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PROCESSO

LEGISLATIVO

SENADO FEDERAL- ILB


Sumário
MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO..............................................................2
Unidade 1 - Legislatura - Sessão Legislativa..............................................................................3
Unidade 2 - Sessão Plenária.....................................................................................................8
Unidade 3 - Posse de Senador, Reunião, Eleição da Mesa.....................................................10
Unidade 4 - Fases das Sessões................................................................................................19
Unidade 5 - Tipos de Sessão e Modalidades de Votação........................................................28
Unidade 6 - Quorum de Iniciativa e Quorum de Votação.......................................................34
MÓDULO II - PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SF E PELA CD (CASAS
SEPARADAS) – Introdução................................................................................................................39
Unidade 1 - Proposições Legislativas......................................................................................40
Unidade 2 - Proposições Legislativas......................................................................................49
Unidade 3 - Proposições Legislativas......................................................................................56
Unidade 4 - Proposições Legislativas......................................................................................59
Unidade 5 - Proposições Legislativas......................................................................................65
Unidade 6 - Medidas Provisórias............................................................................................72
Unidade 7 - Destino das Proposições.....................................................................................77
MÓDULO III - ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO – Introdução...............................................81
Unidade 1 - Etapas do Processo Legislativo............................................................................82
Unidade 2 - Etapas do Processo Legislativo............................................................................88
Unidade 3 - Etapas do Processo Legislativo............................................................................95
Unidade 4 - Procedimentos Legislativos.................................................................................99
Unidade 5 - Comissões.........................................................................................................103
Unidade 6 - Procedimentos Gerais de Votação....................................................................111
Unidade 7 - Conselhos e órgãos do CN e SF.........................................................................114
MÓDULO COMPLEMENTAR - TRAMITAÇÕES E QUADRO DE SIGLAS........................................121
Unidade 1 – Projetos............................................................................................................122
Unidade 2 - Quadro de siglas................................................................................................175
MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO

Este primeiro módulo tem por objetivo oferecer os elementos introdutórios


ao curso. Veremos aqui os principais conceitos e etapas que compõem o
processo legislativo, bem como informações sobre posse e eleição da Mesa,
fases das sessões e tudo o que se refere a votação.

Identificar os fundamentos básicos do


Processo Legislativo;
Conceituar seus principaiselementos;
Reconhecer os aspectos e rotinas

elementares dos procedimentos


legislativo e

Identificar situações ou formas de execução


de tramitações, bem como os mecanismos

regimentais nasequência doprocesso


legislativo.
Unidade 1 - Legislatura - Sessão Legislativa

"SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, INICIAMOS NOSSOS TRABALHOS."

(Palavras proferidas pelo Presidente ao declarar aberta a Sessão)

Nesta Unidade 1, vamos estudar o significado de legislatura e de sessão


legislativa.

O que é uma Legislatura?

LEGISLATURA é um período de 4 anos (art. 44 - CF), correspondente ao


tempo de duração do mandato de um deputado. Um deputado é eleito para
uma legislatura, ou seja, o mandato do deputado dura 4 anos. Um senador
é eleito para duas legislaturas, isto é, o mandato do senador dura 8 anos. A
Câmara dos Deputados se renova a cada 4 anos, integralmente. O Senado
se renova a cada 4 anos, só que não integralmente, mas alternadamente
em 2/3 e 1/3 de sua composição.

Observação: Além de designar o tempo de duração dos trabalhos


legislativos coincidentes com um mandato, o termo legislatura é usado para
designar o "corpo de parlamentares" em atividade numa Casa Legislativa.
Exemplo: A atual Legislatura tem se preocupado muito com o tema
segurança pública.
Ano da eleição Data da posse Renovação Eleitos
2002 fevereiro de 2/3 54 senadores
2003
2006 fevereiro de 1/3 27 senadores
2007
2010 fevereiro de 2/3 foram eleitos 54
2011 novos senadores

Estamos na 56ª Legislatura que vai de 1º de fevereiro de 2015 até 31 de


janeiro de 2019. A 57ª Legislatura irá de 1º de fevereiro de 2019 até 31 de
janeiro de 2023.

O Decreto Legislativo nº 79, de 1979, dispõe sobre a designação do


número de ordem das legislaturas, tomando por base a que teve início em
1826, visando manter a continuidade histórica do Parlamento brasileiro.

 Falando em tempo, que tal um tempinho para refletir? Um terço,


dois terços: por que a renovação do Senado não acontece de uma
só vez?

E o que é uma SESSÃO LEGISLATIVA?

A sessão legislativa pode ser ordinária ou extraordinária. A sessão


legislativa ordinária corresponde a um ano de trabalhos legislativos.

Assim, a sessão legislativa ordinária começa no dia 02 de fevereiro


de cada ano e vai até o dia 22 de dezembro, com intervalo entre os dias 18
de julho e 31 de julho. Esses são os dois períodos da sessão legislativa: de
02/02
a 17/07 e de 01/08 a 22/12. Nos intervalos entre esses períodos acontecem
os recessos parlamentares. Entretanto, a sessão legislativa não será
interrompida no mês de julho até que o Congresso aprove o projeto de Lei
de Diretrizes Orçamentárias - LDO (art. 57, § 2º, da CF, e art. 35, § 2º, II,
do ADCT).

As sessões marcadas para as

s acima citadas serão automaticamente transferidas para o primeiro dia


útil subsequente, caso esses dias recaiam em sábados, domingos ou
feriados (art. 57, § 1º, da CF).

O Congresso Nacional pode ser convocado a trabalhar


extraordinariamente nos períodos destinados ao recesso parlamentar. Esse
período é chamado de sessão legislativa extraordinária.

Quadro-resumo

Sessões Primeiro Intervalo entre Segundo Intervalo entre as


as Sessões período sessões
Ordinária 02/02 a 18/07 a 31/07- 01/08 a 23/12 a 01/02 -
17/07 Recesso 22/12 Recesso parlamentar
parlamentar, após
aprovação do PL de
diretrizes
orçamentárias
Extraordinária 18/07 a Convocação nos 23/12/ a Convocação nos
31/07 períodos 01/02 períodos destinados
destinados ao ao recesso
recesso parlamentar
parlamentar

Quem pode convocar o Congresso? (art. 57, § 6º, da CF)


Pode Quando?
convocar o
Congresso:
Presidente do Em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal,
Senado de pedido de autorização para decretação de estado de sítio e para
tomar o compromisso e dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente
da República
Presidente da Em caso de urgência ou interesse público relevante
República
Extraordinária Convocação nos períodos destinados ao recesso parlamentar

Os Em caso de urgência ou interesse público relevante


Presidentes
da Câmara
dos
Deputados e
do Senado
Federal
A maioria dos Também em caso de urgência ou interesse público relevante
membros da
Câmara e do
Senado

Na convocação extraordinária, o Congresso passa por uma sessão legislativa


extraordinária, sem prazo definido constitucionalmente para funcionar, ou
seja, sua duração é definida no ato convocatório ou na Mensagem do
Presidente da República. Durante a sessão legislativa extraordinária, o
Congresso somente delibera sobre as matérias para as quais foi convocado
e sobre as medidas provisórias em tramitação (art. 57, §§ 7º e 8º, da CF).
Para refletir
 Então, se uma legislatura é um período de quatro anos, podemos,
com certeza, dizer que cada legislatura tem quatro sessões
legislativas ordinárias, mas nunca podemos afirmar quantas
sessões legislativas extraordinárias haverá numa legislatura.
Certo? É isso mesmo.

A partir da Emenda Constitucional (EC) nº 50, de 2006, para que o


Congresso Nacional seja convocado em caso de vigência de interesse
público relevante, por iniciativa tanto do Presidente da República como dos
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, é necessário que haja aprovação da maioria absoluta de
cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 57, § 6º, II).
Unidade 2 - Sessão Plenária

Na Unidade 1, vimos os conceitos de legislatura e sessão legislativa


ordinária e extraordinária. Na presente Unidade 2, vamos estudar a sessão
plenária.

Sessão legislativa ordinária corresponde a um ano dos trabalhos


legislativos do Congresso Nacional.

Sessão legislativa extraordinária é aquela que se realiza, por


convocação, nos períodos de recesso do Poder Legislativo.

Sessão plenária é cada unidade de trabalho, a cada dia. Às vezes, no


mesmo dia, podemos ter mais de uma sessão do Senado. Ou, então, uma
sessão plenária do Senado e outra, conjunta do Congresso Nacional. Então,
sessão plenária é cada unidade de trabalho.

As sessões plenárias do Senado As sessões plenárias conjuntas


podem ser: do Congresso podem ser:
1. deliberativas (ordinárias ou 1. conjuntas;
extraordinárias)
2. não deliberativas; 2. conjuntas solenes.
3. especiais

Em uma sessão legislativa, seja ordinária (um ano de trabalhos), seja


extraordinária, podem acontecer várias sessões plenárias deliberativas
(ordinárias ou extraordinárias), não deliberativas e especiais. Podem
acontecer também sessões conjuntas do Congresso.
Quadro Resumo

Sessão Legislativa

Ordinária Extraordinária

de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a quando o CN for convocado

22/12

Sessão Plenária

Deliberativa (ordinária ou Conjunta

extraordinária)
Não deliberativa Solene (ou conjunta solene)

Especial

Qual é a diferença entre sessão legislativa ordinária e sessão deliberativa


ordinária?

Você pode assistir à Sessão Plenária diariamente por meio da .


Unidade 3 - Posse de Senador, Reunião, Eleição da Mesa

Veremos nesta Unidade 3 como um Senador toma posse e se investe


no mandato. Em seguida, veremos os três usos do conceito de reunião e
como acontece a eleição da Mesa do Senado.

Você sabia que a posse é um ato público?

A posse é um ato público, durante o qual o Senador se investe no


mandato. Ela acontece perante o Senado, em reunião preparatória, durante
uma sessão deliberativa ordinária ou extraordinária ou durante uma sessão
não deliberativa. Se o Congresso estiver em recesso, a posse acontecerá no
gabinete do Presidente do Senado, em solenidade pública. Em todos os
casos, o fato será publicado no Diário do Senado Federal (DSF) (art. 4º-
RISF).

O que é necessário para um Senador tomar posse?

Para tomar posse, em qualquer caso, o Senador precisa apresentar à


Mesa o original do diploma expedido pela Justiça Eleitoral, que será
publicado no Diário do Senado Federal. A apresentação do diploma poderá
ser feita pelo próprio diplomado, por ofício ao 1º-Secretário, por intermédio
do seu Partido ou de qualquer Senador. Devem ser apresentadas cópias da
última declaração do Imposto de Renda, sua e do cônjuge, e preenchido
formulário contendo informações requeridas pelo Código de Ética e Decoro
Parlamentar (Resolução nº 20, de 1993). O Senador deve comunicar à Mesa
seu nome parlamentar e a filiação partidária (art. 7º-RISF).

Se a posse ocorrer numa sessão do Senado, o Presidente designará


comissão de três Senadores para introduzir o diplomado no plenário e
conduzi-lo à Mesa, onde, perante todos de pé, prestará o compromisso.

O compromisso é o seguinte:
"Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País, desempenhar
fiel e lealmente o mandato de Senador que o povo me conferiu e
sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil."

Se houver mais de um Senador a tomar posse na mesma ocasião, um


fará o pronunciamento e os outros, conforme forem sendo chamados, dirão:

"Assim o prometo".

O Senador deve tomar posse dentro de 90 dias, contados da instalação


da sessão legislativa, ou, se ele for eleito durante a sessão legislativa,
contados da sua diplomação, podendo ter o prazo prorrogado por motivo
justificado, a seu requerimento, por mais 30 dias.

Se o Senador não tomar posse no prazo de 90 dias, nem pedir a


prorrogação, considera-se que ele renunciou ao mandato, sendo chamado,
então, seu primeiro suplente, que também é convocado sempre que o titular
se licenciar por um prazo superior a 120 dias para tratar de interesse
particular, ou por motivo de doença. Nesses casos, o suplente terá 30 dias
improrrogáveis para prestar o compromisso.

Para tratar de interesse particular, o titular só pode tirar


licença por mais de 120 dias, desde que não seja na mesma
sessão legislativa.

O suplente também assume nos casos de vaga por


falecimento, renúncia ou perda de mandato do titular. Ou, ainda, nos casos
de afastamento do titular para ocupar cargo de Ministro de Estado,
Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território, de
Prefeitura de Capital ou, então, de Chefe de Missão Diplomática Temporária.
Nos casos de vaga ou de afastamento para assumir esses outros cargos,
o suplente tem o prazo de 60 dias para assumir o exercício do mandato,
prazo esse que poderá ser prorrogado por motivo justificado, a
requerimento dele próprio, por mais 30 dias.

Se dentro desse prazo o suplente não tomar posse nem requerer sua
prorrogação, também é considerado que tenha renunciado ao mandato e se
convocará o segundo suplente, que, em qualquer hipótese, terá 30 dias
para prestar o compromisso.

O suplente convocado pela primeira vez presta o compromisso na forma


já acima mencionada. Se ele voltar a exercer o mandato na mesma
legislatura, o Presidente da Casa apenas comunica ao Plenário o fato, não
necessitando prestar novo compromisso. Entretanto, se for reeleito suplente
para um novo mandato, terá que prestar o compromisso novamente.

Quando acontece uma vaga de Senador?

 Por falecimento;
 por renúncia;
 por perda de mandato.

Considera-se haver renunciado o Senador, titular ou suplente, que,


convocado, não prestar compromisso no prazo estabelecido pelo Regimento.

Deve renunciar a um dos cargos o Senador que for eleito para mais de um
cargo ou mandato público eletivo, conforme preceitua a Constituição. Ele vai
ter que renunciar a um deles. Exemplo: é frequente a eleição de Senadores
para Governos estaduais. Para ser empossado Governador, o Senador
deverá renunciar a seu mandato no Senado Federal.
Observações importantes:

1. um senador pode tomar posse durante o recesso parlamentar;


2. posse sempre é um ato público;
3. o diploma do senador expedido pelo Tribunal Eleitoral é documento
imprescindível para que ele tome posse.

 E um Senador pode perder o seu mandato?

Perde o mandato o Senador que infringir qualquer das proibições constantes


no art. 54 da Constituição, quais sejam:

1. Desde a diplomação:

 firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,


autarquia, empresa pública, sociedade e economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
 aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que seja demissível ad nutum, nas entidades acima descritas;

2. Desde a posse:

 ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor


decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou
exercer função remunerada nessas empresas;
 ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum em
empresas públicas, autarquias, sociedades de economia mista,
empresa concessionária de serviço público;
 patrocinar causa em que seja interessada qualquer uma dessas
empresas acima mencionadas.

Perde também o mandato o senador que:

- tiver procedimento incompatível com o decoro parlamentar ou deixar


de comparecer à terça parte das sessões ordinárias do Senado em cada
sessão legislativa, salvo se estiver em licença ou em missão autorizada;

- perder ou tiver suspensos os direitos políticos ou, quando o decretar a


Justiça Eleitoral;

- sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível.

Em casos de falecimento, renúncia e perda de mandato, fala-se em


vacância.

Outro conceito bastante importante a ser tratado é o de


REUNIÃO. Veja abaixo:

a) Todas as vezes em que uma sessão plenária não puder ser realizada, por
falta de quorum para seu início (1/20 da composição do Senado) ou por
motivo de força maior assim definido pela Presidência, o que acontece é
uma reunião.
Nesse caso, o Presidente declara que não
pode ser realizada a sessão, determina a
publicação do expediente que há sobre a
mesa, independentemente de sua leitura, e a
Secretaria de Ata prepara uma ata dessa
reunião.

b) As comissões não realizam sessões; seus encontros chamam-se


reuniões. Isso tanto para as comissões no Senado ou no Congresso,
permanentes ou temporárias.

c) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da


legislatura, o Senado reúne-se em reuniões preparatórias.

Esses são os três usos do conceito de REUNIÃO.

Vamos estudar, agora, para que servem as REUNIÕES


PREPARATÓRIAS.

Na primeira sessão legislativa ordinária da legislatura, são realizadas


três reuniões preparatórias:

- a primeira, a partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos


novos Senadores;
- a segunda, para eleger o Presidente da Mesa;
- a terceira, para eleger os demais Membros da Mesa, ou seja, dois
Vice- Presidentes, quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário.
Na terceira sessão legislativa ordinária da legislatura são realizadas
duas reuniões preparatórias: a primeira, no 1º dia de fevereiro, para eleger
o Presidente; e a segunda, os demais Membros da Mesa.

As reuniões preparatórias são iniciadas com o quorum de 1/6 de


Senadores e dirigidas pelos Membros da Mesa anterior (excluídos, na
reunião do início da legislatura, aqueles que tiverem concluído seu mandato
no dia 31/01, ainda que reeleitos). Na Câmara dos Deputados, como ela se
renova em sua totalidade, assume a direção dos trabalhos o último
Presidente, se tiver sido reeleito Deputado, e, na sua falta, o mais idoso
dentre os de maior número de legislaturas.

Como acontece a ELEIÇÃO DA MESA DO SENADO?

Os Membros da Mesa são eleitos para um mandato de dois anos, em


escrutínio secreto e por maioria simples de votos (a maioria de votos,
estando presente a maioria absoluta dos Senadores), assegurada, tanto
quanto possível, a participação proporcional das representações partidárias
e dos blocos parlamentares com atuação no Senado.

A eleição para preenchimento do cargo de Presidente do Senado é feita


em uma reunião preparatória. As demais, na outra reunião, na seguinte
ordem: uma votação para os dois Vice-Presidentes, uma outra votação para
os quatro Secretários, e ainda uma terceira votação para os quatro
Suplentes de Secretário. Entretanto, as eleições dos Vice-Presidentes e dos
Secretários podem ser realizadas em um único escrutínio, desde que seja
aprovado requerimento nesse sentido, subscrito por 1/3 de Senadores ou
líder que represente esse número.

As eleições dos Vice-Presidentes, Secretários e Suplentes de Secretário


são feitas com cédulas uninominais, ou seja, que contenham, cada uma, o
nome do candidato e o cargo ao qual ele concorre, cédula que o Senador
coloca em uma sobrecarta. A eleição do Presidente não é necessariamente
realizada por esse sistema.

Para a apuração dos votos, o Presidente fará a separação das cédulas


referentes ao mesmo cargo, lendo-as em seguida, uma a uma, e passando-
as ao Segundo-Secretário, que anotará o resultado.

O painel eletrônico de votação no plenário, por preservar o sigilo da


eleição, vem sendo utilizado nos casos em que haja candidato único
disputando a vaga.

Ainda se faz necessário explicar a diferença entre Mesa e Comissão


Diretora do Senado.

A eleição é para a Mesa. É ela que dirige os trabalhos do Senado por dois
anos. A Comissão Diretora é composta pelos mesmos Membros da Mesa.
Ela dirige as atividades administrativas da Casa.

A Constituição de 1988, em seu art. 57, § 5º, instituiu a Mesa do


Congresso Nacional, que é presidida pelo Presidente do Senado e tem seus
demais cargos preenchidos, por alternância, entre Membros da Mesa da
Câmara e do Senado. Assim, o Primeiro Vice-Presidente da Mesa do
Congresso é o Primeiro Vice-Presidente da Mesa da Câmara: o Segundo
Vice- Presidente da Mesa do Congresso é o Segundo Vice-Presidente da
Mesa do Senado. E assim por diante. Não há suplente na Mesa do
Congresso Nacional.
Quadro-Resumo

Posse Reunião Eleição da Mesa

do Senador titular do não realização da sessão Presidente (1)


mandato
de 1º Suplente trabalho das comissões Vice-Presidente
(2)
de 2 º Suplente preparatória Secretários (4)

Suplentes de
Secretário (4)
Unidade 4 - Fases das Sessões

Já descrevemos, sucintamente, os tipos de sessão no Senado e no


Congresso. Vamos, agora, detalhá-los.

No Senado, elas podem ser:

1. deliberativas (ordinárias ou extraordinárias);

2. não deliberativas;

3. especiais.

No Congresso:

1. conjuntas;

2. solenes (ou conjuntas solenes).

Que tal revermos um quadro-resumo sobre os tipos de Sessões?

Sessão Legislativa

Ordinária Extraordinária

de 02/02 a 17/07 e de quando o CN for convocado


01/08 a 22/12

Sessão Plenária

Senado Federal Congresso Nacional

. Deliberativa (ordinária . Conjunta


ou extraordinária)
. Não deliberativa . Solene (ou conjunta solene)
. Especial
Qual é a diferença entre sessão deliberativa e não deliberativa?

A diferença é que a primeira (sessão deliberativa) possui Ordem do Dia,


momento da sessão em que há deliberação sobre matérias legislativas, e a
segunda (não deliberativa) não possui este momento, sendo destinada a
pronunciamentos de Senadores, comunicações, leitura de expediente e
outros assuntos de interesse político e parlamentar.

As sessões deliberativas ordinárias e as não deliberativas são


realizadas de 2ª a 5ª feira, às 14h. Na 6ª feira, a sessão inicia-se às 9h. Se
houver Ordem do Dia, será uma sessão deliberativa ordinária. Caso
contrário, uma sessão não deliberativa. As sessões deliberativas
extraordinárias não têm horário preestabelecido no Regimento. Esse
horário é definido pelo Presidente, no momento de sua convocação, que o
fará ouvidas as lideranças partidárias, quando as circunstâncias o
recomendarem, ou sempre que haja necessidade de deliberação urgente.

Além do horário, as sessões deliberativas ordinárias e extraordinárias se


diferenciam pela determinação de sua Ordem do Dia. Para as primeiras, as
matérias que farão parte das deliberações são definidas com 3 sessões
deliberativas ordinárias (art. 170, § 2º, III-RISF) de antecedência. Já para
as extraordinárias, como o próprio nome diz, não há previsão. Sua Ordem
do Dia e seu horário de realização são definidos pelo Presidente no
momento da convocação.

Tanto as sessões deliberativas quanto as não deliberativas precisam da


presença em plenário de, no mínimo, 1/20 dos Senadores para serem
iniciadas ou para terem continuação.
As sessões especiais são destinadas a homenagens ou comemorações. O
Senado pode interromper uma sessão ou realizar uma sessão especial, a
juízo do Presidente ou por deliberação do Plenário, mediante requerimento
assinado por pelo menos seis Senadores e aprovado por maioria simples de
votos. Nela podem ser admitidos convidados à mesa e no plenário, sem
necessidade de quorum para ser realizada. A convocação pode ser feita em
sessão ou mediante publicação no Diário do Senado Federal. O uso da
palavra é restrito aos oradores designados pelo Presidente. O Senado ainda
pode prestar homenagem sem que esta dure uma sessão inteira. Ela pode
ser realizada na primeira parte da sessão, Período do Expediente. Para isso,
também é necessário requerimento assinado por no mínimo seis Senadores
e aprovado pelo Plenário. Os Senadores que quiserem fazer uso da palavra,
neste caso, podem se inscrever.

As sessões deliberativas, ordinárias ou extraordinárias, do Senado,


possuem três FASES:

 Período do Expediente;
 Ordem do Dia; e
 após a Ordem do Dia

As não deliberativas, como não têm Ordem do Dia, só possuem Período


do Expediente.

 Quanto às sessões especiais, podem ser divididas?


 Não, elas destinam-se apenas à homenagem estabelecida.
E no Congresso, como ocorrem as sessões?

No Congresso, as sessões são conjuntas, quer de trabalho, quer de


homenagem. As que não tiverem data previamente estabelecida serão
convocadas pelo Presidente do Senado ou seu substituto, com prévia
audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são as de posse do
Presidente e do Vice-Presidente da República (1º de janeiro) (arts. 60 a 67 -
RCCN) e a destinada a abrir os trabalhos da sessão legislativa ordinária (02
de fevereiro ou primeiro dia útil subsequente) (arts. 57 a 59 - RCCN).

As sessões conjuntas são realizadas no plenário da Câmara dos Deputados,


salvo escolha de outro lugar previamente anunciado. Em geral, nesta
hipótese, a opção recai sobre o plenário do Senado Federal.

Nas sessões de trabalho legislativo, havendo Ordem do Dia, os avulsos


(publicação) das matérias devem estar disponíveis aos parlamentares com
24 horas de antecedência. As sessões de trabalho também são divididas em
FASES. Por analogia ao Regimento do Senado, compreendem:

As fases das sessões são:


Período do Expediente Ordem do Dia Após a Ordem do Dia

O Congresso Nacional realiza sessão solene para:

 Inaugurar sessão legislativa (ordinária ou extraordinária);


 Dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República;
 Promulgar emendas constitucionais;
 Homenagear Chefes de Estado estrangeiro;
 Comemorar datas nacionais.
Todas as sessões, do Senado ou do Congresso, têm duração de quatro
horas e meia, podendo ser prorrogadas por proposta do Presidente ou a
requerimento de qualquer Senador, no Senado, ou de qualquer
Congressista, no Congresso, tantas vezes quantas necessárias. A
prorrogação será sempre por prazo fixo, que não poderá ser restringido,
salvo por falta de matéria ou de número para o prosseguimento da sessão.

As fases das sessões são:

 Período do Expediente;
 Ordem do Dia; e
 após a Ordem do Dia.

Agora você irá compreender melhor o que acontece em cada uma das
FASES DAS SESSÕES.

PERÍODO DO EXPEDIENTE

Nas sessões deliberativas ordinárias, esse período dura 120 minutos,


contados a partir do real início da sessão. É destinado à leitura do
expediente pelo Primeiro-Secretário, na íntegra ou em resumo, e aos
oradores inscritos, que têm até 10 minutos para fazer seu pronunciamento,
sendo permitidos apartes.

O Período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única


vez, para que o orador conclua seu pronunciamento, caso não tenha
esgotado o tempo de que disponha, após o que a Ordem do Dia terá início
impreterivelmente. Caso haja matéria a ser deliberada que esteja
tramitando no rito de urgência urgentíssima (art. 336, I - RISF), não serão
permitidos oradores no Período do Expediente. Esse tempo também pode
ser destinado a homenagens.
Nas sessões deliberativas extraordinárias, esse período dura 30
minutos, e só haverá oradores caso não haja número para as deliberações
da Ordem do Dia. No Congresso, o Expediente dura trinta minutos e é
destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário e aos oradores
inscritos, que poderão usar da palavra pelo prazo máximo de cinco minutos.

Ainda no Período do Expediente podem acontecer votações de


requerimentos que não sejam objeto de deliberação na Ordem do Dia.

No Senado

Encerrado a Período do Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja


designação é de competência do Presidente da Casa. As matérias são
incluídas na Ordem do Dia segundo sua antiguidade e importância,
observada a seguinte sequência:

 medida provisória (art.62-CF) a partir do 46º dia de vigência; matéria


com urgência constitucional (art. 64 CF) com prazo já esgotado;
matéria em regime de urgência urgentíssima (calamidade pública e
perigo de segurança nacional); matéria com prazo determinado,
segundo o art. 172, II, do RISF; matéria em regime de urgência, nos
termos do art. 336, II, do RISF; matéria em regime de urgência, nos
termos do art. 336, III, do RISF;
 matéria em tramitação normal.

Além desse critério, há precedência de:

 matérias em votação sobre as em discussão; matérias da Câmara dos


Deputados sobre as do Senado; redações finais sobre matérias em
deliberação do mérito; matérias em turno suplementar, em turno
único, em segundo turno e em primeiro turno, nessa ordem; projetos
de lei sobre projetos de decreto legislativo, sobre projetos de
resolução, sobre pareceres, sobre requerimentos, nessa ordem;
 matérias da pauta anterior que não foram deliberadas sobre outras
dos grupos a que pertencem.

Os projetos de código serão incluídos com exclusividade na Ordem do Dia.


Os pareceres sobre escolha de autoridade serão colocados ao final da
Ordem do Dia.

Apesar de o Regimento dispor sobre a sequência das matérias, essa ordem


pode ser alterada por requerimento assinado por qualquer Senador,
solicitando inversão da pauta, apresentado e votado antes de se iniciar a
Ordem do Dia. Depois desta iniciada, a sequência ainda pode ser alterada
por requerimento de preferência de um item sobre outro, assinado por
qualquer Senador e aprovado pelo Plenário.

São lidos no Período do Expediente e votados após a Ordem do Dia da


mesma sessão:

 Os requerimentos de urgência, nos termos do art. 336, II;


 os requerimentos que solicitam sessão especial;
 os requerimentos que solicitam que o tempo destinado aos oradores
do Período do Expediente de uma determinada sessão seja para
prestar alguma homenagem.

Quer visualizar na prática o que estudamos? Acesse o link Atividade


Legislativa
No Congresso

Terminada a leitura do expediente e o horário destinado aos oradores do


Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja designação também é da
competência do Presidente do Senado (na condição de Presidente da Mesa
do Congresso). Na sua organização, as proposições em votação têm
precedência sobre aquelas em discussão. Projetos de lei têm preferência
sobre os projetos de decreto legislativo, os projetos de resolução e os
requerimentos. Também nas sessões conjuntas, a ordem da Ordem do Dia
pode ser alterada por requerimento de inversão da pauta ou de preferência.
A diferença é que os requerimentos devem ser apresentados por líder
partidário.

Tanto no Senado quanto nas sessões conjuntas, estando uma matéria


em fase de votação e não havendo quorum para as deliberações, passar-se-
á à matéria que estiver em discussão. Esgotada a matéria em discussão e
persistindo a falta de quorum, a Presidência pode suspender a sessão por
prazo não superior a 30 minutos (no Congresso) ou a uma hora (no
Senado) ou conceder a palavra a algum parlamentar. Sobrevindo número
para as deliberações, voltar-se-á às matérias, interrompendo-se o orador
que se encontra na tribuna.

Nenhum Senador no Senado ou parlamentar no Congresso presente à


sessão poderá deixar de votar, salvo quando se tratar de assunto em que
tenha interesse pessoal (nesse caso, o Senador ou parlamentar deve
declarar tal fato, sendo, contudo, sua presença computada para efeito de
quorum) ou quando seu partido estiver em obstrução declarada pelo líder.
APÓS A ORDEM DO DIA

No Senado e no Congresso

Esgotada a Ordem do Dia, o tempo que restar para o término da sessão


será destinado, preferencialmente, ao uso da palavra pelas lideranças e,
havendo tempo, pelos oradores inscritos, que no Senado, neste momento,
dispõem de até vinte minutos para seu pronunciamento.

Algumas votações são realizadas nesta fase da sessão no Senado.


Alguns exemplos:

 requerimentos de urgência nos termos do art. 336, II, do RISF;


 redações finais de matérias em rito normal de tramitação que foram
deliberadas na Ordem do Dia, caso haja requerimento de dispensa de
sua publicação.

Uma sessão só não se realiza, no Senado, por falta de quorum, por


deliberação do Plenário, quando seu período de duração coincidir, mesmo
que parcialmente, com o de sessão conjunta do Congresso, ou por motivo
de força maior, assim definido pela Presidência da Casa.

No Congresso, ela não se realiza por falta de quorum ou por


cancelamento por parte da Presidência do Senado.

O Senado, nos sessenta dias que antecedem as eleições gerais, funciona


de acordo com o Regimento Comum, ou seja, suas sessões se realizam por
convocação, como as conjuntas do Congresso. Nesses dias, também o
Período do Expediente ou a Ordem do Dia podem ser dispensados, desde
que ouvidas as lideranças.
Unidade 5 - Tipos de Sessão e Modalidades de Votação

TIPOS DE SESSÃO E MODALIDADES DE VOTAÇÃO

Veremos aqui que as sessões, tanto do Senado como as conjuntas do


Congresso, podem ser públicas ou secretas. As votações também podem ser
públicas - o Regimento usa a palavra "ostensivas" - ou secretas.

Quem pode assistir a uma sessão no Senado ou no Congresso?

A maior parte das sessões é pública, ou seja, qualquer pessoa desarmada,


ocupando em silêncio o lugar que lhe é reservado, pode assistir tanto a uma
sessão do Senado como do Congresso, na Tribuna de Honra ou nas galerias.
À imprensa é reservada uma bancada própria.

Quem pode entrar no Plenário do Senado?

No plenário do Senado são admitidos, além dos Senadores, os suplentes de


Senador, os ex-Senadores e suplentes que tenham exercido o mandato,
Ministros de Estado, nos casos previstos no Regimento - ou seja, quando
convocados ou quando solicitarem sua vinda para expor algum assunto de
interesse de sua Pasta. Também são admitidos no plenário funcionários da
Casa, quando em pleno exercício de suas funções. Nas sessões especiais
são admitidos convidados, podendo estes, inclusive, a convite do
presidente, compor a Mesa.
 Se a maior parte das sessões é pública, quer dizer que podemos
divulgá-las?
 As divulgações das sessões por reportagem fotográfica no recinto,
por irradiação sonora ou por filmagem e transmissão em televisão,
dependem de autorização do Presidente do Senado.

Das sessões será elaborada ata circunstanciada, que constará do Diário


do Senado Federal, tanto durante as sessões legislativas ordinárias como
nas extraordinárias. Nos períodos de recesso, haverá publicação sempre que
houver matéria que assim justifique.

Quando o Senado funcionará secretamente?

Obrigatoriamente, sempre que tiver que deliberar sobre:

 acordos de paz;
 declaração de guerra;
 suspensão de imunidade de Senador durante estado de sítio;
 escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; e
 também para deliberar sobre requerimento que solicite sessãosecreta
do Senado.

Neste último caso, chegando à Mesa um requerimento solicitando sessão


secreta, o Presidente informa ao Plenário sobre a sua existência, sem, no
entanto, comunicar quem é seu autor nem o motivo pelo qual está sendo
solicitada a sessão secreta. Para deliberar sobre esse requerimento, o
Senado já funcionará em sessão secreta. O Presidente solicita a retirada dos
funcionários e de todos que estejam assistindo àquela sessão, podendo
determinar a presença dos funcionários que julgar necessários.
Leia no Diário do Senado como uma sessão se transforma em secreta.

Já em sessão secreta, o Presidente informa ao Plenário o nome do


requerente e o assunto a ser apreciado em sessão secreta. Os Senadores
votam por maioria simples, em votação simbólica, se desejam que aquele
assunto seja apreciado em sessão secreta. Aprovado o requerimento, será
marcada essa sessão para o mesmo dia ou o dia seguinte, caso a data da
sessão já não venha preestabelecida no requerimento.

Antes de a sessão voltar a ser pública, o Plenário decide, por meio de


debate e votação, por maioria simples, se deseja que seja divulgado o nome
do requerente e o assunto tratado.

Caso o requerimento seja rejeitado, a matéria a que ele se refere será


objeto de debates em sessão pública.

As atas das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário,


assinadas pelo Presidente e pelos Primeiro e Segundo-Secretários,
colocadas em sobrecarta (envelope) lacrada, que é rubricada pelos
Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é votada com
qualquer número.

Em sessão secreta, além dos Senadores e dos funcionários


determinados, o Presidente ou um líder podem propor ao Plenário - e este
vota a proposta
- que outras pessoas assistam àquela sessão.
E as sessões no CONGRESSO? São públicas ou secretas?

As sessões são públicas, como regra, podendo também ser secretas, se


assim deliberar o Plenário, mediante proposta da Presidência ou de líder,
prefixando-lhe a data.

O procedimento é o mesmo que para o Senado. O Presidente anuncia a


existência do requerimento, mas sem dizer seu autor nem sua finalidade, a
qual só será divulgada quando o Congresso já estiver trabalhando em
sessão secreta.

Como se dá o registro das sessões?

Também as sessões do Congresso são registradas em ata. As atas das


sessões públicas são circunstanciadas; as das sessões secretas sãoredigidas
pelo Segundo-Secretário. A ata será submetida ao Plenário - que deliberará
com qualquer número, antes de a sessão voltar a ser pública, -, assinada
pelos Membros da Mesa, e encerrada em "sim", "não" e "abstenção".

E no caso de o painel eletrônico não estar funcionando?

Faz-se chamada pela lista de comparecimento dos Senadores.

Como se dá a transformação de uma votação simbólica em


votação nominal?
Nas votações simbólicas, se algum Senador não concordar ou se tiver
dúvida a respeito do resultado, pode pedir, com o apoiamento de outros
três Senadores, verificação da votação. E a votação, que havia sido feita
simbolicamente, passa agora a ser realizada pelo painel eletrônico,
nominalmente, para justamente verificar se o resultado anteriormente
anunciado corresponde à realidade.

Uma outra forma de uma matéria que deveria ser votada


simbolicamente ser votada nominalmente é através de requerimento
pedindo sua votação nominal. Este deve ser apresentado e votado antes de
se passar à votação da matéria em si. Se aprovado, ela não será submetida
à votação simbólica, mas será realizada diretamente por processo nominal.

Assim, os processos simbólico e nominal (no painel ou por chamada) de


votação são utilizados para votações ostensivas, ou seja, para as votações
públicas.

Já nas votações secretas só se pode utilizar o sistema nominal, quer no


painel, quer por esferas, ou em cédulas, nas eleições. A diferença é que,
nas votações públicas, aparecem, no painel eletrônico, o nome do votante,
seu voto e o resultado total da votação. Nas votações secretas, aparecem
tão somente o nome do votante e o resultado total. Não aparece a
qualidade do voto.

A norma geral é que as sessões sejam públicas e as votações também.


Mas numa sessão pública pode haver votação pública ou votação secreta. E
numa sessão secreta pode haver votação secreta ou votação ostensiva
(pública). Depende da matéria que está sendo deliberada.
Resumindo:

SESSÕES

São públicas, como regra, podendo São secretas, obrigatoriamente,


também ser secretas, se assim sempre que tiver que deliberar
deliberar o Plenário (mediante proposta sobre:
da Presidência ou de líder, prefixando- . acordos de paz;
lhe a data). . declaração de guerra;
. suspensão de imunidade de
Senador durante o estado de
sítio;
. escolha de Chefe de Missão
Diplomática - os Embaixadores;
. e também para deliberar sobre
requerimento que solicite
sessão secreta do Senado.

VOTAÇÕES

I - Ostensivas (públicas) II - Secretas


a) Simbólica a) Eletrônica
b) Nominal b) Por meio de cédula
c) Por meio de esfera

Referência:
RISF - arts. 182 a 186; 190 a 198; 201 a 208; 289 a 298; 383 a 385.
Unidade 6 - Quorum de Iniciativa e Quorum de Votação

QUORUM DE INICIATIVA E QUORUM DE VOTAÇÃO

Iniciativa é o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. Tal


poder pode ser exercido individual ou coletivamente.

Quem pode iniciar uma proposta de regra jurídica nova?

Qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado


Federal ou do Congresso Nacional, o Presidente da República, o Supremo
Tribunal Federal, os Tribunais Superiores, o Procurador-Geral da República e
os cidadãos.

Vamos verificar alguns exemplos de iniciativa?

Iniciativa Individual

Presidente da Proposta de emenda à Constituição, projeto de


Républica lei.
Senador ou Projeto de lei, projeto de decreto legislativo,
Deputado projeto de resolução, emendas diversas a outras
matérias (salvo a proposta de emenda à
Constituição), requerimento.
Procurador-Geral da Projeto de lei de matéria atinente à sua
República, STF, competência privativa.
Tribunais Superiores
Iniciativa Coletiva

Senadores ou Proposta de emenda à Constituição, emendas à


Deputados proposta de emenda à Constituição; na mesma
sessão legislativa, projeto de lei ordinária
rejeitado.
Senadores Projeto de resolução referente à competência
tributária dos Estados e do Distrito Federal.
Comissão Projeto de resolução referente às matérias
estabelecidas no art. 52 VI, VII, VIII, IX da
Constituição; projeto de resolução relativo à
competência tributária dos Estados e do Distrito
Federal; projeto de lei, projeto de decreto
legislativo, projeto de resolução suspendendo a
execução no todo ou em parte de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal

Mesa Provocação à Casa, propondo a perda de


mandato de parlamentar.
Partido político Provocação à Casa, propondo a perda do
(representado no mandato de parlamentar.
Congresso)
Assembleias Proposta de emenda à Constituição (mais da
Legislativas metade delas, manifestando-se cada uma pela
maioria relativa de seus membros).
Cidadãos Projeto de lei subscrito por, no mínimo 1% do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de 0,3% dos
eleitores de cada um deles.
QUORUM DE VOTAÇÃO

Veremos aqui, segundo a Constituição, que as deliberações de cada uma


das Casas do Congresso e de suas comissões são tomadas por maioria de
votos, presente a maioria absoluta dos membros, salvo se dispuser em
contrário. E o Regimento do Senado ou o Regimento Comum também
especificam:

Deliberações Quórum de votação

Sentença condenatória de Presidente e Vice- 2/3 de Senadores (54 votos)


Presidente da República, de Ministros de
Estado e do Supremo Tribunal Federal,
Procurador-Geral da República e Advogado-
Geral da República, todos em casos de crimes
de responsabilidade
Fixação de alíquotas máximas nas operações 2/3 de Senadores (54 votos)
internas, para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados e do Distrito
Federal
Suspensão de imunidade de Senadores, 2/3 de Senadores (54 votos)
durante o estado de sítio
Proposta de emenda à Constituição 3/5 em cada uma das Casas para
aprovação (49 votos no Senado;
308 na Câmara dos Deputados
Projeto de decreto legislativo referente a 2/5 de votos (33 senadores) para
renovação ou não renovação de concessão ou rejeitar o projeto
permissão para serviço de radiofusão sonora
e de sons e imagens
Projeto de lei complementar maioria absoluta de votos (41)
Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da maioria absoluta de votos (41)
república.
Perda de mandato de Senador nos casos de maioria absoluta de votos (41)
infringência do art. 54 da Constituição ou cujo
procedimento não seja compatível com o
decoro parlamentar ou que sofrer condenação
criminal em sentença transitada em julgado
Aprovação de ato do Presidente da República maioria absoluta de votos (41)
que decretar estado de defesa ou autorização
para o Presidente decretar estado de sítio
Estabelecimento de alíquotas aplicáveis às maioria absoluta de votos (41)
operações e prestações interestaduais e de
exportação
Estabelecimento de alíquotas mínimas nas maioria absoluta de votos (41)
operações internas.
Autorização de operações de créditos que maioria absoluta de votos (41)
excedam o montante das despesas de capital,
mediante créditos suplementares ou especiais
específicos
Aprovação do nome indicado para Ministro do maioria absoluta de votos (41)
Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do
Trabalho, para Procurador-Geral da República
e para membro do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público
Veto presidencial (em sessão conjunta do para ser rejeitado (41 no Senado;
Congresso) exige maioria absoluta de votos 257 na Câmara dos Deputados)
"'não" em cada uma das Casas para ser
derrubado, ou seja, para ser rejeitado

Perda de mandato de Deputado ou Senador, maioria absoluta (41 no Senado;


por voto secreto da maioria absoluta da Casa 257 na Câmara dos Deputados).
a que pertencer o parlamentar
Observação: Os projetos de decreto legislativo sobre direitos humanos
que forem aprovados em cada uma das Casas do Congresso Nacional com
3/5 de votos (49 no Senado, 308 na Câmara dos Deputados) em 2 turnos
serão equivalentes a emenda constitucional.

A publicidade da matéria, o parecer e o quorum, tanto de iniciativa como


de votação da matéria a ser deliberada, tanto no Senado quanto no
Congresso, são três formalidades essenciais que nem mesmo o regime de
urgência urgentíssima pode dispensar.

Referência:
CF - arts. 47, 51, 52, 2º e 4º; 53, §§ 7º e 8º; 55, § 2º e 3º; 60, §
2º; 61; 66, § 4º; 67; 69; 77; 101;103-B; 128, § 1º, 2º e 4º;130-A;
136,
§ 4º; 137; 155, § 2º, IV e V, "a" e "b"; 167, III; 223.

Parabéns! Você chegou ao final do primeiro Módulo de estudo do curso


de Processo Legislativo.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma


releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o
seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.


MÓDULO II - PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SF E PELA CD (CASAS
SEPARADAS) – Introdução

Este segundo módulo tem por objetivo mostrar os aspectos e rotinas dos
procedimentos legislativos, bem como identificar situações ou formas de
execução de tramitações.

 Identificar as características e a
tramitação das diversas proposições
legislativa;
 reconhecer como são apreciadas
as proposições em ambas as Casas
Legislativas e suas deliberações.
Unidade 1 - Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

PROJETO DE LEI

Vamos começar pelas matérias que tramitam em Casas


separadas. Nosso primeiro assunto são os projetos de lei. (As
medidas provisórias serão objeto da UNIDADE 6)

Os projetos de lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do


Senado (PLS) - e os projetos de lei que se originam na Câmara e vêm à
revisão do Senado - os Projetos de Lei da Câmara (PLC) - podem ser de lei
ordinária ou de lei complementar. A Constituição Federal explicita que
dispositivos precisam ser complementados por um tipo ou outro de lei. Na
forma, sua maior diferença é o quorum de aprovação:

 para os projetos de lei ordinária, o quorum é de maioria simples de


votos;
 para os projetos de lei complementar, o quorum é de maioria
absoluta de votos.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA - PLC (lei ordinária ou complementar)

Qual a origem dos PLC?

Os PLC podem ter origem em uma proposta de Deputado, de comissão


da Câmara, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, de
Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República, do Ministério
Público ou, ainda, dos cidadãos. Enfim, os projetos de lei que vêm de fora
do Poder Legislativo iniciam sua tramitação pela Câmara, vindo ao Senado
para revisão.

Os PLC, ao chegarem no Senado, são lidos no Período do Expediente da


sessão plenária, deliberativa (ordinária ou extraordinária) ou não
deliberativa, e são despachados, pelo Presidente, para uma ou mais
comissões, segundo as competências dessas, para serem analisados e
receberem parecer. No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania tem até vinte dias úteis para proferir parecer (as demais
comissões têm quinze dias úteis). Esses prazos podem ser prorrogados, por
igual período, através de uma comunicação do Presidente da Comissão à
Mesa do Senado, a qual será lida no Período do Expediente. Nova
prorrogação só pode ser concedida por prazo determinado e mediante
requerimento que deve ser votado no Plenário do Senado.

Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa


para leitura no Período do Expediente, quando é numerado e tem início o
prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas. Caso não existam
emendas, o projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia, a fim de
ser discutido e votado em turno único. Se receber emenda, o projeto volta à
Comissão ou às Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se houver mais
de uma Comissão a se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber
parecer sobre essas emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para
leitura e pode, a partir daí ser incluída na Ordem do Dia. Se o projeto for
aprovado sem alteração ou com alteração somente de redação, ele vai à
sanção do Presidente da República. Caso sofra alteração de mérito, essa
alteração volta à Câmara para análise.
Como já foi dito, se o projeto de lei ordinária, o quorum de votação é
o de maioria simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria
absoluta.

Para que servem os autógrafos?

Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o


Presidente da República, quer para a Câmara, o Senado prepara
autógrafos desse texto.

Então, autografo é o documento oficial que reproduz o que foi aprovado.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA (de origem do Presidente da


República, com pedido de urgência constitucional - art. 64, CF)

Qual é o prazo da urgência constitucional solicitada pelo


Presidente da República para tramitação de projeto de lei de
sua iniciativa?

A urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para


tramitação de projeto de lei de sua iniciativa prevê para a matéria o prazo
de quarenta e cinco dias na Câmara e outros quarenta e cinco dias no
Senado, sucessivamente.

O projeto, quando chega da Câmara dos Deputados, é lido no Período do


Expediente e distribuído às Comissões, como qualquer outro projeto.
Entretanto, por estar tramitando em regime de urgência, o projeto recebe
emendas de todos os Senadores apenas na primeira ou na única Comissão
constante do despacho, pelo prazo de cinco dias úteis. Se mais de uma
Comissão tiver que se manifestar a respeito do projeto, os prazos correm
concomitantemente. Para emitir parecer, esses órgãos técnicos têm vinte e
cinco dias. Caso não cumpram esse prazo, a matéria será incluída na Ordem
do Dia e receberá parecer em plenário.

Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação


sobre o projeto, quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na
Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos
(exceção feita às medidas provisórias, que têm precedência) até que se
ultime sua votação, que se dará por maioria simples, se for projeto de lei
ordinária, ou por maioria absoluta, se for de lei complementar.

PROJETO DE LEI DO SENADO - PLS (lei complementar) (iniciativa de


Senador)

Vamos ver o passo a passo?

1. Lido no Período do Expediente da sessão, o projeto é encaminhado às


Comissões, que têm o prazo regimental (CCJ - vinte dias úteis; demais
Comissões - quinze dias úteis) para emitir parecer. Uma vez aprovado pela
Comissão, o parecer é remetido à Mesa para leitura em plenário, quando é
numerado e determinada sua publicação em avulsos, como qualquer outra
matéria dentro do Legislativo. É iniciado o prazo de cinco dias úteis para
recebimento de emendas perante a Mesa.

2. Caso existam emendas, o projeto volta para as Comissões (o prazo é


de quinze dias úteis) para receber parecer sobre elas. Só depois estará
pronto para ser agendado na Ordem do Dia. Não existindo emendas, desde
já está pronto para entrar na pauta de deliberações.

PROJETO DE LEI DO SENADO (lei ordinária ou complementar)


(iniciativa de Comissão do Senado)

Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a


comissão tiver competência sobre aquela matéria, como o projeto já é de
Comissão, tem início o prazo de cinco dias úteis para recebimento de
emendas perante a Mesa. O projeto só voltará para a Comissão que lhe deu
origem caso receba emendas. Ela, então, terá que se pronunciar a respeito
das mesmas.

Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver


recebido, a matéria encontra-se pronta para ser agendada na Ordem do
Dia.

A diferença entre o projeto de lei ordinária e o projeto de lei


complementar é apenas quanto ao quorum de votação.

Fonte: Agência Senado

PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS) (lei ordinária) (iniciativa de


Senador)
O projeto é lido no Período do Expediente e encaminhado a uma ou mais
Comissões.

As comissões podem apreciar esse tipo de projeto?

A Constituição Federal de 1988 conferiu às Comissões poder de apreciar


terminativamente esse tipo de projeto, ou seja, a regra geral é que esse
projeto não venha a ser apreciado pelo Plenário do Senado, ficando apenas
no âmbito das Comissões. Esse procedimento, além de desafogar o
Plenário, agiliza a tramitação das matérias, sem, no entanto, prejudicar sua
análise. Nesse caso, todos os Senadores, mesmo aqueles que não
pertencem àquelas Comissões do despacho, podem apresentar emendas,
pelo prazo de cinco dias úteis, perante a primeira ou a única Comissão que
deve emitir parecer.

Como para todas as matérias que dependem de parecer, o Presidente da


Comissão designa um Relator, que terá a metade do tempo de que dispõe a
Comissão para apresentar seu relatório sobre a matéria. Uma vez
apresentado o relatório, qualquer Senador, ou todos os Senadores membros
da Comissão, podem pedir vista do processo, que pode ser concedida por
até cinco dias úteis. Esse prazo corre em conjunto para todos. O Senador
pode devolver o processo com ou sem manifestação. Se houver
manifestação, ela recebe a nomenclatura de voto em separado.

Poder Terminativo - prerrogativa das comissões permanentes de


discutir e votar projetos de lei, dispensada a competência do Plenário, o
qual só se manifesta se houver recurso de 10% dos membros da Casa
nesse sentido. Essa prerrogativa é definida pela Mesa, quando é feita a
distribuição das proposições.

A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o


parecer, mas o próprio projeto. Ela decide sobre a matéria e comunica o
fato ao Presidente da Casa, que dará ciência ao Plenário. Terá início, então,
o prazo de cinco dias úteis para que 1/10 dos Senadores (nove) possa
apresentar recurso, no sentido de que a matéria venha a ser apreciada pelo
Plenário, acabando, desta forma, com o poder terminativo da Comissão. Se
não receber recurso, a matéria vai diretamente à Câmara, para que aquela
Casa faça revisão. Se receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis
para encaminhamento de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está
pronta para a Ordem do Dia. Com emendas, volta para a Comissão, para
parecer sobre elas, como em todos os outros casos que já estudamos. Dado
o parecer pela Comissão, lido e numerado em plenário, o projeto está
pronto para a Ordem do Dia, quando é discutido e votado em turno único,
necessitando apenas de quorum de maioria simples para sua aprovação.
Aprovado, vai à Câmara dos Deputados para revisão.

Se a Câmara apresentar alterações ao projeto, essas alterações


voltam ao Senado para exame. Aquilo que o Senado aprovar vai à
sanção do Presidente da República.

PROJETO DE CÓDIGO

Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de
projetos de lei que, uma vez aprovados em ambas as Casas, são enviados à
sanção do Presidente da República. O projeto é lido no Período do
Expediente de uma sessão, oportunidade em que o Presidente designará
uma comissão temporária composta de onze membros para seu estudo e
fixará o calendário de sua tramitação.

Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu


Presidente e Vice-Presidente, sendo, em seguida, designado um relator-
geral e tantos relatores parciais quantos necessários. Ao projeto principal
são anexados os outros que se encontrem em tramitação e que envolvam a
mesma matéria. As emendas são apresentadas perante a comissão, que
deve emitir parecer sobre todos os projetos e emendas.

Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na


Ordem do Dia com exclusividade, obedecido o interstício regimental como
nas demais matérias. Em plenário, o projeto é discutido e votado em turno
único de discussão e votação, aprovado por maioria simples, em votação
pública simbólica.

O interstício é contado por sessões ordinárias ou por dias úteis,


conforme determinam os regimentos internos de cada Casa (exemplo: é de
três dias úteis, no Senado, e de duas sessões, na Câmara, o interstício
entre a distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e o início da
discussão ou votação correspondente).

No Congresso Nacional, há projetos de lei a serem apreciados em


sessão conjunta, como é o caso das matérias orçamentárias. Esse assunto
será estudado em outra oportunidade.

Síntese
Vimos, nesta Unidade, um pouco da tramitação, no Senado, dos
projetos de lei apresentados em Casas separadas.
Referência:
CF - arts. 48; 58, § 2º, I; 59; 61; 65 a 67; 69.
RISF - arts. 90; 91; 92; 97 a 104; 118 a 122; 126; 127; 129 a 133;
136;137; 211; 213; 236 a 240; 243 a 246; 249; 250; 280; 328 a 331;
374.
RCCN – arts. 134; 136 a 140; 142; 143.
Unidade 2 - Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

Continuaremos nesta UNIDADE com matérias analisadas na Câmara e no


Senado separadamente.

B) PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (PDS)

Outra matéria analisada na Câmara e no Senado, separadamente, é o


projeto de decreto legislativo, que pode ser iniciado em uma ou outra Casa.
Os assuntos constantes do art. 49 da Constituição Federal tramitam no
Congresso sob a forma de projeto de decreto legislativo. Uma vez concluída
a análise do projeto em ambas as Casas, o Presidente do Senado promulga-
o.

Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara
é lido no Período do Expediente da sessão e despachado a uma ou mais
Comissões. Com exceção do PDS sobre radiodifusão, em regime de
urgência constitucional, os demais PDS têm tramitação normal, a menos
que recebam urgência através de requerimento, como ademais pode
acontecer com outras matérias.

No PDS sobre radiodifusão ou sobre tratados, acordos e atos


internacionais, as emendas devem ser apresentadas perante a Comissão a
que for distribuído. Depois, a Comissão tem os prazos regimentais para
emitir seu parecer sobre o projeto e eventuais emendas.

Os projetos de decreto legislativo relativos a radiodifusão, por força


constitucional - art. 223 -, têm o prazo de tramitação, na Câmara e no
Senado, de quarenta e cinco dias em cada Casa, consecutivamente. O
Presidente da República envia à Câmara dos Deputados uma mensagem.
Aquela Casa analisa o processo e elabora o projeto de decreto legislativo
correspondente. Uma vez aprovado, o projeto é enviado ao Senado, onde a
matéria é despachada à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática - CCT (Resolução nº 1, de 2007). Inicia-se,
então, o prazo de cinco dias úteis para que os Senadores apresentem
emendas. Por força de aprovação, pelo Plenário do Senado, em 25.03.03,
do Parecer nº 34, de 2002, da CCJ, esse projeto de decreto legislativo
passa a tramitar em apreciação terminativa na Comissão. Depois de
aprovado o projeto na Comissão, seu Presidente oficia ao Presidente da
Casa. Lido o parecer no Período do Expediente, numerado e publicado,
inicia-se o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso por 1/10 dos
Senadores. Se não houver recurso, o Presidente do Senado promulga o
decreto legislativo. Se for apresentado recurso, a matéria será incluída na
Ordem do Dia para deliberação pelo Plenário. Em caso de não renovação de
concessão ou permissão, a matéria não tramitará com caráter terminativo
na Comissão.

Sobre os PDS de tratados, acordos ou atos internacionais: esses


projetos só terão iniciado o curso de sua tramitação no Senado se estiverem
acompanhados de cópia autenticada do texto, em português, do ato
internacional respectivo, bem como da mensagem de encaminhamento e da
exposição de motivos. Lidos no Período do Expediente, são publicados e
distribuídos em avulsos, como de resto qualquer outra matéria, e
despachados à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, perante
a qual todos os Senadores podem apresentar emendas no prazo de cinco
dias úteis. A Comissão tem o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por
igual período, para opinar sobre o projeto. Publicados o parecer e as
emendas, que também serão distribuídos em avulsos, e decorrido o
interstício regimental, a matéria será incluída na Ordem do Dia. Caso não
seja emitido o parecer pela Comissão, e se faltarem dez dias ou menos para
o término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar sobre o ato em
questão, o projeto é incluído na Ordem do Dia para receber parecer em
plenário por relator designado pelo Presidente da Casa. Como os outros
projetos de decreto legislativo, uma vez aprovado em ambas as Casas do
Poder Legislativo, o decreto legislativo dele oriundo é promulgado pelo
Presidente do Senado.

Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49,
XV: autorizar referendo e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98,
dispõe que para dar início a esse projeto é necessário que 1/3 dos
Senadores o assinem. Quanto às demais etapas de tramitação, equivale a
um outro PDS em rito normal, com aprovação por maioria simples.

Há outros casos de PDS, como, por exemplo, o destinado a sustar atos


do Poder Executivo (CF, art. 49, V). Depois de submetido à Comissão
competente que emitirá parecer sobre a matéria, esse parecer será lido em
Plenário, numerado e publicado no DSF e em avulsos. A seguir, tem início o
prazo de cinco dias úteis para que a Mesa receba emendas. Se não houver
emendas, o projeto está pronto para agendamento na Ordem do Dia. Caso
sejam apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar parecer.
Depois que o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado,
observado o interstício regimental de três dias úteis entre sua publicação e
o início da discussão da matéria, o projeto pode ser incluído na Ordem do
Dia.

Referência:
CF - arts. 49.
RISF - arts. 211; 213; 280; 281; 288, IV; 294; 375; 376.

C) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS) - Apreciado somente


pelo Senado (Não é submetido à revisão pela Câmara dos Deputados)
Existem vários tipos de projeto de resolução. Vejamos:

I. Alteração do Regimento Interno do Senado (RISF):

a) O RISF pode ser alterado por iniciativa de qualquer Senador ou da


Comissão Diretora.

Como toda proposição legislativa, o projeto


é lido no Período do Expediente. É aberto
prazo de cinco dias úteis para recebimento de
emendas perante a Mesa. Havendo ou não
emendas, o projeto é remetido à CCJ e, em
seguida, à Comissão Diretora (CDIR). Caso o
projeto seja de origem da própria CDIR, o
projeto só voltará a ela se tiver recebido emendas. Uma vez que já tenham
sido dados os pareceres, eles são lidos no Período do Expediente,
numerados e publicados no DSF e em avulsos para distribuição aos
Senadores. Esse é o procedimento usual. Decorrido o interstício regimental,
o projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia para turno único de
discussão e votação.

b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse


segundo caso, é constituída uma comissão temporária especial de
Senadores aprovada pelo Plenário, destinada a analisar e elaborar um
projeto de resolução. Dessa comissão deverá fazer parte um membro da
Comissão Diretora. Uma vez lido o projeto em plenário, tem início o prazo
de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Recebendo
ou não emendas, o projeto vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à
Comissão Especial para emissão de parecer. Os pareceres são lidos no
Período do Expediente, numerados e publicados. Depois do interstício
regimental, o projeto pode ser agendado na Ordem do Dia.
II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em
parte, lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como
conclusão de seu parecer a um Ofício S (Senado) sobre a matéria que foi
enviada ao Senado pelo STF. Essa matéria tramita somente no Senado e
tem caráter terminativo na CCJ.

Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada
pela Comissão, seu Presidente comunica o fato, através de ofício, ao
Presidente da Casa, que dá ciência ao Plenário, no Período do Expediente.
Inicia-se o prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso por 1/10
de Senadores. Se não houver recurso, como a matéria é de competência
privativa do Senado, o Presidente da Casa promulga a resolução. Se houver
recurso, a matéria ainda deve ser apreciada pelo Plenário do Senado. Antes
de ir a plenário, abre-se prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de
emendas à Mesa. Sem emendas, passado o interstício regimental, o projeto
pode ir para a Ordem do Dia. Com emendas, volta à CCJ para, só depois do
parecer emitido, lido, numerado e publicado, ser incluído na Ordem do Dia.

Tipos de projeto de resolução

III. A Comissão de Assuntos Econômicos apresenta projeto de resolução


como conclusão de seu parecer, quando do exame de matérias financeiras
como pedido de autorização para operações externas de interesse da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou de aval
em contratação de operação de empréstimo externo por entidade
autárquica subordinada aos governos Federal, Estadual ou Municipal. O
processo, que tem início com a documentação encaminhada pelo Banco
Central, recebe a denominação, no Senado, de Ofício S, e vai à CAE para
parecer. Uma vez lido o Projeto de Resolução (objeto de parecer da CAE)
em plenário, numerado e publicado, tem início o prazo de cinco dias úteis
para emendas. Sem emendas, vai à Ordem do Dia; com emendas, à CAE
para parecer, que será lido, numerado e publicado para posterior inclusão
na Ordem do Dia.

IV. A Comissão de Assuntos Econômicos:

 por proposta do Presidente da República, apresenta projeto de


resolução como conclusão de seu parecer, fixando limites globais
para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do DF
e dos Municípios;
 por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do
Senado, apresenta à Comissão, em conclusão de seu parecer, PRS
estabelecendo alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação, devendo ser aprovado por maioria
absoluta de votos do Plenário do Senado;
 por iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, a CAE apresenta,
também, em conclusão de parecer, PRS que, para ser aprovado,
precisa da maioria absoluta de votos favoráveis da Casa,
estabelecendo alíquotas mínimas nas operações internas; por
iniciativa da maioria absoluta dos membros do Senado, a CAE ainda
apresenta PRS em conclusão de seu parecer, que deve ser aprovado
por 2/3 da composição da Casa, fixando alíquotas máximas nas
operações internas para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados e do DF.

Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro


projeto de resolução advindo de conclusão de parecer. Lido no Período do
Expediente, é numerado e publicado, ficando sobre a Mesa para
recebimento de emendas durante cinco dias úteis. Com emendas, o projeto
volta à CAE para parecer antes de ser agendado. Sem emendas, já estará
pronto para o agendamento.

Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre


limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos Estados, DF e Municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo poder público federal; ou dispondo sobre limites
e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno; ou estabelecendo limites globais e condições para o
montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda,
fixando alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e
doação de quaisquer bens ou direitos.

Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em


vista já ser ele da Comissão, inicia-se o prazo para encaminhamento de
emendas à Mesa. O projeto somente voltará à CAE, se receber emendas.
Caso contrário, já está pronto para a Ordem do Dia, respeitado o interstício
regimental.
Unidade 3 - Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS


SEPARADAS)

D) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)

Quem pode dar início a uma proposta de emenda à Constituição?

Um terço de Deputados, na Câmara; um terço de Senadores, no


Senado; o Presidente da República, na Câmara; e mais da metade das
Assembleias Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela sua maioria relativa, no Senado ou na Câmara.

No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma


PEC. Se algum Senador apuser sua assinatura e especificar que é para
apoiamento, essa assinatura não é computada como de autor. Significa que
o Senador apoia a iniciativa de se apresentar uma proposta para debater
determinado assunto, mas que não quer ser autor.

A PEC - quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados - é


lida no Período do Expediente e despachada, individualmente, à Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania, que tem até trinta dias úteis para
emitir seu parecer. Lá, seus membros podem apresentar emendas. Caso a
Comissão conclua seu parecer aprovando alguma emenda, esta deverá
conter também vinte e sete assinaturas.
Após a leitura em plenário, o parecer é numerado e publicado no Diário
do Senado Federal e em avulsos. Decorrido o interstício, que, neste caso, é
de cinco dias, a matéria pode ser incluída na Ordem do Dia para cinco
sessões deliberativas ordinárias consecutivas de discussão em primeiro
turno. Durante esse período, poderão ser oferecidas emendas em plenário
também por, no mínimo, vinte e sete Senadores.

Se a Comissão não emitir parecer no prazo nem requerer sua


prorrogação, o Presidente da Casa pode incluir a matéria na Ordem do Dia,
para que o relator designado pelo Presidente profira oralmente o parecer.

Encerrada a discussão sem recebimento de emendas, a PEC será votada


em primeiro turno, com o quorum qualificado de 3/5 de votos favoráveis
(49 votos "sim"). Se houver emendas, será necessário que a CCJ emita
parecer sobre elas. Após a leitura e publicação desse novo parecer, a PEC
está pronta para ser votada em primeiro turno, juntamente com as
emendas.

O interstício entre o primeiro e o segundo turnos é de, no mínimo,


cinco dias úteis. Vencido esse prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia
para um segundo turno de discussão (três sessões ordinárias) e votação,
sendo aprovada também por nova deliberação por 3/5 de votos favoráveis.
Durante a discussão, vinte e sete Senadores, no mínimo, podem apresentar
emendas que não envolvam o mérito. E o procedimento é o mesmo para
todas as matérias: sem emendas, pode ser votada em segundo turno; com
emendas, vai à CCJ para parecer, antes de ir à votação em segundo turno.
A CCJ tem cinco dias improrrogáveis para isso.

Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta
a redação final no prazo de três dias, a qual será votada com qualquer
número, independentemente de sua publicação.
Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de
origem da Câmara e tiver sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver
sofrido alteração no Senado, o Presidente do Senado convoca sessão solene
do Congresso Nacional, para que as Mesas das duas Casas promulguem a
emenda constitucional.

A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não


pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Uma outra
limitação constitucional a respeito deste assunto é a proibição de que seja
apresentada PEC tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto
direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos
e garantias individuais, que constituem as cláusulas pétreas, ou seja,
aquelas que não podem ser modificadas por meio das formas secundárias
de alteração constitucional (emenda ou revisão). Apenas o poder
constituinte originário (uma nova Assembleia Constituinte) teria
competência para tanto.

Referência:
CF - arts. 5º e 60

RCCN - arts. 1º, 85. RISF - 354 a 373..


Unidade 4 - Proposições Legislativas

E) REQUERIMENTO - Apreciado somente pelo Senado (não há revisão


pela Câmara dos Deputados)

Há diversos tipos de requerimento. Citaremos alguns exemplos:

 adiamento da discussão;

 adiamento da votação;

 comparecimento de Ministro de Estado;

 constituição de comissão temporária;

 destaque para aprovação de emenda;

 destaque para rejeição de dispositivo do projeto;

 destaque para rejeição de emenda;

 destaque para votação em separado de parte do projeto, de emenda


ou de parte de emenda;

 dispensa de discussão;

 dispensa de interstício e prévia distribuição de avulsos para inclusão;


 da matéria em Ordem do Dia;

 dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação


pelo Plenário;

 encerramento da discussão;

 esclarecimento sobre atos da administração da Casa;

 extinção de urgência;

 homenagem de pesar;

 inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;

 inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;

 informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares


de órgãos diretamente vinculados à Presidência da República;

 inversão da Ordem do Dia;

 leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;

 licença para exercer missão no País ou no exterior;


 licença para tratar de interesses particulares.

E) REQUERIMENTO - APRECIADO SOMENTE PELO SENADO (Não há


revisão pela Câmara dos Deputados)

Há diversos tipos de requerimento. Outros exemplos:

 licença para desempenhar missão política ou cultural de interesse


parlamentar;
 licença para se ausentar dos trabalhos, a serviço do Senado;
 não realização de sessão em determinado dia;
 permissão para falar sentado;
 preferências diversas;
 prorrogação de prazo para apresentação de parecer;
 prorrogação do tempo regimental da sessão;
 realização de sessão especial;
 realização de sessão secreta;
 reconstituição de proposição;
 remessa a determinada comissão de matéria despachada a outra;
 retificação de ata;
 retirada de proposição em curso no Senado;
 sobrestamento de estudo de proposição;
 tramitação em conjunto de dois ou mais projetos em curso no
Senado regulando a mesma matéria;
 transcrição de documentos do Diário do Senado Federal;
 urgências;
 verificação de votação;
 votação do projeto em partes;
 votação em globo ou por grupos de dispositivos das emendas da
Câmara dos Deputados a projeto do Senado Federal;
 votação nominal;
 voto de aplauso, censura ou semelhante.
Outros requerimentos não previstos expressamente no Regimento
podem ser apresentados. Nesse caso, a decisão cabe ao Presidente após
submeter o requerimento a votos no Plenário.

Nas sessões conjuntas do CN, a maioria dos requerimentos deve ser


apresentada por líderes. Como não há previsão de requerimento de
urgência, utilizam-se os regimentos subsidiários, ou seja, do Senado e da
Câmara, nessa ordem.

Referência:

RISF - arts. 14, X, b; 75; 202, II; 214; 216; 218; 220; 221; 222; 235;
242; 279; 315; 336; 339 a 343; 397, I.
RCCN - arts. 23; 29; 39 a 42; 50.

F) PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

A proposta pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à


Comissão, com específica indicação do ato e fundamentação da providência
objetivada. (RISF, art. 102-B, I)
O relator designado apresentará parecer prévio quanto à oportunidade e
conveniência da proposta e quanto ao alcance jurídico, administrativo,
político, econômico, social ou orçamentário do ato impugnado.

Relatório final será encaminhado, conforme o caso, à Mesa, ao Ministério


Público, à Advocacia-Geral da União, ao Poder Executivo, à comissão
permanente que tenha pertinência, à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO ou ao TCU.

G) INDICAÇÃO

Corresponde a uma sugestão de Senador ou Comissão para que o


assunto nela focalizado seja objeto de providência ou de estudo pelo órgão
competente da Casa, com a finalidade de seu esclarecimento ou de uma
formulação de proposição legislativa. Por exemplo: as alas do Senado
receberam nome de Nilo Coelho, Alexandre Costa, Teotônio Vilela, Rui
Carneiro, Filinto Müller; o Pavilhão do Serviço Médico recebeu o nome de
Lourival Baptista. Foram feitas tais homenagens através de indicações.

H) PARECER

Os pareceres que vimos até agora são instrumento de instrução de outra


matéria, não têm vida própria. Os pareceres que constituem proposição
legislativa devem ser discutidos e votados.

E quais são eles? Exemplos:

 para escolha de autoridade;


 por consulta do Presidente da Casa.

I) EMENDA
São proposições secundárias que não têm vida própria, pois estão
vinculadas a uma proposição principal. Por isso, seguem o rito, o quorum e
o tipo de votação dessa proposição principal.

Há três instâncias para apresentação de emendas:

 nas Comissões;
 perante a Mesa;
 no Plenário.

A PEC recebe emendas na CCJ, por seus membros, e, no Plenário, por


1/3 dos Senadores.

Referência:
RISF - arts. 102-A, B, C, D; 211; 224 a 240.
Unidade 5 - Proposições Legislativas

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO


NACIONAL

A) VETO PRESIDENCIAL

Todos os projetos de lei, inclusive o de conversão de uma medida


provisória, uma vez aprovados pelo Poder Legislativo, são encaminhados ao
Presidente da República para sua manifestação. Este tem um prazo de até
quinze dias úteis para manifestar-se, no sentido do acordo (sanção) ou do
desacordo (veto), que pode ser, neste último caso, total ou parcial. Após o
prazo mencionado, se o Presidente não se pronunciar, o projeto de lei é
considerado como tendo sido tacitamente sancionado (sanção tácita).
Entretanto, o veto deverá ser aposto em texto integral de artigo ou de
parágrafo ou item, e nunca sobre expressão.

Em caso de o projeto ser considerado inconstitucional ou contrário ao


interesse público, no todo ou em parte, o Presidente poderá vetá-lo,
fazendo publicar suas razões no Diário Oficial da União com comunicação do
fato ao Presidente do Senado, que dará ciência aos parlamentares em
sessão conjunta, no prazo de 72 horas. Na mesma oportunidade, será
designada comissão composta por três Senadores e três Deputados para
emitir relatório sobre o veto. É de todo conveniente que dessa comissão
participem os relatores da matéria em cada uma das Casas.

A Constituição prevê prazo de trinta dias para que o Congresso decida


sobre o veto, que só pode ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma
das Casas, em votação aberta. Nesse caso, o Presidente do Senado
comunicará o resultado da votação ao Presidente da República,
encaminhando-lhe o projeto para promulgação e publicação.
Se o veto, entretanto, não for apreciado pelo Congresso, em sessão
conjunta, no prazo de trinta dias, o § 6º do art. 66 da Constituição
determina que as demais matérias sejam sobrestadas, tais como os
projetos de lei sobre temas orçamentários (LDO, LOA, PPA e créditos).

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO


NACIONAL

B) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO CONGRESSO (PRN)

I - Assim como no Senado, para se alterar o Regimento Comum, no caso


do Congresso, o instrumento legislativo utilizado é o projeto de resolução,
de iniciativa das Mesas do Senado e da Câmara ou por iniciativa de cem
parlamentares, sendo no mínimo oitenta Deputados e vinte Senadores.

Em ambos os casos (iniciativa parlamentar ou das Mesas), o projeto é lido e


numerado no Expediente de uma sessão conjunta e publicado no Diário do
Congresso Nacional e em avulsos. Esse procedimento é o mesmo para todas
as proposições, quer no Senado quer no Congresso.

Se for de iniciativa das Mesas, o Presidente do Senado convoca sessão


conjunta para iniciar sua discussão e votação em turno único, podendo
qualquer parlamentar apresentar emendas em plenário, até o encerramento
da discussão. Se tiver emendas, o projeto volta às Mesas para parecer
sobre elas. Havendo concordância das Mesas, o parecer pode ser único,
com relator único. Uma vez emitido parecer, a matéria estará pronta para a
Ordem do Dia, em fase de votação.

Se for de iniciativa de parlamentares, o projeto vai às Mesas para


parecer, que poderá ser único. Após publicação, o projeto pode entrar na
Ordem do Dia, recebendo emendas também durante a discussão. Se tiver
emendas, volta às Mesas para parecer, após o que retorna ao plenário em
fase de votação.
Depois de aprovado o projeto, o Presidente do Senado (nesse caso,
Presidente da Mesa do CN) promulga a resolução decorrente.

II - Também é por intermédio de projeto de resolução que o Congresso


delega ao Presidente da República poderes para legislar sobre determinado
assunto: é a lei delegada.

O processo tem início quando o Presidente da República remete ao


Presidente do Senado o pedido de autorização do Congresso Nacional para
baixar lei. O Presidente do Senado convoca, no prazo de setenta e duas
horas, sessão conjunta para que o Congresso tome conhecimento da
proposta. Nessa mesma sessão, a matéria é distribuída em avulsos e é
constituída uma comissão mista paritária, composta de onze Senadores e
onze Deputados, para emitir parecer sobre a proposta, concluindo com a
apresentação de um projeto de resolução, no qual será especificado o
conteúdo da delegação, os termos para o seu exercício e o prazo, que não
deve ser superior a quarenta e cinco dias, para que o Presidente da
República promulgue e publique a lei.

Esse projeto de resolução pode conter, ainda, a obrigatoriedade de o


Presidente da República enviar ao Congresso a proposta de lei, para que
este examine se está dentro dos limites delegados. Nesse caso, o parecer
da comissão mista se restringirá a estar de acordo ou não com os termos do
projeto, não cabendo emendas.

Em ambos os casos, o projeto de resolução é discutido e votado no


plenário, em sessão conjunta. Uma vez aprovado, o Presidente da Mesa do
CN promulga a resolução e comunica o fato ao Presidente da República,
que, devidamente autorizado pelo Congresso, editará a lei delegada.
Não cabe delegação sobre matéria de competência exclusiva do
Congresso Nacional ou de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, bem como sobre organização dos juízos
e tribunais e as garantias da Magistratura, sobre nacionalidade,
cidadania, direito eleitoral e matérias orçamentárias.

Referência:

CF - arts. 59; 66; 68.


RCCN - arts. 10; 104; 116 a 130.

PROPOSIÇÕES APRECIADAS EM SESSÃO CONJUNTA DO CONGRESSO


NACIONAL

C) MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA

Ainda são tratados em sessão conjunta do Congresso Nacional os


projetos de lei referentes à matéria orçamentária:

 projeto de lei do plano plurianual (PPA);


 projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO);
 projeto de lei do orçamento anual da União (LOA);
 projetos de lei de créditos adicionais (créditos suplementares,
créditos extraordinários, créditos especiais).
Esses projetos de lei são de iniciativa vinculada ao cargo de Presidente
da República, e a Constituição estabelece prazos para que ele os remeta ao
Congresso.

Assim, o projeto de PPA tem que estar no Congresso até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do
Presidente da República (31 de agosto) e deve ser devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa ordinária (22 de dezembro)
correspondente. O PPA tem vigência de quatro anos. No primeiro ano de
mandato, o Presidente da República trabalha com o Plano Plurianual do
Presidente anterior e encaminha ao Congresso o seu próprio plano, que
vigorará durante os restantes três anos de seu mandato e durante o
primeiro ano do mandato do Presidente subsequente.

A LDO é uma lei que vigora durante um ano. O projeto deve ser
encaminhado ao Congresso até oito meses e meio antes do encerramento
do exercício financeiro (15 de abril), e o Congresso o devolve para sanção
até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa ordinária (17
de julho). Se o Congresso não deliberar sobre a matéria até essa data, a
sessão legislativa não é interrompida, ou seja, não há recesso parlamentar
até que se ultime a deliberação.

A LOA também é uma lei de vigência anual. O projeto correspondente


deve ser encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido à sanção até o encerramento
da sessão legislativa ordinária (22 de dezembro).

Quanto aos créditos adicionais, o prazo-limite para que o Poder


Executivo os envie ao Congresso é estipulado na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
As mensagens do Presidente da República encaminhando esses projetos
são recebidas pelo Presidente do Senado e encaminhadas à Comissão Mista
de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) no prazo de quarenta
e oito horas após sua comunicação às duas Casas Casas do Congresso, para
que a comissão emita seu parecer.

No plenário da sessão conjunta, a deliberação sobre essas matérias


ocorre em turno único de discussão e votação, sendo aprovadas em votação
pública simbólica, por maioria simples de votos em cada Casa, resguardado
o direito de votação nominal por requerimento ou por pedido de verificação
de votação.

A votação do projeto de lei é feita nos termos do parecer que vier da


CMO, sendo ele conclusivo e final com respeito às emendas, salvo
requerimento para que elas sejam submetidas ao Plenário do Congresso,
devendo tal requerimento ser assinado por no mínimo 1/10 de
congressistas (60 assinaturas) e apresentado à Mesa do Congresso até o
dia anterior ao estabelecido para a discussão da matéria em plenário.

A CMO ainda examina as contas prestadas pelo Chefe do Poder


Executivo, que inclui, além das suas, as dos Presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Poder Judiciário (STF, STJ, Tribunais
Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, Tribunais Eleitorais, Tribunais
Militares e as contas do Chefe do Ministério Público).

A Comissão conclui seu parecer apresentando um projeto de decreto


legislativo, ao qual podem ser apresentadas emendas perante a Comissão.
Tão logo esses órgãos enviem ao Congresso as suas contas, elas são
enviadas ao TCU para que emita parecer prévio e, no prazo de 60 dias, o
encaminhe ao Congresso.
No início dos trabalhos do segundo período de cada sessão legislativa
(agosto), a Comissão realiza audiência pública com o Ministro-Relator do
TCU, para que ele faça uma exposição sobre esse parecer prévio. É com
base nesse documento e nessas informações que a comissão elaborará seu
parecer.

Referência:

CF - 51; 71; 84.


RISF - arts. 235, II, b.
RCCN - arts. 89 a 103; 142; 143; Resolução nº 1, de 2006-CN.
Unidade 6 - Medidas Provisórias

MEDIDAS PROVISÓRIAS - Apreciadas separadamente em cada Casa


(desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 32, DE 2001)

Nesta Unidade 6, vamos estudar as medidas provisórias, que, depois da


Emenda Constitucional nº 32, de 2001, são analisadas em Comissão Mista,
mas apreciadas em Casas separadas, começando sempre pela Câmara dos
Deputados.

Uma vez editada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial


da União, a Presidência da Mesa do Congresso Nacional dispõe de 48 horas
para publicar e distribuir os avulsos da proposição e para designar a
Comissão Mista que irá emitir parecer sobre ela.

Essa Comissão é integrada por 12 senadores e 12 deputados, e igual


número de suplentes, indicados pelos líderes partidários, segundo a
proporcionalidade. Caso as bancadas minoritárias não consigam vaga na
Comissão, por terem um número pequeno de parlamentares, a elas é
destinada uma vaga em cada Casa. Se houver mais que uma bancada
nessa situação, haverá rodízio no uso dessa vaga suplementar. Esse
princípio de vaga suplementar é válido para todas as Comissões Mistas. Se
a Medida Provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário ao
orçamento da União, ela será encaminhada à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, recentemente,


limitar a interpretação que o Poder Executivo vinha tendo sobre
a edição de medidas provisórias em matéria orçamentária. De
acordo com o STF, somente cabe medida provisória em caso de
créditos extraordinários para atender despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública. Essa decisão, aliás, apenas espelha o que
está expresso no § 3º do art. 167 da Constituição, mas precisou
ser ratificada pela Corte.

Na Comissão, seu Presidente designará um relator, que deverá ser um


parlamentar pertencente à Casa diversa da sua, e um relator-revisor,
pertencente à Casa diversa da do relator e, preferencialmente, do mesmo
partido que o do relator. Para emitir o parecer, a Comissão dispõe de até 14
dias, a contar da data da publicação da Medida Provisória no Diário Oficial,
sendo que, nos seis primeiros dias, qualquer parlamentar pode apresentar
emendas à MP. Nesse prazo de recebimento de emendas, se um
parlamentar tiver algum projeto tramitando, ele pode solicitar à Comissão
que ele tramite em conjunto com a MP, sob forma de emenda. Ao final da
tramitação da MP, esse projeto será declarado prejudicado, exceção feita no
caso de a MP ter sido rejeitada por inconstitucionalidade. Nesse caso, o
projeto retorna à tramitação normal.

A Comissão, ao emitir seu parecer, falará sobre a relevância e urgência


da Medida Provisória, sobre seu mérito e sobre sua adequação financeira e
orçamentária. Aprovado o parecer na Comissão, o processo será
encaminhado à Câmara dos Deputados, que terá até o 28º dia da vigência
da MP para deliberar.

Caso a Comissão não emita seu parecer até o 14º dia, o processo será
mesmo assim encaminhado à Câmara. Nesse caso, o parecer será oferecido
em Plenário, pelo relator ou pelo relator-revisor.

A matéria é deliberada em um só turno de discussão e votação, por


maioria simples. Caso tenha sido aprovada, será remetida ao Senado, que
terá até o 42º dia de vigência para deliberar. Se o Senado aprovar
emendas, essas retornarão à Câmara, que disporá de 3 dias para apreciá-
las.

A medida provisória tem vigência de 60 dias, sendo prorrogado esse


prazo, pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional, por igual período,
caso não tenha sido apreciada. Esses prazos não são contados durante o
recesso parlamentar.

Se a Medida Provisória não for apreciada em 45 dias, entra em regime


de urgência, sobrestando todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando.

Caso o prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, tenha se


esgotado sem que tenha havido apreciação, a Medida Provisória perde a
eficácia, devendo o Presidente da Mesa do Congresso comunicar o fato ao
Presidente da República. Nessa situação, no caso de ela ter sido rejeitada
ou ainda no caso de se aprovar um projeto de lei de conversão, a Comissão
Mista deve elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as relações
jurídicas decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto legislativo
não for editado em até 60 dias após a rejeição ou a perda da eficácia da MP,
essas relações jurídicas continuarão sendo reguladas pela Medida
Provisória, mesmo que ela não esteja mais em vigor.

A Medida Provisória pode ser aprovada nos mesmos termos em que foi
editada pelo Presidente da República. Nesse caso, o Presidente da Mesa do
Congresso a promulga, e o texto é enviado para publicação como lei.
Se, entretanto, houver alterações à MP, é apresentado um projeto de lei
de conversão que, se aprovado, deverá ir à sanção do Presidente da
República, como qualquer outro projeto de lei. O Presidente da República
poderá sancioná-lo ou vetá-lo. Neste segundo caso, o veto ainda deverá ser
apreciado pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta.

De acordo com a Emenda Constitucional nº 32, o Presidente da


República não poderá reeditar, na mesma sessão legislativa, Medida
Provisória rejeitada ou que tenha perdido eficácia por decurso de prazo.
Além disso, há vedação de edição de Medida Provisória sobre as matérias
relativas a:

 nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito


eleitoral;
 direito penal, processual penal e processual civil; organização do
Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
seus membros;
 planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos
adicionais e suplementares;
 detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro.

Além disso, é vedada também a edição de MP referente a matéria que


deva ser objeto de lei complementar e de matéria que já tenha sido
disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso, que esteja
pendente de sanção ou veto.

Uma outra restrição prevista na Emenda Constitucional nº 32 diz


respeito à instituição ou elevação de alguns impostos. Uma vez aprovado,
esse tipo de MP só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte.

As medidas provisórias editadas antes da promulgação da Emenda


Constitucional nº 32 continuam em vigor até sua apreciação definitiva pelo
Congresso Nacional, em sessão conjunta, ou até que outra medida
provisória as revogue explicitamente.

A apreciação das medidas provisórias está regulamentada pela


Resolução nº 1, de 2001-CN.

Referência:

CF - arts. 62, com a redação da EC nº 32/2001.


RCCN - Resolução nº 1, de 2001 - CN.
Unidade 7 - Destino das Proposições

Toda matéria, após ser deliberada, tem um destino a seguir.

Pode ser:

 à sanção;
 à promulgação;
 à Câmara dos Deputados;
 ao Senado Federal;
 ao arquivo.

Toda vez que o Congresso Nacional aprova um projeto de lei, ele deve
ser encaminhado ao Presidente da República, nos termos do caput do art.
66 da Constituição, para sua manifestação. Se estiver de acordo, o
Presidente a sancionará; se não, no todo ou em parte, o vetará total ou
parcialmente. Para essa manifestação, o Presidente dispõe de quinze dias
úteis, a partir do recebimento da matéria no Palácio do Planalto.

Esgotado esse prazo sem que o Presidente tenha se manifestado


formalmente em qualquer sentido, haverá a sanção tácita, ou seja, a
transformação automática do projeto em lei.

Assim, a sanção poderá ser formal, quando o Presidente da República


se manifesta, aquiescendo com o projeto; ou tácita, quando ele não se
manifesta dentro do prazo constitucional.

O veto, entretanto, só poderá ser formal. Não existe veto tácito. E o


Presidente tem, por força da Constituição, que apresentar as razões pelas
quais veta o projeto, que só podem ser de duas ordens:
 ordem jurídica - quando o projeto de lei for inconstitucional; e
 ordem política - quando o projeto de lei for contrário ao interesse da
sociedade brasileira.

No caso de sanção tácita, o Presidente ainda dispõe de quarenta e oito


horas para promulgar a lei.

A promulgação sempre ressalta que a lei é eficaz e


produzirá seus efeitos.

Se Sua Excelência não promulgar, enviará a lei ao Presidente do


Senado, que dispõe de outras quarenta e oito horas para promulgá-la; e, se
este também não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.

Existem outros casos de promulgação. Todas as matérias referentes aos


arts. 49, 51, 52, 60, 62, 66 e 223 da Constituição são levadas à
promulgação (sem serem submetidas à sanção do Presidente da República):

 as do art. 49, de competência exclusiva do CN, são tratadas em


projeto de decreto legislativo - o decreto legislativo dele decorrente é
promulgado pelo Presidente do Senado;
 as do art. 51, privativas da CD, são tratadas em projeto de resolução
da Câmara - a resolução dele decorrente é promulgada pelo
Presidente da Câmara dos Deputados;
 as do art. 52, privativas do SF, são tratadas em projeto de resolução
do Senado - a resolução dele decorrente é promulgada pelo
Presidente do Senado;
 as do art. 60 são tratadas em proposta de emenda à Constituição - a
emenda constitucional dela decorrente é promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
 as do art. 62, as medidas provisórias, se aprovadas nos termos em
que foram editadas pelo Presidente da República, são promulgadas
pelo Presidente da Mesa do CN e enviadas ao Presidente da República
para serem publicadas como lei - se sofrerem alteração,
transformam-se em projeto de lei de conversão, que são enviados à
sanção do Presidente da República;
 as do art. 66, os vetos, se forem rejeitadas pelo Legislativo, são
enviadas ao Presidente da República para promulgação e
publicação;
 as do art. 223, referentes à radiodifusão, são tratadas em projeto de
decreto legislativo - o decreto legislativo dele decorrente é
promulgado pelo Presidente do Senado.

Os projetos de lei, de decreto legislativo, as propostas de emenda à


Constituição que têm origem no Senado, uma vez aprovados, vão à
Câmara dos Deputados para revisão.

E matérias de origem da Câmara que vêm ao Senado para revisão e


aqui sofrem alteração de mérito, voltam à Câmara para análise dessas
alterações.

As matérias que têm origem na Câmara vêm ao Senado para revisão.

E as que têm origem no Senado que foram para a Câmara e lá sofreram


alteração de mérito, voltam ao Senado para análise dessas alterações.

Vão ao arquivo as matérias:

 ao final da tramitação total;


 se rejeitadas;
 se retiradas pelo autor e aprovada sua retirada pelo Plenário;
 se prejudicada (por haver perdido oportunidade; em virtude de
prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação);
 ao encerramento da legislatura, nos termos do art. 332 do RISF.

Para o envio de matérias ao Presidente da República, ao Presidente da


Câmara ou ao Presidente do Senado, ou à promulgação, o Senado ou a
Câmara preparam autógrafos, documento oficial que reproduz o que foi
aprovado.

Referência:

CF - arts. 49; 51; 52; 60; 65; 66; 67; 223.


RISF - arts. 246; 254; 256; 264; 332; 334.
RCCN - arts. 104; 134 a 140; 147.

Parabéns! Você chegou ao final do segundo Módulo de estudo do curso


de Processo Legislativo.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça


uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o
seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.


MÓDULO III - ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO – Introdução

Este Módulo III, o último, do curso de Processo Legislativo a Distância,


tem por objetivo apresentar o processo legislativo em si. Aprenderemos
aqui que ele é resultado de atos concatenados e consecutivos.

 Reconhecer as etapas do Processo


Legislativo;
 Identificar os mecanismos corretos da
sequência do processo legislativo;
 Interpretar as diferentes fases do
Processo Legislativo;
 Identificar as comissões integrantes do
Congresso Nacional e distinguir suas
competências;
 Reconhecer os procedimentos gerais de
votação;
 Identificar os Conselhos e Órgãos do
Congresso Nacional e do Senado Federal.
Unidade 1 - Etapas do Processo Legislativo

ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO

A) INICIATIVA

O processo legislativo é resultado de atos concatenados e consecutivos.


O primeiro deles, aquele que deflagra o processo de elaboração de norma
jurídica, é a iniciativa.

O que é a “Iniciativa”?

É o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. A iniciativa


pode ser:

a) Concorrente (art. 61, CF):

Qualquer Membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado


Federal ou do Congresso Nacional, o Presidente da República, o Supremo
Tribunal Federal, os Tribunais Superiores, o Procurador-Geral da República e
os cidadãos em geral podem ter iniciativa de projeto de lei. O Presidente da
República, as Assembleias Legislativas e os Parlamentares podem iniciar
também propostas de emenda à Constituição.

b) Reservada, privativa ou exclusiva:

1. Para o Presidente da República (arts. 61, § 1º, 84, 62 - CF);


2. Para o Supremo Tribunal Federal (arts. 93, 96, II, e 99, I - CF);

3. Para os Tribunais Superiores (art. 96, II - CF).

c) Vinculada (arts. 84, XXIII, e 165 - CF):

Tem caráter obrigatório e compulsório imposto pela própria Constituição.


O Presidente da República deve encaminhar os projetos de lei do Plano
Plurianual (PPA), de diretrizes orçamentárias (LDO), do Orçamento Anual da
União (LOA). O descumprimento de tal obrigatoriedade implica crime de
responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).

O direito de Iniciativa:

O direito de iniciativa do Congressista é exercido perante sua Casa


Legislativa; o do Presidente da República, do STF, dos Tribunais Superiores
e dos cidadãos, perante a Câmara dos Deputados. Entretanto, os projetos
de lei orçamentária têm sua tramitação iniciada e são apreciados por ambas
as Casas em sessão conjunta.

Proposta de emenda à Constituição de iniciativa das Assembleias


Legislativas pode ser iniciada no Senado.

A iniciativa popular é o direito do povo, representado


por uma fração do eleitorado, de interferir na legislação.
Os cidadãos não legislam, mas fazem com que se legisle.
Resulta do desenvolvimento da democracia participativa.
Com relação à iniciativa popular dos Estados, a Constituição Federal legou
à lei sua disciplina (art. 27, § 4º, CF). Para os municípios foi atribuída à lei
orgânica (art. 29, XI, CF).

O poder de iniciativa pode ser exercido individual ou coletivamente.


Assim, quando o Presidente envia ao Congresso projeto de lei ou proposta
de emenda à Constituição, ele o faz individualmente. Senadores ou
Deputados, ao darem início a um projeto de lei, podem fazê-lo individual ou
coletivamente. Entretanto, para iniciarem a tramitação de uma PEC,
obrigatoriamente terão que fazê-lo coletivamente.

Referência:
CF - arts. 22; 24; 25; 29; 30; 32; 48; 49; 51; 52; 61; 84; 93; 127; 128;
165.
RISF - arts. 247; 248; 243; 244; 245; 401.
RCCN - arts. 128; 142; 143.

B) EMENDAMENTO

Esta é a segunda etapa do processo legislativo.

O que entendemos por emenda?

É uma proposição secundária ou acessória de outra. O poder de


emendabilidade é uma faculdade própria de deputados, senadores e demais
órgãos das Casas do Congresso. É também a proposta de um direito novo,
pois muda o texto antigo. Tal faculdade é bastante ampla, proibindo a
Constituição somente a emenda que aumente despesa (art. 63, CF).

O Regimento do Senado classifica a emenda como:

• supressiva;

• substitutiva;

• modificativa; e

• aditiva.

É nessa ordem que elas são votadas.

E qual a função delas?

Acompanhe o quadro:

Emenda supressiva: é a proposição que manda erradicar


qualquer parte de outra.
Emenda substitutiva: é a proposição apresentada como
sucedânea a outra e que tomará o
nome de "substitutivo" quando a
alterar substancialmente no
conjunto.
Emenda modificativa: é a proposição que altera a
proposição inicial sem modificá-la
substancialmente.
Emenda aditiva: é a proposição que acrescenta algo
a outra proposição.
A Câmara dos Deputados ainda dispõe de emenda aglutinativa, que
pode ser apresentada em plenário, para apreciação em turno único, quando
da votação da parte da proposição ou do dispositivo a que ela se refira. É
apresentada pelos autores das emendas objeto de fusão, por um décimo
dos membros da Câmara ou por líderes que representem este número. Nas
sessões conjuntas do Congresso Nacional, esse instrumento propositivo
pode ser utilizado tendo em vista ser o Regimento da Câmara dos
Deputados o segundo subsidiário do Regimento Comum do Congresso
Nacional, em casos de omissão deste, e o Regimento Interno do Senado
Federal, o primeiro subsidiário.

Uma emenda pode alterar substancialmente o texto da proposição


principal?

Sim, como vimos no quadro anterior, tal emenda recebe o nome de


substitutivo. Caso este seja oferecido por Comissão como conclusão de
seu parecer, o substitutivo terá preferência sobre o texto do projeto original
no momento da votação.

Se o substitutivo for oferecido por relator em plenário, a preferência


regimental recai sobre a proposição original. Para que esse substitutivo
tenha preferência é necessário que haja um requerimento de preferência
aprovado pelo Plenário.

Uma emenda também pode ser subemendada?

Sim, porém a prerrogativa é restrita às comissões competentes para o


estudo da matéria ou ao seu relator. Como acessórias às emendas,
evidentemente as subemendas somente podem ser oferecidas quando
houver conexão de matérias, isto é, quando a matéria da emenda
corresponder à da
subemenda a ser apresentada. É a mesma regra em relação à emenda
apresentada a um projeto, como dispõe o art. 230 do RISF.

Toda emenda - e o mesmo vale para a subemenda - deve conter


justificativa (art. 233-RISF), assim como toda proposição legislativa. A
exceção diz respeito aos requerimentos, que, por sua vez, também possuem
sua exceção, ou seja, o requerimento de adiamento da discussão ou da
votação para reexame da Comissão precisa de justificativa.

Há 3 instâncias para emendamento. Relembre-as lendo novamente a


Unidade 10 deste Módulo.

Referência:
RISF - arts. 101, § 2º; 118, § 1º; 122 a 125; 133; 230 a 232; 234; 235;
238; 246; 250; 272; 277; 285 a 287; 300, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X,
XVI e XVIII; 312, II; 313; 354; 358; 374 a 376.
Unidade 2 - Etapas do Processo Legislativo

ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO

C) INSTRUÇÃO

A terceira etapa do processo legislativo é a instrução, ou seja, o


recebimento de parecer.

O que é um parecer?

É o pronunciamento de uma comissão sobre uma matéria - principal


(projeto, proposta) ou acessória (emenda) - sujeita ao seu estudo. O
parecer consubstancia a opinião fundamentada do órgão. Apesar de ser
geralmente escrito, o parecer pode ser proferido oralmente em plenário,
quando a comissão não se manifestar a respeito da proposição no prazo que
lhe é destinado ou caso este prazo venha a ser interrompido por força de
um requerimento de urgência aprovado pelo Plenário.

De caráter instrutório, o parecer só se configura como proposição


legislativa a ser apreciada pelo Plenário quando se referir a votos de
aplauso, censura ou assemelhados, a consultas e a manifestação sobre
indicação de autoridade. Nos demais casos, e são a maioria, parecer é
instrução de proposição.
O Presidente de Comissão designa relator para emitir parecer sobre uma
matéria que a ela tenha sido despachada pelo Presidente da Casa. O relator
tem a metade do prazo de que dispõe a comissão para preparar e
apresentar seu relatório, que é discutido e votado (ressalvados os casos de
matéria com caráter terminativo na comissão, quando é a própria matéria
que é votada). Para parecer sobre as emendas, a comissão dispõe de 15
dias úteis, como regra geral, exceção feita à proposta de emenda à
Constituição, quando a comissão dispõe de até trinta dias úteis. Os projetos
de lei de código têm tramitação especial, como já estudamos.

Após a leitura, e desde que a maioria da comissão se manifeste de


acordo com o relator, o relatório passará a constituir parecer da comissão.
Se o relator for vencido, o Presidente da comissão designará um dos
membros que tenha votado com a maioria para suceder-lhe. Se o relator for
vencido em apenas parte de seu relatório sobre a proposição ou emenda,
poderá permanecer na relatoria, consignando-se o vencido,
pormenorizadamente, no parecer.

C) INSTRUÇÃO

E em caso de haver novo relator?

O novo relator deverá apresentar o parecer vencedor na comissão, na


reunião ordinária imediata, salvo deliberação em contrário. Ao novo relator
dá-se o nome de relator do vencido, responsável por preparar o relatório do
vencido. O texto do ex-relator recebe a denominação de voto vencido em
separado.
Assim, a palavra vencido tem dois significados opostos: 1. Vencedor; e 2.
Perdedor.

Vamos à definição de alguns termos?

Voto em separado: manifestação escrita de senador


membro de comissão, apresentada
após a leitura do relatório pelo
relator da matéria.
Voto vencido em separado: texto do relator original da matéria,
o qual não foi acatado pela
comissão.

Relator do vencido: novo relator designado pelo


Presidente da comissão, em virtude
de o texto do relator original não
ter
sido acatado pela comissão.
Relatório do vencido texto apresentado pelo Relator do
vencido, consignando o pensamento
da comissão.
Votar vencido: voto de senador membro da
comissão, contrário ao texto que foi
por esta acatado.

Os membros da comissão podem:

 dar voto em separado;


 assinar o parecer com restrições, pelas conclusões ou declarando-se
vencidos. Tanto os votos pelas conclusões como os com restrições
são computados como favoráveis.
Uma vez lido o relatório, antes de sua votação, qualquer senador
membro da comissão pode pedir vista do processo. O Presidente a
concederá pelo prazo máximo de cinco dias. Caso haja mais de um pedido
de vista, o prazo corre concomitantemente, devendo o Secretário da
comissão preparar tantas autuações do processo quantas necessárias. Se a
matéria estiver em regime de urgência, a vista somente poderá ser
concedida por meia hora, no caso do art. 336, I, e por vinte e quatro horas,
nos casos do art. 336, II e III. Quando a proposição tiver prazo
determinado, a vista, desde que não ultrapasse os últimos dez dias, pode
ser concedida pelo prazo máximo de vinte e quatro horas.

O Senador que pediu vista pode devolver o processo sem


qualquer manifestação ou com seu ponto de vista a respeito da
matéria?

Sim, ele pode deixar de se pronunciar. Entretanto, poderá optar por


apresentar manifestação escrita sobre a matéria. A essa manifestação dá-se
o nome de voto em separado. Essa manifestação pode estar de acordo
com
o relator ou não, o que pode resultar em proposta alternativa e/ou
emendas. No momento da votação, o texto do relator tem preferência. Caso
seja rejeitado, passa-se à votação dos votos em separado, se houver. Pode
haver preferência para votação de um voto em separado sobre outro, ou
mesmo sobre o relatório do relator.

Os pareceres devem ser conclusivos em relação à matéria a que


se referirem, podendo concluir:

 pela aprovação, total ou parcial;


 pela rejeição;
 pelo arquivamento (será considerado pela rejeição);
 pelo destaque para proposição em separado de parte da proposição
principal, quando originária do Senado, ou de emenda;
 pela apresentação de: projeto, requerimento, emenda ou
subemenda, ou ainda orientação a ser seguida com relação à
matéria.
E se o parecer for de matéria que deva ser apreciada em sessão
secreta?

Nesse caso, o parecer será lacrado em sobrecarta rubricada pelo


Presidente e pelo Relator da matéria.

Os pareceres serão lidos em plenário, numerados, publicados no Diário


do Senado Federal e distribuídos em avulsos, conforme já estudamos no
Módulo I.

(Para as matérias apreciadas em sessão conjunta do Congresso, consulte o


Módulo I.)

Vamos fazer, aqui, um resumo quanto aos seus pareceres:

1. para as matérias orçamentárias, a CMO emite seus pareceres, que


devem ser publicados no Diário do Congresso Nacional ou nos Diários
do Senado e da Câmara separadamente;
2. para os vetos, a comissão mista designada emite relatório sobre eles;
3. para os projetos de resolução, as Mesas do Senado e da Câmara
emitem cada uma seu parecer ou podem emitir um único, caso se
trate de alteração do Regimento Comum - se o projeto de resolução
versar sobre delegação legislativa, a comissão mista composta para
esse fim emite seu parecer.

As contas do governo e as Medidas Provisórias, apesar de serem


analisadas e receberem parecer de comissão mista, são discutidas e votadas
em Casas separadas.
Referência:

RISF - arts. 14, X, b; 24, I e II; 32, §§ 4º e 5º; 33; 48, XXII; 96 § 2º;
101, § 1º; 118 a 120; 126; 141; 150; 172; 222; 223; 227 a 229; 246;
250; 254; 261; 268; 280; 281; 283; 314,VIII; 323; 334; 346; 350; 351;
356 a 361; 374, IV, VI e XIII; 375, III, IV, V; 376, III, IV, V; 383, V e
VII;
408.

RCCN - arts. 13 a 18; 90; 104 a 106; 119 a 121; 128 a 130; 132;143;
Resolução nº 1/02-CN; Resolução nº 1/96-CN (art. 2º); Resolução
nº 1/2000-CN; Resolução nº 1/06-CN.

D) APRECIAÇÃO OU DELIBERAÇÃO

A quarta etapa do processo legislativo é a apreciação, que é composta


de dois momentos: discussão e votação.

Todas as matérias legislativas passam por esses dois momentos?

Sim, com exceção dos requerimentos, que só são votados.

Com exceção da proposta de emenda à Constituição - PEC e dos projetos


oriundos de Comissão Mista, que são discutidos e votados duas vezes
(regime de dois turnos) em cada Casa, as demais proposições são
submetidas a turno único de discussão e votação, ou seja, entram na
Ordem do Dia uma única vez para serem discutidas e uma única vez para
serem votadas. É bom lembrar que discussão e votação, em geral,
acontecem na mesma sessão.
Se a comissão tiver concluído seu parecer sobre a proposição com
apresentação de um texto substitutivo e o Plenário, na votação em turno
único, optar por esse texto em detrimento do texto do projeto original, esse
novo texto será submetido a um turno suplementar de discussão - quando
poderão ser oferecidas emendas a ele - e de votação.

Muito dessa etapa do processo já foi estudado e ainda veremos mais


adiante, na Unidade 6, quando tratarmos dos procedimentos gerais de
votação.

Referência:
RISF - arts. 14, IV, e X, b; 35; 61; 88; 178; 179; 201; 202; 248; 272 a
279; 282 a 324; 343 a 354; 358, § 2º; 363 a 366; 374, X a XII;

RCCN - arts. 32 a 52; 106; 120 a 128; 142; 143. Resolução nº 1/00-CN.

Aqui faremos uma pausa. Daremos sequência ao assunto na próxima


unidade.
Unidade 3 - Etapas do Processo Legislativo

Vamos prosseguir?

E) SANÇÃO, VETO, PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO

Estas são as últimas etapas do processo legislativo. Alguns autores as


tratam como atos administrativos (parte delas já estudamos
anteriormente).

Uma vez aprovado no Poder Legislativo, o projeto de lei é enviado à


manifestação do Presidente da República, que o fará mediante sanção
formal ou sanção tácita ou, ainda, vetando total ou parcialmente o projeto.
O veto ainda deve ser submetido ao Congresso Nacional.

A norma jurídica, seja ela emenda constitucional, lei, decreto


legislativo ou resolução, deve ser promulgada?

Sim, promulgada e publicada, para que produza seus efeitos.

Se a norma não contiver a data de sua entrada em vigor, segundo a Lei


de Introdução ao Código Civil, terá vigência 45 dias depois de sua
publicação. A mesma Lei de Introdução ao Código Civil dispõe que a norma
passará a vigorar para os brasileiros residentes no exterior após noventa
dias de sua publicação oficial.

Em resumo:
Sanção - adesão do Presidente da República ao projeto de lei aprovado
pelo Poder Legislativo.

Ato essencial ao nascimento da lei. A sanção pode ser formal, que se


exprime por ato escrito, ou tácita, pelo silêncio que se origina pelo decurso
do prazo constitucionalmente definido de quinze dias úteis, sem veto.

Exemplos de sanção tácita:

1. Lei nº 8.172, de 18 de janeiro de 1991, que "restabelece o Fundo


Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico". Foi promulgada pelo
então Presidente do Senado, Nelson Carneiro.

2. Lei Complementar nº 86, de 14 de maio de 1996, que "acrescenta


dispositivo ao Código Eleitoral, a fim de permitir a ação rescisória em casos
de inelegibilidade". Foi promulgada pelo Senador Júlio Campos, na época 2º
Vice-Presidente do Senado, no exercício da Presidência.

Veto - é a discordância, irretratável (STF - Representação nº 432.


Relator: Ministro Ari Franco), ao projeto de lei votado pelo Congresso. É a
recusa de sancioná-lo, que deve ser expressa e motivada, mas que não
significa sua rejeição definitiva.

O veto só pode ser exercido pelo Chefe do Executivo?

Sim, com base em dois fundamentos definidos pela Constituição:

a) fundamento jurídico: a inconstitucionalidade;


b) fundamento político: a contrariedade ao interesse público.

O veto pode ser total ou parcial, sendo que, neste último caso, só
poderá abranger texto integral de artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item, e
deverá ser apreciado pelo Congresso, que poderá superá-lo por maioria
absoluta de votos de ambas as Casas, em escrutínio secreto, em sessão
conjunta. O veto parcial também pode ser rejeitado parcialmente. O veto
total é, no fundo, um conjunto de vetos parciais, nada impedindo, portanto,
que o Congresso reexamine cada parte dele, ratificando uns itens e
rejeitando outros (STF, Representação nº 1385. Relator: Ministro Moreira
Alves).

No caso de rejeição de veto, compete ao Presidente da República e, se


este não o fizer, ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado, a
promulgação da lei. Exemplo de promulgação pelo Presidente do Senado de
parte de lei vetada: Lei nº 7.712, de 22 de dezembro de 1988.

Promulgada, a parte vetada volta a integrar o texto no qual se


encontrava inserida, incidindo sobre ela a cláusula de vigência, tendo,
porém, seus termos iniciais diversos, a partir da publicação. Assim, a parte
vetada promulgada entra em vigor na data da sua publicação e não da
publicação inicial da lei a que ela pertence.

Promulgação - ato de natureza legislativa (há quem o defina como ato


de natureza executiva), de caráter obrigatório, que se situa entre a sanção
e a publicação da lei, necessário e indispensável para torná-la executória.
Atesta, assim, sua existência e executoriedade. Desta forma, promulga-se a
lei e não o projeto.

Quanto à sua natureza legislativa, a promulgação é a declaração da


existência da lei, assim como a declaração da existência de qualquer norma
jurídica (emenda constitucional, decreto legislativo, resolução). Sendo
assim, sem promulgação não há norma jurídica.

Já em relação à natureza executiva, a única finalidade da promulgação é


a de assegurar a execução da lei. Assim, quando o Presidente da República
promulga uma lei, ela já está perfeita. A aprovação do texto da lei pelas
duas Casas do Congresso, e sua sanção pelo Presidente da República, torna
a lei perfeita e conclui a fase constitutiva do procedimento. Mas nem por
isso a lei é executória, o que somente acontece com o ato de promulgação.

O ato promulgatório, então, confere à norma certeza quanto à sua


existência e autenticidade.

Publicação - é um complemento da promulgação, disciplinada pela Lei


de Introdução ao Código Civil, uma comunicação ao povo informando-o da
existência de determinada norma jurídica. Ela só se torna eficaz com a
promulgação publicada. Assim, pode-se dizer que a publicação tem por
finalidade transmitir a promulgação da norma ao público, não podendo, com
isso, ninguém alegar que não conhece a lei para o seu não-cumprimento.
Dessa forma, a publicação é simples operação material, mas que produz
efeitos jurídicos, pois a norma só obriga depois de publicada.

Para saber mais, leia o texto de Fernando B. Meneguin, Doutor em


Economia, Mestre em Economia do Setor Público e Consultor Legislativo
do Senado, sobre avaliação de impacto legislativo no processo de
elaboração das leis, clique aqui.
Unidade 4 - Procedimentos Legislativos

O processo legislativo é resultado de vários procedimentos, ou seja,


maneiras ou modos de realização de seus atos. Esses procedimentos podem
ser:

 ordinários ou normais;
 abreviados;
 sumários;
 sumaríssimos;
 especiais;
 concentrados.

O procedimento ordinário ou normal é utilizado na elaboração de leis


complementares, decretos legislativos, resoluções. O projeto é lido em
plenário, vai ao estudo de uma ou mais comissões permanentes, que, após
amplo debate e uma fase de emendamento, emitem parecer sobre a
matéria. A tramitação depois volta a acontecer no âmbito do plenário do
Senado, onde o projeto será discutido e votado. Quando se diz que a
matéria está em rito normal, estamos nos referindo exatamente a esse tipo
de procedimento.

O procedimento abreviado é uma inovação da Constituição de 1988,


que deu competência às comissões de discutirem e votarem projetos de lei,
dispensada a deliberação no Plenário. Isso significa dizer que o projeto, uma
vez que tenha sido dada sua entrada na Casa, ou seja, uma vez que tenha
sido lido em plenário, no Período do Expediente da sessão, é despachado à
comissão ou às comissões competentes para seu exame e, do âmbito das
comissões, pode ir diretamente à Casa revisora, que, neste caso, é a
Câmara dos Deputados, sem passar pela deliberação do Plenário, como
acontece com as matérias que tramitam em rito normal ou ordinário. É a
deliberação terminativa das comissões. Nesse caso, o projeto só virá a ser
apreciado pelo
Plenário caso haja recurso nesse sentido, assinado por um décimo dos
Senadores, ou seja, por nove Senadores.

Havendo recurso para que o projeto venha a ser apreciado pelo


Plenário, acaba o caráter terminativo das comissões para esse projeto, que
passará a tramitar, a partir de então, em rito normal.

O procedimento sumário deve ser assinado por dois terços da


composição do Senado ou por líderes que representem esse número (54
Senadores). O requerimento é lido no Período do Expediente da sessão e
votado após a Ordem do Dia da mesma sessão. Se aprovado o
requerimento, a matéria a que se refere entrará na Ordem do Dia da
segunda sessão deliberativa ordinária subsequente à de sua aprovação para
discussão e votação. Se a matéria ainda não tiver sido instruída pelas
comissões, o parecer será proferido oralmente em plenário por relator
designado pelo Presidente da Casa. Nesse caso, o prazo de emendamento é
até o encerramento da discussão, e o parecer deverá também ser proferido
em plenário, podendo o relator solicitar prazo de vinte e quatro horas para
tanto. No procedimento de votação, o Presidente poderá, se achar
necessário, adiar por vinte e quatro horas, para seu preparo.

O procedimento sumário, nos termos do art. 336, III, é destinado a


matérias que não tenham parecer. Deve ser assinado por um quarto da
composição do Senado (21 Senadores), ou líderes que representem esse
número. É lido no Período do Expediente da sessão e incluído na Ordem do
Dia da sessão seguinte. Uma vez aprovado, a matéria será incluída na
Ordem do Dia da quarta sessão deliberativa ordinária subsequente à da
aprovação do requerimento, devendo o parecer ser proferido até a véspera.
As emendas são apresentadas em plenário até o encerramento da
discussão, e, neste caso, a matéria sai da pauta daquela sessão para a ela
retornar na quarta sessão deliberativa ordinária subsequente, já em fase de
votação, devendo o parecer ser apresentado até a véspera da quarta
sessão.
Os requerimentos de urgência II e III também podem ser apresentados
por comissão, ou seja, assinados pela maioria de seus membros.

A Comissão de Assuntos Econômicos pode apresentar requerimento de


urgência para PRS que verse sobre pedido de autorização para realizar
operação de crédito (art. 338, V).

A matéria em regime de urgência só sai da Ordem do Dia caso venha a ser


extinta essa urgência, por meio de um requerimento nesse sentido
aprovado pelo Plenário.

É bom frisar que proposta de emenda à Constituição e projeto de lei de


código não são passíveis de tramitar em regime de urgência. Essas
proposições já têm uma tramitação especial.

O procedimento sumaríssimo é destinado às matérias que receberem


regime de urgência nos termos do art. 336, I, do RISF. Esse tipo de
requerimento só pode ser apresentado para matérias que versem sobre
perigo de segurança nacional ou calamidade pública e deve ser assinado
pela maioria do Senado (41 Senadores) ou líderes que representem esse
número, ou ainda pela Mesa. Lido e votado o requerimento, que pode ser
apresentado em qualquer fase da sessão, a matéria à qual ele se refere é
discutida e votada imediatamente. O parecer é proferido imediatamente, as
emendas são apresentadas durante a discussão, e o respectivo parecer
também é proferido na hora. É o que se chama, no Senado, de "urgência
urgentíssima".
O Regimento dispõe que só podem ser apresentados até dois
requerimentos de urgência na mesma sessão. Entretanto, excetua o
requerimento de urgência do tipo I.

O Regimento Comum do Congresso Nacional não prevê regime de


urgência para as matérias que ali tramitam. Quando esse rito se faz
necessário naquelas sessões, utiliza-se o Regimento do Senado para os
casos de calamidade pública e perigo de segurança nacional (art. 336, I), e
o Regimento da Câmara, o art. 155, para as demais matérias. O art. 155
daquele Regimento dispõe:

"Art. 155 - Poderá ser incluída automaticamente na Ordem do Dia para


discussão e votação imediata, ainda que iniciada a sessão em que for
apresentada, proposição que verse sobre matéria de relevante e inadiável
interesse nacional, a requerimento da maioria absoluta da composição da
Câmara..." (no caso de sessão conjunta interpreta-se maioria absoluta de
ambas as Casas)... "ou Líderes que representem este número, aprovado
pela maioria absoluta dos Deputados, sem a restrição contida no § 2º do
artigo antecedente"(limite do número de requerimentos por sessão).

O procedimento especial é aplicado para as propostas de emenda à


Constituição, para os projetos de lei de código e para as MPs. O Regimento
dedica capítulo próprio para a sua tramitação (art. 354 e seguintes para as
PECs e art. 374 para código; e Resolução nº 1/2002-CN).

Já o procedimento concentrado acontece nas sessões conjuntas do


Congresso. São as matérias orçamentárias, os vetos presidenciais, os
projetos de resolução que visem a alterar o Regimento Comum e a fazer
delegações legislativas.

Referência:

CF - arts. 59 a 69: 165; 166


RISF - arts. 91; 92; 336 a 376; 386 a 388.
Unidade 5 - Comissões

COMISSÕES

O que são as Comissões?

São organismos constituídos em cada uma das Casas do Congresso e no


Congresso em trabalho conjunto, compostos geralmente de um número
restrito de membros, escolhidos em razão de uma competência presumida e
encarregados de preparar pareceres sobre as matérias que lhes são
distribuídas. Elas são o resultado da necessidade de divisão do trabalho e
têm por objetivo buscar o descongestionamento do Congresso, a celeridade
do processo legislativo e um estudo técnico cada vez melhor e mais
aprofundado das matérias que lhe são despachadas.

Historicamente têm origem na Inglaterra, por volta de 1340. Hoje em


dia, têm-se desenvolvido na grande maioria dos parlamentos.

Quais são as comissões que fazem parte do Congresso brasileiro?

1. Comissões permanentes, em cada Casa legislativa separadamente.


No Senado, além da Diretora temos as seguintes comissões permanentes:

 Comissão de Assuntos Econômicos;


 Comissão de Assuntos Sociais;
 Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania;
 Comissão de Educação, Cultura e Esporte;
 Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e
Controle;
 Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa;
 Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional;
 Comissão de Serviços de Infraestrutura;
 Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo;
 Comissão de Agricultura e Reforma Agrária;
 Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática (Resolução nº 1, de 2007).

2. Comissões temporárias, internas, externas ou de inquérito em cada


Casa.

3. Comissões mistas permanentes - A Constituição, em seu art. 166,


§ 1º, prevê uma comissão mista permanente destinada a analisar matérias
orçamentárias..

4. Comissões mistas temporárias

 Representativa do Congresso Nacional, que funciona durante os


períodos de recesso parlamentar;

 para exame de medida provisória;

 para exame de veto presidencial;

 para elaborar parecer sobre delegação legislativa;

 especiais (normas estabelecidas pela Presidência do Congresso, em


sessão conjunta de 11/11/91); e

 de inquérito.
Nos cinco dias úteis que se seguirem à designação das comissões, elas
se reunirão para instalar seus trabalhos e elegerem Presidente e Vice-
Presidente, que exercerão essas funções por dois anos (no caso das
comissões permanentes), assim como os membros da Mesa.

Quais as competências das comissões?

 Discutir e votar projetos de lei terminativamente;


 emitir pareceres sobre as matérias que lhes são distribuídas;
 realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
 convocar Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República;
 receber petições, reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas;
 solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
 propor sustação dos atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar;
 apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir pareceres;
 acompanhar, junto ao Governo, a elaboração da proposta
orçamentária, bem como sua execução;
 acompanhar, fiscalizar e controlar as políticas governamentais
pertinentes às áreas de sua competência;
 exercer a fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo;
 estudar qualquer assunto compreendido nas atribuições do Senado,
podendo propor medidas legislativas cabíveis;
 realizar diligências.
Referência:
CF- arts. 58; 62, § 9º; 166.
RISF - arts. 22 a 25; 36; 37; 46 a 144; 245; 409 a 411.
RCCN - arts. 89 a 103; 142; 143; Resolução nº 1, de 1996-CN;
Resolução nº 3/89-CN; Resolução nº 3/90-CN; Resolução nº 2/00-CN;
Resolução nº 1/02-CN; Resolução nº 1, de 2006-CN.

Quais são as comissões permanentes no Congresso?

No Congresso, há uma comissão permanente, a Comissão Mista de Planos,


Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).

Quais são as comissões temporárias no Senado?

 internas, as previstas no Regimento para finalidade específica, como


as constituídas para elaborar parecer sobre projeto de lei de código;
as encarregadas de preparar a reforma do Regimento Interno; as
comissões de inquérito para promover apurações e
responsabilidades de atos praticados por Senador; as destinadas a
instaurar o processo de crime de responsabilidade contra Presidente
da República ou Ministro de Estado em crime de responsabilidade
conexo com aqueles; e outras;

 externas, destinadas a representar o Senado em congressos,


solenidades e outros atos públicos; e as destinadas a analisar, in
loco, algum fato;
 parlamentares de inquérito, criadas nos termos do art. 58, § 3º, da
Constituição.

As comissões internas são criadas também por requerimento, para


estudo de alguma matéria, assim como as externas, que podem ser criadas
por proposta do Presidente ou a requerimento de comissão ou de qualquer
Senador, devendo o requerimento ser aprovado pelo Plenário. Devem
constar do requerimento o objetivo da comissão e o número dos respectivos
membros.

Como se extinguem as comissões temporárias?

 pela conclusão de sua tarefa, com apresentação de relatório;


 ao término do prazo previsto no requerimento, podendo haver
solicitações de prorrogação do prazo;
 ao término da sessão legislativa ordinária.

As CPI (comissões parlamentares de inquérito) constituem um capítulo à


parte neste assunto, principalmente por sua repercussão política e jurídica.

O Poder Legislativo, além de suas funções legislativa e fiscalizadora,


ainda está dotado de uma função inquisitiva, exercida, esta última, por
intermédio de comissão parlamentar de inquérito, tanto em cada Casa
separadamente, como no Congresso Nacional em conjunto.

As CPMI são requeridas por um terço dos membros da Casa respectiva


ou de cada uma das Casas, para apurar fato determinado, e funcionam por
prazo
certo. Têm poderes de investigação próprios de autoridades judiciais. Para
tanto, as CPMI podem convocar pessoas a prestarem depoimentos,
determinar diligências, inquirir testemunhas, requisitar documentos. Suas
conclusões, se for o caso, são encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou penal dos infratores.

A Lei nº 1.579, de 1952, dispõe sobre as CPIs e remete também ao


Código de Processo Penal. A Lei nº 10.001, de 2000, "dispõe sobre a
prioridade nos procedimentos a serem adotados pelo Ministério Público e
por outros órgãos a respeito das conclusões das comissões parlamentares
de inquérito".

As comissões mistas temporárias, além das CPMIs, são:

 as destinadas a examinar medidas provisórias;


 as especiais, destinadas a estudar algum assunto;
 as destinadas a emitir relatório sobre veto presidencial;
 as destinadas a emitir parecer sobre delegação legislativa;
 a Representativa do Congresso Nacional.

Vídeo: https://youtu.be/VCMItStVLm0

O que são as comissões mistas paritárias? São as comissões em


que há igualdade numérica de representação entre Câmara e
Senado.

Assim, as comissões destinadas a emitir pareceres sobre medidas


provisórias, designadas pelo Presidente do Senado, compõem-se de igual
número de Senadores e Deputados, conforme previsto na Resolução nº 1,
de 2002-CN. Integram essas comissões doze Senadores e doze Deputados e
igual número de Suplentes, acrescido de mais um titular e um suplente (o
12º), por força da Resolução nº 2/00-CN. Seus membros são indicados
pelos
respectivos líderes. Cada uma tem seu Presidente e seu Vice-Presidente,
devendo o Presidente indicar o Relator para a matéria em questão.

As comissões especiais foram reguladas por um pronunciamento da


Presidência do Congresso na sessão conjunta de 11 de novembro de 1991 e
destinam-se a estudar um determinado assunto. São criadas por
requerimento aprovado em sessão conjunta.

As comissões destinadas a emitir relatório sobre veto presidencial são


designadas pelo Presidente da Mesa do Congresso e compostas por três
Senadores e três Deputados, devendo delas fazer parte, de preferência, os
relatores da matéria em cada Casa. As indicações dessas comissões não são
feitas pelas lideranças partidárias, mas pelo Presidente do Senado e da
Câmara.

As comissões destinadas a emitir parecer sobre solicitação de delegação


legislativa são compostas por onze Senadores e onze Deputados e devem
concluir seu parecer pela apresentação de projeto de resolução
especificando o conteúdo da delegação. São essas comissões que examinam
também se o projeto de lei delegada está dentro dos termos da delegação.

A Comissão Representativa do Congresso Nacional exerce


seu mandato nos recessos parlamentares. Mesmo que o
Congresso seja convocado, ela existe e pode realizar reuniões,
pois durante uma convocação extraordinária do Congresso os
parlamentares só se reúnem para deliberar sobre as matérias
objeto da convocação. As demais matérias, que estejam
dentro da competência da Comissão Representativa, são
exercidas por esta.
Exemplos de algumas das competências dessa Comissão:

 zelar pelas prerrogativas do Congresso Nacional;


 deliberar sobre projeto de lei relativo a créditos adicionais, desde que
os mesmos tenham parecer da CMO;
 deliberar sobre tratado, convênio ou acordo internacional, quando o
término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar ocorrer durante
o período de recesso ou nos dez dias úteis subsequentes ao seu
término;
 deliberar sobre projeto de lei que tenha por fim prorrogar prazo de
lei, se o término de sua vigência ocorrer durante o período de recesso
ou nos dez dias úteis subsequentes ao seu término.

Esta comissão não é paritária. É composta por sete Senadores, igual


número de Suplentes, e por dezesseis Deputados e igual número de
Suplentes.

A Resolução nº 3, de 1990-CN, dispõe sobre o funcionamento da Comissão


Representativa do Congresso Nacional. As Comissões Mistas são acrescidas,
todas, de um titular e um suplente.

Referência:
CF - arts. 58.

RISF - arts. 22 a 25; 36; 37; 71 a 76; 145 a 153; 374; 377 a 382; 401;
Resolução nº 17, de 1993; Resolução nº 20, de 1993; Resolução nº 40,
de
1995; Parecer nº 131, de 1996; Lei nº 1.079, de 1950; Lei nº 1.579, de
1952.

RCCN - arts. 9º a 21; 104 a 106; 116 a 127; 144; 150; Resolução nº 3,
de 1989-CN; Resolução nº 3, de 1990-CN; Resolução nº 2/00-CN;
Resolução nº 1, de 2006-CN.
Unidade 6 - Procedimentos Gerais de Votação

PROCEDIMENTOS GERAIS DE VOTAÇÃO

Uma vez encerrada a discussão de uma matéria, passa-se à fase de


votação.

Como é o processo de votação?

Antes de começar o processo de votação, os Senadores podem


encaminhar a votação. Ou seja, pelo prazo de cinco minutos cada um, os
Senadores podem fazer uso da palavra para defender o sentido de seu voto.
O encaminhamento da votação não é o processo de votação, mas um
preparativo deste. E é muito importante fazer essa distinção, porque o
processo de votação não pode ser interrompido. Assim, mesmo que o prazo
regimental da sessão tenha se esgotado, se o processo de votação já estiver
iniciado, esse prazo está automaticamente prorrogado. O mesmo não
acontece durante o encaminhamento da votação.

Como regra geral, todas as matérias são passíveis de encaminhamento.


As exceções estão previstas no art. 310 do RISF.

Encerrado o encaminhamento da votação, passa-se ao processo de


votação propriamente dito.

O primeiro passo é votar o principal, ou seja, o projeto ou a proposta,


para, em seguida, fazer a votação das emendas, vale dizer, do que é
acessório.
Ainda sobre o processo de votação, se houver subemendas, as emendas
serão votadas antes delas, mas com ressalva, exceto nos seguintes casos,
em que a subemenda tem preferência:

 se a subemenda for supressiva;


 se a subemenda for substitutiva de todo o texto da emenda;
 se a subemenda for substitutiva de artigo da emenda, e a votação
desta se fizer por artigo.

E se houver substitutivo integral do texto original da matéria?

Se o substitutivo é oriundo de parecer de comissão, terá preferência


sobre o texto original. Se o substitutivo tiver origem em parecer oral
proferido em plenário, o texto do projeto tem preferência regimental. Se
aprovado o substitutivo em turno único, este deverá ser submetido a um
turno suplementar, em outra oportunidade, a menos que a matéria esteja
em regime de urgência, quando será apreciada em turno suplementar
imediatamente. O texto original da matéria, em caso de substitutivo
aprovado, fica prejudicado e vai ao arquivo, bem como as emendas a ele
referentes. Se estiver sendo apreciado um substitutivo, em detrimento do
projeto, e o Senador quiser ressalvar alguma emenda apresentada ao
projeto, deverá apresentar requerimento de destaque daquela emenda para
ser introduzida no texto do substitutivo.

Esses requerimentos são lidos e votados quando da apreciação do texto


principal, que, nesse caso, é o texto do substitutivo.

 Durante a Ordem do Dia, não havendo quorum para votação, passa-


se às matérias em discussão. O Presidente pode inclusive suspender a
sessão, fazendo soar as campainhas para chamar os Senadores ao
plenário. Se ainda assim persistir a falta de quorum, continua-se a
sessão após a Ordem do Dia. Se for alcançado o quorum, e houver
matéria que o justifique, o Presidente pode voltar à votação dessa
matéria.
 Proclamado o resultado da votação, em caso de votação pública, é
lícito ao Senador encaminhar à Mesa, para publicação, declaração
de voto.

No processo legislativo não pode faltar:

1) instrução da matéria;

2) publicidade da matéria;

3) quorum para votação.

Observação: Nem regime de urgência urgentíssima dispensa esses


três requisitos do processo.

Referência:
RISF - arts. 279; 285 a 287; 293; 202; 293; 299 a 316; 328; 345 a 351;
374; 375; 384; 385.
RISF- arts. 26 a 31; 38 a 45; 61 a 66-A; 201 a 210; 214 a 250; 256 a
269; 317 a 333; 403 a 408; 412; 413.
Unidade 7 - Conselhos e órgãos do CN e SF

O Parlamento brasileiro dispõe de diversos Conselhos e Órgãos.

1. Conselho de Comunicação Social

O art. 224 da CF dispõe: "Para os efeitos do disposto neste Capítulo, o


Congresso Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o Conselho de
Comunicação Social, na forma de lei."

Através da Lei nº 8.389, de 30/12/91, o Congresso instituiu o


mencionado Conselho e definiu suas atribuições e composição.

Compete-lhe, dentre outras atribuições, realizar estudos, pareceres e


recomendações sobre a liberdade de manifestações do pensamento, sobre
programação de emissoras de rádio e TV, sobre a legislação complementar
quanto aos dispositivos constitucionais referentes à comunicação social.

Seus 13 membros titulares e 13 membros suplentes representam as


diversas categorias do setor e a sociedade civil.

2. Órgão de Controle Externo da Atividade de Inteligência

Criado pela Lei nº 9.883, de 07/12/99, através de seu art. 6º, que dispõe:

"art. 6º - O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência


serão exercidos pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato
do Congresso Nacional.
§ 1º - Integrarão o órgão de controle externo da atividade de
inteligência os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e
no Senado Federal, assim como os Presidentes das Comissões de Relações
Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.

§ 2º - O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o


funcionamento do órgão de controle e a forma de desenvolvimento dos seus
trabalhos, com vista ao controle e fiscalização dos atos decorrentes da
execução da Política Nacional de Inteligência."

3. Conselho da Ordem do Congresso Nacional

O Decreto Legislativo nº 70, de 1972, cria a Ordem do Congresso


Nacional, destinada a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
estrangeiros.

A Ordem é composta de 6 classes - Grande Colar, Grã-Cruz, Grande


Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro - sendo privativas dos membros do
Conselho as propostas de administração e promoção.

4. Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul

A Resolução nº 1, de 1996-CN, tratou da Representação Brasileira na


Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, integrada por 16 membros
titulares e 16 suplentes, com representação paritária da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, e designação para mandato de 2 anos,
com atribuições, entre outras coisas, para apresentar relatório sobre todas
as matérias de interesse do Mercosul que viessem a ser submetidas ao
Congresso Nacional.
Em 9 de dezembro de 2005, em Montevidéu (Uruguai), foi aprovado o
Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, destinado a substituir a
Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. O Congresso Nacional aprovou
o texto do referido Protocolo (Decreto Legislativo nº 408, 2006) e se
comprometeu em editar uma resolução para readequar a nova realidade, ou
seja, a existência do Parlamento do Mercosul. Assim, editou a Resolução nº
1, de 24 de julho de 2007-CN, dispondo sobre a Representação Brasileira no
Parlamento do Mercosul. Essa Representação é o órgão de ligação entre o
Congresso Nacional brasileiro e o Parlamento do Mercosul. Ela é composta
de dezoito membros titulares, sendo nove Senadores e nove Deputados
Federais, com igual número de suplentes.

De acordo com o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul,


adicional ao Tratado de Assunção, em 2010, os Representantes Brasileiros
no Parlamento do Mercosul deverão ser escolhidos nas eleições gerais, entre
cidadãos que não sejam candidatos ao Congresso Nacional. Dessa forma, a
Representação deixará de ser um órgão interno do Congresso.

5. Conselho Diploma do Mérito Educativo Darcy Ribeiro

A Resolução nº 2, de 1999-CN, institui esse Diploma, visando agraciar


pessoa física ou jurídica que tenha oferecido contribuição relevante para a
educação brasileira.

O Diploma será conferido anualmente em sessão do Congresso Nacional


especialmente convocada para esse fim.
No Senado, temos:

1. Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

Destinado a agraciar mulheres que tenham, no País, oferecido


contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher. O Diploma é
conferido anualmente a 5 mulheres, em sessão do Senado Federal.

2. Conselho de Ética e Decoro Parlamentar

Instituído pela Resolução nº 20, de 1993, o Conselho é composto por 15


membros, eleitos por mandato de 2 anos. Além deles, o Corregedor do
Senado é membro nato do Conselho, com direito a voz e voto.

Compete ao Conselho zelar pela observância dos preceitos do Código de


Ética e do Regimento Interno, atuando no sentido da preservação da
dignidade do mandato parlamentar no Senado.

Em casos de inobservância dos princípios éticos e do decoro


parlamentar, o Conselho pode aplicar, como medida disciplinar, uma
advertência, censura verbal ou escrita. Pode, ainda, após a devida
apuração, emitir relatório sobre denúncia ou representação apresentada
contra Senador.

3. Corregedoria Parlamentar

Em 17 de março de 1993, além da Resolução nº 20 (que instituiu o


Código de Ética e Decoro Parlamentar), também foi publicada a Resolução
nº 17, que criou a Corregedoria Parlamentar. Constituída por um
Corregedor e três
Corregedores Substitutos, todos os quatro eleitos pelo Plenário, a
Corregedoria tem por atribuições manter o decoro, a ordem e a disciplina no
Senado e dar cumprimento às determinações da Mesa sobre segurança
interna e externa da Casa.

4. Procuradoria Parlamentar

Criada por meio da Resolução nº 40, de 23 de agosto de 1995, a


Procuradoria Parlamentar é um órgão de apoio à Mesa do Senado. A
Procuradoria é constituída por cinco Senadores, designados pelo Presidente
do Senado, e com mandato de dois anos.

O papel deste órgão é o de promover, em colaboração com a Mesa - e


por determinação desta - , a defesa do Senado, de seus órgãos e
integrantes, quando atingidos em sua honra ou imagem, em virtude do
exercício do mandato.

Esses são alguns órgãos de nosso Parlamento.

Conclusão
Chegamos ao fim deste nosso estudo, mas nem de longe chegamos ao
fim do estudo sobre processo legislativo. Ele é dinâmico, buscando
sempre adaptar-se às necessidades atuais do Parlamento, que refletem
as
necessidades da sociedade brasileira.
Fica aqui nosso convite a todos aqueles que se interessam por esta
matéria a contínuas releituras dos Regimentos, com vistas a um
entendimento cada vez mais aprofundado e ao alcance da excelência
naatividade profissional.
Vídeo: https://youtu.be/v9f0_GTUK1s?list=PLugtxNDlqgi_eMr9HY_dNPv6
TnTrJNuWr

Considerações sobre técnica e política no Parlamento

As questões legislativa e política compõem o universo parlamentar. De


um lado, a função legislativa transforma decisões e vontades em leis que
orientam a ação social. De outro lado, a função política refere-se a atitudes
ou orientações em relação a assuntos de interesse público. A articulação
dessas duas funções demanda uma constante modernização administrativa
voltada para o aperfeiçoamento dos mecanismos democráticos.

Para melhor compreender a importância do pensamento técnico na


atuação parlamentar, sugerimos a leitura do artigo 'Pensamento Técnico:
Suporte essencial à ação política', de Viegas et al., disponível na Biblioteca
deste curso, em 'Textos complementares'.

Parabéns! Você chegou ao final do terceiro Módulo de estudo do curso de


Processo Legislativo.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma


releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o
seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!
Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se
no Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode
receber a sua certificação de conclusão do curso.

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui!


MÓDULO COMPLEMENTAR - TRAMITAÇÕES E QUADRO DE SIGLAS

Este é um módulo complementar ao curso de Processo Legislativo.

Aqui você terá a oportunidade de conhecer a tramitação das diversas


proposições legislativas estudadas nos módulos anteriores e o significado
das siglas usadas para nomear as diversas proposições.

 Reconhecer como são apreciadas as


proposições em ambas as Casas
Legislativas e suas deliberações.
Unidade 1 – Projetos

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DO SENADO (Autoria: Senador)

1. Para apresentar um projeto de lei, um senador solicita a um assessor seu


ou à Consultoria Legislativa do Senado que prepare o texto do projeto com
a justificativa, ou seja, o porquê ele deve ser aprovado, fazendo juntar toda
a legislação citada, para facilitar o estudo da matéria.

2. O projeto é entregue na Secretaria-Geral da Mesa, em originale mais três


cópias completas, além de ser encaminhado pelo Sistema de Envio de
Documentos Legislativos - SEDOL, que recebe e armazena as matérias em
meio eletrônico. Na Secretaria, este projeto é conferido e é verificado se
está dentro dos padrões exigidos.

3. Estando tudo em ordem, é lido no Período do Expediente da sessão e o


Presidente da Casa o distribui para estudo e parecer de uma ou
maiscomissões técnicas permanentes, dependendo do assunto.

Por exemplo: se um projeto versar sobre economia, será distribuído à


Comissão de Assuntos Econômicos, que emitirá seu parecer. Se o projeto,
além de economia, previr alguma sanção ou tipificação penal, será remetido
também para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Nesse caso,
receberá parecer de cada uma dessas comissões.

4. Quando a Comissão recebe o projeto, seu Presidente designa um Relator,


isto é, um senador, membro da Comissão, que estudará a matéria mais
detalhadamente, com a ajuda de sua assessoria e da Consultoria
Legislativa.

5. Por se tratar de um projeto de lei ordinária de autoria de Senador, ele


tem tramitação terminativa no âmbito das Comissões, ou seja, como regra
geral ele não será apreciado pelo Plenário do Senado. Esta é uma inovação
da Constituição Federal de 1988, que agilizou os trabalhos legislativos e
desafogou o Plenário do Senado. Nesse caso, o Plenário, ou seja, todos os
Senadores delegam poderes às Comissões para decidirem sobre a matéria.

6. Como a Comissão não é composta por todos os Senadores, como o


projeto pode não vir a ser apreciado por todos os Senadores no Plenário, e
como não se pode restringir o direito dos Senadores de apresentarem
emendas a um projeto, neste caso, abre-se o prazo de 5 dias úteis, na
primeira ou na única comissão a que o projeto foi distribuído, para que
qualquer Senador que queira, membro ou não da comissão, possa
apresentar emendas.
7. Quando o Relator for preparar seu relatório, deve mencionar também
essas emendas, informando se as acata ou não.

8. Esse relatório pode ser favorável ou contrário ao projeto, pode propor


modificações (emendas) ou mesmo alterar bastante seu conteúdo. Neste
último caso, a emenda recebe o nome de substitutivo.

9. Se os Senadores da Comissão preferirem o texto do substitutivo, seu


Presidente comunica este fato ao Presidente do Senado, que abre prazo
para apresentação de emendas ao novo texto, por todos os senadores, até a
reunião seguinte da Comissão (pois haverá o turno suplementar na
comissão com poder terminativo). Não podemos esquecer que o projeto
tramita com caráter terminativo nas comissões, ou seja, ele pode não ser
apreciado pelo Plenário do Senado.

10. Quando da apresentação do relatório, um ou mais Senadores podem


pedir vista do processo, isto é, como o próprio nome diz, podem pedir para
analisar o processo todo. O Presidente da Comissão, então, concede o prazo
de até 5 dias úteis para essa análise. Se mais de um Senador pedir vista, o
Secretário da Comissão prepara tantas cópias quantas necessárias para
atender aos Senadores, porque o prazo concedido corre simultaneamente
para todos.

11. Ao devolverem os processos, os Senadores podem apresentar alguma


manifestação (diferente da do relator) a respeito da matéria, que receberá o
nome de voto em separado . Entretanto , quem tem preferência regimental
na hora da votação é o texto do Relator da matéria.

12. A opinião do Relator tem grande peso na decisão. Tanto é verdade que,
muitas vezes, ao votarem, os Senadores dizem: “voto com o relator”. Ou,
então: “voto contra o relator”. Se o relatório for aprovado pelos membros
da Comissão, este passa a ser o parecer da Comissão.

13. O projeto recebe parecer de cada uma das comissões a que o projeto foi
despachado inicialmente pelo Presidente do Senado, mas é a decisão da
última que prevalecerá, ou seja, ela falará terminativamente a respeito do
projeto. E é decisão mesmo. Ela vota o projeto e não apenas o parecer
sobre o projeto.

14. Depois dessa fase de tramitação pelas comissões, o Presidente da


última comissão que apreciou a matéria comunica ao Presidente do Senado
o que foi deliberado e este comunica a todos os senadores, no Período do
Expediente de uma sessão plenária, abrindo o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de recurso. O parecer será publicado tanto no Diário do
Senado Federal (DSF) como em avulsos. Aliás, essa é uma prática
necessária no processo legislativo.

15. São necessárias as assinaturas de pelo menos 9 Senadores (1/10 da


composição do Senado – são 81 Senadores no total) para se apresentar um
recurso para que o poder decisório quanto ao projeto seja transferido da
Comissão para o Plenário.
16. Se o projeto não receber recurso e tiver sido aprovado pela Comissão,
ele vai direto para a Câmara dos Deputados, que, neste caso, é a Casa
Revisora. Se tiver sido rejeitado na Comissão, vai direto para o Arquivo.

17. Mas se o projeto tiver recebido recurso, então ele ainda passa por uma
fase de emendamento, também de 5 dias úteis, desta vez perante a Mesa.
O projeto fica na Secretaria-Geral da Mesa, aguardando.

18. Se não receber emenda, pode ser agendado para constar da Ordem do
Dia de uma sessão do Senado. Se tiver recebido alguma emenda, vai para a
ou as comissões que tiverem analisado o projeto. Desta vez, para emitirem
parecer sobre a ou as emendas.

19. Os relatores devem ser, preferencialmente, os mesmos que estudaram


o projeto. Ao emitirem o relatório, podem ser total ou parcialmente
favoráveis, favoráveis com apresentação de subemenda (que é uma
emenda da emenda), contrários, ou, ainda, podem apresentar um texto
único, aglutinando o texto do projeto base com o das emendas que
receberam parecer favorável e mais alguma alteração que se fizer
necessária para ajuste no texto final.

20. Uma vez dado o parecer pela ou pelas comissões – e agora não se fala
mais em tramitação do projeto com caráter terminativo nas comissões,
porque ele já recebeu recurso -, esse parecer é enviado à Secretaria-Geral
da Mesa para leitura em plenário.

21. Uma vez lido o parecer, ele é publicado e a matéria está pronta para ser
incluída em Ordem do Dia. Repare que muitas vezes vamos falar em
publicação das matérias, dos pareceres, das emendas, tanto em avulsos
como no Diário do Senado Federal ou do Congresso Nacional, se se tratar
de matéria que tramita em sessão conjunta. Porque a publicidade é um dos
requisitos essenciais do processo legislativo.

22. Quando constar da Ordem do Dia, o projeto e as emendas vão ser


discutidos e votados em turno único. Se os Senadores preferirem aprovar,
em turno único, um texto substitutivo, então, submete-se este último ainda
a turno suplementar.

23. Depois de votado o mérito – projeto ou substitutivo e emendas –, se


aprovado, vota-se a redação final, que traduz o texto realmente votado e
aprovado pelo Plenário.

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO


(Referente a concessão, permissão ou autorização de rádio e tv)
1. Embora não conste do Regimento Interno do Senado, foi aprovado pelos
Senadores, em Plenário, o Parecer nº 34, de 2003, da Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania, que determina que os projetos de decreto
legislativo sobre concessão, permissão ou autorização de rádio e tv serão
apreciados terminativamente pela Comissão de Ciência, Tecnologia,
Inovação, Comunicação e Informática (Res. nº 1/07) , mas que, para
obedecer a Constituição, seguirão um calendário especial.

2. A história desse tipo de projeto começa longe do Congresso Nacional. Um


grupo de pessoas deseja a concessão de um canal de rádio ou tv.
Organizam- se em empresa, montam uma programação, equipam-se com o
instrumental necessário ao funcionamento, seguindo as normas do
Ministério das Comunicações. Com toda essa documentação, dão entrada do
processo no Ministério – podendo, inclusive, já começar a funcionar
provisoriamente. Essa documentação, junto com uma Exposição de Motivos
do Ministro, vai ao Presidente da República, que baixa um decreto
concedendo autorização de funcionamento.

3. O Presidente da República, então, encaminha à Câmara dos Deputados


sua Mensagem, submetendo à apreciação do Poder Legislativo o assunto. Lá
na Câmara, os Deputados preparam e aprovam um projeto de decreto
legislativo e, depois, o enviam ao Senado.

4. No Senado, o projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, e o


Presidente da Casa despacha a matéria para a Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (Res. nº 1/07), que é a
única a analisar esse tipo de projeto.

5. Quando a Câmara envia essa documentação, ela está toda solta. E não só
neste caso, como em qualquer outra proposição. Então, antes de ler no
Plenário, o Protocolo Legislativo – PLEG, como chamamos – prepara o
processado, numera as folhas, coloca as folhas para o registro das ações
legislativas – BAL, e tudo o mais necessário para a existência física do
processo.

6. Já tudo pronto e lido o projeto, ao chegar na CCT, o Secretário da


Comissão conversa com o seu Presidente para saber quem será o Relator,
ou Relatora. Isso acontece com todas as matérias.

7. Como é terminativo, fica aberto o prazo de 5 dias úteis para que todos os
Senadores, membros ou não da comissão, apresentem suas emendas.

8. De posse do processo todo, o Relator prepara seu relatório até o 25º dia,
contado do recebimento do projeto pelo Senado;

9. Esse relatório, uma vez apresentado perante a Comissão, é discutido e


votado. Isso, se nenhum dos senadores do Colegiado pedir vista do
processo. Se pedirem, o secretário da Comissão prepara tantas cópias
quantos forem os senadores que pediram vista. O prazo máximo é de 5 dias
úteis, correndo simultaneamente para todos. (Ver o item 10 da Unidade 1)

10. A vista é um procedimento que só acontece nas comissões. No Plenário


não há vista de processo. Ela serve para que o Senador possa conhecer
mais sobre o tema, possa ver os documentos que fazem parte do processo,
enfim, serve para ele se inteirar melhor do assunto.

11. Mas, se não houver vista, o relatório pode ser votado no mesmo dia em
que for apresentado, depois da discussão.

12. As votações das proposições que têm caráter terminativo são sempre
feitas pelo processo nominal. Isso quer dizer que o Presidente da Comissão
chama cada membro titular e, na ausência de algum deles, vai chamando os
suplentes necessários, marcando a qualidade do voto: “sim”, “não” ou
“abstenção”. Estando presente a maioria absoluta da comissão, está
aprovado o relatório se obtiver a maioria dos votos. A CCT, por exemplo,
tem 17 membros. A maioria absoluta é 9. Então, estando presentes 9
senadores, serão necessários 5 votos “sim”. Se estiverem presentes 11
membros, serão necessários 6 votos “sim”. É o que se chama de maioria
simples, ou relativa (em relação ao número de presentes).

13. Esse é o quorum regra geral para aprovação das proposições. A


Constituição (art.47) é quem determina. Quando ela “quer” qualificar um
outro quorum para aprovação, está escrito.

14. Vamos aproveitar este momento e estudar como se calcula a maioria


simples. Lembrando que serve para toda vez que se falar neste quorum. A
definição é: a maioria de votos, presente a maioria absoluta da composição
do colegiado (comissão, plenário). Primeiro, então, temos que calcular a
maioria absoluta. O Supremo Tribunal Federal já definiu o que é maioria
absoluta: o número inteiro imediatamente superior à metade ou à metade
fracionada. Tomando como exemplo a CCT: 17 membros. A metade = 8,5.
O número inteiro imediatamente superior é 9. Então, a maioria absoluta da
CCT é 9.

Agora, vamos calcular a maioria de votos. Usando este mesmo raciocínio,


dividimos este 9 por 2 = 4,5. O número inteiro imediatamente superior à
metade é 5.

No outro exemplo. Estando presentes 11 senadores, que é mais que a


maioria absoluta da comissão, quanto será a maioria dos votos? Dividindo
11 por 2
= 5,5. O número inteiro imediatamente superior é 6.

Por isso é que se chama de maioria relativa. É relativa ao número dos


presentes e não ao número total da composição do colegiado.

Lembrem-se de que isso vale para todos os casos em que se falar de


maioria simples ou relativa.

15. Depois desse hiato, voltemos para o nosso projeto de decreto legislativo.

16. Aprovado o relatório na CCT, como em todos os casos de matéria que


tramita em caráter terminativo nas comissões, o seu Presidente envia um
ofício ao Presidente da Casa comunicando o que foi feito e encaminha o
parecer. Relembrando: quando o relatório é aprovado, se transforma em
parecer da comissão.

17. Esse ofício é lido no Período do Expediente, o parecer é publicado no


Diário do Senado e em avulso, para distribuição aos Senadores.

18. O que vem agora? O prazo de 5 dias úteis para que 1/10 dos
Senadores, se quiserem, apresentem recurso para que o projeto venha a
ser apreciado também pelo Plenário e não somente pela comissão.

19. Se, passado esse prazo, não tiver recebido recurso, vai ser promulgado
o Decreto Legislativo correspondente. Esse decreto é publicado no Diário
Oficial da União e no Diário do Senado Federal.

20. Mas, se tiver recurso, ele vai ser discutido e votado no Plenário também.

21. Antes, porém, abre-se o prazo de 5 dias úteis, perante a Mesa, para
emendamento. Sem emendas, a matéria está pronta para ser agendada
para a Ordem do Dia, para discussão e votação. Se tiver recebido emenda,
vai novamente para a CCT, para que se emita o parecer sobre ela.

22. Lá, o relator é, de preferência, o mesmo que já tinha feito o relatório


sobre o projeto. Ele prepara, agora, relatório sobre a emenda. Já falamos
sobre isso no item 19 da Unidade 1. É uma regra do Regimento.

23. A Comissão vota esse relatório que, se aprovado, transforma-se no


parecer.
24. Como em todos os casos, o parecer é lido no Período do Expediente da
sessão, numerado e publicado no Diário do Senado e em avulsos. Agora,
então, o projeto, com a emenda, está pronto para ser agendado. O caminho
que o projeto teve que percorrer, neste caso, ficou mais longo.

25. Aprovado, o decreto legislativo oriundo desse projeto vai ser


promulgado e publicado do Diário Oficial da União e no Diário do Senado.
Aprovado o decreto legislativo e a emenda, esta será ainda submetida à
apreciação da Câmara dos Deputados.

26. Reparem que é o decreto legislativo que vai ser promulgado e não o
projeto de decreto legislativo. É isso mesmo. Vamos estudar, neste
momento, os instrumentos de sanção/veto, promulgação e publicação.

27. A sanção ou o veto pertencem ao Presidente da República. A sanção é a


manifestação favorável do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei
aprovado no Poder Legislativo. O veto, ao contrário, é a manifestação
desfavorável. Este pode ser total ao projeto ou parcial. Para essa
manifestação – favorável ou contrária – o Executivo dispõe de 15 dias úteis.
Nesse tempo ele sanciona formalmente, explicitamente o projeto, que se
transforma em lei, ou o veta. O veto é sempre formal. Se passar esse
tempo
– 15 dias úteis – e o Presidente não se manifestar, o seu silêncio importa
em sanção. É a sanção tácita. Uma observação: não existe veto tácito; ele é
sempre formal – repito. De toda forma, o projeto vira lei. Então, a sanção
transforma um projeto de lei em lei.

28. A promulgação não acontece sobre um projeto; ela é sempre sobre uma
norma posta, ou seja, uma lei, um decreto legislativo, uma resolução. A sua
função é “dizer” da existência e da validade daquela norma, ou seja, é uma
certidão de existência e validade. A lei é válida e vai produzir seus efeitos,
após ser publicada.

29. Recapitulando: a sanção acontece sobre um projeto de lei; a


promulgação, sobre uma lei ou um decreto legislativo ou uma resolução.

30. E a publicação? É ela o marco a partir do qual se conta a vigência da


norma. Muitas e muitas vezes, o último artigo da norma dispõe assim: “Esta
lei (Esta resolução) (Este decreto legislativo) entra em vigor na data de sua
publicação” Ou: “Esta lei (Esta resolução) (Este decreto legislativo) entra
em vigor noventa dias após a sua publicação.”

Então, a publicação é um marco. A partir daí a norma (lei, resolução,


decreto legislativo) começa a produzir os efeitos na sociedade brasileira. Se
não tiver nada escrito sobre a entrada em vigor, aplica-se a Lei de
Introdução ao Código Civil (LICC), que dispõe que as normas jurídicas
entram em vigor quarenta e cinco dias após sua publicação.

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA DA CÂMARA - PLC

(Autoria: Câmara dos Deputados)


1. O autor, neste caso, não é um parlamentar individualmente ou mesmo
uma comissão, mas uma Casa Legislativa: a Câmara dos Deputados. Lá,
podem ter sido autores tanto um deputado como uma comissão ou algum
órgão externo ao Parlamento. Isto porque, nos termos constitucionais, o
Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal - STF, algum tribunal
superior (Superior Tribunal de Justiça – STJ, Superior Tribunal Militar – STM,
Tribunal Superior Eleitoral - TSE, Tribunal Superior do Trabalho – TST), o
Procurador-Geral da República, o Tribunal de Contas da União ou os
cidadãos coletivamente podem ter iniciativa do processo legislativo. E esta
iniciativa é exercida perante a Câmara dos Deputados. Quando o projeto
chega ao Senado, após sua tramitação naquela outra Casa, ele chega como
Projetode Lei da Câmara - PLC.

2. A Câmara remete ao Senado autógrafos originais, exemplares dos


avulsos impressos, os debates, as questões de ordem, enfim, o necessário
para que os Senadores e as pessoas interessadas possam ter conhecimento
do que ocorreu durante a tramitação naquela Casa. Autógrafo é o texto
oficial do que foi aprovado.

3. No Senado, é preparada uma autuação, ou seja, é organizado um


processado dessa matéria pelo Protocolo Legislativo, órgão pertencente à
estrutura da Secretaria-Geral da Mesa, responsável por preparar o processo
físico, por encapar, numerar e organizar as páginas.
4. Após esse primeiro trabalho administrativo, o projeto está pronto para
leitura no Plenário do Senado e o Presidente da Casa o despacha à ou às
comissões.

5. Como regra geral, no Senado, os projetos de lei da Câmara não são


apreciados terminativamente pelas comissões. Devem ser discutidos e
votados pelo Plenário, depois dos pareceres. Entretanto, o Presidente do
Senado, ouvidas as lideranças partidárias, poderá conferir este caráter
terminativo aos projetos de lei ordinária da Câmara, de autoria de
deputado, que tiverem sido apreciados, naquela Casa, terminativamente
pelas comissões. Neste caso, terão a tramitação igual à dos projetos de lei
ordinária do Senado de autoria de Senador, que estudamos na Unidade 1.

6. Mas não é esta a regra geral. Em princípio, depois da leitura em plenário,


o projeto de lei da Câmara vai para o exame das comissões.

7. Uma vez na comissão, seu Presidente designa um relator dentre seus


membros, que terá a metade do tempo da comissão para emitir seu
relatório. Isso é válido para todas as proposições. Assim, se a Comissão tem
20 dias úteis, o Relator tem 10 dias úteis.

8. Somente os Senadores integrantes da Comissão podem apresentar


emendas a um projeto desse tipo.

9. Apresentado o relatório pelo relator, como para qualquer proposição, um


ou mais membros da comissão poderão pedir vista do processo. O prazo
máximo que o Presidente do Órgão pode conceder é de 5 dias úteis. Se o
projeto estiver em regime de urgência, o prazo diminui. O Secretário da
Comissão prepara tantas cópias do material quantas forem necessárias,
porque o prazo de vista corre simultaneamente para todos os solicitantes.

10. Ao devolverem esse material, os senadores poderão, se assim o


quiserem, apresentar alguma manifestação diferente da do relator, por
escrito. Cada um apresenta a sua, ou podem apresentar em conjunto. É o
voto em separado.

11. Uma vez encerrada a discussão, inicia-se a votação do relatório do


relator na Comissão, que tem preferência sobre as outras alternativas,
apresentadas pelos demais senadores nos votos em separado.

12. Se o relatório for aprovado, transforma-se em parecer da Comissão. Se


o relator for derrotado, passa-se à votação dos votos em separado. Aquele
que for aprovado é que será o parecer da Comissão. Este procedimento é
válido para qualquer matéria. É um princípio de processo legislativo.

13. Neste último caso, o Presidente da Comissão designa um senador,


dentre aqueles que votaram aprovando o voto em separado, para preparar
orelatório do vencido, ou seja, o texto aprovado pela comissão. Ele será o
Relator do vencido. Vencido, aqui, significa vencedor (é o relatório do que
foi deliberado).

14. O relatório do relator inicialmente designado e que foi derrotado não


pode sumir do processo. Mesmo porque só existe um relatório do vencido
porque
houve um relatório inicial que não foi acatado pela comissão. Este relatório
inicial passa, então, a denominar-se voto vencido em separado.

15. Relembrando: os procedimentos aqui descritos para o voto em


separado, voto vencido em separado, relator e relatório do vencido são
válidos para todas as proposições em que ocorrer.

16. O projeto de lei da Câmara, após ter passado pelas comissões do


despacho, vai para a Secretaria-Geral da Mesa para preparar a leitura dos
pareceres em plenário.

17. Lidos, numerados, publicados em avulsos e no DSF, fica aberto o prazo


de 5 dias úteis para apresentação de emendas por todos os Senadores,
perante a Mesa. Este é um procedimento que vai aparecer em quase todas
as tramitações: depois da leitura do parecer sobre o projeto em plenário,
abre-se o prazo de emendas perante a Mesa. É uma regra geral importante.
Mas verifiquem as exceções durante a leitura das outras tramitações.

18. Se não receber emendas, o projeto está pronto para ser agendado para
constar da Ordem do Dia de uma sessão deliberativa plenária. Se receber
emendas, retorna às comissões anteriormente definidas, desta vez para
receber parecer sobre as emendas apresentadas. Em cada comissão o
relator é o mesmo que já trabalhou para preparar o relatório do texto
principal do projeto. Se tiver havido um relator do vencido, será este o
designado para proferir parecer sobre as emendas.

19. O prazo para cada comissão, agora, é de 15 dias úteis e corre


concomitante. O Relator, como já sabemos, tem metade desse prazo para
apresentar seu relatório.

20. O relator pode ser favorável às emendas integral ou parcialmente, ou


favorável a algumas e contrário a outras, pode apresentar subemendas
àquelas em que tiver apresentado parecer favorável. Mas, desejando fazer
alguma alteração, ele pode apresentar um texto consolidando o projeto com
as emendas favoráveis e algumas alterações que se fizerem necessárias.

21. Remetidos os pareceres das comissões à Secretaria-Geral da Mesa,


serão preparados para leitura. Recebem numeração após a leitura, são
confeccionados avulsos e são publicados no DSF, como para todas as
matérias.

22. Neste momento, está o projeto pronto para ser agendado para a Ordem
do Dia, para discussão e votação em turno único.

23. Se aprovado o projeto, na forma em que tiver sido aprovado na


Câmara, ou apenas com emendas de redação apresentadas pelo Senado, o
Presidente desta Casa assina os autógrafos preparados pela Secretaria de
Expediente e o projeto vai à sanção (ou veto) do Presidente da República.
Se tiver sido rejeitado, irá para o arquivo. Se tiver, entretanto, recebido
emendas que alterem o mérito, essas emendas deverão ser remetidas à
Câmara, paraque ela se manifeste.
24. A Câmara, ao analisar as emendas do Senado, pode aprová-las ou
rejeitá- las totalmente, ou aprovar algumas e rejeitar outras. Neste caso, ao
preparar os autógrafos para remeter o projeto à sanção do Presidente da
República, irá consolidar o texto.

25. Repare que a última Casa a deliberar sobre o projeto é que o enviará à
sanção ou ao arquivo. Isso acontece para todas os projetos de lei, sejam de
origem da Câmara ou do Senado.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR – PLC – Complementar


(Autoria: Câmara dos Deputados)

1. Estudamos no Unidade 4 a tramitação do projeto de lei ordinária da


Câmara dos Deputados. Para este projeto agora, nesta Unidade 5 – Projeto
de lei Complementar da Câmara dos Deputados –, fazemos o mesmo. A
grande diferença é que, na hora de votar em plenário, o quorum para
aprovação do PLC é de maioria simples e, para aprovação do PLC
Complementar, é de maioria absoluta.

2. Nos casos em que se precisa do quorum qualificado de maioria absoluta


para aprovar uma matéria, a votação tem que ser pelo painel eletrônico. E
se não estiver funcionando, faz-se pela chamada nominal. A votação é
sempre nominal. Diferente de quando se precisa somente de maioria
simples (relativa). Neste caso, a votação é simbólica. Como é isso? O
Presidente da sessão pronuncia essas palavras: “As Senhoras Senadoras e
os Senhores Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados.”
(Pausa) “Está aprovado”. Ou, então: “Está rejeitado.” Significa que aqueles
que estão presentes no plenário votam por todos os que estão com sua
presença registrada no painel eletrônico. O pré-requisito é que 41
Senadores, no mínimo, tenham registrado suas presenças.

3. Quando se faz votação simbólica, após o Presidente anunciar o resultado,


um senador, apoiado por mais 3, pode pedir verificação de votação. Ou
seja, querem que a votação se repita, desta vez nominalmente, no painel. E
assim será feito. O resultado desta última votação é o que vale. Se na
primeira votação o Presidente tiver anunciado que o projeto está aprovado
e na verificação de votação o projeto não alcançar os votos necessários e,
com isso, ficar rejeitado, o que vale é esta: o projeto está rejeitado. A
primeira votação foi simbólica e, na segunda, os votos estão registrados um
a um.

4. Pode acontecer que na votação de um projeto de lei ordinária, que


precisa só de maioria simples para ser aprovado, em votação simbólica, um
senador queira fazer de pronto a votação nominal, sem passar pela votação
simbólica. Então, ele apresenta um requerimento escrito solicitando a
votação nominal. Este requerimento tem que ser apresentado antes da
votação do projeto, e precisa ser aprovado pelos Senadores. Como é um
requerimento, a votação é simbólica. Se aprovado o requerimento, a
votação do projeto será nominal. Como é de lei ordinária, o quorum é de
maioria simples.

5. Atenção porque não é o caso deste projeto que estamos estudando nesta
Unidade. Nosso caso, agora, é de projeto de lei complementar. Então,
rememorando, o quorum para sua aprovação é de maioria absoluta, 41
votos “sim”. Se ele obtiver 40 votos “sim” e apenas 2 votos “não”, está
rejeitado, porque precisa de 41 votos “sim”.

6. Por isso, quando se tem um projeto desse tipo na Ordem do Dia, é


preciso que estejam presentes no plenário bem mais do que os 41
senadores necessários, para que o projeto tenha chance de uma votação
justa.

7. Há outros tipos de quorum qualificado. Vamos estudar aos poucos,


conforme vamos vendo as matérias.

8. Já que estamos falando sobre votação, vamos aprender mais um pouco


sobre este assunto. A votação pode ser ostensiva (aberta, pública)
ousecreta. A ostensiva pode ocorrer, então, pelo processo simbólico (“As
Senhoras Senadoras e os Senhores Senadores que aprovam o projeto
permaneçam sentados”) ou pelo processo nominal, que acontece no painel
ou por chamada, caso seja pedida votação nominal através daquele
requerimento próprio ou por pedido de verificação de votação. Mas a
votação secreta só pode acontecer pelo processo nominal. A diferença entre
o processo nominal na votação ostensiva e na votação secreta é que, na
primeira, aparecem os nomes dos votantes, a qualidade do voto e o
resultado; na secreta, só aparecem os nomes dos votantes e o resultado,
sem aparecer qual voto o senador escolheu.
9. E ainda precisamos falar das eleições como, por exemplo, para preencher
os cargos da Mesa do Senado, que são: Presidente, 2 Vice-Presidentes, 4
Secretários e 4 Suplentes de Secretário. Nesse caso, o Regimento manda
utilizar o sistema de cédulas. Atualmente, como temos o painel, se for
candidato único utilizamos esse sistema, porque é muito mais rápido. As
eleições são secretas. Como nas eleições em que votamos para Presidente
da República e outros cargos.

10. Essas são as informações mais importantes sobre os sistemas de


votação existentes.

11. Voltando ao nosso projeto de lei complementar da Câmara, e fazendo


uma recapitulação do que vimos na Unidade 4, para o projeto de lei
ordinária, com segurança podemos dizer que ele é lido no Período do
Expediente de uma sessão do Senado, vai ao exame da ou das comissões a
que o Presidente da Casa o despachar. Lá, vai receber o parecer, e
obrigatoriamente virá para o Plenário para ser discutido e votado.

12. Como vai ser votado? Já aprendemos que será por votação ostensiva
nominal, e precisa de 41 votos “sim”, no mínimo, para ser aprovado o PLC -
Complementar.

13. Se tiver sido aprovado sem emendas ou com emendas de redação, o


Presidente assina os autógrafos preparados pela Secretaria de Expediente,
órgão que pertence à estrutura da Secretaria-Geral da Mesa, que vão à
sanção do Presidente da República.

14. Se tiver recebido emendas de mérito volta para a Câmara dos


Deputados para que os deputados analisem essas alterações propostas pelo
Senado. São preparados autógrafos das emendas do Senado e remetidos à
Câmara, depois de assinados pelo Presidente do Senado. E de lá sai para o
Palácio do Planalto, através de autógrafos também, desta vez preparados
pelos servidores da Câmara e assinados pelo Presidente daquela Casa.

15. Na Câmara, quando eles analisam as emendas do Senado, não podem


subemendar. Ou aprovam todas, ou rejeitam todas, ou aprovam algumas e
rejeitam outras. Se acontecer de aprovarem as emendas do Senado, ou
parte delas, o texto que vai para a sanção do Presidente da República é
híbrido, ou seja, uma parte do que foi aprovado na Câmara e uma parte do
que foi aprovado no Senado. É o verdadeiro bicameralismo.

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA / COMPLEMENTAR


(Autoria: Câmara dos Deputados)
(Nos termos do § 1º do art. 64 da Constituição Federal)
1. O que quer dizer este título todo? Que se trata de um projeto de lei cuja
iniciativa é do Presidente da República, para o qual ele solicitou o rito de
urgência definido no § 1° do art. 64 da Constituição:

“Art. 64............................................................................................
§ 1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.

§ 2º. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não
se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações
legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo
constitucional determinado, até que se ultime a votação.
.............................................................................................”
2. O Presidente da República envia uma mensagem à Câmara dos
Deputados, encaminhando o projeto de lei, solicitando que ele tramite com
o prazo de 45 dias naquela Casa e 45 dias no Senado. Dias corridos; não
dias úteis. E manda para a Câmara, porque esses projetos têm sua
tramitação iniciada lá.

3. Após a aprovação do projeto na Câmara, ele vai ao Senado para revisão.


Mas se tiver sido rejeitado naquela Casa, vai ao arquivo sem o exame do
Senado.

4. Caso a Câmara não delibere sobre o projeto, aprovando ou rejeitando, no


prazo de 45 dias, ele passa a sobrestar toda a pauta daquela Casa, ou seja,
só se delibera outra matéria legislativa após a deliberação final daquele
projeto. É este o significado da expressão “a pauta fica sobrestada”. A
exceção é para as medidas provisórias, que entram na pauta em
primeiríssimo lugar.

5. O prazo do Senado só começa a contar depois de sua leitura no seu


plenário. Antes dessa leitura, como para os demais projetos e as propostas
de emenda à Constituição que vêm da Câmara, o material vai para o
Protocolo Legislativo para preparar o processo todo. O processado, como o
chamamos. E é nesse Setor que ele recebe sua numeração no Senado.
Porque as matérias todas que devem tramitar no Senado e na Câmara – ou
vice-versa – recebem um número diferente em cada uma das Casas. É o
respeito pelo princípio da autonomia de cada Casa Legislativa.

Por exemplo: O Projeto de Lei da Câmara n° 23, de 2003, que autoriza a


União a conceder indenização a José Pereira Ferreira”, tramitou na Câmara
sob a denominação de PL nº 331, de 2003. O projeto é o mesmo.

6. Uma vez dada leitura do projeto em plenário, o Presidente do Senado o


despacha para uma ou mais comissões.

7. Se ele for para mais de uma comissão, a Secretaria-Geral da Mesa


prepara tantas autuações (cópias) do projeto quantas forem as comissões
de despacho, porque o prazo para dar parecer corre concomitante. Para os
outros projetos, que tramitam em rito normal, o prazo da segunda comissão
só começa a contar a partir do real recebimento do projeto naquele Órgão.

8. As comissões têm 25 dias para emitir seus pareceres. O relator tem a


metade deste prazo para apresentar seu relatório.

9. Este é um projeto que só recebe emendas perante a primeira comissão


de despacho, nos 5 primeiros dias úteis. Assim, se o projeto tiver sido
despachado para as Comissões de Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais e
de Serviços de Infra-Estrutura, por exemplo, as emendas de todos os
Senadores – e não apenas dos membros da comissão – deverão ser
apresentadas perante a Comissão de Assuntos Econômicos. O Secretário
desta Comissão coloca o original no seu processado e envia cópias para as
outras. Não se esqueçam de que o prazo das comissões corre concomitante,
e elas devem falar sobre o projeto e sobre as emendas.

10. Uma vez aprovado o relatório, que se transforma em parecer da


Comissão, é enviado para a Secretaria-Geral da Mesa, como de hábito para
todos os processos, para preparar a leitura do parecer em plenário.

11. Se a ou as comissões não emitirem o parecer neste prazo, até o 25º


dia, o projeto é devolvido para a Secretaria-Geral, sem parecer. A partir do
35º dia ele vai constar da Ordem do Dia, e recebe parecer em plenário, por
relator designado pelo Presidente da Casa. Este relator pode pedir prazo de
24 horas para emitir seu parecer.

12. Se o Senado não apreciar o projeto até o 45º dia, no 46º ele começa a
sobrestar a pauta de votações. Isso quer dizer que não se delibera mais
nada enquanto ele não for votado. Sobrestar ou trancar a pauta é o mesmo.
13. Como é um projeto de lei da Câmara, a regra é a mesma que para os
outros PLCs. Se o Senado aprovar sem emendas ou somente com emendas
de redação, vai à sanção do Presidente da República. Se tiver emenda de
mérito, aquela que modifica o sentido do projeto, então volta para a
Câmara. E o procedimento é o mesmo.

14. Vejam que o processo legislativo tem uma lógica que se repete, com
algumas variações dependendo da necessidade da matéria. Aos poucos,
vamos vendo outras tramitações e introduzindo outros conceitos de
processo.

15. Importantíssimo neste tipo de projeto é o prazo de emendas único, logo


no início da tramitação dele, nas comissões. Este projeto não recebe
emendas nem perante a Mesa nem em Plenário.

16. Outra informação-chave: as emendas não são nem discutidas nem


votadas em Plenário. O que as comissões decidirem sobre elas está
decidido. Se algum Senador quiser trazer algumas delas para o Plenário, é
preciso fazer um recurso.

PROJETO DE LEI DO SENADO


(Lei Complementar) (Autoria: Senador)

OU

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO


(autoria: Senador)
1. Reparem que, nesta mesma Unidade, vamos estudar dois tipos de
projetos bastante diferentes. E isso é possível, porque a tramitação é igual.
Lembrem- se de que há uma lógica dentro do processo legislativo.

2. Como todas as matérias, o projeto tem início com sua leitura, em


plenário, no Período do Expediente de uma sessão. Numerado, publicado,
organizado o processado físico, é despachado pelo Presidente da Casa a
uma ou a mais de uma comissão.

3. E lá? Já sabemos que o Presidente da Comissão designa um relator, que


tem a metade do prazo da comissão. Se for para a CCJ, ela tem 20 dias
úteis; se for para outra comissão, cada uma tem 15 dias úteis. O Relator, a
metade.

4. Os membros da comissão onde estiver o projeto podem apresentar


emendas. Somente eles porque, como este projeto vai ser apreciado pelo
Plenário, os demais senadores poderão emendá-lo perante a Mesa, após a
leitura do parecer, como tantos outros projetos.

5. Vamos aproveitar este assunto e estudar o tema “prazo da comissão”.


Quem acompanha os trabalhos do Poder Legislativo pode estranhar esses
prazos bastante curtos das comissões e vê que, às vezes, há projetos que
passam por lá muito mais tempo que isso. Pode acontecer mesmo. Como?

6. Se a Comissão não puder emitir seu parecer dentro do prazo do


Regimento, seu Presidente encaminha um ofício ao Presidente da Casa
comunicando que o prazo será prorrogado por igual período. Este ofício é
lido no Período do Expediente e vai à publicação. A prorrogação é
automática. Se a comissão precisar de mais tempo, a ou as prorrogações
não serão mais automáticas. A comissão precisa apresentar requerimento
solicitando prazo, que virá dito nesse documento, que precisa ser aprovado
pelo Plenário.

7. Ainda sobre prazo da comissão, o Regimento Interno prevê que ficará


suspenso pelo encerramento da sessão legislativa, continuando a correr na
sessão legislativa imediata.

8. O prazo ficará renovado com o início de nova legislatura ou por


designação de novo relator. Quer dizer, recomeça a contagem.

9. Então, em alguns casos, o prazo fica suspenso, retomando a contagem


do ponto em que havia parado; em outros casos, o prazo se renova, ou
seja, recomeça a contagem do primeiro dia.

10. Voltando à tramitação dos nossos projetos. Na comissão, quando o


parecer estiver aprovado, o Presidente desse órgão envia o processo todo
para a Secretaria-Geral da Mesa. Para quê? Para a preparação da leitura do
parecer no Período do Expediente da sessão. Na seqüência da leitura,
numeração, publicação no Diário do Senado e em avulsos.

11. Mais uma vez a aplicação da lógica do processo legislativo. Depois da


leitura do parecer, abre-se prazo de 5 dias úteis para apresentação de
emendas perante a Mesa. Sem emendas, o projeto está pronto para ser
agendado para constar da Ordem do Dia. Quem define a pauta da Ordem do
Dia é o Presidente do Senado.
12. Se tiver emenda, volta para a ou as comissões, para parecer sobre elas.
Lá na comissão, o procedimento é o mesmo: o relator, que
preferencialmente é o mesmo que já deu parecer sobre o projeto, vai falar
sobre a oportunidade
– ou não – de se acatar as emendas.

13. E depois? Aplicando a lógica – sempre – o Presidente da comissão


devolve o processado para a Secretaria-Geral da Mesa, que vai preparar a
leitura do parecer em plenário, no Período do Expediente, numerado e
publicado.

14. E o que é “preparar a leitura do parecer”? Na Secretaria-Geral da Mesa,


verificam-se alguns detalhes formais como, por exemplo, se o número de
assinaturas corresponde à maioria da comissão, se os votos estão corretos,
se os BALs (Boletim de Ação Legislativa) estão dentro do que o Regimento
determina, com informações corretas. Às vezes é preciso solicitar à
Secretaria de Taquigrafia as notas taquigráficas para dirimir alguma dúvida
sobre a reunião da comissão. Elas são juntadas no processo. Verifica-se
também se o texto que vem da comissão está dentro das normas de
redação definidas na Lei Complementar nº 95, de 1998. E também se se
encaixa na legislação já existente, se está revogando alguma outra lei. É
preciso também anexar a legislação citada no parecer. Enfim, é uma análise
prévia, para que a norma que pode sair desse projeto esteja correta.

15. Só depois dessa análise, que não é feita por uma pessoa apenas, mas é
um trabalho de várias pessoas, é que o parecer vai ser lido em plenário.

16. Essa expressão “vai ser lido” não significa que ele será lido na íntegra.
Há o anúncio de sua publicação. Quem estiver interessado poderá lê-lo no
Diário do Senado ou em avulso.

17. Como regra geral, depois da publicação do parecer o Presidente do


Senado abre o prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante
a Mesa. Todos os Senadores que o desejarem poderão apresentar emendas
ao projeto. Essas emendas podem alterar o mérito ou apenas a redação.

18. Se não houver emenda, o projeto está pronto para ser agendado para a
pauta da Ordem do Dia de uma sessão. Ele vai seguir um cronograma de
agendamento. Lembramos que é da competência do Presidente do Senado
determinar as matérias que devem constar da pauta.

19. Se houver emenda, o processo volta para a comissão ou as comissões


do despacho, para que elas apresentem seu parecer sobre essa emenda.

20. O procedimento não é ir para uma comissão e depois para a outra, mas
o prazo, que é de 15 dias úteis, é contado simultaneamente, ou seja, é
prazo único para todas as comissões.

21. A ou as comissões, ao se manifestarem sobre a emenda, poderão reunir


a matéria da proposição principal, ou seja, do projeto e da emenda (ou das
emendas) que tiver recebido parecer favorável num único texto, fazendo
inclusive os acréscimos e alterações que visem ao seu aperfeiçoamento.
Esse procedimento pode ser utilizado para qualquer proposição que esteja
no mesmo caso.
22. Uma vez aprovado o parecer na comissão, o processo volta à Mesa para
que seja feita sua leitura, em plenário. E o procedimento é o mesmo:
numerar, publicar.

23. Agora, o projeto está pronto para ser agendado para inclusão na pauta
da Ordem do Dia.

24. Uma vez na Ordem do Dia, o projeto vai ser discutido e votado em
turno único. Mas pode haver alguns procedimentos que alterem esse rito. E
vamos aproveitar essas matérias para estudar um pouco sobre esses
procedimentos.

25. Qualquer Senador, durante a discussão do projeto, pode apresentar um


requerimento solicitando adiamento da discussão para que:

a) ela venha a ser feita em outra sessão;


b) ou para que a comissão que a examinou a reexamine, tendo em vista o
surgimento de fatos novos. Neste caso, o requerimento deve vir com a
devida justificativa;
c) ou, ainda, para que uma comissão que não tenha examinado o projeto, e
que tenha dentro de suas competências oferecer parecer sobre o assunto
que está sendo tratado no projeto, possa vir a dar seu parecer;
d) ou para realizar alguma diligência necessária ao bom estudo do projeto.
26. No primeiro caso, o prazo da outra sessão não pode ser superior a 30
dias úteis, bem como só podem ser apresentados até dois requerimentos
nesse mesmo sentido. Isso é para evitar que haja uma protelação na
apreciação do projeto. O segundo requerimento não pode pedir o adiamento
por prazo superior ao do primeiro requerimento.

27. Mas o Regimento Interno do Senado não impede que haja, por exemplo,
dois requerimentos de adiamento da discussão para ser feita em outra
sessão e, depois, um outro requerimento pedindo a audiência de outra
comissão, e mesmo o reexame da comissão.

28. Como podemos deduzir, são procedimentos que podem tanto levar a um
amplo estudo da matéria como também podem ser usados para atrasar sua
apreciação. Ou, também, ter tempo para possíveis negociações e acordos
úteis à boa aplicação posterior da norma jurídica que daí surgir. E ainda
tantas outras motivações.

29. Um outro procedimento é o adiamento da votação, para os mesmos fins


e pelos mesmos motivos que o adiamento da discussão.

30. Quando o projeto vai novamente para o âmbito das comissões, ele pode
voltar para o plenário com a ratificação do parecer anterior ou com um novo
parecer. E todas as regras que vimos até agora para o oferecimento de
parecer quando a matéria vai às comissões pela primeira vez vale também
para este momento.

31. O parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado e


publicado. A grande diferença é que, agora, não se abre mais o prazo para
recebimento de emendas perante a Mesa, como fazemos quando da leitura
do primeiro parecer. É que essa fase – a de recebimento de emendas – já
foi
ultrapassada. Agora, é só aguardar o agendamento para constar da Ordem
do Dia.

32. Se o adiamento tiver sido da discussão, o projeto volta na fase de


discussão. Mas se a discussão já tiver sido concluída, o projeto volta em
fase de votação.

33. Como vimos, quando há algum requerimento desse tipo, o processo


legislativo se alonga.

34. Se o projeto for rejeitado, vai ao Arquivo. Se aprovado, vai à Câmara


dos Deputados para revisão.

35. Se aquela Casa aprovar o projeto de lei do jeito que o Senado aprovou,
envia-o à sanção do Presidente da República; se for projeto de decreto
legislativo, encaminha ao Presidente do Senado para sua promulgação.

36. Se a Câmara aprovar emendas de redação o procedimento é o mesmo


que para o nº 35 desta Unidade.

37. Se a Câmara aprovar emendas de mérito, devolve o projeto ao Senado,


para que este analise essas alterações propostas. Se o Senado aprovar as
alterações da Câmara, envia o projeto de lei à sanção com a redação
incorporando essas alterações; se for o projeto de decreto legislativo, o
Presidente do Senado promulga o decreto legislativo com a redação
incorporando também as alterações aprovadas. Mas se o Senado rejeitar as
alterações da Câmara, de toda forma o projeto de lei vai à sanção e o
projeto de decreto legislativo, à promulgação, somente com o texto do
Senado.

38. Mas se a Câmara rejeitar algum dos projetos do Senado, este vai ao
Arquivo.

39. Reparem o final de outras unidades e vejam que o procedimento é o


mesmo para casos semelhantes. É a tal da lógica do processo legislativo.

PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS)


(lei ordinária) (autoria: Comissão)

PROJETO DE LEI DO SENADO – COMPLEMENTAR (PLS – COMPL)


(lei complementar) (autoria: Comissão)

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO DO SENADO (PDS)


(autoria: Comissão)
1. Como podemos verificar, nesta Unidade vamos estudar a tramitação de
projetos com iniciativa no Senado, de autoria de Comissão do Senado,
permanente ou temporária.

2. Na comissão, algum de seus membros apresenta um anteprojeto, que é


uma proposta de projeto.

3. O Presidente da comissão designa um relator, que vai apresentar seu


relatório.

4. Se o anteprojeto do Senador Fulano de Tal for aprovado pela


comissão, ele passa a ser de autoria da comissão e não mais do
senador. Para isso, é preciso que a maioria absoluta daquele Colegiado
assine o projeto.

5. O próximo passo é o Presidente da Comissão enviar um ofício ao


Presidente do Senado, encaminhando o projeto.

6. Administrativamente, o Secretário da Comissão prepara o texto


acompanhado da legislação citada, do texto original do anteprojeto, do
relatório apresentado. Tudo em 3 vias. Não é obrigatório, mas é de todo
conveniente que se juntem as notas taquigráficas com os debates ocorridos.

7. Uma vez apresentado o projeto, como acontece com todas as


proposições, é lido no Período do Expediente da sessão do Senado. A
diferença é que as outras matérias são despachadas às comissões para,
depois que emitirem seus pareceres, abrir-se o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de emendas perante a Mesa. Mas estes projetos, como já são
de comissão, não
precisam voltar para lá. Assim, o Presidente da Casa abre diretamente o
prazo de emendas perante a Mesa.

8. Um detalhe importante: normalmente a comissão apresenta o projeto


dentro de suas competências. Por isso é que o projeto não volta para lá.
Entretanto, se uma comissão apresentar um projeto cujo assunto esteja
dentro da competência de outra comissão, aí, sim, o projeto deve ser
despachado àquela comissão de mérito. Mas a maior parte desses tipos de
projeto versam assunto de competência da própria comissão que o
apresentou.

9. Então, o projeto é lido e fica aberto o prazo de 5 dias úteis para


apresentação de emendas perante a Mesa. Se não houver emenda, o
projeto já está pronto para ser agendado na Ordem do Dia, para ser
discutido e votado em turno único, como é a regra geral de apreciação das
matérias.

10. Se tiver emendas, então o projeto volta à comissão-autora, para dar


parecer sobre elas. E pode, como para as demais matérias, se assim quiser,
fazer um texto único, incorporando o texto principal com o das emendas
que receberem parecer favorável, fazendo inclusive ajustes no texto. Se
não, pode apenas emitir seu parecer sobre as emendas.

11. Esse parecer é lido no Período do Expediente de uma sessão, numerado,


publicado em avulsos e no Diário do Senado Federal. E, agora, está pronto
para ser agendado.

12. A inclusão de qualquer proposição, em rito normal, na Ordem do Dia,


não é feita automaticamente. É preciso que ela cumpra um interstício que
está previsto no Regimento Interno do Senado. Como regra geral, esse
tempo é de 3 dias úteis.

13. E o que é interstício? Neste caso, é o tempo entre a distribuição de


avulsos dos pareceres das comissões e o início da discussão ou votação
correspondente, em plenário. Esse tempo serve para que os senadores e
todos os que se interessam pela matéria possam dela tomar conhecimento e
se preparar para o debate.

14. No plenário, a apreciação das matérias é igual, diferenciando-se apenas


quanto ao quorum exigido para sua aprovação e, conseqüentemente,
quanto ao tipo de votação. Assim é que o projeto de lei ordinária e o projeto
de decreto legislativo são aprovados por maioria simples e são submetidos
ao processo simbólico, ou seja, aquele em que o Presidente da sessão
pronuncia as seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os Senhores
Senadores que aprovam o projeto permaneçam sentados”. Se não houver
manifestação em contrário, o Presidente declara aprovado o projeto. E ele
vai à Câmara dos Deputados para revisão.
Já o projeto de lei complementar deve ser submetido ao processo nominal
de votação, porque exige quorum de maioria absoluta (41 votos favoráveis)
para ser aprovado.

15. Bem, se o projeto – qualquer um deles que estamos estudando nesta


Unidade – for rejeitado, vai ao Arquivo. Aprovado, vai à Câmara para
revisão. Se aquela Casa aprovar o projeto do jeito que o Senado aprovou
ou com
emendas que somente alterem a redação, então a própria Câmara, através
de seu Presidente, encaminha o texto à sanção, se for projeto de lei,
ordinária ou complementar, e ao Presidente do Senado, se for projeto de
decreto legislativo.

16. Se a Câmara aprovar o texto com emendas que alterem o mérito do


projeto, então envia essas emendas à consideração do Senado. Nesses
casos, é ele quem fala por último. O que ele fizer está feito. Se aprovar as
alterações da Câmara, faz sua incorporação no texto e envia à sanção ou
faz a promulgação, conforme o tipo de projeto.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC)


(Autor: 1/3 do Senado)
(Autor: 1/3 da Câmara dos
Deputados)
(Autor: Presidente da República)
(Autor: mais da metade das Assembléias Legislativas)

1. Esta é uma tramitação especial. A começar pela autoria. Quem pode dar
início a uma PEC? Ela tem iniciativa coletiva: somente 1/3 dos Senadores,
no Senado, ou 1/3 dos Deputados, na Câmara ou mais da metade das
Assembléias Legislativas. E tem também uma iniciativa individual, quando o
Presidente da República, sozinho, encaminha ao Congresso Nacional uma
proposta de alteração da Constituição.

2. No caso do Presidente da República, apesar de a Constituição, em seu


art. 64, dispor que projetos de lei de origem do Poder Executivo (do
Supremo e dos Tribunais Superiores também) terão sua tramitação iniciada
na Câmara dos Deputados, por força de interpretação e da praxe, a
proposta de emenda à Constituição de autoria do Presidente da República
começa sua tramitação pela Câmara dos Deputados.

Reparem que o artigo constitucional também não menciona os projetos de


lei de iniciativa do Procurador-Geral da República nem as matérias
referentes a radiodifusão, mas mesmo assim, também pela interpretação e
pela praxe, a tramitação dessas matérias se iniciam pela Câmara.

3. Voltemos à PEC. Ela é lida no Período do Expediente – é claro! – e vai


para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ. Sempre. No
Senado, é a única comissão que se manifesta sobre esse tipo de proposição.

4. Na Comissão, como para qualquer outra matéria, o Presidente do Órgão


designa um Relator, que tem a metade do tempo de que dispõe a Comissão,
para emitir seu parecer. Neste caso, a CCJ tem até 30 dias úteis. Então, o
Relator tem até 15 dias úteis.

5. Na CCJ, somente os seus membros podem apresentar emendas, nesta


fase da tramitação. E o Relator vai falar sobre o texto principal e sobre elas.

6. Vamos aproveitar este tema para fazer um hiato e estudar sobre


emendamento de forma genérica.

7. Existem três instâncias (lugares) em que os Senadores podem apresentar


emendas: nas Comissões, perante a Mesa, no Plenário.

8. Perante uma comissão, seus membros podem apresentar emendas a


qualquer matéria que lá esteja para estudo. Neste caso, se a comissão não
acatar a emenda, será ela considerada inexistente.

9. Também perante as comissões qualquer senador pode apresentar


emenda aos:

a) projetos de iniciativa do Presidente da República para os quais ele


solicitou tramitação urgente nos termos do art. 64, §1º, da Constituição.
Estudamos essa matéria na Unidade 6;
b) projetos com tramitação terminativa nas comissões. Estudamos esses
nas Unidades 1, 2 e 3; e
c) projetos de código. Esses ainda vamos estudar.

No caso da letra “a”, será final o pronunciamento da comissão. O projeto vai


ser votado no Plenário, mas não as emendas. Ao votarem o texto do
projeto, os senadores estarão votando automaticamente o que a comissão
decidiu a respeito das emendas. Se quiserem fazer diferente, precisam
apresentar
recurso assinado por no mínimo 1/10 de senadores (9), para que uma ou
mais emendas venham a ser apreciadas no plenário.

No caso da letra “b”, o pronunciamento da comissão também será final,


salvo recurso assinado também por 1/10 dos senadores, apresentado, neste
caso, para a proposição principal. Aí, vem tudo para o Plenário,
automaticamente.

E no caso da letra “c”, as emendas vêm para o Plenário automaticamente,


com parecer favorável ou contrário, porque o projeto vem também
automaticamente para o Plenário.

Como vocês podem ver, o tratamento é distinto para cada caso.

10. Perante a Mesa é o caso mais comum de emendamento, sempre no


prazo de 5 dias úteis. E por todos os senadores. Em que casos? Vamos ver
agora.

a) a projeto que altere o Regimento Interno do Senado. Esta é uma


proposição que vamos estudar mais adiante. Mas falamos desde já sobre o
processo de emendamento. Este é nosso foco por enquanto;
b) a projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do
Presidente da República. Também ainda não estudamos. Aguardem sua
tramitação em uma unidade mais adiante;
c) a projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quando
houver interposição de recurso. É o caso dos terminativos que estudamos
nos Unidades 1, 2 e 3. Reparem o que dissemos na letra “b” do nº 9 desta
Unidade;
d) a projeto, em turno único, que tiver tido parecer favorável das
comissões. Aqui estão englobadas muitas proposições. Todas devem ser
apreciadas pelo Plenário. Não estamos falando das que tramitam em caráter
terminativo nas comissões;
e) a projeto, também em turno único, que obtiver parecer contrário,
quanto ao mérito, das comissões, desde que tenham recebido recurso
assinado por no mínimo 1/10 dos senadores, no prazo de 2 dias úteis, para
a continuação de sua tramitação. Reparem que o prazo de recurso, neste
caso, é diferente.
A regra geral é de 5 dias úteis; e
f) a projeto de autoria de comissão. Já estudamos esses projetos.

Quantos casos, não é mesmo? É essa a regra mais comum: apresentação


de emendas perante a Mesa.

11. E, agora, os casos de emendas que podem ser apresentadas em


Plenário. Durante o Período do Expediente, emendas a matéria que deva ser
votada nessa fase da sessão. E durante a Ordem do Dia, a PEC e a projeto
em turno suplementar, até o encerramento da sua discussão, nos dois
casos. Ou, então, projetos em regime de urgência por requerimento, se o
prazo de emendamento ainda não tiver esgotado.

12. Bem, fechemos nosso hiato sobre emendamento, que vale para todas as
matérias. Esse hiato começou no nº 6. Releiam do nº 1 até o nº 5 para
retomarmos o caminho da tramitação da PEC. Ok?
13. Então, na CCJ, o Relator, em uma reunião, apresentará seu relatório,
que será debatido e, se aprovado, se transformará no parecer da Comissão,
como de resto para as outras proposições.

14. O diferente é que, se a CCJ aprovar alguma emenda, o Secretário da


Comissão precisará colher assinaturas de Senadores de dentro e de fora da
comissão, até completar 27 no mínimo (a CCJ só tem 23 membros
titulares). Isso porque a emenda aprovada pela CCJ terá que ser discutida e
votada também pelo Plenário e, lá, só podem ser recebidas emendas à PEC
com, no mínimo, 27 assinaturas, ou seja, 1/3 da composição do Senado. É
o mesmoquorum de iniciativa para apresentar a própria PEC.

15. Se a CCJ tiver aprovado o relatório com parecer favorável ao texto da


PEC, sem qualquer proposta de alteração, esse procedimento de coleta de
assinaturas fora da comissão não é necessário. O Secretário da Comissão
colhe as assinaturas somente dos membros da Comissão.

16. Como para todas as demais proposições legislativas, o parecer é lido no


Período do Expediente, recebe seu número e é publicado em avulsos e no
DSF. Depois do interstício de 5 dias, ela pode ser agendada para constar da
Ordem do Dia. Reparem que o interstício para as outras proposições é de 3
dias úteis. Aqui, de 5 dias.

17. Incluída na Ordem do Dia, a PEC vai ser discutida, em primeiro turno,
durante 5 sessões deliberativas ordinárias consecutivas. Nessas sessões,
podem ser apresentadas emendas, que devem ser assinadas, cada uma, por
1/3 dos senadores.

18. Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a


PEC pode ser votada em primeiro turno. A votação é pública, nominal,
somente podendo ser realizada por meio do painel eletrônico, porque é
necessário o quorum de 3/5 dos senadores (49) para que ela seja aprovada.
Se o painel não estiver funcionando, faz-se a votação por meio da chamada
nominal.

19. Se houver emendas, que neste momento podem alterar o mérito e


também a redação, a PEC volta à CCJ para receber parecer sobre elas. O
parecer, é claro, é lido no Período do Expediente da sessão, numerado,
publicado no DSF e em avulsos. Aí, então, está pronta para ser incluída em
Ordem do Dia.

20. Não podemos esquecer que, agora, ela entra na pauta já em fase de
votação em primeiro turno, porque a discussão já se encerrou (vejam o nº
18).

21. Se aprovada, sem alteração, vai ser incluída novamente na Ordem do


Dia, para o segundo turno de discussão e votação. Antes, é preciso que ela
cumpra o interstício de, no mínimo, 5 dias úteis. Quer dizer que entre a
votação em primeiro turno e a entrada dela na pauta para o segundo turno,
tem que transcorrer um prazo de 5 dias úteis, no mínimo. Não quer dizer
que no 6º dia ela tenha que ser pautada obrigatoriamente. Esse tempo é
para que todos possam tomar conhecimento do texto.
22. Se, entretanto, ela tiver sido aprovada em primeiro turno com
alterações, nesse caso o processo volta à CCJ, para que a Comissão
apresente a redação para o segundo turno, consolidando as alterações.

23. Durante a discussão em segundo turno, podem ser oferecidas emendas


que devem ser assinadas, cada uma, por no mínimo 1/3 dos Senadores.
Nesta etapa, só pode ser alterada a redação; não mais o mérito.

24. A discussão, que no primeiro turno era realizada em 5 sessões


deliberativas ordinárias consecutivas, agora, no segundo turno, é de 3
sessões deliberativas ordinárias, e não precisam ser consecutivas.

25. Encerrada a discussão em emendas, vota-se a PEC. Aprovada, ela vai à


Câmara dos Deputados. Se tiver emenda, a PEC volta à CCJ, para que ela
dê seu parecer. Agora, o prazo é de 5 dias improrrogáveis. Não podemos
nos esquecer que essas emendas são de redação.

26. E a sistemática é a mesma. Dado o parecer lá na Comissão, ele é lido no


Período do Expediente da sessão, numerado, publicado. E a PEC entra na
Ordem do Dia de uma sessão, para votação em segundo turno.

27. Aprovada, vai à Câmara dos Deputados.

28. Muito importante saber é que, para a PEC, não se fala em Casa
Revisora, como acontece nas outras matérias legislativas. Isso porque o
texto que sair aprovado para ser incorporado na nossa Constituição Federal
deve ter sido aprovado igualmente nas duas Casas. Então, pode acontecer
um pingue- pongue, ou seja, se a Câmara altera a nossa PEC, ela volta e se
dá o tratamento de PEC nova. Se o Senado altera o texto que veio da
Câmara, a PEC volta para lá e tem tratamento de PEC nova. E assim por
diante. Isso não acontece com outras matérias; só para a PEC. Pudera, é
alteração da nossa Carta Magna!

29. Se a PEC for de autoria de Deputados ou do Presidente da República,


tem o mesmo tratamento, no Senado, que uma PEC de autoria de
Senadores.

30. Quando a tramitação estiver completa, a proposta de emenda à


Constituição se transforma em Emenda Constitucional. A Emenda é
numerada e promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. A palavra é
“E”, porque tem que ter a assinatura da maioria de cada uma das Mesas.
Então, ela não passa pelo crivo final do Presidente da República, ou seja,
não vai à sanção.

PROJETO DE LEI DE CÓDIGO


1. O projeto de lei de código é um projeto de lei ordinária. Então, sua
votação é pelo processo simbólico, porque seu quorum de aprovação é de
maioria simples. A diferença é que ele regula um assunto com abrangência.
Assim, o nosso Código de Trânsito, por exemplo, foi fruto de um projeto de
lei ordinária. O mesmo para o novo Código Civil, o Código Penal, o Código
de Processo Penal, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa do
Consumidor.

2. Vamos, então, estudar, nesta Unidade, a tramitação, no Senado, de um


projeto desse tipo. É importante dizer, antes de começar, que só tem esse
tratamento os projetos de código elaborados por juristas, por comissão de
juristas ou por subcomissão especialmente criada com essa finalidade, e
que tenham sido amplamente divulgados. Os demais têm tramitação como
projeto de lei ordinária comum, ou seja, têm tramitação com caráter
terminativo nas comissões.

3. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, é numerado e


publicado no DSF e em avulsos. Até aqui, tudo normal.

4. Nesta mesma sessão, a Presidência do Senado designa uma comissão


temporária composta de 11 membros, para estudar essa matéria, e fixa o
calendário de sua tramitação, que é todo especial também.

5. Uma vez composta a comissão, ela se reúne até o dia útil seguinte para
eleger seu Presidente e Vice-Presidente. O Presidente, em seguida, designa
um relator-geral e tantos relatores parciais quantos necessários. E é bem
necessário mesmo, porque o assunto é extenso.
6. Como o objetivo é tratar amplamente o tema, as outras proposições que
tenham relação com esse tema e que estejam tramitando no Senado vão
ser apensadas.

7. Além disso, todos os senadores poderão apresentar emendas, perante a


comissão, no prazo de 20 dias úteis, a contar da publicação do projeto no
DSF. É que esta é a única oportunidade para emendamento.

8. Encerrado esse prazo de emendas, os relatores parciais encaminham ao


relator-geral, dentro de 10 dias úteis, as conclusões de seus trabalhos. O
relator-geral tem o prazo de 5 dias úteis para apresentar à comissão o seu
relatório, juntamente com o estudo dos relatores parciais e as emendas.

9. A comissão tem 5 dias úteis para concluir seu estudo e encaminhar à


Mesa o parecer final sobre o projeto e as emendas.

10. Esses prazos podem ser aumentados até o quádruplo, por deliberação
do Plenário, a requerimento da própria comissão.

11. Reparem quanta coisa diferente: prazos, prorrogação de prazos,


emendamento, relatorias.

12. Mas, igual a todo parecer, este também deve ser lido no Período do
Expediente da sessão, numerado e publicado.

13. Como esse projeto já teve sua fase de emendamento perante a


comissão, agora ele está pronto para ser incluído em Ordem do Dia, depois
de obedecer ao interstício regimental, que é de 3 dias úteis. E é incluído em
uma Ordem do Dia exclusiva para ele. Então, a pauta tem item único.

14. A discussão e votação é feita em turno único, podendo o relator-geral


usar da palavra sempre que necessário. Ele pode delegar a palavra a um
relator parcial.

15. Encerrada a discussão, passa-se à votação. Como falamos no nº 1 desta


Unidade, ela é feita pelo processo simbólico e com quorum de maioria
simples.

16. Rememorando, essa votação simbólica acontece assim: O Presidente


concede a palavra aos líderes partidários para que possam orientar suas
bancadas a respeito do tipo de voto (sim, não ou abstenção), e pronuncia as
seguintes palavras: “As Senhoras Senadoras e os Senhores Senadores que
aprovam o projeto permaneçam como se encontram”. Ele espera um pouco
e, depois, anuncia o resultado: “Aprovado” ou, então, “rejeitado”.

17. Aprovado com ou sem emendas, o projeto volta à comissão para que
seja elaborada a redação final, no prazo de 5 dias úteis. Ela será publicada e
distribuída em avulsos e, depois, incluída em Ordem do Dia para ser
discutida e votada, depois de cumprir o interstício regimental.

18. Uma outra informação bastante importante é que só pode tramitar um


projeto de código por vez.
19. Se o projeto tiver vindo da Câmara dos Deputados e tiver sito aprovado
no Senado com alterações, volta para lá, para revisão das emendas do
Senado. Depois, aquela Casa manda à sanção do Presidente da República,
como todo projeto de lei.

20. Vamos aproveitar esta Unidade e falar de um procedimento de votação


muito importante e que pode ser utilizado na apreciação de qualquer
matéria. É o requerimento de destaque para votação em separado.

21. Vamos analisar, primeiro, o nome: DESTAQUE – alguma coisa


ressaltada, ressalvada, fora do comum, fora do resto. DESTAQUE PARA
VOTAÇÃO – alguma coisa ressaltada para votação, alguma coisa para
votação fora do comum. EM SEPARADO – o próprio nome também diz,
separado do resto.

Então, DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO diz respeito a alguma


coisa que se destaca, que se ressalva, e que deve ser votada
separadamente do todo.

Isso dito, vamos estudar como se aplica.

22. Quando uma proposição legislativa está para ser votada, pode acontecer
que algum Senador queira votar separadamente uma parte dela. Assim, ele
pode querer votar um artigo, um parágrafo, um inciso, uma alínea, um
item, uma letra, inteiramente do projeto. Ou pode querer votar
separadamente uma expressão do texto do projeto. Ou mesmo uma
emenda. Nesse caso, ele apresenta, até antes de iniciar a votação, um
requerimento de destaque para votação em separado daquela parte. Esse
requerimento deve ser lido e votado antes de iniciar a votação em que
consta a matéria que ele quer separar.

Se a parte diz respeito ao texto do projeto, deve apresentar o requerimento


antes da votação do projeto; se for uma emenda que tenha recebido
parecer favorável, deve apresentar o requerimento antes de se votar esse
grupo de emendas; o mesmo ocorre se a emenda que o Senador quer
destacar estiver no grupo das emendas de parecer contrário.

23. Apresentado o requerimento, ele é lido e votado. Se os demais


Senadores o aprovarem, isso significa que eles estão autorizando a que
aquela parte – ou emenda – seja votada destacadamente, separadamente
do todo.

24. Assim, vamos fazer uma simulação de votação, em que aparecem 3


requerimentos de destaque para votação em separado: um, para o art. 2º
do texto do projeto; outro, para uma emenda de parecer favorável (por
hipótese, a nº 5); e, outro, para uma emenda de parecer contrário (por
hipótese, a nº 3). Fica assim:

a) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado (DVS)


do art. 2º do projeto. Se o requerimento for aprovado, o art. 2º será votado
separadamente;
b) votar o projeto, ressalvado o art. 2º, que terá sua votação feita depois;
c) votar o art. 2º, que foi destacado. Se aprovar o art. 2º, ele é reintegrado
no texto do projeto; se for rejeitado, ele sai. Quando se for elaborar a
redação final do texto, será feita a renumeração dos artigos.
d) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da
emenda nº 5, de parecer favorável;
e) votar em globo (todas juntas) as emendas de parecer contrário, com
exceção a de nº 5, que foi destacada. É feita uma única votação. Se forem
aprovadas, serão aprovadas todas de uma vez só;
f) votar a emenda nº 5, que tinha tido autorização para ser votada
separadamente;
g) ler e votar o requerimento de destaque para votação em separado da
emenda nº 3, de parecer contrário. Se aprovado o requerimento, a emenda
vai ser votada separadamente do grupo total de emendas de parecer
contrário. Ainda por hipótese, vamos estudar como se o requerimento tiver
sido aprovado;
h) votar, em globo, as emendas de parecer contrário, ressalvada a nº 3;
i) votar a emenda nº 3. Mesmo que o parecer dela tenha sido desfavorável,
se ela tiver sido aprovada pelos Senadores, é o que importa. O seu texto vai
ser incluído no texto do projeto.

25. Como vemos, em um processo de votação podem acontecer muitas


coisas.

26. Este instrumento de votação – DVS – pode ser apresentado a qualquer


proposição.

27. Existe ainda no Regimento Interno do Senado destaque para que parte
do projeto ou que emendas constitua projeto autônomo, ou seja, saia do
projeto original e se torne um novo projeto, com novo número, inclusive.

Este requerimento tem que ser lido e votado como preliminar, antes de
começar a votação do projeto. Se aprovado o requerimento, seu autor tem
2 dias úteis para apresentar o novo projeto. E, aí, começa-se a votar o
projeto que está na Ordem do Dia, agora sem a parte que foi destacada.

Observação: este requerimento só não pode ser utilizado quando se tratar


de projeto originário da Câmara.

PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO


(Altera o Regimento do Senado)
1. Esse tipo de projeto pode ser de autoria da Comissão Diretora ou de
qualquer Senador. As tramitações são bastante semelhantes.

2. Vamos começar com um projeto de autoria da Comissão Diretora. Ele é


lido no Período do Expediente de uma sessão do Senado e o Presidente da
Casa abre o prazo de 5 dias úteis para recebimento de emendas perante a
Mesa.

3. Nesse prazo, se não tiver recebido emendas, o projeto vai para a


Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, para receber parecer. Se
tiver recebido emendas, vai para a CCJ para dar parecer sobre o projeto e
as emendas e também para a Comissão Diretora, para dar parecer sobre as
emendas.

4. Se o projeto for de autoria de Senador, também é lido no Período do


Expediente e é aberto o prazo para recebimento de emendas. De todo jeito,
com ou sem emendas, ele vai ser analisado pela CCJ e pela CDIR, nessa
ordem.

5. Depois que os pareceres forem dados, nas comissões – e os


procedimentos lá são os mesmos que para os outros projetos não
terminativos – eles vão ser lidos no Período do Expediente, numerados e
publicados.

6. Passado o interstício regimental, o projeto pode ser agendado para a


Ordem do Dia para ser discutido e votado em turno único, pelo processo
simbólico. O quorum para aprovação é o de maioria simples. Tudo isso nós
já aprendemos.
7. É preciso fazer a redação final.

8. Vamos aproveitar esta unidade para estudarmos as redações finais,


elaboradas para quase todas as proposições. Uma exceção é quanto aos
projetos de lei da Câmara que não tiverem nenhuma alteração, nem de
redação. Para esses, o Senado não faz redação final. Para as demais
matérias, sim.

9. Quem faz a redação final da grande parte das matérias é a Comissão


Diretora. Ela é preparada por servidores da Secretaria-Geral da Mesa e, se a
CDIR concordar, a maioria de seus membros a assina. Para as PECs, quem
faz a redação, tanto para o segundo turno quanto a final, é a própria CCJ.
Para os projetos de lei de código é a comissão especialmente constituída
para dar parecer. Para a reforma do Regimento Interno do Senado é
também a própria comissão criada para isso. Se for apenas uma alteração
ou outra, é a CDIR que faz a redação.

10. A apresentação dessas redações finais são em forma de parecer, que é


lido no Período do Expediente da sessão, numerado e publicado como para
qualquer outra proposição. A redação final é discutida e votada. Só não
precisa de quorum especial para aprovar.

11. É com base na redação final que a Secretaria de Expediente, uma


unidade da Secretaria-Geral da Mesa, prepara os autógrafos.
Relembrando:autógrafo é o texto oficial daquilo que foi aprovado pela Casa
Legislativa.

12. Existem outras redações:

a) redação para o segundo turno, quando no primeiro turno for aprovada


alguma alteração, na PEC.
b) redação para o turno suplementar, quando no turno único for aprovado
um texto substitutivo ao texto principal. Aí, esse texto substitutivo terá que
ser submetido a um outro turno – o turno suplementar – de discussão e
votação.

13. Pode haver alterações também do Regulamento Administrativo do


Senado, que rege a administração da Casa, da mesma forma que se altera
o Regimento Interno, que rege a parte legislativa da Casa.

14. Esta é uma proposição privativa do Senado. Não vai à Câmara. Os


projetos de resolução da Câmara também não vêm ao Senado.
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO
(Autoria: Comissão de Assuntos Econômicos)

1. Este é um assunto que diz respeito à competência privativa do Senado


quanto a matérias de natureza financeira, previstas nos arts. 52 e 155 da
Constituição Federal. Assim, são matérias que não são analisadas pela
Câmara dos Deputados. São pedidos de autorização para operação de
crédito externo, de natureza financeira de interesse da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

2. Também compete ao Senado:

a) fixar limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, VI – CF);
b) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder
público federal (art. 52, VII –
CF);
c) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União
em operações de crédito externo e interno (art. 52, VIII – CF);
d) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, IX –
CF);
e) fixar alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e
doação de quaisquer bens e direitos (art. 155, § 1º, IV – CF);
f) estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação (art. 155, § 2º, IV – CF);
g) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas (art. 155, § 2º, V,
“a” – CF);
h) fixar alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados e do Distrito Federal (art. 155,
§ 2º, V, “b” – CF).

3. Em cada um dos casos, a Constituição determina quem pode ter iniciativa


e qual o quorum de aprovação.

4. Assim é que para a letra a, a proposta tem que partir do Presidente da


República, que encaminha uma mensagem ao Senado. Ela é lida no Período
do Expediente da sessão, toma o nome de Ofício “S” (“S” de Senado) e vai
para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que, como conclusão de
seu parecer, oferece um projeto de resolução (PRS). Como todo parecer,
este também é lido no Período do Expediente, é numerado – o PRS também
recebe um número – e publicado. O Presidente da Casa abre o prazo de 5
dias úteis para apresentação de emendas. Se tiver emendas, volta à CAE
para receber parecer sobre elas, antes de ser incluído em Ordem do Dia. Se
não tiver nenhuma emenda, é incluído em Ordem do Dia. O que se vota, no
Plenário, é o Projeto de Resolução.

5. As letras b, c, d e e são de iniciativa da própria CAE.


6. A letra f é de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos
membros do Senado, devendo o projeto de resolução ser aprovado pelo
Plenário pela maioria absoluta dos Senadores (41 votos “sim”, no mínimo).

7. A letra g é de iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, devendo o


projeto de resolução ser aprovado pela maioria absoluta dos Senadores, em
Plenário.

8. E a letra h é de autoria da maioria absoluta dos membros do Senado, no


mínimo, só podendo ser aprovado se obtiver o voto “sim” de 2/3 dos
Senadores, em Plenário.

9. Em geral, chega ao Senado uma Mensagem do Presidente da República


que é lida no Período do Expediente, tomando a nomenclatura de Ofício “S”
(Senado). Lembrem que a matéria constante da Unidade 2 (ver o item 4)
também recebe essa denominação: Ofício “S”.

10. É despachado à Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, que, depois


dos procedimentos normais (Relatório => Parecer), conclui seu parecer por
um projeto de resolução.

11. O parecer é lido no Período do Expediente, é numerado e publicado,


ficando aberto o prazo de 5 dias úteis para emendamento perante a Mesa.

12. Sem emendas, o PRS pode ir à Ordem do Dia. Com emendas, antes de
ir à Ordem do Dia, vai à CAE para parecer sobre elas.

13. Uma vez aprovado o projeto de resolução, a resolução é promulgada


pelo Presidente do Senado. Publicada no DSF e no DOU, o Presidente da
Casa participa o fato ao Presidente da República e à autoridade diretamente
interessada na matéria.

MEDIDAS PROVISÓRIAS
(PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO)
1. Este é um assunto que está sempre na mídia, principalmente por causa
da inversão dos papéis, ou seja, é o Poder Executivo legislando. E o
processo legislativo é ao contrário, ou seja, quando a medida provisória é
publicada no Diário Oficial da União, ela já passa a produzir efeitos.
Provisoriamente. Provisoriamente ela também suspende a execução das
outras normas jurídicas que estiverem em confronto com ela.

2. Quando uma medida provisória é publicada no DOU, o Presidente da


República a envia ao Presidente da Mesa do Congresso, que é o Presidente
do Senado Federal, para ser lida e designada a comissão mista temporária
que vai estudá-la e emitir parecer. Se os líderes não indicarem os nomes
para compor a comissão, o Presidente da Mesa do CN designa assim mesmo
a comissão, fazendo incluir o nome dos líderes e vice-líderes, no prazo de
48 horas.

3. A medida provisória tem vigência durante 60 dias, podendo ser


prorrogada, por ato do Presidente da Mesa do CN, uma única vez, por mais
60 dias.

4. Qualquer congressista – deputado ou senador – pode apresentar


emendas perante a comissão mista até o sexto dia contados da publicação
da medida no DOU. Se tiver algum projeto em tramitação, tanto na Câmara
como no Senado, e seu autor assim o desejar, pode apresentá-lo, nesse
prazo, como se fosse uma emenda.

5. O Presidente da Comissão designa um relator e um relator revisor (um de


cada Casa, em alternância), de igual partido, mas de partido diferente ao
seu.

6. A comissão tem o prazo de 14 dias para dar seu parecer, que deverá
analisar a constitucionalidade da medida, ou seja, se ela é relevante e
urgente, se ela está financeiramente adequada, e também quanto ao seu
mérito.
7. No 15º dia, com ou sem parecer, a medida vai para a Câmara dos
Deputados. Se não tiver recebido parecer na comissão mista, o que tem
quase sempre acontecido, este vai ser oferecido no Plenário daquela Casa. A
Câmara tem até o 28º dia para apreciar a medida.

8. O Relator pode concluir seu parecer de várias formas, inclusive


apresentando alterações na MP, o que a transforma em PLV, ou seja, em
umprojeto de lei de conversão. Qualquer alteração no texto da medida, uma
vírgula que seja, transforma-a em PLV.

9. Antes de apreciar o mérito, a Câmara deve votar a medida quanto aos


aspectos da constitucionalidade de relevância e urgência e adequação
financeira. Se aprovados tais pressupostos, então, entra-se na apreciação
do mérito.

10. Se a medida for rejeitada na Câmara nem vem ao Senado. Se aprovada,


ela ou um projeto de lei de conversão, aí, sim, vem ser apreciada pelo
Senado.

11. O Senado tem 14 dias para apreciar a matéria. Se os Senadores fizerem


alguma alteração de mérito, então volta para a Câmara, que tem 3 dias
para analisar essas alterações.

12. Todas essas contas de prazo perfazem um total de 45 dias. Está


previsto assim porque no 46º dia a MP sobrestará a pauta da Casa onde ela
estiver.

13. Mas não é o que tem acontecido até agora. O parecer tem sido oferecido
no Plenário tanto da Câmara como do Senado, e a grande maioria delas
acaba por trancar a pauta, porque ultrapassa o 46º dia.

14. Administrativamente, quando o Presidente encaminha a medida


provisória ao Legislativo, é preparado, na Secretaria-Geral da Mesa do
Senado, o processado da matéria, com o texto, a exposição de motivos do
Ministro a que está ligado o assunto da medida e a legislação citada.

15. Depois que o Presidente da Mesa do Congresso – que é o Presidente do


Senado – faz a designação da comissão mista, o que pode acontecer em
uma sessão conjunta ou em uma sessão do Senado (neste último caso, o
Presidente do Senado faz um ofício ao Presidente da Câmara, comunicando
o fato), e estabelece o calendário de tramitação, o processado vai para a
comissão mista, que é secretariada por um servidor do Senado. Lá, há
convocação de seus membros para a instalação da comissão mista. E
também na comissão fica-se aguardando o recebimento de emendas.

16. Se se esgotar o prazo da comissão sem que tenha sido oferecido o


parecer, o secretário devolve o processado à Secretaria-Geral da Mesa
(SGM), para que seja preparado um ofício do Presidente do Senado ao
Presidente da Câmara, encaminhando o processo à apreciação daquela
Casa. Quem prepara o ofício para o Presidente assinar é a Secretaria de
Expediente, que faz parte da SGM.

17. Se a Câmara rejeitar a medida, seu Presidente comunica ao Senado


esse fato, e a matéria toda vai para o Arquivo. Se a Câmara aprovar,
quer a
medida quer um projeto de lei de conversão, ela manda o processo todo,
inclusive com a matéria rejeitada, porque o Senado vai analisar tudo.

18. No Senado, o Presidente da Casa designa um relator revisor (se não


tiver sido designado ninguém na comissão mista), que dará parecer em
Plenário, sobre tudo o que estiver dentro do processado. Parecer sobre os
pressupostos de relevância, urgência e adequação financeira, e também
sobre o mérito.

19. O Senado pode aprovar, inclusive, matéria que tiver sido rejeitada pela
Câmara. Só que qualquer alteração feita no Senado – a não ser as de
redação
– volta para aquela Casa.

20. Se o resultado final for a aprovação da medida provisória, nos termos


em que veio do Poder Executivo, ela será promulgada como lei, entrando
definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. Se o resultado for a
aprovação de um PLV, vai à sanção do Presidente da República como
qualquer projeto de lei, podendo ele sancionar ou apor algum veto.

21. Se a medida provisória versar sobre abertura de crédito extraordinário


ao Orçamento da União, ela será analisada pela Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), a única comissão mista
permanente do Congresso Nacional. Nesse caso, não há comissão mista
temporária constituída especialmente para análise da MP, como acontece
para as que versam sobre outros assuntos.

REQUERIMENTOS (NO SENADO)

1. São inúmeros os requerimentos que os Senadores podem apresentar no


Senado. Vamos listar alguns deles. E se o Regimento Interno não tiver
previsão para alguma necessidade nova – porque o processo legislativo é
muito dinâmico – o art. 48 do Regimento do Senado, em seu inciso XXXIII,
dispõe como uma das atribuições do Presidente da Casa resolver os casos
omissos, ouvido o Plenário.

Eis alguns requerimentos previstos no nosso Regimento Interno:

Adiamento da discussão ou da votação de uma matéria que já esteja na


Ordem do Dia - Qualquer Senador pode apresentar esses tipos de
requerimento, por escrito. Devem ser votados. Tanto a discussão como a
votação podem ser adiadas para audiência de comissão que não se tenha
manifestado, para reexame por motivo justificado, para determinado dia,
para cumprir diligência, para preencher formalidade essencial. No caso de
adiamento para determinado dia, só podem ser apresentados dois
requerimentos de adiamento da discussão e dois de adiamento da votação,
sendo o prazo máximo, em cada um deles, de 30 dias úteis. Um detalhe
deve ser observado: o prazo do segundo requerimento não pode ser
superior ao do primeiro. Assim, se o primeiro requerimento for para 10 dias
úteis, por exemplo, o segundo só pode ser por até 10 dias úteis. Menos,
pode; mais, não. Outro detalhe: se não tiver quorum para votação do
requerimento de
adiamento da discussão, ele fica prejudicado e continua-se a discutir a
matéria. Mas se não tiver quorum para votação de um requerimento de
adiamento da votação, então ele fica sobrestado, ou seja, a matéria vai
constar da Ordem do Dia da sessão deliberativa ordinária seguinte,
dependendo da votação do requerimento.

Audiência de comissão que não tenha se manifestado - significa que, além


do despacho inicial do Presidente enviando a matéria a uma ou mais
comissões, qualquer senador pode assinar um requerimento solicitando que
ainda uma outra comissão venha sobre ela se manifestar, emitindo seu
parecer. É claro que o assunto tratado na matéria tem que ter pertinência
com as competências da comissão. Esse requerimento é lido no Período do
Expediente de uma sessão e incluído em Ordem do Dia, após ter cumprido
as formalidades regimentais, ou seja, a publicação em avulsos e no DSF.
Além disso, para que esse requerimento conste da Ordem do Dia, é preciso
que ele esteja na Casa há pelo menos 10 dias. Aliás, essa é uma regra
regimental que vale para todas as matérias, exceto para as que recebam
caráter de urgência via requerimento. A finalidade desse prazo é para que
todos possam tomar conhecimento do que está tramitando no Senado e
fazer sua análise. Cumpre-se, também desta forma, o princípio da
transparência .

Comparecimento de Ministro de Estado – O requerimento, por escrito,


assinado por qualquer Senador, é lido no Período do Expediente e será
agendado para constar da Ordem do Dia de uma outra sessão. Se aprovado,
o Presidente do Senado oficia o Ministro que, regimentalmente, tem até 30
dias úteis para comparecer ao Plenário.

As comissões também podem convocar Ministros para comparecerem a suas


reuniões.

Constituição de comissão temporária - Um senador assina o requerimento,


que também deve ser lido e publicado, e deve cumprir as formalidades
regimentais, inclusive de fazer parte da Ordem do Dia. Se aprovado, o
Presidente solicita aos líderes partidários que indiquem os membros da
comissão. Com a indicação da maioria, o Presidente designa a comissão,
que pode se reunir para eleger seu Presidente, Vice-Presidente e começar a
trabalhar. O requerimento deve trazer especificados o objetivo e o prazo.

Destaque para determinado fim (aprovação ou rejeição) - O requerimento


pede a rejeição ou a aprovação de determinado dispositivo do texto da
proposição, ou de alguma emenda. O cuidado que se deve ter é porque,
quando se vota o requerimento, está-se votando o mérito da matéria. Ou
seja, vota-se a rejeição da matéria, então, rejeita-se a matéria. O contrário
também é verdadeiro: se o destaque é para aprovação da matéria, quando
se vota o requerimento, automaticamente está-se votando a aprovação.

Destaque para constituir projeto autônomo - Esse requerimento não pode


ser aplicado em projeto de lei oriundo da Câmara dos Deputados. É
apresentado como preliminar da votação do resto da matéria. Se aprovado,
o Senador autor do requerimento tem 48 horas para apresentar o novo
projeto. É que, ao aprovar esse tipo de requerimento, os Senadores estão
autorizando a que
parte do projeto, por exemplo, não mais conste daquele que está sendo
votado e passe a ser outro, que vai começar a tramitar como projeto novo.

O requerimento, por exemplo, pode solicitar que os arts. 10 a 30 passem a


constituir projeto autônomo. Por isso é que o requerimento deve ser votado
antes de se começar a votar o projeto. Porque, se for aprovado, os arts. 10
a 30 deixam de fazer parte desse, para fazer parte de outro projeto.

Destaque para votação em separado - Estudamos esse requerimento na


Unidade 10.

Dispensa de discussão – Este é um requerimento que só pode ser assinado


por Líder. É um dos poucos no Senado, embora, nas sessões conjuntas do
Congresso Nacional, a regra geral é que os requerimentos sejam assinados
por líderes. Ele é apresentado ao ser anunciada a matéria a que se refere,
durante a Ordem do Dia. Para esse requerimento poder ser apresentado, é
preciso que a proposição tenha recebido pareceres favoráveis de todas as
comissões. Se o requerimento for aprovado, passa-se imediatamente à
votação da matéria.

Homenagem de pesar – Este requerimento pode ser apresentado por


qualquer Senador, durante o Período do Expediente da sessão, sendo sua
votação imediata, precisando apenas do quorum de 1/10 (9 Senadores)
para ser aprovado. A Secretaria de Expediente, então, prepara um
documento especial, assinado pelo Presidente do Senado, a ser enviado às
pessoas definidas no requerimento de homenagem. O gabinete do Senador
autor do requerimento deve fornecer os contatos dessas pessoas.

O requerimento pode solicitar também a observância de 1 minuto de


silêncio, bem como o levantamento da sessão, em caso de o homenageado
ser parlamentar no exercício do mandato, do Presidente ou do Vice-
Presidente da República.

Informações - É um requerimento assinado por qualquer Senador ou


comissão. Lido no Período do Expediente, vai à Mesa, para decisão.
Entretanto, se envolver matéria sigilosa, vai à Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania, que deve oferecer seu parecer no prazo de duas
reuniões ordinárias da Comissão. O parecer é lido no Período do Expediente
de uma sessão e agendado para a Ordem do Dia de alguma outra sessão.

Se aprovado, ou pela Mesa ou pelo Plenário, a Secretaria de Expediente


prepara um ofício, que é assinado pelo Primeiro-Secretário da Mesa do
Senado e endereçado ao Ministro ou ao titular do Órgão diretamente
vinculado à Presidência da República, objeto do requerimento. Eles têm até
30 dias para responder. Caso contrário, podem responder por crime de
responsabilidade.

Se as informações estiverem vinculadas à instrução de alguma matéria


legislativa, depois de aprovado o requerimento e até que chegue a resposta,
a tramitação dessa matéria fica sobrestada (suspensa).

Trata-se de um instrumento muito utilizado pelas oposições.


Inversão da Ordem do Dia – A Ordem do Dia é ordenada conforme
determina o Regimento Interno. Mas os Senadores podem preferir apreciar
as proposições em uma outra seqüência. Para isso, antes de iniciar essa
fase da sessão, qualquer Senador pode apresentar um requerimento
pedindo a inversão, que pode envolver desde apenas um item até a pauta
toda. Se aprovado o requerimento, passa-se à deliberação na seqüência
determinada pelo Plenário.

Pode acontecer, entretanto, de, depois de a pauta já ter começado, os


Senadores, por algum motivo, desejarem modificar a ordem do que ainda
vem pela frente. Como, nesse momento, não é mais possível apresentar
requerimento de inversão, o Regimento apresenta outra solução:
requerimento de preferência de um item (ou de uns itens) sobre outros. O
resultado acaba sendo o mesmo: alterar a ordenação da Ordem do Dia.

Licenças – A Constituição prevê que o Senador (ou o Deputado, na Câmara


dos Deputados) pode solicitar licença para se ausentar dos trabalhos da
Casa para tratamento de saúde, para tratar de interesses particulares
(neste caso não há pagamento de subsídios), para desempenhar alguma
missão do Senado, para atender a algum compromisso político ou cultural
de interesse parlamentar. Se ele não se licencia e não comparece às
sessões deliberativas, fica com falta. E, pela Constituição, ele só pode faltar
até a 1/3 das sessões ordinárias. Caso contrário, perde o mandato.

Em alguns casos – saúde e interesse particular -, se a licença do titular do


mandato for superior a 120 dias consecutivos, ou seja, de 121 dias em
diante, será convocado seu primeiro suplente. Para tratar de interesse
particular, entretanto, esses 121 dias não podem acontecer dentro da
mesma sessão legislativa.

Quando o Senador (isso ocorre também para Deputado) é chamado a


ocupar cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, Distrito Federal, Território ou Prefeitura de Capital, ou, ainda, de
chefe de missão diplomática temporária, ele não precisa se licenciar; apenas
comunica seu afastamento. Nesses casos, não há prazo, e seu afastamento
será igual ao tempo que durar sua nova tarefa. Ele pode, inclusive, optar
pela remuneração de parlamentar.

Ainda sobre esse tema: o Senador, sempre que se ausentar do Brasil, deve
comunicar à Casa, mesmo que seja durante o recesso parlamentar.

Preferências – A palavra já está dizendo o que o requerimento pede: alguma


preferência. Uma delas nós já vimos: preferência de um item sobre outros
da pauta (ver o requerimento de inversão da pauta). Mas há outras
preferências possíveis:

1. de projeto sobre substitutivo, quando a preferência regimental recaia


sobre o substitutivo. É o caso do substitutivo que é apresentado pela
comissão como conclusão de seu parecer;

2. de substitutivo sobre projeto, quando a preferência regimental recaia


sobre o projeto. É o caso do substitutivo apresentado em Plenário, como
conclusão de parecer oral;
3. de uma emenda sobre outra, ou de um grupo de emendas sobre outro.

Retirada de proposição – O requerimento só pode ser apresentado pelo


autor da proposição que se queira retirar. E é retirada definitiva, ou seja,
retirada de tramitação, para que a matéria vá para o arquivo. Se a
proposição for um requerimento, ou seja, se se tratar de requerimento de
retirada de um outro requerimento, então é deferido pelo Presidente da
Casa. Se for retirada de um projeto, nesse caso o requerimento de retirada
precisa ser incluído em Ordem do Dia, para ser votado. Se aprovado, o
projeto interrompe naquele ponto sua tramitação e vai para o arquivo. Se o
requerimento for rejeitado, o projeto continua sua tramitação.

Sessão especial – O Senado pode realizar uma sessão especial para


homenagens. É uma sessão inteira. Mas, em vez de ser uma sessão inteira,
pode-se optar por fazer somente o Período do Expediente de homenagem. O
procedimento para obter essa homenagem é o mesmo: através de um
requerimento assinado por no mínimo 6 Senadores, lido no Período do
Expediente de uma sessão e votado após a Ordem do Dia dessa mesma
sessão.

Há algumas diferenças entre as duas homenagens:

1. a duração da sessão é de 4 horas e 30 minutos; a do Período do


Expediente, 2 horas, podendo ser prorrogada se ainda houver oradores para
as homenagens;

2. os oradores da sessão especial são designados pelo Presidente do


Senado; os do Período do Expediente de homenagem são por inscrição, ou
seja, qualquer Senador que o desejar pode se inscrever.
RITO SUMARÍSSIMO {ART , 3 3 6 , I - RISF}

◄M•ffl+►
OBS

À PR.OMU LGAÇÃO

PRS
PDS NÃO EMENDADO

À SANÇÃO

PLC NÃO EMENDADO


OU COM EMENDA OE REDAÇÃO

À CÂMARA DOS DEPUTADOS

•• *•
E B B
..... • • •
*•
NrHW G\'IP·E ■•1:(11 PLS
PLC EMENDADO
PDS EMENDADO

RITO SUMÁRIO (URGENTE) (ART, 3 3 6, II - RISF)

OBS

À PROMULGAÇÃO

PDS NÃO EME'NDADO

--
.....
E
2ª SESSÃO OELIBe AATIV A ORDINÁRIA.
HAftR .IA fM. Rf-Gl IE OE URGt:NClA

ii+ih-1
À SANÇÃO

s.....• * PLS
PLC
PLC
PDS
EMENDADO
NÃO EMEND AD O
EMENDADO
OU COM
OE REDAÇÃO
fMlNDA

EFl'iéi
Urgências – O Regimento Interno propõe 3 tipos de urgência:

1. art. 336, I – é a urgência urgentíssima, para os casos de matérias que


envolvam perigo de segurança nacional e problemas de calamidade pública.
Nesse caso, o requerimento é apresentado em qualquer momento da
sessão, interrompendo-se o que se está fazendo para deliberar sobre o
assunto. Aprovado o requerimento, inicia-se imediatamente a apreciação da
matéria para a qual se conferiu regime de urgência. O parecer é dado na
hora, discute-se e vota-se.

Esse requerimento pode ser assinado pela Mesa, pela maioria dos membros
do Senado (41), ou por líderes que representem esse número.

2. art. 336, II – esse requerimento pode ser assinado por Comissão, por 54
Senadores ou por líderes que representem esse número. O requerimento é
lido no Período do Expediente de uma sessão e votado após a Ordem do
Dia. Se aprovado, a matéria a que se refere constará da Ordem do Dia da
segunda sessão deliberativa ordinária subseqüente.

Se a matéria não tiver ainda recebido parecer, ele é oferecido no plenário,


por relator designado pelo Presidente do Senado. As emendas são
apresentadas até o encerramento da discussão. Se tiver havido emendas, o
relator oferece parecer sobre elas durante a mesma sessão. Ele pode
solicitar prazo de 24 horas para dar esse parecer. E a matéria é discutida e
votada.
Essa urgência pode ser extinta mediante um requerimento de extinção de
urgência assinado pela maioria da composição do Senado (41) ou líderes
que representem esse número, ou pela comissão requerente.

3. art. 336, III – é uma urgência mais lenta. O requerimento é lido no


Período do Expediente de uma sessão, é incluído na Ordem do Dia da
sessão deliberativa seguinte. Se aprovado, a matéria a que se refere o
requerimento entra na Ordem do Dia da 4ª sessão deliberativa ordinária
subseqüente.

Um detalhe: esse tipo de requerimento só pode ser apresentado para


matérias que não tenham recebido parecer.

Nesse caso, o parecer tem que ser oferecido até a véspera da matéria
entrar na Ordem do Dia. E as emendas são apresentadas até o
encerramento da discussão. Se não tiver tido nenhuma, passa-se à votação.
Mas se tiver recebido alguma emenda, a matéria sai da Ordem do Dia para
voltar na 4ª sessão deliberativa ordinária subseqüente, devendo o parecer
sobre elas ser oferecido até a véspera.

Como podemos reparar, é uma urgência mais lenta que as outras. Mas a
maior garantia é que a matéria não volta para o âmbito das comissões,
mesmo tendo recebido emendas.

Esse rito de urgência pode ser assinado por Comissão, por ¼ da composição
do Senado (21), ou líderes que representem esse número. E pode ser
extinto mediante requerimento de extinção de urgência assinado por 1/4 da
composição do Senado (21), por líderes que representem esse número ou
pela comissão requerente.

Existem alguns assuntos que tramitam em regime de urgência, mas não


precisam de requerimento para isso. Alguns exemplos: autorização para o
Presidente da República declarar guerra, celebrar paz.

Verificação de votação – É um requerimento oral, apresentado por um


Senador e apoiado por outros três. Como a própria expressão diz, a votação
já foi feita, simbolicamente, e vai ser feita novamente, para saber se o
resultado proclamado pelo Presidente da sessão é verdadeiro. Dessa vez, a
votação é feita pelo processo nominal, ou seja, cada senador registra seu
voto no painel eletrônico. Se este não estiver funcionando, faz-se a
chamada nominal.

A votação de matérias que só requerem quorum de maioria simples para


serem aprovadas também pode ser desde logo realizada nominalmente, se
houver requerimento de votação nominal, assinado por qualquer senador.
Nesse caso, não há duas votações; apenas a nominal. Mas o requerimento
tem que ser aprovado antes.

Voto de aplauso, censura, etc .- É o que o próprio nome diz. O


requerimento, antes de ser votado no Plenário, é enviado à CCJ ou à CRE
(Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional), para receber parecer.
PARECERES SOBRE ESCOLHA DE AUTORIDADES

1. A grande maioria dos pareceres não tem vida própria, ou seja, são
meramente instrução de uma proposição, e é esta que será votada no
plenário. Mas existem alguns pareceres que têm vida própria, que são
proposição e que, por isso, são votados. É o caso dos pareceres para a
escolha de nomes de autoridades, que é uma competência privativa do
Senado, ou seja, não é apreciada pela Câmara. Por exemplo: Presidente e
diretores do Banco Central, Dirigentes do CADE, das Agências Reguladoras
como ANEEL, ANA, ANP, etc., Ministros de Tribunais Superiores, Procurador-
Geral da República, Ministros do Supremo. E tantas outras autoridades.

2. O Presidente da República encaminha o nome por ele indicado à


apreciação do Senado Federal, mediante Mensagem, que é lida no Período
do Expediente e despachada à comissão competente. Por exemplo: o nome
do Procurador, de Ministro de Tribunal Superior vai para a CCJ; os nomes
para o Banco Central vão para a CAE.

3. Nas comissões, como para qualquer outra matéria, o seu Presidente


designa um relator, que apresentará relatório, após a sabatina do candidato
pelos membros da comissão. Ou seja, o candidato é convocado para a
comissão, onde é questionado sobre sua qualificação para o cargo. O
relator, então, apresenta seu relatório que, se aprovado, se transforma no
parecer da comissão, como em qualquer outro caso. É esse parecer que é
incluído em Ordem do Dia, no Plenário, para votação.

4. A sessão é pública, mas a votação é secreta. Isso quer dizer que, no


painel eletrônico, aparece quem votou e o resultado, mas não aparece o
voto de cada senador.

5. Se aprovado, o Presidente do Senado envia uma Mensagem ao


Presidente da República, comunicando a decisão do Senado.

6. Na maior parte dos casos, o quorum de aprovação é maioria simples.


Mas, no caso do Procurador-Geral da República e dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores (exceto o STM, que é maioria
simples), o quorum é de maioria absoluta (41 votos “sim”). As indicações
para o Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério
Público necessitam da aprovaçção da maioria absoluta do Senado.(EC 45,
de ).

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO SOBRE PRESTAÇÃO DE CONTAS


DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

1. O Presidente da República deve prestar contas ao Congresso Nacional de


como gastou o dinheiro do orçamento da União. É uma das formas que o
Poder Legislativo tem de controlar o Poder Executivo.
2. E como isso é feito? O art. 84, XXIV, da Constituição Federal, determina
que o Presidente da República deve “prestar, anualmente, ao Congresso
Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.”

3. Se ele não o fizer, a Câmara dos Deputados procede à tomada de contas.


Nunca vi isso acontecer, porque o prazo de 60 dias é sempre cumprido. Mas
se não for, está previsto o remédio para que a Constituição seja cumprida.

4. O Presidente da República, por meio de mensagem, encaminha suas


contas ao Presidente da Mesa do Congresso, que, como já vimos, é o
Presidente do Senado. Este envia tudo ao Tribunal de Contas da União
(TCU), que, como auxiliar do Poder Legislativo, prepara um parecer prévio,
também em um prazo de 60 dias.

5. O TCU devolve tudo, com esse parecer.

6. O Presidente do Senado comunica o fato ao Plenário do Congresso ou, se


não houver sessão conjunta, comunica em uma sessão do Senado e oficia o
Presidente da Câmara, que dará conhecimento aos Deputados.

7. A matéria toda vai para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos


e Fiscalização (CMO), para que ela emita um parecer, concluindo pela
apresentação de um projeto de decreto legislativo.

8. Esse projeto vai começar sua tramitação ora pela Câmara dos Deputados,
ora pelo Senado, porque os projetos oriundos da comissão mista têm o
início de sua tramitação alternadamente por uma ou outra Casa.

9. Quer tenha sua tramitação iniciada no Senado ou na Câmara, quando o


projeto chega ao Senado, ele é lido no Período do Expediente e abre-se o
prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Se
tiver emendas, vai para a CMO, para receber parecer.

10. Pode ser que vocês estejam se perguntando: ”Ora, são as contas do
Presidente da República. Como se pode apresentar emenda a elas?” As
emendas não são apresentadas às contas, mas ao projeto de decreto
legislativo, que as aprova.

Um exemplo: já houve caso em que foi apresentada uma emenda


acrescentando a expressão “com restrições”. Assim, as contas daquele ano
ficaram aprovadas com restrições, porque a emenda foi acolhida.

11. Na CMO, o procedimento é igual. O relator da matéria principal será o


mesmo das emendas. Ele apresenta seu relatório que, se aprovado, se
transforma no parecer.

12. Uma vez aprovado o parecer, ele é numerado e publicado como outro
parecer qualquer e terá que cumprir aquele interstício regimental de que já
falamos várias vezes, para poder ser agendado para a Ordem do Dia.

13. O projeto é discutido e votado em turno único, por maioria simples de


votos. Aprovado, vai à promulgação.
PROJETO DE RESOLUÇÃO QUE ALTERA O REGIMENTO COMUM DO
CONGRESSO NACIONAL

1. Este projeto de resolução pode ter origem nas Mesas da Câmara e do


Senado – as duas Mesas – ou, então, ser apresentado por no mínimo 100
parlamentares, sendo 80 deputados e 20 senadores.

2. Lido no Expediente, agora de uma sessão conjunta do Congresso


Nacional, se o projeto é das Mesas, o Presidente do Congresso convoca
outra sessão para discussão e votação. Se o projeto é de autoria de
parlamentares, então ele vai ao exame das Mesas, que oferecerão
pareceres. Pode acontecer de as Mesas preferirem apresentar um parecer
único. Isso é possível.

3. Nos dois casos, o projeto será discutido e votado no plenário de uma


sessão conjunta. As emendas podem ser apresentadas por qualquer
congressista (isso quer dizer que qualquer senador ou deputado pode
apresentar emenda) até o encerramento da discussão, em plenário.

4. Vamos aproveitar esse tema para ainda aprendermos sobre apresentação


de proposição. Todas as proposições devem ter justificativa, com exceção
dos requerimentos. Nenhum requerimento precisa de justificativa, com
exceção do requerimento que pede adiamento da discussão ou da votação
para reexame da matéria. Esse é o único requerimento que o Regimento do
Senado obriga o autor a apresentar justificativa. Os outros requerimentos
até podem ser justificados. Podem. Não têm que ser. Mas os de adiamento
para reexame, esses obrigatoriamente serão justificados. E há uma lógica
nesse dispositivo. Porque se a comissão já se manifestou sobre a matéria, é
necessário que haja algum fato novo para que ela se manifeste novamente.
Isso vale em qualquer caso.

Em virtude de reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal, também


deve ser devidamente justificado o requerimento de informação cujo sigilo
for protegido por regra constitucional, como as informações bancárias,
fiscais e telefônicas.

5. Voltemos ao nosso projeto de resolução. Tanto faz se o projeto é de


autoria das Mesas ou de parlamentares, se ele tiver recebido emendas,
precisa receber parecer das Mesas sobre elas. Também aqui o parecer pode
ser um de cada Mesa ou um parecer único.

6. Publicado o parecer em avulsos e no Diário do Congresso Nacional, no


Diário do Senado Federal e no Diário da Câmara dos Deputados, a matéria
está pronta para ir novamente ao plenário, agora para votação.

7. A votação é em turno único, sendo necessário apenas o quorum de


maioria simples.

8. Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, devemos sempre nos


lembrar que a sessão é conjunta, a discussão das matérias é conjunta, ou
seja, deputados e senadores usam da palavra naturalmente. Mas as
votações são bicamerais, ou seja, primeiro chamam-se os deputados a votar
e, depois,
os senadores. É sempre assim. Só há uma exceção. Nos vetos apostos a
projetos de lei do Senado. Isso vamos ver um pouco mais adiante, na
unidade de vetos.

9. Se o projeto for aprovado em ambas as Casas, então a Resolução – CN


(Congresso Nacional) vai ser promulgada pelo Presidente da Mesa do
Congresso.

VETOS PRESIDENCIAIS

1. Quando um projeto de lei, seja ele do Senado, da Câmara ou de


Conversão (oriundo de medida provisória alterada), é aprovado no Poder
Legislativo, ele vai à sanção do Presidente da República, que pode sancioná-
lo total ou parcialmente. Se ele sanciona parcialmente significa que o vetou
em parte. O projeto também pode ser vetado totalmente. Muitos juristas
entendem que o veto total deve ser entendido como uma série de vetos
parciais.

2. Se esgotado o prazo de 15 dias úteis e o Presidente da República não se


manifestar, a decisão do Congresso Nacional é mantida, ou seja, o projeto
transforma-se, tacitamente, em lei. Nesse caso, o Presidente ainda dispõe
de 48 horas para promulgar a lei. Se ele não o fizer, devolve os autógrafos
ao Presidente do Senado, que em 48 horas deve promulgar a lei. E se este
não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.

3. O veto só pode ser aposto por duas razões: uma, política – o projeto ser
considerado contrário ao interesse nacional – e, outra, jurídica – o projeto
ser considerado inconstitucional.

4. O Presidente comunica ao Congresso Nacional as razões do veto e as faz


publicar no Diário Oficial da União.

5. Quando o veto chega ao Senado, há um preparo administrativo dessa


matéria. A Secretaria de Coordenação do Congresso prepara a
documentação, ou seja, prepara um relatório, anexa toda a legislação
citada, e é feito avulso da mensagem do Presidente da República. Prepara
também um ofício do Presidente do Senado ao Presidente da Câmara
solicitando a indicação de 3 Deputados para comporem a comissão mista
que vai analisar o veto e preparar seu relatório. Quando vem a resposta, o
Presidente do Senado indica 3 Senadores.

6. Essa comissão mista, então, é composta por 3 deputados e 3 senadores e


tem o prazo de 20 dias para apresentar seu relatório. É de todo conveniente
que dessa comissão façam parte o deputado e o senador que relataram o
projeto inicialmente.

7. A mensagem de veto é lida em uma sessão conjunta, quando é


designada a comissão e fixado o calendário de tramitação.

8. A Constituição Federal dispõe que o Congresso Nacional tem 30 dias para


apreciar o veto. Entretanto, sabemos que esse dispositivo não vem sendo
regularmente cumprido.

9. O veto é discutido e é votado também em sessão conjunta. A


Constituição dispõe sobre um quorum de rejeição e não de aprovação. Para
ser rejeitado, o veto precisa da maioria absoluta de votos “não” tanto na
Câmara como no Senado. E a votação é secreta.
10. Como podemos deduzir, é muito difícil derrubar (rejeitar) um veto.

11. Algumas vezes há vários vetos em um só projeto. Cada um deles deve


ser votado separadamente. Assim, seriam muitas e muitas votações
nominais no painel. É um processo bastante demorado. Para agilizar e
preservar o caráter secreto da votação, desde 1992 o Congresso Nacional
está utilizando cédula de votação. Os parlamentares marcam seu voto e
depositam a cédula em uma urna, assinando a lista de presença na votação.
Quem faz a apuração desses votos é o Prodasen, acompanhado de uma
comissão de parlamentares indicados pelos líderes partidários e designados
pelo Presidente do Congresso.

12. Todos os parlamentares (deputados e senadores) votam em todos os


vetos. Quando o Prodasen vai fazer a apuração, inicia computando os votos
da Câmara. Só fará a apuração no Senado caso a Câmara tenha rejeitado o
veto. Se o projeto de lei vetado for do Senado, então a contagem começa
pelos votos dos senadores, passando a verificar na Câmara, apenas se o
veto tiver sido rejeitado no Senado. Lembrem-se que o veto deve ser
rejeitado pelas duas Casas. Ora, se uma delas o mantém, então esse
requisito não é atingido.

13. Se o veto é derrubado, o Presidente do Congresso comunica o fato ao


Presidente da República e envia a ele a matéria, para que seja promulgada
e publicada.

14. E como fica a vigência dessa matéria? Ela fazia parte de uma lei que já
foi publicada e já começou a produzir seus efeitos, com exceção do
dispositivo vetado. Vamos tomar como exemplo hipotético o art. 2º da lei.

15. Esse art. 2º, que havia sido vetado, cujo veto foi rejeitado pelo
Congresso, fazia parte de uma lei que, também hipoteticamente, tinha como
cláusula de vigência “esta lei entra em vigor na data de sua publicação”.
Então, esse art. 2º só entra em vigor da data da sua própria publicação.
Seus efeitos não retroagem à data da publicação da lei em que ele está
inserido.

16. Outro exemplo: se este art. 2º estiver inserido em uma lei que tem
como cláusula de vigência “esta lei entra em vigor 90 dias após a
publicação”, o
art. 2º, quando for publicado, só entrará em vigor 90 dias após a sua
publicação do DOU.

17. Dos itens 14 e 15 acima, compreende-se que o art. 2º cumpre o que a


cláusula de vigência da lei dispõe. Mas a partir da sua própria publicação no
DOU e não a partir da publicação da lei.

MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS

1. Por matérias orçamentárias devemos entender:

a) o projeto de lei sobre o plano plurianual (PPA). É um programa de


governo, que tem duração para 4 anos. E para não haver problemas de
descontinuidade de trabalho governamental, o programa de um governo
ultrapassa em um ano seu mandato, ou seja, o Presidente posterior
trabalha seu primeiro ano de gestão com o plano do governo anterior. No
seu primeiro ano de mandato, o Presidente da República envia ao Congresso
Nacional seu próprio PPA, até o dia 31 de agosto, e o Congresso deve
aprová-lo até 22 de dezembro. Esse plano vai valer para seus 3 anos
restantes de mandato e para o primeiro ano de mandato do próximo
Presidente;

b) o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). É uma lei anual,


ou seja, vale por um ano. O Presidente da República encaminha o projeto de
lei ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano, e os
parlamentares devem apreciá-lo e devolvê-lo para sanção (é um projeto de
lei) até o dia 17 de julho. Caso não o façam, a Constituição manda que a
sessão legislativa não se interrompa no mês de julho (o recesso inicia-se em
18 de julho), até que se vote. É para garantir que o Presidente da República
possa preparar o projeto de lei de orçamento, com base nas diretrizes
oferecidas pelo Congresso.

c) o projeto de lei do orçamento da União (LOA). Também é uma lei


anual. Todo ano o País tem um orçamento. O Presidente da República deve
enviá-lo ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano de seu
governo. E os parlamentares devem votá-lo e devolvê-lo à sanção até 22 de
dezembro. Mas, nesse caso, a Constituição não obriga a que se continue a
trabalhar, caso não seja aprovado, como faz para a LDO.

d) os projetos de lei de créditos adicionais, que podem ser:

- créditos suplementares. Também são projetos de lei ordinária, como os


demais. É o caso em que há previsão no orçamento para uma determinada
despesa, mas, como se diz, “o dinheiro não deu”. Então, é necessário quese
faça uma suplementação;
- créditos especiais. Esses créditos não estão previstos no Orçamento da
União. Um exemplo: quando é criado algum órgão novo na Presidência da
República. Esse fato não poderia estar previsto no orçamento aprovado no
ano anterior, mas é necessário haver verba para instalar o novo órgão. Para
esses casos – e é apenas um exemplo – o Presidente da República
encaminha um projeto de lei solicitando o crédito; e

- créditos extraordinários. Como o próprio nome diz, é extraordinário,


não previsto. Então, também não há previsão orçamentária. São para
atender situações emergenciais de calamidade pública – secas, enchentes -,
por exemplo. Esses créditos, inclusive, como atendem aos requisitos
constitucionais de relevância e urgência, podem ser enviados ao Congresso
em forma de medida provisória. É o único caso, em termos de matéria
orçamentária.

2. Todas essas matérias vão à análise da Comissão Mista de Planos,


Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO.

3. Quando as mensagens presidenciais encaminhando os projetos chegam


ao Congresso Nacional, a Secretaria de Coordenação Legislativa do
Congresso prepara todo o material, inclusive alguma legislação que tenha
sido citada, para que a Gráfica confeccione o avulso. Esses projetos e os
respectivos calendários de tramitação podem ser lidos no Expediente de
uma sessão conjunta ou no Período do Expediente de em uma sessão do
Senado. Neste último caso, o Presidente do Senado comunica o fato ao
Presidente da Câmara.

4. As emendas a essas matérias – todos os parlamentares - só podem ser


apresentadas perante a CMO, que elaborará parecer tanto sobre o projeto
como sobre as emendas. Os projetos sempre virão a ser discutidos e
votados no plenário de uma sessão conjunta. Mas sobre as emendas o
parecer é conclusivo. Ou seja, ao aprovar o projeto, o Plenário estará
aprovando o que a CMO decidiu a respeito das emendas. Se algum
congressista quiser votar alguma emenda em Plenário, deverá apresentar
requerimento assinado por no mínimo 60 parlamentares (deputados e/ou
senadores), entregue na Secretaria-Geral da Mesa do Senado até a véspera
do início da discussão do projeto, na Ordem do Dia.

5. O procedimento de votação dessas matérias é bastante simples, porque


são projetos de lei ordinária, ou seja, são deliberados em votação simbólica
e aprovados por maioria simples de votos. O mais trabalhoso é a negociação
política anterior à votação em Plenário.

6. Atualmente, há um amplo debate sobre a estrutura da Comissão de


Orçamento, a forma de se apresentar emendas, e, também, sobre a
natureza do Orçamento da União, se permanece autorizativo como é hoje
ou se passa a ser impositivo. Devemos ter sempre em mente que aprovar o
Orçamento da União é uma importante e antiga missão dos parlamentares.
Unidade 2 - Quadro de siglas

Aqui você terá a oportunidade de conhecer o significado das siglas


usadas para nomear as diversas proposições.

Reconhecer o significado das siglas usadas no


curso.

QUADRO DE SIGLAS DE PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS


SIGLA PROPOSIÇÃO LEGIS LATIVA
AVN AVISO (CN)

AVS AVISO (SF)


CONSULTA (SF)
CON
-
-
DENÚNCIA (SF)

DEN DIVERSOS (SF)


DIV
EMENDA(S) DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI DO
SENADO
ECD
INQUÉRITO (SF)
INQ
INDICAÇÃO (SF)
INS MEDIDA PROVISÓRIA
MPV MENSAGEM (SF)
MSF MENSAGEM

MSG OFICIO SF (INTERNO)

OF OFICIO (CN)
OFICIO "S" (SF)
OFN
PARECER (CN)
OFS
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CD)
PAR
PETIÇÃO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO
PDC PARTICIPATIVA
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CN)

- PDH
PDN
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (CR CN)
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (SF)

PDR PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

PDS PETIÇÃO (SF)


PROPOSTA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE (SF)
PEC
PROJETO DE LEI (COMISSÃO REPRESENTATIVA- CN)
PET
PROJETO DE LEI DA CÂMARA
PFS

-
PROJETO DE LEI DO CONGRESSO NACIONAL

PL- PL- CR PROJETO DE LEI DO SENADO


PLC PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
PLN PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO (CN)
PLS PROJETO DE RESOLUÇÃO (COMISSÃO REPRESENTATIVA -CN)
PLS Compl. PROJETO DE RESOLUÇÃO (SF)
-
PLV PROJETO DE RESOLUÇÃO (CN)
-
- PR- PR - CR
PARECER (SF)
PETIÇÃO (CN)

- PRS
PRN
QUESTÃO DE ORDEM DO CONGRESSO NACIONAL
QUESTÃO DE ORDEM DO SENADO FEDERAL

REQUERIMENTO DA COMISSÃO DE ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA


P.S
RECURSO (CONGRESSO NACIONAL)
PTN

-
RELATÓRIO

-
QCN RENÚNCIA

QSF REPRESENTAÇÃO
RAI
REQUERIMENTO (CN)
R.C REQUERIMENTO DA COMISSÃO REPRESENTATIVA
RELAT REQUERIMENTO
REN RECURSO (SF)
SUBSTITUTIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI DO
REP
SENADO
RQN SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÃO AO TCU (CD)

RQR SUGESTÃO

RQS VETO

R.S

- SCD

- SIT
SUG
VET
PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO
(suspendendo execução de lei ou parte de lei declarada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal – STF)
(Autoria: CCJ)

1. Agora, vamos estudar sobre este tipo de proposição. Ele vem como
Unidade 2 logo depois dos projetos de lei do Senado, de autoria de Senador,
que gerarão leis ordinárias, porque têm o mesmo rito de tramitação, ou
seja, têm caráter terminativo nas comissões.

2. Ao STF compete declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ou parte


dela. Ele pode exercer essa atividade quer através de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIN), ou por meio de controle indireto, como por
exemplo ao julgar um Recurso Extraordinário ou um Mandado de Segurança
(art. 52, X – CF). No controle indireto, depois de o Supremo se pronunciar
definitivamente sobre o assunto, seu Presidente comunica o fato ao
Presidente do Senado, encaminhando toda a documentação necessária para
o exame da matéria. E este exame é uma competência privativa do Senado,
ou seja, não vai ser analisado pela Câmara dos Deputados. Importante
frisar que ADIN não é analisada pelo Senado; somente a decisão do
Supremo oriunda de controle indireto ou incidental de constitucionalidade.

3. Assim que todo esse material chega à Secretaria-Geral da Mesa, depois


de conferido, vai ao Protocolo Legislativo para formar o processo físico –
capear, numerar as páginas, colocar as folhas iniciais para o registro futuro
de todas as ações do processo, no Boletim de Ação Legislativa – BAL.
4. Lido no Período do Expediente da sessão, o Ofício, que toma o nome de
Ofício “S” (“S” de Senado), é numerado e vai ao exame da CCJ, que tem o
prazo de 20 dias úteis para dar seu parecer.

5. O Presidente da Comissão designa um Relator dentre os Senadores


membros, que terá a metade do prazo da comissão, para apresentar seu
relatório. É assim com todos os processos. Esse relatório, além do histórico
(tudo que aconteceu com aquela matéria), da análise e do voto, conclui
apresentando um projeto de resolução, no caso de se querer suspender a
execução daquela lei ou daquela parte da lei. Se a conclusão for no sentido
de não se suspender a execução da lei, então não há que se preparar
projeto algum.

6. Uma vez aprovado o projeto pela CCJ, seu Presidente encaminha ofício ao
Presidente do Senado comunicando o que a Comissão decidiu.

7. Em qualquer caso – com ou sem projeto de resolução – uma vez lido no


Período do Expediente o ofício do Presidente da CCJ, fica aberto o prazo de
5 dias úteis para apresentação de recurso, no sentido de que a matéria
venha a ser apreciada também pelos Senadores em Plenário. Repare que é
o mesmo procedimento utilizado para os projetos de lei do Senado,
constante da Unidade 1, que também tramitam com caráter terminativo nas
comissões.

8. Se não tiver recebido recurso, a matéria ou vai para o Arquivo, no caso


de a CCJ ter decidido pela não suspensão, ou vai ser promulgada Resolução
do Senado, fruto do projeto de resolução da CCJ.

9. Mas, se houver recurso, o projeto de resolução ou o parecer da comissão


será incluído em Ordem do Dia para apreciação. E o que o Plenário decidir
será a decisão final do Senado.

10. Se o Senado suspender a execução da lei, essa decisão passa a ter


efeito erga omnes, ou seja, para toda a sociedade brasileira. Caso contrário,
vale apenas para aquele caso concreto examinado pelo Supremo no Recurso
Extraordinário ou em outra decisão incidental.

11. As matérias que estudamos nas Unidade 1 e 2 são as duas que,


regimentalmente, têm tramitação terminativa no âmbito das comissões.
Outras matérias podem receber este caráter terminativo, a juízo do
Presidente do Senado, após ter ouvido as lideranças partidárias. São elas:

- tratados ou acordos internacionais;


- autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas;
- alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares;
- projetos de lei da Câmara de iniciativa de deputado que tiveram sido
aprovados, em decisão terminativa, por comissão daquela Casa; e
- indicações e proposição diversas.

Não podem absolutamente ter caráter terminativo nas comissões os projetos


de resolução que alterem o Regimento Interno, os projetos de resolução que
tratem de matéria financeira, as propostas de emenda à Constituição e os
projetos de lei complementar.

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