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São Paulo, 7 de Julho de 2020

Ano 7 - Edição nº 00268

! Empiricus Crypto Legacy


Kyber, uma peça chave para o ecossistema de
DeFi

André Nicholas
Franco, Sacchi,
Autor Assistente

Resumo: na edição de hoje, abordaremos a tese de investimento no


Kyber Network Crystal (KNC), explicando o que nos motivou a sugerir
o ativo, os riscos relacionados a ele e por que este é o momento certo
para você adquiri-lo. Boa leitura!

Um fascínio atrás do outro


Quando comecei a olhar com mais seriedade para o mercado de criptoativos
(mais especificamente para o bitcoin), no final de 2016, recordo que o
assunto rapidamente me fascinou. A ideia de um dinheiro digital sem
governo e de um sistema financeiro que não precisasse de qualquer
instituição para funcionar soava incrível. Decidi que ia mergulhar de cabeça
no assunto quando fui trabalhar numa exchange, no início do ano seguinte.
Esse mesmo fascínio surgiu quando, ainda em 2017, as ofertas iniciais de
moedas (ICOs) atraíram a atenção de todo o mercado, e a irracionalidade
tomou conta de seus participantes. Apesar dos inúmeros golpes que
surgiram, alguns dos projetos se mostraram sérios, e a indústria de
criptoativos passou por um rápido ciclo de expansão. Com o tempo, assim
como acontece com empresas em estágio inicial em qualquer outro
segmento, muitos deles foram desaparecendo, até que essa modalidade de
captação praticamente desapareceu.

Foi no ano de 2018 que tive novamente essa sensação de fascínio, ao me


deparar com as plataformas de finanças descentralizadas. Apesar de
protocolos como o Maker, que criou uma stablecoin descentralizada atrelada
ao valor do dólar chamada DAI, ou o Augur, que criou um mercado de
predições descentralizado, terem surgido em 2014 e 2015, respectivamente,
foi somente entre os anos de 2018 e 2019 que as estruturas de finanças
descentralizadas foram popularizadas.

Desde nossa primeira abordagem sobre o tema, em março de 2019, muita


coisa evoluiu no ecossistema. Ah, e caso não se recorde do que se trata, a
DeFi busca trazer para dentro do blockchain a estrutura de finanças, de
gestão de portfólio a empréstimos, tudo isso estruturado por meio de
contratos autônomos (“smart contracts”).

Dentre as diversas aplicações que vêm sendo criadas dentro do universo de


DeFi, uma das que mais tem ganhado tração está ligada às exchanges
descentralizadas. Essas plataformas possibilitam a negociação entre tokens
sem a presença de um intermediário para realizar o casamento das ordens
de compra e de venda. Ou seja, a ponte que liga as duas pontas da operação
é um smart contract.
Existem diferentes aplicações que oferecem a negociação entre criptoativos,
mas podemos dividi-las em dois grandes grupos: as que utilizam tokens
próprios para intermediar a operação e as que não os utilizam. Na edição
de hoje, vamos sugerir a compra de um token do primeiro grupo,
chamado Kyber Network Crystal (KNC).

O que é Kyber?
Colocando em termos práticos, Kyber é uma plataforma de negociação que
possibilita a troca instantânea de tokens de maneira descentralizada. Em
outras palavras, por meio dessa aplicação, os usuários podem negociar
tokens ERC-20 (um dos padrões da Ethereum) sem a presença de um
intermediário.

O projeto foi financiado por meio de uma oferta inicial de moeda (ICO)
realizada em setembro de 2017, e foi oficialmente lançado na mainnet da
Ethereum em fevereiro de 2018. Hoje, já conta com mais de 70 tokens
disponíveis para negociação, mais de cem integrações com outras aplicações
e, neste ano, atingiu a marca de US$ 1 bilhão em volume negociado desde a
sua criação.
Estrutura simplificada de funcionamento do protocolo Kyber | Fonte: Kyber
network

Algumas características interessantes que o protocolo apresenta são:

liquidação imediata das operações realizadas;

garantia de execução total das ordens (ou seja, não há ordem


parcialmente preenchida);

completa transparência com relação a obtenção dos melhores preços do


mercado; e

a que considero mais importante, facilidade de integração por meio de


APIs e widgets, o que significa que outras aplicações podem facilmente
plugarem no protocolo Kyber para qualquer fim que seja (prover liquidez,
realizar trocas entre tokens e por aí vai).

Esse último aspecto da plataforma merece destaque, porque ele possibilita a


integração do Kyber a wallets para que os tokens possam ser permutados
sem a sua migração para uma exchange, reduzindo significativamente as
taxas de transação para os participantes do mercado.
Wallets que já possuem integração com a Kyber | Fonte: Kyber network

Mais do que isso, esse tipo de integração possibilita que estabelecimentos


comerciais aceitem pagamentos em cripto que podem ser imediatamente
convertidos em outro token ou, até mesmo, em moedas fiduciárias (por meio
de uma parceria com a startup Coindirect).

Além das wallets, existem várias outras aplicações que se conectam com o
protocolo, como rebalanceadores, que ajustam automaticamente o
percentual de um portfólio cripto de acordo com as regras estabelecidas, e
plataformas de empréstimos descentralizados, o que mostra que o número
de casos de uso da rede Kyber é bastante ampla.

Um fator importante de apreciação do ativo no longo prazo está ligado à


política de queima de tokens, que, ao queimar uma parcela do que foi
arrecadado por meio de taxas de transação, aumenta a escassez do ativo e
tende a gerar apreciação num horizonte mais longo de tempo.
Por fim, a tão aguardada atualização Katalyst, que vai ao ar nesta terça-feira
(7), ampliará a liquidez oferecida pelo protocolo, aumentará a participação
dos integrantes da rede, aprimorando a estrutura de distribuição das taxas,
e implementará um novo mecanismo de governança, chamado “KyberDAO”,
que possibilitará aos detentores de KNC o voto em decisões ligadas a taxas
da rede e listagem de tokens, por exemplo. Nesse sentido, o KNC deixará de
ser apenas um mecanismo de intermediação entre as trocas de ERC-20s e
passará a ser um elemento de decisão na rede.

Além disso, ao participar ativamente das decisões do protocolo e auxiliar na


validação das transações por meio do staking, os detentores serão
recompensados em ether. Caso não queira esse tipo de envolvimento com o
protocolo, há ainda a possibilidade de delegar seu poder de voto, que fará o
usuário incorrer em uma pequena taxa pela terceirização, mas assegurará a
recompensa pela participação na rede.

Ou seja, a atualização claramente beneficia os holders do ativo por meio da


distribuição das taxas cobradas pela intermediação (via smart contract).
Soma-se a isso a própria expansão de utilização do protocolo, que deve se
refletir diretamente sobre os preços de seu token, e o ganho de momentum
por parte das exchanges descentralizadas, que devem englobar uma fatia de
mercado maior de mercado nos próximos anos. Ou seja, se expor ao KNC é
uma forma indireta de apostar no crescimento do mercado de DeFi.

Ressalvas
A limitação atual do protocolo está ligada justamente ao blockchain em que
ele está inserido. Sua capacidade máxima de processar transações está
ligada a quão congestionada está a rede da Ethereum, o que pode ser uma
trava para a sua expansão. Especificamente com relação a isso, estamos
otimistas, já que a Ethereum vem trabalhando há alguns anos numa
atualização que introduzirá diversos atributos que farão a rede processar
um volume significativamente maior de informações.

Além da escalabilidade, há também a questão de possibilitar apenas a troca


instantânea entre tokens ERC-20, o que limita o alcance de suas aplicações
de uso comercial. Nesse quesito, a equipe já vem trabalhando numa solução,
denominada “Waterloo”, que fará a primeira integração crosschain (entre
blockchains) do protocolo, entre a Ethereum e a EOS, que já é um primeiro
passo importante na direção da interoperabilidade entre redes.

Há também a questão de riscos de difícil mensuração, como os de


vulnerabilidade nos smart contracts, que aumentam bastante com o
“empilhamento” de contratos para a conexão entre diferentes protocolos,
como os ataques que foram feitos ao protocolo bZx que tinham como alvo a
estrutura de oráculos do contrato.

Por fim, um risco a ser considerado é a pouca experiência profissional da


liderança do protocolo, que possui um histórico majoritariamente
acadêmico. Ainda assim, tudo indica que a falta de cabelos brancos é
compensada pela consistência nas entregas e pela estratégia adotada de
descentralização do poder de decisão sobre o futuro do protocolo.

Considerações finais
Sendo assim, acreditamos que o protocolo deve se destacar como um
importante elemento na complexa composição das finanças
descentralizadas, exercendo um papel fundamental de conexão entre os
participantes do mercado e que a exposição ao token representa um meio de
se expor à própria evolução desse ecossistema. Ao ponderarmos os riscos,
fica claro que a compra do token é assimetricamente convidativa,
especialmente se olharmos para o horizonte de longo prazo, que é o intuito
desta série.

Portanto, sugerimos a compra do Kyber Network Crystal (KNC) por


meio da Binance.

Um abraço,
André e Nicholas

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alinhar aos demais assinantes da série.

André Franco
Autor

Nicholas Sacchi
Assistente
Associada à: ANATEC, Instituto Palavra Aberta e Câmara Brasileira do Livro

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