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Discente:
Aida Cuinica
Eni Matomo
Esperança Mahalambe
Discente:
Aida Cuinica
Eni Matomo
1- Introdução...............................................................................................................................1
2- Referencial teórico..................................................................................................................2
3- Conclusão.............................................................................................................................12
4- Referências bibliográficas....................................................................................................13
1- Introdução
Segundo BARBOZA et al., (2011) e BORGES et al., (2006) afirmam que actualmente, a
sociedade impõe um estereótipo de beleza que exige pessoas cada vez mais magras e com
corpos bem definidos. Em busca desse ideal, muitos indivíduos desenvolvem transtornos
alimentares. A anorexia nervosa e a bulimia nervosa destacam-se entre os principais
distúrbios alimentares. Os transtornos alimentares são caracterizados por distúrbios
psiquiátricos que levam a graves danos psicológicos e sociais. Normalmente afectam, em sua
maioria, adolescentes e adultos jovens do género feminino (CORDÁS, 2004).
Entretanto, neste trabalho pretende abordar os temas relacionados com a Anorexia e Bulimia
nervosa onde serão apresentados diversas contribuições de vários autores sobre o tema. Neste
sentido, o tema é de fundamental importância na formação dos estudantes do curso de
nutrição, pois é frequente esse profissional se deparar na sua prática com essas
psicopatologias. Além disso, estudar anorexia e bulimia nervosa possibilita diagnósticos mais
acertados, tratamento adequado, ajuda necessária e informações importantes aos pacientes e
seus familiares sobre os procedimentos a serem feitos sobre o tratamento de tais transtornos.
Objectivo geral
Objectivos específicos
Quanto aos meios, esta pesquisa pode-se classificar como sendo uma pesquisa de natureza
bibliográfica uma vez que toda ela se baseou em material publicado através de artigos, pese
embora alguns não foram citados nesta pesquisa, mas servirão de suporte. Portanto, trata-se de
uma revisão de literatura científica onde foram utilizados artigos indexados nas bases de
vários autores.
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2- Referencial teórico
a) Anorexia nervosa
De acordo com CORDÁS (2004) a anorexia nervosa (AN) é caracterizada pela perda de peso
intensa e premeditada à custa de dietas rigorosas. O autor citado acima acrescenta ainda que
na anorexia nervosa há uma busca desenfreada pela magreza, uma distorção grosseira da
imagem corporal e alterações do ciclo menstrual.
Para FONSECA et al., (2012, p.162) a anorexia nervosa é um distúrbio da saúde mental e faz
parte do grupo de transtornos alimentares que também engloba a bulimia nervosa e suas
variantes.
No entender do grupo de estudo, anorexia nervosa é caracterizada pelo desejo de perder peso,
ou emagrecimento corporal. Por outras palavras, podemos dizer que estamos diante de uma
anorexia nervosa quando existe uma tendência em a pessoa não se alimentar normalmente
com a tendência de emagrecer. De referir que este é um fenómeno acontece naquelas pessoas
que pretendem ser modelos ou “super modas”, porque ninguém vai querer ver uma modelo
gorda ou obesa.
b) Bulimia nervosa
De acordo com as contribuições dos autores acima, o grupo entende que a Bulimia nervosa é
quando a pessoa alimenta-se bastante, entretanto, induz vómitos para que o alimento seja
expulso do organismo através, isto é, estamos diante de uma Bulimia nervosa quando há
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ingestão compulsiva de grande quantidade de alimentos, com sensação de pouco ou nenhum
prazer, seguida por sentimento de culpa.
Assim, para SANTOS et al., (2015, dentre os principais transtornos destacam-se a anorexia
nervosa e a bulimia nervosa, que têm como característica comum a preocupação excessiva
com o corpo e o medo intenso de engordar.
O mundo aprecia a feminilidade e agrega o sucesso à magreza, o que tem levado as pessoas a
praticarem dietas rigorosas e descontroladas para chegarem ao peso ideal. Segundo
MORGAN e AZEVEDO (1998) foi constatado, através de estudos científicos, que pessoas
que fazem dietas apresentam um risco até 18 vezes maior para o desenvolvimento de
transtornos alimentares em comparação com aquelas que não o fazem. Os transtornos
alimentares, descritos como alterações do hábito alimentar, levam a graves prejuízos
biopsicossociais e elevado índice de letalidade e morbidade.
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Na segunda metade do século XIX, a anorexia nervosa emerge como uma entidade autónoma
e delineada a partir dos relatos do francês Charles Laségue (1873) que descreve a anorexie
histérique (p.155).
No ano seguinte, William Gull descreve três meninas com quadro anoréxico restritivo com o
nome de “apepsia histérica”. A discussão sobre a primazia do relato inicial do quadro é mais
uma das longas novelas médicas existentes sobre paternidade de ideias (Van der Ham et al.,
1989 citado por CORDÁS, 2004).
Em 1903, Janet relata o caso de Nadia, uma moça de 22 anos de idade, que manifestava
vergonha e repulsa ao seu corpo com constante desejo de emagrecer, quadro que denominou
de anorexie mental. O autor relacionou a busca intensa da magreza à necessidade de protelar a
maturidade sexual e sugeriu dois subtipos psicopatológicos, obsessivo e histérico.
O termo boulimos já era usado séculos antes de Cristo. Hipócrates o empregava para designar
uma fome doentia, diferente da fome fisiológica.
Em 1743, James descreve a true boulimus para os episódios de grande ingestão de alimentos e
preocupação intensa com os mesmos, seguidos de desmaios e uma variante chamada caninus
appetities, com vómitos após estes episódios (Habermas, 1989 citado por CORDÁS, 2004).
Crisp (1967) citado por CORDÁS 2004) descreve episódios bulímicos e vómitos auto-
induzidos em algumas de suas pacientes com anorexia nervosa.
Assim, a descrição de bulimia nervosa, tal como conhece-se hoje, nasce com Gerald Russell
(1979) em Londres, a partir da descrição de pacientes com peso normal, pavor de engordar,
que tinham episódios bulímicos e vómitos auto-induzidos. Como algumas dessas pacientes
haviam apresentado anorexia nervosa no passado, considerou, em um primeiro momento, que
a bulimia seria uma sequela desta.
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De acordo com DSM IV (2002, p.583) estima-se que a anorexia nervosa acometa 1% das
mulheres entre 12 e 25 anos, sendo mais comum em indivíduos da classe económica alta. Em
contrapartida, a bulimia nervosa é mais comum do que a anorexia nervosa, com prevalência
de 1% a 2% e idade média próxima de 20 anos. Esse distúrbio, no entanto, acomete mulheres
de todas as classes socioeconómicas.
Em relação a anorexia nervosa, muitos autores como (BORGES et al., 2006; TRAEBERT &
MOREIRA, 2001; APPOLINÁRIO & CLAUDINO, 2000) são unânimes em afirmar que a
AN frequentemente inicia-se na infância ou adolescência e é demarcada por grande perda de
peso, advinda de severa restrição alimentar. Já segundo o DSM-IV (Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais, 2002) e o CID 10 (Classificação Internacional das
Doenças), quatro critérios devem estar presentes para que seja dado um diagnóstico definitivo
de anorexia nervosa:
De acordo com ARANHA, EDUARDO e CORDAS (2008) estudos mostram que 53% dos
anoréxicos fazem jejum restritivo e 47% têm compulsão alimentar seguida de purgação.
Como consequência das práticas purgativas e desnutrição, o indivíduo pode apresentar, além
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das alterações bucais, várias complicações médicas, como anemia, osteoporose, alterações
endócrinas, arritmia cardíaca, dentre outras.
No que tange a Bulimia, TRAEBERT e MOREIRA (2001) relatam que este transtorno
alimentar apresenta como característica principal a ingestão compulsiva de grande quantidade
de alimentos, com sensação de pouco ou nenhum prazer, seguida por sentimento de culpa.
Com o objectivo de evitar tanto o ganho de peso quanto esse sentimento de culpa, o indivíduo
com bulimia utiliza-se de prática compensatória que envolve vómito auto-induzido, uso de
laxantes e diuréticos.
Em suma, de acordo com foi exposto através das citações dos vários autores, compreendeu-se
que na Bulimia nervosa há episódios de ingestão excessiva de alimentos com sensação de
perda de controlo; verifica-se uma ingestão excessiva compensada por vómitos auto-
induzidos; há abuso de purgantes; tem-se verificado períodos alternados de falta de
alimentação (inanição); uso de drogas como diuréticos; acima de tudo, verifica-se uma alta
insatisfação com a forma do corpo e com o peso, etc.
Assim, de acordo com ABREU e FILHO (2004, p.179) afirmam que pacientes com bulimia
nervosa (BN) apresentam uma série de pensamentos e emoções desadaptativas a respeito de
seus hábitos alimentares e seu peso corporal. De maneira geral, pode-se afirmar que as
pacientes com BN apresentam uma auto-estima flutuante, fazendo-as acreditar que uma das
maneiras de resolver os problemas de insegurança pessoal é através de um corpo bem
delineado e, para alcançar seu objectivo, acabam por desenvolver dietas impossíveis de serem
seguidas.
Em outras palavras, esse tipo de pessoas, procuram “sanar” um problema emocional através
da adopção de estratégias imperativas de emagrecimento e, neste sentido, desenvolvem
atitudes radicais baseadas na ideia de que estar magra é um dos caminhos mais curtos para se
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obter a felicidade. Crêem, erroneamente, que ter o controlo de suas medidas lhes
proporcionará uma condição de segurança emocional.
As famílias das pacientes com BN são descritas nas pesquisas como perturbadas, mal
organizadas, com dificuldade de expressão de afecto e cuidado (LASK, 2000 citado por
ABREU & FILHO, 2004).
No trabalho, as mesmas queixas são encontradas, muitas pacientes não sentem ter encontrado
ainda “a actividade de suas vidas”, engajando-se em rotinas que muitas vezes as privam do
interesse e do prazer.
Com tudo o que foi descrito, não é de espantar que tais pacientes busquem algo que nem elas
próprias sabem especificar. Como se pode ver através da literatura, em pessoas com a Bulimia
nervosa existe uma busca pela perfeição (auto-exigência). A auto-exigência é, assim, uma das
características dessas pacientes, pois, na medida em que a instabilidade ambiental torna-se
uma companheira sempre presente, a falta de um parâmetro fixo ou de um valor mais
solidificado torna o esmero pessoal (embora sazonal) um elemento primordial na definição
dessa identidade incompleta (filha, mulher, profissional etc.).
a) Baixa auto-estima;
b) Pensamento do tipo “tudo ou nada” (ou seja, funciona através dos valores opostos);
c) Ansiedade alta;
d) Perfeccionismo;
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e) Incapacidade de encontrar formas de prazer e satisfação;
f) Busca de problemas nas coisas;
g) Exigência alta; e
h) Incapacidade de “ser feliz”.
Quanto aos tratamentos segundo ABREU e FILHO (idem, p.180) em cada encontro, um eixo
temático é abordado, fazendo com que as pacientes consigam progressivamente reapropriar-se
do controlo e do manuseio da sua vida emocional e, consequentemente, reorganizar seus
hábitos alimentares.
De acordo com a literatura consultada em ABREU e FILHO (2004) refere-se que desde as
publicações mais antigas em revistas especializadas até os dias de hoje, os artigos existentes,
que são poucos e que por ventura contenham sua descrição, prognóstico de melhora ou
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mesmo os índices de recuperação, apresentam, na grande maioria, resultados desalentadores.
Para os autores acima, as razões para a escassez de pesquisas dos resultados de tratamentos
incluem:
De um modo geral, o tratamento, é realizado por uma equipa multidisciplinar, com a meta de
melhorar a saúde mental e física, empregando para tal tratamentos especializados, que
conduzirão a recuperação do peso, das funções metabólicas e endócrinas, que são
fundamentais para a cura (ABREU & CORDÁS, 2009).
Nesse sentido segundo WILSON (1993), refere que o que se procura alcançar com as
pacientes com AN é:
De acordo com ABREU e FILHO (2004) afirmam que no processo de tratamento, uma série
de perguntas e uma das perguntas mais usuais no trabalho com as pacientes anoréxicas é: por
que é tão difícil criar motivação para a mudança?
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Diante disto, entendemos aqui que nestas condições não é de se estranhar que as pacientes
comecem o tratamento com pouca ou quase nenhuma intenção de “progredir”, pois elas já vão
ao tratamento com um pessimismo alto e sem motivação alguma para melhorar.
De acordo com os autores supracitados (p.181) referem que por mais polémico que possa
parecer, duas razões fundamentais são apontadas para justificar a desmotivação das pacientes:
a) As pacientes “sabem” de sua necessidade de ajuda, mas têm medo do que a mudança
corporal possa trazer e;
b) As restrições alimentares a que são submetidas criam, com o passar do tempo, quadros
de subnutrição que começam, progressivamente, a gerar inevitáveis deficits
cognitivos, privando-as de uma capacidade normal de entendimento de seus
problemas.
Entretanto, como descrição das características psicológicas mais frequentes, são citados:
a) Baixa auto-estima;
b) Sentimento de desesperança;
c) Desenvolvimento insatisfatório da identidade;
d) Tendência a buscar aprovação externa;
e) Extrema sensibilidade a críticas; e, finalmente,
f) Conflitos relativos aos temas autonomia versus dependência (idem, p.181).
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3- Conclusão
Chegados a esse ponto, vale tecer as principais conclusões acerca do tema “Anorexia e
Bulimia nervosa”. Desta maneira, compreendeu-se que a Anorexia e Bulimia nervosa são
transtornos alimentares que são caracterizados como quadros psiquiátricos que levam a graves
danos psicológicos e sociais. A anorexia nervosa e a bulimia nervosa, têm como característica
comum a preocupação excessiva com o corpo e o medo intenso de engordar. Anorexia e
Bulimia nervosa são assim, perturbações alimentares que são uma realidade no mundo em que
vivemos, mas a literatura consultada indicou que poucas pessoas recorrem aos serviços de
saúde em busca de ajuda, facto que se deve a negação do problema.
Assim, de forma sintética, pode-se concluir a partir deste levantamento em artigos científicos
que fala-se de Anorexia Nervosa quando há uma tendência de a pessoa querer emagrecer se
alimentando de forma inadequada, isto é, a tendência de comer pouco (ou nada) para ter um
corpo elegante; enquanto na Bulimia nervosa há episódios de ingestão excessiva de alimentos
com sensação de perda de controlo, ou seja, há uma ingestão excessiva de alimentos que
depois é compensada por vómitos auto-induzidos. Também foi observada a importância e a
necessidade de tratamento psicológico além do farmacológico nas diferentes referências
bibliográficas pesquisadas. Portanto, faz-se necessário enfatizar a importância de uma equipa
multidisciplinar actuando no tratamento de pacientes destes distúrbios alimentares em
questão.
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4- Referências bibliográficas
APPOLINARIO J. C. (2000). Transtornos alimentares. In: Bueno JR, Nardi AE. Diagnóstico
e tratamento em psiquiatria. Rio de Janeiro: Medsi.
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