado que, de noite, só poderá ver o farol de popa desse navio, sem ver qualquer dos seus faróis de
borda.
c) Quando um navio não puder determinar com segurança se está a alcançar outro, deve considerar que é esse
o caso e manobrar de acordo.
d) Nenhuma alteração posterior na marcação entre os dois navios transformará o navio que alcança em navio
que cruza, com o significado atribuído por estas Regras, ou o dispensará do dever de se desviar do caminho do
navio alcançado enquanto não o tiver definitivamente ultrapassado e dele se achar safo.
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MANUAL DE MARINHEIRO
a) Quando dois navios de propulsão mecânica se aproximam um do outro de roda a roda, ou quase de roda a
roda, de modo a haver risco de abalroamento, deverão guinar ambos para estibordo de modo a passarem por
bombordo um do outro.
b) Deve considerar-se que essa situação existe quando um navio vê outro na sua proa, ou praticamente na sua
proa, de modo que, de noite, veria os faróis de mastro do outro navio enfiados ou quase enfiados e/ou ambos
os faróis de borda e que, de dia, veria o outro navio segundo um ângulo correspondente.
c) Quando um navio não pode determinar com segurança se essa situação existe, deve considerar que ela
existe efectivamente e manobrar de acordo.
Todo o navio obrigado a deixar livre o caminho doutro deverá, tanto quanto possível, manobrar com a
antecedência necessária e francamente, de modo a manter-se suficientemente afastado.
a)
(i) Quando um navio, de acordo com qualquer das presentes Regras, deva desviar-se do caminho de outro,
este último deve manter o rumo e a velocidade;
(ii) contudo, este último pode manobrar a fim de evitar o abalroamento unicamente com a sua manobra,
logo que lhe pareça evidente que o navio que tem obrigação de se desviar do seu caminho não efectua a
manobra apropriada prescrita nestas Regras.
b)Quando, por qualquer outro motivo, o navio deve manter o rumo e a velocidade se achar tão próximo do
outro que o abalroamento não possa ser evitado unicamente pela manobra do navio a que pertence deixar o
caminho livre, deve ele também manobrar da forma que julgue mais conveniente para ajudar a evitar o
abalroamento.
c) Um navio de propulsão mecânica que manobre para evitar um abalroamento com outro navio de propulsão
mecânica, cujo caminho cruza o seu, nas condições previstas na alínea a) (ii) desta Regra, não deve, se as
circunstâncias o permitirem, guinar para bombordo enquanto o outro navio lhe estiver por bombordo.
d) Esta Regra não dispensará o navio que deve deixar o caminho livre, da obrigação de se manter afastado do
caminho do outro navio.
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MANUAL DE MARINHEIRO
c) Um navio em faina de pesca e a navegar deve, na medida do possível, desviar-se do caminho de:
d)
(i) Qualquer navio que não esteja desgovernado ou com capacidade de manobra reduzida deve, se as
circunstâncias o permitirem, evitar dificultar a passagem segura de um navio condicionado pelo seu calado,
que mostre os sinais previstos na Regra 28;
(ii) um navio condicionado pelo seu calado deve navegar com particular prudência, tendo em devida conta a
sua condição especial.
e) Um hidroavião amarado deve, regra geral, manter-se suficientemente afastado de todos os navios e evitar
dificultar a sua navegação. No entanto, quando haja risco de abalroamento, deve cumprir as Regras desta
Parte.
Secção III
a) Esta Regra aplica-se aos navios que estão à vista uns dos outros e que naveguem perto ou dentro de zonas
de visibilidade reduzida.
b) Todo o navio deve navegar a uma velocidade de segurança adaptada às circunstâncias e às condições de
visibilidade reduzida. Os navios de propulsão mecânica devem ter as máquinas prontas a manobrar
imediatamente.
c) Todo o navio, quando aplica as Regras da Secção I desta Parte, deve ter em conta as circunstâncias
existentes e as condições de visibilidade reduzida.
FARÓIS E BALÕES
Regra 21
Farol de popa ângulo com abertura de 135º - Farol de mastro com 225º - Faróis de borda 112º30´( 112º,5)
Regra 21 - Definições
a) A expressão farol de mastro designa um farol de luz branca projectando luz num arco de horizonte de 225º
para vante.
34
MANUAL DE MARINHEIRO
b) A expressão faróis de borda designa um farol de verde colocado a estibordo e outro de luz vermelha a
bombordo projectando luz num arco de horizonte de 112º30' colocados de forma a mostrar a luz desde a proa
até 22º30' para ré do través do bordo respectivo.
c) A expressão farol de popa designa um farol de luz branca colocado tão próximo quanto possível da popa,
projectando luz num arco de horizonte de 135º para ré.
d) A expressão farol de reboque designa um farol de luz amarela com as mesmas características de um farol de
popa.
e) A expressão farol visível em todo o horizonte designa um farol cuja luz é visível sem interrupção num arco
de 360º.
f) A expressão farol de relâmpagos designa um farol de relâmpagos regulares com um ritmo de 120 ou mais
relâmpagos por minuto.
b) Um navio sobre colchão de ar (Hovercraft), quando navegue sem mergulhar o casco na água deve, além dos
faróis descritos em na alínea a, mostrar uma luz amarela de relâmpagos visível em todo o horizonte.
c) (i) Um navio de propulsão mecânica de comprimento inferior a 12m. pode em vez dos faróis prescritos na
alínea a mostrar um farol de luz branca visível em todo o horizonte, e faróis de borda.
(ii) Um navio de comprimento inferior a 7 m. e cuja velocidade máxima não ultrapasse os 7 nós, pode em vez
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MANUAL DE MARINHEIRO
dos faróis prescritos na alínea a mostrar um farol de luz branca visível em todo o horizonte, e deve, se possível,
mostrar faróis de borda.
(iii) Num navio de comprimento inferior a 12 m., o farol de mastro ou o farol visível em todo o horizonte, pode
não se encontrar no eixo longitudinal do navio, desde que os faróis de borda estejam combinados num só farol
colocado sobre o eixo longitudinal do navio.
Rebocador menor que 50 m. e reboque inferior a 200 m. - Rebocador maior que 50 m. e reboque superior a 200 m. - Rebocador e rebocado
vistos de popa - Reboque de braço dado - Rebocador maior que 50 .m empurrando duas embarcações
b) Um navio empurrando e outro empurrado, ligados por um sistema rígido de modo a formarem uma unidade
composta, devem ser considerados como um navio de propulsão mecânica e mostrar os faróis da Regra 23.
c) Um navio de propulsão mecânica empurrando para vante ou rebocando de braço dado, excepto tratando-se
de uma unidade composta, deve mostrar:
(i) em vez do farol prescrito na Regra 23 a) (i) ou (ii), dois faróis de mastro dispostos na mesma linha vertical;
(ii) faróis de borda;
(iii) um farol de popa;
d) Um navio de propulsão mecânica a que se apliquem as disposições dos parágrafos a) ou c) desta Regra deve
também cumprir as disposições da Regra 23 a).
e) Um navio ou objecto rebocado, com excepção dos mencionados no parágrafo g) desta Regra, deve mostrar:
(i) faróis de borda;
(ii) um farol de popa;
f) Dado que os faróis de um número qualquer de navios rebocados de braço dado ou empurrados em grupo
devem corresponder aos de um só navio:
(i) um navio empurrado para vante, não fazendo parte de uma unidade composta, deve mostrar os seus faróis
de borda na sua extremidade a vante;
(ii) um navio rebocado de braço dado deve mostrar um farol de popa e os faróis de borda na sua extremidade a
vante;
g) Um navio ou objecto rebocado que está parcialmente submerso e de difícil avistamento, ou um conjunto
destes navios ou objectos rebocados, deve mostrar:
(i) quando a sua largura é inferior a 25 m., um farol de luz branca visível em todo o horizonte colocado na
extremidade de vante e um outro na extremidade de ré, excepto para os «dracones» que não necessitam de
mostrar um farol na sua extremidade de vante;
(ii) quando a sua largura é igual ou superior a 25 m., dois faróis suplementares de luz branca visível em todo o
horizonte nas extremidades da sua largura;
(iii) quando o seu comprimento for superior a 100 m., faróis suplementares de luz branca visível em todo o
horizonte entre os faróis prescritos nas alíneas (i) e (ii) de modo a que a distância entre faróis não seja superior
a 100 m.;
h) Se, por uma razão justificada, um navio ou objecto rebocado está impossibilitado de mostrar os faróis
prescritos nos parágrafos e) ou g) desta Regra, deverão ser tomadas todas as medidas possíveis para iluminar
o navio ou, pelo menos, para indicar a sua presença.
i) Se por uma razão justificada, um navio que normalmente não efectua operações de reboque está
impossibilitado de mostrar os faróis prescritos nos parágrafos a) ou c) desta Regra, quando procede ao reboque
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MANUAL DE MARINHEIRO
de um outro navio em perigo ou necessitando de assistência, está dispensado de os mostrar. Devem ser
tomadas todas as medidas possíveis para indicar, de forma autorizada pela Regra 36, a ligação entre o navio
rebocador e o rebocado, particularmente iluminando o cabo de reboque.
Barcos c/ mais de 20 m(a navegar, de proa e popa) - barcos c/ mais de 12 m e menos de 20 m (farol tricolor) - barco a remos
b) Num navio à vela inferior a 20 m. os faróis podem ser reunidos numa só lanterna colocada no tope do
mastro.
c) Além dos faróis prescritos na alínea a, um navio à vela pode mostrar na parte superior do mastro, dois faróis
dispostos na mesma linha vertical, visíveis em todo o horizonte, sendo o superior de luz vermelha e o inferior
de luz verde. Estes faróis não devem contudo ser mostrados em simultâneo com a lanterna descrita no
parágrafo b).
d) (i) Um navio à vela de comprimento inferior a 7 m., deve mostrar os faróis prescritos nos parágrafos a) e b).
Se não o fizer deve ter pronta e usar para evitar abalroamento uma lanterna de luz branca.
(ii) Um navio a remos, deve mostrar os faróis prescritos para os barcos à vela, mas se não o fizer deve ter
pronta e usar para evitar abalroamento uma lanterna de luz branca.
Arrastões em faina (a navegar e de popa) - Lançando redes, alando as redes, com redes presas - Artes estendidas horizontalmente
a) Um navio em faina de pesca, quer esteja a navegar ou fundeado, só deve mostrar os faróis prescritos na
presente Regra.
c) Um navio em faina de pesca, à excepção dos que estejam a arrastar, deve mostrar:
(i) dois faróis dispostos na mesma linha vertical, visíveis em todo o horizonte sendo o superior de luz vermelha
e o inferior de luz branca;
(ii) um farol de luz branca visível em todo o horizonte, na direcção da arte de pesca, se esta se estender numa
distância horizontal superior a 150 m. a partir do navio;
(iii) os faróis de borda e farol de popa, quando tem seguimento, além dos prescritos neste parágrafo.
d) Um navio em faina de pesca, na proximidade de outros navios, também em faina de pesca pode mostrar os
sinais adicionais descritos no anexo II deste Regulamento (Sinais adicionais para navios de pesca
pescando na proximidade uns dos outros).
e) Um navio que não está em faina de pesca não deve mostrar os faróis prescritos por esta Regra, mas
somente os prescritos para um navio do seu comprimento.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Desgovernado sem seguimento, com capacidade de manobra reduzida, draga-minas em operação de limpeza de minas, navio
seriamente restringido na capacidade de alterar o rumo, navio a dragar, navio em operações de mergulhadores.
b) Um navio com capacidade de manobra reduzida, que não seja um navio ocupado em operações de limpeza de minas, deve
mostrar:
(i) três faróis visíveis em todo o horizonte dispostos na mesma linha vertical, onde melhor possam ser vistos. O superior e o
inferior devem ser de luz vermelha e o do meio de luz branca; (iii) farol ou faróis de mastro, faróis de borda e farol de popa,
quando tem seguimento, além dos prescritos na alínea (i).
(iv) os faróis prescritos pela Regra 30, quando fundeado, além dos indicados nas alíneas (i).
c) Um navio de propulsão mecânica ocupado numa operação de reboque que restrinja seriamente ao navio rebocador e seu
reboque a capacidade de alterar o rumo, além dos faróis prescritos na Regra 24 a) deve mostrar os faróis prescritos nas alíneas
(i) do parágrafo b) desta Regra.
d) Um navio com capacidade de manobra reduzida, a dragar ou a executar operações submarinas, deve mostrar os faróis
prescritos nas alíneas (i), (iii) do parágrafo b) desta Regra e quando exista uma obstrução, deve também mostrar:
(i) dois faróis de luz vermelha dispostos na mesma linha vertical visíveis em todo o horizonte para indicar o bordo onde se
encontra a obstrução;
(ii) dois faróis de luz verde dispostos na mesma linha vertical visíveis em todo o horizonte para indicar o bordo pelo qual outro
navio pode passar;
(iii) quando está fundeado, deve mostrar, em vez dos faróis prescritos pela Regra 30, os faróis prescritos neste parágrafo.
e) Um navio participando em operações de mergulhadores, que por motivo das suas dimensões, não possa mostrar todos os
faróis prescritos no parágrafo d) desta Regra deve mostrar:
(i) três faróis visíveis em todo o horizonte dispostos na mesma linha vertical, onde melhor possam ser vistos. O superior e o
inferior devem ser de luz vermelha e o do meio de luz branca;
f) Um navio executando operações de limpeza de minas, além dos faróis prescritos na Regra 23 para os navios
de propulsão mecânica ou os faróis prescritos pela Regra 30 para os navios fundeados, consoante o caso deve
mostrar três faróis de luz verde visíveis em todo o horizonte. Deve mostrar um destes faróis próximo da parte
superior do mastro de vante e os outros dois faróis, um em cada lais da verga do mesmo mastro. Estes faróis
indicam que é perigoso para outro navio aproximar-se a menos de 1.000 m do navio que efectua a limpeza de
minas.
h) Os sinais indicados nesta Regra não são de navios em perigo e necessitem de ajuda. Os sinais desta última
categoria figuram no anexo IV deste Regulamento (Sinais de Perigo).
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MANUAL DE MARINHEIRO
Um navio condicionado pelo seu calado, além dos faróis prescritos para os navios de propulsão mecânica pela
Regra 23, pode mostrar, onde melhor possam ser vistos, três faróis de luz vermelha dispostos na mesma linha
vertical, visíveis em todo o horizonte.
b) Um barco de pilotos que não esteja em serviço deve mostrar os faróis respeitantes a um navio do seu
comprimento.
b) Um navio fundeado, de comprimento inferior a 50 m., pode mostrar, onde melhor possa ser visto, um farol
de luz branca visível em todo o horizonte, em vez dos faróis prescritos no parágrafo a) desta Regra.
c) Um navio fundeado pode ainda utilizar as suas luzes de trabalho disponíveis, ou luzes equivalentes, para
produzir a iluminação geral do navio. Esta disposição é obrigatória para navios de comprimento igual ou
superior a 100 m.
d) Um navio encalhado deve mostrar, além dos faróis prescritos nos parágrafos a) ou b), desta Regra e no local
onde melhor possam ser vistos:
(i) dois faróis de luz vermelha, dispostos na mesma linha vertical, visíveis em todo o horizonte;
e) Um navio de comprimento inferior a 7 m., quando fundeado não é obrigado a mostrar os faróis prescritos
nos parágrafos a) e b) desta Regra, excepto se fundeado ou encalhado num canal estreito, via de acesso ou
zona de fundeadouro, na proximidade destes locais, ou numa zona habitualmente frequentada por outros
navios.
f) Um navio de comprimento inferior a 12 m., quando está encalhado não é obrigado a mostrar os faróis
prescritos na alínea (i) do parágrafo d) desta Regra.
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MANUAL DE MARINHEIRO
BALÕES
c) A bordo de um navio de comprimento inferior a 20 m., os balões podem ter dimensões menores, mas em
proporção com o tamanho do navio, podendo a distância que os separa ser correspondentemente reduzida.
Rebocador maior que 50m e reboque superior a 200m; rebocado de difícil avistamento
…
e) Um navio a navegar à vela, quando seja propulsionado mecanicamente, deve mostrar a vante, onde melhor
possa ser visto, um balão cónico, com vértice para baixo.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Arrastão superior a 50 m. em faina a navegar, e pesqueiro com arte estendida horizontalmente por mais de 150 m.
a) Um navio em faina de pesca, quer esteja a navegar ou fundeado, só deve mostrar os balões prescritos na
presente Regra.
d) Um navio em faina de pesca, na proximidade de outros navios, também em faina de pesca pode mostrar os
sinais adicionais descritos no anexo II deste Regulamento (Sinais adicionais para navios de pesca
pescando na proximidade uns dos outros).
e) Um navio que não está em faina de pesca não deve mostrar os balões prescritos por esta Regra, mas
somente os prescritos para um navio do seu comprimento.
Draga-minas, navio desgovernado, navio com capacidade de manobra reduzida, navio a dragar e navio em operações de
mergulhadores
c) Um navio de propulsão mecânica ocupado numa operação de reboque que restrinja seriamente ao navio
rebocador e seu reboque a capacidade de alterar o rumo, além dos balões prescritos na Regra 24 a) deve
mostrar os balões prescritos nas alíneas (ii) do parágrafo b) desta Regra.
d) Um navio com capacidade de manobra reduzida, a dragar ou a executar operações submarinas, deve
mostrar os balões prescritos nas alíneas (ii) do parágrafo b) desta Regra e quando exista uma obstrução, deve
também mostrar:
(i) dois balões esféricos dispostos na mesma linha vertical visíveis em todo o horizonte para indicar o bordo
onde se encontra a obstrução;
(ii) dois balões bi-cónicos dispostos na mesma linha vertical visíveis em todo o horizonte para indicar o bordo
pelo qual outro navio pode passar;
(iii) quando está fundeado, deve mostrar, em vez dos balões prescritos pela Regra 30, os balões prescritos
neste parágrafo.
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MANUAL DE MARINHEIRO
e) Um navio participando em operações de mergulhadores, que por motivo das suas dimensões, não possa
mostrar todos os balões prescritos no parágrafo d) desta Regra deve mostrar:
...
(ii) uma réplica rígida, de altura não inferior a 1 m., da bandeira A do C.I.S.. Deve tomar medidas para que
esta réplica seja visível em todo o horizonte.
f) Um navio executando operações de limpeza de minas, além dos balões prescritos pela Regra 30 para os
navios fundeados, consoante o caso deve mostrar três balões esféricos. Deve mostrar um destes balões
próximo da parte superior do mastro de vante e os outros dois balões, um em cada lais da verga do mesmo
mastro. Estes balões indicam que é perigoso para outro navio aproximar-se a menos de 1.000 m do navio que
efectua a limpeza de minas.
h) Os sinais indicados nesta Regra não são de navios em perigo e necessitem de ajuda. Os sinais desta última
categoria figuram no anexo IV deste Regulamento (Sinais de Perigo).
f) Um navio de comprimento inferior a 12 m., quando está encalhado não é obrigado a mostrar os balões
prescritos na alínea (ii) do parágrafo d) desta Regra.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Marcação – Obtém-se medindo o ângulo contado a partir da linha proa popa da nossa embarcação, até à linha
que une o olho do observador à outra embarcação ou objecto. Este valor é medido entre 0º e 180º para BB e
para EB da nossa embarcação.
Regra 32 - Definições
a) - A palavra apito designa todo o dispositivo de sinalização sonora capaz de produzir os sons prescritos e que
esteja conforme com as especificações do Anexo III deste regulamento (Características Técnicas do
Material de Sinalização Sonora).
b) - A expressão som curto designa um som de apito com uma duração de cerca de um segundo.
c) - A expressão som prolongado designa um som de apito com uma duração de quatro a seis segundos
a)- Um navio de comprimento igual ou superior a 12 m. deve dispor de um apito e de um sino e um navio de
comprimento igual ou superior a 100 m deve dispor também de tantã cujo som e timbre não possam ser
confundidos com os do sino. (...) O sino ou o tantã, ou ambos, podem ser substituídos por outro equipamento
com as mesmas características sonoras desde que seja sempre possível accionar manualmente os sinais
prescritos.
b) - Um navio de comprimento inferior a 12 m não é obrigado a ter a bordo os dispositivos de sinalização
sonora descritos no parágrafo a) desta Regra, mas, na sua falta, deve estar dotado de outros que lhe permitam
produzir sinais sonoros eficazes.
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MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A10
SISTEMA DE BALIZAGEM MARÍTIMA
Apenas em 1980 foi aprovado em Tóquio um novo sistema de balizagem comum já que, até à altura, existiam
mais de 30 sistemas diferentes. Neste sistema existem cinco tipos de marcas. Destas, somente as Marcas
Laterais são diferentes segundo as regiões A e B, sendo exactamente o contrário relativamente às cores. A
região B engloba todo o continente americano (norte e sul), Japão, Filipinas e Coreia, sendo o restante afecto à
região A.
PERIGO ISOLADO
Destinado a assinalar um
perigo isolado com fundos
navegáveis à volta Ritmo da luz
Eixo do canal.
Devemos dar sempre
bombordo
Ritmos da luz
44
MANUAL DE MARINHEIRO
MARCAS CARDIAIS
Devemos passar a (N,S,W,E), segundo a respectiva bóias cardeal de modo a evitar o perigo.
MARCAS ESPECIAIS
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MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A11
SEGURANÇA A BORDO
A Prevenção significa:
Ter a bordo todo o equipamento necessário para fazer frente a um acidente que ocorra.
Manter o equipamento em bom estado de conservação e funcionamento.
Meios de salvação:
a) Sinais pirotécnicos
b) Bóias de Salvação
c) Coletes de Salvação
d) Arnês
e) Extintores de Incêndio
f) Caixa de Primeiros Socorros
g) Equipamento de Comunicação
h) Faróis de Navegação
a) Sinais Pirotécnicos
b) Bóias de Salvação
c) Coletes de Salvação
e) Extintores de Incêndio
Classe B – Produzidos por combustíveis líquidos e gasosos (gasóleo, gasolina, óleos, tintas, garrafas de gás,
etc). Extinguir com extintores de pó químico e espuma.
Classe C – Fogos que resultam da combustão de gases (acetileno, metano, propano, etano, butano, etc).
Extinguir com pó químico seco e dióxido de carbono/neve carbónica CO2.
Classe D – Fogos que resultam da combustão de metais: Sódio, Potássio, Magnésio, Urânio e alguns tipos de
plástico. Extinguir com pó químico especial (Metal Powder)
Fogos em Materiais eléctricos – Produzido por instalações e equipamentos eléctricos (cabos eléctricos,
quadros eléctricos, radares e todos os equipamentos eléctricos). NÃO USAR ÁGUA (água é um condutor),
Usar neve carbónica ou pó químico.
g) Equipamentos de comunicação
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MANUAL DE MARINHEIRO
Material de primeiros socorros a ter a bordo: Encontram-se divididos segundo os tipos de embarcação.
Embarcação tipo 4:
Pensos preparados sortidos - cx de 20; Algodão hidrófilo - pacote de 25gr; Compressas esterilizadas de
10cm*10cm - 12; Alcool puro - 500 cm3; Pomada anti-séptica tipo cetridime - 1 tubo; Aspirinas - 20
comprimidos; Comprimidos p/ enjoo - 20 comp.; Dedeira - 1; ligadura de crepe ou gaze de 7cm*4m com
alfinete de ama - 2; ligadura de crepe ou gaze de 15cm*4m com alfinete-de-ama -1; Água oxigenada - 250
cm3.
Embarcação tipo 5:
Pensos rápidos sortidos - cx de 20; ligadura de crepe ou gaze de 7cm*4m com alfinete de ama - 1
1 - Meios de salvação:
1.1.1 - As embarcações de recreio (ER) dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem dispor de uma ou mais jangadas
pneumáticas, com capacidade conjunta suficiente para a totalidade das pessoas embarcadas.
1.1.2 - As ER do tipo 4 são dispensadas de possuir jangada pneumática, no caso de disporem de embarcação
auxiliar com capacidade para a totalidade das pessoas embarcadas.
1.1.3 - As ER dos tipos 1 e 2, a motor e com mais de 15 m de comprimento, devem dispor de jangadas
pneumáticas, colocadas a bordo com os cabos de disparo permanentemente fixos, através de um sistema
automático de libertação, de modo a permitir que as jangadas pneumáticas flutuem livremente e se insuflem
automaticamente, no caso de as embarcações se afundarem.
1.2.1 - Bóias de salvação - de acordo com o seu comprimento, as ER devem dispor de:
c) Quatro bóias, se tiver comprimento acima de 15 m e até 24 m. Uma das bóias deve dispor de retenida
flutuante de 30 m e, se as ER tiverem duas ou mais bóias, uma delas deve possuir sinal luminoso.
1.2.2 - Coletes de salvação - as ER devem dispor de coletes de salvação, para adulto e criança, em
quantidade suficiente para todas as pessoas embarcadas.
1.3.1 - Arneses - as ER à vela ou à vela e a motor dos tipos 1, 2 e 3 devem dispor de três arneses de
segurança com os respectivos cabos e ganchos de segurança.
3.1 - As ER, exceptuando as motas de água, devem possuir a bordo e em local de fácil acesso:
48
MANUAL DE MARINHEIRO
3.1.2 - Um extintor de 2 kg de pó químico junto ao compartimento do motor, no caso de ER cujo meio principal
de propulsão seja motor interior e não exista sistema de auto-extinção fixo;
3.2 - Os extintores de pó químico podem ser substituídos por extintores equivalentes, não sendo, no entanto,
permitida a utilização de extintores de Co ou de halon
4 - Instalações de gás:
4.1 - As garrafas de gás devem ser instaladas fora dos locais habitáveis, de preferência à ré, em receptáculos
com ventilação para o exterior.
4.2 - Os receptáculos devem ter uma abertura que permita, em caso de fuga, a saída do gás para o exterior da
embarcação.
4.4 - A utilização de garrafas de gás liquefeito, de peso inferior a 3 kg, é permitida no interior das ER, desde
que estejam ligadas directamente aos equipamentos de queima.
5 - Meios de radiocomunicações
5.1 - Instalação de radiocomunicações de ondas métricas (VHF) - as ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem dispor de
uma instalação de radiocomunicações de ondas métricas (VHF) que permita transmitir e receber.
6.1.1 - Todas as ER devem dispor de uma agulha magnética que possa ser utilizada como agulha de governo.
6.1.2 - As agulhas magnéticas instaladas nas ER dos tipos 1, 2 e 3 devem ser compensadas com um desvio
inferior a 5.
6.1.3 - As ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem ter a bordo equipamento que permita, de dia ou de noite, fazer
marcações azimutais.
6.2 - As ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem possuir cartas hidrográficas e publicações náuticas adequadas à zona
em que navegam e devidamente actualizadas.
6.5 - As ER devem possuir dois ferros de fundear (principal e sobressalente) adequados às características
dimensionais, mas às ER do tipo 5 apenas se exige um só ferro de fundear, ficando as motas de água isentas
deste requisito.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Tipo de embarcação
Material obs. 1 2 3 4 5
Sim
Sim Sim
c/ disparo automático se se não tiver
Balsa c/ disparo c/ disparo Sim Não
tiver mais de 15 m. embarcação
automático automático
auxiliar
Sim
Embarcação
. Não Não Não se não tiver Não
Auxiliar
balsa
Bóias de de 5m a 15m 1 1 1 1 1
salvação c/
30 m. de de 15m a 24m 3 3 3 3 3
retenida
Bóias de
salvação c/ de 9m a 24m 1 1 1 1 1
luz
igual ao nr.
igual ao nr. de igual ao nr. de igual ao nr. de igual ao nr. de pessoas
Coletes . de pessoas a
pessoas a bordo pessoas a bordo pessoas a bordo a bordo
bordo
Ajudas
. 3 3 Não Não Não
térmicas
Pára-quedas 6 4 3 2 Não
2
Sinais visuais
Fachos de mão 4 4 3 2 se estiver fora da
de socorro
barra
Sinais de fumo 2 1 1 1 Não
com os respectivos cabos
Arneses 3 3 3 Não Não
e ganchos
Respondedor
quando o Dec. 174/94 for
de radar de 9 Sim Sim Não Não Não
aplicado
GHz
Bomba de
uma delas manual 2 2 2 2 1
esgoto
se a diferença entre a
Escada de
linha de água e o bordo Sim Sim Sim Sim Sim
acesso
for > que 0,5 m
1 no salão 1 no salão 1 no salão 1 no salão
1 Kg 1
1 na cozinha 1 na cozinha 1 na cozinha 1 na cozinha
Extintor de pó
químico 1 1 1 1
1
2 Kg junto ao motor junto ao motor junto ao junto ao motor
junto ao motor interior
interior interior motor interior interior
1
Agulha 1 1
. c/ desvio < 1 1
magnética c/ desvio < 5º c/ desvio < 5º
5º
Aparelho
. 1 1 1 1 Não
azimutal
Publicações e
da área onde navega e
cartas Sim Sim Sim Sim Não
devidamente actualizadas
náuticas
Reflector de
. Sim Sim Sim Sim Não
Radar
Equip. sonoro
. Sim Sim Sim Sim Sim
Buzina/Sino
Ferro de
. 2 2 2 2 1
fundear
50
MANUAL DE MARINHEIRO
Um navio que está em perigo e pede assistência deve utilizar ou mostrar os sinais descritos no Anexo IV deste
regulamento (Sinais de Perigo)
51
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A12
Origem do vento
Milha - Valor médio do comprimento de um minuto de arco de um meridiano. Equivale a 1852 metros.
Nó - Medida de velocidade equivalente a uma milha marítima por hora. 10 nós correspondem a 18,5 Km/h.
Terminologia
Vaga – Movimento de água provocado pelo vento. Nota-se à superfície e por cima da ondulação.
Vento / Vaga; Afecta mais as embarcações com obras mortas volumosas (embarcações altas)
Barlavento - Lado de onde sopra o vento. Sotavento - Lado para onde sopra o vento.
Rosa dos Ventos - Círculo onde estão marcados os 4 pontos cardeais, com os
quadrantes intermédios divididos em quartas, meias-quartas e quartos.
Veleiros/ Mareação
52
MANUAL DE MARINHEIRO
Virar de bordo
Cambar
Ondulação
A causa principal da formação das ondas é o vento que transmite energia à superfície da água do mar. O vento
ao friccionar a superfície do mar acelera as suas partículas, começando assim a ondulação, que à medida que o
vento continua a transmitir a sua energia vai aumentando de altura.
Altura da onda é a distância vertical entre o ponto mais alto da crista e o ponto mais baixo da cava.
Comprimento da onda é a distância que separa duas cristas.
Velocidade de uma onda é a distância percorrida por uma crista em unidade de tempo e expressa em nós.
Meteorologia
Estuda os fenómenos físicos da atmosfera e os que ocorrem na superfície da terra, relacionados com os
fenómenos atmosféricos.
Atmosfera divide-se em troposfera (até aos 10 Km) e Estratosfera (dos 10 aos 30 Km).
A camada da Troposfera próxima da superfície terrestre aquece principalmente devido à radiação proveniente
do Sol, e depende da natureza da superfície, do grau de humidade do solo, da existência de massas de água
nos continentes, da arborização, das superfícies desertificadas, etc. A unidade para medição da temperatura é o
grau celsius (ºC) ou fahrenheit (F) , sendo porém mais corrente entre nós ,o primeiro. A conversão de graus
Fahrenheit (F) para graus Celsius (C) é dada pela fórmula C=5/9.(F-32), ou, de forma equivalente por C=(F-
32)/1,8
- Quando a temperatura aumenta o ar aquecido dilata-se, e torna-se menos denso, diminuindo a pressão.
- Quando a temperatura diminui o ar arrefecido comprime-se e torna-se mais denso, aumentando a pressão.
Alta Pressão - Designa um núcleo de altas pressões em que o valor da pressão diminui do centro para fora.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Baixa Pressão ou Depressão - Designa uma região de baixas pressões em que o valor da pressão aumenta
do centro para fora.
Linhas Isóbaras
Características de uma massa de ar quente: - Grande humidade, temperatura elevada, desloca-se mais
devagar que a massa de ar frio, visibilidade fraca.
Características de uma massa de ar frio: - Pouca humidade, temperatura muito baixa, desloca-se
rapidamente e boa visibilidade (raramente inferior a 10 kms) nos intervalos dos aguaceiros.
Condensação - Para uma determinada temperatura o vapor de água em excesso, contido numa massa de ar,
condensa-se em gotas de água formando as nuvens.
Classificação das nuvens - Há vários grupos de nuvens, cada uma com o seu nome segundo a forma e a
altitude em que se desenvolvem. Dividem-se em três tipos:
Superfícies Frontais
Quando duas massas de ar que entram em contacto não se misturam, mantendo cada
uma as suas características, criam entre si uma superfície frontal.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Uma massa de ar quente caracteriza-se pela temperatura alta, humidade elevada, má visibilidade (devido à
elevada humidade) e deslocação lenta.
O ar quente, ao atingir a superfície frontal, sobe ao longo desta e, ao arrefecer, condensa-se, formando um
sistema nebuloso que pode atingir 100 Km de largura.
Aquando da sua aproximação, as primeiras nuvens a surgir
são os cirros e, à medida que estes se vão elevando,
surgem os cirrostratos, altostratos, nimbostratos e os
estratos.
Uma massa de ar frio caracteriza-se pela pouca humidade, temperatura muito baixa, deslocamento rápido e
boa visibilidade (>10Km) nos intervalos dos aguaceiros.
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MANUAL DE MARINHEIRO
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MANUAL DE MARINHEIRO
ESCALA DE BEAUFORT – Estabelece uma relação entre as condições de vento e o correspondente estado do
mar. O numero esta directamente relacionado com a força do vento.
Velocidade Altura da
Símbolo
Força do vento em Descrição Aspecto do mar Vaga
nós (metros)
Pequenas vagas
4 11 - 16 Moderado 1.0 - 1.50
alongadas, mais carneirada
As vagas acumulam-se a
espuma alonga-se em
7 28 - 33 Forte 4.0 - 5.50
fieiros esbranquiçados na
direcção do vento
O ar está saturado de
espuma, mar
12 > 64 Furacão > 16.0
completamente branco,
péssima visibilidade
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MANUAL DE MARINHEIRO
O número indica a direcção com que o mau tempo acontece. NÃO indica força como a escala de Beaufort.
Segundo o D.L. nº 283/87, de 25 de Julho, a tabela seguinte descreve os sinais de aviso de temporal para uso
nos portos portugueses. As capitanias dos portos e as suas dependências são responsáveis pela actuação
destes sinais.
Vento de força 8 ou
superior começando 1
no quadrante de NW
Vento de força 8 ou
superior começando no 2
quadrante de SW
Vento de força 8 ou
superior começando no 3
quadrante de NE
Vento de força 8 ou
superior começando no 4
quadrante de SE
Vento de força 12 de
qualquer direcção
5
Vento de força 7 de
qualquer direcção
6
Vento rondando no
8-Sinal
sentido contrário ao do
complementar dos
movimento dos ponteiros
anteriores
do relógio
Observada ou prevista
9-Usado só na
ondulação de SE com 2
costa algarvia
m. ou superior
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MANUAL DE MARINHEIRO
Amarração
Colocação dos cabos nos cabeços em terra
Aproximação ao cais
Ao atracar o navio deverá fazer-se ao cais a uma velocidade baixa e com um ângulo de inclinação entre os 10º
e 20º com este, de modo a parar paralelo e o mais perto possível do cais. Deve levar o ferro do bordo oposto
pronto a largar como medida de segurança. Para evitar avarias nos hélices não deve a popa encostar à muralha
em primeiro lugar atracar com corrente ou vento
Passo direito desloca a popa para EB com motor AV Passo esquerdo desloca a popa para BB com motor AV
Passo direito desloca a popa para BB com motor AR Passo esquerdo desloca a popa para EB com motor AR
O navio deve atracar sempre contra a corrente. Com corrente contrária um navio parado relativamente ao cais
tem os motores a trabalhar a vante de modo a compensar a velocidade que a água tem em sentido contrário.
Deste modo, como relativamente à água, o navio continua em movimento a vante, o efeito do leme não se
perde e mantém assim a capacidade de manobra do navio.
Vento Forte
O vento, actuando nas obras mortas do navio pode dificultar ou mesmo impossibilitar a manobra de atracar ou
largar de um cais. Ao atracar se o vento for forte de terra, menor deverá ser o ângulo com o cais. Se o vento
for forte do lado do mar, maior deverá ser o ângulo de aproximação ao cais. A embarcação ao aproximar do
cais e ao perder velocidade fica mais vulnerável à acção do vento. Este vai provocar nessa condição um maior
abatimento.
Tal como o seu nome sugere, a manobra de “ Homem ao Mar” destina-se fundamentalmente a ser executada
para recolher alguém que caiu à água. Sendo uma manobra de execução bastante simples, exige, no entanto
algumas precauções que se devem ter em atenção. A mais importante é não perder o homem de vista. Uma
pessoa na água torna-se um ponto difícil de ser visto, mesmo numa fraca agitação marítima.
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MANUAL DE MARINHEIRO
1. Parando a embarcação e navegando a ré se a agitação marítima for fraca e o náufrago tiver caído há
pouco tempo.
2. Continuando a navegar a vante
e fazer uma manobra de
rotação. Esta manobra
consiste em quinar a
embarcação carregando todo o
leme para o bordo em que o
homem caiu e fazer uma
rotação de 360º até voltar ao
local do náufrago.
3. Continuando a navegar a vante
e efectuar uma Manobra de
Butakov. Esta manobra
consiste em carregar todo o
leme a um dos bordos até que
a proa da embarcação se
afaste 60º da direcção em que
seguia. Nesta altura mete-se
todo o leme para o bordo contrário de modo a inverter o sentido da guinada e depois, quando faltarem
trinta graus para o rumo inverso do inicial, mete-se o leme a meio. Desta forma irá acabar a guinada
ao rumo inverso do que vinha. Sendo a manobra de Butakov mais morosa do que a de rotação, ela
apresenta vantagens quando se perde o náufrago de vista, uma vez que, teoricamente, após a guinada,
o navio seguirá exactamente sobre o caminho que estava a percorrer, no sentido inverso, o que irá
conduzir ao local onde o náufrago caiu à água.
Escolha de Fundeadouro
No que diz respeito à profundidade, ela deve ser tal que, por um lado, o navio na maré vazia fique resguardado
do fundo, e que por outro, não fique com muita água por baixo, o que implicaria a utilização duma maior
quantidade de amarra. Dependendo do navio, o valor aconselhado de amarra a largar é 3 a 4 vezes a
profundidade se o ferro for do tipo almirantado e de 5 a 6 vezes para os outros.
Claro que é de primordial importância
a utilização de cartas de navegação
dos locais por onde se pretende
navegar. É nelas e nos roteiros da zona
que se podem encontrar todas as
informações necessárias para tomar
uma decisão criteriosa acerca do
fundeadouro a escolher. Nestes
documentos, já vêm aconselhados não
só bons locais para fundear, como
também indicações de fundeadouros
proibidos, tipos de fundos, batimetria,
marcas conspícuas em terra, etc.
Depois de escolhido o local, fundear é
uma manobra simples. (Ver Ferros e
Amarras).
60
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A13
PRIMEIROS SOCORROS
Os primeiros socorros a bordo de uma embarcação consiste em ministrar a um tripulante que sofreu um
acidente, alguns tratamentos simples e correctos que lhe permitam aguardar pela chegada a um porto.
1- Colocar a vitima deitada de lado, com a cabeça mais baixa que os pés.
2- Abrir-lhe a boca e se puder com um lenço envolvendo os dedos indicador e médio de uma das mãos limpá-la
de modo a lhe desobstruir as vias respiratórias.
c)Observar se tem midriase (dilatação anormal da pupilas com abolição mais ou menos total do movimento
da íris)
7.2-Seguidamente deve-se colocar uma das mãos sobre a testa e apanhando o nariz de modo a evitar que o ar
saia. A outra mão coloca-se por baixo do pescoço da vítima de modo a que as vias respiratórias estejam
desimpedidas.
7.3-Apertando o nariz com uma mão encosta-se a boca junto à da vítima e insufla-se fortemente de modo a
que seja visível a elevação do externo. Após cada insuflação soltamos a o nariz da vitima e enquanto se
o recupera fôlego a cara do operador fica situada por cima do nariz e da boca da vitima e com ela virada para o
esterno da mesma, deste modo poderemos sentir o ar a sair e estamos atentos ao movimento do esterno.
7.4-A primeira vez que se insufla ar injecta-se 3 vezes ar e 15 massagens. Só depois é que passamos ás 2
insuflações e 15 massagens.
7.5-Após insuflar ar deve-se proceder à massagem cardíaca. Com os dedos entrelaçados e com os braços
esticados devemos proceder à massagem. Importante o pormenor dos braços esticados, pois a força aplicada
sobre o esterno provém do movimento de cintura e não do dobrar dos braços
61
MANUAL DE MARINHEIRO
Hipotermia – Verifica-se quando há uma descida de temperatura corporal abaixo dos 35ºC
Primeiro socorro – retirar a vítima do ambiente em que se encontra, mantendo-a em ambiente aquecido; secá-
la e substituir a roupa molhada; alimentá-la e administrar-lhe bebidas quentes e açucaradas caso esteja
consciente; Não colocar a vítima sob fonte de calor directo.
Insolação – Estado provocado no organismo por longa exposição do crânio ao sol ou do corpo em local pouco
arejado, quente e seco. A pele encontra-se vermelha, quente e seca.
Primeiro socorro – Refrescar progressiva e gradualmente todo o corpo da vítima, incluindo a cabeça. Dar água
a beber. Promover a evacuação para o hospital.
Golpe de calor - Estado provocado no organismo pela longa permanência do corpo em ambiente quente e
húmido. Pele branca, fria e húmida, cãibras.
Primeiro socorro – Levar a vítima para local fresco e arejado, efectuar hidratação lenta da vítima dando-lhe
pequenos goles de água de 15 em 15 min. Promover a evacuação para o hospital.
Paragem de digestão - A digestão é um conjunto de processos, que tem como finalidade a assimilação dos
alimentos ingeridos. Qualquer alteração que ocorra na ingestão, elaboração e absorção dos alimentos, pode
levar a uma interrupção do processo Digestivo vulgarmente denominado por congestão. Rigidez abdominal,
palidez das mucosas, pulso fraco, vómitos, desmaios e cãibras. Se esta situação ocorrer na água, existe a
angustia e confusão, que o naufrago sofre nestas alturas e que podem levar a uma série de transtornos
emocionais.
QUEIMADURAS
62
MANUAL DE MARINHEIRO
Queimadura de 1º GRAU: Só atinge a camada superficial da pele; a pele fica vermelha, inchada e dorida;
curam sem complicação; só necessitam de cuidados médicos se forem extensas.
Queimadura de 2º GRAU: Atinge várias camadas da pele; formam-se bolhas e/ou feridas; a sua cicatrização
exige muito cuidado; frequentemente necessitam cuidados médicos.
Queimadura de 3º GRAU: Atinge todas as camadas da pele; pode ser mais funda e atingir nervos, músculos
e gordura; a pele fica branca e esponjosa (por vezes fica negra); necessita sempre de cuidados médicos.
Objectivo da actuação: Proteger a vítima, protegendo-se; impedir a progressão da queimadura; Aliviar a dor;
impedir a infecção.
Como actuar: Verificar sempre a segurança da zona do sinistro; acalmar a vítima; Expor a área afectada,
afastando ou cortando a roupa se não estiver agarrada; Passar por água fria corrente a zona queimada durante
alguns minutos; se existirem, NÂO rebentar as bolhas; não aplicar pomadas ou quaisquer outros produtos;
tapar a zona afectada com compressas esterilizadas; durante o transporte se a vitima referir dores, molhar
abundantemente com soro fisiológico a zona atingida (envolvida com compressas).
MODULO A14
Artigo 16.º - Uso da Bandeira Nacional
MODULO A15
COMUNICAÇÕES
V.H.F.
A bordo de uma embarcação deve haver meios de comunicação rádio de modo que
em qualquer caso de emergência se possa contactar outra embarcação ou mesmo
uma estação terrestre para obtenção de apoio. O rádio VHF é o
mais usado em navegação próxima da costa e seu alcance pode ir
até cerca das 20 milhas, dependendo da potência do aparelho e das
condições atmosféricas. O seu preço reduzido e comunicações livres
de ruídos são algumas das suas vantagens.
A diferença básica entre um rádio portátil e um fixo é a sua
potência, logo o seu alcance, já que em termos de funcionalidades são idênticos.
A instalação e o uso de um VHF a bordo requer autorização das entidades oficiais que após a respectiva vistoria
e aprovação emitirão uma Licença de Estação com o respectivo indicativo de chamada. Às embarcações de
recreio portuguesas foi internacionalmente atribuído o prefixo CR.
63
MANUAL DE MARINHEIRO
4 - Limitador de Ruídos (SQUELCH) - Deverá ser regulado de modo que passando pela posição de ruído
fique no seu limite, caso contrário poderá cortar a recepção de alguns sinais. Se a estação em escuta estiver
muito longe ou a sua potência for muito fraca o limitador não poderá ser usado sendo necessário escutá-la com
ruídos.
6 - Dupla Escuta (DUAL WATCH) - Permite que o rádio escute dois canais alternadamente, normalmente o
16 (conforme o aparelho) e outro.
De acordo com as normas internacionais, a faixa de frequências utilizadas em recepção e transmissão nos
equipamentos de VHF está dividida de modo que as frequências estão agrupadas aos pares formando os canais
designados por 01 a 28 e 60 a 88.
O rádio VHF destina-se prioritariamente a ser usado em emergências por isso deve, sempre que possível,
manter-se em escuta no canal 16 ou no canal de escuta do seu local de navegação (Ex: 12 em alguns portos).
Lembre-se que sempre que oiça MEDÊ, PANEPANE ou SECURITÊ, que são os indicativos de socorro,
emergência e segurança deve terminar toda a comunicação, ficar à escuta e prestar ajuda se necessário.
Os radiotelefones só deverão ser usados para comunicações que digam respeito à segurança da navegação, à
troca de informações referentes às actividades das embarcações e ao serviço de correspondência pública.
Não esquecer que a pessoa responsável pela embarcação (mesmo que não seja o operador) é responsável pelo
serviço da estação de bordo.
Antes de comunicar deve verificar que os canais de escuta e trabalho estão livres. Deve pensar no que vai dizer
de modo que a mensagem seja curta e precisa. Sempre que possível utilize a potência reduzida. A chamada
deve ser feita num canal para o efeito, normalmente o 16 ou outro para o efeito. Assegure-se que não está em
curso nenhuma outra no mesmo canal.
Ao fazer uma chamada deve indicar uma vez o indicativo de chamada da estação ou navio seguido de aqui e
duas vezes o indicativo de chamada ou o nome da sua embarcação.
Se a comunicação não for fácil deve repetir o nome das estações, mas não mais de três vezes.
Passe logo que possível para o canal de trabalho. Fale com calma, de modo claro e pausadamente, para evitar
repetições e perca de tempo. Não se esqueça que quando está a falar não consegue ouvir. Quando terminar a
sua comunicação e esperar uma resposta da outra estação de acabar a sua frase com a palavra ESCUTO.
Termine totalmente a sua comunicação com a palavra TERMINADO e passe de novo para o canal de escuta.
No caso de chamadas a embarcações cujo nome se possa confundir com chamadas de socorro, a chamada deve
ser prefixada, por exemplo, com a palavra "EMBARCAÇÃO", "IATE" ou outra similar. Assim a chamada seria
feita por IATE TAN IATE TAN IATE TAN aqui... em vez de TAN TAN TAN ... que se pode confundir com
PANE PANE ....
É proibido o seguinte:
O uso dos canais para outros fins que não sejam os dos Planos Nacionais.
O uso dos canais 12 ou 16 para chamadas de determinadas estações quando exista outro canal estabelecido
para o efeito.
64
MANUAL DE MARINHEIRO
Controle de Navegação
02 Docas e Estaleiros 61
Movimento de Navios
Controle de Navegação
05 Docas e Estaleiros 64
Movimento de Navios
Operações de Salvamento
07 Marinha de Guerra 67
Pesca (Navio/Navio) - fora dos portos
Administração Portuária
08 Navio/Navio 68
Movimento de Navios
09 Rebocador/Rebocado 69 Rebocador/Rebocado
Comunicações Internas
15 77 Pesca (Navio/Navio)
Recreio (Navio/Navio) - fora dos portos
SOCORRO, URGÊNCIA,
16 78 Docas e Estaleiros
SEGURANÇA e CHAMADA
Controle de Navegação
17 Comunicações Internas 79
Movimento de Navios
Controle de Navegação
18 Administração Portuária 80
Movimento de Navios
20 Navio/Terra 82 Desmagnetização
22 Sanidade
23 a
Correspondência Pública
28
65
MANUAL DE MARINHEIRO
Deve-se falar claro, pronunciando os números e letras uma a uma, repetindo-as três vezes.
Se há problemas com o idioma, deve ser utilizado o código internacional de sinais.
Os ISN (Instituto de Socorros a Náufragos – Portugal) ou os Centros de Salvamento (como são conhecidos em Espanha) e as
Estações Costeiras estão à escuta nas frequências assinaladas, as 24 horas do dia, todos os dias do ano, e atenderão a
chamada.
No entanto, se nos encontrar-mos na nossa embarcação e escutamos uma chamada de socorro apercebendo-nos que não
obtêm resposta, utilizamos o nosso rádio para efectuar uma chamada de Socorro aos Institutos de Socorro ou Centros de
Salvamento, enquanto nos deslocamos para a posição da embarcação com problemas, embora tenhamos sempre em conta
da necessidade destas Instituições tomarem a seu cargo a situação, já que elas dispõem dos meios e conhecimentos para
resolver um salvamento com rapidez e agilidade.
MAYDAY RELÉ: Este sinal é utilizado por uma estação que sabe que uma embarcação está em
perigo não podendo no entanto esta emitir o sinal de socorro e necessitando a
estação que emite o sinal de mais auxílio, ou não pode socorrer, ou mesmo
que não tenha ouvido a recepção da mensagem por parte de estação terceira
(embarcação próxima, Estação de Salvamento ou Instituto de Socorro)
Utilizam as mesmas frequências que as mensagens de SOCORRO e têm prioridade sobre todas as
comunicações, excepto sobre as de SOCORRO.
Há que deixar claro que, se ocorre uma avaria no motor, não podemos navegar por falta de vento, etc,
e queremos que nos prestem o devido auxílio, devemos emitir uma mensagem de “URGÊNCIA” e não
de “SOCORRO”. A não ser que nos encontremos numa situação mais delicada que o normal.
Resumindo; deve-se emitir uma mensagem adequada às condições em que realmente nos
encontramos, pois uma emissão de mensagem errada pode alertar de maneira desnecessária a meios
inadequados, ou dar-se o caso de alertarmos a meios escassos ou insuficientes para resolver o
problema.
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MANUAL DE MARINHEIRO
Mêdê-Mêdê-Mêdê
Aqui
Sirius-Sirius-Sirius
Mêdê
Sirius
Escuto
Mêdê
Sirius-Sirius-Sirius
Aqui
Pilotos-Pilotos-Pilotos
Compreendido Mêdê
Escuto
Mêdê
Pilotos
Aqui
Sirius
Compreendido
Terminado
67
MANUAL DE MARINHEIRO
Com interferência – Estou com dificuldade em compreender a sua transmissão devida a interferência
MODULO A16
Bandeira Alfa e Bravo do código Internacional de Sinais (CIS)
68
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A17
Generalidades Sobre Motores
1- Bomba
2- Aspiração de água
3- Saída parcial de água
4- Colector de aspiração
5- Refrigeração do bloco
6- Saída de controlo
7- Escape no hélice
69
MANUAL DE MARINHEIRO
MODULO A18
PRESERVAÇÃO DO MEIO MARINHO
No caso da Madeira, por ser uma ilha vulcânica em vez de plataformas existem vertentes com declives
bastantes acentuados, alcançando-se grandes profundidades a poucas distâncias da costa. Este facto faz com
que a zona onde existe luz solar fique reduzida a uma estreita faixa litoral. Resumindo a Madeira tem uma
estreita plataforma com poucos nutrientes. Por estas razões, a protecção do litoral é fundamental para a
preservação da biodiversidade e dos recursos para as gerações futuras.
Habitualmente o trânsito marítimo origina poluição, na maior parte dos casos com hidrocarbonetos, provocada
tanto pelas descargas voluntárias da limpeza dos tanques dos navios, como pelos acidentes, muitas vezes
dando origem às chamadas “ marés negras ” . Na costa Portuguesa Leixões, Sines e as ilhas dos Açores e da
Madeira são os locais mais vulneráveis por se encontrarem em zonas de alto risco pela proximidade de áreas
industriais e dos corredores de tráfego marítimo, e têm sido vitimas frequentes deste tipo de poluição. Muitos
dos efeitos deste tipo de poluição são imediatamente visíveis: A morte de aves marinhas e peixes, o sabor a
petróleo de muitos peixes, as areias e rochas sujas que tornam as areias impraticáveis.
Para que os oceanos continuem a ser fonte de recursos agora e no futuro é necessário aplicar princípios que
respeitem o equilíbrio dos ecossistemas.
A prevenção começa por um bom conhecimento e uma vigilância permanente do meio marinho.
O desenvolvimento da recolha e do tratamento das águas residuais urbanas é uma das principais medidas para
diminuir a poluição lançada nas águas do mar. As águas residuais urbanas são os principais responsáveis da
contaminação das águas das praias.
70
MANUAL DE MARINHEIRO
NÓS
Os nós usam-se para unir dois cabos, dois chicotes do mesmo cabo ou prender um cabo a um objecto. Aqui
estão apenas aqueles mais usados na marinharia, mas existem muitos outros nos livros da especialidade.
1- Laçada ou Nó Simples
Nó simples. Serve para impedir que um cabo corra num olhal ou gorne.
2 - Nó de Oito ou Trempe
Com a mesma função do nó simples, mas com mais uma laçada, sendo de mais confiança.
3 – Laçada ou Nó de Frade
Também serve para impedir um cabo de correr ou para rematar o chicote de um cabo.
Meia volta e... ... passa-se o chicote duas ... puxar o chicote e fechar
ou três vezes pela meia- a laçada
volta ...
Usado para encapelar num cabeço e de utilização genérica. É dos nós mais usados e seguros.
Primeiro uma meia-volta, o ... depois por baixo do seio ... e finalmente de novo pela
chicote pela dita... ... meia-volta
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MANUAL DE MARINHEIRO
6 – Nó de Escota ou Singelo
Usa-se para unir dois cabos de bitola diferente ou para fixar um cabo a um olhal. Não aperta quando molhado.
7 - Nó de Escota Dobrado
Passa-se o chicote de um ... faz uma meia volta em ... e finalmente o chicote
cabo por dentro da meia- torno do outro ... sob o próprio e fora da
volta do outro e de novo por meia-volta do outro.
fora da volta...
8 - Nó de Pescador
Um passa dentro da laçada ... e faz uma laçada em ... puxam-se ambas as
do outro... torno daquele ... laçadas até se unirem.
72
MANUAL DE MARINHEIRO
VOLTAS
Usam-se as voltas para ligar um cabo a um mastro ou uma antena ou uma âncora.
9 - Volta de Fiel
10 - Volta de Cunho
Passa-se o chicote por baixo de ... continuando agora por cima Passe-se agora novamente por
um dos braços do cunho... do braço oposto para voltar a baixo do cunho como da primeira
passar por baixo do mesmo. vez.
... e faz-se uma meia volta de ... a que o seio passe pelo braço
modo a que o chicote fique por do cunho como mostra a figura.
cima do cabo. Essa meia volta é Fica assim o chicote rematado
levada de modo... paralelamente ao cabo.
12 - Volta de Anete
Usada para ligar o chicote de um cabo ao anete de uma âncora ou duma bóia.
73
MANUAL DE MARINHEIRO
Este exercício serve para testar a matéria de exame para obtenção da Carta de Marinheiro. Em cada pergunta
assinale uma só resposta. Deve obter mais de 12 pontos e não falhar mais do que uma resposta no RIEAM.
a) Longarina
b) Robalete
c) Baliza
d) Quilha
O que é o verdugo?
2.
74
MANUAL DE MARINHEIRO
d) Vara, pá e forro
a) A tonelagem
a) Bartedouro
b) Pagaia
c) Croque
d) Bujão
a) Cana do leme
b) Cadaste
c) Madre
d) Porta do leme
a) Para BB
b) Para EB
Embarcações à Vela:
75
MANUAL DE MARINHEIRO
a) Estais
b) Valumas
c) Brandais
d) Vergas
a) Bolina
b) Bolina cerrada
c) Largo
d) Popa
O que é arribar?
16.
a) Mudar o rumo da embarcação de forma a afastar a proa da
linha do vento
b) Mudar o rumo da embarcação de forma a aproximar a proa da
linha do vento
76
MANUAL DE MARINHEIRO
Segurança
Ao regressar de uma pescaria na sua embarcação avista
22. outra embarcação que exibe uma bandeira branca e azul
com duas pontas:
Marés
A amplitude da maré é:
25.
77
MANUAL DE MARINHEIRO
O estofo da maré é:
26.
a) A altura da preia-mar
Cabos e Nós
b) É o meio do cabo
d) É a extremidade do cabo
a) Lais de guia
b) Nó de escota
c) Nó direito
d) Volta de fiel
Fundear
Na manobra de fundear com um ferro de almirantado, qual
29. o comprimento normal de amarra a largar
comparativamente com o fundo?
a) 6 vezes o fundo
b) 3 vezes o fundo
c) 10 vezes o fundo
d) 2 vezes o fundo
Legislação
Qual a distância mínima da praia a que uma mota de água
30. pode evoluir sem restrições?
a) 300 metros
b) 150 metros
c) 100 metros
78
MANUAL DE MARINHEIRO
Respostas:
14c 15b 16a 17d 18c 19d 20d 21a 22d 23b 24c 25c 26c
79